Eu só sei que foi assim!


- NÃO ! EU JÁ DISSE QUE NÃO! – eu escutei minha mãe dizer com aquela voz de ponto final.
- Mas mãe... são... – falei baixo com a voz meio puxada me preparando para chorar cachoeiras, rios, lagos, mares, OCEANOS se fosse preciso.
- SEM MAIS, NEM MEIO MAIS ! ESSE ASSUNTO ESTÁ ACABADO. – ela virou as costas como se dissesse “Cala a boca logo que eu vou ver a minha novela“.
- Mããããããããããe... Eles são meus amigos eu tenho que ir lá pegá-los... – disse enquanto dos meus olhos saiam uma quantidade surreal d’água.
- É mesmo? Ótimo. Se eles são tão seus amigos assim não irão se importar se você não for. – deu um sorrisinho sonso - AAROOOOOOON! A SUA IRMÃ ESTÁ TE ESPERANDO AQUI EMBAIXO PARA VOCÊS IREM. – virou para escada e berrou o meu irmão.
Eu já disse o quanto odeio quando ela faz isso? Então ta. Eu ODEIO quando ela faz isso. Então quer dizer que ela não vai me deixar ir?
– Então quer dizer que a senhora não vai me deixa ir?
- Não querida filha, eu já disse que você vai levar o seu IRMÃO no judô e VAI ficar lá esperando para traze-lo, entendeu? – eu sorri.
- Ótimo. – mantive o sorriso. Eu vou por bem ou por mal – AAAAAAAAAAAAARON DESSE LOGO DESSA DROGA DE QUARTO PARA A GENTE IR LOGO PARA ESSA DROGA DE JUDÔ! – me virei para a escada.
- Meu Deus, aonde é o incêndio? – meu irmão disse devagar do alto da escada com um olhar meio assustado ainda amarrando a faixa – Ta meio cedo ainda, vocês não acham não?
- Para mim até ta... Só que eu acho que a mamãe está pensando que se eu ficar mais um pouco aqui em casa eu irei fugir - sorri - Então ela acha que mesmo estando duas horas adiantadas, é melhor a gente ir.

°°°

- Maaaas, a gente não tinha que virar ali? – Aaron apontou para uma rua à esquerda a acompanhando com o dedo e com a cabeça até ela sumir.
- Tínhamos. - sorri
- Então por que não entramos?
- Porque a gente não vai para lá! – nesse instante os olhos do meu irmão ficaram do tamanho de pires, e eu realmente pensei que eles fossem explodir e sair voando por ai!
- A m-mãe... A ma-mamãe ta sabendo disso? – o seu rosto ficou ligeiramente mais vermelho que o normal. Pronto agora ele realmente ia explodir.
- Aaron, – parei o carro e olhei em seus olhos – você tem que entender que você já tem dez anos, e que você não é mais tão dependente da mamãe assim! E que você realmente tem que parar de agir como um bebê babão e começar a honrar as calças que veste, no caso o quimono. – sorri, vendo-o soltar uma risadinha irônica.
- Não... – mais uma – você não entendeu, o meu campeonato estadual de judô, NO QUAL EU irei representar a academia começa na SEGUUUUNDA FEIRAAAA! E – mais uma risadinha – não sei se você sabe – falou quase sussurrando – mas hoje é SÁBADOOOO! – parou de falar com os olhos arregalados. Eu havia me esquecido por completo desse campeonato.
- Entãããão... Porque a pressa? Segunda-feira com certeza a gente ta lá. – sorri e falei como se fosse óbvio. Ele soltou mais uma daquelas suas risadinhas irônicas.
- Mas eu preciso ir TREINAR, CRIATURA!
- E você vai... Quem disse que não ia?
- ENTÃO, POR QUE VOCÊ NÃO ENTROU NA RUA?
- Porque eu falei que a gente não ia para lá...
- ENTÃO PARA ONDE VOCÊ VAI ME LEVAR AFINAL? – cruzou os braços.
- Eu vou te mostrar como é a vida, pequeno gafanhoto, como é a vida... – disse em tom maléfico enquanto ligava novamente o carro.

°°°

- Não saia do carro! Não saia do carro em hipótese nenhuma! – olhei para os lados como uma boa fugitiva – NEM QUE ESSA SENHORA – apontei para uma velhinha que passou ao lado da minha janela a assustando levemente – BATA EM CHAMAS NO SEU VIDRO IMPLORANDO PELA ÁGUA DO CARBURADOR! – parei e olhei para cima – É no carburador que fica água? – pausa - ENFIM.
Coloquei os “óculos-protetor-dos-baixistas-baixinhos-contra-fãs-alucinadas-e-de-sol”, nome dado pelo próprio Dougie, que não sei porque estava no porta-luvas. Somado com um dos maiores bonés do Tom, que não me perguntem porque, estava no banco traseiro.
O QUE MAIS EU VOU ACHAR NO MEU CARRO? Estou com medo até de imaginar... Uma blusa do Danny... Uma boxer do Harry... Fiz uma careta.
- HEY! – senti alguém cutucar o meu ombro – HEY! – mais um cutucão – HEEEEEY! – um cutucão forte. QUASE FURARAM O MEU BRAÇO!
- HEEEEY, DIGO EU! – olhei na direção do autor desse crime tão hediondo.
- Você vai sair ou vai ficar aí sentada, olhando para o teto com essa cara de idiota, lerda, LESADA, BOÇAL, INÚTIL...
- TAAAA BOM! JÁ ENTENDI! ESTOU SAINDO!
Sai do carro e entrei no mercado como um bom 007 faria. Depois de muita discrição, peguei três carrinhos que estavam juntos coloquei no meio da loja e me abaixei atrás para poder pensar no que comprar. Agora sim, estava bem escondida. Ninguém me viu, vai me ver ou verá.
- A senhora quer uma ajuda? – olhei assustada a minha volta e não encontrei a dona da voz. Respirei fundo, não era comigo.
- Você mocinha, ai abaixada atrás dos carrinhos, perdeu alguma coisa? – olhei por baixo dos carrinhos e vi um par de tênis pretos parados atrás dos carrinhos, o meu cérebro de 007 me alertou do perigo eminente.
Numa fração de segundos, puxei um dos tênis que apareceram sem aviso fazendo a moça cair sobre uma daquelas torres de enlatados fazendo um barulho bem estridente. Dando mais uma prova que mereço o meu emprego, aproveitei da confusão e corri na direção do corredor mais próximo.
Passei o braço na primeira prateleira de biscoito que encontrei, e antes de chegar ao caixa minha mão agarrou a primeira coisa bebível que encontrou.
- Toma, toma. – dei a primeira nota que tirei do bolso para a caixa e continuei minha longa maratona.
- Moça, o troco! – a vi balançar várias notas na minha direção.
- DEPOIS! DEPOIS! – sai porta a fora quase tropeçando nas próprias pernas.

