Do you realize?
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null não acreditava que estava acampando com os pais. Eles nunca fizeram isso quando ela era criança, por que agora que ela já tinha 18 anos, iriam fazer? Mas seus pais eram assim mesmo. Os dois era workaholics, trabalhavam o dia inteiro e nunca tinham tempo para cuidar da filha. null acabou indo morar com a avó no Brasil, só voltando pra Inglaterra nas férias, quando acabava ficando trancada em casa sozinha, enquanto os pais corriam pra lá e pra cá com relatórios, reuniões e viagens.


Dessa vez, null tinha vindo para ficar. Ia cursar a faculdade na Inglaterra. Seus pais resolveram compensar todo o “tempo perdido”, e saíram de férias para conviverem com a filha. Assim que ela chegou do aeroporto, fizeram-na entrar no carro e viajaram para uma floresta. O resultado era esse agora: no meio do mato, sem internet, sem celular, sem nenhum contato com o mundo.


Estressada com o convívio com duas pessoas que ela mal conhecia, null resolveu sair para caminhar. Enquanto se afastava, ainda ouviu o Blackberry do pai apitando. “Nem aqui eles param de trabalhar”, pensou.


Foi andando e admirando as árvores, se encantando com os esquilinhos, etc., até chegar a uma estradinha de terra. Curiosa, resolver ver até onde aquela estrada chegava. Mal tinha colocado o pé na terra quando ouviu o barulho de um carro se aproximando. Inconscientemente, se escondeu atrás de uma árvore. Era um jipe enorme, preto, com as janelas completamente pretas também. null sentiu um arrepio.


O carro parou bem perto de onde ela estava, e um cara muito alto desceu. Ele estava vestido todo de preto também, como os criminosos de filmes, Ele abriu o porta malas e tirou um pacote bem grande.


- James, seu idiota, vem me ajudar! Tá pesado, sabia?


Outro cara desceu do carro. Ele era mais baixo que o primeiro (quase qualquer pessoa seria), e tinha um cabelo meio estranho. null não pode deixar de rir um pouco. Os dois homens pegaram o pacote e o arrastaram até uma árvore próxima. Depois, tiram o pano que estava embrulhando tudo, e null levou um susto. Era um garoto! Os dois criminosos amarraram-no à árvore, checaram se os nós estavam bem-feitos e foram embora.


Depois de alguns minutos, null ousou se aproximar. Observou o garoto, que era lindo. Ele parecia ser um pouco mais velho que ela, mas não muito. Enquanto ela olhava, ele abriu os olhos. Nesse instante, null percebeu que o coitado ainda estava amarrado, e foi ajudá-lo a se soltar.


- Onde eu estou?


- Boa pergunta… No meio de uma floresta.


- E o que eu estaria fazendo aqui?


- Uns caras de preto te trouxeram, acho que você foi seqüestrado.


O menino fez uma cara de quem não está entendendo nada, mas depois seu rosto se iluminou.


- Eu tava numa festa... Ai o James me ofereceu uma bebida... Depois eu não lembro de mais nada, acho que apaguei.


- Um dos caras que te trouxe se chamava James. Ele tinha o cabelo meio bizarro, parecia um gambá.


- Haha, é ele mesmo. Não acredito que o James fez isso comigo. Achei que ele era nosso amigo. E os outros caras?


- Tinha mais um, bem alto e com umas sobrancelhas que parecem taturanas.


- O Charlie.


- E tinha um dirigindo, que não desceu do carro.


- Só pode ser o Matt. Não acredito que os Busteds fizeram isso comigo!


- Busted?


- É, a banda Busted, em que mundo você vive?


- Eu morava no Brasil até, hm, ontem. E cheguei aqui e vim direto pra esse meio do nada.


- Brasil, é?- O garoto fez cara de safado. null deu um tapinha no braço dele.


- Deixa de ser pervertido, o Brasil não é esse bundalelê que vocês acham.


- Tá, desculpa. – Ele fez cara de arrependido e null quase morreu. Como ele era lindo! – Seguinte, o Busted é a banda que tá fazendo mais sucesso aqui na Inglaterra. Essa semana eles iam apresentar nossa banda pro público, porque eles são nossos amigos. Quer dizer, eram, quer dizer, a gente achava que era... Ah, você entendeu!


- Nossa banda? – null sempre tivera uma quedinha por caras em bandas.


- McFLY!


- Que nem em de Volta Para o Futuro?


- Igualzinho, foi daí que o nome da banda veio.


- Ah, certo. E quem são os McFlys, então?


- null null, null, null null, null, null null, null, e este humilde null que vos fala, null null.


- Prazer, null null. Eu sou null null.


- Encantado – ele disse, e, fazendo uma reverência, beijou a mão da garota, que começou a rir.


- E o que você vai fazer agora?


