E SE EU FOSSE VOCÊ Por Bruu Poynter
Script by _Patty_
CAPITULO 1
Okay... Essa é realmente uma história insana... Juro que se ela não tivesse
acontecido comigo eu não acreditaria. É aquele tipo de história que te deixa
de queixo caído, e você nunca levaria a sério, mas acredite... é a mais pura
verdade! É a história mais louca da minha vida, e também, a mais legal...
Pra começar, eu deveria me apresentar, certo? Então, eu me chamo
, e tenho 20 anos, mas essa história se passou há um ano atrás,
exatamente. Ela é basicamente sobre mim e uma garota, a . Bom, nós nos
conhecemos no colégio, quando eu cursava a 5ª série. Ela era bem bonita, mas
era estranha. Meus amigos e eu vivíamos a zoá-la, tal qual fazíamos com suas
amigas: , e . Com o passar do tempo, eu, , e
passamos a conviver amigavelmente com elas. Não com todas, lógico. Eu e
ainda brigávamos diariamente. É, eu acho que isso fazia o meu dia mais
feliz, mas como e ela haviam virado amigos inseparáveis, não tinha
como não encontrar com ela e evitar as brigas. Quando nós chegamos ao 2°
ano, eu e os meninos decidimos montar uma banda, e ajudou a
escrever muitas coisas legais que nós musicamos depois, e é aí que começa a
nossa história.
“Dudes... o que é que essa garota tá fazendo aqui?” Perguntei eu, logo que
entrei no galpão que eu e os meninos usávamos como estúdio de ensaio, e vi a
sentada ali.
“... essa garota é MINHA convidada, assim como as amigas dela... Dá
pra você deixar de ser implicante, pelo menos uma vez na vida? Ela é minha
amiga, pow! Dá um tempo!” Respondeu , irritado. A essa altura, me
olhava, sorrindo vitoriosamente. Ela conseguia me irritar com as coisas mais
bobas do mundo.
“Deixa de ser egocêntrico e achar que o mundo gira ao redor do teu umbigo,
. Eu vim até aqui só pra ver o ensaiar e dar uma opinião sobre
a nova musica.” Disse ela, me olhando com aquele ar de superioridade que eu
tanto odiava.
“E desde quando o ou qualquer um de nós precisa de você dando opinião
sobre as nossas musicas?”
“Desde quando fui eu quem a escreveu!” Ela disse, sorrindo e fazendo todos
sorrirem. Balancei a cabeça negativamente, e fui me sentar no meu lugar.
Certo, ela tinha talento pra escrever... Nós não gostávamos de tocar
composições de outras pessoas, mas abríamos (graças ao ) exceções
quando se tratava de letras da , até por que, na maioria das vezes, nós
musicávamos o que ela escrevia, então era como se fosse uma parceria. Outra
coisa que não se podia negar é que ela era HOT! Até eu, que não gostava
dela, passava mal ao vê-la desfilar com aquelas saias curtíssimas que ela e
as amigas costumavam usar. Nenhuma delas era feia, muito pelo contrário...
Todas eram muito bonitas, mas chegava a ser quase perfeita, o que me
fazia até passar mal, e eu a odiava ainda mais por isso. Era frustrante
andar com a menina mais HOT da escola, e não poder me aproveitar disso, pelo
simples fato de ela ser totalmente insuportável!
Terminamos o ensaio, e resolvemos ir comer alguma coisa. Fiquei feliz com
isso... Meu estômago realmente roncava, pois eu não comia nada desde o
almoço, mas toda a minha empolgação foi embora no momento que eu vi a
entrar no carro do , junto com as outras meninas. Respirei fundo e
fechei os olhos, entrando no carro do . Ia ser uma noite longa...
CAPITULO 2
Chegamos à pizzaria, escolhemos uma mesa e sentamos. chamou o garçom e
pediu as pizzas e também uma coca-cola, já que todos nós entramos em acordo
quanto a isso. Todos nós, exceto a . Ela logo levantou o dedinho e
pediu um suco de laranja ao garçom (que, por sinal, secava as pernas dela!
¬¬). Olhei pra ela com a minha melhor cara de “como assim” e ela apenas
sorriu e falou:
“Eu já tô saindo da minha dieta com a pizza... vou me sentir menos culpada
se tomar o suco, e não, o refrigerante.”
Como alguém troca coca cola pro suco? Ainda mais acompanhando pizza? O
garçom e os meninos riram. Eu a olhei e balancei a cabeça negativamente,
como eu sempre fazia quando ela me irritava ou fazia alguma coisa que eu
desaprovava ou achava totalmente idiota. Ela me olhou com uma cara de desdém
e voltou a conversar com , a segunda mais fútil, em minha opinião.
também resolveu tomar o bendito suco, e logo e aderiram a
modinha. Bom, pelo menos sobra mais, certo?
Eu e começamos a conversar sobre um filme que ia estrear no cinema, e
pouco depois, levantou pra ir ao banheiro. Me xinguei mentalmente ao
ver ela levantar e sair caminhando pela pizzaria.Sinceramente, ela era muito
gostosa! Muito gostosa mesmo... Angelina Jolie, minha diva, do lado da
, passava despercebida. Nesse momento, a pizza chegou, e eu pude
desviar a minha atenção para o meu estômago. voltou do banheiro, e
sentou novamente em seu lugar: de frente pra mim e ao lado do . Me
servi da pizza, e pedi ao que me passasse o ketchup. Ele atendeu ao
meu pedido e nós continuamos conversando normalmente, enquanto eu
“temperava” a minha pizza com aquele molho vermelho que saia do potinho.
Estava distraído na minha conversa com o , que nem vi que o ketchup da
minha pizza espirrou na blusa da , que gritou:
“Seu inútiiiiiiiil! Olha só o que você fez com a minha blusa!!!”
“Hey... desculpa garota! Eu não fiz por querer!! É só uma blusa...”
“Só uma blusa? SÓ UMA BLUSA? , isso é da coleção do Galliano!”
“De quem?” perguntei, confuso.
“John Galliano, !! Um estilista mundialmente premiado, e você manchou
toda a minha blusa!”
“Desculpa, ... É só lavar que sai!”
“Não, não sai! Isso é ketchup, ! Não sai!” Falou ela, chorosa.
“Desculpa mesmo, ... eu não queria...”
“Você é um inútil mesmo, ! E um desastrado!” Disse ela, levantando e
saindo, sendo seguida pelas amigas. me olhou e eu dei de ombros.
“, você devia ao menos ter se desculpado...” Disse ele, e eu arregalei
os olhos.
“Mas eu me desculpei, !”
“Talvez não tenha sido o suficiente, ...” Disse , me olhando.
“Aah, cara... vocês tão de gozação! Só pode!” Disse eu, levantando e saindo.
Cheguei lá fora e encontrei a , sentada na calçada com as amigas.
“Hey... posso falar com você?” perguntei eu. Certo que eu não gostava dela,
mas deixar a garota chateada comigo não seria muito legal. Às vezes eu tenho
medo do instinto vingativo dela... u.u
“Se você não quiser estragar meu jeans também...” disse ela, levantando a
cabeça e me encarando.
“Bom, eu só queria dizer que eu realmente lamento... Não fiz por querer! Eu
não queria estragar a sua blusa do Galli... Gallon... Ah, que seja!”
riu. Na verdade, ela gargalhou. Levantou, e colocou a mão no meu
ombro, ainda sem parar de rir. Depois de um tempo, ela tomou ar e me olhou,
dizendo:
“É Galliano, seu tapado... e fica tudo bem, se você comprar outra blusa pra
mim!”
Eu sorri. Era a primeira vez em anos que eu conseguia trocar mais de três
frases com a sem brigar. Certo, ela me chamou de tapado, mas eu
relevei.
“Okay... eu compro a blusa do Gallinho pra você...” Disse eu, e
sorriu, voltando à atenção para as amigas. Eu entrei na pizzaria de novo e
olhei para meu prato. A essa altura, minha pizza tava gelada. me
olhou, com a boca cheia de pizza, como quem pedia uma explicação.
“Tá tudo bem... eu só tenho que comprar uma blusa nova pra ela.”
“Dude... eu tenho dó de você! Eu já saí pra fazer compras com a , e,
putz... ela demora horas pra escolher alguma coisa!” Disse , com a boca
suja de maionese, o que me fez sorrir.
“Como se ela precisasse de muita coisa pra ficar bonita...” Disse ,
olhando para as meninas, que vinham caminhando do lado de fora, em direção a
porta da lanchonete. Nesse momento, todos nós olhamos para elas e o
continuou dizendo:
“Dude... ela é muuuuuito hot! As meninas são lindas, mas ninguém supera a
em quesito de gostosura...”
Eu e rimos da observação do , e rimos mais ainda ao ver o dar
um “pedala” nele.
CAPITULO 3
A semana seguinte passou voando. A essa altura a nem lembrava mais da
blusa do cara com nome estranho e eu deixei de lado também. O
realmente me assustou falando de como era horrível fazer compras com ela. Na
sexta feira pela manhã nós tínhamos aula. Acordei de mau humor (como
sempre!), com a minha mãe gritando pelos corredores. Levantei e fui tomar
banho, me vestindo e descendo para o café logo em seguida. Saí de casa e em
menos de 20 minutos estava na escola. Encontrei os meninos sentados no
pátio, e o estava aparentemente nervoso. Fui até eles e perguntei o
que tava acontecendo.
“Dude... o diretor quer falar com a gente!”
Suei frio. Sempre que eu ia à sala do diretor eu chegava em casa com uma
advertência, e sempre era proibido pela minha mãe de sair, ficar na internet
e ensaiar com a banda. Já ia perguntar o porquê da “convocação” do Mr.
Johnson, quando a chegou, perguntando:
“Encrencados, Loosers?”
“Na verdade, eu acho que não, ... Dessa vez a gente não fez nada! Juro
que se formos acusados, vai ser injustamente...” Disse , fazendo
sorrir. Ela fez carinho no rosto do menino, e disse:
“Fale por você ...” – Ela me olhou com o ar de desprezo que eu já disse
odiar e continuou – “ Alguns aqui são idiotas o suficiente pra fazer
bobagens sem perceber o que estão fazendo...”
Eu dei de ombros e sai com o , em direção a sala do diretor. deu
um beijo na testa de e puxou , acompanhando a mim e ao .
Entramos na sala de espera do diretor e a secretária dele disse que ele
estava nos esperando. Entramos os quatro na sala de Mr. Johnson, que estava
de pé, fumando um cigarro ao lado da janela.
“Sentem-se, meninos...” Disse ele, dando uma tragada no cigarro, e
apagando-o no cinzeiro, logo em seguida. , nervoso, começou a falar.
“Olha, Mr. Johnson, a gente já aprontou muito, eu sei, mas eu juro que dessa
vez nós fomos acusados injustamente... Juro que a gente não fez
absolutamente nada e...”
“Eu sei, Sr. ... Não os convidei aqui para brigar com vocês ou coisa
do gênero.”
Nós nos entreolhamos, intrigados. Afinal de contas, o que era que ele queria
conosco, se não era nos advertir sobre alguma coisa que nós (dessa vez) não
fizemos?
“Então... por que nós fomos chamados aqui?” Perguntei, com medo da resposta.
Mr. Johnson sentou na cadeira e me olhou, sorrindo.
“É sobre o baile da primavera...”
“O que A GENTE tem a ver com o BAILE DE PRIMAVERA?” perguntou , e nós
voltamos a olhar para o diretor.
“Vocês tem uma banda, certo?”
“Humrum...” respondemos todos nós, ao mesmo tempo.
“Então... eu gostaria de saber se vocês não querem tocar no baile...”
“Ermm... CLARO QUE SIM!” Disse . Bom, na verdade ele gritou, mas isso
não vem ao caso. Acertamos tudo com o diretor, inclusive o cachê (ou você
acha que a gente ia tocar de graça? Não meeeesmo!). Saímos da sala do
diretor alegres e voltamos para o pátio. Minutos depois, o sinal tocou e nós
fomos obrigados a ir para a sala de aula. Eu tinha aula de literatura, assim
como a , a e o Casey Richardson, um playboy com cara de
boybander que vivia rondando a e as amigas dela. Entrei na sala e me
sentei na ultima cadeira, mas a professora mais insuportável do colégio, a
Sra. Johansson, me pediu (leia: ordenou) que eu sentasse mais a frente. Me
indicou um lugar ao lado da , e eu fui até lá, parecendo um boi no
caminho pro matadouro. Ela me olhou e perguntou baixinho:
“Encrencados, ?”
Eu neguei com a cabeça e enquanto a Sra. Johansson tentava inutilmente nos
explicar o assunto, eu contei toda a história sobre a banda para ela e
. Casey, o carrapato de , ouviu também, e aproveitou a deixa.
“... falando em baile, que tal se nós fossemos juntos, han?”
“Talvez... eu vou pensar a respeito e te dou uma resposta, okay, Casey?”
“Ok, babe...” Disse ele, dando um beijo na bochecha dela e saindo da sala,
já que o sinal havia tocado. Eu fiz uma cara de nojo ao ver a cena e
sorriu, dando um tapinha no meu braço.
“Ah, ... ele nem é tão idiota assim...” disse ela, rindo. Eu gostava
de , achava a garota muito agradável, simplesmente pelo fato de ela
não ser tão fútil quanto às outras. Eu sorri para ela também e respondi:
“Não... Ele não é idiota, ele apenas não tem neurônios. Qual é, ... só
se você tiver um cérebro de ameba pra conversar com uma cara como esses....”