- CORRE! CORRE! – disse ao entrar no carro e jogar as compras em cima do meu irmão.
- PARA ONDE?
- NÃO IMPORTA, CORRE! – o vi abrir a porta e olhar para mim com uma cara de dúvida - AONDE VOCÊ PENSA QUE VAI, GAROTO? – alterei a minha voz e arregalei os olhos.
- Correr... – respondeu assustado.
- CORRER PARA QUE SE NÓS TEMOS UM CARRO? DIRIGE! – olhei assustada para trás procurando indício de perseguição. E tudo que vi foi um aglomerado de cabeças com feições assustadas na entrada do mercado.
- COMO? EU NEM SEI COMO SE FAZ ISSO!
- AH É! – girei a chave e meti o pé no acelerador.

- Exatamente, O QUE É ISSO ? – vi meu irmão apontar para o colo.
- Isso o que? – perguntei ainda em clima pós-perseguição.
- Isso que você trouxe do mercado! Você está pretendo doar isso para os sem teto e comprar comidas decentes para a gente, né?
- Não, porque? Isso é comida decente. Me deu muito trabalho conseguir isso.
- Ah, sim, claro! Um pacote de torradinhas light, um pacotão de torrões de açúcar, SEM AÇUCAR! Só para deixar BEM claro. Como será que isso é possível? – pausa.- Pacote econômico de biscoito de aveia, um mega-hiper-super-power pacote de biscoitos caninos em forma de...de... - pausa – Foices? – o fitei assustada. Eu não havia comprado aquilo – E para completar a nossa salada gastronômica, um pacote DE BOLSO de batata frita sem gordura, sem sal e sem sabor. Que por sinal é MINHA!
- HEY, eu peguei uma Coca-cola. – me arrependi de ter falado, assim que ouvi a risada estridente do meu irmão.
- GARRAFA DE COCA-COLA? GARRAFA DE COCA-COLA?!? ONDE QUE ISSO É UMA GARRAFA DE COCA-COLA? EM QUE PLANETA VOCÊ VIVE? VOCÊ NÃO PERCEBEU QUE ESTAVA EM UMA SESSÃO LIGHT/DIET? ISSO AQUI UMA COCA-COLA? – um borrão comprido e marrom apareceu na minha frente, BEM na minha frente.
- TIRA ISSO DAQUI! E ABRE LOGO A COCA-COLA! – outra risada estridente.
- MINHA FILHA! QUE PARTE DO “NÃO TEM COCA-COLA” VOCÊ NÃO ENTENDEU?? ISSO AQUI É UM SUCO DELICIOSO. – assumiu um tom de locutor de rádio - Uma mistura FA-BU-LO-SA de suco de uva, maçã, morango...
- Parece bom... – tentei melhorar meu lado.
- E é! Tão bom que eu vou deixar TODO para você! Porque além de tudo ele foi feito com a mais pura e selecionada soja da região.
- É O QUE? – dei uma freada brusca.
- ISSO! E ESSA INCRÍVEL MISTURA, TÃO QUENTE COMO O SOL, ESTÁ MANCHANDO O SEU RECÉM-LAVADO TAPETE. – olhei em sua direção e vi uma grande poça, onde boiavam uma grande quantidade de biscoitos, pacotes abertos e um pé de tênis preto.
- Porque eles estão abertos? E DE QUEM É ESSE TÊNIS? – perguntei assustada para o meu irmão que estava com a perna em cima do painel comendo as suas não tão deliciosas batatinhas.
- Até que não são ruins. – colocou uma na boca – Não são boas, mas também não são ruins. – pausa – O que ta aberto? Ah isso? – apontou para os biscoitos na poça – É porque eu provei tudo isso, menos o biscoito para cachorro. Esse eu guardei, especialmente, para o seu namorado. E só para constar: O torrão de açúcar é realmente doce. – pausa. – O tênis? Não faço idéia de quem seja. Foi você que trouxe... Menina maluca, ainda diz que é minha irmã. - fez uma cara medonha, que se acentuou ainda mais quando os carros atrás de nós começaram a tocar a quinta sinfonia de Beethoven.

°°°

- Eu já vi essa casa... – ouvi meu irmão repeti acho que pela... quinta vez.
- As casas aqui são muito parecidas. – dei a mesma resposta que dei para as quatro outras vezes.
- Não... HEY! Eu acabei de ver esse cara com esse poodle rosa nesse mesmo poste cinco minutos atrás.
- Os postes, os cachorros, e as pessoas também. – respondi maquinalmente.
- Você tem certeza que ainda lembra para onde estamos indo?
- É CLARO que sim! Estamos indo para o aeroporto pegar os garotos! – sorri bobamente ao lembrar do Dougie.
- E VOCÊ TEM CERTEZA QUE SABE PARA ONDE FICA O AEROPORTO? Porque eu tenho certeza que vi uma plaquinha indicando “Praia” ali atrás. – apontou na direção contrária a do carro.
- Não seja bobo, não tem praia em Londres. – sorri ainda pensando no meu namorado.
- Por isso... - disse com um tom macabro.