- Arranjar um jeito de voltar para Londres. Falar com o Fletch, nosso empresário. Exigir explicações. Matar o James... – null foi interrompido por um ronco de seu estômago.


null começou a rir.


- Acho que pra começo de conversa, você vai ter que matar a fome. Vem, vamos ver se eu arranjo alguma coisa pra comer na minha barraca.


Os dois foram andando pela floresta e conversando. null não podia deixar de pensar em como fora sortudo. Tinha sido seqüestrado, certo, mas uma garota tinha vindo salvá-lo, e ela era linda, engraçada, inteligente, única. Finalmente, chegaram à clareira onde as coisas de null estavam, mas nem sinal de seus pais.


- PAI? MÃE? Cadê vocês? – Depois de dar várias voltas na clareira, null desistiu e sentou no chão. Foi ai que viu um bilhete pregado na porta da barraca.


“Querida,
Tivemos que voltar para Londres, questões urgentíssimas do trabalho para resolver. Tem comida suficiente para você. Voltamos pra te buscar no fim de semana.


Beijos,
Mamãe e Papai”


- Ah, tinha que ser. Eles me largaram sozinha no meio de uma floresta e voltaram para trabalhar em casa. Só voltam no fim de semana – ela bufou.


- Você não está mais sozinha. Eu estou aqui!


- E se você for um maníaco? Como que eu fico?


- Garanto que não sou um maníaco. Agora, tem como descolar um rango aí? Eu estou com fome. – Ele fez uma careta de dor, e ela riu, se levantando.


- Certo. Vai buscar madeira pra fogueira enquanto eu arranjo alguma coisa para comer.


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- Isso tava bom, dude. – Disse null raspando o prato.


- Eu sou ninja em preparar essas comidas meio prontas.


A fogueira já estava enfraquecendo, a noite tinha caído, e null estava morrendo de frio e de sono. Passou um ventinho gelado, e ela tremeu. null percebeu.


- Vem cá, usa o meu casaco.


- Não, não. Não precisa, eu estou bem.


- Ah, é. Tão bem que seu braço está parecendo pele de galinha de tão arrepiado. Toma, usa.


- Não, você vai ficar com frio, deixa.


- Tenho uma idéia. Você deita aqui junto comigo. E eu coloco meu casaco como cobertor, cobrindo nós dois. Ninguém passa frio.


- Você está tentando me seduzir, senhor null?


- Vem. Já prometi que não sou um maníaco.


null se levantou e se acomodou junto de null. Ele a abraçou e a puxou mais para perto, até que ela estava deitada com a cabeça no peito dele. Ela se virou para poder olhar nos olhos dele.


- Sabe, null, eu não imaginei que eu fosse conhecer alguém tão legal aqui nesse meio de nada.


null não respondeu nada. Estava hipnotizado pelos olhos da garota. Podia ver as últimas chamas da fogueira refletindo nos olhos dela, a luz parecia estar dançando. Devagar, foi puxando null até que seus lábios se tocaram.


- Bom dia, Bela Adormecida. – null acordou, ainda abraçada em null.


- Você já ta acordado faz tempo?


- Um tempinho. Mas eu tava te vendo dormir, tão bonitinha.


- Assim você me deixa sem graça – null disse, corando.


- Não fique sem graça, é verdade. – null falou, dando um beijinho na testa dela. – Só queria que você soubesse que em um dia você virou a pessoa mais especial do mundo para mim. Você me salvou, você me escutou. Eu nunca me senti tão bem perto de ninguém.


- Como você é fofo, null. Você só diz isso porque está aqui isolado comigo, mas tudo bem.


- Não, null, é verdade. Mas se você não quer acreditar tudo bem, eu irei te provar, ok? Agora, levanta. A gente tem que aproveitar esses momentos juntos. Eu vi que tem um campo cheio de morangos aqui perto, vamos lá.


Os dias foram passando. null e null arranjavam as coisas mais patéticas para fazer, mas se divertiam demais. null sempre achava que null iria esquecê-la assim que voltasse para Londres, por isso aproveitava ainda mais cada momento na companhia dele.


O sábado finalmente chegou. Os pais de null voltariam para apanhá-la, e ela daria carona para null, dizendo que ele havia se perdido dos amigos e não tinha como voltar.


Tudo saiu como o planejado. Quando estavam quase chegando ao endereço que null tinha dado, ele sussurrou no ouvido de null:


- Você vai aparecer hoje na festa de lançamento do cd, não vai? Eu não vou conseguir tocar se você não estiver lá.


- Eu vou tentar, mas não posso prometer que estarei lá.


- Please, please, null, please.


