Hey girl you know you drive me crazy
(Hey, menina, você sabe que me endoidece)
One look puts the rhythm in my hand
(Um olhar põe o ritmo na minha mão)
Still I'll never understand why you hang around
(Mas continuo não entendendo por que você continua aí)
I see what's going down.
(Eu vejo o que está acontecendo)
Eu a vi ali, na minha frente, em um estado deplorável. Não era a primeira e não
seria a última vez que eu a veria assim, caso ela não parasse com tudo aquilo. Ela estava
chorando, como uma fonte, e me doía vê-la assim. Quando lhe abri a porta meses
atrás, ela sorria com filmes para vermos juntos, ou algo para nos
divertir. Agora, ela entrava pela porta chorando, cheia de marcas. Eu não queria
vê-la assim, não queria ver mais aquela confusão.
- … - eu a abracei, e a ouvi gemer. A soltei. Quando abraços magoam
alguém, a situação é má – O que ele te fez desta vez?
- Nada…nada demais. – a encarei, com um olhar de “Nada demais?”. Então ela tirou a
blusa que vestia, mostrando marcas vermelhas nos braços e na zona do peito. Não
eram tão más como o vermelho na cara, que em breve provavelmente se tornaria
roxo. Fui ao banheiro pegar alguns curativos, água quente também ajudaria.
Enquanto passava um pano nas partes avermelhadas, falei:
- Você tem de fazer queixa às autoridades. Isso é violação, abuso sexual.
- Não, . Já disse que não. Ele é uma besta, provavelmente me agrediria
mais ainda no tempo que eu espero pelo julgamento.
- Eu odeio te ver assim, porra! Aquele bastardo não pode te foder assim. Fazer
de você o que quer. O que aconteceu à menina forte e com atitude?
- Eu tenho medo… - ela recomeçou a chorar.
- O medo está apenas na sua mente, ! – falei. Sabia que ela gostava de Evanescence.
Nos encaramos e eu não resisti. Ela estava delicada e precisava de carinho, de
amor. Agarrei levemente o queixo dela, e a beijei. Nossos lábios estavam apenas
selados, não a queria machucar. Quebrei o beijo e ela deu um sorriso.
- Obrigada por tudo, .
Cover up with make up in the mirror
(Se cobre de maquiagem no espelho)
Tell yourself it's never gonna happen again
(Convence-se que isso nunca vai acontecer de novo)
You cry alone and then he swears he loves you.
(Você chora sozinha e ele jura que te ama)
- Seu vestido é deslumbrante, ! – uma amiga dela comentou. Eu sorri e
concordei mentalmente, ela estava linda. Os cabelos soltos, um vestido roxo
escuro, e com um sorriso meigo no rosto. Já estava no meio da festa, e metade
das pessoas ali já haviam comentado o quão bonita estava – exceto eu.
Então notei um roxo no rosto dela. Avancei até seu lado, e vi que ela sorriu
abertamente.
- Vai ali comigo um instante? – a peguei levemente pelo braço, levando-a até um
canto do salão.
- , se ele te ver, ele me vai machucar. Seja breve. – ela pediu.
- A maquiagem está começando a cair. Dá para notar uma parte negra em sua
bochecha. – eu avisei. Ela abriu a boca espantada, tirando um espelhinho de sua bolsa. Ao ver que eu tinha falado a verdade, pegou mais um pouco de base e passou.
- Tá bom assim?
- Sim e…
- Amooor! – o namorado dela apareceu por trás dela, a abraçando. Vi que ela
tinha uma expressão de dor no rosto – Tudo bem, jovem ? – ele me
cumprimentou, e eu acenei com a cabeça – Ela está especialmente linda esta noite,
não concorda?
me olhou com desespero, como quem pedindo para não responder.
- Ela está encantadora, sem dúvida. Você é um homem de sorte, espero que ela não
te largue tão cedo. – grande mentiroso que eu era. Mas eu tinha prometido a
que não faria joguinhos insinuando que sabia o que ele fazia com ela.
- Eu sei. Eu a amo, e acho que ela também me ama, não é amor? – ele a beijou na
bochecha, e os deixei a sós.
Sabia que logo ela ia chegar à casa antes do namorado e chorar. Iria se trancar
no banheiro, tomando um banho quente cheio de espuma, e iria chorar. Gostava de
poder estar lá para a abraçar, e dizer que a amava.
Do you feel like a man when you push her around?
(Você se sente um homem quando a empurra?)
Do you feel better now as she falls to the ground?
