Beta: Renatinha





Apêndice*


Sabe, ter pais separados para mim sempre foi o máximo. Certo, você deve achar que eu sou louca ou coisa parecida, mas acredite, no meu caso é melhor assim. Exceto quando eu recebi a notícia de que meus pais reataram. E isso foi HOJE DE MANHÃ!

* Flash Back *


- Bom dia querida! - minha mãe falou com um largo sorriso.
- Ih, mamãe, pode ir dizendo o que você quer - revirei os olhos. Tudo bem, que quem deve perguntar isso é a figura materna, mas na minha vida familiar é diferente, eu é que faço o papel de Mãe. Eu sei, é patético.
- Que modos são esses ? - mamãe me olhou feio.
- Mas é verdade, quando você sorri assim é porque quer alguma coisa, ao menos que... - parei para pensar um pouco. Não! Não é possível, ela só sorri assim por dois motivos, e o segundo não poder ser esse, definitivamente não! - Você reatou com o Papai? - perguntei com medo.
- Como você adivinhou? Eu achei que estava disfarçando bem... - mamãe tomou um gole de seu café preto.
- Talvez por que eu a conheça à o quê? 17 anos? - levantei minha sobrancelha, e ela riu. Bom, tenho que concordar, que desde a separação eu nunca mais vi minha mãe feliz como estava.
- Bom dia amor! Bom dia filha! - meu pai entrou sorrindo na cozinha.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? - me levantei com raiva, e fui para o meu quarto, sem nem ao menos deixá-lo se explicar.

* End Flash Back *


Capitulo 1*

O frio de Nova York estava congelando todos meus membros e eu mal conseguia mexê-los, tudo bem que eu já estava acostumada com essa temperatura, afinal NY foi o lugar em que eu passei 7 anos da minha vida. Era um inverno frio e o dia estava escuro. Estava eu na cozinha encarando aquelas duas pessoas sentadas na minha frente. Meu pai e minha mãe.
Foi totalmente chocante para mim rever aquela cena. Eles dois? Se abraçando? O que deu na minha mãe? É, quando eu falo que eu sou a única que penso nessa família, ninguém acredita em mim.
Desde que meus pais se separaram ela só falava mal dele. Afinal meu pai a traiu, e com a SECRETÁRIA!
E foi isso que aconteceu antes de nos mudarmos para cá, para Nova York há 7 anos atrás. Minha mãe sempre foi muito apegada a mim e como eu só tinha os meus humildes 10 anos e não era dona do meu próprio nariz, ela resolveu me levar junto com ela e meu pai ficou então em Londres trabalhando. Depois de uns 5 anos do tal ocorrido, meu pai foi transferido para cá, para Nova York. E adivinhem só? Trouxe a obesa da secretária - OK, não sei se ela é obesa porque não fiz questão de conhecê-la, mas de qualquer modo... - e o filho que teve com ela, que tem a MINHA idade! Isso não te diz nada? Certo, então eu esclareço! Meu pai traiu a minha mãe bem na época em que ela estava grávida de MIM!
Eu devo estar sonhando, é, deve ser isso. E com certeza é um sonho horrível, ou melhor, pesadelo! Eles só podem estar brincando. Quem eles acham que são? Ah, sim, meus pais. Mas, isso não importa! Eles não podem me obrigar a voltar para Londres! Não mesmo! Eu já sou maior de idade. Posso muito bem ficar aqui morando com a minha avó, ou dividindo uma república com adolescentes bêbados e drogados. Quem se importa? Oh, claro, o meu Pai! Que apenas agora resolveu assumir a paternidade. Depois de DEZESSETE anos! Alguém me mate, por favor?

- ! - meu pai me chamou.
- O quê? - perguntei saindo do meu transe.
- Você aceita voltar para Londres, querida? - minha mãe perguntou doce.
- Sério, eu não ligo em ficar aqui morado com a vovó, ou dividindo a républica com o Alex. - dei o meu melhor sorriso, mas não adiantou, meu pai começou com um sermão barato de que o Alex não é uma boa companhia para mim e blábláblá.

Foi quando minha mãe desceu as escadas com aquelas malas enormes de viagem que a gente só tinha usado uma vez na vida. Depois disso, eu só acordei mesmo quando escutei um barulho de avião começar a decolar e quando uma simpática aeromoça veio me chamar.
- Querida, queira se sentar, por favor, é para a sua segurança, o avião já vai decolar.
- AVIÃO? - Gritei. Onde eu estava? Para aonde eu estava indo? E quem era mesmo aquele garoto bonitinho do lado do meu pai? Tá , não é hora de pensar nessas coisas.
- Filha, sente-se logo! – Meu pai segurou na minha mão me fazendo sentar na poltrona, que antes ele estava sentado, e adivinha quem estava do meu lado? É, aquele garoto bonitinho. Bom, já que agora não tinha mesmo como voltar atrás pelo menos passaria o resto da viagem batendo altos papos com o gatinho da poltrona ao lado. Tá, calei!
- Tudo bem ? - o garoto me perguntou sorrindo, e MEU DEUS que sorriso! Pera aí! Como ele sabe o meu nome? Gelei!
- Como você sabe o meu nome? - Foi a única coisa que saiu da minha boca, e se querem saber, soou meio rude. Meio não! TOTALMENTE! - Você me conhece? - tentei consertar.
- , você é maluca! – Ele riu. Ele RIU!
- Maluca? Peraí, como assim? – Eu acho que essa história toda dos meus pais reatarem depois de tudo e simplesmente em um dia estar dentro de um avião de volta para Londres afetou a minha cabeça. - Eu é que pergunto - continuei me recompondo - E já vou avisando, se você quiser me seqüestrar pode ir tirando essa idéia da sua cabecinha, eu sou pobre, não tenho dinheiro para o resgate e também sei lutar karatê! - falei rápido e me senti uma completa idiota quando ele começou a gargalhar da MINHA CARA!
- , não está reconhecendo seu novo irmão não é?– Minha mãe disse sorrindo.
- IRMÃO? – Oh meu deus, eu acho que eu precisava de uma clínica, eu só podia estar ficando maluca, desde quando eu tinha um irmão da minha idade?
- Ela deve ainda estar em choque. – Minha mãe disse para o meu pai. Como assim? Ai meu deus do céu, irmão da onde?
- Eu não estou entendendo mais nada mãe, eu não tenho irmão nenhum! – Falei me virando para trás tentando ver minha mãe e meu pai.
- , seja mais gentil com ela. Ela ainda deve estar muito assustada. – Meu pai falou para que sorriu para mim como se eu fosse uma idiota e precisasse de psicólogo.
- Deixa então a mamãe explicar pra você de novo. – De novo? Meu deus, eu perdi muita coisa mesmo.
– A mamãe voltou com o papai, e o papai – Ela ia continuar, mas fez uma pausa ao ver que minha cara suplicava para que ela parasse de me tratar como criança, ainda mais na frente DELE! - E o papai teve um filho.
- É querida, esse é o ! Filho da Jesse. - meu pai falou sorrindo, querendo que eu fizesse o mesmo. Foi aí que minha ficha caiu e eu lembrei da traição de papai.
- E por que ele está vindo com a gente? Não podia ter ficado com a sua mãe? - me virei novamente para , eu estava fora de mim, eu não era grossa desse jeito. Bem, só com quem merecia.
- Porque ela faleceu há dois anos. - respondeu no mesmo tom que eu.
- Ah...sinto muito... - disse baixinho antes de me afundar na poltrona do avião e desejar uma morte bem torturante para mim e minha boca grande.
- Não tem problema, acho que já me acostumei com isso. – Ele disse também baixinho para mim, mas a voz dele ficou fraca e eu vi que eu tinha sido totalmente inoportuna. Se mata , se mata!

Um silêncio reinou entre eu e ele, eu não tinha cara para respondê-lo e acho que ele estava realmente chateado.
Mas pera aí, quem deveria estar super chateada, chorando e não admitindo toda essa história de “irmão” novo, de família nova era EU! Quem era ele pra já sair rindo da minha cara e o tudo mais?
Tá, tudo bem, o problema agora é passar o resto da viagem tendo alguém do seu lado que deve estar te odiando por ter sido tão grossa, mas ninguém pensou na minha saúde mental antes de fazer isso tudo. Absurdo! Ainda querem que eu fique calma, e não entre em desespero!

- Eu te entendo ... – De repente virou pra mim e sorriu. Os raios solares que saíam da janela daquele avião refletiam no rosto de fazendo com que seus olhos se ressaltassem e seu sorriso ficasse mais encantador, se é que isso era possível.
- É sério, deve estar sendo tão estranho isso tudo pra você, aconteceu tão rápido... – Tá, de ódio passei a amar aquele garoto, foi incrível, mas ele foi o primeiro e o único que deu a importância de me entender e ainda por cima conversar comigo depois de eu ter sido tão estúpida. Nem meu pai e muito menos minha mãe tiveram a idéia de conversar comigo antes para me preparar, nem isso eles fizeram! Apenas arrumaram as trouxas e fomos embora!

Dei meu melhor sorriso para e me virei para a janela e fiquei observando o céu avermelhado pelo sol que se punha ao horizonte, era tão lindo. Coloquei meus fones do Ipod e procurei uma das minhas músicas favoritas, I Miss You do Blink 182. É talvez ir para Londres e voltar a ter uma família não seja má idéia, poder recomeçar do zero tudo que deixei parado lá. Afinal vou poder rever meus amigos de infância e os garotos da banda. Ah, sem esquecer do meu amor platônico da juventude. Credo, isso soou careta, e eu não sou velha. Acho que toda essa mudança mexeu comigo. E foi com esses pensamentos que acabei adormecendo.

O avião estava aterrissando quando senti as mãos de tocarem levemente meus cabelos e ele me chamava:

- , , chegamos! – Levantei minha cabeça e vi que ela estava apoiada no ombro de .
- Ai desculpa! Eu estava dormindo e acabei parando aqui! – Disse super vermelha.
- Não tem problema , eu que coloquei você aqui, devia estar desconfortável a sua posição.. – E aquele safadinho deu aquele sorriso de novo. Mas que saco! Até quando ele vai ficar jogando esse sorrisinho bobo pra cima de mim?
- Obrigada ! - Também tentei sorrir mas a minha cara devia estar roxa.

Desci do avião e respirei fundo. Lá vamos nós começar do zero, esquecer o passado e construir uma nova vida.

Capitulo 2*

Eu retiro o que disse mais cedo. Da onde eu achei que o tinha mesmo se importado comigo? Eu devia estar muito mal da cabeça mesmo. E sabem o por que dá minha mudança de opinião? Simples! Mal chegamos no aeroporto e descobrimos que um que vinha com as nossas malas foi parar na África! É lógico que papai imediatamente começou a falar grosso comigo, achando que o era meu! Acho que ele ainda não caiu na real porque sempre cisma que tudo que acontece é culpa minha! Já vem logo me culpando de tudo!
- ! – Oh, ele não me deixa...eu falei!
- O que é pai? – revirei os olhos tirando minha atenção da loja enorme de doces na minha frente.
- Será possível que você não larga esses instrumentos? Quantas vezes já te falei que não admito que você toque essas porcarias? – Ele gritava comigo na frente de TODO MUNDO naquele aeroporto.
- Mas, pai..- eu comecei.
- , Não me interrompa enquanto eu estiver falando. - ele me olhou feio - Chega! Agora que vamos morar juntos, você terá que largar esse negócio de música. Não cai bem para uma menina de familia.

Mas que mundo machista é esse que eu estou? Ah, eu mereço mesmo. Só pode ser isso! Preferi não perder mais o meu tempo olhando a cara de desespero do e de meu pai. E simplesmente virei as costas e deixei ele falando sozinho, lógico que ele berrou mais alto ainda, mas eu fingi que não o conhecia, e comecei a olhá-lo com cara de assustada como todos naquele lugar, como quem diz: "Quem é esse louco berrando em um local público?" Nem preciso dizer que ele me olhou muito feio, deu medo, é sério. Então ele só gritou: - Conversamos em casa mocinha! - e voltou a sua atenção para o guarda do aeroporto que disse que o estava em nome de . E sabem o que ele fez? Pegou o celular e ligou para uns conhecidos dele na África para que pegassem o instrumento do filho HOMEM dele e reenviassem para Londres. É, ele realçou bem essa palavra "homem". Definitivamente ele me odeia, e eu não sinto outro sentimento diferente por ele a não ser esse.

Resolvi deixar essa história de lado e voltei a minha atenção naqueles enormes doces na prateleira da loja e vi que dentro dela havia um garoto bem bonitinho por sinal. De novo essa história de garoto bonitinho, ? Er, vamos torcendo para não ser nenhum novo irmão que meus pais resolveram ter antes de mim e até hoje não assumiram o probre coitado. Sorri com meu próprio e idiota comentário e então o menino virou-se para a vitrine ficando de frente para mim.
- Ei! Aquele cara não me é estranho! – Falei comigo mesma, até um garotinho me olhar assustado e eu me calar. Até parece que depois de 7 anos eu vou reconhecer alguém em Londres, meu pai está me fazendo surtar!
Analisava cada traço daquele garoto, eram leves e tinha uma feição de criança o que me chamava mais atenção ainda. Eu jurava que o conhecia de algum lugar, mas não me via na cabeça da onde. Fiquei alguns minutos olhando para a loja, já sem ninguém agora. Até sentir alguém me cutucar e eu voltar a realidade.

- Vamos querida, seu pai já resolveu tudo. - mamãe sorriu, mas imediatamente mudou sua feiçao para uma de nojo.
- O que foi? - perguntei olhando para trás, achando que havia algo realmente horroroso.
- , você anda babando? - minha mãe perguntou e nessa hora olhou para mim e começou a gargalhar alto.
- Hã? - não entendi nada. Só tem louco na minha família. Foi aí que olhou para mim tentando conter o riso e apontou para o meu rosto, começando a rir novamente.
- Mas que coisa alguém pode me dizer o que está acontecendo? - perguntei, mas ninguém me respondeu, então resolvi pegar meu espelho dentro da bolsa e constatei que eu havia BABADO de verdade, só por ver aquele garoto familiar na loja de doces. Nessa hora eu queria que o chão se abrisse e me sugasse para dentro, me teletransportando para a China ou algum lugar assim. Juro, eu estava me sentindo a completa idiota. Não era nada engraçado chegar meu meio irmão, que me conhece a menos de 24 horas e ficar rindo da minha cara!
- , acho que você devia comprar um babador! Tem uma loja ali de bebês, quer que eu te acompanhe? – falava debochando. Ai que ódio!
Após um longo caminho para nossa nova casa, certo não foi um longo caminho. Demorou vinte minutos, mas acredite, para mim pareceu uma eternidade. Ter que aturar o idiota do zombando de mim e escutar ele choramingando por causa daquela coisa daquele , foi o cúmulo. Quem deveria estar fazendo gracinhas era EU! Eu quem deveria estar falando mal dele e daqueles panos largos que ele usa e chama de roupa. Mas, como eu sou uma menina boazinha não falei nada. Certo, minto eu falei poucas e boas até meu pai me olhar feio pelo espelho do motorista. Sério, parecia que saia fumacinhas da cabeça dele enquanto me jogava aquele olhar maligno. E pra variar o meu meio irmão começou a rir da minha cara DE NOVO e falou baixinho para só eu ouvir:
- Bem feito! - e deu uma risadinha irônica.
- você é...- estava prestes a dar um tapa nele, quando meu pai me interrompeu.
- ! Pare de ser infantil e sossega a bunda nesse banco.
Quando chegamos, eu fui a primeira a sair do carro batendo a porta do automóvel com força. Nem sequer reparei como era a residência por fora e se estava entrando na casa certa. Ao abrir a porta senti o cheiro diferente daquela casa que me lembrava a Londres de minha infância e com isso trouxe-me junto várias lembranças. Como era boa aquela época do pique-esconde e de brincar de boneca. Passei pela sala analisando cada detalhe que aquela casa enorme tinha, era cheirosa e confortável. Mamãe me ajudou com a mala até meu quarto e quando eu abri a porta dele, me dei de cara com uma parede branca seca e com aspecto antigo, quase caindo aos pedaços. Quando entrei totalmente nele notei que não era uma cama que estava ali, havia apenas um colchão sujo com uma manta alaranjada. Em cima desse colchão pregado na parede, havia umas prateleiras com uns bichinhos de pelúcias velhos e encardidos.
Fiz uma cara de nojo, mas quando fui virar-me para trás minha mãe já não estava mais lá e então caminhei até a mesinha onde havia uma casa de Barbie empoeirada, abria-a e dentro dela uma cartinha.
Achei estranho, mas peguei o envelope e abri com cuidado para não rasgar a carta que já estava velha e mofada, parecia que a qualquer momento iria se despedaçar. Comecei a ler as primeiras linhas, mas não entendi muito bem, a cor da tinta estava já meio apagada devido ao tempo de guardado.

"Oi! Tudo bem? Meu nome é Jasmin e eu tenho 12 anos. Hoje aqui em Londres está fazendo um friozinho gostoso, e o ceú apesar disso está limpo com um sol brilhante. Mas eu não posso sair para brincar lá fora por que..."

- Gostou do seu quarto bebê? - apareceu do nada no meu quarto e eu dei um pulo, só deu tempo de esconder a carta embaixo do colchão.
- O que você está fazendo no meu quarto ? - falei grossa.
- Ué, apenas vim ver como ele é. E olha, é bem a sua cara criança. - ele me zombou mais uma vez.
- Sério que você gostou? Podemos dividir então pirralho. - sorri sarcástica.
- Não obrigado o meu é bem melhor. Tem uma vista ampla pra rua, fora que é enorme. - ele sorriu satisfeito ao ver a minha cara de indignação.
- Não me importo. - dei de ombros.
- Oh, ela vai chorar. - começou a fazer caretas.
- Não! Não fui eu quem perdi a mãe hipócrita! - falei e me senti ótima ao ver a expressão do rosto dele mudar rapidamente.
- Você não devia ter falado isso...- ele disse me olhando tristemente e logo em seguida saindo do meu quarto e esbarrando no meu pai que estava parado na porta.
- , precisamos conversar. - papai me encarou seriamente.
- NÃO ENXE! - gritei com raiva e tranquei a porta do meu quarto.
- , não fale assim com seu pai! – Minha mãe gritou do outro lado da porta.
- PAI? DO NADA ELE SURGE NA MINHA VIDA DEPOIS DE SETE ANOS E VIRA MEU PAI? – Eu não agüentava mais segurar aquilo tudo, eu queria que de alguma maneira ele soubesse que isso tudo me afetou e era assim que eu também queria afetá-lo. Novamente me senti péssima, e uma dor no estômago veio forte e eu me senti fraca.
Me joguei no colchão sem me importar com a sujeira que estava em cima dele e falei comigo mesmo:
- Por que mesmo eu só tenho que falar besteiras? Aposto também que ele não queria estar aqui, com uma nova irmã e uma nova mulher pra ocupar o lugar da mãe dele.
Várias vezes me levantei e fiquei andando pelo quarto mexendo os dedos das minhas mãos, decidindo se sairia e pediria desculpas para . Mas o cansaço da viagem começou a chegar e eu acabei adormecendo.

Capitulo 3*

Acordei com um estrondo de janela quebrando. Abri meus olhos meio sonolenta e olhei a minha volta, tentando reconhecer onde estava até que o ocorrido no dia anterior passar feito um filminho em minha cabeça. Afundei meu rosto com raiva no travesseiro, como se assim fosse possível esquecer de tudo. Quando estava quase pegando no sono novamente escutei gritos vindo da rua. Me levantei de má vontade e fui até a janela, ou melhor até o que restara dela, e vi na rua crianças pulando feito lombrigas e apontando para o meu quarto tentando chamar a atenção.

- O que é? - perguntei irritada.
- Tia, a nossa bola de baseball caiu aí sem querer, será que você pode nos devolver? - um menininho perguntou.
- Não tem bola nenhuma aqui! - gritei.
- Claro que tem tia, a gente jogou aí sem querer, e acabamos quebrando a jane...- uma menina dizia.
- MADLYANE! - os outros a repreenderam.
- Pode devolver? - a tal de Madlyne pediu sem jeito.
- Pera aí! - falei indo atrás da bendita bola.

Quando devolvi eles saíram correndo sem dar tempo de eu reclamar sobre a janela quebrada.

- Bom, quem vai ter que pagar vai ser aquele homem que diz ser meu pai. - sorri maliciosa e fui me arrumar para depois tomar café.

Abri a porta do quarto e estranhei o silêncio, afinal, mamãe sempre que acordava ligava o som no último volume em alguma música dos Beatles. Ela dizia que só assim as coisas boas fluiriam no seu dia.
Desci as escadas com cuidado, pois ainda faltava um pouco de iluminação na casa. Ao chegar na cozinha, aquele silêncio predominava. Caminhei até a geladeira e vi que nela havia um bilhete, pela letra era da mamãe.

"Filha, eu, seu Pai e saímos para dar uma volta por Londres. Tentei te acordar mas você não quis. Fiz algo que você gosta e está na geladeira.
Beijos sua Mãe."


- Ótimo! Agora aquele garoto tomou o meu lugar! - falei ao reler o papel e ver o nome de . Isso me fez perder completamente o apetite. Peguei a minha bolsa e as chaves de casa. Precisava comprar tinta para pintar o meu novo quarto.

Enquanto caminhava, o vento frio insistia em bater em meu rosto e meu corpo inteiro estremecia. Apertei meu casaco e então entrei na primeira loja que vi de móveis. Os móveis eram bem simpáticos, mas antes dos móveis eu precisava escolher a COR do meu quarto! Aquele branco todo empobrecido não combinava comigo.

