Don't Know Why


- , eu preciso ir. De verdade - dizia em um tom de voz fraco.
- Aaah, não, fica mais um pouco, ? Por favor? - , que estava deitado na cama ao lado dela, falou com uma voz de bebê, todo fofo.
- , você sabe que eu não posso - ela disse, já se levantando.
- Mas por que não?
- Por que o Jack está me esperando - colocou as calças.
- Ah, já vem você com esse assunto de novo. Por que sempre esse Jack? - Ele continuava na cama, mas agora estava sentado e já com suas boxers.
- Por que ele é meu namorado, oras. - Ela já estava vestida, só faltava os tênis.
- Cara, eu não agüento mais. E eu? O que eu sou para você? - O garoto estava começando a ficar irritado com aquela conversa.
- , entenda uma coisa. - Ela se sentou na beira da cama e olhava nos olhos dele. - Eu e você somos amigos.
- AMIGOS?! - Ele gritou aquilo. Como depois de tudo que eles passaram, ela vinha dizer que eles eram amigos? - Eu não quero só ser seu amigo.
e se conheciam desde que eram fetos na barriga de suas mães, com a diferença que ele era três anos mais novo que ela. Eles sempre foram muito amigos, mas, de uns meses pra cá, a relação deles se tornou mais que isso. Ele a amava e fazia tudo que podia para ficar com ela, mesmo que fosse um 'amigo que era bom de cama'.
- , não tem como ser mais que isso - ela falou calmamente, na intenção de fazê-lo entender. - Você é o melhor amigo do meu irmão, vocês tocam na mesma banda e ainda é três anos mais novo que eu.
- Mas o que isso tem a ver com a nossa relação? - Ele sabia o que estava por vir, mas tinha que ouvir da boca dela.
- Tem a ver que você foi uma parte boa da minha vida, todos os nossos momentos foram bons e divertidos. - Isso machucava por dentro, ela não era apaixonada por , mas o amava de uma forma muito especial. - Você não é um cara que eu posso ter ao meu lado sempre, eu estou indo para Londres amanha e só Deus sabe quando eu volto. Estou entrando na faculdade e você está entrando no primeiro ano do colégio. - Aquilo machucava profundamente o coração de , mas era preciso ser dito. - Eu quero me formar em fotografia, e você? Você nem quer fazer faculdade, quer ter uma banda em vez disso. - Uma lágrima escorreu pelo olho dela. só conseguia olhar naqueles olhos. No fundo, ele sabia que isso era verdade, não existia uma possibilidade deles ficarem juntos. - , eu te amo, de verdade, você é um ótimo amigo e eu tenho certeza que você vai superar isso e vai encontrar uma garota que te ame do mesmo jeito que você a ame.
Com isso, levantou da cama e saiu da casa do garoto, passando a mão pelos olhos.
Ele ficou lá, sozinho no quarto, pensando em todos os momentos bons que eles tiveram e como seria sua vida sem ela. Uma lágrima escorreu e aquilo parecia que ia queimando a sua face, mas ele estava disposto a mudar sua vida.