- AI MEU DEUS! AI MEU DEUS! AI MEU DEUS! – comecei após entender o perigo da situação.
- Só agora você entendeu? – meu irmão que estava bem fresco cantarolando a música que tocava no rádio, me olhou com cara de tédio – FRANCAMENTE! E você ainda diz que é minha irmã?
- A GENTE SAIU! A GENTE SAIU! A GENTE SAIU!
- Não a gente ainda está dentro do carro. – meu irmão disse calmamente me fazendo parar para pensar.
- Não! Não é isso! – falei após alguns segundos – Não é isso! A gente saiu da cidade! Em Londres não tem praia!
- Ow! Parabéns! Você veio de onde? Da cidade do óbvio? Porque do mesmo útero que o eu, não foi mesmo.
- Respira, inspira, respira, inspira... – parei o carro e peguei o celular.
- Vai ligar para a mamãe?
- TA LOUCO? Você acha que eu vou ligar para a mamãe? Ela pensa que você está bem fresco batendo nos outros.

- Alô? ! – disse desesperada.
- Fala mais alto que eu não to te escutando! – a voz dela veio de algum lugar beeem longe.
- VOCÊ ESTÁ AI? JÁ ESTÁ ME ESCUTANDO? PRECISO FALAR MAIS AAAALTOOO? - abafei o bocal para que a minha voz saísse ainda mais alta do outro lado.
- NÃO GRITA! – ela gritou no meu ouvido.
- MAS VOCÊ TA GRITAAANDO!


- Você ligou para o tio Dennis? Nem assim ele vai te escutar, ele é surdo! – Aaron disse e eu gesticulei para ele calar a boca.

- Ãããããããã! – escutei um uivado do outro lado da linha.
- você está no zoológico? Você não foi pegar os garotos não? O Dougie veio sozinho? Ele NÃO PODE VIM SOZINHO! ELE É UMA CRIANÇA, ELE VAI SE PERDER! ELE NÃO PODE FAZER ESSAS COISAS SOZINHAS! TA CERTO QUE OS OUTROS ESTAVAM LÁ TAMBÉM, mas eles só sabem maltratar ele... – disse a última parte com voz puxada.
- AI MEU DEUS! Outra eu não agüento... Você não vai desmaiar ai do outro lado da linha, não né?
- Desmaiar? Porque eu ia desmaiar? O Dougie nem ta aqui.
- HEY! SE VOCÊ NÃO HONRA AS CALÇAS QUE VESTE E NÃO CONSEGUE CHEGAR NELA, O PROBLEMA NÃO É MEU! – escutei o Harry gritar.
- HARRY? O que o Harry está fazendo ai? Ele veio sozinho? E o Dougie? Cadê o Dougie? Ele também está ai? ELES ABANDONARAM O DOUGIE LÁ? – arregalei os olhos e abri levemente a boca só de pensar na hipótese.


- ELE FICOU AONDE? ELE FICOU AONDE? NO ALASCA? – Aaron perguntou feliz.
- Não, idiota! CALA A BOCA!

- Mas foi você que me ligou!
- Não, não foi com você .
- Afinal porque você me ligou?
- É que... hum... Eu meio que... é...
- ELA TA PERDIDA! ALIÁS, ESTAMOS PERDIDOS! NÃO SEI NEM COMO MINHA MÃE FOI CAPAZ DE DAR UM CARRO PARA ESSA LOUCA! LOOOOOOO-UUUUU-CAAAAA!- Aaron arrancou o celular da minha mão e começou a berrar com a - Olha, a gente passou pela Tesco... – escutei ele falar e me lançar um olhar mortífero - SAI DOUGIE, EU NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ!


- EU QUERO! EU QUERO! EU QUERO! – puxei o celular da sua mão.

- Amoooor! Chuchu! Bebê! Anjinho, que saudade eu estava de você! – falei cantando.
- ?!? – a voz do Tom apareceu na linha. – O Dougie sabe que você fica me chamando assim?
- CHAMANDO COMO? PRECISO SABER! ELE É UM HOMEM MORTO! – a voz do Dougie apareceu marcando presença no telefone.
- VOCÊ TEM QUE MATAR ELA! NÃO A MIM! – a voz do Tom apareceu ao fundo.
- Por que você quer MATAR O TOM, ? – a voz da apareceu no telefone também.
- Não sou eu que quero matar ele, é o Dougie...
- POR QUE VOCÊ QUER MATAR O TOM, POYNTER? – disse decidida do outro lado da linha.
- POOOOORRA, VOCÊS NÃO CALAM A BOCA! FICAM TUDO PEGANDO O TELEFONE DA MINHA MÃO! – disse irritada.
- ALÔÔ-Ô! – uma voz apareceu cantando entre a fala da ...
- VOCÊS NÃO VÊEM QUE A GAROTA ESTÁ PERDIDA?
- ALÔ! ALÔ-ALÔ! Alô-ô! – uma voz de garoto...
- VOCÊS NÃO PERCEBERAM QUE EU ESTAVA AJUDANDO A GAROTA?
- A-A-A-A-LÔÔÔ! – eu acho que conheço essa voz...
- E VOCÊ? PORQUE SAIU DA MACA?
- A—A-A-A-Lôôô! ALGUÉM? A-A-ALGUÉM? ALGUÉM A-ÍÍÍ! – acho que é o Danny...
- THOMAS, HAROLD! PAREM DE BRIGAR! A CONSEGUE subir na maca SOZINHA!
- Psst pi braw brew pasc pork BAH! – um barulho que lembrava demais beat-box apareceu na linha.
- DANIEL! O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!? – sim, era o Danny!
- Pack pork BAH, não? – ele perguntou com voz de criança que fez coisa errada.
- ME DÁ ISSO AQUI! ALÔ! ALÔ! ALÔÔÔÔ! – começou a gritar no telefone.
- Sim, eu sei que você o ama. Mas não precisa ficar imitando ele não... – respondi calmamente afastando, significativamente, o celular da orelha.
- Era com o Aaron que eu estava falando, não era? Então passa para ele, vou explicar como vocês chegam aqui.