- Por favor, onde fica a parte das tintas? – Perguntei a um senhor.
- Ali na esquerda. – Agradeci com meu sorriso e fui em direção às tintas. Junto à estante havia um menino, mas ele estava de costas. Parecia trabalhar na loja, pois vestia uma camisa azul igual ao do senhor que me indicara onde estavam as tintas. Fiquei analisando aquele garoto a minha frente, a sua fisionomia não me era estranha, mas precisamente a bunda dele. Ok, isso soou pervertido. Balancei minha cabeça e voltei a procurar o que eu tinha ido comprar, as tintas. Olhei para uma prateleira enorme a minha frente e arregalei os olhos.
- Droga! Com tanta cor assim eu nunca vou achar uma boa, né ? – Falei baixinho comigo mesmo.
- Precisa de ajuda? – EI! Eu conheço esse garoto! OH MEU DEUS! É aquele garoto da loja de doces do aeroporto?
- Er, eu estou meio perdida. – Eu disse enquanto ele parecia analisar até a minha espinha! Que nervoso!
- Eu acho que te conheço de algum lugar... – Ele disse colocando a mão no queixo e olhando para cima, como se isso trouxesse a resposta de dentro do seu inconsciente. Eu juro, mas os olhos dele não me eram estranhos. Sabe quando você reconhece a pessoa pelo olhar? Não, nem eu! Mas era assim que eu reconhecia o.. AH NÃO! É o ?
- Você mora no prédio em frente a sorveteria? - ele sorriu maroto, se achando o esperto.
- Hum, não...- enruguei a testa e mordi meu lábio inferior ao ver a expressão de desanimo no rosto dele. Foi tão fofa!
- Ah, deixa para lá. Acho que te confundi com alguém. - ele sorriu de lado, tentando disfarçar a tristeza - Você queria ajuda, não é?
- Sim. - sorri tímida.
- Desculpa insistir com isso, mas você me lembra alguém...- ele voltou ao assunto.
- Pois é, você jura que não está me confundindo? – NÃO! O não podia me ver naquele estado! Não podia!
- Não, eu tenho certeza que não! Seu nome é... – A vontade que eu tive era de dizer que eu me chamava Josefina Da Silva Pereira Grisalda Cunha Shelsk era enorme, mas e se eu nunca mais encontrasse de novo? Não, eu já esperei tempo demais pra isso!
- Er, me chamo . – Sorri envergonhada, eu sabia que era ele.
- ? É você? – Ele disse com um enorme sorriso de criança que acaba de ganhar um pirulito.
- ? ?
- Oh meu Deus minha pimpolha! – Ele disse me puxando para um abraço apertado. Ai, como era bom sentir o cheirinho do assim, bem de pertinho de novo.
- Pimpolho! Você não esqueceu mesmo, não é? - eu sorria feito boba, sentia até o meu rosto doer de tão largo que era o meu sorriso - Pimpolho, você está me apertando!
- Ah, desculpa pimpolhinha, mas eu estava morrendo de saudades afinal foram sete anos sem te ver. - disse apoiando sua mão na estante.
- Nem me fale, senti muita falta de você por perto, sabe? - suspirei aliviada, as coisas pareciam estar melhorando.
- Mas me conte o que te vez voltar para Londres...- falava e sem querer um menino bateu na instante fazendo a última lata de tina bater na outra a sua frente, e foi indo assim feito uma pilha de dominós até a última se abrir e derramar um líquido amarelo em cima de MIM! O tentou segurar o objeto de aluminio, mas acabou se sujando inteiro, como eu. Bom, pelo menos eu não iria passar vergonha sozinha.

- NÃO ACREDITO! – Gritei enquanto o palhaço do garoto tentava me ajudar a limpar, o que foi inútil porque ele era mais desastrado que o próprio !
- Deixa ela comigo! Vá arrumar essa bagunça. – ordenou o menino.
- Desculpe Senhor. – O menino disse saindo correndo em busca do pano.
Enquanto xingava tudo quanto era nome comecei a gargalhar, e alto. me olhou como se eu fosse alguma maluca.
- Você tá rindo? - fez uma cara engraçada e eu apenas afirmei com a cabeça tentando parar de rir.
Não demorou muito para ele começar a rir escandalosamente chamando a atenção de todos, inclusive do dono da loja, que era o senhor que havia me atendido antes.

- MAS O QUE ACONTECEU AQUI GAROTO? - ele gritou e pude ver ficar pálido.
- Ele não tem culpa, senhor. - eu disse, sem acreditar nas palavras que saiam de minha boca.
- Não se meta mocinha! eu avisei que a próxima vez que acontecesse algo assim você iria ser despedido! - a veia na testa daquele homem saltou e eu me encolhi atrás de , com medo.
- Eu sei, mas eu não posso ser despedido eu preciso do emprego...- suplicava.
- OK. Só porque seu pai é meu amigo eu deixo essa passar. Mas é a última vez, ouviu bem? - o homem estava mais calmo - E pode deixar que o Oliver limpa. Já deu o seu horário. - ele sorriu e voltou para o balcão na entrada.
- Ok Senhor! – sorriu satisfeito. – Pimpolhinha, tem um banheiro sujo e algumas roupas ali atrás, ou você prefere ir pra casa nesse estado?
- É , vou parecendo um pontinho amarelo no meio de Londres! Mas, não tenho roupas...
- Se servir minha calça e uma blusa aqui da loja... – Ele sorriu.
Entrei naquele banheiro fedorento e peguei as roupas que havia me emprestado. Realmente, eu me sentia patética usando aquelas calças e aquela blusa azul. Se me visse naquele estado então, era motivo de piada pro resto da vida!

- Essa foi por pouco...- comentou do lado de fora.
- Nem me fale... - comecei a rir novamente.
- ? – tocou na porta do banheiro.
- Ai você não muda hein! Já estou indo. Calma! – Eu disse vestindo a blusa.
- Você tem alguma coisa para fazer agora? – Ele disse rápido e eu podia adivinhar que ele estaria sorrindo e vermelho.
- Bom, eu pretendia comprar algumas tintas e movéis para o meu novo quarto. Por quê? - falei me olhando no espelho.
- Quer ajuda? - me perguntou sorrindo quando sai do banheiro.
- Lógico! - retribui o sorriso.

Depois de duas horas andando pelo centro de Londres e após um demorado lanche com tudo que tinhamos direito no McDonald's, retornamos ao meu novo lar e colocamos as mãos na massa, sendo interrompidos algumas vezes pela campainha que tocava com a chegada dos novos móveis e aparelhos que compramos. Terminamos o "trabalho" e sorrimos satisfeitos com o resultado. disse que precisava ir embora, mas anotou o número do celular dele em um papel do meu bloquinho lilás que estava em cima da mesa do computador. Ele foi e eu tomei um longo e demorado banho para relaxar e esquecer dos problemas. E isso realmente me animou mais. Vesti um top e um pequeno shorts azul bebê e fui atrás do meu Ipod. Coloquei em uma música que eu havia gravado com a ajuda de Alex em NY e comecei a escutar no último volume enquanto secava os meus cabelos com o secador.

"I saw my boyfriend hanging with this girl that I hate
(Eu vi meu namorado acompanhado desta garota que eu odeio)
He didn't have to tell why last night he was late
(Ele não tinha que contar porque noite passada ele estava atrasado)
I can't believe what you tell me
(Eu não acredito no que você me conta)
Your lies have come undone
(Sua mentiras estão aparecendo)
Now I'm living on the road looking out for number one
(Agora eu vivo na estrada Procurando pelo número um)"


Lá estava eu dançando e berrando feito uma louca quando olho para porta do meu quarto e vejo parado me olhando de cima a baixo com um sorriso safado. Não pensei duas vezes antes de fechar a porta na cara dele.

- Eu tenho que parar com essa mania de fechar a porta na cara dos outros. - falei olhando meu reflexo no espelho e logo depois comecei a gargalhar.


Capitulo 4*

- ! Levante querida, senão vai se atrasar para escola. - escutei minha mãe falando do outro lado da porta. ESCOLA? Que escola? Minha mãe surtou, realmente. É oficial!
- Pára de brincadeira mãe...- respondi bocejando.
- ! Levante agora! - mamãe falou firme entrando em meu quarto - Meu Deus! Quando você fez isso? - ela falou surpresa ao analisar as paredes em tons de rosa, lilás e branco das paredes, a cama de meio-casal, a mesa com o computador e uma enorme cadeira giratória branca, um guarda roupa branco, alguns puffs proximos a janela junto aos amplificadores, microfones e o meu baixo.
- Ontem a tarde. - sorri, e olha que para mim sorrir já cedo é impossível.
- Alguém te ajudou? - minha mãe me encarou.
- O ! - sorri mais ainda ao pronunciar o nome dele.
- , aquele seu amiguinho de infância?
- Yep. - concordei.
- Ah, que ótimo que você o reencontrou. Ele é um amor de menino, e agora deve estar um gato, não é? - mamãe riu.
- Mãe! - falei séria.
- Mas, deve estar, não está? - ela fez cocegas em mim.
- Sinceramente? Ele está muito hot! - meus olhos brilhavam.
- Que gracinha! A minha menininha está crescendo e irá me dar um genro maravilhoso! - mamãe começou a cantarolar e a dançar até sair do meu quarto. Viu? Eu disse que era oficial! Ela surtou! Rolei meus olhos e coloquei a primeira roupa que vi.
Eu não estou acreditando que estou indo para um novo colégio, a fixa ainda não caiu sabe?! Só caiu mesmo quando recebi dois beijinhos de minha mãe e segurou meu braço me ajudando a sair do carro.
-Bem-vinda à Goldsmiths College! – Ele disse sorrindo, era impressão minha ou ele deu uma piscadinha discreta para mim?
- Vamos ! - segurou a minha mão como se eu fosse uma espécie de criança indo pela primeira vez a escolinha. Me poupe!
- Calma ! Pára de me empurrar. - Gelei quando senti a mão de encostar na minha delicadamente.
- , meu pai me contou que você sabe tocar, é verdade? – Ele dizia enquanto entrávamos no colégio por aquele portão enorme recebendo milhares de olhares.
- Ele contou? Que milagre! Ele sempre esconde esse meu hobbie. - debochei.
A quanto tempo você toca? - perguntou ignorando o meu comentário.
- Desde os seis anos. - respondi.
- Dúvido! - ele parou na minha frente e cruzou os braços.
- Dúvida, por quê? - bati meu pé no chão.
- Garotas não sabem tocar. - ele sorriu ironico.
- Machista igual ao papai. - falei baixinho.
- Eu prometo pra criança aí que quando chegarmos em casa eu te mostro! – Eu disse com uma cara meio safada, mas não tinha sido minha intenção. Percebi quando me olhou e mordeu o canto de sua boca. Ai, por que ele também provoca hein?
- Hey ! – Senti uma voz conhecida aproximar-se de mim e dei graças a Deus por ter chegado justo naquele momento. O sorriso que ele esboçava no rosto era tão lindo! "Nossa, já cedo ele fica hot!" pensei mordendo meu lábio inferior.
- ! - acenei tímida. Mas a minha vontade mesmo era de correr e abraçar ele na frente de todo mundo. O que pareceu passar também pela cabeça de que correu em minha direção e me pegou no colo, girando-me no ar.
Juro que nessa hora o tempo pareceu parar e o mundo conspirou a nosso favor. Ok, isso ficou clichê! Ele me colocou no chão e logo em seguida abraçou a minha cintura, me fazendo sentir um arrepio correr por toda a minha espinha. Nesse momento que me dei conta que havia presenciado tudo, e é sério, a cara dele não era a das melhores. Ele parecia estar com CIÚMES?
- Bem que você podia apresentar seu novo amiguinho pro seu irmão não é ? – Há! Irmão é uma ova! Ele me provoca e fala que é meu irmão?
- Ah, me desculpe maninho. - sorri provocante - Esse é o ! esse é o , meu irmãozinho. - falei apertando as bochechas do , enquanto recebia seu olhar de raiva.
- Irmão? – pareceu indignado.
- Yep! Lembra que eu te contei ontem a tarde Pimpolho? - pulei nas costas dele, se era para provocar eu iria fazer direito!
- Ah, lembrei! - riu - Prazer dude!
- Ele foi lá em casa ontem a tarde quando você estava sozinha? - perguntou irritado.
- Sim, por quê? Algum problema? - o fitei com desdém.
- Se o papai souber que você levou um garoto lá em casa, ele...- falava rápido.
- Ele não vai saber! E outra eu já sou maior de idade, baby! - pisquei para meu "irmão".
- Não esquenta , somos só amigos. - disse e eu pude ver sorrir com vontade. Mas ao ver e ouvir isso, senti uma pontada no estômago.
- Mas agora você tem um irmão pra tomar conta de você! – disse estufando o peito, se achando um super herói.
- IRMÃO? VOCÊ? Oh meu Deus , se toca! – Disse abraçando .
- Vamos ! O professor já está entrando em sala. – me puxou pelo braço me levando até a sala.
- Ei, você então é da minha sala?
- Melhor impossível, não? – sorriu pra mim e sentou-se na cadeira ao meu lado.
O resto da manhã seguiu assim, com provocações de e as desconversas de . Eu já não agüentava mais. Eles achavam que eu era alguma Barbie Malibu que qualquer um podia usar, brincar e jogar fora quando enjoasse? Mas o pior foi quando cheguei em casa...

Capitulo 5*

Como Goldsmiths College era bem perto da minha casa eu e voltamos conversando e parece que ele tinha esquecido o fato de ter aparecido.
- E aí , gostou de Goldsmiths? – Ele disse pra mim tentando puxar um papo.
- Gostei, bonito. – Falei seca abrindo a porta de casa. E começou a buzinar em meu ouvido que ainda não acreditava no meu potêncial para tocar melhor do que ele. Eu já estava pronta para sair correndo atrás dele por toda a casa, quando o vi parar e ficar sério olhando para a sala de casa. Não entendi nada. Me ergui nas pontas dos pés para poder ver sobre o seu ombro, e encontrei meu pai e minha mãe sentados nos enormes sofás brancos com fisionomias nada boas. Minha mãe parecia ter chorado.
- Não fiz nada! Foi ele! – Disse e comecei a caminhar em direção a escada. Um banho quentinho e uma cama para mim seriam ótimos naquele momento.
- , vá para o seu quarto, por favor. - papai pediu e ele obedeceu logo em seguida. E eu também, pois ao que tudo indicava ele e mamãe haviam brigado feio. - Você fica ! - ele disse com a sua voz grossa e rouca.
- , você pode nos explicar como conseguiu dinheiro para arrumar o seu quarto? - meu pai me olhou sério.
- Eu...er...bom...peguei da minha poupança, sabe? - disse baixinho com medo da reação dele.
- VOCÊ FEZ O QUÊ? - pronto, ele começou a gritar como tem feito esses últimos dias.
- Isso mesmo que o senhor escutou. - respondi firme, não podia mostrar fraqueza.
- Você sabe o quanto a sua mãe batalhou para conseguir economizar esse dinheiro para você poder fazer uma boa faculdade?
- Você falou certo, minha MÃE batalhou para isso e não VOCÊ! Não sei o que está falando! – Disse ainda firme. Ele acha que pode agora depois desse tempo todo me tratar como uma filha e me dar ordens para fazer isso e aquilo?
- MAS EU SOU SEU PAI! – Ele gritou, era visível como dizer que ele era ausente o magoava e eu estava gostando disso.
- E você acha que um "bom pai" - fiz aspas no ar - dá um quarto horrível para a filha dormir, como o senhor fez? Sendo que nessa casa tem tantos quartos em excelente estado? - joguei tudo na cara dele, estava farta de tanta humilhação. Ele se calou por um segundo enquanto minha mãe me olhava horrorizada.
- Eu realmente estou muito magoada com você, . - mamãe falou visivelmente triste. Não tive mais forças para continuar e corri para meu quarto, e pude ver parado em frente ao quarto dele, com certeza havia escutado tudo. Ele segurou o meu braço e me chamou, mas eu o empurrei com força contra a parede, tamanha era a minha raiva. Fechei a porta do meu quarto com tudo, e pude jurar que ela tinha quebrado.
Minhas pernas estavam fracas e eu me sentia péssima. Eu sei que meu pai tinha que escutar tudo aquilo e entender meus sentimentos, mas acho que exagerei. Deitei-me na minha nova e macia cama e me lembrei da risada de . Ele tentando me ajudar a arrumar meu quarto e colocando meus instrumentos no lugar foi bastante fofo da parte dele. Sorri ao lembrar ele me chamando de pimpolha.. Mas logo a imagem de seu rosto sumiu dos meus pensamentos e apareceu a de papai gritando comigo. Comecei a chorar desesperadamente, e passei assim o resto do dia. Parece que aquela minha nova vida que eu esperava ter estava completamente errada! Meu deu uma vontade enorme de arrumar as minhas coisas, voltar pra NY e continuar com a idéia de morar numa república com Alex.
A noite chegou e escutei passos no corredor, que se aproximavam do meu quarto. Mamãe entrou e disse secamente que o jantar estava pronto, e que eu deveria descer. Mas, não respondi. Fingi estar dormindo e ela saiu sem insistir.
O tempo parecia não querer passar, quanto mais eu desejava que o outro dia chegasse mais rápido para eu poder ir ao colégio bem cedo sem encontrar ninguém daquela família. Me virei para o bidê ao lado da minha cama e olhei para o meu relógio de estrelas que marcava 03:46. Suspirei e fitei o teto, quando escutei alguém abrir a porta de meu quarto.
A fraca luz que vinha do corredor revelava sutilmente o corpo bem desenhado de . Ele vestia apenas suas boxers azul marinha e seu cabelo estava totalmente bagunçado, o que fazia ele ficar mais lindo ainda. Sorri ao ver que ele segurava uma bandeja e então veio até a mim sentando-se na minha cama.
- Trouxe para você. – Ele disse. Seus olhos brilhavam e um sorriso bobo saiu de minha boca. Enquanto eu comia segurou a minha mão como quem dissesse que estaria ali para o que eu precisasse. E pela primeira vez percebi que ele estava sendo gentil sem seus sarcasmos.
- Papai, às vezes, é uma pessoa difícil de se lidar, mas acredite, ele a ama. - disse após alguns longos minutos de silêncio.
- Se ele me amasse, não teria fingindo que eu não existia durante esse anos. - falei seca, não queria dar o braço a torcer.
- Mas ele sempre ligou para você e foi te visitar...- tentava defendê-lo.
- Só que isso não foi o suficiente para suprir a minha necessidade de ter a figura paterna me apoiando nas horas que eu mais precisava. - Ele me olhou estranho, acho que havia entendido a falta que eu sentia de ter um pai todos os dias ao meu lado - Obrigada . – Eu agradeci baixo. Ele deitou-se na minha cama me chamando para deitar ao lado dele.
- Venha aqui ..
- Mas ... – Eu disse mais ele me interrompeu me puxando mais pra perto me fazendo deitar ao seu lado. Enquanto eu o encarava ele passava a ponta dos seus dedos sobre os fios do meu cabelo e sorria. Um frio subiu pelo meu corpo e eu me sentia confortável por tê-lo por perto.
ia aproximando seu corpo cada vez mais do meu e eu tremia por dentro. Foi quando escutamos a voz de papai:
- Boa noite crianças! – Ele disse do corredor, ainda bem que minha porta estava trancada.
- ! Saía daqui, se papai descobrir que você está aqui, ele... – Eu disse mais fui interrompida por .
- Shhh, ! Eu coloquei almofadas debaixo do meu cobertor, ele não vai desconfiar que estou aqui. – Ele disse me abraçando.
Ficamos nos olhando fixamente, quando lentamente nossos rostos foram se aproximando e eu pude sentir o lábio macio de tocar o meu. Ele passou a língua dele calmamente sobre meus lábios pedindo passagem para intensificar o beijo. Abri minha boca devagar e aos poucos pude sentir a língua quente de tocar a minha, começando a fazer movimentos calmos.
- NÃO! Saí , saí! – Eu disse o empurrando dos meus braços. – Isso não tá certo, você é meu irmão agora! TÁ TUDO ERRADO! – Eu falava as palavras rápido, eu me senti confusa com tudo isso e achei melhor ir embora.
- Por favor, saia daqui! – Eu fui caminhando devagar sem fazer muito barulho até a porta e abri fazendo menção para que saísse. Ele estranhou a minha reação, mas saiu sem dizer uma palavra, o que não era necessário já que a expressão de seu rosto dizia que ele estava visivelmente irritado.
Fechei a porta atrás de mim e encostei meu corpo nela deslizando até o chão gelado onde me sentei e senti uma lágrima escorreu pelo meu rosto, foi quando olhei para a mesa do computador e vi meu bloquinho lilás. Levantei imediatamente e peguei o papel com a letra de , achei meu celular dentro da bolsa e disquei rápido aquele número antes que perdesse a coragem.
- Alô? – A voz sonolenta de saiu por aquele celular.
- ? É a ! Te acordei?
- Hey ! Não... eu estava vendo um filme. – disse e eu pude jurar que ele estava mentindo.
- Ahm.. – Disse e me calei.
- Mas o que houve? Por que está me ligando? – A voz dele soou preocupada.
- Meu pai, ... eu não o agüento mais. – Preferi ocultar a história de , eu não queria que ele desconfiasse que eu teria algo com ele.
- Oh Pimpolhinha... Não fique assim, eu acredito que esteja sendo difícil pra você..
- Eu quero voltar pra NY, ! Essa vida em Londres não vai me levar a nada. – Eu disse e se calou. – ?!

Capitulo 6*

Eu estava sentada em um dos puffs próximo a minha janela com o olhar perdido, quando escutei um barulho de carro estacionar e olhei pelo vidro embaçado de meu quarto, observando aquela madrugada gelada e escura de Londres. Vi mais a frente o carro de e ele parado do lado de fora do automóvel. Abri a janela.
- Já estou descendo...- murmurrei, e ele sorriu afirmando compreensão.
Peguei a minha mala e desci as escadas silenciosamente, cheguei em frente a porta e vi o lindo chaveiro em forma de cisne, pendurado atrás dela. Procurei por uma chave em especial, e logo a achei. Desci até a porta do porão e abri-a com cuidado. Achei meu baixo, que papai guardara mais tarde como forma de castigo para mim e coloquei-o dentro de sua capa. Retornei a sala e senti que um olhar pesava sobre mim. Nem me dei o trabalho de olhar ou falar alguma coisa, apenas deixei uma carta para minha mãe sobre a mesa de centro e sai.