“Pura inveja, ...” Disse , que estava ouvindo toda a conversa.
Por um momento, eu havia esquecido que ela estava ali.
“Inveja nada, ! Ele é idiota mesmo...” Eu disse, e ela me olhou, quase
me fuzilando com os olhos. Enfiou o dedo no meu peito e começou a falar:
“Escuta aqui, ... eu não tenho cérebro de ameba, mas acho o
Casey muito legal, tá? Para de falar mal do garoto só por que você não tem
capacidade o suficiente pra ser que nem ele!”
“Eu não tenho capacidade pra ser que nem ele? HAHA... me sobra capacidade,
! Mas eu não quero ser imbecil feito ele!”
“Sobra capacidade? Sobra capacidade pra que, ? Você é inútil... pra
qualquer coisa!”
“Eu, ao menos, consigo pensar... O Casey é só músculo...”
“E você é um raquítico! Inveja do Casey só porque ele é FIT e todas as
garotas querem sair com ele... Você tem inveja, porque nem com uma vida
inteira de malhação você chegaria perto de ser bonito com o Casey é!”
“Realmente... ele deve ter passado a vida inteira dentro de uma academia...
Malhou tanto que desenvolveu os músculos, mas esqueceu de raciocinar e
atrofiou o cérebro, porque só sendo muito burro mesmo pra convidar você pra
sair! Tem que ter cérebro de pinto pra te agüentar, garota... Ou talvez, ele
não estivesse pensando com o cérebro...” Disse eu, olhando-a de cima a
baixo. Ela bateu com a bolsa no meu braço, e saiu gritando que me odiava.
saiu atrás dela, mas não deixou de sorrir pra mim e concordar com
tudo o que eu tinha falado sobre Casey. Eu sorri e saí correndo da sala.
Tinha ensaio com a banda e não podia me atrasar.
Eram 3 da tarde quando eu cheguei para o ensaio, e e as amigas já
estavam lá. e estavam atrasados, e isso me irritou. Alguns minutos
depois, alguém bateu na porta e eu fui abrir, esperando encontrar um dos
McGuys ausentes, mas acabei dando de cara com Casey.
“O que é que você tá fazendo aqui?” perguntei, olhando-o com raiva. Eu
detestava aquele tipinho. Ele me olhou com desdém, do mesmo modo que
fazia, e disse:
“A minha garota me convidou...”
Eu olhei pra , que sorria para Casey. Voltei minha atenção para o
garoto e disse:
“Pois então, pega a sua garota e vai embora, por que você não pode assistir
ao ensaio...”
“COMO ASSIM, NÃO PODE ASSISTIR AO ENSAIO?” gritou , se levantando e
vindo em minha direção. Eu a olhei, e disse novamente que ele não podia
ficar, batendo a porta na cara do garoto. Ela arregalou os olhos, e me
empurrou pra trás, mas eu não saí do lugar.
“Sai da frente, ... ele vai ficar sim!”
“Não vai não! É a minha banda... ele entra, eu saio e não tem mais ensaio!”
“Aaaaaaah! Eu te odeio, garoto!”
“Como seu eu morresse de amores por você...” disse eu, com desdém, do mesmo
jeito que ela fazia. Ela estava vermelha de raiva, e eu nunca havia visto
ela irritada daquele jeito. Certo que eu também não estava muito diferente,
e a encarava do mesmo jeito que ela fazia comigo. Acho que eu fui juntando
todas as brigas e acabei explodindo de uma vez só, assim como ela também.
Brigamos por muito tempo, até que gritamos juntos a frase que provavelmente
mudou a nossa vida:
“EU TE ODEIO!”
CAPITULO 4
Depois que e chegaram e e narraram todo o ocorrido,
resolveu dar uma de pacifista e convidou a todos nós pra irmos dormir
na casa dele. Ou melhor, ele convidou os outros e obrigou que eu e
fossemos. Decidi não contrariar o e parece que ela pensava do mesmo
jeito. Ensaiamos, ou melhor, tentamos ensaiar, mas não adiantou e logo nós
fomos pra casa de . As meninas, exceto , resolveram não ir, e
tinha um compromisso com a mãe, então éramos apenas eu, , ,
e , apenas. Nessa noite eu descobri o lado manipulador do .
Ele fez com que eu e ficássemos na sala, enquanto ele ficava no quarto
dele e e iriam dividir o quarto de hóspedes. Eu e não
fizemos nenhuma objeção, porque a gente sabia o interesse do na e
vice-versa. Bom, como eu sou um cavalheiro (?), eu deixei que ela ficasse
com o sofá e me deitei no tapete. Dormi feito uma pedra (okay, pedras não
dormem, mas vocês entenderam, né?), e acordei no dia seguinte, levantando do
sofá e indo até o banheiro. Debrucei-me sobre a pia, ainda de olhos fechados
e lavei o rosto. Parece que até então, ninguém havia acordado. Abri a porta
do armário e peguei minha escova de dente e coloquei creme dental, fazendo
todo aquele processo que vocês conhecem como “escovar os dentes”. Bati a
cabeça na porta do armário, e fechei a porta com raiva. Aquilo doía, dude!
Mas doeu mais ao ver que a imagem refletida no espelho não era a minha. Era
a que estava ali! Levei a mão ao rosto, vendo a imagem que o espelho
refletia fazer o mesmo, e então, corri a mão pelo cabelo, sentindo-o mais
longo que de costume. Então eu gritei! Me arrepiei ao ouvir a voz aguda da
saindo pelo que devia ser a MINHA boca, mas não era! Corri até a sala
e vi meu corpo deitado no chão, dormindo numa pose não muito máscula (¬¬).
Me aproximei com medo e toquei o meu corpo. Eu ouvi a minha voz, resmungando
alguma coisa, e me vi abrir os olhos bem devagar. Então, eu ouvi um grito.
“Aaaaaaaaaah!!! Quem é você? Um clone de mim?”
“?” Perguntei eu, levando um tapa no braço. Dude... Eu não sabia que um
tapa meu doía tanto!
“E você sabe meu nome? Quem é você? O que você quer aqui?”
“Eu acho que você precisa ver isso...” Disse eu, estendendo a mão pra que
ela (?) pudesse levantar. Fui caminhando e guiando-a até o banheiro, e
quando a fiz olhar no espelho, desmaiou. Percebi também como eu sou
pesado. Fiquei ali por um tempo, esperando a acordar.
“?” Perguntou ela, logo que abriu os olhos e me(?) viu.
“Fica calma, ... A gente vai resolver isso!”
“Ai, meu Deeus! Como foi que isso aconteceu?”
“Eu não sei, mas eu acho bom a gente não contar nada pra ninguém, pelo menos
por enquanto... Vão acabar achando que a gente tá louco!”
Nesse exato momento, o telefone dela tocou uma musica ridícula, como Barbie
girl ou coisa do tipo. Ela correu pra atender, e eu corri atrás, tomando o
telefone da mão dela, que me olhou estranho, mas depois se deu conta do que
estava acontecendo. Eu atendi ao telefone, meio nervoso.
“Alô?”
“, minha filha! Onde você está?”
“Ermm... Ahm... Mãe... eu estou na casa do ...”
“Você esqueceu que eu e seu pai vamos viajar hoje, minha princesa?”
“Viajar? Hoje?” bateu a mão na testa, como se tivesse lembrado de
algo, e eu sorri. Ela era totalmente desligada!
“É sim... um mês, Europa, Lua de mel... Isso te lembra alguma coisa?”
Eu sorri, e olhei pra , que estava sentando no sofá nesse exato
momento, meio chateada.
“Okay, mãe... o vai... me levar até o aeroporto...”
levantou a cabeça e me olhou, sorrindo. É, ela ficou feliz pelo que eu
fiz... A garota era muito apegada a mãe e ficaria triste se não pudesse se
despedir dela, mas de repente, a expressão da mudou. Terminei a minha
conversa por telefone, e desliguei, sentando ao lado dela que me olhava
confusa.
“Qual o problema agora?” Perguntei eu, e ela me olhou.
“... como eu vou fazer pra tomar banho? Ou melhor, como VOCÊ vai fazer
pra tomar banho?”
Nesse momento eu percebi o que tava acontecendo. Eu tava no corpo da .
O corpo da , cara! O corpo mais HOT de toda a escola, e EU iria vê-la
nua, mais cedo ou mais tarde, afinal de contas, eu teria que tomar banho.
Essa idéia me fez sorrir, e ela bateu mais uma vez no meu braço, como se
houvesse lido meu pensamento.
“Deixa de ser tarado, garoto! Não tá vendo que isso é sério? VOCÊ tá preso
no MEU corpo e fica pensando em como vai ser me ver nua?”
“Hey, ... calminha aí... você vai me ver nu também, e ver você nua não
vai ser a maior emoção da minha vida...”
“Até parece que te ver pelado vai mudar muita coisa...” Disse ela, rolando
os olhos, o que me fez rir, e ela me encarou, séria.
“Dude... você sinceramente tem que parar com isso... Já imaginou o que os
meus amigos vão dizer, ME vendo rolar os olhos desse jeito?”
“E você acha que eu ligo?”
“, meu amorzinho... você não tá entendendo... Se você manchar a minha
reputação, eu simplesmente acabo com seus dias de Glamour... ou simplesmente
acabo com a sua reputação também.... Você as vezes esquece que eu estou tão
preso no seu corpo quanto você no meu...”
Ela me olhou séria, e suspirou (Ok, ela tinha que parar com os suspiros
também), levantando e indo pegar minhas roupas. Vestiu minha calça por cima
da boxer que eu usava pra dormir e eu sorri ao ouvir ela soltar um palavrão
quando as calças escorregaram até o meio da bunda.
“Porque você tem que usar calças tão largas, ?”
“Elas são mais confortáveis... Não ficam encostando onde não devem! Você vai
perceber isso com o tempo...”
Ela vestiu a camisa e se sentou no sofá, ainda resmungando. Depois, me olhou
e sorriu, apontando a roupa que havia usado no dia anterior: Uma mini-saia
rosa, com uma blusa branca e um sapato rosa, de salto alto. Eu respirei
fundo e peguei a roupa que eu tinha que vestir. Sentei no sofá, junto com
ela, tirando o short do pijama que eu estava vestindo. Sorri ao ver as
pernas que faziam tanto sucesso e ela me bateu de novo. Vesti a saia e corri
os dedos pela blusa do pijama, tirando-a rapidamente. Mais uma vez, ela me
bateu, por que a minha curiosidade era tanta, que eu tive que olhar pra
baixo. Aliás, ela tinha belos seios também. Vesti a blusa e calcei o sapato,
tentando me levantar. ria, sentada no sofá.
“Pra você é fácil, né? Fica por ai, andando no meu all star, enquanto eu
tenho que me equilibrar nesse troço aqui...”
“Tá bom, ... deixa de ser reclamão... Nem é tão difícil assim...”
“Pra mim, que nunca andei de salto alto é bem difícil sim, tá?”
Ela sorriu e me abraçou pela cintura, e eu coloquei a mão na cintura dela
(?) também, procurando equilíbrio, e nós saímos caminhando. Entramos no
carro, e a se sentou no banco do passageiro, cruzando as pernas, mas
logo o desfez.
“Cara... eu não sabia que incomodava tanto!”
Eu sorri. Ela geralmente reclamava de ter que dividir o banco traseiro do
carro com dois garotos, pelo simples fato de nós sentarmos de pernas
abertas.
“Pois é... eu já disse milhões de vezes que incomoda, mas você nunca
acreditou...”
“É... agora, ... vê se aprende a sentar de pernas cruzadas, porque eu
não quero que ninguém saia por ai vendo minha calçinha, tá?”
Eu sorri de novo e balancei a cabeça positivamente, dando partida no carro,
em direção ao aeroporto.
CAPITULO 5
Estávamos voltando do aeroporto sem dar uma palavra, até que a
resolveu quebrar o silêncio.
“... Eu sei que isso é estranho pra nós dois, mas, cara... tenta
entender o meu lado... Tá sendo muito difícil pra mim saber que de um jeito
ou de outro, você vai invadir a minha intimidade e eu não vou poder fazer
nada...” Ela abaixou a cabeça, triste. Era estranho pra mim... Eu conseguia
me ver de um jeito tão “afeminado” que me dava até medo.
“Hey, ... Eu posso ser totalmente imbecil de vez em quando, mas eu te
entendo, até porque tá sendo difícil pra mim também...”
“Mas é diferente, !”
“Diferente por quê? Eu tô na mesma situação que você... eu diria que até
pior, porque eu tenho que ficar ouvindo graçinhas de um monte de marmanjo na
rua, eu tenho que andar de salto alto, e ainda por cima, suas calçinhas
ficam entrando na bunda!”
sorriu, bem triste, devo admitir... Eu resolvi parar o carro, pois a
gente tinha que conversar. Ela me olhou mais uma vez, e começou a falar.
“... você não sabe o que eu tô sentindo agora...”
“Eu sei, ... eu realmente sei... é difícil pra mim também, mas a gente
vai superar isso, e...”
“... você vai ser o primeiro cara, em toda a minha vida, que vai me
ver nua! Você acha que eu vou me sentir bem com tudo isso?”
É... Eu tinha esquecido desse detalhe! Mesmo sendo a garota mais hot do
colégio, ainda era virgem. Nenhum homem já tinha chegado a encostar
nem um dedo acima do umbigo da menina, imagine vê-la nua! Eu olhei pra ela,
e vi que ela ainda me olhava triste.
“Hey... eu sinto muito por isso, ok?”
