- Eu já falei que não! De jeito nenhum. – ele insistia do outro lado da linha.
- Por favor, ... Alguns minutos.
- Não! Eu não vou, não insiste. A gente já acabou. Já viveu tudo o que tinha pra viver. – eu me irritei.
- Eu vou te esperar naquele barzinho, às onze da noite. – ele desligou
o telefone e eu me joguei pra trás.
Pra que ele tinha que voltar? Eu estava bem, estava feliz com o meu marido,
Charles. E ele não estava mais nos meus planos.
- Meu amor? – o Charles me abraçou por trás.
- Oi. - eu encostei nele e apertei as mãos do meu marido.
- 'Tá tudo bem? – ele beijou meu pescoço.
- Tudo ótimo. – eu disfarcei. – Tudo pronto pra festa?
- Sim... Já liguei pros nossos amigos, meus irmãos ligaram pros amigos deles...
Chamei sua mãe e suas irmãs.
- Irmãs? – eu me virei bruscamente. – A Sophia também? - Sophia era minha
irmã bastarda
e era apaixonada pelo Charles.
- Eu não poderia deixar de convidá-la... Ela vem com o Adriano, meu primo. – o
Charles tentou sorrir.
- Não sei o que ele tanto vê nessa garota. Às vezes acho que até você é balançado
por ela.
- Eu? É claro que não,
. – ele me puxou pela mão.
- Não venha me dizer que não...
- Eu amo você. – ele se irritou. – Não é porque você não pode me amar que
eu não posso amar você.
- Como assim eu não posso te amar?
- Vai dizer que já esqueceu aquele hippie maldito? – ele sempre se irritava
ao falar dele.
- Charles! Não vamos voltar a esse assunto.
- Por que não? Não gosta que eu fale dele? Você pode me julgar, dizendo que
eu sinto alguma coisa pela Sophia, sem mesmo ter nada com ela, agora você e
aquele...
- Chega, Charles, por favor! – eu me irritei com a forma como ele tocou
no assunto.
- Quer saber? Fique você com suas lembranças do ex-namoradinho. – ele saiu
do quarto, batendo a porta com força.
Eu me joguei na cama, pensando no telefonema do
e na vontade imensa que estava me dando de revê-lo.
- x -
Já era noite e nossa casa estava toda decorada com frutas e uvas e o Charles
preparara um show de fogos para a meia noite. Era a virada de 2007 para 2008.
Sentei no jardim admirando o céu, as estrelas e me lembrando de anos antes... Cinco anos. Quando havia
fugido com o
.
- As pessoas já estão chegando. – o Charles me disse, frio.
- Vai ser assim? – eu o puxei pela mão. – Vamos ficar assim?
- A gente se fala depois. – ele me olhou nos olhos e entrou em casa.
Por algum motivo, eu quis fugir dali. Passei pela sala e cumprimentei os
convidados que haviam chegado. Subi rapidamente e peguei minha bolsa. Eram
dez horas.
Se não tivesse trânsito, eu chegaria ao local combinado. Era uma loucura
necessária.
Charles tinha razão... Eu não podia amá-lo. Não
com o
na minha cabeça.
- x -
Cheguei ao local combinado alguns minutos antes das onze horas. Sentei na
mesinha que ficava de frente para o mar, aguardando ansiosa pela chegada
do
. Enquanto esperava, os momentos bons que passei ao lado dele vieram à minha cabeça.
Especialmente aquele reveillon...
- Sabia que você viria. – o
chegou por trás e sussurrou no meu ouvido.
Virei-me rapidamente e o encarei. Ele estava lindo. Usava uma calça jeans
desbotada e uma camisa branca. Sentou na minha frente, sorrindo, sem desviar
o olhar do meu. O mesmo
de cinco anos atrás, o homem que eu mais amei em toda minha vida e deixei
escapar.
- Você 'tá linda. – ele falou, tocando minha mão. – Eu precisava te ver.
- Espero que o que você tenha pra me dizer seja rápido. – eu falei com
calma, retirando minha mão de perto da dele. – Minha família
me espera pra festa.