***

- Seja bem vinda! - Ele sorriu abrindo a porta.
- você precisa morar nessa casa gigantesca sozinho? – Eu disse olhando em volta da casa. Ela tinha dois andares e uns três quartos no segundo andar.
- Lógico que não né ! Os dudes moram comigo! – Ele disse achando graça do meu comentário.
- ! Tem mais gente morando aqui?
- Tem sim! E falando neles...- disse ao ouvir passos de pessoas descerem as escadas. - , esses são os meus amigos, e . - E eu apenas sorri sem graça.
- , eu acho melhor eu ir para outro lugar...não quero incomodar vocês...- comecei.
- Deixa de ser boba, Pimpolha. Não é incomodo nenhum, não é caras? - olhou para os amigos, se jogando no sofá preto da imensa sala.
- Não mesmo! - os dois responderam com um sorriso safado.
- Você toca? - perguntou olhando para o meu sobre meu colo.
- Yep. - sorri timida.
- E toca muito bem por sinal...- sorriu para mim.
- Ah! Nós estamos com uma banda sabia? – se pronunciou.
- Sério? ! Você nem me disse nada.. – Bati fraco no braço dele.
- Eu ia te chamar pra um ensaio... - sorriu de lado.
- Você canta também? - perguntou.
- Sim, por quê? - respondi confusa, não estava entendo nada.
- Perfeito! Achamos o integrante que faltava! - e bateram nas mãos um do outro.
- É? Quem? - perguntei com a minha inocência.
- Você! - os dois disseram empolgados.
- EU?! - gritei assustada.
- Ótima idéia! - abriu um largo sorriso. - Aceita?
- , é que...
- O quê? Ah, não me diga que você ainda tem aquela idéia de fazer sucesso com o Alex, Luke e Brian? - me olhou.,
- Bom...- encarei meus próprios pés envergonhada.
- Hum, tudo bem . Mas, caso você mude de idéia já sabe que será bem vinda na nossa banda. - falou sincero.
- Isso aí! - fez joinha.
- Ok. Obrigada, meninos. - sorri tímida em agradecimento.
- Agora, acho que você quer ir dormir, não é? - perguntou.
- É, eu gostaria. - dei risada.
- Vem! Eu vou te mostrar o seu quarto. - ele me estendeu a mão e subimos.
- Você vai dormir aqui! - abriu uma porta branca.
- Mas , esse não é o seu quarto? - perguntei voltando meu olhar para ele.
- Yep!
- Não. Eu durmo na sala sem problemas. - falei pegando minha mala e dando meia volta.
- Fique onde está mocinha! - ele advertiu.
- Sério, , eu realmente não ligo em dormir no sofá. - sorri.
- Você vai dormir aqui e ponto, OK? - passou o polegar sobre a maça do meu rosto.
- Já que você insiste em dizer que não tem problemas...- Tentei sorrir normalmente, mas sentir a respiração de bater em meu rosto me deixava paralisada.
- , eu...- aproximou-se mais de mim.
- Ah, vocês estão aqui! - falou e nós imediatamente nos separamos.
- O que foi ? - perguntou nervoso, acho que ele não havia gostado do surgimento de , afinal estávamos quase nos beijando...MEU DEUS! Nós íamos nos beijar! Sério eu não entendo o , no colégio ele só desconversava quando alguém insinuava que estávamos juntos e agora ele estava preste a me beijar?
- O quebrou o controle da televisão. - fez uma careta.
- ! Eu disse que era para você ficar longe do controle! - desceu as escadas furioso e apenas sorriu para mim e me deu um beijinho de boa noite. - Não se preocupe! Nós sempre brigamos, mas nos amamos! - Ele comentou antes de descer para o andar de me deixando com uma completa cara de boba, sem acreditar no que podia ter acontecido caso ele não chegasse.

Capitulo 7*

Acordei sentindo o cheirinho do perfume de em sua roupa de cama. Me espreguicei e abracei o travesseiro com cuidado como se ele fosse realmente . Eu parecia uma menina de seis anos de idade, que ainda acreditava em conto de fadas. Mas, agora com dezessete anos, eu sabia realmente que eles não passavam de meras histórias que só nos fazem sonhar e acreditar que algum dia viveremos em um mundo repleto de fantasia, coisa que a minha atual vida não era nem de perto.
Preparei um farto café da manhã para os meninos em agradecimento por terem me acolhido na casa deles com tanto carinho. Procurei por um jornal, mais nada! E eu precisava urgente de um se quisesse realmente morar sozinha e me sustentar. Vesti um moletom de que estava jogado no sofá para não ter que subir até o quarto e correr o risco de acordar um deles. E sai rumo a uma banquinha de jornais. Não demorou muito até que encontrei uma a uns dois quarteirões da onde eu estava hospedada.
- São £3,50. - o senhor simpático da banquinha falou.
- Aqui está. - entreguei para ele o dinheiro. Senti um Senhor se aproximar da banca e olhei para sua face rapidamente e jurei ter visto meu pai! Acho que ele estava fazendo mal para minha cabeça mesmo, não era possível! Todo lugar eu acho que o vejo e é simplesmente uma pessoa parecida. Mas eu não queria me arriscar, vai lá que seja? Coloquei o capuz do moletom de e sai o mais rápido possível de lado, esquecendo o jornal que havia comprado.
Cheguei na casa de e encontrei e na cozinha se lambuzando com as panquecas que eu havia feito. Sorri pras duas crianças e sussurrei um bom-dia.
- ! – Eles falaram juntos.
- E aí, gostaram do café?
- Está maravilhoso! Muito gostoso! – disse tomando mais um gole do suco.
- Bom dia Pimpolha! - falou me dando um beijo na bochecha.
- Bom dia! - sorri sem graça. Ele esqueceu que quase nos beijamos ontem?
- , tenha modos. Temos uma menina na casa. - jogou um pedaço de pão em , quando este se levantou para pegar alguns biscoitos que estavam na pia.
- Hey ... – se aproximou de mim. – Você não vai para o colégio não?
- Não vou não , tenho que arranjar algum trabalho. – Eu disse me sentando ao lado de que não dizia nada, ele estava muito ocupado comendo seu cheesburger.
- TRABALHO? – Ele disse assustado.
- É , tenho que arranjar algum meio de me sustentar ou você acha que ficarei aqui na casa de vocês pra sempre?
- Eu juro que não iria me importar. – disse.
- Pimpolhinha, você sabe que não tem nenhum problema né! – disse num sorriso perfeito.
- Er, desculpe . É o hábito. - sorriu envergonhado.
- Sem problemas. - dei risada.
- Bom, acho melhor nós irmos. Se não chegaremos atrasados ao colégio. - olhou para o relógio da cozinha.
- Vocês também estudam no Goldsmiths College? - perguntei comendo um biscoito.
- Sim! - e me responderam animados.
- Hey ... – se aproximou de mim. – Você não vai para o colégio não?
- Não vou não , tenho que arranjar algum trabalho. – Eu disse me sentando ao lado de que não dizia nada, ele estava muito ocupado comendo seu cheesburger.
- Vamos te esperar lá fora . - falou dando uma piscadinha para .
- Tchau ! - e falaram antes de sair.
- ... você vai ficar bem sozinha mesmo? – disse com um olhar preocupado.
- Ah , não de uma de né! – Disse dando um tapinha no braço dele. – Em falar em , não fale pra ele que estou aqui, tudo bem? - me senti uma boba ao falar isso, uma vez que me vira ir embora de casa e sabia que eu estava com .
- Certo, não falarei nada. E, , será que depois da aula podemos conversar? - se aproximou mais de mim.
- Claro! - respondi tentando conter o nervosismo.
- Ok, então. Se cuida. - ele beijou o canto de minha boca - As minhas chaves estão na porta, pode usá-las. - sorriu e eu não tive nem tempo de responder tamanha era a minha cara de retardada mental.
então saiu junto com os outros e eu resolvi limpar a cozinha, estava uma zona!
Arrumei e então resolvi sair para finalmente comprar meu jornal, eu precisava arranjar um emprego rápido.
Eu caminhava alegremente pelas ruas de Londres com um boné do e meus óculos de sol, afinal eu precisava me prevenir caso visse papai ou mamãe. Até que passei em frente a uma cafeteria e aquele cheirinho de café fresco me trouxe uma fome. Entrei no local e acabei esbarrando em alguém.

- Oh, me desculpe. - falei sem jeito, juntando uma das sacolas que o menino a minha frente havia derrubado com nossa "batida".
- ? - aquela voz familiar ecoou pela minha cabeça.
- MEU DEUS! ALEX! - pulei em cima dele, dando-lhe um enorme abraço.
- ! Que saudades de você! – Ele dizia com um sorriso enorme.
- O que está fazendo aqui, Alex? – Eu disse enquanto caminhávamos até uma mesa.
- Você se mudou e nem ao menos me avisou! Então eu vim atrás de você! – Ele falava sentando-se na cadeira -A próposito estava indo ligar para você, para combinarmos de nos ver! Onde você está morando?
- Bom, na casa do , lembra? - sorri de lado.
- Hum, lembro vagamente. Mas, por quê? O que aconteceu? - Alex me olhou daquele jeito preocupado e eu contei tudo que estava acontecendo para ele.
- Ah, mas agora você está protegida! - Alex abriu um largo sorriso.
- Estou? - arquei minha sobrancelha direita.
- Sim! Eu me mudei para Londres! - ele fez um ar de criança feliz.
- NÃO ACREDITO! Mas como? Você largou a faculdade?- eu sorria feito uma boba, pelo menos iria ter o Alex ao meu lado de novo.
- É...cansei dessa vida! E como você veio para cá, eu pensei por que não ir também? O resto da banda está aqui e podemos seguir em frente com ela de verdade agora.
- Ah nem me fale! Que saudades da The Suck’s! Precisamos falar com o Luke e o Brian para ver se eles ainda topam fazer parte da banda. - respondi extremamente animada. – Eu disse sorrindo.
- Não se preocupe. Eu liguei para o Luke e ele me falou que não ve a hora de ensaiar novamente. - Alex contou enquanto parecia analisar meu rosto. Por que todo mundo ama fazer isso?
- Você está bonita ... – Ele disse e eu logo me corei.
- Obrigada! Mas não fale assim, está parecendo que não o vejo há anos! – Eu disse tentando rir para descontrair - Bom, falando em ensaiar. Eu escrevi uma nova música. Vamos para a casa do que eu te mostro! - falei me levantando e sendo seguida por Alex.
- Hey ! - o chamou.
- Fala Dude! Tudo bom? - sorriu.
- É, mais ou menos. - respondeu triste.
- Aconteceu alguma coisa?
- É a , hoje quando acordamos ela não estava em casa. Acho que ela foi embora para sempre. A carta que ela deixou para a mãe dela deu a entender isso. - suspirou.
- Olha , eu prometi que não contaria a ninguém, mas vamos lá! A está lá em casa, se você quiser depois da aula podemos ir lá? - colocou a mão no ombro de .
- Sério? Obrigado Dude. - tentou sorrir, mas a verdade, é que ele sorria mesmo por dentro.

Capitulo 8*

Eu cantava e Alex prestava atenção em cada detalhe do acorde da música e em sua letra. Ele sorriu para mim como se tivesse entendido para quem eu a havia feito.

"Punishment must suit the crime
(A punição deve ser de acordo com o crime)
I'm wasting all your precious time
(Eu estou desperdiçando todo meu tempo precioso)
But I don't care
(Mas eu não ligo)
I just don't care
(Eu só não ligo)
Screaming out for your attention
(Gritando por sua atenção)
Ignoring every single word
(Ignorando cada palavra)
Will I ever be heard?
(Eu serei ouvida para sempre?)
A bitter taste
(Um gosto amargo)
I can't erase
(Eu não posso apagar)
Your attention
(Sua atenção)
I'm fighting for a hopeless case
(Eu estou lutando por um caso impossível)

- Your attention. - cantei as últimas palavras.
- Perfeito! - Alex bateu palmas - Eu só acho que ficaria melhor se fosse mais rápida, não tão lenta. - ele sugeriu.
- É, você tem razão. - sorri concordando, Alex entendia dessas coisas de arranjos mais do que eu.
- , onde fica o banheiro? - Alex perguntou suplicante e eu ri.
- No final do corredor a esquerda, Alex. - respondi ainda rindo.
- Obrigado. - ele falou rápido e saiu correndo, ele devia estar realmente apertado.
Eu me animei, comecei a dançar e cantar alto. Alex estava com total razão, era perfeito colocar um ânimo, agitando mais a música.
- Nossa, a coisa foi rápida, Alex. - respondi me virando para a porta, ao perceber que alguém me observava enquanto afinava meu baixo.
- Não é o Alex!
- ? - perguntei desacreditando na pessoa que via a minha frente. - Não acredito que o falou onde eu estava! idiota! – Falei bufando.
- Nós precisamos conversar. - disse.
- Eu não tenho nada para conversar com você! - respondi guardando o meu baixo.
- Tem sim! - ele se aproximou.
- Não tenho! E me dá licença? - pedi ao ver que ele estava parado na minha frente, sem me deixar passar.
- Não! Você vai sentar aí e vai me escutar! - segurou meu braço com força.
- , me solta você está me machucando...- pedi chorosa.
- O que está acontecendo aqui? - Alex apareceu.
- Nada, Alex. Apenas me leva embora daqui. - falei saindo do quarto onde era o "estúdio" dos meninos.
- ! Você acha que fugindo assim vai resolver as coisas? - foi atrás de mim do corredor.
- Se vai ou não resolver o problema é meu! - respondi grossa saindo do quarto de com a minha mala.
- , aonde você vai? - perguntou me vendo descer as escadas seguida de Alex.
- Embora daqui! Eu achei que você soubesse guardar segredo ! – Eu o olhei com raiva.
- Desculpa , mas eu achei que...- começou sem jeito.
- Não me interessa o que você achou! - falei alto - Vamos Alex! - o chamei, e enquanto saia encontrei com e entrando na casa.
- Aonde você vai, ? - perguntou.
- Embora! - respondi com um sorriso fraco.
- Mas você volta, não é? - falou.
- Não! Mas, obrigada mesmo pela hospedagem! Adorei conhecer vocês! Até um dia! - dei um beijo no rosto de cada um e fui correndo até o carro de Alex, que já me esperava.
- AONDE VOCÊ PENSA QUE VAI? – gritou segurando no meu braço me impedindo de sair.
- Pra um lugar bem longe de você! – Respondi e fui correndo até o carro de Alex, que já me esperava.
- ! Isso não vai ficar assim! - gritou parado no meio do jardim da casa de .

***

- Alô? Pai? Eu descobri onde a está! - ligou para papai enquanto via eu e Alex entrarmos do prédio dele.
- Tem certeza que não tem problema se eu ficar aqui, Alex? - perguntei enquanto entravamos no apartamento de Alex.
- Claro que não, ! Vai ser como nos velhos tempos em NY! - ele sorriu maroto e apontou um puff verde para que me sentar.
- Obrigada. - agradeci. Mas a verdade é que estava me sentindo uma verdadeira sem teto por ter que ficar morando de favor na casa dos outros.
- Aceita alguma coisa para beber ou comer? - Alex me ofereceu.
- Hum, para ser sincera eu estava com vontade de tomar um enorme sundae com calda de chocolate! - meus olhos brilhavam só de pensar naquela guloseima.
- Para a sua sorte eu conheço uma ótima sorveteria aqui perto. - Alex levantou indo em direção a porta, na hora que a campainha tocou.
- Quem pode ser? – Ele me olhou com suas sobrancelhas levantadas.
- Não sei, você está esperando alguém? – Eu disse quando ele abriu a porta.
- ? O que você está fazendo aqui? – Eu disse me levantando rápido.
- Você não pode ficar se mudando assim ! – falou. Foi quando eu vi pelos ombros de uma outra pessoa, meu pai.
Eu entrei no meu quarto chutando tudo que via pela frente. O acha que pode mandar na minha vida assim, a hora que quiser? O me surpreende a cada dia! E agora a vontade que eu tenho é que ele morra e saía da minha vida. Mas que merda!
Deitei-me na minha cama e senti lágrimas rolarem por minha bochecha quente. A raiva que eu sentia dele dominava o meu corpo e se ele aparecesse ali na minha frente, eu juro que não responderia mais pelos meus atos. Escutei alguém bater na minha porta.
- SAÍA DAQUI! – Gritei, seja quem fosse, eu não queria ver ninguém.
- Por favor, ! Eu preciso esclarecer as coisas com você! – A voz de era chorosa e ele socava a minha porta.
- NÃO, VOCÊ NÃO MERECE MAIS UM OI MEU! – Eu gritava o mais alto possível.
- Se você não abrir eu vou arrombar! - me alertou e começou a bater com mais força na porta - Eu estou te pedindo , por favor! – implorava e eu pude escutar ele chorando.
- Se você quiser entrar entre, mas não espere que eu te perdoe! – Falei e observei ele abrindo a porta lentamente.
- , você não sabe como eu estou arrependido de tudo.. – Ele disse se aproximando de mim sentando-se ao meu lado. – Eu só não queria que você... – Ele segurou na minha mão acariciando com seus dedos polegares os meus. Imediatamente eu o empurrei e o encarei séria.
- Não pense que vai ser assim que eu irei te perdoar.
- Eu sei que vai demorar para que isso aconteça, mas eu espero o tempo que for! - levantou uma de suas mãos e segurou em meu rosto.
- Então eu aconselho que você espere sentado! - me levantei ficando de costas para ele.
- Eu sei que você não é essa durona que demonstra ser...- ele sussurrou em meu ouvido, fazendo meus pêlos da nuca arrepiarem-se.
- Você não vai conseguir me chantagear assim, irmãozinho! - me virei e fiquei a poucos centímetros de seu rosto.
- , por favor, me entenda! – Ele disse olhando fundo nos meus olhos.
- COMO? ME EXPLICA? – Eu disse e pude sentir meus olhos se encherem de água, e ele me abraçou com carinho.
- Eu sei que dentro de você existe uma menina frágil e delicada, eu percebi lendo as suas músicas. - falou baixinho enquanto mexia nos meus cabelos.
- VOCÊ LEU AS MINHAS MÚSICAS? - gritei me afastando dele.
- Er, algumas. Elas estavam em cima da sua cama. - ele tentou se explicar.
- Não importa onde estavam! Você invadiu a minha privacidade ! SAI DO MEU QUARTO! AGORA! - gritei o mais alto que pude.
- NÃO! EU NÃO VOU TE PERDER DE NOVO! – Ele disse e então segurou no meu rosto encostando seus lábios nos meus.


Capitulo 9*

Dois meses se passaram e as coisas aqui em casa apenas pioraram. Papai começou a beber sem parar. Já perdi as contas das vezes que tivemos que levá-lo para o Hospital para tomar doses de insulina. Mamãe está ligando para várias clínicas de reablitação, mas são todas muito caras. fez de tudo para convencê-lo a fazer parte dos Alcoólatra Anônimos, só que como meu pai é teimoso diz que não vai, que já está melhor e que largou a bebida. Minha mãe está trabalhando em três empregos para conseguir nos sustentar depois que Papai foi despedido ao ser pego bêbado no trabalho. Mal a vejo. Sinto que perdemos aquela conexão que tinhamos quando vivíamos apenas só nós duas em NY. Não tenho com quem contar, desabafar, pedir conselhos. Não tenho amigas! Todas as meninas daquele lugar que chamam de colégio me olham torto por causa do meu estilo punk de se vestir e por eu andar com os garotos mais hot's de lá. Eu preciso de alguém, de carinho! Ai, se mamãe soubesse que meu pai me bateu algumas vezes ela ficaria louca. Nem sabe. Ninguém sabe!
Ah, e o ! Outro problema na minha vida. Eu não sei o que devo fazer, nós estamos juntos nesses últimos meses, mas eu não acho isso certo. Afinal, ele é meu IRMÃO! E o pior de tudo sabe o que é? Acho que eu estou amando ele. Acho não! TENHO CERTEZA! MERDA!

***

ia me encaminhando para cama enquanto nosso beijo ficava cada vez mais forte. Ele passava sua mão gelada por debaixo de minha blusa, fazendo-me arrepiar. Eu beijava seu pescoço delicadamente, exalando aquele cheiro gostoso de seu perfume. tirou a minha blusa com cuidado, passando a mão suavemente sobre a minha barriga nua. Voltamos a nos beijar, quando de repente escutamos um barulho e minha mãe começou a gritar. No mesmo segundo eu joguei para o lado podendo ver a cara dele de assustado.
Procurei por minha blusa no chão do quarto e a vesti descendo as escadas com a meu encalço. Foi quando eu vi a pior cena da minha vida, meu pai totalmente bêbado, mas do que nos outros dias, xingando a minha mãe enquanto segurava ela pelos braços.
- Se você tivesse feito aquele aborto tudo estaria melhor! - ele falava alto, olhando com raiva para a minha mãe - Mas, não! Você preferiu ter o bebê!
- SOLTA ELA! - eu gritei começando a chorar logo em seguida.
- Ah, que bom que você chegou! - meu pai me olhou irônico - Graças a você a nossa vida se tornou um inferno! Você é só um peso que nós carregamos com desgosto! - papai caminhava em minha direção - A sua mãe foi idiota em querer tê-la! Ela devia mesmo ter abortado você enquanto era tempo! Agora veja só? Temos que sustentar uma vagabunda que só pensa em si mesma e na bandinha que tem! - ele jogou tudo na minha cara.
- M-mãe, você iria me abortar? - perguntei com a voz embargada.
- , entenda. Eu e seu pai eramos jovens, tinhamos muito para viver e...- mamãe falou entre soluços.
- E não queriam que um filho estragasse tudo. - conclui sua frase.
- Não é isso querida... - minha mãe se levantou e tentou me abraçar, mas eu empurrei seu braço indo para o outro lado da sala.
- NÃO É ISSO? COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE DIZER QUE NÃO É ISSO? - eu gritei, sentindo as minhas cordas vocais doerem - Você mentiu para mim todos esses anos, dizendo que ele nos deixou por causa da secretária, mas a verdade era que ele não queria me ter!
- Filha, você não sabe o que está dizendo. Você não entende... - minha mãe tentava encontrar as palavras.
- AH, NÃO ENTENDO? ENTÃO ME EXPLIQUE! - falei dando um soco na parede, sem me importar que poderia ter quebrado minha mão.
- O relacionamento entre eu e seu pai não estava indo bem. Nós íamos dar um tempo quando eu descobri que estava grávida de você. - ela chorava cada vez mais - Seu pai ficou transtornado, me pediu para abortar, mas eu disse que não iria fazer isso. Que iria ter você! Então ele jogou na minha cara que estava me traindo com a Jesse, a secretária, e que ela estava grávida de 5 meses dele. Então ele saiu de casa e foi morar com ela... - mamãe terminou de contar e sentou-se no sofá com o rosto completamente vermelho e os olhos inchados.
- EU ODEIO VOCÊS! EU ODEIO! PRINCIPALMENTE VOCÊ! - gritei para meu pai, antes de pegar um vaso na estante e tacar com força sobre ele.
- Você se acha melhor do que todos, não é ? - meu pai disse após ter desviado do vaso que bateu na parede - Pensa que eu não sei que você e o estão tendo um caso? - ele deu uma risada irônica.
- , é verdade? - minha mãe me olhou séria.
- É verdade sim! - foi até mim e segurou a minha mão.
- ELE É SEU IRMÃO! - ela se levantou pronta para me dar um tapa.
- EU SEI! - gritei segurando o seu braço, a encarando.
- Seu pai tem razão, você só estragou a nossa família... - ela me olhou triste abaixando seu braço.
- Agora você vai ficar do lado dele? - falei sem acreditar no que acabara de ouvir.
- você sabia que era errado, mas mesmo assim seguiu em frente. - mamãe falou friamente.
- A culpa é minha! - ficou na minha frente.
- Não ! A culpada sou eu como sempre! Eu não devia ter te provocado. - olhei para ele sentindo as lágrimas grossas escorrem sobre minha face.
- Até que enfim você reconheceu os seus erros! - meu pai bateu palmas sarcasticamente.
- Eu, ao contrário de você, reconheço os mesmo erros! - fitei-o com raiva.
- Pára de se fazer de coitada! - ele pegou o meu baixo que estava encostado no corrimão da escada e o tacou com força em minha direção. me puxou e caímos no chão, podendo ouvir apenas um enorme barulho. Quando me virei vi o meu instrumento completamente despedaçado no chão. Me levantei e comecei a socar papai e a xingá-lo. Ele apenas ria das minhas tentativas inválidas. Segurou os meus braços com uma de suas mãos e com a outra meu deu um tapa na cara.
- PÁRA, POR FAVOR! VOCÊ VAI MACHUCÁ-LA! - minha mãe implorou tentando segurá-lo, mas ele empurrou-a.
- EU VOU EMBORA! É ISSO QUE VOCÊ QUIS TODOS ESSE TEMPO, NÃO É? PARABÉNS! AGORA VOCÊ CONSEGUIU! - gritei para meu pai antes de sair de casa e começar a caminhar pela rua molhada devido a chuva que caía. Nem me importei que estava descalça e vestia apenas meu pijama.
tentou correr atrás de mim, mas meu pai foi atrás dele e o levou a força para dentro de casa, só pude escutar ele gritar:

- EU TE AMO MUITO! NÃO VOU DEIXAR NADA ACONTECER COM VOCÊ! EU PROMETO!