“Eu sei que sente, mas... Não há nada que a gente possa fazer quanto a isso,
não é?”
Eu balancei a cabeça negativamente, e sorri, olhando pra ela.
“A não ser que você queira me dar banho todos os dias...”
Ela sorriu, e negou com a cabeça.
“Okay... a gente vai ter que lidar com isso juntos, certo?”
“Tem jeito?” Perguntei eu, rolando os olhos como ela sempre fazia, e ela
sorriu de novo.
“Cara... eu não tinha noção de como eu fico irritante quando faço isso!”
“Pois é... mas eu tenho!”
“...”- disse ela, entre risos. – “Eu acho que o mais correto seria que
a gente ficasse na minha casa...”
“Nós dois? Juntos? Na mesma casa?”
“É... tipo, assim a gente ia dar menos bandeira, sabe?”
“Concordo, mas... será que a gente não vai acabar se matando?”
“ ! Você tá parecendo uma garota, sabia?”
Nós dois rimos muito, e depois eu olhei pra ela, que ainda me olhava e
sorria.
“Trégua?” Perguntei eu.
“Humrum... Cara! Eu não fazia idéia de como você é linda!” Disse ela, o que
nos fez rir, de novo. Eu olhei pra ela e entrei no jogo, passando a mão na
barriga dela (ou seja, na minha barriga!).
“Eu também não tinha noção de como você é sexy, !”
Nós rimos muito, e eu voltei a dirigir o carro. Fui até a minha casa, e a
entrou junto comigo, afinal, se eu iria pra casa dela, deveria levar
minhas roupas, pois ela tinha que vestir alguma coisa. Saímos de lá direto
pra casa da . Entramos e comemos alguma coisa, e minutos depois, meu
celular tocou: !
sorriu e pegou meu telefone, atendendo-o.
“Fala !”
“ , seu filho de uma égua, você esqueceu o ensaio?”
“Ensaio?” Ela me olhou e eu bati a mão na testa. Era tanta coisa que eu
tinha até esquecido do ensaio de hoje a tarde... E até mesmo do show que a
gente faria no baile da primavera! Agora, mas do que nunca, a gente tinha
que resolver logo aquela situação.
“É, ! Ensaio! Se você não sabe o que é, eu explico... Ensaio é quando
a gente se junta pra...”
“Eu sei bem o que é um ensaio, ... Desculpa, eu realmente esqueci!”
“A gente sabe que você esqueceu, ! Depois de te esperar por 40
minutos, a ficha caiu e a gente percebeu que você não vinha!”
“, dá pra parar de ralhar comigo por pelo menos um minuto?
Putaquepariu... Eu não tive culpa, certo? Pintaram uns... problemas e eu
tive que resolver, mas não vai dar pra ensaiar...”
“Okay, ... a gente deixa passar, mas é só dessa vez, certo? Não vai
acostumando mal não, tá!”
“Certo, certo... agora, me deixa em paz, !”
desligou o telefone e me olhou. Eu sorri, “dizendo” a ela que ela
havia se saído bem na conversa com o , se bem que até uma criança de
seis anos consegue tapear o . Meu medo na verdade era outro:
! Cara, o pode ter a maior cara de idiota do mundo, mas ele é meu
amigo, talvez até o melhor (embora seja com o que eu falo sacanagem e
com o que eu saio a caça), e ele me conhece muito bem. Eu tenho medo
que ele desmascare a , embora ela esteja se saindo muito bem no papel
de “ ”.
CAPITULO 6
Eu estava sentado no sofá, junto com ela, que ligou a TV, parando em um
canal qualquer. Ficamos ali, em silêncio durante algum tempo, e minutos
depois, olhei para , que estava com uma expressão bastante angustiada.
“Hey... o que foi agora?”
“Nada não, ... deixa pra lá!”
“Algum problema, ?”
“Não...”
“Tem certeza?”
“Aaaaaaah, ... eu preciso ir ao banheiro!” Disse ela, apertando os
lábios, como se isso fosse acabar com a vontade de fazer xixi. Eu sorri e
disse:
“Isso se resolve facilmente... Vai ao banheiro!”
“NÃÃÃÃO!”
“Calma, ! É só o banheiro...”
“, numero um: eu não quero te ver pelado! Numero dois: eu não sei como
se faz isso! Nunca fiz xixi em pé e por fim, numero três: EU NÃO QUERO TER
QUE POR A MÃO NO SEU...”
Eu ri. Cara, eu ri disso por horas. Ela tava ali, apertada, mas não queria
ir ao banheiro só pra não ter que encostar no Bráulio? (haeiaueuaeahea
Bráulio... Nome saído do filme 40 dias e 40 noites! Bem legal! A Autora
recomenda!).
“Tudo bem... se você quiser, eu faço isso por você...”
“NÃO MESMO! Você não vai encostar as minhas mãos nisso de jeito nenhum!”
“Então vai logo ao banheiro! Coragem, ! Uma hora ou outra, você ia ter
que fazer isso... Uma hora ou outra, EU vou ter que fazer isso...”
Ela me olhou e levantou, indo em direção ao banheiro. Demoraram alguns
minutos até que voltou e se sentou no sofá.
“Aliviada?”
“Um pouco, eu não consigo me sentir bem com isso, então, eu não consegui
fazer o que devia do jeito que devia... É muito complexo!”
Eu olhei pra ela sorrindo e ia começar um “curso básico de como fazer xixi”
em pé, mas ela logo começou a falar.
“, você percebeu que a gente não tem brigado tanto desde que tudo isso
aconteceu?”
“, isso só aconteceu há algumas horas e...”
“Ainda assim... até ontem nós tocaríamos três palavras e partiríamos pra
pancada... Até agora, a gente tá conversando normal...”
“Será por que a gente tem que se agüentar até resolver esse pequeno
probleminha?” Eu disse, apontando pros “meus” seios, e riu.
“É... eu estranhei o fato da gente não estar brigando, mas eu até gosto de
estar na boa com você, e...”
“Eu também curti poder conversar com você feito gente grande...”
“É, eu sei...” – Ela sorriu – “Mas tipo... eu tava pensando.. Os meninos iam
estranhar essa mudança repentina entre a gente, então a gente tem que
continuar brigando na frente deles... e eles nem podem sonhar que você tá
aqui em casa!”
“Eu já tinha pensado nisso...”
“É... vamos manter em segredo... principalmente das meninas... elas iriam te
bombardear de perguntas e iriam perguntar até se eu já fui pra cama com
você, o que definitivamente, seria terrível...”
Nós sorrimos e ficamos conversando por alguns minutos, até que o telefone de
tocou e eu fui atender.
“?”
“Eu sim, quem é?”
“Nossa, nem reconhece mais a minha voz, né? Sou eu, a , sua falsa!”
“Ah, ... desculpa... Eu tava dormindo, e acordei com o telefone
tocando..”
“Tudo bem, então... vou perdoar, mas só dessa vez... Agora vai se arrumar
que daqui a quinze minutos eu passo ai com as meninas pra gente ir pro
shopping.”
“Ahn, ... eu sinceramente não tô afim de shopping hoje...”
“Mas você vai! Ah, ... Hoje é sábado, cara!! E sábado é dia de
shopping, e você sabe muito bem disso...”
Eu olhei pra e ela deu de ombros, deixando a decisão em minhas mãos.
Resolvi aceitar, afinal de contas, a nunca perderia um passeio com as
amigas sem um motivo realmente bom.
“Eu vou tomar um banho e me arrumar, okay?” disse eu, subindo as escadas.
me olhou sorrindo e levantou, subindo logo atrás de mim. Ela me fez
entrar no quarto dela e enquanto eu me preparava para o banho, ela escolhia
o que eu deveria usar. Estávamos calados, e o silêncio começava a me
incomodar. pareceu notar isso e resolveu falar.
“...”
“Hum?”
“Toma banho, mas, pelo amor de Deus, não fica “me” olhando por muito tempo
ou eu vou acabar morrendo de vergonha...”
Eu sorri, afirmando com a cabeça e entrei no banheiro. ei um banho rápido
e me preparei para um dia que ia ser, no mínimo, interessante...
CAPITULO 7
Saí do banho e me vesti rapidamente (com a ajuda da , porque sem ela,
eu levaria anos!). A tinha sido muito legal na escolha da roupa e eu
iria usar um tênis, se bem que eu acho que ela não estava pensando no meu
conforto quando escolheu aquilo, e sim, no vexame que seria eu andando pelo
shopping totalmente sem equilíbrio num salto alto. Bom, ela me deu um tênis,
mas em compensação, me fez usar mini-saia, com o pretexto que ficaria mais
feminino do que com uma calça jeans. Paciência! Minutos depois, as meninas
buzinaram lá fora, e eu desci pra abrir a porta. se escondeu no
banheiro dos pais dela até que nós saímos. Entrei no carro, sentando ao lado
da , no banco de trás. Elas conversavam animadamente sobre alguma coisa
e eu estava bem longe dali. “Acordei” com a me sacudindo.
“!!!”
“Ahn? Eu?”
“Tem outra aqui no carro, sua tapada?” Perguntou , me olhando.
Isso me assustou, pois era a quem estava dirigindo, e eu sinceramente
não confiava no senso de direção dela...
“Desculpa, meninas... eu tava distraída.”
“A gente percebeu...” – Disse , sorrindo. – “A gente tava falando
sobre os meninos...”
“Hummm... falando o que, exatamente?”
“A e a ... elas estavam discutindo sobre o mais bonito... ou
?”
“O que você acha, ?” Eu perguntei. Cara, conversa de mulher é
esquisita!
“Eu sinceramente não gosto de opinar, ... você sabe! Pra mim, beleza
não conta tanto... O mais legal é o , isso o torna mais bonito que os
outros, pelo menos aos meus olhos. Mas o também é muito fofinho... E
outra: são belezas diferentes...”
“Certo, são belezas diferentes, mas a beleza do é diferente...” disse
, e eu sorri.
“!” Disse eu, pois eu tinha CERTEZA que essa seria a resposta da .
Eles são muito amigos, desde a 5ª série e ela vive enchendo a bola dele.
“Okay... a opinião da não conta... ela vive protegendo o ...”
Disse , revirando os olhos e eu sorri. Chegamos ao shopping e começamos
a caminhar, parando as vezes para que as meninas pudessem admirar as
vitrines ou experimentar alguma coisa. Eu me pergunto qual é a graça de ir
pro shopping ficar rodando feito barata tonta, mas tudo bem... Esta mais uma
vez distraído, quando a segurou na minha mão e saiu me arrastando,
gritando pras meninas que ia ao banheiro.
“Algum problema, ?”
“Não, não, ... por quê?”
“Sei lá... você tá tão aérea, tão calada hoje... e geralmente você é a mais
falante...”
“Não tem nada, juro... Eu só tô um pouco cansada... só isso!”
“Okay, então... vamos voltar, right?”
Íamos voltando para perto das meninas quando eu vi uma coisa que não me
agradou muito: Casey Richardson! Eu segurei a pelo braço e a puxei de
volta para o banheiro.
“Minha nossa, ! O que foi?”
“É o Casey, ...Ele tá lá conversando com as meninas...”
“E o que é que tem? O Casey SEMPRE conversa com as meninas, inclusive com
você...”
“Ah, ... mas hoje é um dia diferente e eu não tô nem um pouco a fim de
agüentar aquele cérebro de minhoca...”
“... você realmente não está normal... Não quer conversar com o Casey,
chama ele de cérebro de minhoca...”
“Tá... eu acabei de descobrir que ele tem cérebro de minhoca e que eu não
gosto dele...”
“A vai pirar quando souber...”
“Por quê? Ela tá interessada nele, é?”
“Não, idiota...” – Ela me deu um pedala. Eu não sabia que as garotas
trocavam pedalas... Achava que isso era coisa nossa, mas tudo bem. – “Ela
armou com ele pra ele vir pro shopping hoje e ficar com você...”
“ELA O QUE?” eu gritei. Cara, quando a disse isso, meu estômago
revirou.
“Calma, ... Todo mundo sabe que vocês tão afim de ficar há um
tempão...”
Fato: a tinha um péssimo gosto pra namorados! Casey Richardson
comprova isso!
“Eu? Não, não… eu nunca gostei do Casey… Digo, não pra ficar… ele pode até
ser agradável e tudo, mas eu não vou ficar com ele de jeito nenhum!
Principalmente hoje!”
“Okay... se você não quer ficar com ele, beleza... Mas como você vai dizer
isso a ele?”
“Eu não vou dizer nada a ele... a gente vai embora e pronto!”
me olhou, arregalando os olhos e sorriu. Parece que ela gostou da
idéia. Saímos juntos do shopping e fomos pra “minha casa”. Entramos rindo
muito do que havia acontecido, mas eu estava preocupado que a pudesse
estar por ali, mas ela não estava em casa. Ficamos conversando por um tempo,
até que alguém bateu na porta. Eu corri pra abrir e dei de cara com o .
“Hey, Dude!”
“Dude? Bebeu, ?” Perguntou o , entrando em casa e sentando no sofá.
me olhou, completamente vermelha. É fato: a gosta do .
“Não bebi nada não... é que eu tenho andado muito com o e isso anda
afetando meu vocabulário... E por falar em , cadê ele?”
“Tá vindo aí, com o ...”
“E porque resolveram vir pra cá? Tipo, as reuniões são sempre na casa do
, certo?”
“Certo, mas foi idéia do vir pra cá... ele queria passar a tarde de
sábado com a melhor amiga dele...”
