“Hands Down.”
Por Ana.
1º; “Breathe in for luck, breathe in so deep.”
‘Então, combinado?’ abriu um sorriso sincero e afirmou com a cabeça. ‘Então passo na sua casa às oito, tá bom?’
‘Está ótimo.’ ele ajeitou a mochila nas costas e se aproximou dela, dando-lhe um beijo na bochecha, antes de ir embora.
ficou parada no mesmo lugar em que estivera conversando com , a mão sobre sua bochecha. Ela gostava dele, gostava demais, mas tinha um medo enorme de acabar saindo machucada daquela história. era o tipo de pessoa que sabia surpreender, e ela só esperava que ele a surpreendesse de um modo positivo.
‘Ai que fashion, a tem um encontro sexta-feira!’ disse e bebeu seu suco de caixinha.
‘Não faça ironias, honey.’ gritou, voltando a sala com um bolo de roupas.’ Agora vocês, me ajudem a escolher uma roupa, pelo bem de Plutão.
‘Ele nem é mais um planeta.’ deu de ombros e continuou assistindo tevê.
‘Por isso mesmo, precisamos ser solidárias a ele, então vocês me ajudam a escolher uma roupa e vai ser um grande passo.’ deixou as roupas na mesa, foi até a tevê e a desligou, ignorando os resmungos de .
‘Alguém aqui tem que se dar bem, né!’ ela levantou do sofá e começou a remexer nas roupas.
olhou a amiga e soltou um longo suspiro.
‘ nunca demonstrou que gostava de você, mas também nunca fez o contrário. Eu diria que tudo tem seu tempo, então porque você não espera pra ver o que acontece?’
‘É, assim eu vou esperar a vida inteira.’
encarou a amiga, e depois a viu subir as escadas, ela sempre ficava meio triste quando o assunto era , e isso deixava fula da vida. Ela sabia que gostava da amiga, mas os dois eram frouxos o suficiente para não fazer nada a respeito, talvez ela mesma tivesse que se mexer.
A semana passou tão rápido que nem sentiu quando a sexta-feira finalmente chegou, só percebeu quando e entraram em sua casa, carregadas de bolsas de maquiagem, esmalte e mais tudo que se encontra no quarto de uma garota.
‘Ao trabalho!’ gritou e arregalou os olhos.
foi até o quarto da amiga e pegou o secador, mandando-a ir lavar o cabelo depois.
‘Tudo bem, eu só obedeço.’ ela disse rindo, e meia hora depois estava presa a uma cadeira enquanto puxava seu cabelo e fazia sua unha.’ Vocês não vão fazer nada hoje?
‘Vamos ver filme, passamos na locadora agora pouco.’ disse, desligando o secador e pegando um pouco do creme que estava sobre a mesa.
‘E vão ver sem mim?’ perguntou, rindo. rolou os olhos.
‘Você vai estar numa situação bem melhor que a nossa, querida.’
‘Mas e o ?’
‘Disse a ele para ficar com os meninos, hoje somos só eu a resmungando da vida enquanto você troca saliva com o .’ riu e as amigas também, era bom saber que elas acreditavam em e .
ajeitou sua blusa e se despediu dos amigos.
‘Bom encontro!’ gritou antes de ele bater a porta. Ele sorriu e saiu da casa, sentindo suas mãos tremerem de tão nervoso que estava. Não sabia se seu encontro meio “fora do normal” agradaria , ou se ela acharia tudo muito antiquado, e ele só tinha aquela chance de demonstrar o quanto se importava com ela.
Deu partida no carro e ligou o rádio, tentando manter seus pensamentos distantes de , pelo menos por enquanto.
levantou-se do sofá quando ouviu a campainha tocar em casa.
e pararam de mexer em seu cabelo e olharam para ela.
‘Vai lá atender, boba. Deve ser ele.’
‘Ok, vou lá então.’ sorriu nervosamente para as amigas e parou em frente ao espelho, olhando para si mesma. ‘Vocês... Vão esperar aqui, certo?’
‘Vamos.’ afirmou com a cabeça e balançou os filmes na mão.’ Johnny Depp irá nos manter acordadas.’ riu e foi até a porta, abrindo-a lentamente.
Ele estava lindo. Simples, mas lindo. Usava uma blusa verde com detalhes em branco, uma calça jeans escura e larga, como de costume, e tênis pretos, que combinavam com algumas de suas pulseiras, seu cabelo estava cuidadosamente bagunçado e o sorriso no rosto dele a fazia querer desmaiar.
‘Você está linda.’ ele lançou, e abriu um sorriso enorme. Ela usava uma saia rodada, cor creme, e uma blusa preta sem estampas, e sandálias de salto baixo, da mesma cor da blusa, o cabelo com alguns cachinhos nas pontas.