Capitulo 10*

Meu pijama estava encharcado mais eu já nem ligava mais, o meu cabelo estava também, mas eu nem tinha mais forças para prendê-lo. Estava parecendo uma mendiga, vagando pelas ruas escuras e frias de Londres, rumo a não sei aonde. Eu queria era poder estar indo de volta para NY e ficar com a minha vó que parecia ser a única que me entendia.
Deixei então o meu inconsciente me levar e o engraçado e que quando fui ver, estava eu parada encharcada em frente aquela imensa porta creme que já me era familiar. Não sabia se deveria tocar a campainha, mas como em um impulso meu braço se levantou e eu apertei aquele botãozinho com o meu dedo indicador direito. Esperei alguns minutos, mas ninguém apareceu. Então me sentei no degrau em frente, esperando algum milagre acontecer. Foi quando escutei o barulho de chaves e a porta se abriu.
- ? - abriu a porta e pude ver a sua expressão de desespero. Ele não conseguia falar nada, parecia que as palavras o sufocavam. Não me contive e comecei a chorar mais ainda, entrei mais na casa e abracei com força e ele parecia me corresponder.
- O QUE TE FIZERAM, PIMPOLHA? - eu não conseguia responder, a única coisa que eu fazia era chorar. , e entenderam que eu estava muito abalada e não tinha forças para contar o que havia acontecido. Apenas me abraçar apertado e depois me fizeram tomar um banho quente e vestir uma blusa larga e uma boxers de algum deles.

Quando cheguei na sala encontrei os três sentados me encarando.
- Pode falar agora? – disse me chamando para sentar ao lado dele. Sentei-me então e encostei minha cabeça em seu ombro.
- Meus pais... – Eu disse mais comecei a chorar novamente, a falta de ar me impedia de continuar.
- Tudo bem, . Não precisa contar agora...- segurou a minha mão com carinho e eu apenas sorri fraco.

Eu não entendo porque mais é aqui que eu esqueço de tudo. Eu não tenho nem como pensar em alguma coisa que já vejo o contando algum caso dele, realmente eu me sinto confortável aqui.
sugeriu que víssemos algum filme engraçado para passar o tempo e todos concordamos. Eu fui até a cozinha e fiz pipoca. Quando o filme acabou eu me sentia um pouco melhor.
Os meninos fizeram de tudo para me animar e isso me deixou feliz, pelo menos eu tinha pessoas que se importavam comigo. Deitei minha cabeça no colo de e ficamos os quatro jogando conversa fora até que a campainha tocou.
- Eu atendo! - falou levantando-se do chão - ? - escutei falar e meu corpo gelou.
- Eu sei que ela está aqui ! - disse firme.
- Ela quem? - desconversou.
- Não finja ! - falou alto e eu só pude vê-lo empurrar e entrar na sala. - Eu sabia que você estava aqui! - ele veio na minha direção e a feição dele não estava boa - , vamos conversar! - ele disse e eu me levantei do colo de rapidamente ficando atrás de .
- Não ! Eu não quero! Não agora! - disse sentindo novamente as lágrimas voltarem a cair de meus olhos.
- , preciso conversar com você! - ele segurou o meu braço.
- Não quero conversar com ninguém, por favor ! - eu disse me soltando de suas mão e correndo em direção as escadas.
- ? - escutei me chamar do outro lado da porta, mas não respondi.
- , ela precisa de um tempo sozinha...- escutei falar e ouvi eles descerem.
- eu não posso perdê-la de novo, por favor, não deixe ela ir embora! – disse quando eles chegaram na sala.
- Você gosta dela não é, ? – disse colocando as mãos no ombro de .
- Muito, você não acredita... – Ele disse e uma lágrima pode cair de seus olhos.
- Então, faça ela acreditar nisso! – disse enquanto iam a caminho da cozinha.
- Não deixa ela ir embora , não deixa!
- Eu não vou deixar, eu prometo. – disse abrindo a porta para que pudesse sair.
- Quando posso vir aqui de novo vê-la? – Ele disse secando lágrimas que rolavam por sua bochecha.
- Quando você quiser , a pimpolha sempre estará aqui, mas não venha logo, ela precisa de tempo.
Um tempo depois escutei bater na porta.
- Está aberta...- respondi baixinho.
- Pimpolha ele já foi. - sentou-se ao meu lado na cama.
- Obrigada... - agradeci ainda sentindo algumas gotas se formarem e caírem de meus olhos.
- Qualquer coisa que precisar é só dar um grito! - ele me abraçou e beijou o topo de minha cabeça, apenas sorri em agradecimento e o vi fechar a porta.
Procurei por papel e caneta, e comecei a escrever. Só assim poderia me sentir melhor.

"Everyone has got a secret side
(Todo mundo tem um lado secreto)
A wonding path that's through
(Um trajeto completamente arejado)
A door that's open wide
(Uma porta bem aberta)
You think you know me
(Eu acho que você me conhece)
But I'm changing all the time
(Mas eu estou mudando a todo momento)
Because if I wanna be sweet
(Porque se eu quero ser doce)
If I wanna be wild
(Se eu quero ser selvagem)
If I wanna cry like a child
(Se eu quero chorar como uma criança)
If I pick up the world
(Se eu apanho o mundo)
In the palm of my hand
(Na palma de minha mão)
I guess that's just who I am
(Penso que é justamente quem eu sou)
This is me, can't ignore it
(Esta sou eu, não posso ignorar isto)
Reaching out, breaking free
(Alcançando algo, me soltando)
Constantly falling forward
(Constantemente caindo em seguida)
Yeah, I'm just going for it
(É, estou só seguindo em frente)
This is me
(Esta sou eu)
Sometimes life is a confusing thing
(Às vezes a vida é uma coisa confusa)
When I talk it seems like no one's listening
(Quando eu falo é como se ninguém estivesse escutando)
Try to be an angel, but I just can't find my wings
(Tentei ser um anjo, mas eu não consegui encontrar minhas asas)
Because if I wanna be sweet
(Porque se eu quero ser doce)
If I wanna be wild
(Se eu quero ser selvagem)
And I wanna find my own style
(E eu quero descobrir meu próprio estilo)
So I make a mistake, then I do it again
(Aí eu cometo um erro, então faço de novo)
But I do it the best that I can
(Mas eu faço o melhor que eu posso)

Capitulo 11*

A semana passou e eu continuei em uma estadia indeterminada na casa de . Ele foi até a minha casa e conversou com a minha mãe sobre meu estado, e aparentemente ela entendeu e deixou-o pegar algumas das minhas roupas, já que eu não poderia sair com as calças largas de , a camiseta três números maiores do que eu de e os tênis de skatista de . Bom, até poderia, mas seria realmente estranho.
veio todos os dias aqui, mas eu me trancava no quarto de . Ainda estava me sentindo mal, e não queria falar com ninguém, principalmente com ele, que com certeza insistiria para que eu voltasse para casa. sempre o recebia e ficavam horas conversando, depois subia e me contava como as coisas andavam lá em casa. Fiquei sabendo que depois daquela noite papai aceitou se internar, mas mamãe vivia chorando pelos cantos lamentando o modo como eu havia descoberto a verdadeira história. sempre tentava animá-la e parece que eles estavam se dando bem, pareciam mesmo mãe e filho.
- Pimpolha! - falou entrando em casa quando voltou do colégio e me viu largada no sofá com um enorme pote de sorvete em meu colo, com uma colher em uma das mãos e na outra o controle da TV.
- Pimpolho! - olhei sorrindo para ele e voltei minha atenção novamente para a televisão onde passava The O.C um estranho no paraíso.
- O que você está assistindo? - ele sentou na poltrona ao lado do sofá.
- Algum episódio repetido de The O.C.- respondi mudando de canal - Como foi o colégio? - perguntei e logo comecei a rir, parecia minha mãe falando. Que saudades dela.
- Normal. - se espreguiçou - Como foi seu dia? - ele também me perguntou.
- Hum, monótono como os outros. - dei de ombros me sentando no sofá e desliguei o aparelho.
- Você não vai mesmo voltar para o colégio? - sentou-se ao meu lado.
- Para quê? Naquele lugar não tem ninguém que goste de mim... - me olhou sério - ...tirando você e os meninos. E além do mais eu estou me dedicando a banda não preciso estudar para ter uma banda. - dei um sorriso sapeca.
- Eu também tenho banda e mesmo assim não deixo de estudar. - falou sério.
- Ah, por favor . Não queira me dar sermão. - disse me levantando do sofá e indo até a janela.
- Certo, desculpe.
- Sem problemas. - respondi enquanto olhava algumas crianças brincarem na rua. Elas sim são felizes, não tem que se preocupar com nada.
- , esqueci de falar. Chegou essa caixa hoje de manhã para você. - apontou para um canto da sala.
- Para mim? Mas quem mandou? - perguntei indo até o enorme embrulho.
- Não sei. O entregador apenas me pediu para assinar um papel e foi embora. Mas talvez tenha um cartão aí dentro. - disse.
- Não acredito! - exclamei enquanto analisava um baixo em formato de borboleta igual ao meu que quebrara. Fiquei por alguns minutos analisando deslumbrada cada detalhe do instrumento quando vi que no fundo da caixa havia um bilhete.

“Como o seu quebrou, tomei a liberdade de comprar outro igual. Espero que tenha gostado e que um dia não muito distante você volte a falar comigo e escute o que eu tenho a dizer!”.
Com amor, "


Terminei de ler em voz alta e uma pequena gotinha salgada de lágrima escorreu por meu rosto. Eu não sabia se a havia derramado por tristeza ou felicidade. Apenas sabia que realmente se importava comigo.

- Até quando você vai evitá-lo? - me perguntou.
- E-eu, eu não sei...- respondi vagamente me sentando no sofá e voltando a transcorrer meus olhos rapidamente no bilhete.
- Bom, eu só lhe digo uma coisa. Quanto mais tempo você demorar, mas irá sofrer. E quando realmente tomar coragem talvez possa ser tarde demais. - sorriu sincero e beijou o topo de minha cabeça, subindo em seguida para o seu quarto. Depois disso fiquei horas pensando se deveria mesmo falar com o ou não. Eu andava de um lado para o outro na sala, até que e me ameaçaram dizendo que se continuasse eles iriam me amarrar para não correr risco de abrir um buraco no chão. Então eu parei, e subi as escadas correndo, entrei no quarto de que levou um susto, e peguei a minha bolsa. Retornei a sala e caminhei até a porta.

- ? - falei assustada quando abri-a e dei de cara com ele.
- Hey ! - ele deu aquele sorriso tímido que me deixa completamente derretida - Eu estava indo tocar a campainha, daí você abriu.
- Ah, sim. - foi a única coisa que consegui falar. Acho melhor eu fechar a porta na cara dele e pronto. Já que é o que eu sei fazer de melhor. Não ! Não! Você precisa falar com ele. Lembra do que o falou, pode ser tarde demais.
- Quer entrar? - sorri sem graça, pelo menos consegui falar alguma coisa que não fosse "Ah, sim".
- Meninos eu vou sair com o . - entrei novamente na casa e falei para e que estavam jogando video-game - Avisem o para mim, OK? - mas eles nem sequer me escutaram, aquele joguinho parecia mais interessante do que qualquer coisa. Acho que se o mundo lá fora fosse invadido por alienígenas eles nem sequer saberiam.
- Avisar o que para mim? - perguntou descendo as escadas apenas de boxers.
- Q-que eu vou sair com o ... - gaguejei. Ah, qual é? Qualquer uma no meu lugar estaria babando na barriga bem definida de .
- Ah, eu queria conversa com você...- disse sem jeito.
- É importante? Ou pode ser depois? - mordi meu lábio inferior.
- Pode ser depois...- ele deu de ombros e retornou para seu quarto, sem nem ao menos se despedir de mim ou cumprimentar o .
- Vamos? - olhei para e ele sorriu em resposta.
- Eu pensei em nós irmos àquele parque que você tanto gosta... - Ele disse e meu rosto se corou por saber que ainda lembrava dos meus gostos.
Resolvi aceitar e senti as mãos de encostarem-se à minha e ele me encaminhar até o carro. Ficamos calados o tempo inteiro, eu não conseguia falar nada, aqueles bichinhos que resolveram fazer a festa no meu estômago continuavam e pela primeira vez eu tinha medo de falar algo pra ele.
Enfim chegamos ao parque e antes de caminharmos foi até a mala e pegou seu violão.
- Por que isso? – Eu perguntei baixinho apontando para o violão em suas mãos.
- Você verá... – falou e pegou novamente em minha mão me levando até um cantinho escuro e iluminado apenas pela lua cheia. Era bonito e a noite de Londres estava gostosa. Sentei-me então no chão gramado e sentou ao meu lado sorrindo.
- Eu queria que as coisas tivessem acontecido diferentes sabe, ? – Ele disse e eu jurava que a lua tinha se transportado para mais perto de nós e ela refletia de uma maneira perfeita nos olhos dele.
- Eu também , mas parece que destino é destino, não é? – Eu disse abaixando minha cabeça, a vontade que eu tinha era abraçar e dizer que eu o amava mas eu não entendia o porquê disso parecer tão difícil pra mim.
- O seu destino talvez seja ficar comigo, ... – falou e eu pude ver pela iluminação que a lua tinha sobre o seu rosto que seu olho estava cheio de lágrimas e que ele parecia querer ser mais forte que isso.
- Mas... – Eu ia dizendo, mas colocou seus dedos na minha boca pedindo pra que eu me cala-se.
- Agora escute... – Ele disse e pegou um papel amassado de dentro do bolso e seu violão e então as primeiras notas começavam a serem tocadas.

"Tell me that you want me baby
(Me diga que você me quer baby)
Tell me that it's true
(Me diga que é verdade)
Say the magic words and I'll destroy the world for you
(Diga as palavras mágicas e eu mudarei o mundo para você)
Not before the broken hearted
(Um exército de corações partidos)
Marching through the streets
(Marchando pelas ruas)
And every city's burning to the ground under your feet
(E toda a cidade está queimando debaixo de seus pés)
I wanna hold you
(Eu quero te abraçar)
My skies are turning black
(Meu céu esta ficando preto)
Feels like a heart attack
(Sinto como um ataque cardíaco)
And I'd do anything you ask
(E eu faria qualquer coisa que você pedir)
I wanna hold you bad
(Eu quero muito te abraçar)"


terminou de cantar e olhou para mim deixando as lágrimas que ele lutava para não derramar caírem lentamente por suas bochechas rosadas. Eu engatinhei até ele e passei as costas de minha mão delicadamente sobre sua face, mas mal conseguia enxugá-las devido aos meus olhos embaçados. Ele segurou a minha mão, fechou os olhos e a beijou com carinho.
- Eu amo você, . - ele sussurrou ainda com os olhos fechados.
- Me abraça, por favor! – falei entre meus soluços e senti o corpo quente de me abraçar com força.
- Não me deixe... – falou ao pé do meu ouvido e pude sentir suas lágrimas quentes caírem sobre meus ombros.
- Eu não quero te deixar, mas ainda não sei o que é o certo pra mim. – Eu disse agora o encarando.
- Certo, eu não irei te forçar a nada. Agora vamos, que já está tarde! – Ele levantou-se estendendo suas mãos para que eu pudesse me levantar.
- Obrigada por tudo . – sorri tímida.
- Eu faço isso tudo por você. - ele beijou-me levemente.

Capitulo 12*

A casa de estava escura e silenciosa. Todos já deviam estar dormindo. Fui até a cozinha e tomei um copo gelado de água. Fiquei observando aqueles azulejos cremes a minha frente como se fossem algo muito interessante e me fizessem esquecer do ocorrido mais cedo. Sai do meu transe e fui para o andar de cima. Precisava dormir para ver se assim eu esquecia um pouco da bagunça que minha vida havia tornado-se. Entrei no quarto de e me deparei com ele dormindo em sua cama apenas com sua boxers xadrez. Mordi o lábio inferior enquanto analisava aquele corpo bem definido a minha frente que era apenas iluminado pela luz da noite que invandia a janela. Aos poucos fui me aproximando da cama, mas como em um impulso parei, suspirei alto e me dirigi a porta. Tinha que sair o quanto antes daquele cômodo antes que cometesse algum erro. Retornei a sala e me deitei no grande sofá preto, fechando os olhos logo em seguida. Escutei barulhos de passos descendo as escadas, mas permaneci do jeito que estava.
Senti uma respiração quente bater em meus cabelos e lentamente abri meus olhos encontrando sorrindo docemente para mim.

- Hey! - falei baixinho retribuindo o sorriso.
- Será que podemos conversar agora, ? - perguntou com a voz falha.
- Claro... - continuei a sorrir, mas a expressão que ele tinha no rosto estava me deixando preocupada.
- Eu não sei por onde começar. Venho ensaiando isso a muito tempo, mas agora que estou aqui na sua frente vejo que as palavras não vão sair perfeitas como eu imaginava... - ele encarava um ponto fixo a sua frente.
- , eu não estou entendo... - o fitei séria.
- , eu gosto de você! Muito! Acho até que a amo...Eu achei que era só uma paixão de criança e que com o tempo eu esqueceria. Mas foi só você voltar e eu te ver que tudo voltou, sabe? É estranho, porque nos últimos dias eu não consigo ficar com nenhuma garota e quando fico eu só penso em você...
- ...- eu sussurrei tão baixo que pude jurar que nem escutei o som sair de minha boca.
- Eu sei que você gosta do , mas ele é seu irmão ! Seu irmão! - agora ele me olhava com os olhos marejados - Por favor me de uma chance! Eu prometo que vou fazer você feliz...
- Eu...eu não sei ... - desviei meu olhar para o estofado do sofá.
- Por favor? - ele segurou em meu queixo e foi aproximando seu rosto do meu lentamente, até que seus lábios macios tocaram calmamente os meus. Senti um frio na barriga e meus pêlos da nuca se arrepiaram. Eu não sabia o que estava sentindo, era inexplicável.
Confuso o bastante para não me deixar interromper nada, meus sentidos e sentimentos se voltaram todos para aquele garoto a minha frente, fazendo-me esquecer de qualquer coisa a minha volta. Sua língua roçou em meus lábios e aos poucos o beijo foi tornando-se mais intenso. deitou-se sobre mim no sofá dando pequenos beijinhos em meu pescoço. Eu segurava seus cabelos com força, enquanto ele tirava a minha blusa e a jogava por algum canto da sala. Passei minhas unhas por suas costas escutando ele gemer baixinho. desceu suas mãos até a minha calça e começou a abri-la, me deixando apenas de calcinha e sutiã. Ele continuou a distribuir beijos por meu corpo semi-nu.
- , não podemos. O e o estão em casa...- falei com a voz ofegante.
- Eles saíram. - me respondeu pegando-me no colo.
Entrelacei minhas pernas em sua cintura e voltei a beijá-lo enquanto ele subia aos tropeços comigo para seu quarto.

Percebi os pequenos raios solares invadirem o quarto, juntamente com os cantos dos pássaros lá fora. Abri meus olhos lentamente e pude sentir abraçado ao meu corpo nu. Observei seu rosto que esboçava um pequeno sorriso no canto dos lábios. Inconscientemente sorri, até me lembrar do que acontecera noite passada para esse sorriso se desmanchar. Eu havia cometido um erro. Mais um! Como sempre!

- Bom dia Pimpolha! - acordou e me deu um pequeno selinho.
- Bom dia. - respondi tentando disfarçar o desânimo e a culpa que me rodiava.
- Dormiu bem? - ele me abraçou mais forte e pude sentir o cheiro de seu perfume que ainda permanecia em seu corpo.
- Sim. - sorri sem jeito.