Minutos depois, e a (?) entraram pela porta, rindo de alguma
coisa e o vinha logo atrás, trazendo uma caixinha de cerveja. “Hey
amor...” disse, me abraçando.
“Hey, ...” Eu sorri, e de repente, e entraram pela porta,
parecendo duas doidas.
“Caaaaaaaara... eu juro que eu te mato!!” Disse , que entrou em casa,
bufando. Inventei uma história qualquer e ela pareceu um pouco mais
conformada, mas ainda não estava feliz, afinal de contas, a havia
perdido a GRANDE chance de ficar com Casey Richardson. (¬¬)
A galera ficou na casa de a tarde toda, o que nos deixou um tanto
tensos, afinal, nós deveríamos ser bastante discretos sobre o que estava
acontecendo e por vezes simular alguma discussão sem sentido. Eram umas 11
da noite quando eles foram embora, e a saiu junto com eles, voltando
minutos depois. Ela subiu e foi para o quarto de seus pais, enquanto eu fui
para o quarto dela. Deitei para dormir, rezando para que eu acordasse no meu
próprio corpo, mas não foi o que aconteceu. Acordei ainda no corpo da ,
e desci as escadas, sentindo uma dorzinha chata no pé da barriga, mas no
momento, eu nem liguei. Encontrei a na cozinha, preparando ovos com
bacon, e me sentei, esperando ela terminar o que estava fazendo, mas a dor
estava aumentando e começando a me incomodar. Ela cantava uma musica nossa,
que ela havia ajudado a escrever e eu sorria. Quando acabou o que estava
fazendo, ela nos serviu e se sentou a minha frente, sorrindo.
“Eu gosto da sua voz, ... Não sei por que, mas eu gosto...”
“Mas sempre foi cabeça dura e sempre disse os outros meninos cantavam melhor
do que eu...”
“Era birra, seu bobo... E ai? Os ovos tão bons?” É... Ela tinha uma
capacidade incrível de mudar de assunto.
“Estão sim, ...”
“Mas sua cara não está tão boa assim... Aconteceu alguma coisa?”
“Ah, eu estou com uma dor insuportável...”
“Aonde?”
Eu apontei o lugar que doía e desatou a rir. Olhei pra ela, incrédulo,
e ela colocou a mão no meu ombro, sorrindo. Depois me perguntou a data, e
quando eu respondi, ela riu mais ainda. Eu já estava ficando irritado, e ela
me olhou e disse:
“, sinto lhe informar, mas você vai ficar menstruado...”
CAPITULO 8
Dude, eu não sabia que cólicas podiam doer tanto! Passei o dia de cama,
fazendo compressas na barriga, tentando aliviar a dor, e ficou comigo
o tempo todo, conversando e tentando me fazer esquecer a dor, mas nem assim
adiantava. Procurei uma posição mais confortável, mas parecia não existir, e
meus seios (hahahaha bem engraçado dizer isso!) doíam. Ela me deu um remédio
e continuou fazendo compressas, enquanto conversávamos sobre a e o
. Ela me contou que a amiga nutria uma paixão secreta por ele, mas o
sempre foi muito discreto, então, eu não pude ajudar muito para o
momento cupido da .
A gente tava realmente se dando bem, o que era engraçado. Eu sempre fui
implicante, mas eu acabei descobrindo que a não era tão fútil quanto
parecia, e isso me deixou contente. Ela sempre tentava ajudar a todos que
estavam à volta dela (Percebe-se, não é? Ela perdeu a tarde toda fazendo
compressas em mim!). Eu estava meio perdido nos meus pensamentos sobre a
quando meu celular tocou e ela atendeu.
“?” Era o !
“Fala, cara... Tudo bem?”
“Tudo mais ou menos... eu tô aqui, na porta da tua casa e tua irmã acabou de
me dizer que você não dorme em casa desde ontem... Onde tu tá, garanhão?”
“Err... , eu não quero falar disso, certo?”
“Pow, ... tá de namorada nova e nem avisa a galera...”
“Dude, se eu quisesse que todo mundo ficasse sabendo, eu botava no jornal!”
“Ow, ... magoou! Mas me diz uma coisa... ela é hot? Como ela se
chama?”
“Já são duas coisas, ! Agora, se você me dá licença...”
“Tá bom, tá bom! Lembra que a gente tem ensaio amanhã, tá?”
“, amanhã tem aula...”
“O ensaio é a tarde, seu idiota!”
“Bom, é que...”
“É que nada... a gente tem um show no próximo sábado, esqueceu? Então, trata
de aproveitar pra fazer o que tiver de fazer com a sua namoradinha HOJE por
que AMANHÃ você é nosso...”
desligou o telefone e se sentou do meu lado, com uma carinha de
desespero. Eu havia escutado toda a conversa e sabia que era o lance do
ensaio que estava preocupando ela. Alisei o rosto dela (Que na verdade era o
meu rosto, e isso me pareceu bem gay!) e ela me olhou e sorriu.
“Fica tranqüila, tá? A gente arranja uma desculpa pra você faltar...”
“Isso vai acabar prejudicando você, ... é a sua banda, é o seu
sonho...”
Ela segurou na minha mão e abaixou a cabeça, parecendo bem triste. Eu
esqueci a dor da maldita cólica e sentei na cama, e nós nos abraçamos. Senti
um arrepio ao me dar conta que era a que eu estava abraçando, mas eu
gostei daquela sensação. Diria que ficaríamos mais tempo abraçados se não
fosse uma interrupção:
“Eu não acredito no que os meus olhinhos vêem... e ? Abraçados?”
Disse , que havia entrado no quarto sem que nenhum de nós dois
percebesse. me olhou fazendo cara de desespero mais uma vez e eu caí
na risada. Sussurrei um “deixa comigo” no ouvido dela, e ela levantou da
cama, saindo do quarto, me deixando a sós com a .
“Okay, dona ... Pode ir me contando o que foi que aconteceu...”
“Ah, amiga...”- Okay, eu me sinto gay falando assim...Outra coisa: Quantas
vezes eu já me senti gay no decorrer dessa história? – “Eu tava saindo do
supermercado, e comecei a passar mal. Sabe como é, né? Cólicas... Daí, eu
encontrei o na porta e ele me trouxe até aqui, e ficou me distraindo,
e a gente conversou e agora tá tudo bem...”
Ela me olhou, meio desconfiada, e eu achei que ela não tinha engolido aquela
história, mas ela sorriu e disse:
“Eu sempre disse que o era um fofo... você que nunca acreditou em
mim...”
Eu sorri e pedi a ela que não comentasse com ninguém. Ela concordou, mas
exigiu uma condição: Eu tinha que emprestar a ela uma bota lá. Eu concordei
(eu sei que a não negaria nada a uma amiga), mas perguntei pra que ela
queria (Eu sou curioso, tá legal?), e ela corou, dizendo que era pra sair
com o . Eu sorri e nós nos abraçamos, mas eu fiquei meio grilado com as
palavras que ela me disse antes de me soltar: “Recupera o tempo perdido com
o , amiga!”
CAPITULO 9
Acordei com o despertador tocando alto, às 6 da manhã e me perguntei pra que
haviam inventado a escola... Paciência! Levantei, tomei banho e a
escolheu o que eu deveria vestir, enquanto eu escolhia algo pra ela também.
Trocamos de roupa no mesmo quarto, e não foi totalmente estranho, afinal,
era como olhar pra nós mesmos. Descemos pro café, eu dava risada da
enquanto ela reclamava da calça, que ficava no meio da bunda. Mais uma vez,
paciência! Fomos para o colégio separados, afinal, se chegássemos juntos,
todo mundo ia estranhar. Ela foi dirigindo meu carro (O.o), e eu, no
transporte escolar que levava ela pro colégio todo dia. A tinha inglês
no primeiro horário, e a professora nunca tolerava atrasos, então eu tive
que correr, mas não deu resultado. Chegue em frente a sala dela as 7:12, e
já me preparava para ir pra biblioteca, quando a professora abriu a porta e
disse que eu(?) podia entrar. Entrei e logo vi Casey Richardson acenar pra
mim, indicando-me um lugar ao lado dele. Como não tinha saída, caminhei até
lá e sentei, olhando pra ele e soltando um sorriso sem graça.
“Hey gatinha... eu encontrei suas amigas no shopping sábado, e elas me
disseram que você estava por lá, mas acabou sumindo... Aconteceu alguma
coisa?”
“Nada não, lindinho...” – GAY! – “Eu senti umas cólicas chatas e fui pra
casa...”
“Sei como é.. mas você já tá legal?”
“Tô sim, Casey... Obrigada por perguntar, agora, dá pra você calar a boca e
me deixar assistir a aula em paz?”
Ele encostou-se à cadeira e não trocamos mais nenhuma palavra até o final da
aula. Quando o sinal tocou, eu sai da sala correndo, tanto pra evitar que
Casey viesse falar comigo quanto pra não me atrasar para a aula. Não que eu
ligasse, lógico, mas sempre foi muito responsável e se chegasse
atrasada as aulas, iriam suspeitar. Eu, e teríamos uma longa
hora de aula de literatura com a Sra. Johansson (é, aquela professora
insuportável, que eu tanto detestava!). Sentei-me na frente de e
sorri pra ela, que sorriu de volta, e depois voltou à atenção para a porta.
A professora vinha entrando, conversando com uma nerd da sala. Minutos
depois, entrou na sala, segurando a calça, que teimava em cair e eu
sorri. A professora mandou um olhar de fúria (?) em direção a porta e
virou-se para a lousa, dizendo que ele (a ...) estava atrasado. Ela
abaixou a cabeça e entrou, indo sentar do meu lado. A professora começou a
aula, e eu fiquei na minha. copiava tudo o que a professora dizia no
meu caderno, e eu resolvi copiar também, pela primeira vez no ano. Minutos
depois, alguns idiotas, sentados no fundo da sala começaram uma guerra de
bolinhas de papel, e acertaram a cabeça da Sra. Johansson, que se virou,
possessa para os alunos.
“, já pra detenção!”
“Mas...” eu comecei a dizer, e me olhou.
“Professora, eu não fiz nada!” Disse ela, olhando a professora.
“Você nunca faz nada, garoto! Eu quero você fora dessa sala já!”
me olhou e levantou, pegando suas coisas e saindo da sala. Eu levantei
junto e peguei meu material, saindo atrás dela, e ficou me olhando,
sem entender. A professora se virou pra mim e perguntou:
“Algum problema, querida?”
“Sabe o que é, professora? Se a senhora tá colocando alunos inocentes pra
fora, eu vou sair também... Por que assim como eu, o não teve culpa
alguma de algum idiota ter jogado bolinhas de papel na sua cabeça...”
A professora me olhou incrédula, e eu vi levantar, sorrindo, pegar o
material e caminhar pra perto de mim. Caminhei até , com do meu
lado e nós saímos da sala, sendo seguidos por metade dos nerds que tinha
naquela sala. sorria, e me olhava, ainda sem acreditar no que eu havia
feito.
“Eu não acredito que você fez isso...”
“Ela tava sendo injusta com você!”
“É! Ela mereceu!” Disse , rindo.
Nos separamos no corredor. Eu e fomos para a biblioteca, enquanto
se sentou no jardim e ficou esperando os meninos.
“Ele tá completamente apaixonado por você...” Disse ela, quando a gente se
sentou numa mesa no refeitório.
“Quem?” Perguntei, tomando um gole do meu suco de laranja.
“O , né, sua besta! Ele tá afim de você...”
“Ah, ... não viaja, né? O ? Afim de mim?”
“É sim... Porque você não fica com ele, amiga? Ele é lindo, muito fofo, e
muito legal... Porque você não tenta...”
“Por que não! Ele não gosta de mim, nem tampouco eu dele...” Confesso! Dizer
isso doeu em mim... Uma parte de mim queria acreditar na hipótese de que
alguma coisa pudesse rolar entre eu e a e isso me surpreendeu.
“Jura que você não gosta dele?” me olhou estranho.
“Não, não gosto, !”
“, cara... eu te conheço! Eu lembro muuuuuito bem de quando a gente era
pequena e você vivia sonhando com o e tudo...”
“EU? Sonhando com o ? Desde quando?” Opa... O papo me interessou...
? Afim de mim?
“Ah, amiga... Não finge que você nunca foi afim dele, porque você foi! Cara,
da 6ª a 8ª série, tudo o que eu ouvia de você era
-isso--aquilo... Cara, como aquilo me irritava... Até porque eu
também gostava dele...”
“Gostava, é?” Perguntei, sorrindo. Cara, minha moral tá alta!
“Humrum... Eu nunca contei isso pra ninguém, mas eu gostava sim... Pelo
menos até antes de conhecer o ...” Ela corou e eu sorri.
“Mas e ai? Como foi o encontro com ele ontem?” Perguntei eu, sorrindo. Papo
de mulher é engraçado!
“Foi legal... A gente foi no cinema, depois fomos jantar... Foi lindo,
amiga! E foi tão romântico...”
“Mas e ai? O que aconteceu?”
“A gente ficou...” Ela disse, corando e abaixando a cabeça. Eu a abracei, e
nós começamos a rir. Minutos depois, e se juntaram a nós.
CAPITULO 10
A segunda feira seguiu sem mais novidades e nós logo fomos dormir. Na terça
feira, o despertador tocou, mas eu não acordei. Foi necessário a ir me
sacudir na cama, pra que eu acordasse. Saímos atrasados, e chegamos à escola
mais atrasados ainda. Eu pude assistir à primeira aula, mas a foi
parar na biblioteca, pra fazer pesquisa. Uma espécie de detenção, sabe?