- Eu teria tanta coisa pra te falar e adoraria que você tivesse a vida inteira
pra me escutar. – ele me disse, sério.
- Não seria possível. – eu sorri, sem graça.
- Sei que não. Posso te pedir essa noite, então?
- Essa noite? – eu me assustei.
- Sua atenção por essa noite. – ele sorriu e voltou a tocar minha mão,
mas dessa vez eu não afastei. - Passa
as primeiras horas de 2008 comigo? Era
uma proposta tentadora... Mas e a festa? E meu marido?
-
, eu sou casada...
- Eu não 'to pedindo pra você ficar comigo. - ele sorriu. – Só quero sua
companhia. Só mais
uma vez.
O que eu faria? Aceitar ou não aceitar? Meu marido me esperava em casa,
mas o
estava na minha frente, pedia com tanto carinho e o Charles estava
tão
distante. A proposta do
foi irrecusável.
- Só mais uma vez. – eu sorri, aceitando passar a virada com ele. Ele
se levantou, puxando-me e beijando minha mão. Eu peguei minha bolsa e
desliguei o celular, ficando incomunicável.
Essa noite era nossa: minha e do
.
- Aonde vamos? – perguntei aflita e, ao mesmo tempo, ansiosa pra saber aonde
ele me levaria.
- Num lugar especial. – ele me puxou pra junto dele, olhando nos meus
olhos, e passou a mão no meu rosto. – Eu
tava com saudades.
- Não faz isso,
. – me afastei, sem jeito.
-
... – ele me puxou de novo, abraçando-me pela cintura dessa vez.
- Eu sou uma mulher casada. – tentei afastá-lo, em vão.
- O seu marido está longe e se você aceitou passar essa noite comigo, é porque
também quer que aconteça.
Tentei fugir, mas já era tarde demais. O olhar do
me fazia viajar, deixando-me completamente envolvida. Nossa história toda
se passava na minha mente e estar nos braços dele me deixava fora de mim.
Não demorou muito, nos entregamos a um beijo. Um misto de paixão e saudade,
que nos dominava naquele momento. Afastei-me dele rapidamente e tentei
voltar ao carro, em vão.
me segurou pela mão.
- Não tente fingir que não sente nada, meu amor.
- Não me chama de meu amor. – eu me voltei a ele, irritada, chateada,
arrependida.
- Você gostava tanto. - ele sorriu e me puxou pra perto dele.
- É claro que eu lembro... - eu disse, entregue. – O que é que você quer, hein
? – afastei-me novamente.
- Vem cá, vou te levar.
Seguimos em silêncio, lado a lado, até uma praia praticamente deserta
ali perto. O
segurou minha mão e sentamos na areia. O
encostou-se em uma pedra e eu sentei em frente a ele.
- É muito bom ter você comigo. – ele piscou. Lindo. Eu nada respondi, apenas
desviei meu olhar para o mar.
- Que foi? Não 'tá feliz?
-
, é loucura. Eu sou casada... Eu gosto do Charles, a gente se dá bem, eu
devia estar com ele...
- Ei, ei... - ele sentou ao meu lado, na areia. – Eu não te obriguei a
estar aqui comigo. Mas é o que você quer, você não
pode negar o que sente.
- Eu sou casada. –eu repeti, frisando o “casada”.
- Você ama o Charles?
- Eu sou casada com ele. – respondi, me afastando do
.
- Mas o ama? – ele se aproximou de mim. Eu olhei nos olhos do
por alguns minutos.
- Você acreditaria se eu dissesse que amo? – eu sorri, sem jeito.
- Não. – ele se aproximou e encostou a testa na minha.
- Então, eu não vou responder essa pergunta. – passei meu nariz pelo dele.
O
,
de repente, olhou o relógio.
- Um minuto. – ele disse.
- Achei que nunca mais viraria um ano ao seu lado. – eu sorri.
- Quantos você quiser. – ele levantou e me puxou. Os fogos de artifício
já começavam a aparecer no céu.
-10... 9... 8... 7... 6... 5... 4... 3... 2... 1. – ele contou no meu ouvido.