(Você se sente melhor agora que ela cai para o chão?)
Well I'll tell you my friend, one day this world's going to end
(Bem vou te dizer meu amigo, um dia este mundo irá acabar)
As your lies crumble down, a new life she has found
(Como suas mentiras desmoronaram, uma nova vida ela encontrou)
- Ai, foi um filme tão lindo! – a amiguinha prostituda de falou, se
jogando para cima de mim.
- Não achei. Sacanagem da parte do homem bater nos filhos e na mulher.
- É, mas ele acabou na cadeia. – Betty, a amiguinha, disse – Apesar de que a
mulher o amava. – ela suspirou.
- Nem o amor é desculpa para agredir fisicamente alguém… - olhei para o namorado
de , que naquele momento a apertava pela cintura com força. Caralho, agora a iria ter problemas. Burro, burro, burro, burro! Vou me jogar da ponte de Londres e já volto.
- Eu acho que o amor é uma coisa enorme, maior do que tudo. – comentou – Amor, você está me machucando. – ela gemeu.
- Hm? Ah, não estou não. – ele lhe estalou um beijo, pude ver suas unhas cravadas
na cintura de .
- Então , quer ir beber algo logo à noite? – Betty me perguntou, mas eu nem estava prestando atenção. estava se tentando livrar do namorado, o empurrando, mas ele não a largava.
- Você não foge de mim, lindinha. – ele sibilou, com a face próxima da dela. Notou que o olhavam, por ele estar segurando as mãos da menina, e a largou – Por que você me ama e eu te amo, bebê. Por isso, você não foge de mim – e ele a beijou novamente. Eu queria e tinha de fazer algo. Mandei Betty calar a boca, e peguei na bebida dela, entornando por cima do namorado de .
- Oh, desculpe. Betty me empurrou acidentalmente. – dei um sorriso falso.
- Seu equilíbrio corporal deve ser tão mau como o cerebral, não ? – o
namorado dela falou.
- E seu amor pela deve ser tão grande quanto sua estupidez, não? – me controlei para não o socar.
- Chega! Vamos embora! – falou, puxando o namorado pela mão. Ótimo, ela o defendia, eu ficava como o mauzão da história no meio de tudo. Medo é uma coisa impressionante.
A pebble in the water makes a ripple effect
(Uma pedrinha na água faz um efeito de ondulação)
Every action in this world will bear a consequence
(Cada ação neste mundo terá uma conseqüência)
If you wade around forever you will surely drown
(Se você vaguear para sempre certamente afundará)
I see what's going down.
(Eu vejo o que está acontecendo)
- E aí ela falou: “Me fode logo, porra!” – o namorado de falava,
visivelmente bêbado – Eu não a fodi, a deixei a desejar. Continuei a beijando, e
sabe o que essa grande mulher fez? Subiu em cima de mim e pimba, logo estávamos
gemendo! – ele riu, estava corada, com a cabeça baixa, deixando os
cabelos tapar-lhe a maioria da face. Os outros na sala riram, tão bêbados como o namorado dela.
- Ei, é melhor você calar. Está deixando sua namorada envergonhada. – alertei-o.
- E aí? Ela sabe que é verdade, e que ela é uma grande mulher. – o desgraçado a beijou.
- Ela é uma grande mulher que é maltratada por você. – murmurei.
- Falou algo, ? – o namoradinho dela perguntou.
- Na verdade…
- , deixa. Eu realmente fiz isso, ele não está dizendo nada errado. Eu fiz, agora apanho com as consequências de não me segurar. – falou com a voz trêmula, dando um pequeno sorriso.
- Vê ? A consciência dela trata do fato de que, ela é uma coelhinha da playboy perfeita! – soltou uma gargalhada. Me levantei dali, não suportando ouvir tanta barbaridade. Nem suportava o fato de ela estar ali, ouvindo falar mal sobre ela, e apenas ficar sentada.
Peguei uma cerveja da mesa, e vi-a aproximar-se. Ela pediu algo mais forte ao barman, bebendo tudo de uma vez. Segurando o choro.
- Eu realmente sou uma playboyzinha, não? – ela riu ironicamente.
- Só por que você se empolga durante o sexo, não significa nada. – revirei os
olhos.
- Ele nem me leva à loucura. A única pessoa que já alguma vez me levou à
loucura, ao ponto de não querer me levantar no dia seguinte para ir ao shopping,
foi você. – sorriu, um sorriso lindo e envergonhado.
- Bons velhos tempos. – bebi o resto da minha cerveja, pedindo outra.