Quando a aula terminou, o parou a .
“, não esquece do ensaio de hoje, tá? As duas, na minha casa!”
A concordou com a cabeça, entrou no meu carro e saiu dirigindo,
enquanto eu fiquei esperando o transporte escolar. Cheguei em casa e ela
estava sentada na porta dos fundos. Entrei e abri a porta pra ela, que
entrou, superpreocupada com o ensaio de hoje a tarde. Almoçamos em silêncio
e fomos tomar banho pra ir pra casa do . Ela saiu de casa antes de mim,
mais nervosa do que estava antes, e eu fiquei esperando a , que ficou
de ir me buscar. 15 minutos depois, eu cheguei à casa do com a ,
a e a , e os meninos estavam sentados no sofá, vendo TV e falando
besteira, provavelmente. Meu olhar cruzou com o da (?) quando eu
entrei e ela corou. Eu sorri e cumprimentei os meninos, dando um beijinho no
rosto de cada um, por mais que isso parecesse estranho. Decidimos ir pro
jardim, pois estava um dia quente, e nós estávamos derretendo dentro de
casa. Saímos todos juntos, e eu senti alguém puxar meu braço: .
“Posso falar com você?”
“Desde quando você precisa pedir permissão pra falar comigo, ?”
Ele segurou no meu braço e caminhou comigo até as cadeiras da piscina, me
fazendo sentar, e sentando na minha frente.
“Outch... o assunto é sério...”
“Um tanto... Mas não me interrompe, ou eu não vou conseguir falar nunca...”
“Okay... Bota pra fora, ...”
“, você sabe que a gente sempre foi amigos, e eu sempre confiei em você
pra tudo, e sempre soube que você estaria do meu lado pra tudo, mesmo quando
eu fazia alguma coisa que você não considerava correta...”
“É isso que os amigos fazem, certo?”
“Certo... Mas o que eu tenho pra dizer agora pode te assustar um pouco...”
“Só não me diz que tá com alguma doença incurável, , por favor... isso
realmente ia chocar!” sorriu, e negou com a cabeça, segurando minha
mão. Eu comecei a estranhar... nunca fazia questão de conversar a sós
com a e olhava meus (?) olhos e minha (?) boca o tempo todo. Eu sorri
e o encorajei a prosseguir... Talvez ele quisesse falar da ou coisa do
tipo, mas não... Ele simplesmente sussurrou um “Eu quero ficar com você” e
tentou me beijar. Quando os lábios dele encostaram-se aos meus (?), eu dei
um grito e o empurrei um pouco pra trás, e isso fez todo mundo olhar pra
gente. A caminhou na minha direção, meio impressionada ainda, porque O
MELHOR AMIGO DELA havia tentado beija-la. entrou em casa, e eu sabia
que ela ia chorar. foi atrás dela e veio em minha direção, junto
com a , o e o . ainda estava sem graça, e me olhava,
como quem pedia uma explicação pelo que estava acontecendo. Eu levantei e
fiquei do lado da , e ela segurou minha mão, quase que por instinto. Eu
abri a boca pra falar alguma coisa pro , mas não achava um argumento.
Sabia que ele estava magoado com aquilo tudo, mas, dude... Eu não ia deixar
o me beijar! De jeito nenhum! Eu já me sentia muito gay naquele
momento, afinal o tinha praticamente ME atacado, mas eu cheguei perto
dele e o abracei.
“Porque não, ?”
“... eu realmente gosto muito de você... Mas você é como um irmão pra
mim, e... eu já tô ficando com outra pessoa...”
“Com quem você tá ficando??” Ele perguntou, me olhando e eu gelei. Quem eu
podia dizer que tava ficando comigo, sem levantar suspeitas?
“Ela tá ficando comigo...”
CAPITULO 11
“?” Disseram os meninos ao mesmo tempo, e eu sorri. Era a única saída
e a percebeu isso. E ainda tinha a ... Ela tinha visto nos dois
juntos na casa da e não iria desconfiar, de certeza. Sorri e abracei a
, colando nossos corpos e ela me olhou, confusa, mas sorriu também.
Senti uma sensação boa de novo, mas nossa troca de olhares foi atrapalhada
pelo , que me olhou, e sorriu.
“Desculpa... eu fui um idiota! E eu realmente fiquei feliz por vocês
dois...”
“, talvez você tenha confundido seus sentimentos... É normal...” Disse
a , olhando alternadamente pra ele e pra mim.
“Porque você não procura olhar a sua volta, ? Eu sei que tem uma pessoa
perfeita pra você te dando mole, mas você não enxerga...” Eu disse, e a
sorriu. Dude, nessa hora, eu perdi o controle, e ela também. Fomos
aproximando nossos rostos bem lentamente, e juntamos nossos lábios. Passei a
língua entre os lábios dela, e ela entreabriu a boca, deixando que eu
aprofundasse o beijo. Ouvi de longe a chamar todo mundo pra sair
dali, e ouvi também o falar algo do tipo “que bonitinhos esses dois...”
e o concordou.
Eu e a nos beijamos por um bom tempo, e quando nos separamos, nossas
bocas estavam extremamente vermelhas. Eu sorri e ela sorriu também. Nós
sentamos nas cadeiras da piscina e ficamos de mãos dadas por algum tempo.
Olhamo-nos alguns minutos depois, e eu disse:
“Eu me sinto tão gay nesse momento...” Ela gargalhou e concordou com a
cabeça, me olhando.
“Mas se eu soubesse que era tão bom ME beijar, eu já tinha virado homem há
mais tempo...”
“Hey, pequena... você esquece que o corpo é seu, mas a técnica é minha!” Ela
sorriu de novo, e voltou a me beijar. Interrompi o beijo, levantando e
fazendo-a levantar também. Entramos em casa, e todo mundo parou de falar só
pra olhar pra gente. Coramos de novo, e todo mundo riu. Sentamos no sofá e
ficamos falando besteira, afinal de contas, ninguém mais ia ensaiar nada! A
e o estavam abraçados, assim como eu e a . estava
sentada no chão e o deitado no seu colo e a e o estavam
sentados no mesmo sofá, porém, em lados diferentes. Adivinha em quem a gente
encarnou? Ficamos horas tentando juntar os dois, e no final do dia, o
já havia esquecido o que havia acontecido com a , graças a nossa ajuda
e a ajuda de duas garrafas de Vodka também. Saímos da casa do quase de
madrugada, e deixamos a lá, pra “tomar conta” do , que estava
ligeiramente bêbado, mas de burro não tinha nada! Cheguei em casa e subi pra
tomar banho, e a ficou na cozinha, procurando alguma coisa pra comer.
Desci vestindo um pijama e ela estava sentada na sala, assistindo algum
capitulo repetido de FRIENDS. Deitei no colo dela e ela sorriu, alisando meu
(?) cabelo, e eu sorri também. Acabei dormindo no sofá, mas acordei deitado
no quarto, e estranhei isso. Sai do quarto e fui atrás da , que agora
estava assistindo The OC na TV.
“Acordou, Bela adormecida?” Eu sorri, e me sentei do lado dela.
“Humrum... Me diz uma coisa, como é que eu fui parar lá em cima?”
“O costumava me levar lá pra cima quando eu dormia aqui no sofá, daí,
como você dormiu, eu resolvi te levar lá pra cima...”
Eu sorri e fui até a cozinha, mas voltei logo, olhando pra ela, muito bem
sentada no sofá, ainda de pijama.
“, hoje é quarta feira... a Gente devia estar no COLÉGIO!”
“Ah, ... o que é que tem faltar um diazinho? Eu não tava nem um pouco
a fim de ir pra aula hoje... Vamos ficar em casa, tá... Só hoje!”
“Por mim, tudo bem... na verdade, tudo ótimo!”
CAPITULO 12
Sentei no sofá, vendo a sentar do meu lado. Era uma situação embaraçosa. Desde o acontecido na casa do , a gente não conseguia conversar direito... Parece que a gente havia feito alguma coisa errada, sabe? Fiquei procurando um jeito de conversar com a , mas a ouvi soluçar. Me virei, preocupado, e segurei a mão dela, que me olhou confusa e começou a dizer:
“... eu cansei disso tudo... eu quero voltar a ser eu... Eu quero ter minhas amigas, minha vida, minha rotina de volta... Eu preciso de um tempo pra mim... Eu preciso conversar com alguém, e...”
“Conversa comigo, ... Abre o jogo!”
“É diferente, ... Eu sinto falta das minhas amigas! Não que não seja legal andar com os meninos... É, mas eles não são a , a e a ... Eu queria poder contar isso tudo pra alguém, sabe?”
“Então... Porque você não liga pra uma delas e chama ela pra conversar?”
“Uma das meninas? HAHA, ... elas nunca viriam conversar com você... Cá entre nós, a não vai com a tua cara... A não tá nem ai, e...”
“A me adora... Ela me disse! Ou melhor, ela disse a você... Comentando alguma coisa sobre a 5ª ou 6ª série...”
corou. Balbuciou alguma coisa que eu não pude entender e subiu. Voltou cerca de meia hora depois, tomada banho. Me perguntou se podia contar a e eu afirmei, mas percebi que ela ainda evitava olhar pra mim. Ela levantou, indo pra cozinha e me pediu que eu ligasse pra e pedisse que ela fosse lá. Fiz isso e me levantei, pegando a chave de casa e saindo de lá, afinal, achei que ela ia querer um pouco de privacidade. Eu podia não estar presente durante a conversa, mas a e as amigas dela fizeram questão de me contar tudinho o que aconteceu durante a minha ausência. É, você leu certo... As AMIGAS dela, porque a chamou a , que levou a .
(Ah, que fique bem claro que eu estou narrando apenas o que elas me contaram. A quis omitir alguns fatos, mas, HA... a me adora e me contou tudinho e eu suponho que seja verdade!)
“Hey, ” – Disse , logo que a abriu a porta. – “A tá ai?”
“E o que é que você está fazendo aqui?” Perguntou , grossa como sempre. Eu não sei por que, mas ela me odiava!
“Err... Calminha ai, ... Entrem meninas...”
Elas entraram e se sentaram no sofá. A sentou na mesinha de centro, e as meninas pareciam esperar a “amiga”, que até então, não tinha aparecido (?).
“O que eu tenho pra falar pra vocês pode ser bem estranho... Vocês vão achar que eu enlouqueci, ou coisa do tipo, mas não... Eu espero que vocês entendam e procurem me ajudar...”
“Olha aqui, ... eu não vim até aqui pra perder meu tempo conversando com você... eu nem sei por que você tá aqui! Eu quero saber onde está a MINHA AMIGA! Não ligo a mínima pro que você quer dizer, seu...”
“EPA!! VAI BAIXANDO A BOLINHA AÍ! Primeiro, porque nem era pra você tá aqui... Segundo, eu não admito que você fale nesse tom comigo, e terceiro, você não vai sair por ai recriminando quem você mal conhece, tá!”
A sentou, rolando os olhos (É... daquele mesmo jeitinho que a faz...). a parecia mais distraída com suas unhas do que com qualquer outra coisa, e a era a única que prestava atenção. Mas a consegue ser bem chata as vezes...
“Olha aqui, garoto... Eu não tenho o dia todo, valeu? Então, se for realmente sério, fala logo ou eu vou embora...”
A e a nunca haviam brigado, até então. Hoje, a reconhece como era insuportável e a diz que não sabe como é que ela agüentava a amiga, porque cara... Se a era chata, a era bem terrivelmente insuportável. O que aconteceu foi o seguinte... Depois do que a disse, a levantou da mesinha do centro e caminhou até a porta, abrindo-a.
“Vai, ... Você não quer ir? Ninguém tá te segurando aqui... E como eu já disse, você veio por que quis... Ninguém lhe chamou... Agora, se você dá alguma importância a suas amigas, eu ficaria quieta e ouviria o que eu tenho a dizer...”
respirou fundo e a voltou a se sentar na mesinha de centro. A sorria. Assim como eu, ela achava a um tanto quanto “idiota” às vezes e aposto que ela tinha adorado aquela “lição de moral” que a recebeu. esticou o braço até onde estava a e segurou sua mão. olhou pra ela assustada e puxou a mão do lugar, fazendo a gargalhar.
“Tá louco, ?”
“Me deixa falar, ”
“Não, primeiro você vem e me dá um sermão desses, depois vem me alisar? Que é isso... você não pode ser normal!”
“Eu realmente não sou normal... Ou melhor, não estou normal, até porque eu não sou eu, se é que vocês me entendem...”
As três olharam a com aquela cara de interrogação e a sorriu. A sussurrou pra alguma coisa como “ele bebeu” e isso as fez rir. respirou fundo, e começou a falar:
“Meninas, eu sei que vocês vão dizer que isso não é possível, mas sou eu... a ! Aconteceu alguma coisa, e eu acordei no corpo do e ele no meu...”
As três riram. Ou melhor, gargalharam. A dizia “bem que você disse que ele estava bêbado!” e a até rolava pelo chão. , discreta como era, apenas sorria, sentada no sofá. A já estava impaciente, e deu um berro na sala, fazendo as três olharem pra ela.
“Se eu não fosse realmente a , como eu iria saber que você – Ela apontou pra – Ficou com o na quinta série, e ele foi o primeiro cara com quem você ficou... entrou em desespero e mordeu o garoto... Você – apontou pra – Perdeu a virgindade com o Luke, o capitão do time de basquete da escola, e que você é totalmente apaixonada pelo desde seus 15 anos de idade e que você – apontou a – gosta do , e esta saindo com ele há um bom tempo escondido de todo mundo?”