- , eu acho que ainda é muito cedo para isso, mas depois de ontem eu tive certeza que é o que eu mais quero. - se ajeitou na cama ainda esboçando aquele sorriso - Você quer namorar comigo? - ele segurou a minha mão e eu fiquei sem reação. Não conseguia encará-lo e nem responder alguma coisa. Senti que nessa hora meu mundo havia desabado sobre meus pés, mas eu precisava tomar uma decisão. Tinha que escolher entre o , meu amor platônico de infância, que em menos de um dia descobri que não era platônico, ou meu meio irmão, .
- , eu... - Comecei a dizer quando a campainha tocou - ...vou atender a porta. Já volto! - dei um beijinho rápido em seu rosto e levantei-me o mais rápido da cama.
- ? - me chamou e eu gelei. Será que ele queria uma resposta agora?
- Sim? - o olhei sorrindo sem graça.
- Você vai assim? - ele apontou seu dedo indicador no ar, contornando o meu corpo, foi aí que me dei conta que eu não vestia nada. Achei minha calcinha próxima à porta e peguei uma camiseta larga de .
- Eu já estou descendo! - ele falou me vendo sair do quarto, mas eu nem respondi.
- O que a mamãe já disse? Que é para levar as chaves quando sair de casa. - eu falava enquanto tentava abrir a porta imaginando ser e lá fora - ? - exclamei quando o vi sorrindo para mim.
- Bom dia ! - ele me deu um selinho e entrou na casa sem eu ter convidado - Desculpa vir aqui a essa hora. Mas eu tenho uma proposta para te fazer. - sorria ainda mais.
- Diga. - me sentei no sofá avistando minha blusa em cima da antena da televisão.
- Eu consegui comprar um apartamento aqui em Londres, e pensei se você não queria ir morar comigo. - ele sentou-se ao meu lado, mais logo levantou tamanha era a sua animação.
- Nossa! Uau ! Mas porque você vai sair de casa? - perguntei preocupada.
- A sua mãe quer tirar umas férias, esquecer tudo que aconteceu aqui. E como eu não quero dar trabalho a ela, resolvi comprar um apartamento. E ela permitiu que você more comigo caso não queira ir com ela para o Brasil.
- Brasil? Mas por que ela não volta para Nova York? Ela ía embora sem me dizer nada? - minha voz saia falha.
- Calma, . Ela vai se despedir de você. Mas, ela ainda teme a sua reação ao revê-la depois de tudo. Por isso me pediu para te contar antes. - voltou a sentar-se ao meu lado.
- Ah, sim. - respondi ainda sem acreditar que minha mãe ía mudar de país novamente.
- Então, você aceita? - ele me olhou com aquele jeitinho de criança e eu não pude evitar de sorrir.
- Pimpolha, eu estava pensando...O que você acha de tomarmos café e passarmos o dia visitando os pontos turísticos de Londres? - me perguntava enquanto descia as escadas - Ah, eu não sabia que você estava com visita. - ele disse seco.
- Hey ! - sorriu simpático.
- Hey! - respondeu e foi para a cozinha.
- Você já tomou café? - perguntei a coisa mais idiota que podia.
- Já, não se preocupe. - colocou seu dedo indicador sobre a ponta de meu nariz - O que me diz?
- Eu preciso pensar . Conversar com a minha mãe primeiro... - respondi medindo as palavras.
- Tudo bem. Quando falar com ela me avise. - ele se levantou e eu o segui até a porta - Até mais. - beijou a minha testa.
- Até.

- O que ele queria? - perguntou quando entrei na cozinha.
- Me chamar para morar com ele...
- E você aceitou? - me olhou assustado.
- Não. Disse que tenho que pensar e falar com a minha mãe. - respondi fazendo um sanduíche.
- Hum...Mas, então, ainda está de pé o passeio? - ele agora sorria, me deixando extremamente confusa.
- Está. - sorri mordendo um pedaço do meu pão em seguida.
- , sobre a proposta que eu te fiz lá em cima. Bom, me responda quando você estiver preparada, ok? - falou sem jeito.
- Ok. - respondi baixinho e um silêncio parou sobre nós até o final do café da manhã.
A tarde passou rapidamente. me levou para rever os pontos turísticos de Londres, desde o London Eye, Palácio de Kensington, Big Ben à um dos parques reais daqui, o Hyde Park. Ele é realmente incrível, já tinha até me esquecido da sua beleza. fez questão de me levar nos pedalinhos do lago Serpentine e depois pagou um sorvete para mim. Cheguei em casa completamente exausta e a única coisa que eu pude pensar antes de dormir profundamente era em como me fazia bem.

Capitulo 13*

Acordei no outro dia com meu celular tocando e quando atendi só pude ouvir os berros de Alex me dizendo que eu estava atrasada para o ensaio. Me troquei correndo e sai de casa o mais rápido possível, sem nem ao menos, tomar o meu farto café da manhã.
- CHEGUEI! - gritei ao abrir a porta e logo comecei a rir com o tombo que Luke tomara com o susto que levou.
- ! Você é louca ou o quê? Quase me matou do coração! - Luke tentava brigar comigo, mas também começou a rir.
- Que coisa feia um garoto desse tamanho com medo! - debochei da cara dele e ele começou a me fazer cócegas.

Luke era um loiro alto de lindos olhos verdes, tinha os dentes bem certinhos e branquinhos, além do corpo bem desenvolvido. Já Brian era mediano, magro, cabelos escuros e olhos cor de mel, o seu jeito meigo era cativante principalmente quando tocava bateria. E Alex, bom, Alex é alto, meio musculoso, olhos azuis e cabelos castanhos claro com a franja caindo sobre os olhos. Ele sabe se portar corretamente em qualquer situação, sabe ser engraçado e sério nas horas certas. Por isso ele é o meu melhor amigo.
O ensaio foi rápido, ensaiamos umas músicas que eu havia escrito e parece que os meninos adoraram. Depois eu fiquei andando sem rumo pela cidade até parar em frente a minha casa, encarei por um tempo aquele jardim bem cuidado e comecei a caminhar até a porta. Precisava resolver a situação com a minha mãe.

Bati na porta e escutei minha mãe falar que já ia atender. Meu olhar estava fixo na porta enorme de madeira que estava na minha frente, eu queria desistir e sair de lá, mas eu sabia que tinha que resolver minha história com mamãe. Escutei seus passos se aproximarem e ela então abriu a porta. Naquele segundo, um calafrio percorreu pelo meu corpo inteiro.
- ? Que surpresa! – Ela me olhou assustada.
- Pois é, eu ainda existo. – Eu disse sarcástica e ela até sorriu.
- Entre minha querida, entre. – Ela abriu espaço para que eu passasse.
- Eu não vim tomar seu tempo, eu já o tomei muito durante toda essa vida. – Eu disse enquanto olhava ao meu redor, por mais que parecesse estranho, aquela casa me fazia falta.
- Não fale assim, . As coisas não foram bem da maneira que você escutou. – Eu sentei no sofá e a fitei com raiva.
- Como está ele? – Eu disse me referindo ao meu pai e ela parecia entender.
- , ele está muito decepcionado com tudo que lhe disse. E está fazendo o tratamento apresentando avanços a cada dia. – Ela sentou-se mais perto de mim olhando no fundo dos meus olhos.
- Agora ele se arrepende? Acho que já está um pouco tarde, não é mesmo? – Eu disse me afastando dos olhares que ela tinha sobre mim.
- Nunca é tarde para corrigir os erros, querida. - mamãe falou.
- E você como está? - mudei de assunto.
- Eu estou bem, esperando o seu perdão. - mamãe derramou algumas lágrimas e eu a abracei. O quanto sentia saudades dela, de seus conselhos, suas conversas.
- Eu já perdoei, mamãe. Já perdoei. - respondi deixando que aquelas lágrimas voltassem a rolar por meu rosto.
- Senti tanto a sua falta querida. - ela segurava meu rosto, analisando cada parte dele como se esse tempo tivesse feito alguma mudança em mim.
- O me contou que você está pensando em passar um tempo no Brasil... - falei desviando meu olhar para meus sapatos.
- Sim, eu vou para o Brasil. - ela respirou fundo.
- Quando? - perguntei deixando mais lágrimas cairem.
- Semana que vem. - mamãe mexeu em meus cabelos.
- Mas você volta, não é? - a encarei com medo da resposta.
- Sim, daqui a uns dois meses. Você pode ir comigo se quiser. - ela sorriu.
- Desculpa mamãe, mas acho que todos nós precisamos de um tempo para espairecer. E a minha vida sempre esteve aqui, e agora que a banda vai ter seu primeiro show eu não posso ir embora. - respondi e ela me olhou com ternura.
- Quando foi que você amadureceu tanto e eu não percebi? - ela me abraçou forte.
- Acho que eu aprendi com você por telepatia. – Nós rimos.
- Então quer dizer que a The Suck's vai se apresentar? - minha mãe perguntou fazendo uma dancinha estranha.
- Sim! Sábado! Você vai nos ver, não é? - perguntei aliviada, segurando para não rir de sua dança.
- Claro que vou. Você sabe que eu sempre amei ver você tocar, só o seu pai que não. - e eu a olhei séria - Desculpe. - ela pediu e eu sorri.

Passamos a tarde toda assim, conversando e colocando o papo em dia, afinal, minha mãe era minha melhor amiga. Sobre o assunto do e do eu preferi não comentar, ela não iria entender.

- Bom mamãe, agora eu tenho que ir. Hoje é a noite da pizza na casa do . - me levantei.
- , veio me dizer sobre o apartamento novo e na oportunidade de você morar com ele, o que você acha? – Ela disse perto da porta.
- Ainda não sei mãe, eu e ainda estamos nos acertando.
- Bom, você que decide, mas eu achei uma ótima idéia! – Ela disse abrindo a porta.
- É, sou eu. - sorri de lado.
- Ok então. Se cuide querida. E lembre-se que eu amo muito você. - ela me abraçou novamente.
- Eu também. - deixei uma última lágrima cair.
- E caso você mude de idéia eu tenho uma passagem sobrando. - minha mãe riu e fechou a porta.

Comecei a caminhar em direção a rua quando vi parado encostado em seu carro me olhando.

- Hey! O que você faz aqui? - perguntei me aproximando.
- Caso você tenha esquecido eu ainda moro aí. - ele riu.
- É verdade, tinha esquecido. Mas não vai entrar? - apontei para a nossa casa.
- Não! Eu estava te procurando. Liguei para o ele disse que você estava no Alex, liguei para o Alex e ele falou que você poderia estar aqui. - me abraçou - E trate de me dar o dinheiro das ligações mocinha.
- Eu não tenho culpa de você não ter ligado para o meu celular. - dei língua - , eu estive pensando e bom, aceito ir morar com você.
- Sério? Tem certeza? - ele abriu um largo sorriso.
- Tenho. - e ele me beijou.
- Então entra no carro que eu vou te levar para conhecer o apartamento. - sorriu e abriu a porta do carro para que eu entrasse.


Capitulo 14*

me mostrou o apartamento que era pequeno, porém aconchegante para viver duas pessoas. Tinha um quarto, o que deu a entender que eu e dormiríamos juntos, uma pequena cozinha e uma sala. Era perfeito!
Saímos do apartamento e estávamos a caminho da casa de para pegar minhas malas, e no caminho fazíamos planos para a decoração do nosso novo lar.
- Alô? - atendi meu celular - Hey ! Já estou chegando! O está me levando! Tem certeza? Ok. Até daqui a pouco! Beijos.
- O que você acha de uma noite da pizza na casa do ? - me virei para após ter desligado o aparelho.
- Eu acho ótimo! Estou com uma fome! - passou uma das mãos na barriga e eu ri.

- Hum, que cheirinho bom! - eu disse ao abrir a porta.
- Sempre atrasada, hein ? - Alex fez uma cara de advertência.
- Hey, quem convidou vocês? - apontei para ele, Luke e Brian.
- Ninguém! - eles deram de ombros.
- Nada disso! Só convidados, se retirem por favor! - pedi séria e eles acreditaram, já estavam até se levantando e indo em direção a porta quando eu e caímos na gargalhada.
- Ha-ha-ha, muito engraçado vocês dois. - Luke debochou.
- Luke, o que eu falei mais cedo para você? Um garoto da sua idade não pode ter medo. - eu coloquei a mão em seu ombro e ele me deu língua.
- Criaaaaaanças! – Corri até e que desciam as escadas.
- ! Que saudades! – disse.
- Que dramáticos vocês três, parecem até que não se vêem a anos! – riu da cena chegando na sala.
- Ah seu bobo! – Eu o abracei apertando suas bochechas e fechou a cara.
- Por que tanta felicidade, ? - me olhou curioso.
- Ah, a The Suck's vai tocar sábado! - eu dava pulinhos no lugar.
- O QUÊ? – me olhou assustado e eu sorri.
- Algum problema, ? – Eu disse passando por ele caminhando até a mesa de centro onde estavam as pizzas.
- Er, nenhum, mas não sabia que fazia tanto sucesso assim. – Ele disse andando até mim.
- Pois é, pra você ver! E olha que é só o começo! – Eu disse séria brincando com .
- Sério que vocês vão tocar? Que maravilha! - falou feliz por mim.
- Nós não vemos a hora de encontrar alguém que toque para completar a nossa banda e começarmos a fazer shows. - comentou enquanto tomava um gole de sua cerveja.
- Pois vocês encontraram alguém meus caros. - eu sorri marota.
- Ah é? Quem? - arqueou a sobrancelha.
- O ! - apontei para que cuspiu a cerveja.
- Eu? - ele me olhou assutado.
- Sim você! - falei sorrindo mais.
- Sério que você toca? Quer entrar para a banda? - perguntou animado.
- Eu nem toco tão bem assim...- começou.
- Não seja modesto, ! Ele toca bem, e aceita! - respondi por ele, recebendo seu olhar desaprovador.
- Topa fazer um teste amanhã? - perguntou, parece que havia esquecido os ciúmes que sentia de .
- Topo. - apertou a mão de .
- Nós pensamos em colocar o nome da banda de McFLY? O que você acha? - falou.
- McFLY por causa do Marty McFLY de De Volta Para O Futuro? - os olhos de brilhavam.
- Yep! - confirmou.
- Eu amo esse filme! - falou e os quatro entraram em um papo animado sobre o filme e os planos para a banda, deixando eu, Alex, Luke e Brian de lado.
- Nós já vamos . - Brian disse me dando um beijo no rosto.
- Tchau caras! - Alex falou mas ninguém respondeu.
- Ih, deixa Alex. Esses daí vão ficar conversando até tarde. - eu falei me levantando e acompanhando eles até a porta.
- Bye . - Luke me abraçou.
- Bye Pequeno Luke. - falei debochando de sua cara e ele me mandou o dedo.
- Não esqueça do ensaio amanhã, hein? - Alex me olhou sério.
- Ok, papai! - respondi rindo.
- Você anda muito engraçadinha, Dona ! - Alex me fez cócegas.
- E você muito mandão! - dei língua.
- Até amanhã, . - Alex me deu dois beijinhos na bochecha.
- Até.
- NÃO SE ATRASE! - Alex gritou enquanto corria até o carro de Brian.
- PODE DEIXAR! - gritei também.

Voltei para a sala e vi que os meninos ainda estavam naquela conversa animada sobre o filme, e que não iam sair dali tão cedo. Agradeci sozinha, finalmente e haviam se acertado, ele até entrou pra banda! Meu Deus, esse mundo!
Meus olhos passavam calmamente pela face de e depois para de . Respirei fundo e resolvi ir pro jardim, ainda não tinha me decidido o que seria melhor pra mim.
Caminhei até uma arvore e me sentei naquele vasto gramado. A noite estava bonita e o céu estava bem estrelado. Fiquei pensando em toda a minha vida aqui em Londres, todos os meus momentos e estava confusa. Ao mesmo tempo em que estava sendo um fofo, me fazia melhor, não sei. Eram uma coisa um pouco inexplicável na verdade. Estava perdida nos meus pensamentos quando escutei uma voz conhecida se aproximar.
- ? – Eu nem fiz questão de olhar para trás, eu sabia que era . – O que está fazendo aqui fora? – Ele perguntou me encarando de pé.
- Pensando na vida. – Eu respondi olhando fixamente para a que mais brilhava no céu.
- E isso me inclue? - sentou-se ao meu lado.
- Hum, quem sabe? - o olhei marota.
- Eu tenho certeza. - ele deu um soquinho no ar.
- Você é bem convencido viu, ? – Eu sorri.
- Sabia que você ia falar isso, você não muda! – sentou-se ao meu lado olhando para o céu. Sorri para ele e continuei encarando minha estrela.
- Que bom que você vai entrar pra banda dos meninos, você vai adorar eles. – Virei para encarando aquele rosto perfeito. Os traços dele eram leves, seu nariz era perfeito combinando juntamente com sua boca que tinha um desenho uniforme.
- É, eu imagino, mas não pense que é porque você vai ficar famosa você vai se livrar de mim. – Ele disse colocando seus braços na minha cintura. E aquela coisa de calafrio subiu novamente pelo meu corpo, droga! Ele estava de novo mandando aquele sorrisinho maroto.
- Você nunca vai se livrar de mim, ! – Eu disse me aconchegando mais ainda em seus braços, era gostosa a sensação. Sabe quando parece que ele estava ali para me proteger?
- Deita aqui, . – Ele apontou para suas pernas e então eu me deitei naquela grama gelada enquanto ele acariciava meus cabelos. Senti seu rosto se aproximando do meu até nossos lábios se encostarem. E dessa vez eu permiti que o beijo se intensificasse. Quando nos separamos, eu olhei para a janela da casa de e o vi nos olhando, com uma cara triste. Mas antes que eu pudesse comentar alguma coisa com ele me puxou novamente para um beijo. É, agora eu tenho certeza que é com ele com quem eu devo ficar.

Capitulo 15*

Quando acordei percebi que já estava no apartamento em que eu e iríamos dividir. Olhei para o lado e não o encontrei e quando fui me levantar minha cabeça doía muito, foi quando eu lembrei da quantidade de bebida que eu e os meninos tomamos.
- ?! – Eu chamei por ele enquanto me dirigia a cozinha.
- Bom dia, meu amor! – disse me dando um beijo na bochecha.
- , minha cabeça tá doendo muito! O que aconteceu ontem? – Eu perguntei preocupada sentando-me à mesa da cozinha.
- Nada demais, você e o ficaram horas conversando um dialeto que ninguém entendia, e vocês pareciam chorar, mas no final se abraçaram e depois ficamos até de madrugada conversando e bebendo e aí voltamos pra casa. – Ele disse mordendo seu sanduíche. Quando eu vi aquela cena, meu estômago pareceu me socar, foi quando eu olhei para o relógio e já eram 3 horas da tarde.
- Como voltamos? – Eu perguntei me dirigindo a geladeira, precisava comer alguma coisa se não eu era capaz de desmaiar ali, ai o ia correndo me socorrer e ele ia ficar me olhando internada no hospital e então meu final com ele ia ser lindo! Ok, chega !
- Não me lembro, mas acho que de carro com o , ele nos trouxe no meu carro até aqui. – disse sentando-se a mesa e eu sentei logo em seguida.
- Hun... Mas ele não estava bêbado também?
- Já quer saber demais né ! Se nem eu lembro direito como cheguei vou lá saber do ! – Ele disse e estava mais que confirmado: ainda tinha ciúmes de .
- Eu pensei que vocês tinham se acertado . – Ele me olhou sério.
- O problema , é que ele ama você.
- Pensei que isso não fosse problema pra você.
- Ah claro, um amigo meu agora é apaixonado pela minha namorada e eu não ligo mesmo! – Ele disse sarcástico. Pera aí! O que ele disse?! NAMORADA?! Gelei. Meu Deus, eu estou namorado , o meu “irmão”? Ah cala boca, eu AMO esse idiota!
- , er... Você não tinha o teste com os meninos hoje? – Eu perguntei, não me entrou ainda na cabeça o fato de que eu ele estaríamos namorando, de verdade.
- Tenho, mas é só às 5 horas, você vai comigo? – Ele sorriu e como sempre eu me derreti toda, o que eu mais queria era ver tocando.
- Vou, eu não perco essa por nada! – Eu sorri e caminhei de volta até nosso quarto pegando meu celular. Liguei para Alex dizendo que não poderia ir ao nosso ensaio porque eu estava com muita dor de cabeça e não estava me sentindo muito bem, o coitado até se ofereceu para vir até aqui e disse que ficaria cuidando de mim, mas eu disse que não precisava. É claro que odiei mentir para o meu melhor amigo, mas algumas coisas são necessárias, além do mais que eu estava sim com dor de cabeça, só omiti o fato de que eu ia pro ensaio dos meninos, mas... isso ele vai entender, eu espero.
- VOU TOMAR BANHO! – Eu gritei para fechando a porta do banheiro atrás de mim.

***

Eram 5 horas e estávamos chegando na casa de . Tudo já estava pronto no estúdio dos meninos, os instrumentos já estavam no seu devido lugar. atendeu a porta nos encaminhando até o estúdio e eu pude ver os olhos de brilharem, ele segurou em minhas mãos e sussurrou um obrigado, e eu apenas sorri em forma de agradecimento.
Entramos de mãos dadas no quarto onde os garotos costumavam ensaiar e eu pude ver sorrir sem graça para mim ao ver a cena.
- Hey ! - me abraçou, mas eu pude perceber pela sua voz e seu abraço que ele não estava bem.
- Hey! - sorri fraco. Eu queria tanto lembrar o que conversamos noite passada, mas por mais que eu me esforçasse a minha ressaca não permitia. E meu medo de perguntar a ele era enorme.
- querida! - falou beijando minha bochecha - Fala ! Nós temos uma música que o escreveu a pouco, e estamos trabalhando nela, vamos tentar tocar agora com o(a) ? – disse e apenas concordou com a cabeça. Ele estava nervoso e eu via sua mão tremer ao segurar seu(sua) .
- 1,2,1,2,3,4! - fez a contagem.

Well I met this girl, just the other day,
(Bem eu conheci essa garota ainda outro dia)
I hope I don't regret, the things that I said no,
(Eu espero que eu não meu arrependa das coisas que eu disse agora)
And when we're laughing joking with each other now,
(E quando nós estávamos rindo e brincando um com o outro)
I'm glad I met this girl
(Eu estou feliz que eu conheço essa garota)
She didn't walk away,
(Ela não fugiu)
I think she was impressed and was having a good time,
(Eu acho que ela se impressionou e estava se divertindo)
And when we're laughing joking with each other,
(E quando nós estávamos rindo e brincando um com o outro)
Spending all our time together...
(Passando todo o nosso tempo juntos...)

tocava olhando diretamente para mim. Eu sentia um calafrio percorrer o meu corpo, mas sempre que isso acontecia, eu desviava o meu olhar para e .

When she walks in the room my heart goes boom!
(Quando ela entra na sala meu coração faz boom!)
Ba ba ba ba ba da ba,
I tried to take her home but she said,
(Eu tentei levar ela para casa, mas ela disse)
You're not good for me...
(Você não é bom para mim...)
She's got a pretty face, such a lovely name,
(Ela tem um rosto bonito, um nome encantador)

Voltei minha atenção para que estava perfeitamente lindo tocando, seus olhos brilhavam e ele tinha um sorriso de criança nos lábios. Ele me olhou e sorriu mais, eu retribui, mas nessa hora me olhou e também sorriu, acho que pensou que eu sorria para ele.