- Lembra quando jogávamos pedrinhas no lago, e você me falou que algo muito pequeno e insignificante podia fazer grandes coisas acontecerem?
- Lembro. Aí você comparou-o às pedrinhas, e eu te chamei de pedrinha durante meses, porque você era uma coisa pequena que fazia grandes coisas acontecerem aos poucos. Que nem pedra na água.
- Era? Não sou mais?
- Veja no que você se tornou… - a olhei nos olhos – Você não tem mais amor próprio.
Os olhos dela se encheram de água, e ela saiu dali, indo em direção ao banheiro. Parabéns , falou merda, agora aguente com as consequências.
I see the way you go and say your right again,
(Eu vejo como você vai e diz que está certo novamente)
Say your right again
(Diz que está certo novamente)
Heed my lecture
(Preste atenção na minha repreensão)
- Não, agora você irá me ouvir, ! – estávamos discutindo feio. O namorado perfeito dela tinha a culpado de partir o jarro da sua avó, quando ele próprio o partira. Podia ser algo simples, mas ela continuava aceitando o fato de que ela que era a culpada! – Você é uma mulher forte, você luta contra tudo, luta contra a fome, as guerras! Você dá brinquedos às crianças da rua, você bate em quem se
mete com suas amigas. Por que não defende a si própria? Pense em você! VOCÊ!
- Eu penso em mim, . Por isso mesmo que fico quieta e calada quando o assunto o envolve! Você já viu do que ele é capaz… - ela se sentou nas escadas do prédio, com a cabeça entre as mãos – Eu não quero me fazer de mais forte do que ele, quando não sou.
- Mas você é! Quando ele te bater, bata de volta!
- Eu não consigo! Isso vai contra os meus conceitos, as coisas que eu acredito. Responder com violência não ajuda. E violência é uma coisa horrível, que ninguém deve cometer ou sofrer.
- Então, você é alguém, ! Você não é esse “ninguém”. Por muito fora das regras que você seja, não merece ser vítima de violência.
- Ele está certo. Eu sou uma fraca. Eu luto por coisas que nem eu própria acredito – levantou-se, e me abraçou. A abracei de volta, afagando seus
cabelos.
- Me deixa te ajudar. Abra um processo contra ele…
- Não! – ela berrou, me olhando nos olhos.
- Desculpe... - a abracei com mais força. Precisava contactar um advogado, ou algo
que me deixasse mais dentro desse assunto. E uma psicóloga para , aquilo era demasiado peso para mim, e eu e a mente humana não éramos muito chegados.
Do you feel like a man when you push her around?
(Você se sente um homem quando a empurra?)
Do you feel better now as she falls to the ground?
(Você se sente melhor agora que ela cai para o chão?)
Well I'll tell you my friend, one day this world's going to end
(Bem vou te dizer meu amigo, um dia este mundo irá acabar)
As your lies crumble down, a new life she has...
(Como suas mentiras desmoronaram, uma nova vida ela...)
- , por favor, SAIA! Ele deve estar quase chegando! Se ele te encontra aqui, vai pensar que eu o estou traindo. – me pediu – E você sabe o que ele faz quando pensa isso?
Suspirei. Eu sabia sim.
- Sei , mas… - ouvimos a porta da casa ser fechada, e a voz dele anunciar que já chegara.
- Se esconda, por favor!
Corri para dentro do armário, me encolhendo lá dentro. Observei-o andar até , e lhe dar um tapa na cara.
- Me fala, minha linda puta, você passou a noite passada com o ? – ele a agarrava pelo pescoço.
- N-não…
- ME FALA A VERDADE! – ele berrou, apertando mais o pescoço dela.
- TÁ BOM, EU ESTIVE COM ELE! – falou, desesperada – Mas nós apenas fomos à Starbucks! Pode perguntar à irmã dele, ela estava conosco...
- Mentirosa! Eu te vi com ele na Starbucks, sozinhos!
Porra! Ele andava a espiando? E estava sendo sincera, minha irmã estava conosco. Provavelmente ele nos viu quando ela tinha ido ao banheiro. Ouvi-a gemer, enquanto via com meus próprios olhos ele a prensar contra a parede, mordendo o corpo quase nu.
- Você vai aprender a não mentir! – ele a beijou, prendendo as mãos dela na parede. Arrancou a própria calça, e a jogou na cama – Vai, berre meu nome! E me pede desculpas por me mentir!
- E-eu não estou mentin-d-do... – ela gemeu. Levou um tapa, e virou a cara na cama. Estive prestes a sair do armário, quando ouvi-a falar algo baixo.