“?” Exclamaram as três, ao mesmo tempo, e dessa vez, a gargalhou.
“Eu mesma, suas bobinhas!”
As quatro se abraçaram e blá-blá-blá... Todas aquelas coisas que as garotas fazem, sabe? As outras três ainda estavam incrédulas, e a fazia e falava coisas, tentando fazer as meninas terem certeza que aquilo não era uma pegadinha ou coisa do tipo. De acordo com o que a me disse, eu cheguei em casa no horário mais impróprio...
“Então, ... Como é ser homem?” Perguntou , sorrindo.
“Ah, cara... é normal... Quase como ser mulher! A única diferença é que a gente faz xixi sentada e eles, em pé!”
“Ow... você faz xixi em pé agora, certo?” – perguntou e a afirmou com a cabeça, sorrindo – “E... você tem que segurar pra fazer xixi?”
gargalhou, afirmando com a cabeça, mais uma vez. ria, e levou a mão à boca, como se ouvisse uma noticia bombástica, e depois disse:
“Eu nunca vi um homem pelado antes...”
“Ah, não... nem pensem nisso!” disse, já imaginando o que vinha a seguir. Eu já disse que adoro quando ela me defende?
“Ah, ... Qual é! Ninguém nem vai ficar sabendo... Eu queria saber como é o pelado...”
“É ? Pra quem odeia ele, você tá bem interessada...”
“Lógico, né, ... Eu posso não gostar dele, mas que ele é hot, isso é... e eu não posso discordar...”
Elas riram, e ficaram tentando convencer a a me deixar pelado(?), mas ela foi até difícil. Entretanto, você sabe como mulher pode ser insistente, não é? Imagina a cena: Eu venho chegando em casa (no corpo da , claro, afinal de contas, o meu corpo estava sentado na sala de casa, “conversando” com as amigas...), tranqüilo, cantarolando alguma coisa, e quando eu abro a porta, eu dou de cara com a , de pé na sala, fazendo uma exibição do MEU corpo pras amigas.... Isso mesmo que você tá pensando... Ela estava com as MINHAS BOXERS e as MINHAS BERMUDAS no meio das MINHAS PERNAS e o MEU CORPO estava totalmente nu, ali, para a analise das outras três.
“!”
CAPITULO 13
“Nada mal, ...” dizia pra mim, já sentada no sofá, com as outras três do lado. , e prendiam o riso, e eu... É, eu tava com vergonha, e com motivo. Todas elas já tinham me visto pelado, e agora, ficavam comentando sobre o que não deviam... (¬¬)
“Er... brigado, ... , você pode me explicar o que foi isso?”
“Ah, ... elas insistiram tanto... eu... eu acabei cedendo...”
“É, ... não briga com ela não... a culpa é toda da , afinal, foi ela que pediu pra te ver... MEU DEUS!! Há quanto tempo vocês tão trocados?” disse, ajeitando o cabelo.
“Desde aquela noite que você dormiu com o , na casa do ...”
“AI MEU PAI... Quem tava comigo na biblioteca essa semana era... o ?” falava, vermelha feito tomate e eu ria. As ouras meninas ficaram sem entender nada, e eu pisquei pra ela, dizendo que era um segredo só nosso (Ela tava sem graça porque percebeu que disse pra MIM que ela era afim de MIM, pra quem não lembra...).
“Os meninos sabem?” Perguntou , e eu neguei com a cabeça.
“Para tudo... , era você que o tentou beijar?” Perguntou , e as meninas riram.Eu fiz uma cara de desgosto e afirmei. Elas riram mais ainda, e nós continuamos conversando por um bom tempo. Quando me dei conta, eu e a estávamos abraçados, e fazíamos carinho um no outro. Viramos a noite ali, batendo papo. Em poucos momentos como esses, eu percebi que quanto mais tempo eu passava com a , mais eu ficava confuso... Agora eu sabia que eu nunca havia a odiado, mas não sabia o que eu realmente sentia por ela... Sinceramente, eu amava os momentos que nós passávamos juntos e sabia que eu iria sentir falta quando tudo isso acabasse. Não sentiria falta dos sutiãs e absorventes... Sentiria falta da cumplicidade e da proximidade que eu e a havíamos adquirido durante esse tempo. Na quinta feira acordei mais cedo que de costume, e estava deitado no quarto, pensando em todas essas coisas e pensando no show de sábado, quando o celular da tocou. Desci as escadas correndo, para pegar o celular que eu havia deixado em cima do centro da sala. Era uma mensagem, do boybander, lembra? O Casey... (¬¬)
“Ansioso pela noite de sábado, dia em que eu, o homem mais sortudo do mundo, vou poder levar você, a mulher mais linda do mundo, ao baile que definitivamente vai mudar as nossas vidas! Saudades, Casey.”
Sério, ele era pretensioso mesmo. Baile que vai mudar nossas vidas? HAHA... Boa sorte pra ele, pois enquanto eu estivesse no corpo da , ele poderia sonhar com ela o quanto ele quisesse, e ela podia morrer de amores por ele também, mas eu não saia com ele nem sob pena de morte! Coloquei o celular de volta em cima da mesa, e a apareceu na sala, me olhando.
“O pesadelo continua?”
Afirmei com a cabeça, e ela se sentou no sofá, resmungando um “quando isso vai acabar?” bem baixinho. Sentei do lado dela e peguei o celular de novo, abrindo a mensagem de Casey e entregando a ela para que ela pudesse ler. Ela leu a mensagem e soltou uma gargalhada.
“Baile que vai mudar nossas vidas?” – Ela riu – “Me diz, quando foi que EU aceitei ir com ELE?”
Eu dei de ombros, e ela me olhou.
“O que eu faço?”
“Que tal responder?” Sugeri e ela sorriu, voltando a atenção ao celular.
“Casey, querido... em momento algum eu concordei em ir com vc. Desculpa, mas eu já tenho par! vai me levar ao baile... E quanto a mudar as nossas vidas, não sei quanto
a vc, mas eu estou feliz assim!! xoxo, ”
Soltei uma gargalhada ao ler a mensagem dela, e ela me olhou, sorrindo.
“Lembre-se que se ele ficar com raiva, é com você que ele vai reclamar”
“Eu não ligo... é em você que ele vai querer bater!”
Ela riu e nós subimos para tomar banho e nos arrumar para ir à escola. Saímos de casa juntos, mas nos separamos a duas quadras da escola, afinal de contas, os meninos não sabiam de nada sobre aquela história, então eles iriam ficar pensando que eu e tínhamos passado à noite juntos, e eu tenho certeza que a não ia gostar disso. Eu sai na frente, e logo que eu cheguei a escola, encontrei a sentada num banquinho, próximo a entrada. Ela me viu e abriu um sorriso tão grande, que eu achei que ela havia esquecido que eu e a estávamos em corpos trocados, mas não... ela simplesmente segurou no meu braço e sorriu, dizendo um “Oi, !” bem baixinho. Cara, às vezes a me assusta...
CAPITULO 14
Entrei no colégio junto com a como se nada tivesse acontecido, e ela me levou pra biblioteca Eu fiquei assustado, confesso... Sei lá o que aquela louca estava querendo fazer!
“Você pode me dizer o que foi que você fez com o Casey, garoto?”
“Eu? Mas eu nem vi o Casey!”
“Alguma coisa você disse ou fez, ... ele tá possesso com a ... ou seja, com você!”
Eu ia falar mais uma vez que não tinha feito nada, quando eu me lembrei da mensagem que a tinha passado hoje cedo. Contei toda a história para a , e ela me olhou, com uma expressão que eu não consigo definir até hoje. Olhei para ela, esperando que ela dissesse alguma coisa, mas ela apenas me olhou e sorriu tristemente. Fiquei preocupado, e segurei nos ombros dela, como que pedindo uma explicação. Ela voltou a me olhar e começou a dizer:
“O Casey e a estavam saindo há pouco tempo atrás, mas nenhum dos dois queria nada sério... eles apenas queriam curtir, mas o Casey acabou se interessando mesmo pela ... E ele faz tudo pra agradá-la, eu acho que você já percebeu isso, e ela estava até demonstrando um certo interesse por ele, mas parece que ela mudou de idéia, e...” Ela parou de falar.
“E o que, ! Anda, diz logo!”
“E ele está espalhando pra escola toda que dormiu com a ...”
Fiquei possesso ao ouvir isso, e saí de perto da , procurando o Casey em todo e qualquer lugar. vinha correndo atrás de mim, e gritando , , e um monte de coisas que eu não consegui entender devido a raiva que eu sentia. Que tipo de idiota inventa desculpas pra promover a própria popularidade à custa dos outros? Vi a e a correrem em minha direção também, mas não dei importância. Encontrei o Casey na quadra de esportes, contando uma história (provavelmente, uma mentira.) para os amigos. Quando eles me viram, começaram a sorrir e dar tapinhas nas costas do Casey, que sorria mais ainda. Parei de pé, atrás dele, e ele se virou pra mim, sorrindo cinicamente.
“, minha gatinha... Sentiu saudades?”
“Olha, Casey... eu não tô pra graça hoje, tá? Que história é essa de você estar falando que dormiu com a... COMIGO pra escola toda?”
“Ah, minha princesa... eu não sabia que você queria que eu guardasse segredo...” Os outros riram, e eles se cumprimentaram, num High five. Olhei pra ele com mais raiva ainda, e só então pude ver a , a e a em pé, do lado oposto aos amigos do Casey. Rangi meus dentes, tentando me controlar, e ele sorriu, me encarando, enquanto os amigos dele falavam graçinhas e riam. O Casey chegou mais perto de mim, e alisou meu rosto, dizendo:
“Foi legal, ... Mas eu já disse a você que acabou... Não tenho culpa se você se apaixonou por mim, enquanto pra mim era só sexo...”
Eu tava irritado, mas tinha que pagar na mesma moeda. A essa altura do campeonato, grande parte das pessoas da escola estava chegando à quadra pra ver a briga do século. Respirei fundo e sorri, cinicamente.
“Oh, sério que nós fizemos sexo? Uh, é tão minúsculo assim que passe despercebido, Casey?”
A galera que estava ali (incluindo os amigos dele!) riram. Nesse momento vi a e os meninos se aproximando. Puxei a de lado e pedi pra tirar a dali. Ela ia ficar mal com essa história toda, e eu queria evitar isso, mas foi inútil, porque ela já chegou perguntando o que estava acontecendo. Casey nem deu importância a pergunta da , e os amigos ainda zoavam ele pela minha resposta. Ele estava vermelho de raiva e se aproximou de mim, segurando em meus (?) braços com força.
“Quem você pensa que é pra me desmoralizar assim, hein, garota?”
“Olha, Casey... De uma coisa eu tenho certeza.... Eu NÃO sou o tipinho de garota que dormiria com você, e você sabe muito bem disso... Agora, se você precisa mentir para seus amiguinhos quanto a sua vida sexual, eu acho que você deveria procurar uma garota que aceitasse isso, porque eu não aceito, queridinho... Então, tira o meu nome da sua lista de auto-promoção, até porque nem se você fosse o ultimo cara na face da terra, eu dormiria contigo...”
“Iiiihh...” Os amigos dele falaram em coro e começaram a caçoar dele. Eu sorri, vitorioso, e continuei:
“E mais... Já que eu tô aqui pra botar tudo em pratos limpos, que tal falar sobre quem levou o fora aqui, han?”
Casey levantou a mão, provavelmente pra me bater, mas o segurou o braço dele antes.
“Nem pense em encostar em um fio de cabelo dela ou eu te parto em 2!”
“Me solto, ... a parada aqui é entre eu e a , você fica de fora, okay?” Ele empurrou o e se virou pra mim, e segurou de novo no meu braço, dessa vez com mais força. mandava ele se controlar, e os amigos dele faziam barulho, esperando uma briga. Nesse momento, a (?) entrou no meio da briga.
“Olha, Casey... Eu acho que essa não é a melhor hora nem o melhor jeito de você e a resolverem seus problemas...”
“, ninguém te perguntou nada, tá... E o meu problema com você, eu resolvo mais tarde... Agora meu lance é com essa vadia, aqui...” – Ele apontou pra mim – “E você não tem nada a ver com isso... Então cala a sua boca e sai de perto de mim, antes que eu te encha de porrada!”
“Hey, você não vai encher ninguém de porrada aqui, ouviu? E trata de soltar a logo, você tá machucando a garota!” Disse , segurando no braço do Casey e fazendo ele me(?) soltar. Um amigo do Casey tomou a frente e empurrou o , que o empurrou de volta, mas a ficou entre os dois, tentando (inutilmente, devo dizer) evitar uma briga. Alguns minutos e ofensas depois, a briga rolava solta na quadra, e eu devo dizer que estava preocupado com a , afinal de contas, era nela que o Casey tentava bater e ela não tinha a mínima noção do que fazer. Eu e as meninas tentávamos separar a briga, mas ouvimos o apito do inspetor, que mandou que todos nós fossemos a sala do diretor. A Professora Johansson foi conosco, passando sermão em todos nós, enquanto caminhávamos lado a lado, nos ofendendo num tom de voz mais baixo. Entramos os 12 na sala do diretor. Eu, , os meninos, as amigas dela e Casey e seus 3 amigos (Luke, Jack e Ryan). O diretor soltou um longo suspiro e apenas disse:
“O que eu vou fazer com vocês...”