- Ok, eu irei.


null deu um beijo na bochecha de null e desceu do carro, se sentindo absolutamente feliz. Já null se sentia triste, pois tinha certeza que a paixão de null não iria durar muito tempo.


null chegou a festa e viu null, sua ex-namorada. Eles tinham acabado na noite em que null fora seqüestrado, por isso ninguém ainda sabia do rompimento. No entanto, os dois continuavam muito amigos, só tinham chegado a conclusão de que não davam certo juntos como um casal. null resolveu ir conversar com ela, enquanto esperava null chegar.


null chegou e não encontrou null. Viu três rapazes que deveriam ser os amigos da banda de null e foi falar com eles.


- Oi, vocês viram o null?


- Acho que o null foi pra lá com a null.


- null?


- A namorada dele.


- Como assim? Ele tem namorada?


- É, eles tão juntos faz um bom tempo.


null saiu correndo, tentando segurar a vontade de chorar. Sabia que iria perder null, mas não consegui acreditar que ele tinha enganado-a todos esses dias. Deu de cara com ele e a tal da null, conversando em um canto. Enquanto ela assistia, os dois se abraçaram, e null teve certeza de que tinha sido feita de idiota. Resolveu ir embora da festa na mesma hora.


null viu null se afastando e saiu correndo.


- null? null? Onde você vai?


- Embora, não estou aqui para ser feita de idiota!


- Do que você está falando?


- Da sua namorada! Você me enganou todos esses dias falando que eu era especial para você e sei lá mais o quê, mas era só porque você estava com saudades da sua null, não é? Achou que eu não iria descobrir... Mas um dos seus amigos me contou, ok? Eu não vou ficar aqui nem mais um segundo sendo usada como um estepe!


- Não, null, me escuta – null a segurou pelo braço. – Eu e a null terminamos. Na noite em que eu fui seqüestrado. Por isso eu não tive tempo de contar para os meninos. Eu te juro que tudo que eu te falei foi verdade, viu? Quando você chegou eu estava exatamente contando para a null como eu tinha conhecido uma garota maravilhosa, e ela estava me desejando boa sorte. Acredita em mim, por favor. – null olhava nos olhos de null, e ela pôde ver que ele dizia a verdade.


- Certo, null, eu acredito. – Deu um leve beijo nos lábios dele. – Agora vai lá, que vocês vão tocar.


Quando todos estavam no palco com seus instrumentos, null pegou um microfone e começou a falar.


- Semana passada, eu fui seqüestrado por pessoas que eu achava que eram meus amigos. Eles estavam tentando sabotar a estréia do McFly, mas não deu certo. Porque eu conheci uma garota maravilhosa que me salvou, e me deu os melhores dias de minha vida. null, eu escrevi essa música pra você.


A banda começou a tocar.


We ran through strawberry fields and smelt the summertime
When it gets dark I’ll hold your body close to mine
And then we’ll find some wood and hell we’ll build a fire
And then we’ll find some rope and make a string guitar
Captivated by the way you look tonight
The light is dancing in your eyes
Your sweet eyes
Times like these we’ll never forget
Staying out to watch the sunset
I’m glad I shared this with you
Coz you set me free
You showed me how good my life could be
How did this happen to me?
And then I’ll swing you girl until you fall asleep
And when you wake up you’ll be lying next to me
We’ll go to Hollywood, make you a movie star
I want the word to know how beautiful you are
Captivated by the way you look tonight
The light is dancing in your eyes
Your sweet eyes
Times like these we’ll never forget
Staying out to watch the sunset
I’m glad I shared this with you
Coz you set me free
You showed me how good my life could be
How did you happen to me?
We’ve got no secrets to be told
Nothing we don’t already know
We’ve got no fears of growing old
We’ve got no worries in the world


null estava quase chorando.


null desceu do palco e parou na frente dela.


- Eu te falei que iria te provar que era algo sério. Namora comigo?


null estava sem palavras. Simplesmente se jogou nos braços de null e lhe deu um beijo apaixonado.


- Claro que sim, null.


- Te amo, null.


- Também te amo.


Depois daquele episódio, o Busted pediu desculpas a null. Eles se sentiam muito mal por quase terem estragado a grande estréia do McFly, mas como no fim tudo deu certo, todos voltaram a ser amigos.


null e null se casaram e vivem juntos até hoje, felizes com seus 2 filhos.


null, null e null encontraram suas almas gêmeas e também se casaram.


McFly se tornou a maior banda na Inglaterra desde os Beatles, sendo muito respeitados no meio musical.


E TODOS VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE, haha.


Agradecimentos: Eu agradeço a mamãe e papai por terem me feito, a Dani por ser minha truta mais trutosa, a Ju por ser meu hortifruti inteiro. A Mari que betou a fic pra mim. E a todo mundo que leu. (Dúvidas, sugestões, reclamações... belissimarox@gmail.com, estou a sua disposição!) Por último agradeço aos quatro caras ingleses que fazem o mundo um lugar mais divertido pra se viver XD


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