Quatro anos se passaram desde o acontecimento entre e . Ele havia ficado famoso com sua banda, que agora tinha o nome de McFly.
Eles nunca mais haviam se encontrado, até aquela tarde chegar.
- ! Meu irmãozinho! Feliz Natal! - tinha acabado de chegar à casa dos pais para passar o Natal. Ela teve uma folga no trabalho, assim como e , que estavam no meio da turnê. - Como você conseguiu uma folga nesse Natal?
Os meninos da banda nunca conseguiam uma folga no Natal, pois sempre tinham que fazer especiais para um monte de emissoras de televisão em toda Inglaterra, mas naquele Natal eles conseguiram enrolar o empresário e foram todos para a casa de .
- Ah, até parece que você não conhece seu irmão. Eu sou o melhor e enrolei o Flecth, que deu uma folga para nós - dizia todo exibido.
- Uau, como você é foda! Também, estão fazendo tanto sucesso que quando passo nas bancas da Connecticut, eu paro e fico vendo a foto de vocês em todas as Teen People. Hahaha. - falava com uma expressão de alegria, mas essa se acabou quando ouviu a voz dele.
- , você é surdo, dude? Sua mãe tá te chamando. – Nisso, viu que não estava sozinho no quintal. Olhou bem nos olhos dela, eles ainda tinham o mesmo conforto de sempre. - Ah. É, oi, . - Ele disse com um longo sorriso no rosto. Estava muito feliz em vê-la.
- Hey, , como está? - ela disse, indo em direção a ele, que, por acaso, estava mais bonito que nunca.
Ele havia crescido e se tornado um homem lindo. Ela sempre o via nas revistas, mas nunca havia percebido como ele tinha mudado. Ele era o genro que toda mãe pedira a Deus.
- Estou ótimo, e você? - Ela só afirmou positivamente com a cabeça. - E aí, onde está morando agora?
- Hum... estou em Washington, trabalhando para um jornal como fotógrafa. - Ela estava começando a sentir algumas coisas. Não era possível aqueles sentimentos voltarem de novo.
- Oh, legal, então você se formou mesmo? - Ele estava balançado como nunca havia acontecido. Cara, como eu não consegui esquecê-la em quatro anos? Ele pensava.
- Claro, alguém tinha que seguir uma profissão na família. - Os dois deram risada.
- Ah, legal. E... - Ele tinha que fazer essa pergunta, sua vontade de saber era maior que sua cara-de-pau. - E você? Tá namorando? - Seu rosto corou involuntariamente.
- Hum... - Ela olhava para o chão, não dava para encarar aqueles olhos. - Estou noiva, vou me casar semana que vem.
O QUÊ? Não é possível! Nota mental: matar o por não me contar! Ele estava com muita raiva do amigo.
- Oh. - Ele realmente estava surpreso. Também, como não havia de estar? O amor da sua vida estava prestes a se casar, e ele lá, babando igual a uma criança de três anos. - Parabéns.
O dia passou tranqüilo, e não se olhavam. Ele por estar no seu inferno astral, e ela por não saber direito o que eram aqueles sentimentos.
No dia seguinte, e se encontraram com os outros meninos em Londres para irem fazer uma pequena turnê na Austrália, que foi tranqüila, mas uma coisa, ou melhor, uma pessoa, atrapalhava os pensamentos de . Já era sexta-feira e nada entrava na cabeça dele, pelo simples fato da mulher que ele mais amava nesse mundo estaria se casando no dia seguinte.
- Dude, aí ela começou a me beijar de um jeito, cara, que mulher! Hey, dude? Você tá aí? - tentava dizer a sobre a incrível noite com uma mulher, mais quem disse que ele estava ali? Sua mente estava em alguma igreja do continente americano.
- Opa, cara, desculpa, me distraí.
não estava interessado na conversa. Tudo, exatamente tudo, lembrava .
- Distraí? Nossa, você estava bem longe, em algum planeta que não seja da nossa galáxia, só pode ser. - Tá tão na cara assim? pensava. - Que aconteceu, dude? Desde o Natal que você tá assim, distante.
- , jura que se eu te contar você não vai me zoar? - precisava desabafar mais que tudo, e parecia a pessoa certa.
- Vou tentar - disse, soltando uma gargalhada.
- Ah, idiota, é sério.
olhou sério para , que parou de rir e então começou a contar toda a história, sabia de algumas partes, mas não sabia que rolava sentimento na relação. precisava de uma solução, e rápido. Ele tinha menos de vinte horas.
- Dude, deixa eu ver se entendi, - É, era meio lento. - Vocês se pegavam quando era adolescentes, ela foi embora e você ficou com o coraçãozinho partido. - fazia a melhor voz de gay que conseguia. - E agora ela volta e você a quer de novo?
- Demorou, mas conseguiu. Obrigado, Deus. - juntou a mão como se estivesse agradecendo.
- Dude, então... O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? - Sim, deu um grito tão alto que até a recepcionista que estava a nove andares abaixo deles poderia ouvir.
- Não é tão simples assim, você sabe disso.
Do nada, levantou-se da cama de , puxou uma mala e foi enfiando tudo que tinha dentro das gavetas dentro dela.
- Que você tá fazendo, ? - não estava entendendo nada.
- Acorda, mané, pega seu passaporte, você embarca pros Estados Unidos hoje à noite.
deu um sorriso involuntário e fez o que tinha mandado fazer.

já havia chego em Washington. O vôo demorou tanto que ele tinha chego em cima do casamento. Já tinha checado com a igreja e foi direto pra ela.
Na hora em que ele estava entrando, ele a viu toda de branco, ao lado de um cara. Como ele queria estar no lugar do desgraçado. Mas não era tempo para pensar, e sim agir.
- Não! - Ele entrou gritando na igreja. – Não, , não aceita. - Nessa hora, ele já estava lá no altar. - Eu te amo!
Todos na igreja se levantaram e ficaram assustados. Quem é esse louco? Um cara gritou do fundo da igreja. Uma outra menina gritou que era o do McFly.
foi ao encontro do e falou baixo.
- O que você está fazendo aqui?
- Não se case, por favor. Eu te amo, .
Ninguém estava entendendo nada. Ela olhou para ele, olhou para o seu até então noivo e virou-se para .
- , desculpa. Meu mundo é outro. - Ela virou-se para o altar grudou o braço no marido e disse um 'sim'.
Nessa hora, o mundo de caiu. Ele saiu da igreja correndo e foi para o aeroporto. Nada, nunca mais, faria sentido na sua vida.



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