I don't want my friends to see, they might take her away from me,
(Eu não quero que meus amigos vejam, Eles podem tirar ela de mim)
She's one I won't forget, in a long long long time,
(Ela é a única que eu não vou esquecer, por um longo, longo, longo tempo)
Now i really want the world to see,
(Agora quero realmente que o mundo inteiro veja)
That she is the one for me,
(Que ela é única para mim)
When she walks in the room my heart goes boom, yeah
Ba ba ba ba ba da ba
(Quando ela entra na sala meu coração faz boom)
I tried to take her home but she said:
(Eu tentei levar ela para casa, mas ela disse:)
You're not good for me!
(Você não é bom para mim...)
The first time that I saw her she stole my heart,
(A primeira vez que eu a vi ela roubou meu coração)
And if we were together, nothing could tear us apart,
(E se nós estivéssemos juntos, nada poderia nos separar)

Eu escutei cada detalhe da música e não pude deixar de sorrir ao lembrar que dissera que fora que a escreveu. Ficava bem claro com a letra que ele me amava como falou no café da manhã, mas eu sabia que meu amor por tinha se transformado em atração física e em uma linda amizade, diferente do que eu sentia por , por ele eu sabia que era amor.

- Perfeito dude! Ficou perfeito! - falou quando eles terminaram de tocar.
- Tem certeza? Eu errei uma nota...- disse encabulado.
- Quem não erra uma nota às vezes? - comentou.
- Por mim você já está na banda! - levantou as mãos e concordou.
- ? - perguntou.
- Bem vindo à banda! - estendeu a mão para que fez o mesmo. Bom, pelo menos quando eles tocavam pareciam esquecer dos ciúmes que sentiam. Ainda bem!
- , por que você não toca aquela música que você escreveu? - eu perguntei batendo palminhas e ele me olhou sério.
- Você também escreve? - perguntou esboçando um sorriso.
- É, eu tento. - coçou a nuca sem jeito.
- Toca ela aí. - pediu animado. E começou a tocar os primeiros acordes de I Wanna Hold You, fazendo perceber a minha felicidade ao escutar a música e acompanhar o refrão, me dando logo em seguida um aperto no coração.
O ensaio acabou e os meninos estavam realmente muito empolgados, fazendo planos a cada momento. Ficamos algum tempo conversando até que se levantou dizendo que já estava tarde e tínhamos que ir. Eu não entendi absolutamente nada, mas o segui. Nos despedimos dos três e entramos no carro e eu percebi que estava fazendo um caminho completamente diferente do qual fazíamos para ir ao nosso apartamento.
- , para aonde estamos indo? - perguntei observando uma longa estrada escura a nossa frente.
- Para uma surpresa. - sorriu enigmático e eu senti um friozinho gostoso na barriga.
- Você está me assustando assim! - respondi e ele riu.
Alguns minutos depois estacionou o carro em frente ao que parecia uma fábrica abandonada.
- Vem! - ele abriu a porta do passageiro.
- , você está louco? - eu falei saindo do carro.
- Louco por você! - ele me deu um selinho.
- Onde estamos, ? Fala logo! – Eu disse sorrindo nervosa.
- Cala boca e me segue! – Ele segurou em minhas mãos me levando até um enorme muro.
- Desce daí ! Já! - eu falava baixinho o vendo subir no muro.
- Pare de bobeira . Vem! Eu te ajudo a subir! - ele estendeu sua mão para que eu a segurasse.
- Se nos pegarem aqui podemos ser presos. Isso é errado, é fora da lei. - eu falava sem parar.
- Ah, , vai dizer que você nunca fez nada proibido e as escondidas? - me olhou maroto.
- Bem, já...Mas, nada como isso aqui. - apontei para o muro que acabávamos de pular.
- Deixa de frescura e me siga. - ele falou entrando dentro da fábrica. Eu não ia mais falar nada, eu confiava em , e se ele estivesse ali para fazer uma surpresa, eu esperava que fosse boa.
Subimos alguns lances de escadas até chegarmos ao telhado onde havia uma luneta e um edredom estendido.
- Você não existe, . - eu falei antes de beijá-lo.
- Ah, não? Então você está beijando quem? Um fantasma? - ele riu, aquela risada gostosa.
- Seu bobo! - dei um tapa de leve em seu ombro.
- Eu não disse que ia te fazer uma surpresa? – Ele me olhou enquanto sentava-se e me chamava para fazer o mesmo.
- Eu não poderia imaginar que fosse isso. – Eu sorri colocando minha cabeça em seu colo.
- Olha para o céu. - ele disse perto do meu ouvido enquanto acariciava delicadamente os meus cabelos. Eu obedeci e olhei para o céu, estava tão lindo, havia umas pequenas e leves nuvens e parecia que estava havendo uma festa de estrelas devido a tantas que ocupavam aquela imensidão azul.
- Obrigada por estar aqui comigo. – Ele disse me beijando. O beijo estava delicado e me deixava à vontade, seus lábios estavam macios e quentes o que me fazia estremecer. Ele parou me encarando.
- Não fique longe de mim caso aconteça qualquer coisa. – falou sério e eu concordei mesmo sem entender nada.

Capitulo 16*

Sábado chegou rápido, e eu passei o dia inteiro na casa de Alex tendo o último ensaio antes do show e arrumando os instrumentos e alguns arranjos das músicas.
Estávamos ansiosos. Queríamos que tudo saísse perfeito, sem nenhum erro. Afinal, era nosso primeiro show e o futuro da banda dependia dele.
- Certo, . Você vai agora para casa se troca e nos encontra no pub em meia hora? - Alex olhou para seu relógio.
- Certo! Vocês já vão estar lá arrumando os instrumentos? - Perguntei mordendo o lábio inferior.
- Estaremos! - Alex piscou.
- Ok, então eu vou indo. Cuidem bem da Sininho! - Eu falei indo em direção a porta.
- De quem? - Brian, Luke e Alex perguntaram em uníssono.
- Da Sininho, a minha guitarra também de borboleta. - Sorri sapeca.
- , você é louca para dar nome a um instrumento. - Luke riu.
- Louca não! Eu sou cuidadosa e amorosa com eles, é diferente. - Mandei um joinha para ele.
- Não se atrase! - Alex falou.
- Alex, eu não vou me atrasar. - Revirei os olhos, Alex e sua mania de achar que sempre chego atrasada. Ok, é meio verdade, mas deixe para lá.
Eu estava mais nervosa do que nunca, finalmente meu momento Pop star havia chegado. Ok, isso soou meio idiota, mas eu estava nervosa por ter que cantar na frente de várias pessoas. E se elas não gostarem? E se começarem a vaiar? Apertei várias vezes o botão para descer do elevador, até que a porta se abriu.
- ? – Ouvi minha mãe falar. MINHA MÃE?
- MÃE? – Disse assustada.
- Minha querida, como andam as coisas? Nervosa? – Ela disse abraçando-me.
- Está tudo ótimo! Os meninos estão terminando de arrumar as coisas e depois nos encontramos no pub. Mas como descobriu o endereço da casa do Alex? - Perguntei enquanto entrávamos no elevador.
- O me disse que você estaria aqui, e eu queria falar com você antes do show, ver se precisava de alguma coisa. – Ela sorriu e eu olhei discretamente para . Mamãe sabia que eu e estávamos morando juntos, mas não tenho idéia se ela ainda suspeitava de que eu e ele estávamos namorando.
- Você quer carona para casa? - Mamãe perguntou.
- Seria ótimo. Eu preciso me arrumar e estar no pub em meia hora. - Falei rápido entrando no carro.
- Então vamos logo, por que rapidez nunca foi sua especialidade. - Minha mãe comentou e riu.
- Até você mãe? - A olhei incrédula começando a rir logo em seguida.

Mamãe e me esperavam na sala enquanto eu me arrumava no meu quarto. Prometi pra mim mesma que dessa vez eu não iria me atrasar.
Tomei um banho rápido e vesti uma saia jeans azul clara, uma blusa justa lilás com um scarpin da mesma cor da blusa. Coloquei as minhas inseparáveis pulseiras no braço direito e minha munhequeira de estrela no esquerdo. Procurei por meus brincos pratas de argola e meu colar com o pingente da minha guitarra de borboleta. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e ajeitei minha franja para o lado, assim meu piercing na orelha e o no nariz ficariam aparecendo. Olhei-me no espelho e sorri satisfeita. Agora só faltava a maquiagem. Passei cuidadosamente o delineador e depois o rímel, nos lábios passei apenas um gloss e estava pronta.
Está linda querida! – Mamãe disse quando me viu saindo do quarto, pude ver os olhos de sobre mim, me observando de cima para baixo.
- Não gostei dessa blusa, . Você está quase NUA! – disse apontando para a blusa. Exagerado, não estava nada disso!
- Tinha que ser irmão mesmo, não é? Não exagere, . – Mamãe disse e eu sabia que essa preocupação toda de não era porque ele queria fazer o papel de “irmão” e sim do namorado.
- Ai, , cala boca! – Eu disse e ele me olhou com raiva, sabia que na frente da minha mãe teríamos que nos tratar como irmãos.
- Não calo não, , se você não trocar essa blusa vai parecer que é um show de stripper! – Ele disse e eu senti uma pontada no estômago, era isso mesmo ou estava me chamando de puta? O fitei com raiva.
- ! Não fale assim com a , ela está linda! – Mamãe disse me puxando pelo braço até a porta. – Anda, vamos senão chegará atrasada! – me olhava também com raiva e a vontade que eu tinha era de começar a gritar com ele, mas eu não ia fazer nada, ele ia ver depois!
- Uau! Se arrumou em vinte e cinco minutos. - Alex bateu palmas ironicamente.
- Eu disse que não iria me atrasar, meu bem! - Pisquei para ele que ficou vermelho.
- , você está hot! - Luke me olhou de cima a baixo e eu corei.
- Obrigada. - Sorri sem graça - Está tudo pronto? - Perguntei nervosa, minhas mãos suavam e tremiam ao mesmo tempo.
- Tudo em cima! Só esperarmos o dono anunciar a banda. - Brian girava uma de suas baquetas.
- Ufa, chegamos a tempo de desejar boa sorte! - chegou eufórico.
- , nossa! - falou, em seguida ele e me analisaram. Mas nem me dei conta, pois estava procurando .
- Hãhã! - pigarreou e eles pararam com a "análise".
- Com vocês esta noite, uma banda nova. Palmas para The Suck's. - Escutamos o dono do lugar anunciar.
- Ai, Meu Deus! É agora. - Eu falei esfregando as mãos.
- Vai dar tudo certo, querida. - Mamãe me abraçou forte.
- Boa sorte pessoal! - e falaram saindo de trás do palco junto com minha mãe para pegarem um lugar.
- Obrigada. - sorri nervosa.
veio em minha direção e eu senti seus lábios tocarem nos meus, mas eu logo me afastei com medo de mamãe ter visto aquela cena, mas ela estava mais preocupada com as idiotices que o falava do que comigo.
- Boa sorte meu amor. - Ele falou antes de ir atrás de mamãe, e .
- PIMPOLHAAAAA! – gritou quando eu estava pronta para entrar no palco, chamando a atenção de todos que estavam cuidado dos equipamentos para o show.
Ok, melhor eu relatar isso em câmera lenta.
Todos tiveram sua atenção voltada para a cena mais ridícula de todas: vindo correndo de braços abertos em minha direção. Eu não me contive, comecei a gargalhar muito e ele logo me olhou sério.
– Foi muito ridículo assim? - Ele enrugou a testa.
- Um pouquinho, mas me fez rir e não ficar tão nervosa. - Sorri sincera.
- Que bom! Agora é melhor você entrar logo, boa sorte. - beijou minha bochecha.
- Ok, Obrigada. E quero ver você lá na frente do palco, hein? - falei e entrei no palco escutando várias palmas.
Meu corpo estremeceu ao ver o tanto de gente que estava no local. Respirei fundo e me aproximei do microfone. Brian fez a contagem com as baquetas e lá fomos nós. Começamos com "I Don't Care" e pude ver sorrir para mim, ele com certeza entendeu que a letra se referia ao papai. Depois fomos para uma lenta, "This is me", as pessoas começaram a se levantar e a cantar o refrão que decoraram na hora junto comigo. Me senti tão bem, todos pareciam ter sentido o que eu queria transmitir por aquela simples letra que falava tanto de mim. Encerramos com "Billy S." e Alex me ajudou com a segunda voz. Afinal essa letra nós escrevemos juntos e falava realmente o que pensávamos sobre o colégio e estudar. Nós queríamos nos rebelar, ser livres curtir a vida sem ninguém nos dizendo o que fazer.

I don´t need to read Billy Shakespeare
(Eu não perciso de ler Billy Shakespeare)
Meet Juliet or Malvolio
(Conhecer Julieta ou Volio)
Feel for once what´s like to rebell now
(Sinta pelo menos uma vez como é ser rebelde agora)
I wanna break out let´s go
(Eu quero me libertar, vamos lá)
Teachers treat us all like clones
(Os professores nos tratam como se fossemos clones)
"Sit down straight!"
(“Sente-se direito”)
"Take off your headphones!"
(“tire seus celulares")
I don´t blame them
(Eu não os culpo)
They get paid
(Eles são pagos)
Money, money whoo!
(Dinheiro, dinheiro whoo!)
Lots of money, money whoo!
(Muito dinheiro, dinheiro whoo!)

Quando terminamos todos aplaudiram com vontade. Alguns pediram bis, mas nós não podíamos tocar mais nada. O combinado era de apenas três músicas.
- Obrigada! Vocês são foda! - Eu gritei e algumas pessoas fizeram aqueles típicos sinais de rock.
- Parabéns! Vocês foram ótimos! - Mamãe chegou fazendo uma dançinha que ela considerava moderna. Entrando em uma conversa animada com os meninos da minha banda.
- ! – Escutei aquela voz gostosa se aproximar - É você toca bem... - sussurrou em meu ouvido - ... muito bem. Você estava linda! - Falou me abraçando e beijando-me no canto da boca.
- Você gostou mesmo? Não acha que eu deveria ter rebolado mais? - sorri sarcástica, fazendo-o lembrar do que ele havia me falado mais cedo e ele bufou.
- Desculpa, . Mas você tem que me entender, né? – Era só aquele safado mandar aquele sorriso que pronto! Abracei-o com mais força.
- Obrigada por estar aqui, . – Eu sussurrei em seu ouvido e escutei um pequeno e gostoso riso.
- Eu falei que você não iria se livrar de mim tão cedo! – Ele disse.
- , você estava perfeita! - me pegou no colo e girou-me no ar. Só pude sentir o olhar pesado de sobre nós.
- Obrigada pimpolho! Agora me põem no chão porque você está me esmagando! – Eu disse e ele riu.
- Desculpa, é que eu esqueço o quanto você é pequena.
Passamos o resto da noite comemorando o sucesso do show, e se dormimos cerca de uma hora foi muito. Logo cedo eu e tivemos que acordar para irmos até o aeroporto nos despedir de minha mãe.
- Faça uma boa viagem, mamãe! - Eu falei deixando algumas lágrimas caírem.
- Eu farei. E você se comporte, hein? Aliás, vocês dois! -Mmamãe olhou de mim para .
- Pode deixar. - sorriu maroto.
- Oh, . Me dê um abraço, vamos! - Ela me pediu - Eu amo você, minha princesinha. - Senti algumas de suas lágrimas molharem meu ombro.
- Eu também. - Respondi com a voz falha.
- , venha cá me dar um abraço também. - Mamãe abriu os braços chamando ele.
- Vocês formam um ótimo casal. - Ela sussurrou quando me abraçou pela última vez antes de seguir para o portão de embarque. Como assim formamos um ótimo casal? Será que ela sabia que eu e estávamos juntos? Mas como? Eu achei que disfarçamos bem.
Essas perguntas rodearam a minha cabeça até a volta para casa, não deixando que eu prestasse atenção nas coisas que me dizia.
- Quem mandou? - perguntou ao ver o sorriso bobo que se formara em meu rosto.
- O Alex, pelo sucesso de ontem. - Inventei a primeira coisa que veio a minha cabeça.

Capitulo 17*

Mais quatro meses se passaram. A The Suck's estava fazendo vários shows, e eu quase não tinha tempo para conciliar a banda com o meu emprego em uma loja de roupas. O McFLY também estava fazendo alguns shows, e geralmente eles abriam os da minha banda. Eu e estávamos voltando a ser o que éramos antes. Mamãe ainda estava no Brasil. Uma vez por semana chega algum cartão postal seu de algum ponto turístico da cidade em que ela está visitando. Meu pai parece estar melhorando, não sei direito, evito conversar sobre esse assunto. E meu relacionamento com o , ficava cada dia mais perfeito. Se bem que nos últimos dois meses ele tem andando meio estranho. Mas, talvez, seja apenas impressão.
Hoje ele me ligou e pediu para encontrá-lo na sorveteria próxima ao meu trabalho, disse que tinha algo importante para me dizer e eu vibrei por dentro ao escutar isso. Com certeza devia ser alguma surpresa, como uma viagem ou algo assim, para comemorar o nosso quinto mês de namoro.
Sai da loja e caminhei alegre pelas ruas de Londres. Cheguei na sorveteria e corri meu olhar pelas mesas. Encontrei concentrado em alguma coisa. Deus, como ele fica lindo concentrado desse jeito! Me preparei para dar um susto nele, mas quando me aproximava eu vi a cena que eu menos esperava.
beijando uma garota, mediana, de cabelos loiros, olhos esverdeados. Não sei como tive forças para chegar até aquela mesa.
- ? - Falei baixinho sentindo as lágrimas quentes que eu não derramava há algum tempo escorrerem por meu rosto.
- ? Eu...eu posso explicar... - Ele falou assustado.
- Não precisa! Eu já vi demais! - Falei tentando manter a calma, mas a vontade que eu tinha era de gritar e socar aquela menina.
- O não tem culpa de nada, é que... – A garota ia falar alguma coisa, ou dar uma explicação barata, mas de qualquer maneira, eu não iria acreditar. Senti minhas pernas ficarem fracas.
- , eu pensei que você fosse diferente! – Eu disse alto, ignorando a menina.
- Espera! - ele se levantou, mas eu já estava na porta da sorveteria.

Eu caminhava pelas ruas sem olhar para os lados. Meu coração queria sair pela boca. Passei em frente a uma máquina de refrigerantes e resolvi tomar uma coca-cola. Talvez só assim me acalmaria, engordando mil calorias.
- Máquina idiota! Eu quero o meu refrigerante. - Eu chutava a máquina com força, precisava descontar a minha raiva em alguma coisa, e só assim pareceu funcionar.
- , calma! - me segurou e eu comecei a chorar mais.
- Por que, ? Por quê? - eu me encostei na parede e escorreguei até o chão.
- Me deixa explicar, você entendeu tudo errado. - Ele se sentou ao meu lado.
- Como sempre eu entendo as coisas erradas, não é, ? - O olhei com raiva.
- Se você me contasse mais sobre a sua vida e sobre você, talvez eu pudesse contar os meus problemas. - Ele bufou.
- Agora a culpada sou eu? - Perguntei com desprezo.
- Não dá para conversar com você. - se levantou e começou a andar, mais voltou e me olhou - Toma! - ele colocou uma dobradura em forma de coração ao meu lado no chão, onde dizia: "Feliz 5 meses de namoro! Amo você".
Fiquei sentada, encarando aquela dobradura ao meu lado, até que me levantei em um impulso e minhas pernas pareceram caminhar sozinhas, apenas me fazendo parar quando cheguei a casa de . Toquei a campainha várias vezes e ele abriu a porta com uma cara de sono e assustado. Antes que ele pudesse me perguntar alguma coisa eu o abracei forte.
- , o...o estava me traindo. - Falei aos prantos.
- O QUÊ? – gritou tão alto que eu dei um passo para trás.
- É isso mesmo que você escutou. – Eu soluçava.
- Eu vou dar um soco no ! – disse atravessando a porta, mas eu o impedi.
- , não! Não precisa! – Eu segurei leve no seu braço e ele me encarou sério.
Sentei no sofá e contei tudo para desde a mudança de atitude do nesses dois últimos meses, até a ligação, o beijo e a máquina de coca-cola. me escutou sério, mas eu pude ver seus olhos ficarem repletos de raiva. Várias vezes ele fez menção de se levantar e ir atrás do para lhe dar uma bela surra, mas eu não deixei. Quando eu estava mais calma, ou seja, apenas havia parado de chorar, me levou até o apartamento que eu estava dividindo com o e me ajudou a arrumar as malas. É, eu ía me mudar de novo, mas dessa vez estava indo para o lugar que eu nunca deveria ter saído a minha casa!
- Tem certeza que você não quer ficar lá em casa? - perguntou enquanto carregava minha última mala.
- Tenho. Não quero dar trabalho a ninguém, e pelo menos aqui eu não preciso pagar aluguel. - Sorri fraco.
- Bom, você é quem sabe. Qualquer coisa me liga. - beijou minha bochecha.
- Pode deixar. - falei e ele começou a andar em direção ao carro - ? - chamei e ele se virou - Obrigada por tudo. - Abri um pequeno sorriso e ele retribuiu entrando no automóvel e dando a partida logo em seguida.

Resolvi tomar um demorado banho para ver se relaxava e esquecia o que eu tinha visto mais cedo. Nada como uma queda da água massageando minhas costas para me fazer melhor. Depois disso vesti a roupa mais velha que eu tinha e desci a procura de algum filme romântico para me fazer chorar. Mas achei melhor não, eu precisava era me divertir e não ficar chorando pelos cantos pelo meu meio irmão que era o AMOR DA MINHA VIDA! Retornei ao meu quarto de deitei na cama escutando meu iPod, mas nada que eu fizesse tirava aquela imagem de beijando outra menina da minha cabeça. Me levantei, peguei meu celular e liguei para .
- ? - Falei quando ele atendeu.
- ? Aconteceu alguma coisa? - perguntou rápido.
- Não. Eu só queria sabe, saber se você não quer sair e fazer companhia para uma menina traída como eu? - Ri fraco.
- Claro que eu quero, pimpolha. Estou passando aí em 15 minutos, ok? - ele falou animado e eu sabia que ele estava sorrindo.
- Ok. Não se atrase. - Brinquei e ele riu.
- Não irei. Beijos. - Ele disse e desligou NA MINHA CARA! Nem me esperou dizer um simples "tchau". Tá, tudo bem, ele está animado por que irá sair comigo, a deusa do Rock. Certo, menos . Mas, mesmo assim, não precisa esquecer a educação em uma lata de lixo!
- Pimpolha! - me abraçou quando entrei no carro.
- Olá Senhor-Eu-Não-Espero-Os-Outros-Darem-Tchau! - Falei irônica.
- Oh, desculpe, . Eu estava tão empolgado que desliguei logo. - deu um sorriso fofo.
- Ok. Dessa vez passa . - O olhei séria, mas logo abri um sorriso - Aonde vamos?
- Hum, eu pensei em irmos em um novo bar que abriu essa semana. Dizem que é ótimo! - falou enquanto ligava o carro.
- Certo. Qualquer lugar está bom, contanto que eu esqueça o meu dia de hoje. - Suspirei alto e liguei o rádio.