One day she will tell you that she has had enough, its coming round again
(Um dia ela irá te dizer que ela já teve o suficiente, está vindo de novo)
- Acabou! Pare! PARE! ESTOU TE MANDANDO PARAR! – ela o tentou empurrar de cima dela – Eu estou farta de ser assombrada por você. Cansada. Ao ponto de quase me suicidar! Eu quero viver! Eu não tenho muito para viver, mas o que tenho para viver, quero viver em paz, sem sofrer, caralho!
One day she will tell you that she has had enough, its coming round again
(Um dia ela irá te dizer que ela já teve o suficiente, está vindo de novo)
- CALA A BOCA! – ele a penetrou, forçando-se contra ela. Saí do armário, me deparando com aquela cena repugnante. Ele me olhou, os olhos cheios de raiva. O soquei.
- Vista uma roupa, pelo amor de Deus, Yean. Venha, ! – a puxei, peguei algumas roupas dela do armário. Finalmente ela tinha visto como estava sendo mal tratada, seu amor-próprio estava de volta. E eu estava feliz por poder me envolver, finalmente, no assunto.
Do you feel like a man, when you push her around?
(Você se sente um homem quando você a empurra?)
Do you feel better now as she falls to the ground?
(Você se sente melhor agora que ela cai para o chão?)
Well I'll tell you my friend, one day this world's going to end
(Bem vou te dizer meu amigo, um dia este mundo irá acabar)
As your lies crumble down, a new life she has...
(Como suas mentiras desmoronaram, uma nova vida ela...)
Abri os olhos lentamente, vi na varanda de meu apartamento, apenas com minha camisa social. Sorri. Ela me olhou e sorriu de volta.
- Cansada? – perguntei, me levantando e vestindo meus boxers.
- Não... - me sentei ao lado dela, nas almofadas que tinha na varanda, apreciando a vista. Minha varanda tinha vidros em volta, por fora eram espelhados, por dentro dava uma vista linda sobre Londres – Estou feliz.
- Bom saber. Indo para um assunto mais desagradável e que você odeia falar, como vai o caso do… - me beijou suavemente. Um beijo longo, como eu amava aqueles lábios.
- Vamos esquecer o Yean por uns tempos. Minha vida está sendo renovada, . E você faz parte dessa nova vida de uma maneira que eu amo.
Minha vez de a beijar. Sorrimos entre o beijo, e a abracei.
- Vou fazer uma música sobre você. – murmurei no ouvido dela.
- Assim você me deixa mimada…
Face down in the dirt she says, this doesn't hurt, she says I finally had enough..
(Com o rosto na lama ela diz “isso não dói”, ela diz “eu finalmente tive o suficiente”)
- Oi bebê, não sente minha falta? – Yean apareceu por trás de . Fiz menção de me levantar, mas me repreendeu com o olhar.
- Não mesmo. Sinto pena de você não ter ido para a cadeia.
- Vejo que você continua a mesma triste de sempre! – ele deu uma risada irônica.
- E você continua o mesmo ser estúpido e repugnante.
- Ora sua… - ele levantou a mão para lhe bater, e lhe deu um tapa. Ela respondeu da mesma maneira.
- Você NÃO me bate, entendeu? – o empurrou.
Face down in the dirt she says, this doesn't hurt she says I finally had enough..
(Com o rosto na lama ela diz “isso não dói”, ela diz “eu finalmente tive o suficiente”)
- Cabra! – ele puxou os cabelos de , e a virou, murmurando no seu ouvido – Respeito por mim, tá bom?
- Me larga!
- Ei, largue-a! – eu falei, puxando-a para mim.
- Você ainda vai sofrer muito com esse desgraçado! – Yean disse, olhando com nojo para mim.
- Até lá, prefiro estar com ele do que com você! – ela se virou para mim, pedindo para irmos embora.
Seguimos para o carro, e ela suspirou.
- Ei, está tudo bem. Eu estou aqui com você, e não te vou fazer sofrer. Você já sofreu demasiado. – dei-lhe um simples beijo, e a abracei.
FIM!
N/a: Heya aliens :) Songfic com a música Face Down, dos The Red Jumpsuit Apparatus. Ouçam, é uma ótima música, e eles são uma ótima banda ^^ Eu traduzi a música sozinha *orgulho* (tá, as pessoinhas do Yahoo Respostas ajudaram no "heed my lecture" *blinks* lol) xD Então... Opiniões, please. Take care.