°°°

- Como é que é? – Thomas perguntou com uma cara levemente assustada e com o dedo levantado na minha direção.
- Ué, eu simplesmente puxei o pé dela. – repeti pela milésima vez.
- Não era mais fácil você ter dito que havia caído? – Harry que estava na minha frente perguntou.
- Claro que não! Eu era uma fugitiva, esqueceu? - respondi como se fosse óbvio.
- E porque mesmo? - Thomas voltou ao ponto inicial dessa conversa.
- Porque a minha mãe não sabia que eu estava lá. Dããã!
- Ah sim claro, algo muito normal. É bem mais fácil ela ficar sabendo agora, pelos noticiários. – ele continuou.
- Vo-você acha... – respondi com a voz falhada sentindo o Dougie me abraçar.
- Aii meu Deus, Dougie você realmente arrumou a namorada certa. – ele se sentou ao lado da deixando eu e o Dougie com cara confusa.
- Eu não entendi... – Dougie falou meio baixo.
- AI MEU DEUS! , eu mereço isso? – e ele não parou de falar, agora ele falava com a garota que o olhava.
- Hãm? Que? – ela respondeu com uma cara perdida e corada.
- Esquece...

- Francamente , - a voz da surgiu do nada fazendo a atenção de todos se voltar para ela. – eu esperava mais de você sabia? Talvez, se o Danny fizesse isso eu entenderia...
- HEEEEEEY!
- O que, amor? – ela se virou para ele piscando.
- Nada... – ele respondeu bobamente.

- , o que você quer comer? – Harry perguntou com uma voz sedutora, se sentando ao lado dela espremendo os três numa cadeira onde só cabiam dois.
- Ah... Não sei ainda.
- Você tem certeza que não quer nada? – Tom perguntou mexendo no cabelo dela.
- Você não ouviu o que ela disse? Ela ainda não se decidiu.
- Vou escolher agora! – ela escondeu o rosto dentro do cardápio.

- Amoooor! Chuchu! Bebê! Anjinhoooo! – a mão do Dougie começou a subir e descer na minha frente.
- Oi amor. – respondi meio bobamente.
- Você está bem? – ele colocou o cotovelo em cima da mesa apoiando a cabeça com a mão me olhando com uma cara igualmente boba.
- Estou sim. Por que? – o imitei, agora sorrindo.
- Nada... Você está meio desligada hoje... – ele sorriu passando a mão livre no meu rosto.

- Ela É desligada, não somente hoje, bobão. – Aaron que passava do nosso lado segurando o cardápio, puxou a mão do Dougie que estava no meu rosto, fazendo-o bufar e cerrar os olhos na sua direção.
- BOBÃO É... É... É A MÃE! – Dougie respondeu.
- Realmente Douglas, você ESCULACHA nos xingamentos! – meu irmão falou debochado sentando entre a e o Danny.
- Fala aê, Aaron. – Harry que estava na sua frente falou.
- Fala tu.
- CAHAM! – Danny limpou a garganta.
- Aé, - Aaron começou sorrindo para a menina – , você pode me dizer o que tem nesse sanduíche? Eu não entendi muito bem. – ele fez uma cara fofa apontando para o cardápio. Até parece, realmente, que ele era aquele primor de garoto.
- Claro querido. – ela sorriu e começou a explicar.

- Não é melhor você comer uma coisa salgada logo? Você desmaiou há pouco tempo. – Harry perguntou de uma forma carinhosa a , recebendo um sorrisinho de aprovação do Aaron.
- Você quer uma batata frita, amor? – Tom perguntou, ignorando por completo o Harry.
- Se você quiser eu vou lá pegar para você. – Harry sorriu passando a mão no seu cabelo, já levantando.
- ISSO! VAI LÁ! VAI! – Tom falou um pouco irritado.

- JÁ CHEGA GAROTO! Ela já te explicou TODOS os sanduíches. Vai querer saber o que agora? Como são feitas as batatas fritas?
- BOA! Eu sempre tive essa dúvida, . Como eles fazem tantas em tão pouco tempo? – ele perguntou com uma cara igualmente fofa.
- VAI DIZER QUE NÃO SABE? SÃO AQUELES SAQUINHOS! AQUELES SAQUINHOS DE BATATAS FRITAS CONGELADAS! QUE É SÓ TACAR QUE FICA PRONTO! – Danny respondeu alterado.
- Ah... E como eles fazem esses saquinhos com essas batatas congeladas? – virou sorrindo para a .
- CÍNICO! – falou entre dentes e com os olhos cerrados.
- Daniel! Pára de perturbar o menino! – ela disse com todo aquele seu ar de ponto final.

°°°

- Aaah vamos entrar nessa loja! Vamos! VAMOOOOS! – eu disse empolgada ao ver uma loja, acreditem se quiser, SÓ de revistas em quadrinhos. Um SO-NHO!
- AAAAH VAMOS! – Dougie me olhou com a mesma felicidade que havia em meus olhos. Fazendo com que todos nos olhassem com cara de desprezo e meu irmão encenasse um vomito.
- SEM CHANCE, VAMOS CHEGAR ATRASADOS! – Danny berrou.
- Pois então nós vamos sozinhos! – agarrei no braço do Dougie e fui.
- ELES NÃO PODEM IR SOZINHOS, VÃO SE PERDER. – Danny continuou.
- Não vão. A gente vai com eles, não é ? – escutei o Aaron dizer.
- É claro que sim. – escutei ela responder antes de entrar.

°°°

- , você gosta de ‘Cavaleiros dos Zodíacos’, não gosta? – alguma coisa no tom da voz do meu irmão me chamou atenção.
- Gosto sim, Aaron. Por que? – fiquei na ponta do pé e olhei por cima da prateleira na minha frente.
- É porque eu achei essa revista aqui. – vi ele levantar uma revista dourada, daquelas de colecionador.
- Deixa eu ver. – a assisti abaixar a cabeça e ficar na mesma altura dele – EU NÃO ACREDITO! – ela segurou o rosto do Aaron e começou a encher a sua bochecha de beijos.