Chegamos ao tal bar, que estava cheio. Ele não era muito grande, mas parecia ser bem confortável. Tinha algumas mesas, um bar, um palco, um DJ, e várias pessoas dançando na pista ao som de qualquer baladinha do momento. achou uma mesa próxima a pista e nos sentamos. Eu jurava ver a cara de em todas as pessoas que passavam por mim. Quando isso acontecia eu me lembrava de quando eu era uma fugitiva na casa de e ficava com medo de encontrar meu pai pelas ruas. Em falar nele, meu estômago doeu, como ele podia estar do meu lado nessas horas.
Ficamos afogando as mágoas no álcool por algum tempo, até que eu olhei para a mesa do lado onde havia um casal conversando, e a menina parecia estar chorando. Olhei bem para ela e ela não me parecia estranha, foi quando vi segurar em minhas mãos e imediatamente eu foquei meus olhos no garoto que estava com ela. E adivinhem? Era .
Eu não sei como, mas a única coisa que eu fiz foi me levantar e começar a caminhar até a pista de dança, mas levantou seu olhar bem nessa hora e me viu sendo seguida por . Ele me chamou mais eu não respondi, ele conseguiu me alcançar e parou bem em minha frente.
- Precisamos conversar, ! - ele dizia com os olhos marejados.
- Não, obrigada. - respondi secamente tentando me soltar.
- Você vai me escutar e é agora! - segurou mais forte em meu braço.
- NÃO VOU! QUE MERDA! - disse alto, mas a minha sorte era que a música estava alta e ninguém escutou.
- Vai sim! - falou ríspido.
- Você não escutou ela não? - perguntou com raiva.
- Não se meta ! - falou.
- Eu me meto sim, porque eu, ao contrário de você, AMO ela! - fez questão de realçar a palavra "amo".
- , por favor, esse assunto é entre eu e a . - passou as mãos pelos cabelos.
- Você só pode estar brincando! – Eu disse sentindo uma gota de água escorrer pelo meu rosto.
- ! Você é um idiota! – foi em direção a com menção de socá-lo e eu jurei que pude ver com meus próprios olhos aquilo acontecer se não tivesse segurado em seu braço.
- , pare com isso! Isso não irá te levar a nada! – Ele disse e fez força para continuar o que no fundo deveria ter feito. Ele merecia, não? – Eu preciso conversar com você, não é isso que você está pensando!

Eu comecei a caminhar até a saída do local, acreditando que estava me acompanhando, mas quando olho para trás vejo ele e sentados na mesa com aquela menina conversando. Observei a cena com um nó na garganta. Após alguns minutos e se levantaram e se abraçaram. Eu forcei meus olhos para ver se era isso mesmo que estava acontecendo, e constatei que era verdade, não era o efeito da bebida que estava me deixando alucinada. Senti mais lágrimas escorrerem. Não podia ser! Meu namorado me traí e meu amigo fica do lado dele? Eu realmente não podia ficar mais alí, me virei indo em direção a saída quando um rapaz derrubou sua bebida em cima de mim.
- Ótimo, além de corna estou molhada. - Falei baixinho para mim mesma - Pior não pode ficar. - Reclamava enquanto andava pela rua rumo a minha casa. E como eu tenho a boca grande o pior aconteceu. O salto do meu sapato quebrou. Maravilha, além de corna e molhada vou ter que andar "mancando" para casa.

Cheguei em casa e nem me importei em estar molhando o chão, o bom de morar sozinha é isso. Não tem ninguém pegando no seu pé dizendo o que se tem que fazer ou não. Liguei o som e me deitei no tapete fofo e macio da sala, levando comigo meus inseparáveis escudeiros: o papel e a caneta. Já sabia o que escrever e a música se chamaria "Tangled Up In Me". E se eu a terminasse durante essa noite, ou melhor, madrugada poderíamos tocar no show do dia seguinte. - Ah, não! O show! Maldita hora que fomos aceitar que o McFLY abrissem nossos shows. - Enterrei minha cabeça no tapete, e voltei a escrever logo depois. O sono começou a vir e a música já estava pronta, só fechei meus olhos ali mesmo, adormecendo.

Capítulo 18*

- Alô? - atendi o telefone meio sonolenta.
- Senhora ? - Um homem perguntou.
- Não. Ela não está. Quem gostaria? - Perguntei bocejando logo em seguida, nem me importei se era educado ou não.
- É o médico da clínica onde o Senhor está internado. - Ele me respondeu.
- Ah... - Falei sem muita emoção.
- A senhora é parente dele? - O homem perguntou.
- Sou a filha dele... - Respondi seca. - Ótimo! Era com você mesmo que eu queria falar. Será que você pode vir aqui esta tarde? Seu Pai quer muito vê-la. - A voz do homem soou animada.
- Tem certeza que é meu pai mesmo? - Fiz uma das minhas piadinhas, mas o homem não riu. - Hum, que horas tenho que estar aí? - Perguntei sem vontade.
- O horário de visitas é das 15:00 as 17:00. - Ele respondeu.
- Ok. - Falei grossa.
- Esperamos você. Até logo.

Quando eu achava que a minha vida já estava indo as "mil maravilhas" algo assim tinha que me acontecer. O que meu pai quer comigo? Ele sempre me tratou mal e agora quer me ver? Ah, qual é? Conta outra!
Caminhei até a cozinha a procura de algo bom pra comer, mas quando fui ver não havia nada. Mamãe tinha viajado e deixou a casa em teias de aranha. Olhei para o relógio e vi que já passava das 13:30. Revirei meus olhos e subi para o meu quarto para me arrumar e fazer umas compras para recompor essa cozinha antes de ir a tal clínica. Quando comecei a subir as escadas foi que percebi a dor nas minhas costas e isso logo me fez relembrar de quão duro era aquele chão apesar da maciez do tapete.
Alguns minutos depois eu já estava pronta, só faltava pegar a minha bolsa, foi quando meu celular tocou. Era . Mas nem fiz questão de atendê-lo, eu não queria escutar o que ele tinha pra falar e então desliguei o aparelho logo em seguida. Eu estava realmente perplexa, que é meu amigo - ou era - me liga, mas não me ligou nenhuma vez. Nem uma mensagem idiota ele fez questão de mandar. Aquele filho da mãe!

***

As 15 horas estava eu na clínica de reabilitação que parecia mais um hotel. Era realmente bonita, com um jardim de grama verdinha, com várias flores, árvores e bancos espalhados por ele. Tinha uma piscina, sala de dança e pintura. Enquanto eu babava observando aquele lugar senti alguém cutar meu ombro.

- Está procurando alguém? - Uma enfermeira me perguntou.
- Não. Quer dizer, sim, o senhor . - Sorri amarelo observando a porta mais próxima para sair correndo e desistir daquela visita.
- Ah, você deve ser a filha dele, não é? Ele fala muito de você. Venha comigo. - Ela sorriu simpática e eu não sei como consegui fazer com que meus pés se mexessem.
- Quarto 65, é só entrar. – Ela disse e eu afirmei com a cabeça. - Que bom que você veio visitá-lo. Ele queria muito te ver. - Ela falou antes de seguir por aquele longo corredor.

Coloquei minha mão na maçaneta e a girei devagar. Respirei fundo e abri a porta do quarto e entrei. Vi meu pai sentando na sacada lendo alguma coisa, me aproximei e ele tirou seus olhos do livro e sorriu para mim.

- Hey. - Levantei uma das mãos e ele se levantou e me abraçou.
- Que bom que você veio, filha. - Papai sorria enquanto olhava fundo em meus olhos.
- Eu só vim porque a mamãe está viajando. - Respondi seca, me afastando dele e olhando a paisagem a minha frente.
- , precisamos conversar. - Sua voz ficou fraca.
- Agora você quer conversar? Depois de me bater e falar aquelas coisas horríveis você quer conversar? - Falei com raiva.
- Eu estava bêbado, querida. Não sabia o que estava falando. - Ele tentou se explicar.
- Dizem que quando as pessoas estão bêbadas é que a verdade sai. - O olhei irritada.
- Por favor, , me escute. – Ele disse entrando no quarto e sentando-se na cama.
- Se for pra falar suas asneiras, eu não preciso escutar! – Respondi voltando meu olhar para o jardim.
- Não é isso, filha... – Sua voz saía fraca.
- Desde quando você me considera como filha? - Virei minha cabeça para observá-lo.
- Desde sempre! , você não conhece meu passado. Eu era novo e um drogado e não queria nada com a vida, ainda mais ter uma filha! Eu não tinha responsabilidades nenhuma, . – Ele segurou em minhas mãos e olhou no fundo dos meus olhos.
- Não minta! - Disse seca olhando para frente.
- Eu sei que errei, e eu quero pedir desculpas. - Papai disse triste.
- Só desculpas não adianta. - Respondi olhando minhas unhas.
- Eu sei que não... - Ele disse com a voz embargada e eu pude sentir as lágrimas se formarem em meus olhos.
- Você acha que eu me senti como? Você apareceu do nada, trazendo um filho que teve com outra mulher, resolveu voltar para Londres e começou a me tratar mal sem nem ao menos me conhecer. Você nem tentou me conhecer. - Eu falei entrando no quarto.
- Eu reconheço que agi errado e é por isso que eu te chamei aqui, para receber o seu perdão e conhecê-la melhor. Por um fim no tempo que perdi. - Ele sorria enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto.
- Depois de dezessete anos você decidi me conhecer melhor? - Respondi começando a chorar.
- Nunca é tarde para corrigir os erros, nunca é tarde, querida. - Papai falou e eu fiz o que eu sempre quis fazer em toda a minha vida, abraçá-lo com amor.
- Eu te perdôo, papai! - Eu soluçava ainda abraçada a ele. - Me desculpe também. Eu fiz besteira saindo de casa.
- Shi, vamos apagar o passado, está bem? - Ele segurou meu rosto com as suas mãos e eu balancei a cabeça em afirmação ainda chorando. - Vamos começar uma nova vida. - Ele me abraçou novamente.

Conversamos no resto do tempo que tínhamos. E pela primeira vez eu me senti bem e me diverti com papai. Ele era engraçado. Descobri bastante coisas sobre ele, e ele sobre mim.

- Você vem amanhã, não é? - Ele me perguntou quando me levantei.
- Claro que sim. - Sorri e o abracei.
- Obrigado, filha. - Papai deixou uma lágrima escorrer.
- Obrigada você. - eu sorri passando as costas de minha mão sobre seu rosto - Até amanhã. - Beijei-lhe a bochecha e saí, mas voltei logo em seguida.
- Papai, você acha que tem permissão para sair essa noite? - Perguntei meio incerta.
- Não sei, por quê? - Ele perguntou.
- Você gostaria de ver a minha banda tocar? - Perguntei receosa.
- Eu adoraria. - Meu pai sorriu sincero.
- Ok. Eu vou pedir uma autorização para o seu médico e volto aqui para te pegar as 18:30, pode ser? - Retribui o sorriso.
- Combinado. - Ele afirmou com a cabeça e eu fui embora.

Depois que saí da clínica eu estava me sentindo melhor, e tudo que havia acontecido entre eu e , parecia ter sumido da minha memória, mas logo me veio a cabeça. Eu tinha que falar com ele, não poderia ficar ignorando-o pra sempre.
Resolvi então ligar meu celular e lá estava 10 ligações dele e uma mensagem:

"Pimpolha, eu preciso conversar com você. Por favor, não me ignore! Me ligue.
Beijos,
."

Capítulo 19*

Após pedir a autorização para meu pai fui até a minha casa para me arrumar. O que ultimamente não tem demorado muito. Antes de entrar no carro mandei uma mensagem para .

"Certo Pimpolho. Serei toda ouvidos depois do show.
Beijo, ."


Eu sei que ele me pedira para ligar, mas achei melhor não. Eu precisava parecer bem e conseguir cantar. Retornei a cliníca e papai já estava me esperando todo arrumado. Confesso que me surpreendi, pois aquele sorriso ainda parecia não ter se desmanchado de seu rosto. O caminho até o pub foi bem divertido, com conversas e canções.
- Hey pessoal! - Falei quando entramos no camarim e por sorte não estava lá.
- , que bom que você chegou. Você precisa afinar a sua guitarra. - Alex nem me cumprimentou direito e já foi me entregando o instrumento.
- Meninos, esse é meu pai. - Ignorei Alex.
- Prazer, senhor . - Luke e Brian disseram ao mesmo tempo.
- Que bom conhecê-lo. - sorriu.
- Como o Senhor está? - perguntou gentil.
- O Senhor tem uma filha maravilhosa. - piscou e eu pude sentir minhas bochechas corarem.
- Obrigado pela hospitalidade, garotos. O prazer é meu. - Papai riu, como há muito tempo não fazia.
- Er, , será que você pode vir aqui um pouquinho? - sorriu amarelo me puxando.
- Claro. Papai, eu já volto. - Dei um beijo na bochecha de meu pai que logo já estava em uma conversa sobre futebol com Luke.
- Aconteceu alguma coisa, ? - O olhei preocupada.
- O . Ele ainda não chegou e nós vamos entrar no palco em menos de 5 minutos... - se meteu na conversa.
- Calma. Ele já deve estar chegando. - Tentei sorrir - Ele não avisou que iria se atrasar?
- Não. Ele nem foi no ensaio hoje. - disse desesperado.
- Já tentaram ligar para ele? - Sugeri o óbvio.
- Lógico, mas só dá caixa postal. - falou passando as mãos pelo rosto.
- Com certeza está com aquela nojentinha... - Falei baixinho para mim mesma.
- Disse alguma coisa, ? - me olhou.
- Não, não. Fiquem tranqüilos meninos, ele já deve aparecer. Vou falar com o agora. - Sorri de lado e fui atrás de .
- Pimpolha! - falou ao me ver ir em sua direção no bar.
- , você sabe onde o idiota do se meteu? - Perguntei rápido.
- Ele disse que tinha que resolver uns assuntos mais que estaria aqui logo. - riu, ele já estava começando a ficar bêbado.
- Mas ia demorar tanto assim? Vocês já vão tocar. E pare de beber, . - Segurei seu copo.
- Na verdade não, ele estava mais preocupado em o que dizer para você quando a visse. - tentou pegar o copo da minha mão.
- Pois se preocupou feito um idiota, porque não vou ouvi-lo. Agora, vamos, levante que o show já vai começar. - Puxei ele pelo braço.
- Resgatei um integrante da banda que estava no bar. - Sorri para e .
- É, mas ainda falta um. - suspirou alto.
- Você não podem tocar sem ele? - Mordi meu lábio inferior.
- Vai ser o jeito... - deu de ombros.

"Olá! Esta noite teremos dois shows, esperamos que vocês gostem! Aplausos para McFLY" - O homem anunciou.

- É, temos que ir... - disse desanimado.
- Vocês vão se sair bem. Boa sorte. - Beijei a bochecha de cada um e eles entraram no palco.
- HEY! ESPERA! ESPERA! JÁ ESTOU AQUI! - Escutei aquela voz familiar gritar, mas nem me dei o trabalho de olhar.
- Até que enfim, dude! - Escutei falar baixinho.

Eu andei até o backstage do palco para ver o show. Eles tocaram primeiro "Help" cover dos Beatles, depois "Not Alone" e por último a que eu segurei para não chorar, pois eu tinha absoluta certeza que fora que a escrevera, "Lonely" era seu nome.

"It's only been a day
(Só se passou um dia)
But it's like I can't go on
(Mas parece que eu não consigo seguir em frente)
I just wanna say
(Eu só quero dizer)
I never meant to do you wrong
(Que eu nunca quis te fazer mal)
And I remember you told me baby
(E eu me lembro que você me disse baby)
Something's gotta give
(Alguém tem que ceder)
If I can't be the one to hold you baby
(Se eu não posso ser aquele que te abraça baby)
I don't think I could live
(Eu não acho que poderia viver)"

É, eu falei que não podia chorar, que iria me segurar, mas não consegui. Essa parte dizia tudo que eu estava sentindo, e era o mesmo que sentia.

"Now I'm so sick of being lonely
(Agora eu estou muito cansado de ficar sozinho)
This is killing me so slowly
(Isso está me matando tão lentamente)
Don't pretend that you don't know me
(Não finja que você não me conhece)
That's the worst thing you could do
(Isso é a pior coisa que você poderia fazer)
Now I'm singing such a sad song
(Agora eu estou cantando uma música tão triste)
These things never seem the last long
(Essas coisas nunca parecem durar)
Something that I never planned, no
(Algo que eu nunca planejei)
Help me baby, I'm so sick of being lonely
(Ajude-me baby, eu estou tão cansado de estar sozinho)"

Eu não queria ignorá-lo, mas essa foi a única forma que eu achei para me proteger, ele tinha que entender.

"Your stuff's in my house
(Suas coisas estão em minha casa)
So many things I can't ignore
(Tantas coisas que eu não posso ignorar)
Your clothes still on the couch, yeah
(O casaco ainda está no sofá, yeah)
Your photo's on my freezer door
(Suas fotos na porta do meu freezer)"

Sorri ao escutar esse verso, lembrando dos dias que tiramos fotos e colocamos elas na porta do freezer, do meu casaco que esqueci no sofá e de algumas roupas que acabei não levando com esperança dele me ligar e explicar tudo. O que ele não fez.
As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas antes que a música acabasse entrei no camarim para disfarçar meus olhos inchados e meu rosto vermelho com um pouco de maquiagem.

- Valeu galera! Fiquem agora com The Suck's! - Escutei gritar no microfone, me levantei dando uma última olhada no espelho e me dirigi até Alex, Luke e Brian.

- Meninos, vocês acham que conseguem tocar esse ritmo aqui? - Entreguei o papel com a letra da música e as notas que eu queria que fossem tocadas.
- Acho que conseguimos, por quê? Você quer tocá-la agora? - Alex me olhou estranho.
- Yep. Vocês acham que conseguimos? - Os olhei suplicante.
- É lógico eu sim! Somos os The Suck's! - Brian sorriu.
- Obrigada. - Agradeci sem jeito os seguindo até o palco.
- , eu preciso falar com você. - segurou o meu braço.
- Agora não, . Eu tenho que fazer um show. - Disse seca sem o olhá-lo.

Começamos com "Just A Girl", depois tocamos "Number One" e eu pude ver na frente do palco sorrir para mim. Ele devia lembrar que eu cantava essa música quando dançava secando o cabelo antes de fechar a porta em sua cara. Acabei sorrindo também.

- Essa é uma música nova, esperamos que gostem. - Falei e olhei para os meninos, tentando ter certeza que tocaríamos ela, eles sorriram para mim e eu entendi como um sim - Ela se chama "Tangled Up In Me".

"You wanna know more, more, more about me?
(Você quer saber mais, mais, mais sobre mim?)
I'm the girl who's kickin' the coke machine (Eu sou a garota que está chutando a máquina de coca-cola)
I'm the one that's honkin' at you cause I left late again
(Eu está o porque eu fui embora tarde demais)

Quando comecei a cantar senti que os olhos de pousaram sobre meu rosto, e lá permaneceram até o final da música. Um arrepio percorreu pelo meu corpo, e eu tentava evitar sorrir, mas era impossível.