Eu abri a boca pra desejar Feliz Ano novo, mas fui surpreendida por um
beijo do
. E ali ficamos, apenas ao som dos fogos. Separamo-nos calmamente.
- Feliz ano novo. – ele sorriu e me deu um selinho.
- Feliz ano novo. – eu também sorri.
- Você costumava ter medo dos fogos de artifício. – ele riu.
- Ah, pára. – eu dei um tapa de leve nele. – Isso não é verdade.
- É sim. – ele me abraçou pela cintura e me levantou, rodando-me no ar.
- Você vai me deixar cair! – eu ri alto.
- Não vou! – ele continuava rodando. – Não confia em mim?
- Confio. – eu olhei nos olhos dele. – Muito. - O
me beijou, apaixonado... E continuava a me rodar. Não demorou para estarmos
no chão, ainda
nos beijando.
- Eu 'tava com saudade disso. – ele deitou ao meu lado.
- Eu também. – eu sorri, o encarando.
- Nunca consegui te esquecer... Mesmo casado.
- Você 'tá casado? – eu me assustei.
- 'To. – ele sorriu sem jeito.
- Somos dois. - eu também sorri e passei a mão pelo rosto dele.
- Mas eu amo você... Só você, sempre você. – ele beijou minha mão.
- Por que é que a gente se afastou? – eu rolei na areia e encostei no
.
- Porque éramos infantis demais pra entender tudo o que sentimos.
- Promete pra mim que nunca vai me esquecer?
- E como eu te esqueceria? Eu sei que agora não dá pra gente ficar junto. – ele
me olhou, triste. – Mas no futuro, eu vou te roubar pra mim pela vida
inteira. Vou te levar pra ficar só comigo,
pra sempre.
- Promete? Num cavalo branco? – eu ri.
- Você sabe que eu não sou um príncipe. – ele também riu e me deu um
selinho. – No máximo,
sou um cavaleiro mascarado.
- Pra mim, você sempre vai ser um príncipe. - eu o puxei pra perto e
o beijei.
- Você que sempre vai ser a princesa intocável.
- Fugi do castelo pra te ver. - eu pisquei.
- Mas vai voltar pro seu príncipe e o plebeu aqui vai ficar só te admirando
de longe.
- Você tem a melhor parte de mim,
. – eu disse, séria. – Algo que o Charles nunca vai ter.
- O quê? – ele encostou a testa dele na minha.
- Meu amor, minha paixão, minha admiração.
Ele sorriu e me beijou de uma maneira doce, carinhosa. Meu perfeito.
- Você é feliz? – eu e o
estávamos deitados na areia, abraçados, e brincando com as nossas mãos.
- Eu? Acho que sou. – sorri pra ele. – Mas seria mais se você estivesse
ao meu lado.
- Eu sinto a sua falta.
- Você 'tá tão carente hoje. Me ligou, 'tá carinhoso, manhoso. O que aconteceu? –eu
passei minha mão
pelo rosto dele.
- Percebi que te amo e você é a mulher da minha vida. – ele me disse,
olhando nos meus olhos. – Será que é tarde
pra isso? - Eu sorri, aproximando-me mais dele.
- Nunca é tarde pro amor. – eu sussurrei. – Eu também te amo. E um dia nós
vamos ficar juntos.
- Vou contar cada minuto pra que isso aconteça. – ele me abraçou forte.
- Dizem que quando começamos o ano ao lado de alguém, é porque esse alguém
vai permanecer pra sempre na nossa vida.
- Você faz parte da minha...
- E você da minha. Nunca vai sair dela. – eu o encarei e nos beijamos,
rolando pela areia.
- Me promete,
? – ele se afastou, de repente. – Que um dia a gente vai rir do tempo que
perdemos?
- Vamos rir. Contar pros nossos filhos, pros nossos netos...
- Quantos vamos ter? – ele sorriu.
- Dois filhos; um casal.
- Só dois? – ele fez cara triste. – Eu quero quatro.
- Quatro? Q-U-A-T-R-O,
? Nem pensar. Dois.