CAPITULO 15
Estávamos sentados na sala do diretor há quase uma hora e até agora nada havia sido resolvido. Casey tentava reverter à situação a favor dele e a professora Johansson tentava protege-lo de todo o jeito. O diretor apenas ouvia, e sempre que um de nós tentava se proteger, a professora interrompia. Eu nem sei por que ela esta ali, afinal de contas, ela não tinha nada a ver com o ocorrido, mas tudo bem. Eu estava sentado ao lado de , e , e a e os meninos estavam de pé, em frente ao diretor. Nesse dia, eu pude ter certeza que a professora Johansson me odiava. Ela dizia (apesar de nem ter visto a briga ou ao menos saber o motivo do ocorrido!) que eu (nesse caso, a ) havia partido pra cima do Casey e tentado agredi-lo. Quando íamos protestar ela mandava que calássemos a boca e voltava a defender o Casey e seus amigos.
“Senhor diretor, sinceramente... Eu sou professora do Sr. Richardson há 4 anos e ele nunca sequer foi expulso da minha aula... Já o Sr. , aqui presente, nunca foi um exemplo de bom comportamento, assim como seus amigos... Resta ao senhor decidir se vai punir esse jovem senhor, de futuro promissor” – Ela disse, apontando pra Casey – “ Ou esse aspirante a marginal e seus amigos, que, sinceramente, por mim, já nem estudariam mais nessa escola...”
“Bom saber que essa situação não tem nada a ver com o que a senhora acha ou não, professora...” Disse o . Cara, ele me assusta quando fica nervoso!
“CHEGA!” – Berrou o diretor e todos nós olhamos pra ele. – “Alguém pode me explicar o que aconteceu?”
“Apenas e seus amigos criando confusão mais uma vez, Sr. Johnson...” Disse a professora, disposta a fazer com que eu fosse expulso ou coisa do tipo, mas, surpreendentemente, a entrou na conversa.
“Professora, porque a senhora não cala a boca e deixa alguém que estava presente na hora contar o que foi que aconteceu?”
“Err... Certo, ... Não precisa ser grossa... Qual de vocês vai me contar o que foi que aconteceu?”
Eu me aproximei do diretor dizendo que eu iria contar toda a história e a professora sorriu. Provavelmente, achou que a “” ia salvar a pele do Casey e dos amiguinhos idiotas dele.
“Certo, Srta. ... pode narrar o ocorrido!”
“Sr. Johnson, o que aconteceu foi o seguinte... Há uma semana atrás, mais ou menos, o Casey me convidou pra ir ao baile da primavera, e eu fiquei de pensar... Nós já havíamos saído juntos algumas vezes, mas nunca foi nada sério, e eu nunca me senti obrigada a concordar em ir ao baile com ele... Há alguns dias atrás, eu e o ” – apontei pra , que me olhou e simplesmente sorriu. – “começamos a sair, e eu disse ao Casey que não iria com ele ao baile e talz... Daí hoje, quando eu cheguei ao colégio, a veio me perguntar se eu ainda tava saindo com o Casey, e eu neguei... Daí, ela me disse que ele tava espalhando pro colégio todo que dormiu comigo, sendo que isso é uma grande mentira... Eu fui conversar com ele, calmamente, pra tentar esclarecer essa situação, mas ele foi totalmente sarcástico e continuou insistindo nessa mentira, e então, eu fui mais sarcástica ainda... Mas ele não sabe que quando você fala alguma coisa sobre alguém, você tem que estar disposto a ouvir o que essa pessoa tem a falar de você... Daí, ele levantou a mão pra me bater e o impediu... Ele ficou descontrolado, e partiu pra cima do , e os amigos dele partiram pra cima dos outros meninos... Eu tentei separar, mas foi inútil... Olha o meu tamanho e olha o tamanho do Casey e dos amigos dele...”
“Casey, você tem alguma coisa a dizer?” perguntou o diretor, sério e o Casey abaixou a cabeça. O diretor olhou pra (pra mim, na verdade!) e começou a dizer:
“Bom, ... Essa, tecnicamente, seria sua 3ª suspensão esse ano, o que faria com que o senhor fosse expulso...” – a Professora sorriu, e a (é, você leu certo... eu disse , aquela menina que me detestava!) ia abrir a boca pra protestar, mas ele continuou dizendo, antes que qualquer um de nós dissesse alguma coisa. – “Mas, como dessa vez, o culpado não foi você, eu vou apenas te suspender pela briga... Os oito garotos vão ser suspensos por brigar no perímetro escolar. E, ... Eu espero que essa seja a ultima vez...”
A afirmou com a cabeça, e nós todos saímos da sala. Casey e o grupinho dele saíram na frente, junto com a professora Johansson, e nós ficamos na secretária, esperando as suspensões. Eu caminhei em direção a ao mesmo tempo em que ela caminhava em minha direção e isso nos fez sorrir. Nos abraçamos e ficamos assim por um tempo, apesar dos olhares que , e lançavam pra gente, afinal de contas, elas eram as únicas que sabiam que essa história de eu e a estarmos ficando era apenas desculpa pra que o ficasse longe de mim(?) por um tempo. Imagina a cara delas quando a me beijou de leve e sorriu! Eu sorri também, e nós nos beijamos mais uma vez, mas dessa vez, foi pra valer... Mas, como tudo que é bom dura pouco, o diretor interrompeu a gente, entrando na secretaria com as suspensões.
“Err... Meninos, eu espero que isso não impeça vocês de tocarem no baile de sábado, porque está muito em cima da hora pra contratar outra banda...”
“Ah, sem problemas, Mr. Johnson... A gente vai tocar sim...” Disse o , e eu resolvi entrar na conversa.
“Diretor... Será que dá pra me liberar da aula hoje? Eu tô me sentindo meio mal com essa história toda, e tá todo mundo olhando torto pra mim e...”
“Claro, ... Você pode ir pra casa, mas vocês três” – ele apontou pras outras meninas – “já pra sala!”
Elas reclamaram um pouco, e a sugeriu que elas fugissem do colégio. A ficou um pouco assustada, mas a concordou na hora e ela, por não querer ficar sozinha, decidiu cabular a aula também. Fomos pra casa da , já que os pais dela ainda estavam viajando, e os pais das meninas iriam achar estranho se elas chegassem em casa aquela hora da manhã. Ficamos falando bobagens na cozinha, enquanto a preparava o almoço. Eu e a estávamos sentados lado a lado, e só depois de um certo tempo, eu fui perceber que eu segurava a mão dela. Cara, eu parecia um bobo apaixonado...
CAPITULO 16
Eram quase 11 horas quando os meninos decidiram ir embora. A decidiu ir dormir na minha casa, porque, apesar de eu viver na casa do , eu também tinha uma mãe! As meninas foram embora, e eu não queria ficar sozinho, então, a se ofereceu pra ficar comigo. O foi deixar a e a em casa (e aproveitou pra chamar a pra ir com ele ao baile, porque quando ela chegou em casa, ligou pra histérica!), e eu e a ficamos conversando sobre alguma coisa que passava na TV, que eu já nem lembro o que era, até que ela virou pra mim e perguntou:
“Você tá interessado nela, né?”
“Interessado em quem, criatura?”
“Na , né? Em quem mais!”
“Eu? Interessado na ? HAHA... é piada, né?”
“Ah, ... confessa, cara! Eu sei que você tá louquinho por ela...”
Parei pra pensar, e me peguei sorrindo ao lembrar dos momentos que eu havia passado com a , e então, eu percebi que a não tava falando nenhuma mentira... Eu realmente estava interessado naquela garota! Sorri e dei de ombros, e a olhou pra mim sorrindo e bateu palminhas.
“Eu sabia!! E porque você não fica com ela, criatura?”
“Ah, ... a nunca que ia me dar bola!”
“Você que pensa... Agora, dá licença que eu vou dormir...” Disse ela, num bocejo, levantando e indo pro quarto. Fiquei sentado na sala, pensando em tudo que ela tinha me dito. Pensei em ligar pra , mas ela podia estar dormindo, então resolvi mandar uma mensagem.
“Pensando em vc... Preciso levar um papo sério contigo amanhã... Beijão, ”
Subi em direção ao quarto e tirei a roupa, entrando num banho morno na banheira da . Já tava até acostumado em ver o corpo DELA na banheira, e isso acabou me assustando um pouco. Fiquei pensando como seria se eu ficasse assim pra sempre. Se eu e a ficássemos juntos, ia ser até “legal”, afinal de contas, a “personalidade” dela seria feminina, mas e se eu permanecesse nesse corpo e a não desse a mínima pra mim? Provavelmente, eu faria ser lésbica e ela faria com que eu fosse gay! Balancei a cabeça, como se isso fosse afastar esse pensamentos e tentei relaxar. Sai da banheira 15 minutos depois, vesti um pijama, e fui em direção a cama. Peguei o celular pra colocar em cima do criado mudo, e então, pude ver que eu havia recebido uma mensagem.
“ perdendo noites pensando em mim? XD Tava pensando em vc tb... Espero que o que vc tem pra falar comigo seja um papo agradável, e não mais problemas... xoxo, ”
Sorri e voltei a me deitar, pensando numa maneira de responder a mensagem da , mas acabei dormindo. Acordei no outro dia, quando a entrou no quarto, abrindo as cortinas.
“Bom dia, flor do dia!! Hoje é sexta feira, dia de aula! Vamos levantar?”
“Eu não vou pra escola hoje...”
“PORQUE NÃO?”
“Err... eu tô suspenso!!”
“Mas a , não! Levanta da cama e vamos já pra escola!”
Levantei e fui me arrumar. Passamos à manhã na escola, e embora eu tivesse passado o tempo todo pensando na , eu não conseguia deixar de rir dos comentários que , e faziam sobre as meninas da escola. Fui pra casa da com as meninas, e nós almoçamos por lá. amos banho e nos arrumamos pra ir pra casa do , onde a e os meninos tinham passado à manhã toda fazendo nada. (?)
“Err... gente, eu tenho uma confissão a fazer...” Disse a , enquanto a penteava meu cabelo, e a se maquiava.
“Fala, amiga... A gente tá ouvindo...” Disse , sem se virar pra ela. Eu sorri e vi a respirar fundo.
“Okay... eutôsaindocomo” Ela falou tão rápido que ninguém entendeu nada. A começou a rir e a olhou pra ela, soltando um grande e sonoro “Hããããn?”. Eu sorri de novo, e ela suspirou.“Eu tô saindo com o ...”
É, o era um cara que desencanava realmente rápido! Há meia semana atrás, ele tava afim da , e agora, saia com a ? Sorri pensando nisso, mas a pergunta da (que me deixou curioso por uma resposta!) chamou minha atenção:
“E... Tá só no beijinho, ou já rolou alguma coisa?”
corou, e sorriu, fazendo as meninas sorrirem também. Eu entendi a mensagem e voltei minha atenção ao meu tênis. Fiquei feliz pela e pelo . Quem sabe eles não seguem em frente e daqui a uns dias assumam um relacionamento... Pensar em relacionamento me fez lembrar da , e isso me fez arrepiar. Estava perdido em meus pensamentos, mas as meninas acabaram me fazendo “acordar” do meu transe.
“Tudo bem, ?”
“Tudo sim... tava só pensando...”
“Pensando em que?” Perguntou a , me olhando.
“Ou em quem...” Completou a , sorrindo e eu sorri também.
“São apenas decisões que eu tomei... Mas antes de dizer qualquer coisa a vocês, eu tenho que conversar com a ... e vou fazer isso hoje, antes que eu perca a coragem!”
E eu realmente ia precisar de coragem...
CAPITULO 17
Chegamos à casa do falando sobre bobagens e rindo muito, mas nem isso acabava com minha ansiedade. Os meninos estavam na sala, conversando e bebendo, e nós nos juntamos a eles. Ficamos falando inutilidades, até que o puxou o “papo sério”.
“Galera, eu tô realmente preocupado com esse show de amanhã...” Já dá pra imaginar como eu fiquei, né? A , de musica, só sabia como compor... Tocar não era com ela, certeza! O deu a brilhante idéia de tentar ensaiar, mas o disse que estava bêbado demais pra isso. Bom, a tava salva por hoje, mas o mico amanhã, com certeza seria maior! Fiquei pensando nisso, rindo uma vez ou outra das piadas que os meninos contavam, e quando percebemos, já era bem tarde. dormia deitado no sofá e bocejava a cada 5 minutos, fazendo a gente perceber que já era hora de ir pra casa. A (?) se ofereceu pra me levar em casa, e o aceitou. Ficou combinado que a , e eu voltaríamos juntos, e o levaria a e a pra casa. Fizemos metade do caminho até a casa de calados, e ela resolveu quebrar o clima.
“...”
“Eu!”
“Quando você voltar a ser você, tu vai conseguir acostumar a fazer xixi em pé de novo?”
Eu sorri e afirmei com a cabeça, e a sorriu junto.
“Na verdade é até mais pratico, ! Você não precisa sentar naqueles banheiros imundos e até que não é tão difícil como eu pensei... A vantagem é que nós, mulheres, já estamos acostumadas a lavar as mãos quando usamos o banheiro... Garotos nem sempre lavam as mãos, e isso é nojento!”
“Ei, eu costumo lavar as mãos, certo!” Disse eu e elas sorriram. Sentamos na escadaria que dava pra entrada da casa da e ficamos conversando por algum tempo, até que nós resolvemos ir embora. Íamos caminhando calados, até que a interrompeu o silêncio.
“Bom, você disse que queria conversar comigo, certo? Passei o dia todo pensando no que você tem pra me dizer... Eu sou uma pessoa curiosa...”