- OLHA O QUE EU TENHO, VOCÊ NÃO TEM! OLHA O QUE EU TENHO, VOCÊ NÃO TEM! – o imbecil do meu namorado chegou cantando.
- Dougie! Shhhhh! – voltei a atenção a cena a frente.
- Você está brincando de espiã de novo? – ele disse baixo – Posso brincar também?
- Pode, agora fica quieto. – olhei a tempo de ver o sorriso de orelha-a-orelha do meu irmão.


- , ONDE VOCÊ ESTÁ? EU ESTOU ESCUTANDO A SUA VOZ. – escutei o Danny gritar de algum lugar.

- Ele ainda não parou de gritar? – escutei o Dougie perguntar baixo ao meu lado.
- Acho que não. – respondi de igual tom – Acho que ele ligou a voz dele na tomada.

- VOCÊ DISSE QUE IA VER A SESSÃO DE MANGÁS. – ele parou – EU NÃO SABIA QUE VOCÊ GOSTAVA... CARACA! UMA HISTORINHA EM QUADRINHOS DO CAPITÃO AMÉRICA! – eu olhei para o Dougie assustada.
- “ELE É MUITO RESISTENTE, LORDE!” “TENTE NOVAMENTE! A ÚNICA COISA QUE NOS SEPARA DA VITÓRIA É ELE, O CAPITÃO AMÉRICA! E VOCÊ VAI DETÊ-LO!” – ele disse fazendo vozes diferentes – “ESTA NÃO É UMA SIMPLES ESCURIDÃO, SÃO OS IMENSOS SUBTERRÂNEOS DE UMA CIDADE INFINITA. E EU SEI QUE AQUI, VAMOS CONSEGUIR CAPTURA-LO!” COMO SE ELES NÃO SOUBESSEM QUE O CAPITÃO AMÉRICA É O MOCINHO! – voltou a falar com a voz normal.

- Ele está falando sozinho? – Dougie perguntou.
- E você pergunta para mim? Ele é seu amigo, não meu! – escutamos ele gargalhar.

- HEY! ! AONDE VOCÊ PENSA QUE VAI DE MÃO DADA COM ESSE TAMPINHA?
- Ela vai COMIGO pagar a revista de colecionador que EU achei. – Aaron disse feliz puxando a mais para perto de si.
- MAS EU TAMBÉM ACHEI UMA REVISTINHA.
- É, mas não de colecionador.
- Isso mesmo! – deu um beijo estalado na bochecha do meu irmão, que assumiu um sorrisinho maroto.
- TA, TUDO BEM. MAS NÃO PRECISA DAR A MÃO! – se meteu no meio dos dois e continuou andando – CARACA! UMA REVISTA DO HOMEM ARANHA! – entrou em um corredor.

– “VOU SOLTAR AS MINHAS TEIAS!” – Tom cutucou o ombro dele.
- Eu sei que você gostou bastante dessa loja, mas não precisa ficar gritando por ai.
- MAS EU NÃO TO GRITANDO!
- Não está não? Então porque a sua garganta está doendo?
– É... É, mesmo... – franziu o cenho e olhou para o Tom – E como você sabe que ela está doendo?
- A minha estaria se estivesse gritando há tanto tempo. E eu acho melhor você ir atrás do Aaron, porque eu o escutei falando qualquer coisa de ir ver um filme novo que estreou. – ele apontou para o meu irmão.
- É? Pois eu escutei o Harry contando uma piada muito engraçada para a . – ele apontou para o outro lado, onde os dois riam muito. Eles se entreolharam e saíram para lados opostos.

°°°

- GENTE, VAMOS PEGAR MAIS CHOCOLATE E NÃO JUJUBA! – gritei inconformada quando tiraram o saquinho da minha mão. Todo mundo sabe que chocolate é melhor que jujuba.
- MAS EU PREFIRO JUJUBA! – Tom disse enchendo o saquinho de jujuba.
- E EU CHOCOLATE! – pegou o saquinho da mão dele e voltou a enche-lo de chocolate.
- A não, só se for chocolate branco! – pegou o saquinho.
- GENTE, VAMOS COLOCAR ESSA BALA EM FORMA DE LAGARTO! – Dougie chegou com uma colher cheia dessas balinhas.
- A VAMOOOS! – peguei o saquinho da mão da e o Dougie despejou as balinhas.
- AAAAAH ISSO NÃO VALE! O DANNY TA FAZENDO OUTRO SAQUINHOOOO! – a fez bico cruzando os braços.
- FAZENDO OUTRO SAQUINHO? – olhou para ele que enchia o seu saquinho agora com calda de chocolate - DAAAAAAANNY, VAI FICAR CARO! – ela protestou.
- Sim... E?
- Como assim “e?” VAI FICAR CARO!
- E daí? Eu tenho dinheiro. – ele continuou a encher, e agora colocava M&M’s.
- Desisto!
- AAAAAAH ENTÃO EU QUERO OUTRO TAMBÉM. - disse fazendo voz de criança.
- Não dá vai ficar muito caro... - Tom disse de um jeito fofo.
- MAS EU QUERO. – continuou. – A já está até comendo o saquinho que o Danny comprou.
- Pode deixar , eu compro outro para você. – Harry disse abrindo a carteira.
- Compra? – ela perguntou com os olhos brilhando.
- Claro que compro, linda. Pode escolher. – Harry a puxou pela cintura para perto dele.
- Aaah, você é tão bonzinho! – o abraçou.
- Você quer um outro só de chocolate? – Harry perguntou.
- Aaah, eu já disse que te amo hoje? – ela começou a dar beijinhos na bochecha do garoto.
- Hoje? Hoje eu acho que não. – ele abriu um sorriso-eu-tenho-32-dentes-brancos enquanto a puxava mais para perto de si.
- Me responde Harry, porque você ainda está sozinho? – ela perguntou pendurada no pescoço dele.
- Você ainda pergunta? – ele respondeu de um jeito maroto a abraçando pela cintura.