- Três e não se fala mais nisso. – ele piscou.
- E eu resisto? Três e só.
- Você não vai ter filhos com aquele idiota. – o
falou, sério. – Aquele Charles. Não o quero na sua vida quando estivermos
juntos. Só de pensar que ele vê você todo dia, te vê dormir, te vê acordar.
- O Charles é bem menos presente do que você pensa. – eu passei o indicador
pelo nariz dele. – E morre de ciúmes de você. – eu o puxei, beijando o pescoço
dele.
- Ele tem que morrer de ciúmes mesmo. – o
disse, aparentemente se vangloriando. – A esposa dele 'tá aqui comigo.
Dizendo que me ama.
- E amo. – eu sentei na areia. – Amo pra sempre. - Ficamos em silêncio
por algum tempo, até eu perguntar.
- Como ela é?
- Quem?
- Sua esposa...
- Linda, loira, olhos azuis. – ele sorriu. Idiota.
- Ah é? – eu desviei o olhar, enciumada.
- Não tem metade da sua beleza. – ele se aproximou, beijando minha bochecha
esquerda. – Metade do seu charme. – ele beijou minha bochecha direita. – E
não é a mulher da minha vida. – ele
completou com um selinho.
- Mas é com ela que você 'tá sempre...
- Ela sempre viaja, meu amor. E quando eu 'to com ela, eu penso em você.
Cada segundo da minha vida, eu penso em você. Você domina
meus pensamentos, meus sentimentos.
- Você é mentiroso,
. – eu ri.
- Eu? Eu te amo. Sou apaixonado por você. – ele levantou-se e me puxou
pelos braços.
- Se eu não te amasse tanto, eu não acreditaria. – eu sorri e o beijei.
O
foi me empurrando em direção ao mar, sem que eu percebesse. Percebi ao
sentir a água molhar meus pés e a areia úmida. Fomos entrando na água,
sem parar o beijo.
- 'Tá bom aqui. – eu o afastei, quando a água
estava na minha cintura. – 'Tá tarde, se
acontecer alguma coisa ninguém
vai nos ver.
- Seria uma ótima maneira de morrer. – ele me puxou ainda mais pra perto
e me deu um beijo de tirar o fôlego.
-
,
por favor. Vamos ter cuidado. Eu quero sobreviver pra 2008. – eu ri.
- Do meu lado. Só se for pra ficar comigo. Até o fim de 2008. O próximo
Natal, vamos comemorar na nossa casa, na nossa árvore. O próximo ano novo
vai ser aqui, só nós dois, juntos. Eu vou te pedir em casamento no primeiro
minuto de 2009. – ele falava rápido,
com a testa encostada na minha.
- E eu vou dizer sim no segundo minuto de 2009.
- E um dia vamos trazer nossos três pequenos aqui. E um dia eles vão fugir
da gente pra passar o ano novo com seus amores.
- Eu não quero voltar pra casa. – eu o abracei com força.
- Não volta. – ele me prendeu nos braços dele. – Fica comigo a partir
de agora.
- Não posso. Eu juro, eu vou resolver tudo, eu vou pedir a separação. – eu
olhei nos olhos dele.
- Nós vamos.
Olhei pro céu de repente e contemplei a magia daquele momento. Eu e o
, abraçados a luz da lua, com a bênção das estrelas e o barulho do mar.
Não me importava se eu tinha uma casa, se eu tinha um marido. Não me importava
as explicações que eles estavam dando agora sobre o meu sumiço. Não importava
quantas vezes Charles já tentara me ligar. Não
importava sequer o
estar casado. Eu havia entregue meu coração e minha alma a ele anos antes.
E nunca mais recuperaria. Nunca.
- 'Tá pensando em que? – ele beijou minha testa.
- Em como tudo é perfeito ao seu lado.
- É porque eu sou perfeito. – ele riu.
- É. – eu disse, séria. – O meu perfeito. O único que me completa, que
me faz jogar tudo pro alto pra passar só mais
uma noite ao lado dele.
- Eu amo você. – ele me pegou no colo e me beijou, voltando à areia.
