Good-Bye Ataiz
Escrita por Dressa .
Betada por Gábi.


sentiu a pressão contra suas costas diminuir gradativamente, à medida que as pessoas na arena afastavam-se para ir embora. Agarrada às grades próximas ao palco, ela finalmente sentiu os pulmões trabalhando plenamente.
Em cima do tablado, a banda recolhia seus instrumentos. O Ataiz era formado por quatro garotos, adolescentes de no máximo dezesseis anos que só queriam se divertir um pouco curtindo um sonho. Apesar de ainda ensaiarem na garagem da casa de Tom, um dos guitarristas e irmão de , conseguiram lotar o pub da pequena cidade.
Ela subiu aos pulinhos os degraus de acesso ao palco. O irmão passava uma toalha branca pelo rosto, enxugando o suor, quando a viu e correu para abraçá-la.
- Não, Tom! Tom, Tom, TOM, NÃÃO! - Ela tentou fugir, porém, o mais velho envolveu-a num apertado abraço de urso. - Ah, meleca.
- E aí, pirralha, gostou do show? - Tom sorriu, feliz.
- É claro! Foi muito bom! Adorei a nova música! - comentou, sorrindo.
- Eu não disse, Lee? Silence é um sucesso!
A garota engoliu em seco quando o outro se virou para encará-los. Lee era Douglas Poynter, o baixista da Ataiz. Era um garoto calado, quase dois anos mais velho do que ela, porém ainda o mais novo da turma. Tinha um cabelo loiro claro, mas não tanto quanto o de Tom, colando-se à testa, e olhos tão azuis e inquisidores que a menina temia perder-se se os fitasse muito longamente. Trazia nas mãos uma garrafa de água, a qual entornou no gargalo e sorveu longos goles, tão rápido que pôde ver um filete de água escorrer pelo seu queixo e percorrer o pescoço.
- Obrigado, . - Ele sorriu timidamente.
A menina enrubesceu levemente.
- Não precisa agradecer, Lee - ela respondeu. Deixou de encarar os sapatos subitamente e abriu um sorriso sincero para ele. - E eu já pedi que me chamasse de .
- É você quem insiste em me chamar de Lee. Eu sou o Dougie - ele disse, de forma engraçada, fazendo-a rir.
- Okay, então. Dougie.
Os dois ficaram se olhando por um tempo, ambos com as bochechas levemente rosadas. , no entanto, sentia o estômago gostosamente incomodado e ainda tinha um sorriso no canto dos lábios. Normal para uma piveta apaixonada pelo amigo do irmão mais velho.
- O Ataiz ainda vai ser grande, pessoal! Eu tenho certeza! E mal posso esperar por isso! - Tom continuava a falar, o braço pousado nos ombros da irmã, protetoramente.
Dougie desviou seus olhos para o chão imediatamente, incomodado. estranhou.
- Er, Tom... - ele começou, hesitante.
- Não, Lee - Tom falou, decidido. - Se for sobre aquele assunto que você me falou semana passada, a resposta é não. Não, não e NÃO!
O rapaz começou a falar apenas com a voz séria; no entanto, seu tom foi elevando-se gradativamente, e irritando-se cada vez mais, chegando a ponto de terminar gritando.
- Tommy, calma - disse , soltando-se do irmão e pondo-se à sua frente. Os olhos dele estavam em chamas de fúria. - O que está acontecendo?
Ela olhou para o outro, ao seu lado. Ele também tinha o semblante sério, porém convicto. A garota sentiu os pêlos da nuca se arrepiarem com o seu olhar.
- Lee quer sair da banda. Quer abandonar o Ataiz pra se juntar a uma bandinha qualquer por aí - respondeu Tom, irritado.
sentiu-se tonta por um instante, devido ao choque. Fechou os olhos por dois segundos e depois os reabriu, encarando Dougie diretamente nos olhos.
- Isso é verdade? - ela sussurrou, temerosa.
Ele mordeu o lábio e concordou com a cabeça, encarando o chão. sentiu o mundo cair.
- Eu fiz um teste em Londres, há algumas semanas - Dougie explicou, a voz praticamente inaudível. - Eles estavam procurando por um baixista e um baterista. Pra uma... nova banda. A gravadora é boa, os empresários são competentes. E os caras, eu quero dizer, o... o Tom e o Danny, eles são muito legais! Mesmo o baterista, acho que é Jude o nome dele, apesar de ser meio na dele, parece ser legal!