‘Digo o mesmo de você.’ ele também sorriu e estendeu o braço para ela, que entrelaçou com o seu.
Eles não trocaram palavra alguma até o carro, e se surpreendeu quando abriu a porta para ela e a fechou depois de ela ter entrado, ele estava se saindo um verdadeiro cavalheiro até o momento.
2º; “These hearts they race from self-control.”
estacionou o carro em frente ao parque da cidade, que àquela hora não estava tão cheio assim. Ele havia descoberto um local mais reservado, freqüentado praticamente por ninguém e, pelo fato de ser um local bem extenso, imaginou ser o local perfeito, para um encontro também perfeito.
Ele a pegou pela mão e foi guiando-a até o outro lado do parque, passando por alguns galhos no chão e algumas folhas secas. Assim que chegaram ao local, soltou sua mão da dela e a encarou, esperando por uma reação.
‘, isso tudo é... Lindo. Demais.’ ela sorriu para ele e andou mais um pouco, olhando ao redor.’ Como você encontrou isso? Quero dizer, eu nunca imaginei que...’ ele descansou as mãos na cintura dela.
‘Não se preocupa com isso agora. Não agora.’
foi até um cantinho meio escuro, atrás de uma árvore, e tirou um cobertor de lá, e também um rádio. Esticou o cobertor no chão e sentou-se lá, esperando que ela fizesse o mesmo, o que não demorou.
‘Isso funciona?’ ela apontou para o rádio de aparência gasta, sentindo a mão de passar em volta da sua cintura. Ele chegou seu rosto mais próximo ao dela.
‘Só se você quiser.’ ela sentiu seus pêlos da nuca se arrepiarem e sorriu, tímida.
Ele riu do nervosismo dela, ver que ela também não tinha controle da situação o tranqüilizou de certa forma.
forçou um pouco mais sua mão na cintura dela e, sem tirá-la de lá, deitou-se no cobertor, fazendo com que deitasse junto.
Ficaram os dois deitados, lado a lado, calados, somente observando o céu, que estava incrivelmente estrelado naquela noite.
virou a cabeça e seu olhar encontrou o de , foi o suficiente para que um beijo acontecesse. Ele tirou cuidadosamente o braço de debaixo dela e passou pelo seu ombro, já que ela estava de lado agora, os corações de ambos batiam aceleradamente e cada vez mais rápido a cada minuto que passavam com um corpo colado no outro.
‘...’ interrompeu o beijo e pousou suas mãos no peito dele.
‘Nós estamos bem, não estamos fazendo nada demais.’ ele disse baixinho, percebendo a insegurança na voz dela.
sentiu-se reconfortada, era como se a voz dele lhe passasse segurança.
3º; “Your kiss might kill me, so won't you kill me? So I die happy.”
Quando se separaram, seus lábios já estavam inchados, vermelhos e doloridos, mas não seria isso que atrapalharia os dois. passou uma das mãos pelo rosto dela, parando na bochecha e acariciando-as, e fechou os olhos, sentindo o carinho e encostando sua testa na dele.
‘Nunca nos imaginei nessa situação.’ ela disse em tom de brincadeira e ele ficou com uma expressão séria no rosto.
‘Somos tão impossíveis assim?’ abriu os olhos devagar e olhou nos olhos dele.
‘Eu imaginei que seríamos.’ ela deu de ombros. ‘Quero dizer, você sempre estava com alguma garota, e nunca comigo.’ sabia que não devia ter dito aquilo, só pelo que ele já estava fazendo ali, passava por cima de todas as outras brigas que os dois tiveram algum dia.
‘...’
‘Meu nome parece lindo quando você o fala.’ ela disse rindo, e encostou o dedo indicador nos lábios dele.’ Eu achei que fôssemos impossíveis, você está provando o contrário.
sentiu fogos de artifício estourarem no seu estômago e abriu um sorriso enorme para ela.
‘Espera aqui.’ ele se levantou e foi até o rádio, verificou as pilhas e o ligou. Ela conhecia aquelas vozes, só a música que lhe era estranha demais. ‘Bom, a banda está indo pra frente, achei que você gostaria de ouvir um pouco.’ ele sorriu e sentou-se ao lado dela de novo.
‘McFly?’ perguntou rindo, afirmou com a cabeça e levou sua mão até o ombro dela, fazendo com que ficassem abraçados. encostou a cabeça em seu ombro e ele pôs o rosto próximo aos seus cabelos, sentindo o perfume que saía de lá.
jogou-se no sofá e ligou a tevê, com a mesma cara de sono que ficava pela manhã.