- HEY! – Dougie cutucou o braço de um Tom extremamente vermelho – Ô você, de cabelo loiro. – continuou a cutucar – É com você mesmo... – mais um cutucão. Já estava vendo aonde isso ia dar – Você realmente vai deixar? – mais um – Ô da covinha solitááária. – cantarolou.
- QUE FOI, PORRA?
- Nada não! - deu de ombros – Eu só queria saber se você vai deixar. Cara, ela ta beijando a bochecha dele e o chamando de fofo!

- JÁ DEU, NÉ? JÁ DEU! VAMOS PARAR, VAMOS SEPARAR! – Tom chegou se metendo entre os dois.
- Poxa Thomas, você se amarra em atrasar a minha vida, né?
- ATRASAR A SUA VIDA? ATRASAR A SUA VIDA? – Tom perguntou de um jeito irônico – Tem certeza que sou EU que estou atrasando a SUA vida? – tenho quase total certeza que vi uma veia latejar na testa do Tom, tenho sim.
- Tenho! – respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Vem , aonde paramos? – ele empurrou o Tom e voltou a abraçar a garota – Ah é, porque eu...
- SOU UM IMBECIL E AMO FICAR SOZINHO! – Tom completou, puxando o Harry para longe da menina.
- Não, eu estava falando de mim e não de você. – ele respondeu baixo e sorrindo levemente.
- AH! PÁRA DUDE! PÁRA DE ZOA! ISSO JÁ PERDEU A GRAÇA!
- Eu não to zoando...
- DESDE QUE ELA CHEGOU EU NÃO CONSEGUI FALAR NEM UM POUQUINHO COM ELA! ISSO JÁ TA VIRANDO VACILAÇÃO!
- Vacilação? Porque vacilação? – ele disse com um sorrisinho no canto da boca.
- POR QUE? POR QUE? PORQUE VOCÊ SABE QUE EU SEMPRE GOSTEI DA GAROTA! E AGORA QUE EU TO COMEÇANDO A ME ACERTAR COM ELA, NÃO TAMOS MAIS BRIGANDO DE CINCO EM CINCO MINUTOS, VOCÊ FICA AI GRUDADO NELA. VOCÊ NÃO DEIXA EU CHEGAR NELA. EU QUERO FALAR QUE GOSTO DELA E VOCÊ NÃO QUER DEIXAR.
- Deixa eu ver se entendi: você está dizendo que sempre gostou dela, mas nunca teve coragem de falar. E agora que você resolveu chegar nela, eu to chegando antes de você?
- É, É ISSO. E ISSO ESTÁ SENDO MÓ VACILAÇÃO. PORQUE VOCÊ SEMPRE SOUBE DISSO, que eu gosto da . – acho que o Tom não se tocou do que falou. Mas eu acho que a sim. Olha como ela ta vermelha.
- É agora que a gente deixa vocês sozinhos? – o desprovido de cérebro do Daniel quebrou o clima totalmente ainda de boca cheia. A sorte é que ele levou um merecido tapa na nuca da nossa querida, e com cérebro, .
Depois do infeliz comentário do Danny, o Tom passou muito rapidamente de branco para verde, amarelo, um tom muito próximo de azul, e se encontra agora em um vermelho muito, muito escarlate.
- Não, mas é que... Hum... É... Sabe... – ele começou a arregalar os olhos olhando para a tentando concertar o que havia falado.
- Eu quero fazer xixi. – uma voz um tanto quanto infantil chegou as meus ouvidos – Tia, rápido. – uma criança LOIRA, no meio dos seus seis anos, puxou a minha blusa, ainda segurando a minha mão.
- QUEM É VOCÊ, E O QUE VOCÊ FEZ COM O MEU IRMÃO? – berrei engolindo de uma só vez todas as balinhas de lagarto que estavam na minha boca. Vendo em seguida os olhos AZUIS da pequena criança começarem a encher de água e ele começar a prender um choro que teimava em querer aparecer – Você não vai chorar, vai? – ele balançou positivamente a cabeça.
- Calma, não fala assim com ele. – a saiu de sabe-se lá Deus onde e ajoelhou do lado dele – Você quer uma balinha? – ela puxou o saquinho da mão do Danny e ofereceu a ele.
- HEEEEEEY!
- Cala a boca, Danny. – ela disse pausadamente.
- Iiih, ta bom. – Danny saiu de perto resmungando.
- Eu quero aquela de bichinho, na mão daquele menino alto.
- QUEM? AQUELE ALI? – ela gargalhou alto apontando para o Dougie.
- NÃO MESMO! – ele enfiou toda a bala na boca, fazendo o menininho chorar escandalosamente.
- AAAH, MAS VOCÊ VAI CUSPIR! – foi à direção dele e segurou a sua cabeça – VAI SIM!
- Vocês são um bando de imprestáveis. – apareceu com um saquinho CHEIO dessas balinhas – Toma neném, é todo seu.

°°°

- Você tem certeza que a sua mãe estava na banca de jornal? – a disse andando mais na frente de mão dada com a criança.
- Aaah, a gente não pode ficar com ele não ? Ele é tão bonitinho. Deixa eu ficar com ele, deixa. – começou a puxar a manga da - Não é Richard, você não gostou de ficar com a gente? – ela o pegou no colo.
- , você acha que ele é o que? Um cachorrinho? Que você pode pegar para cuidar assim, do nada?
- E não é?
- Eu não sou um cachorrinho. – o menininho balançou negativamente a cabeça.
- Owwwn, e ele ainda fala! – ela disse apertando a bochecha dele – Tem certeza que não podemos ficar com ele?
- Francamente , quero ver como você vai tratar os meus sobrinhos. – ela pegou o garotinho do colo da outra e continuou a andar em direção a banca.
- HEEEEEEEEEEY, PÁÁÁRA DE COMER! – o garotinho deu um tapa na mão do Dougie.
- DOOOUGIE! AS BALAS SÃO DELE! – o repreendeu dando um tapa na cabeça dele.
- HEEEEEY! NÃO BATE NA CABEÇA DELE, DÓI SABIA? – abracei meu querido namorado depositando vários beijinhos na sua bochecha.

