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a avistou de longe, ela estava especialmente bonita àquela noite, usava um vestido tomara-que-caia preto, pouco abaixo dos joelhos, simples e chique ao mesmo tempo, que caía muito bem nela e realçava sua pele branca; usava scarpins pretos; os brincos que sua mãe lhe dera no Natal passado, ele lembrava como se fosse ontem; com os cabelos pretos e lisos presos num coque que deixava sua franja cair sobre os seus olhos, o que visivelmente a incomodava, já que ela tentava afastá-la do rosto com enorme freqüência.
Ele não sabia por que estava ali, só queria vê-la, ela estava sozinha numa mesa de um dos restaurantes mais bem freqüentados de toda Londres, o mesmo restaurante em que estava, observando-a de longe, havia pedido uma água ao garçom só para ter um motivo de estar ali, se sentia tentado a ir lá, dizer o quão arrependido ele estava dos erros que cometera, mas não conseguiria.
Ela parecia estar esperando alguém, abria a pequena bolsa e olhava para o celular o tempo inteiro para ver as horas, estava inquieta... “Será que ela está esperando alguém?!”, se perguntava, preocupado. Não era muito improvável, aliás, não era NADA improvável, ela era uma mulher jovem, bonita, bem sucedida, simpática, inteligente, charmosa e, o mais importante: estava solteira, livre para novos relacionamentos. Havia terminado com no mês anterior, agosto, e deixara bem claro que as chances deles voltarem eram mínimas, senão nulas, mas ainda lhe restava aquela esperança.

Ela estralava os dedos impacientemente como sempre fazia quando estava nervosa ou ansiosa, olhava o relógio do celular, do restaurante, tentava desborrar a maquiagem que nem mesmo estava borrada, afastava a franja dos olhos, brincava com o guardanapo... Até que um homem mais velho, alto, louro, de olhos claros e terno chegou [N/A: Jude Law! *__*], cumprimentou-a com um beijo comportado na testa e sentou-se na mesa junto a ela, que sorria timidamente e conversava com ele. “Como assim ela já está com outro?!” pensava inconformado.
A maior vontade dele era ir até lá, dizer que a amava e que estava disposto a tudo para reconquistá-la, que queria casar, ter filhos com ela, mas ela estava lá, se divertindo com outro! Por que ele não lhe dera o devido valor quando ainda estavam juntos?! Por que havia a traído?! E por que agora ele não conseguia simplesmente esquecê-la?! Ele era rico, famoso, bonito, por que ficar se prendendo assim em alguém que não o quer, com tantas fãs desesperadas para ter uma chance?!
Ele não sabia as respostas para essas perguntas, só sabia que, de alguma forma, ainda se sentia ligado a ela, como se tudo tivesse começado a desandar desde que ela o deixara e agora se via vigiando sua vida, sempre dava um jeito de saber onde ela estava, o que estava fazendo, aonde iria... E muitas vezes ele ia também, quando queria muito vê-la , estava com saudades... Como havia feito agora, só que se arrependera.
O que ele iria fazer agora? Ele não sabia. Parecia estar num beco sem saída... Seu celular toca, ele atende sem ao menos se lembrar de olhar quem era:
- Alô?
- , onde você está? Está tendo uma festa na casa do James! – disse do outro lado da linha.
- Eu to aqui no Hale’s, , a ta com outro! – ele disse num tom infeliz.
-Eu disse pra você não ir!!! Mas, cara, vocês terminaram há um mês, ela tem o direito de sair com quem ela quiser e você também! Deixa isso pra lá e vai pra casa do James, que eu to indo pra lá, eu te apresento a Jessica e ela dá um jeito nisso!
- Não, não to afim. – ele disse.
- Ok, você não precisa ficar com ninguém, mas vai ao menos pra se distrair, beber um pouco...
- Tá, eu vou.
- Ótimo, mas não demora!
- Tá, , eu já estou indo!
- Então até daqui a pouco. – disse e desligou o celular.
Olhou novamente para a mesa em que se encontrava, eles estavam conversando enquanto comiam algo que ele não conseguiu identificar, o “outro” acariciou o rosto dela, que apenas sorriu de lado, sem jeito, pensou que ela parecia mais feliz quando estava com ele, mas achou que talvez fosse isso que ele queria pensar. Deixou uma lágrima escorrer por sua face. Será que um dia eles terão oportunidade de se entenderem? Ele se perguntava isso. Pagou pela água que havia pedido, deu uma gorjeta generosa ao garçom, levantou-se e foi para a festa, sem sequer olhar para trás, afinal a vida tem que prosseguir.

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