‘Qual é, isso é uma sexta à noite!’ socou o braço do sofá e o encarou, franzindo a testa.
e haviam migrado para a casa de um pouco depois de ela ter saído. Eles explicaram à e que também havia saído com uma garota, e não estavam a fim de ficar sozinhos em casa. A verdade era que para aquilo estava começando a ficar insuportável, já que estava grudada em , típico casal que deixa todos a volta de velas, castiçais e derivados.
‘Porque tanto alarde? É um dia da semana, assim como a segunda, a terça, a quarta...’
‘, cala a boca.’ retrucou e a garota o encarou com os lábios tortos.
‘Me dá um bom motivo.’
‘Ou você cala, ou eu mesmo vou aí fazer isso.’ e pararam de se beijar e perceberam a tensão entre e , os dois estavam a ponto de explodir, mesmo que a discussão tivesse começado há pouco.
‘Porque não? Nunca pareceu que você queria!’ ela esbravejou e durante alguns segundos sentiu um alívio por ter dito, mas não demorou a se arrepender amargamente, agora nunca mais a olharia na cara.
abaixou a cabeça e pôs a mão na testa, suspirando alto.
Quando ela se levantou, esperando receber um olhar compreensivo de , encontrou com os olhos de , extremamente próximos dos dela. Ele abriu um pequeno sorriso e passou uma das mãos por sua cintura, enquanto a outra ficava em seu rosto, trazendo para mais perto e beijando-a devagar.
4º; “Stay quiet, stay near, stay close.”
‘! , pára!’
ria sem parar, com fazendo cosquinhas em sua cintura. Já estavam ali a horas e nenhum deles parecia ter percebido.
‘Já disse, temos condições aqui. Eu paro, se você pedir com jeitinho.’ ele piscou um olho e ela riu mais alto ainda, descansando suas mãos sobre as dele. ‘Ok, eu paro. Não foi com jeitinho, mas...’
‘Pára de falar ‘jeitinho’, .’ ela pediu ainda rindo, e depois se sentou ao lado dele. olhou para frente e percebeu um lago, abriu um sorriso.’ Porque só agora eu me dei conta de que tinha um lago tão bonitinho aqui?
‘Eu sei, minha beleza pode ofuscar o resto.’ ele disse, galanteador, e franziu a testa. ‘O quê? Estou sendo sincero, querida.’
‘Querida? Ainda não casamos, !’ ela disse alto e correu até a beira do lago. (N.A.: ui, ui, beira do lado. KAOSKAOSKAOSK. ;x) ‘Vem logo!’
sorriu e levantou-se, andando lentamente até ela, enquanto observava cada pedaço seu. Era engraçado vê-la sem sapatos, com os pés metidos na água, e enrolando os cabelos feito uma criança.
‘Não vamos entrar, certo?’
‘Porque ? Tem medo de água?’ ela perguntou, e no mesmo instante uma chuva começou a cair.
‘Não, só não sou chegado em resfriados.’ ela deu de ombros e, com um pequeno salto, pulou para dentro do lago, puxando logo em seguida.
‘Se ficarmos resfriados, podemos compartilhar um com o outro!’ ele fez cara de nojo e ela riu. ‘Não era assim que você tinha planejado, certo?’ ele negou com a cabeça.
‘Achei que fosse ter que te fazer milhões de declarações, até você vir me dizer que sentia muito.’ ela riu mais alto ainda.
‘Você ri de tudo.’
‘Você me dá motivos. Mas sabe, eu estava pensando em ser meio durona com você.’ ele riu do modo como ela falou. ‘Mas sei lá, eu não queria estragar tudo só pra te ver correr atrás de mim. Se é que você iria correr.’
‘Claro que eu iria. Por mais estranho que isso possa parecer, eu aqui, , te adoro.’ ela sorriu sem graça e puxou para mais perto e, quando ele se aproximou para beijá-la, ela tacou água em seu rosto, fazendo com que ele ficasse de olhos fechados durante alguns segundos. ‘! Você não presta!’
‘Ah, agora eu não presto?’ ele ergueu uma das sobrancelhas e tacou água nela de volta. ‘Não! Eu sou uma dama, você não faz essas coisas comigo. Você deveria estar se oferecendo para servir de escadinha, pra eu poder sair daqui.’ ele abriu a boca e riu.
‘E eu ainda tenho que ser pisoteado? Você me dá trabalho demais.’
‘Você ainda não viu nada, querido!’ ela levantou o corpo um pouco e apoiou as mãos na grama, saindo do lago.
‘Ainda não estamos casados!’ ele repetiu e ela o encarou sorrindo, depois foi até o celular e arregalou os olhos, quando percebeu que já passava das duas.