Ele falou tudo tão rápido que a menina teve dificuldade de processar.
- E quando você vai... embora? - perguntou, quase com medo.
- Ele-não-vai-embora! - Tom gritou, furioso. Empurrou a irmã para o lado bruscamente e puxou Dougie pela gola da camisa social que ele usava. - Você não pode fazer isso com a gente! Nós estamos no nosso auge!
- TOM! - berrou, assustada. - SOLTA ELE! - Ela correu até os dois, tentando separá-los. Não deixaria que os ataques de ira do irmão machucassem Dougie.
- , sai daqui. - Tom disse, calmamente. - Não quero que você veja esse pirralho se quebrando.
- TOM, NÃO! Por favor, solta ele! - Ela dava pequenos soquinhos no braço do irmão. - SOCORRO! ALGUÉM!
Os gritos da menina atraíram o dono do pub; ele saiu da cozinha com uma vassoura nas mãos.
- O que está acontecendo? - ele chegou berrando. - THOMAS! Você está arranjando problemas de novo aqui, seu vagabundo?
Tom arregalou os olhos de medo; Gregory detestava brigas em seu bar e sabia exatamente a forma mais eficaz de expulsar os mais exaltados: na base da violência. E, analisando-se seu tamanho e forma avantajados, não seria muito inteligente prosseguir uma discussão.
Dougie sentiu novamente os pés no chão quando Tom soltou seu colarinho.
- Eu espero sinceramente que essa banda seja o maior fracasso da sua vida, Poynter - desejou, com toda a amargura que sentia naquele momento, e saiu antes que Gregory pudesse alcançá-lo.
Dougie observou-o desaparecer na rua escura pela noite e sentou-se, desolado, no chão do palco. O dono do pub perguntou-lhe se estava bem antes de retornar à cozinha e ele assentiu com a cabeça. Passou as mãos nervosamente entre os fios de cabelo e fechou os olhos, suspirando pesadamente.
, de pé, afastada a um canto, ainda tremia assustada com a reação do irmão. Entretanto, mais fraca ficou ao observar o estado vulnerável que Dougie ficara; timidamente, aproximou-se e sentou-se a seu lado.
- Eu... eu sinto muito - ela murmurou. - Meu irmão é mesmo um idiota.
- Deixa disso, - Dougie respondeu, baixinho, encarando perdidamente a saída do pub. Seus olhos estavam distantes. - Eu entendo o Tom.
- Mas eu não! - a garota exclamou, exasperada. - Ele podia ter te machucado seriamente!
Sem pensar, ela tomou o rosto do garoto nas mãos e olhou-o atentamente, procurando por qualquer ferimento. Sentiu a boca seca ao ver os olhos tão azuis de Dougie tão concentrados nela.
Num movimento muito rápido e corajoso para uma garota de apenas catorze anos, ela inclinou-se para frente e colou seus lábios aos dele, fechando os olhos. O garoto parecia tão assustado quanto ela; porém, passados alguns segundos, a menina sentiu os dedos hesitantes de Lee tocarem sua cintura. entrelaçou seus dedos firmemente nos cabelos de Dougie, bagunçando-os docemente.
Estavam meio ofegantes quando pararam de se beijar, cinco, dez ou trinta minutos depois. Mas permaneciam abraçados, brincando com os cabelos um do outro ou carinhosamente sentindo a presença um do outro.
- Desculpe - disse, quando se separou lentamente dele. Encarava as mãos que torcia nervosamente no colo. - Eu só... precisava fazer isso antes que você fosse embora, virasse um rockstar e se esquecesse de mim.
levantou-se de um pulo e encaminhou-se para a saída, sem nem ao menos olhar para o garoto. Já na porta, ela virou-se com um sorriso tímido - porém, sincero - no rosto e disse:
- Boa sorte na nova banda, Lee.

PS da autora: Eu sei que essa fic é esquisita (N/B: nada a ver), mas eu corri pra aprontar seu presente e mesmo assim espero que goste :D Feliz aniversário, Little Star Girl Gábi! Minha inocente heroína, Jones Pirralha te ama loads! (L)

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