- x -
A noite passou e o sol já estava aparecendo no céu. O
e eu estávamos deitados na areia, próximos a uma rocha, onde anos antes havíamos
rabiscado nossos nomes.
- Primeira manhã do ano, juntos. – eu sorri, abraçando-o forte.
- Nós vamos ter muitas manhãs juntos. – ele beijou a minha testa. – Ano
que vem, quando eu te pedir em casamento, vai ser aqui, na nossa pedra.
- Eu não quero esperar um ano pra ficar do seu lado.
- Não espera. – O
sentou e olhou nos meus olhos. – Foge comigo. Hoje, agora. A gente some,
não dá notícias, casamos. Só depois
a gente volta.
-
. – eu também sentei e acariciei o rosto dele. – Já fiz tanta coisa errada
na minha vida. Não quero mais isso, não quero mais te magoar, te machucar.
Vamos fazer a coisa certa, resolver as nossas vidas, pra depois vivermos
juntos, só nós
dois.
- Como você quiser, meu amor. – ele beijou minha mão. – Como você quiser.
- Te amo. – eu o beijei. - Preciso ir. – encerrei o beijo e mantive minha
testa encostada na dele, com os olhos fechados.
- Já? – ele sussurrou. – É cedo ainda, fica mais um pouco comigo.
-
, é dia já. Eu ainda preciso pensar no que dizer. – eu ri.
- Diz a verdade. Que você tava com o amor da sua vida. - Eu não respondi,
apenas sorri e dei um selinho nele, levantando-me logo em seguida.
- Me leva pra casa? – eu o ajudei a levantar.
- E o seu carro?
- Depois dou um jeito. Quero aproveitar o tempo ao seu lado, até chegar
em casa.
- Sobe aqui. – ele apontou as costas e sorriu. – Como nos velhos tempos.
- Eu subi nas costas dele e beijei o pescoço do
. Fomos assim até o carro.
- x -
Paramos na esquina de minha casa e ficamos em silêncio.
- É hora de ir. - eu disse, olhando subitamente pro
.
- É. – ele sorriu pra mim e pegou minha mão.
- Eu vou... Vou resolver as coisas o mais rápido possível.
- Eu também, mas eu ligo pra você. Hoje mais tarde. – ele me puxou pra
um beijo apaixonado.
Ali ficamos por alguns minutos, até eu finalmente descer. Fui andando de
costas em direção a minha casa, com o olhar fixo no dele. Procurei na minha
bolsa o celular e o liguei rapidamente. Não demorou nada para que as mensagens
começassem a chegar. Mil ligações recebidas, do Charles, de minha mãe.
Segurei a chave com alguma dificuldade, por medo, talvez. Respirei
fundo e abri a porta. Charles estava sentado no sofá e olhou tão logo abri
a porta.
- Finalmente. – ele disse, sério, levantando-se. – Posso saber onde estava?
Por que não
passou o ano novo conosco?
- Estava... Resolvendo um problema. – eu disse, sem certeza.
- Foi ele? Eu rastreei as ligações.– o Charles cruzou os braços. – Você foi
encontrá-lo?
- Charles... Eu... Precisava ter certeza.
- Ter certeza? De quê? Você casou comigo!
- Precisava definir o que sentia. – eu, por incrível que pareça, estava
sendo sincera.
- E decidiu o quê? - Eu parei, encarando o Charles, sem saber o que responder.
De repente, meu celular apitou mais uma vez.
- Mas que inferno! – eu me irritei, abrindo o visor. Mais uma mensagem.
Do
, dessa vez. “Nada tem graça sem você. Te amo e te espero.”
Eu ainda não sabia como enfrentar o Charles, mas o sorriso no meu rosto talvez
denunciasse minha decisão.
Era ele. O meu
. Charles ainda me encarava, buscando uma resposta. Eu sorri e fui até ele,
dei um beijo na bochecha do meu marido e subi, rumo a meu quarto. Um dia,
talvez, a coragem me ajudasse a enfrentá-lo. Por enquanto, eu só queria
sorrir ao lembrar do amor da minha vida.