Gimme a chance




Lágrimas rolavam por suas bochechas. Ela almejava tanto ouvir aquelas três palavras de carinho, amor e paixão, que, quando isso aconteceu, não acreditou serem verdadeiras.
Eles se conheciam há uns cinco anos, mais ou menos, e algumas oportunidades de ficarem juntos aconteceram. Mas ela não queria isso. Ela estava procurando algo verdadeiro, duradouro, algo como o que ele acabara de lhe dizer.
– Eu te amo – ele disse, simplesmente. Não eram necessárias mais palavras, apenas aquelas.
Ela o observava, tentando ler seus olhos. Precisava ter certeza que aquela era mais uma brincadeira dele. Não... Ela via sinceridade ali. Tentou se convencer de que ele mentia, mas ela só via a verdade nele.
– Não... – foi o que ela disse, antes de sair correndo.
Ela precisava ir para um lugar sozinha, o mais longe dele e de todos, de preferência. Por que ela era daquele jeito? Por que não conseguia confiar nas pessoas quando o assunto era amor? Ela tentava se livrar de todos os pesadelos do passado, mas quando situações como essa aconteciam, eles simplesmente voltavam para atormentá-la.
Parou de correr quando se sentiu segura. Ainda chorava, e agora soluçava.
– Não, não e não. Ele estava mentindo... Ele estava... – Escorregou pela parede até sentar no chão frio de mármore daquele enorme colégio.
Seu uniforme começava a ficar com manchas pretas em razão das lágrimas com rímel de seus olhos. Abaixou a cabeça como se pedisse para ser transportada para outro lugar que não fosse aquele.
Ouviu passos. Pareciam tão desesperados quanto ela se sentia no momento.
! – Aquela voz gritava por seu nome. Não podia acreditar, como ele a havia encontrado? – ... O que aconteceu? – Ele ia se aproximando calmamente agora, como se temesse que ela fugisse de novo.
Nada. Ela não respondia, na esperança dele se cansar e ir embora, mas sabia que isso não aconteceria.
– Por que você está chorando?
Ele pensou duas vezes antes de afagar os macios cabelos daquela menina que tanto amava. Tocava-os desejando livra-la do que quer que a estivesse fazendo sofrer.
– Vá embora, . Eu não quero falar com você. – Ela retirou as mãos dele de seus cabelos.
– Eu não acredito que você está me tratando assim. Acabo de dizer que te amo e você foge de mim? Chorando... – Ele sentia alguma coisa entalada em sua garganta.
– Será que você não percebe? Você.não.me.ama! – ela gritava pausadamente essas palavras, como se o tentasse convencer de algo que ele estava fazendo de errado.
– Como é? Do que você está falando, ? – Ele não sabia aonde ela queria chegar. Ou talvez soubesse, e lutava para que não fosse aquilo.
– Não se começa a amar uma pessoa da noite para o dia. Você nunca realmente olhou para mim e agora diz que me ama? Não. Pode dizer para seus amigos que a brincadeira não funcionou.
Ele sentia vontade de chorar. Por que ela estava o tratando daquele jeito? Ele nunca a tratara mal, diferente das outras pessoas.
– Por favor, vá embora.
Agora ela o encarava, e ele pode perceber toda tristeza que se passava por trás daqueles tão penetrantes olhos castanhos. Não conseguia mais ver o brilho que tanto amava neles, não via mais a alegria marcante daquela menina, alegria nunca usada com ele, mas sim com as amigas, outra coisa que o fizera se apaixonar por ela. Ele nunca havia visto tanta devoção a amizades como ele via em com as amigas.
– Eu não vou te deixar aqui assim... Entendo perfeitamente você não sentir o mesmo que eu, mas pior que não me amar é te ver aqui sofrendo sem eu nem ao menos saber o motivo.
– O motivo é você, meu Deus. – Ela levantara agora. – O motivo é ver que você está sendo verdadeiro comigo, que realmente me ama. Isso me mata...
O que ele menos queria estava acontecendo. As malditas más experiências do passado a estavam atormentando, como suas amigas o haviam alertado.
– Por quê? – Algumas lágrimas rolavam em seus olhos, querendo cair. – Por que você odeia tanto o amor?
Ele estava alcançando sua alma naquele momento, estava vendo por trás de tudo que ela tentou durante anos esconder.
Ele era tudo que ela sempre necessitou para seguir em frente, então por que raios ela não se deixava ser amada?
– Eu não sei o que te aconteceu em todos esses anos, mas, por favor, me dê uma única chance de te provar que nem todos são como os que te fizeram sofrer. Só uma, ... Por favor. – Ele a olhava suplicante, lágrimas já corriam por seu rosto incessantemente.
Ela estava estática, observando-o. Por que ele dificultava tanto as coisas? Por que simplesmente não ia embora? Ela não conseguia pensar, respirar, dizer nada naquele instante.
– Tudo bem... Eu... acho que entendo, mas nunca duvide do que o que sinto por você seja verdadeiro.
De cabeça baixa e mãos nos olhos, ele foi se distanciando dela. Foi deixando–a sozinha mais uma vez, como sempre foi.
Não, ela não se permitiria não ser feliz de novo. Como que com um estalo, foi correndo até o corredor onde o observara virando. Ele parou ao ouvir seus passos, pôde vê–la se aproximando o mais rápido que suas pernas permitiam.
Fechou os olhos ao senti-la fazendo o mesmo, enquanto a beijava, segurando-a em seus braços como sempre desejou desde que se conheceram. Ele depositava tudo o que sentia ali, todo o amor e a vontade de fazê–la feliz.
Finalmente cessaram o beijo e ela recostou sua cabeça em seu peito. Pode ouvir o coração dele bater acelerado.
– Obrigado. Eu te amo e nunca vou te magoar. Eu juro – ele dizia, enquanto a via levantar a cabeça e finalmente abrir os olhos.
Ainda não via alegria neles, mas via esperança, via a vontade dela de deixar todas as coisas ruins realmente para trás. Via a vida de ambos mudando para melhor, para muito melhor.





Fim.
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Primeiro de tudo, muito obrigada a vc que leu essa minha pequena fic. :D
Em segundo, obrigada à Mah Monteiro, Mah Roncon, e House (Cah.. naum, ela naum é a Maria do Bairro dessa fic. ;D), eu amo vcs.. obrigada pelo apoio e encorajamento. KDSAOSOAKSDAOKSADO e obrigada à Mah Lorandi também. :D
Agora vcs estão livres pra me dizerem o que acharam da fic. (6) *luh chaaaaata* KDSOAKSDOSKAOSAK




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