- BATE NELE SIM! BATE QUE ELE MERECE! QUER AJUDA? – meu irmão levantou do meio fio e começou a dar pequenos pulinhos tentando bater na cabeça do Dougie também.
- SAI DAQUI TAMPINHA! – Dougie disse feliz segurando a testa do meu irmão com o braço esticado.
- TAMPINHA? TAMPINHA É VOCÊ, TAMPINHA!
- TAMPINHA? EU SOU MAIS ALTO QUE VOCÊ, TAMPINHA!
- TAMPINHA? EU SOU ALTO PARA A MINHA IDADE, TA LEGAL?
- MAS EU CONTINUO SENDO MAIS ALTO QUE VOCÊ! – disse com um ar de vitória.
- É POR ENQUANTO, DEIXA EU FAZER DOZE ANOS PARA VOCÊ VER!
- VER? EU NÃO VOU VER! PORQUE...
- QUER DIZER QUE VOCÊ VAI TERMINAR COM A MINHA IRMÃ? GRAÇAS A DEUS! AS MINHAS PRECES FORAM ATENTIDAS! – ele se ajoelhou e levantou as mãos para o céu.

- CORRE! CORRE! – chegou correndo – COOOOOOORREE! – ela agarrou a mão do Aaron e a do Danny e saiu correndo – VOCÊS VÃO FICAR AI PARADOS?
- VOLTE AQUI! EU NÃO QUERO SABER SE FOI UM ENGANO!
- Quem é essa mulher loira de olhos azuis? – perguntou.
- Eu não estou com vontade de descobri. – Tom agarrou a mão dela e seguiu a irmã.
- O que você acha que a gente faz? – Dougie me olhou com uma cara fofa.
- EU VOU CHAMAR A POLÍCIA! NÃO QUERO SABER!
- Acho que é melhor a gente correr! – agarrei a mão dele e entramos juntos com os outros no shopping.

- Alguém viu o Harry? – Danny perguntou antes mesmo da gente recuperar o fôlego.
- É... Onde está o Harry? – Dougie olhou para os lados.
- Se eu soubesse não tinha perguntado.
- Olha, ele se encantou com uma loja que só vendia “Ray ban” lá atrás. E ele disse que ia lá vê.
- E você fica prestando atenção nas coisas que ele se encanta ou deixa de se encantar, né ? – Tom olhou feio para ela.
- A não começa, Thomas. – ela soltou a mão dele e foi para perto da .
- Mas eu só perguntei... – ele foi para perto dela novamente.
- PERGUNTOU? Do jeito que você falou parecia que eu tava fazendo algo de errado!
- Mas tava, quer dizer, não tava. Quer dizer, eu não quero que você fale com ele.
- AAAAAAH, VOCÊ NÃO QUER QUE EU FALE COM ELE? VALEU PAPAI! – ela levantou o polegar na direção dele.
- Também não é assim. Espera, eu vou explicar.
- Eu estou esperando, Fletcher.
- Ah não! Não começa me chamar de Fletcher de novo não.
- E como você quer que eu te chame, Fletcher?
- Amor?
- E porque eu te chamaria de amor, Fletcher?

- Vocês ainda não se acertaram? – Harry apareceu todo amassado e de mão dada com a .
- ? – nós, meninas, dissemos em coro.
- Não, estamos tratando algo mais importante. Thomas você ainda não se acertou com ela? – Harry perguntou fazendo com que ele desse de ombros - PELO AMOR DE DEUS! Tom beija logo a .
- Como assim beija logo a ? – ela perguntou indignada.
- Como se você, realmente, não gostasse de quando ele te beijava a força. – Harry falou fazendo a menina corar – Anda Thomas, beija logo ela que eu não tenho o dia inteiro. – ele falou fazendo Tom dar novamente de ombros e olhar procurando um sinal de aprovação da garota – Eu não estou zuuuando, - ele cantarolou – e eu não tenho, mesmo, o dia inteiro. – ele sorriu para que sorriu também, e a puxou mais para perto.
- Mas Harold, não é assim, simplesmente, a beije. Tem que ter um clima. – disse mais vermelha que um pimentão.
- Não seja por isso. – sorriu - DANNY, comece a cantar. – ele apontou para o garoto que se assustou levemente.
- Do do do do do doo – começou com uma cara de dúvida.
- Não idiota, tem que ser uma musica romântica para fazer clima.
- And my friends said. – ele começou timidamente.
- YOU’LL NEVER GET HER. – Dougie apareceu gritando e pulando ao seu lado. Danny o fitou assustado e se empolgou.
- BUT I DIDN’T CARE.
- YOU’LL NEVER GET HER.
- ‘COS I LOVED HER LONG BROWN HAIR.
- YOU’LL NEVER GET HER. – no meio de um dos pulos ele deu um empurrão no Tom o fazendo chegar mais perto da .
- AND THE LOVE WAS IN THE AIR. – Tom chegou mais perto dela e sorrindo bobamente e muito corado colocou a mão na sua nuca...

- AI. MEU. DEUS. – uma voz desconhecida quebrou novamente o clima que a muito custo os meninos haviam instalado.
- EUUUUUU NÃÃÃÃO ACREDITOOOO! – uma outra voz começou atrás de nós também.
- SÃÃÃÃO ELES MEEEESMOOO! – a primeira exclamou, e nós nos viramos na direção delas.