‘, duas e meia da manhã.’ ele ergueu as sobrancelhas e saiu do lago também.
ficou com o olhar perdido no físico do garoto, enquanto ele ia em sua direção.
‘Perdeu alguma coisa?’ ele perguntou e ela ficou vermelha instantaneamente.
‘Nada. Eu... Acho melhor ir pra casa.’ ele assentiu e foi até o mesmo lugar de onde tinha tirando o violão e o cobertor, agora levando-os de volta e trazendo dois casacos consigo.
‘Imaginei que fosse ficar frio.’ ele explicou, vendo-a tremer, já que o vento e a chuva estavam mais fortes.
‘Obrigada.’ ele pôs o casaco em volta do corpo dela e depois de vestir o seu, a abraçou. ‘Podemos ir andando?’ ela pediu e ele a olhou.
‘Andando? Olha, tá chovendo, você acabou de sair do lago e...’
‘, por favor.’ ela repetiu e ele deu de ombros.
‘Não sou eu quem vai te contrariar, vamos...’
As ruas estavam molhadas, a chuva havia diminuído, e eles dois eram os únicos na rua, andando lentamente, abraçados, e sorrindo sem motivo.
5º; “Hands down this is the best date I can ever remember.”
‘Cara, que chuva! Aonde e devem estar?’ grudou o rosto no vidro da janela, embaçado por causa do mau tempo.
‘Devem estar muito bem.’ disse. ‘Mas peraí, não nos disse onde ele iria depois do parque.’ bateu uma mão na outra e olhou para o amigo.
‘Verdade! Ele não nos disse nada.’
‘Parque?’ franziu a testa e olhou de para e depois para , que parecia tão perdida quanto ela.
‘Acreditem, vocês vão preferir saber dos detalhes vindos da boca da , não da gente.’ passou a mão em volta do ombro de e a trouxe para mais perto, sem deixar que ela perguntasse mais coisa.
também não fez por menos.
endireitou o capuz em sua cabeça, mesmo que ele já estivesse tão encharcado quanto ela.
‘Pra onde vamos mesmo?’ ela perguntou, olhando para , que parou de andar.
‘Bom, eu achei que fosse te deixar em casa.’
‘Não, eu não quero ir pra casa. Quero dizer, não quero... Hm... Ficar longe de você, sabe? Mesmo que a gente more a umas três casas de diferença...’ ela acrescentou e ele sorriu, retomando o caminho.
‘Então acho que vamos pra minha casa.’
pôs a mão no bolso, e se deu conta de que a chave havia ficado no carro. Olhou para dentro da casa, tudo escuro, os meninos deveriam ter saído.
‘Uh, merda. A chave está no carro e...’ ele começou, mas depois observou a altura do portão, baixa. ‘Espera um minuto aqui.’ ele pediu a e saiu do abraço em que estavam, pondo as mãos no pequeno muro que separava o jardim do resto da rua. Apoiou-se lá e pulou para o lado de dentro.
‘E você sugere que eu pule também?’ perguntou do outro lado, encarando o portão e depois a saia que usava. Ele riu e foi até um pequeno vaso, ao lado da porta de entrada da casa.
‘Não, tem uma chave reserva aqui.’ ele voltou ao portão e deixou entrar.
‘Porque tem uma chave daquele portão aqui?’ ela apontou para o vaso e ele deu ombros, abrindo a porta que dava entrada para a casa.
‘Você não vem?’ ele chamou, depois de jogar seu casaco encharcado no sofá. Ela negou com a cabeça e encostou-se à porta, fazendo com que fosse até ela.
pôs suas mãos na cintura de e o encarou, sorrindo. Ele passou as duas mãos no rosto dela e aproximou seu rosto, com os olhos fixados nos dela.
mal acreditava que ela estava ali, com ele, sem se preocupar com mais nada. Ele esperou por aquilo tanto tempo, e ainda podia lembrar da última vez que brigaram... “Eu esperava mais de você!” ela berrou no pátio da escola, chamando a atenção de todos para eles dois, mas... Porque ele estava pensando naquilo? Nada mais importava, certo? Certo.
o observou, ele estava quieto e parecia distante, ela deveria ir embora de uma vez, talvez o encontro tivesse acabado por ali e ela não tomara consciência disso. Ela tirou suas mãos da cintura dele e olhou pra baixo, mas sentiu a mão dele em seu braço e, sem que pudesse dizer nada, ele a beijou.
sabia que ela queria aquele beijo, e como queria.
"Hands Down" é uma música da banda Dashboard Confessional, letra e tradução; para escutar.