“Que tal a gente conversar quando chegar em casa, hein? Eu não sei se...”
“Tudo bem... conversamos em casa, ...” Ela me disse e sorriu. Caminhamos por mais 15 minutos e eu vinha pela rua rindo, enquanto a cantava Memory Lane olhando pra mim (So much has changed, so much has changed...) . Entramos em casa, e ela foi direto ao telefone.
“Pizza?”
“Com certeza!”
Ela fez o pedido e eu me sentei no sofá, ligando a TV e colocando em algum canal de esportes. Ela me olhou estranho, e eu coloquei na MTV, achando que o problema era a programação. Triste engano de ! Ela tava era esperando pela nossa ‘conversinha’. Dei um sorriso meio amarelo e desliguei a TV, e ela sorriu, sentando na minha frente. Tentei dar uma relaxada e a enrolei por alguns minutos, falando do show do sábado, e ela realmente achou que era aquilo que eu tinha pra falar pra ela. A pizza chegou e nós paramos pra comer, e depois, subimos pro quarto onde ela estava dormindo (o quarto dos pais dela). Deitamos na cama e ficamos calados por alguns minutos, olhando o teto, até que eu tomei coragem pra falar.
“...”
“Humm...”
“Sabe, é que eu tava pensando... a gente já tá nessa situação tem um bom tempo, e não sei o que você vai achar disso, mas eu acho que a gente não vai trocar de lugar mais nunca...”
“Eu... eu percebi isso...”
“Mas... Eu acho que você também percebeu como as coisas entre a gente mudaram, certo?”
“E tinha como não perceber, ?” Ela sorriu, ainda sem olhar pra mim.
“Err... verdade, mas... Eu não se quanto a você, mas pra mim, as coisas mudaram de uma forma diferente...”
“Diferente? Diferente como?” Ela se virou pra mim e me encarou. Eu sorri, e alisei o rosto dela(?) que fechou os olhos e suspirou.
“Eu... Eu gosto de você, ...”
“Ah, ... eu também gosto de você... Nos somos amigos, e...”
“Não, ... eu não tô falando de amizade... Eu realmente gosto de você...” – Ela ia falar, mas eu interrompi. - “Não, não fala nada... Deixa eu falar, ou eu perco a coragem... Eu tava conversando com a esses dias, e eu percebi que você faz parte da minha vida agora... Não só por eu estar no seu corpo, mas sim, por diversos fatos diferentes... Eu comecei a acreditar que isso tudo que tá acontecendo com a gente é só um jeito de fazer a gente se entender... Eu sinceramente não sei o que eu faria se você saísse da minha vida nesse exato momento... Eu acho que eu ficaria vazio, minha vida perderia o sentido, eu seria um nada... Eu aprendi a te amar, a te entender, a te respeitar e também aprendi o valor que você tem pra mim, e eu não quero perder isso... Eu tenho medo da sua reação, mas eu tenho mais medo do que poderia acontecer com a minha sanidade mental se eu não falasse tudo isso pra você... depois daquele beijo que a gente trocou na casa do , eu percebi que durante todo esse tempo, o ódio que eu sentia por você era amor... Um amor reprimido por medo, mas ainda assim, amor...”
Bom, depois de soltar o verbo, eu respirei fundo e voltei a olhar pra ela, que estava com os olhos marejados, e não falava nada.
“Bom, eu acho que essa seria uma excelente hora pra você falar alguma coisa, ...”
“... Você tá... dizendo que me... ama?” Ela perguntou, me olhando e eu sorri. Afirmei com a cabeça, e disse:
“Amo sim... e muito mais do que eu ou você poderia imaginar...”
“... Eu... eu nem sei o que dizer...”
“Então não diz nada... Apenas me abraça...”
Ela chegou perto de mim e nós nos abraçamos, ficando em silêncio por uns minutos, até que ela começou a falar, ainda abraçada comigo.
“Sabe... Eu gostava de você... Desde a 5ª série...”
“Eu sei... a me disse...”
“É, aquela linguaruda disse... Mesmo assim, lembra quando você fazia graça de mim e eu ficava com raiva?” – Eu afirmei com a cabeça e ela sorriu. – “O motivo da minha raiva era saber que você apenas ia zoar de mim, e nunca ia me dar bola... Na sétima série, quando eu cansei de ser motivo das suas piadas, eu jurei pra mim mesma que eu ia fazer você me notar e se apaixonar por mim... Eu jurei pra mim mesma que eu ia ser a mulher mais linda que você já viu, mas que nunca poderia ter, só pra te fazer sofrer por não ter ao menos me enxergado quando eu era uma criança...”
“Porque você acha que eu te zoava tanto? Era meu meio de chamar tua atenção, boba...”
“Cala a boca e me deixa falar!” – nós sorrimos e ela continuou. – “Bom, quando a gente foi crescendo, esse amor foi se camuflando em mim, virando um ‘ódio’ sem motivo aparente, mas eu ainda queria te fazer sofrer... eu só não contava em perceber que eu... eu...”
“Que você o que?”
“Que eu ainda te amo...” Ela falou, desviando o olhar do meu. Sabe aquele calorzinho bom que você sente no peito quando escuta aquela pessoa que você ama dizer que te ama também? Pois é, eu senti esse calorzinho e sorri feliz. Ficamos ali entre os beijos, até adormecermos, mas antes disso, eu vi a sorrir quando eu perguntei:
“Fica comigo pra sempre?”
CAPITULO 18
Acordei extremamente cedo no sábado, e ainda sem abrir os olhos, eu sorri ao sentir a ali, junto de mim. Nós dormimos abraçados depois das ‘declarações’ da noite anterior. Abri os olhos bem lentamente, e meu coração deu um pulo quando minha visão ficou totalmente focalizada. A dormiu apoiada no meu peito, e eu era eu mesmo, e ela era ela mesma... Nada mais de em corpo de ou em corpo de . Ela tava ali, linda, dormindo feito um anjo, com o corpo junto ao meu. Eu sorri e fiz carinho no rosto dela, dando um selinho de leve nela, que apenas sorriu. FATO: Era ótimo poder beijar a sendo eu mesmo.
“Acorda, dorminhoca... a gente tem motivo pra comemorar hoje...”
Ela abriu os olhos sorrindo, e eu vi o sorriso dela crescer mais ainda.
“... é você mesmo?” Ela perguntou, alisando meu rosto.
“Er... eu acho que sim...”
Ela me abraçou e nós nos beijamos. Ficamos ali, entre beijos, abraços e amassos (?) por um bom tempo. Bom, a coisa (?) foi esquentando, e em poucos minutos, estávamos praticamente nus, ainda trocando beijos no quarto dos pais dela. Eu sabia o que iria rolar se a gente continuasse naquele ritmo, mas eu tava preocupado com a . Seria a primeira vez dela, e eu não queria estragar ou precipitar as coisas. Sem brincadeira nenhuma, essa era a primeira vez que eu não pensava apenas em mim, no que eu queria, no meu prazer... E era bom saber que o que quer que acontecesse ali, seria importante pra mim e pra ela. Acho que ela percebeu minha preocupação e acariciou meu rosto, me fazendo olhar pra ela.
“Tá tudo bem, ... eu também quero... Não precisa ficar preocupado...”
“Tem certeza?”
“Tenho sim...”
Ela me beijou, e nós trocamos mais carinhos, até que... Err... Você sabe o que aconteceu, né? E mesmo que não soubesse, eu não vou entrar em detalhes da minha vida sexual pra você... Não mesmo!
Ficamos na cama até dez da manhã, mais ou menos, e ela corou e cobriu o rosto quando eu levantei nu para ir ao banheiro.
“Ah, qual é, ... Nada que você não já tenha visto!”
“É, mas quando eu vi, eu ainda era você!”
Eu sorri e fui tomar meu banho. Quando sai do banheiro, ela já não estava mais no quarto. Vesti uma roupa e desci, encontrando a com o e a na sala.
“Ow, ... Essa hora da manhã e você já tá aqui?”
“Olha quem fala... Bom dia, ... bom dia, amor...” – sorri e dei uma piscadinha pra ela, que sorriu e corou. – “E bom dia pra você também, ...”
“HAHA... Percebo que meu garoto acordou de bom humor...” Disse o , batendo na minha perna quando eu sentei entre ele e a . Eu enlacei minha mão a dela, e sorri, dizendo:
“Pode ter certeza que sim...”
“Humm.. passei na tua casa, tua irmã disse que você tá praticamente morando com sua namorada, porque tem uma semana que não vai pra casa... Tá na hora de parar de alugar a , né?”
“Ow, a namorada é minha, eu posso alugar, você não!”
“Vocês... tão namorando?” Perguntou , sorrindo e a riu também.
“É, ... a gente tá namorando?”
“Tá, ... se você insiste, a gente tá...” eu disse, e a riu.
“Ah, não, ... eu quero um pedido decente!”
“... eu nunca pedi ninguém em namoro, tá ligada? Alivia essa pra mim...”
“Vou pensar no seu caso...”
Eu a abracei e ela sorriu. e se abraçaram também, e nós rimos, ouvindo o dizer que ‘nós não éramos o único casal feliz do local’. Bati com a mão na testa, lembrando do show que a gente teria que fazer no baile de verão, aquela noite. Resolvemos ensaiar (de ultima hora!) e fomos pra casa do . e as amigas foram pro shopping, comprar a roupa pra festa (e fofocar...), enquanto nós passamos a tarde toda tocando. Elas foram pra casa da se arrumar, e eu e os meninos ficamos de ir pega-las quando desse a hora da festa. Nem preciso dizer o quanto elas estavam lindas, né? Ficamos por lá, batendo papo, bebendo e beijando (?) até que o diretor, Mr. Johnson, pediu que nós começássemos o show. Subimos no palco, e eu fui até o microfone.
“Err... boa noite! Bom, nós somos o McFly, e vamos tocar pra vocês essa noite... Antes de começarmos a nossa primeira musica, eu queria dedicá-la a uma pessoa muito especial pra mim, e dizer que esse foi o jeito mais decente que eu encontrei de fazer esse pedido, que você” - apontei pra , que sorriu. - “Sabe qual é... essa é pra você!”
It's all about you (It's about you)
It's all about you baby
It's all about you (It's about you)
It's all about you
Yesterday you asked me something I thought you knew
So I told you with a smile
It's all about you
Then you whispered in my ear and you told me too
Said you made my life worthwhile
It's all about you
And I would answer all your wishes
If you asked me too
But if you deny me one of your kisses
Don't know what I'd do
So hold me close and say three words like you used to do
Dancing on the kitchen tiles
It's all about you, yeah
And I would answer all your wishes
If you asked me too
But if you deny me one of your kisses
Don't know what I'd do
So hold me close and say three words like you used to do
Dancing on the kitchen tiles
Yes, you made my life worthwhile
So I told you with a smile
It's all about you
It's all about you (It's about you)
It's all about you baby
It's all about you (It's about you)
It's all about you
It's all about... you
MINI-CAPITULO 19 (XD)
Bom, e agora eu estou aqui, feliz com a minha ... Exatamente um ano depois de tudo que aconteceu, eu pedi a minha pequena em casamento, e estava aqui, tentando escrever meus votos, mas é inútil... A história é linda, é fato, Mas é loucura falar isso no meio da igreja, de frente a quase duzentos convidados... Se eu o fizesse, em vez de ir pra minha lua de mel com a no Caribe, eu ia parar no manicômio mais próximo... Levei dias tentando escrever, e tinha horas que eu parava e pensava ‘como eu estou numa banda, escrevo musicas, e na hora de escrever poucas palavras pra mulher que eu mais amo nesse mundo, me dá um branco terrível? Que tipo de futuro marido eu sou?’. Bom, eu decidi relaxar, e parar de tentar escrever um texto do tamanho dos sermões que eu levava da minha mãe quando pequeno, e meus votos, na verdade, se resumem a uma frase, que pra mim, resume toda a nossa história...
“Todo aquele que ama, acredita no impossível...”
NOTAS DA AUTORA:
Minha segunda fic... Que orgulho! Aheuaeiaueaueuaeh Podem esperar que já tem mais três ou quatro a caminho... aheiaeuaueauuae vcs vão cansar de me ver aqui, FATO! Aaah, a frase fofinha ^^ do final da fic não é minha(até pq eu ñ tenho capacidade pra escrever coisas assim...) é de uma moça chamada Elizabeth Barret Browning, então, créditos a ela!! U.u
Bom, eu quero agradecer a umas pessoinhas também, pode, né?
*Patty, minha beta hiper-ultra-mega-ocupada que arranjou tempo pra minhas fics *_* e que vai betar um moooonte de outras fics minhas, creio eu...
*Vanessa, a Van, minha 1ª leitora *_* te amo, xuxu!!
*Quézia, moça maluca que eu adoro e que vai me gritar no MSN, quando ver o nome dela aqui (?)
*Dugray, minha biba lindaaaa que faz propagandas no MySpace (?)
*Mais uma vez, ao Poynter, grande inspirador dessa história
*E a você, que teve paciência de ler e comentar!! Valeu mesmo!!
Bruu
NOTA DA BETA:
Cara me senti folgadona fazendo isso,
mas anyway eu preciso. Cara que fic foi essa genteeem *-*~ eu amei betar,
talvez pq eh uma das que menos me dá trabalho |o| E a que eu mais curti a
história \o\ *as outras não podem ler isso* Mas é que a bru foi a minha
primogênita x]
Então caras leitoras se vcs querem que essa fic tenha parte dois façam um
abaixo assinado aí nos comments!
*=
Patty