- AAAAAAH NÃÃÃÃO, A NARIGUDA E A CABELO PINTADO DE CANETINHA, DE NOVO NÃO. – a apontou para as garotas.
- AONDE? AONDE? – a desviou a atenção para aonde a apontava.
- ALI, ATRÁS DA ! – deu um pedala no Danny – Ta feliz agora? Conseguiu o que você queria? Chamou a atenção do shopping inteiro.

- NÃÃÃÃO BATE NELE! – uma delas, que na minha opinião devia ser a nariguda, falou.
- NÃO BATE NELE? EU POSSO BATER, ESCUTOU? ELE É O MEU NA-MO-RA-DO! OLHA AQUI! – ela começou a bater seguidamente em qualquer lugar que a sua mão pegasse.
- EU TE GARANTO QUE ELE NÃO QUER FICAR COM ALGUÉM QUE BATE NELE. – a garota cruzou os braços.
- Sabe, eu quero sim. – O Danny abraçou a namorada sorrindo bobamente.

- SAAAAAAAAAAAAAAAI DE PERTO DELE! – afastava a cabelo pintado de canetinha que tentava encostar o dedo na covinha do Tom, que sorria bobamente - VOCÊ NÃO VAI ENCOSTAR O DEDO NA COVINHA DELE!
- Porque não? – Tom realmente não tem medo da morte. Não mesmo, inclusive ele QUER morrer.
- COMO PORQUE, FLETCHER! COMO PORQUE NÃO?
- Ai, voltamos para o Fletcher.
- Eu gosto de Fletcher. – a garota com cabelo pintado de canetinha se meteu novamente no assunto.
- GOSTA? – começou a sorrir debochadamente – Vai lá falar com ela ali então, - apontou para a que discutia ferozmente com a outra garota – ela é Fletcher também.
- Pois eu gosto desse Fletcher AQUI. – corrigindo, ELA que quer morrer, não ele.
- DANE-SE! NINGUÉM TE PERGUNTOU NADA.

- EU JÁ FALEI QUE ELE NÃO VAI TE DAR UM SELINHO! – disse vermelha.
- ENTÃO SERVE UM BEIJÃO MESMO! – ela fechou os olhos se preparando para o beijo.
- NEM BEIJÃO, NEM BEIJINHO, NEM MEIO BEIJO, NEM NADA! RAAAAALA DAQUI!
- NÃO É COM VOCÊ QUE EU TENHO QUE DISCUTIR ISSO, É COM ELE! – sorriu na direção do Danny que deu alguns passos para trás olhando assustado para a garota.
- VOCÊ AINDA NÃO ENTENDEU, ELE NUNCA IRIA QUERER BEIJAR UMA NARIGUUUUUUUDA QUE NEM VOCÊ!
- EU JÁ DISSE QUE É ELE COM ELE QUE EU VOU RESOLVER. – ela voltou a sorrir na direção do garoto.
- Fica para uma outra... encarnação? – ele disse a última parte olhando para a .
- Boooom garoto. – A deu um beijinho na sua bochecha.
- Euuu agrado, agraado, e só ganho beijinho na bochecha.

- Viu? ELA gosta desse Fletcher aqui. – e o Thomas continuou provocando.
- É QUE ELA TEM UM PÉSSIMO GOSTO!
- AAAAH, TEM UM PÉSSIMO GOSTO? VEM CÁ QUERIDA FÃ, VOCÊ NÃO QUERIA TOCAR A MINHA COVINHA? – ele foi para perto da garota deixando uma parada de boca aberta. O Thomas, realmente, queria morrer.
- QUERIA! ISSO É SINAL QUE NÃO QUER MAIS! – ela puxou o garoto para perto de si – E você ainda ia deixar ela tocar a sua covinha? – ela disse baixo, entre os dentes.
- Ué, se você não quer... – a nem o deixou terminar, meteu o dedo na covinha dele - Aiiii! Doeu sabia?
- Doeu? – ela perguntou ironicamente.
- DOEU SIM! – ele disse.
- QUER UM BEIJINHO PARA SARAR? – a garota, que com certeza não vai voltar para a casa hoje, pelo menos não vai voltar viva, perguntou para ele.
- Se você... - Thomas começou.
- NÃÃÃÃÃÃAO! – interrompeu dando um beijo na covinha dele, e algo me diz que foi mais para provocar a garota do que por qualquer outra coisa - Melhorou agora? – ela sorriu.

- Legal isso né? – Dougie perguntou animado.
- É! De CAMAROTE! - respondi do mesmo jeito.

- AAAAAAAAAAAAAI MEU DEEEEEEEEEEEEEUS, AQUELE ALI NÃO É O DOUGIE POYYYYYYYYYYNTEEEEEEEEER? – uma voz estridente chegou aos meus ouvidos.

- , querida. Os meus óculos-protetor-dos-baixistas-baixinhos-contra-fãs-alucinadas-e-de-sol ainda está com você?

Tem dias que são assim mesmo, completamente fora de padrão.
E o meu foi assim.
Não me pergunte porque, eu só sei que foi assim!


FIM

Penny Lane: Depois de um longo e tenebroso inverno, cá estamos nós!
Kiinha: O importante é que aqui está a parte três!
Penny Lane: Agora é com vocês!
Kiinha: Precisamos de sugestões para o nome do Epílogo.
Penny Lane: O que? Você não faz idéia do que a gente está falando?
Kiinha: É muito simples: vocês só precisam mandar um nome bem doido que comece com EU e termine com ASSIM.
Penny Lane: Simples!
Kiinha: E lembre-se, a ganhadora além de fazer figuração no epílogo, ainda ganha uma short fic dela com o preferido.
Penny Lane: Mas como todas vocês sabem, nada dura para sempre.
Kiinha: Por isso, apressem–se!
Penny Lane: O tempo está acabando.
Kiinha: Comentem, e não esqueçam de mandar a sugestão.
Penny Lane: Ah! Se você já mandou, não precisa se preocupar, você ainda está concorrendo.

Eu nunca disse adeus I
Eu nunca disse adeus II
Entre sapatilhas e baquetas
Tudo tem um começo
Surpresas na madrugada
All About Lovin' You

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