Hey, Hey, Hey
(Hey, Hey, Hey)
Can't you see I want you?
(Você não vê que eu gosto de você?)
By the way I push you away
(Pela forma como eu o afasto de mim)
Yeah, don't judge me tomorrow by the way I'm actin' today
(Não me julgue amanhã pela maneira que eu estou agindo hoje)
Mix the words up with the actions
(Misturo palavras com ação)
Do it all for your reaction, yeah
(Faço tudo para ver sua reação, yeah)
Hey, Hey, get tangled up in me
(Hey, Hey, Fique amarrado em mim)
Não foi possível localizar sites que contenham
"Hey, Hey, Hey
(Hey, Hey, Hey)
Can't you see I want you?
(Você não vê que eu gosto de você?)
By the way I push you away
(Pela forma como eu o afasto de mim)
Yeah, don't judge me tomorrow by the way I'm actin' today
(Não me julgue amanhã pela maneira que eu estou agindo hoje)
Mix the words up with the actions
(Misturo palavras com ação)
Do it all for your reaction, yeah
(Faço tudo para ver sua reação, yeah)
Hey, Hey, get tangled up in me
(Hey, Hey, Fique amarrado em mim)
You wanna know more, more, more, about me?
(Você quer saber mais, mais, mais sobre mim?)
Gotta know reverse psychology
(Tem que conhecer psicologia reversa)
I'm the reason why you can't get to sleep
(Eu sou a razão pela qual você não consegue dormir)
I'm the girl you never get just quite what you see
(Eu sou a garota que você nunca entende só pelo que vê)"

Capítulo 20*

Terminei de cantar e não sei como tive ainda forças para gritar.
- HEY! Obrigada galera! – Disse ainda no microfone recebendo palmas. Antes de descer do palco e voltar para o camarim procurei pelo meu pai, e lá estava ele, sorrindo para mim e me aplaudindo. Senti um alívio percorrer pelo meu corpo e desci do palco.
- , ! – Era . Ele não vai desistir mesmo não?! Ignorei-o indo abraçar , mas ele me olhou sério e apontou para .
- Você precisa escutá-lo. – falou baixinho e eu bufei.
- Não quero escutar o que ele tem a dizer. – Eu disse saindo de perto dos dois indo em direção ao meu pai. – Pai! O que achou? – Eu disse e ele me abraçou forte.
- Maravilhosa, ! Eu adorei, não sabia que você cantava tão bem! – Ele disse e um sorriso enorme ficava estampado em seu rosto.
- Eu não disse? Ainda bem que você resolveu dar o braço a torcer, não é? – Nós riamos juntos, como era bom ter ele assim, do meu lado.
- PAI? – Ouvi se aproximar.
- ! Como está? – Ele o abraçou e me encarava.
- Estou ótimo! O que te fez vir aqui?
- me chamou para ver o show dela, não sabia que você estava com uma banda também. Está tocando muito bem! – Meu pai disse enquanto abraçava-nos, mas eu logo dei um jeito de sair dali e fui falar com Alex. Não iria agüentar ficar olhando para o rosto de . Quando vi que ele já havia ido embora, voltei para falar com meu pai.
- , vem comigo agora! - me puxou e gritou um "desculpe" para meu pai que pareceu entender.
- , me larga! Você está me machucando. - Eu falei chorosa e ele fingiu não me ouvir.
- Entra aí! - Ele falou apontando para uma pequena sala que era o camarim.
- Para que? - Eu cruzei meus braços e parei na porta.
- Entra logo! - me empurrou e fechou a porta.
- , abra essa porta agora! Que brincadeira mais sem graça! - Eu falava enquanto batia minha mão na porta.
- Não é uma brincadeira. - Ouvi uma voz familiar e me virei dando de cara com .
- Ah, não! O me trancou aqui de propósito. Ele vai ver só quando eu sair daqui. - Fiquei falando para as paredes, pois para mim não estava ali.
- , me escute, por favor. - se aproximou de mim.
- LÁLÁLÁLÁ... - Coloquei as mãos nos meus ouvidos e comecei a cantar alto.
- SERÁ QUE VOCÊ NÃO VAI CRESCER NÃO, GAROTA?! – Escutei berrar e me assustei com o soco que ele deu na mesa.
- Você não tem idéia do que está falando, ! – Eu disse calma, não iria perder a cabeça por causa dele.
- É claro que tenho! Você nem ao menos trancada numa sala comigo quer me escutar! – Ele continuava a gritar enquanto caminhava rápido pela sala.
- , você tem idéia do que você estava fazendo comigo? – Eu disse e não consegui segurar. Tudo o que eu queria chorar durante o show teve que sair naquela hora.
- Você não tem idéia do que aquela garota está passando, . – Ele disse dando um longo suspiro.
- Garanto que nada que ela esteja passando, seja pior do que eu estou tendo que enfrentar. - Falei seca.
- , pare de fazer infantilidades e me escute! - falou sério e eu acabei obedecendo - Aquela menina que você viu comigo era a Mandy, minha ex-namorada.
- Como eu imaginava. - O interrompi revirando os olhos.
- Eu já tinha terminado com ela, quando estava com você. Mas há dois meses a mãe dela me ligou desesperada pedindo para que eu voltasse a namorar a filha dela.
- Você voltou e não me contou nada, porque achou que seria uma ótima idéia trair a otária aqui. - Apontei para mim.
- Eu voltei a namorá-la porque ela está com câncer, ! E eu queria ajudá-la a ter um resto de vida feliz. - falou com a voz trêmula.
- Pare de mentir, ... - Sussurrei sem acreditar no que acabara de ouvir. Só podia ser gozação.
- Não é mentira! Eu não mentiria com uma coisa dessas. Eu ía te contar ontem, por isso que pedi para você ir até a sorveteria. Mas você me viu beijando ela e entendeu tudo errado. - falava rápido e alto, as lágrimas escorriam por seu rosto constantemente.
- Eu...eu sou uma idiota. - Me sentei em um sofá que havia ali e fiquei com o olhar perdido, a ficha não queria cair. Ficamos em silêncio apenas ouvido a respiração falha um do outro e sentindo as lágrimas percorrerem nosso rosto.
- Me desculpe... - Eu falei após um tempo - Me desculpe por sempre fazer as coisas darem errado...
- , você não fez nada de errado. - andou até mim e me abraçou forte - Eu devia ter contado antes. Quem cometeu um erro fui eu... - Ele acariciava os meus cabelos, ainda chorando muito.
- Eu vou te ajudar. - eu disse baixinho sentindo a camiseta molhada de encostar em meu rosto.
- Obrigado. - beijou o topo da minha cabeça e ficamos abraçados por longos minutos.

Depois de um tempo abriu a porta lentamente.
- Já se acertaram? Ou se mataram? - riu fraco.
- Está tudo bem. - Sorri de lado. - Obrigada, . - Beijei sua bochecha delicadamente.
- Fico feliz por você tê-lo escutado. - sussurrou em meu ouvido.
- , ! Venham rápido! - Luke e Brian tentavam falar recuperando o folego.
- O que aconteceu? - perguntou assutado.
- O pai de vocês, ele... Ele está bêbado lá no bar. - Brian disse e antes que alguém pudesse falar mais alguma coisa eu e já haviamos saido correndo.

Àquela cena que eu encarava na minha frente era a cena que eu menos esperava ver aquela noite. Meu pai falando sozinho, enquanto caminhava errado pelo lugar. As palavras saíam emboladas da sua boca e a única coisa que eu fiz foi gritar.
- PAI, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? - Gritei chamando mais a atenção das pessoas do lugar. saiu correndo em sua direção o segurando no colo para que ele não caísse novamente.
- Brindando o sucesso das bandas de vocês. - Papai deu uma gargalhada alta.
- VOCÊ FICOU LOUCO? – gritou com ele e meu pai sorriu.
- Eu... Eu estou, estou bem, estou bem! ME LARGA, MOLEQUE! – Meu pai empurrou de seus braços caindo no chão em seguida.
- PÁRA COM ISSO, SEU IRRESPONSÁVEL! – Eu gritava e chorava o máximo que podia
- Bebida para todo mundo por minha conta! - Papai tentou ficar em pé e levantou a mão onde segurava o copo de cerveja.
- Não prepare nada. - Adverti o garçom - Tira ele daqui, ! Por favor.
- Vamos, pai. Você precisa voltar para a cliníca. - disse chamando e Alex para ajudá-lo a levar meu pai até o carro.
- Eu estou bem, eu não quero ir! EU QUERO COMEMORAR! - Papai dizia com a língua presa - A MINHA FILHA NÃO É LINDA? - Ele gritava enquanto passava pelas mesas - Hiou, Hiou, Hiou, uma garrafa de rum! - Meu pai começou a cantar.
- Você é um idiota! – Eu não parava de falar e veio me abraçar me dando um pequeno beijo na boca.
- Calma, ! Tudo vai ficar bem. – Ele dizia tentando me acalmar.
- EU NÃO DISSE! Seus sem vergonha, eu sabia que estavam juntos! – Papai gritava apontando para nós.

Chegamos na clinica, e o médico logo nos atendeu. Levou papai para uma sala de operações, dando-lhe uma grande quantidade de glicose.
- ? - O médico se aproximou.
- Como ele está? - Perguntei com a voz embargada.
- Agora ele está bem. Já o levamos para o quarto. - O homem sorriu - Mas ele precisa ficar em repouso.
- Certo. Nós estaremos aqui caso precisem de alguma coisa. - falou.
- Vocês podem ir para casa, não precisam ficar. - O médico disse.
- Mas, nós queremos ficar. - Falei firme e segurou a minha mão.
- Bom, vocês é quem sabem. Com licença. - Ele falou antes de ir embora.
- Tudo vai se resolver, . Você vai ver. - falou sentando-se novamente na cadeira e eu sentei ao seu lado, deitando minha cabeça em seu ombro.

Capítulo 21*

A outra semana chegou, e eu passei a ir todos os dias na clínica visitar papai. Ele me pediu desculpas por ter tido uma recaída aquele dia no show. E eu, bem, desculpei. Meu coração estava amolecendo, passando a entender que todos erram e merecem outra chance. Ter comigo um pai todos os dias, era o que eu sempre sonhei por toda a minha vida, e agora esse sonho se concretizou.
Ainda continuo morando na minha antiga casa, achei melhor não voltar para o apartamento que dividia com o , apesar das coisas já estarem esclarecidas, nós precisamos de um tempo. Talvez um recomeço calmo, deixando as coisas acontecerem naturalmente. Eu não o vi, nem falei com ele depois da noite que passamos na recepção da clinica esperando mais notícias de papai, já que está muito ocupado cuidando da Mandy, o estado de saúde dela vem piorando a cada dia.

- Mas me conta, onde você está morando agora? – Papai perguntou enquanto acariciava meus cabelos.
- Voltei pra casa. É lá que eu devo morar de agora em diante. – Eu disse sem sair dos braços dele, aquela sensação de abrigo estava me fazendo tão bem. Parecia que tudo começou a melhorar.
- E o ? – Perguntou e eu bufei o encarando.
- Você perdeu muita coisa, pai... – Falei e ele me olhou assustado.
- O que houve com ele?
- Nada, ele está bem. Só está morando em um apartamento sozinho. – Eu disse e meus olhos se encheram de água novamente. Droga!
- O que houve, ? Conta para o papai. – Ele disse me pondo em seu colo novamente. Não me liguei mais se eu soluçava de tanto chorar, o importante é que era com ele que eu iria me desabafar.
- Como você sabe eu e o estamos juntos. Mas, eu vi ele beijando outra menina... - Minha voz saía fraca - Nós brigamos, mas, aquele dia no show o me trancou no camarim com o para nós nos entendermos... - Eu sentia um nó na garganta e minha voz parecia não querer mais sair pela minha boca.
- E vocês se acertaram? - Papai perguntou sorrindo docemente.
- Sim, mas aquela menina... - Os meus soluços devido ao choro começaram a sair constantemente - ...Ela... Ela tem câncer pai! E o está com ela para fazer os últimos dias da vida dela serem felizes...
- Calma, , calma. - Meu pai enxugou as minhas lágrimas com suas mãos - O te ama, e você sabe disso! O que ele está fazendo é algo muito bonito, é de coração...
- Eu sei, pai. Também acho que é um gesto de carinho, mas você não acha que assim ele não está vivendo uma mentira? Ele não ama ela como antes... - Falei rápido, sem entender como tive forças para isso.
- O tempo irá mostrar isso para ele querida. - Papai olhou fundo em meus olhos, beijando a minha testa.

***

Deitei em minha cama, estava cansada. Cansada de tudo e todos! Encarei o teto por alguns minutos até que me lembrei daquela cartinha que estava dentro da casa de Barbie. Saí procurando ela por toda a casa, mas só encontrei-a enrolada no meio da manta alaranjada que estava dentro do cesto de roupas sujas.
Peguei uma coca-cola na geladeira e um sanduíche, indo depois me sentar no sofá da sala para poder lê-la com calma.

"Oi! Tudo bem? Meu nome é Jasmin e eu tenho 12 anos. Hoje aqui em Londres está fazendo um friozinho gostoso, e o ceú apesar disso está limpo com um sol brilhante. Mas eu não posso sair para brincar lá fora porque meu pai me proibiu. Me proibiu de fazer qualquer coisa. Eu vivo trancada nessa casa o tempo todo. Já tentei fugir mais ele foi atrás de mim e me bateu quando chegamos em casa. Meu corpo dói, e está repleto de manchas roxas, devido aos tapas que recebo desse homem diariamente.
Antes quando era apenas, eu, papai e mamãe, nossas vidas eram perfeitas. Nos divertíamos sempre, mas depois que papai traiu minha mãe e teve outro filho ele começou a beber. Todas as noites ele chega bêbado e bate em mim e minha mãe. E sempre quando acorda no dia seguinte pede desculpas pelo que fez. Não agüento mas essa vida de mentiras, mamãe conseguiu pagar à muito custo uma cliníca para o meu pai parar de beber. Ainda posso escutar seus gritos implorando para eu não deixá-lo ir quando os homens fortes da ambulância o seguravam firmemente pelos braços. Eu observava tudo sentada na escada, e depois disso toda noite eu tenho pesadelos com essa cena.
Alguns anos se passaram e meu pai apresentou algumas melhoras, mas mamãe pediu o divórcio e a minha guarda para o juiz. Quando papai soube voltou a beber e teve um ataque cardíaco, nós o levamos para o hospital, mas já era tarde demais, ele havia falecido.
Hoje, é com tristeza e alegria que me despeço dessa casa e de Londres. As lembranças ficaram para sempre em minha mémoria. E caso você, que esteja lendo, tenha enfrentando algum desses problemas, por favor, pense bem e perdoe seu pai. Ele é uma alma boa, apenas se perdeu no caminho da bebida onde foi o lugar que arranjou conforto para esquecer dos problemas. Eu irei me culpar o resto de minha vida, por não tê-lo perdoado e ter lhe dito antes de morrer que o amava.
Jasmin.
20.10.1953"


Terminei de ler a carta, e meus olhos começaram a lacrimejar. Tudo que estava escrito nela, de uma certa forma, se identificava com a minha vida. Mas, pelo menos, eu havia conseguido perdoar meu pai e ele estava se recuperando, em poucos meses talvez, possa sair da cliníca e volte a morar comigo e mamãe nesta casa.
O telefone tocou e eu me levantei para atendê-lo ainda com a cartinha de Jasmin em minha mão.

- Alô? - Tentei falar sem que minha voz saísse fanha.
- É da casa dos 's? - Um homem perguntou.
- Sim. Quem está falando? - Perguntei tentando ser educada.
- O médico do senhor . - Ele respondeu com uma voz séria.
- Eu sou a filha dele. Aconteceu alguma coisa? - O medo começou a dominar o meu corpo.
- Bem, ele... - Aquela voz masculina do outro lado da linha começou a falar.
- POR FAVOR, DIGA LOGO! - Gritei sentindo minha voz falhar.
- Ele acabou de falecer... Sinto muito... - O médico me disse e eu não consegüi responder nada, apenas escorreguei até o chão, deixando o telefone fora do gancho. Senti aquelas lágrimas grossas saírem de meus olhos e percorrerem o meu rosto, olhei aquela carta em minha mão e comecei a chorar mais. Não podia ser verdade! Eu tinha ido visitar meu pai à tarde e ele estava bem. Agora que nós estávamos felizes, nos entendendo, Deus o arrancou de mim.

Capítulo 22*

O céu estava cinzento e nublado. Uma garoa fraca caía sobre mim e as pessoas que caminhavam pelo cemitério, seguindo aquele caixão carregado por quatro homens a nossa frente. Os olhos inchados já marcavam o meu cansaço por chorar sem parar desde a noite passada. e mamãe estavam arrasados, assim como eu e todas as pessoas que conheciam papai.
Paramos em frente à um grande buraco aberto no chão gramado daquele lugar. Um padre já de idade fez uma bela cerimônia. Aos poucos o caixão descia pela terra, as lágrimas escorriam por meu rosto, parecendo já terem se tornado minhas amigas, caindo em perfeita sincronia. Me aproximei da cova aberta e joguei uma rosa branca que caiu em cima do caixão. Eu soluçava alto, e foi me abraçar. Seus braços me envolviam com força, tentando me proteger de qualquer mal ali presente. Mamãe foi até nós e também nos abraçou. Ficamos os três assim até o termino do enterro.
As pessoas se aproximavam de nós e nos desejavam seus sentimentos pelo ocorrido e diziam para mim e que teríamos que ser fortes.

- ... - falou baixinho e eu soltei a mão de minha mãe e fui abraçá-lo.
- , eu não... Eu não acredito que ele se foi... - Minha voz saiu em um sussurro.
- Pense pelo lado bom, . Ele não está mais sofrendo... - disse em meu ouvido.
- Ele estava bem ontem de tarde... Não entendo o por quê... - falei com o rosto enterrado no peito de .
- Lembre dos momentos bons que vocês passaram nesses últimos dias, Pimpolha. - Ele acariciava os meus cabelos.
- Eu tive tanto tempo para ir vê-lo e perdoá-lo, , e agora que nós estavámos bem ele se foi e eu nem pude dizer adeus... NÃO PUDE! - Eu gritei e me ajoelhei no chão em frente a sepultura.
- PAPAI NÃO ME DEIXE! - Eu gritava entre meus soluços - EU AMO VOCÊ, PAI! ME DESCULPE!
- Calma, querida... - Mamãe se ajoelhou ao meu lado e me abraçou com carinho - Ele sabe que você o perdoa. Ele estará lá no céu olhando por você. Por nós. - Ela voltou a chorar - Agora vamos querida, todos nós precisamos descansar. - Minha mãe se levantou e estendeu sua mão para mim.
- Mamãe, você se importa se eu ficar mais um pouco? - Pedi, agora um pouco mais calma.
- Eu fico com você, então... - Ela respondeu voltando a se ajoelhar.
- Não, você pode ir. Deve estar cansada da viagem e tudo o mais. - Segurei sua mão.
- Se você quer assim... - Ela beijou minha testa e levantou-se.
- Eu fico com você, . - que estava calado até agora, apenas chorando baixinho, falou.
- Obrigada, . Mas, eu quero ficar sozinha... - Falei baixinho e ele assentiu com a cabeça, sorrindo fraco.

Pude ver Mamãe e ficarem cada vez mais pequenos. Voltei meu olhar para o túmulo de papai a minha frente, e retornei a chorar. Ainda não conseguia acreditar que não o teria mais por perto. Nossos planos de ir ao Estádio de Wembley ver o nosso time West Ham United FC jogar, construir um estúdio para minha banda para não termos mais que ocupar o apartamento de Alex, nossas viagens pelo mundo, as tardes passeando por Londres e fazendo piqueniques pelos parques, nada, nenhum deles seriam realizados.

- Vou sentir saudades... - Eu disse antes de ir embora.

Em vez de pegar um táxi, um metrô, ou até mesmo ligar para , ou Alex irem me buscar, optei por ir caminhando. Talvez um pouco de ar puro aliviasse a minha dor. O céu estava mais escuro, alegando que já devia ter passado das 18 horas. O silêncio da rua começou a tornar-se reconfortante, até a hora em que meu celular tocou.

- Alô? - atendi sem olhar no visor.
- ? - Uma mulher perguntou.
- Sim... - Respondi sentindo aquele medo que habitara meu corpo com a notícia do falecimento do meu pai, retornar.
- Será que você poderia vir hoje ainda a cliníca que seu pai estava internado? Temos uma coisa para lhe entregar. - A mulher, que parecia ser uma das enfermeiras falou.
- Hum, está bem. Já estou a caminho. - Disse e desliguei o aparelho.

***

- Querida, sinto muito. - A enfermeira que sempre me recebia, me abraçou.
- Obrigada. - Falei sentindo meus olhos marejarem novamente.
- Ele era um homem bom, e a amava. - Ela me disse, e eu pude ver algumas lágrimas caírem de seus olhos - Ele fez essa carta logo depois que você saiu ontem daqui, e pediu para eu lhe entregar. - Ela sorriu fraco.
- Ele disse do que se trata? - Perguntei enquanto encarava aquele envelope a minha frente.
- Não. Apenas me disse que se algo acontecesse à ele, eu deveria lhe entregar o quanto antes. Parecia até saber que ele não estaria mais aqui... - Ela tentou sorrir.
- É... - Foi a única coisa que consegui dizer - Obrigada. - Falei baixinho e me dirigi a saída.

Chamei um táxi e durante o caminho abri o envelope e comecei a ler a carta.

"Querida ,
Obrigado por me perdoar. Essas últimas semanas foram as melhores da minha vida, pois pude conhecer a filha maravilhosa que eu tenho. Sua mãe soube criá-la e educá-la muito bem. Tirando apenas o fato de você ter tornado-se teimosa e rockeira como ela. Mas, todos tem os seus defeitos, não é?
Desculpe pelos erros que cometi. Mas, acredito, que nenhum deles tenha sido pior que este segredo que eu venho guardando há dois anos.
, o não é meu filho. A Jesse me contou um pouco antes de falecer e me pediu para não contar nada à ele, e assim eu o fiz. Então eu e sua mãe resolvemos nos dar uma segunda chance, e o resto você já sabe. Nunca imaginei que entre você e ele pudesse crescer um amor tão bonito e puro como cresceu. Era com muita dor no coração e um enorme peso na consciência que eu dizia à vocês que era errado esse sentimento. Agora que eu estou a beira da morte, estou lhe revelando o grande segredo da minha vida. A sua mãe já sabia, mas não a culpe por não ter contando antes, eu pedi que esperasse o momento certo e que quando ele chegasse eu contaria. E bom, ele chegou.

Ainda essa semana irá receber um exame de DNA onde consta que não sou o pai dele. E ele precisará do seu apoio mais do que nunca. Diga ao que para mim ele sempre será o meu filho.
Me perdoe por não contar antes. Abençoo o amor de vocês, que ele dure para sempre. E eu sei que durará.
Amo muito você, minha filha.
Com amor, Papai."


Eu chorava alto e até o motorista do táxi perguntou se eu estava bem. Eu não podia acreditar. não era meu irmão? Nós podíamos ficar juntos? Por isso que mamãe havia dito aquilo no aeroporto antes de viajar para o Brasil? A felicidade tomou conta do meu corpo e eu torcia para que chegasse logo em casa, mas o automóvel parecia andar em câmera lenta. Paguei o táxi e saí correndo pela rua, só assim eu achava que chegaria mais rápido. Da esquina pude ver sentado no degrau da porta, ele me viu, se levantou e veio correndo em minha direção. Seus olhos estavam molhados, mas um sorriso permanecia em seu rosto.

- Nós podemos ficar juntos! Nós não somos irmãos! - Eu pulei em seu colo.
- Eu sei, . - Ele disse e logo em seguida nos beijamos apaixonadamente no meio da rua, sentindo as pequenas gotas de chuva caírem sobre nós, como uma espécie de bênção.

Capítulo 23*


Mais um mês se passou. recebera o exame de DNA e uma carta que papai também fizera para ele, explicando o motivo de não ter contado antes e contendo um endereço do verdadeiro pai dele. No mesmo dia eu o acompanhei ao lugar que ficava alguns quilômetros de Londres, mas a casa não existia mais. Perguntamos para algumas pessoas da região e elas disseram que Richard - o pai de - havia se mudado para Londres há alguns anos. Como não sabíamos o sobrenome do pai dele, não pudemos localizá-lo já que o sobrenome de era apenas o da mãe dele quando solteira.
Mamãe está saíndo com um novo namorado, mas quando uso essa palavra ela me corrige dizendo que ele é apenas um "amigo". Estou curiosa para conhecer esse tal "amigo" que ela mantem em segredo, nem o nome dele eu sei.
Mandy também veio a falecer algumas semanas depois que papai, e em sua homenagem eu e cantamos "You've Got A Friend" do James Taylor. Foi realmente bonito.

- Chega por hoje. - Brian falou tacando suas baquetas no sofá da casa de Alex.
- Eu estou exausto. - Luke se jogou em um dos puffs.
- Nem me fale...- suspirei alto me jogando no sofá - AI! - Gritei - Brian veja onde você põem as suas baquetas. - falei tacando elas em cima dele.
- Ui, já te mostro onde eu vou por. - Brian fez uma voz sexy e eu comecei a gargalhar.
- Seu maníaco sexual. - Eu disse tentando abafar a minha risada.
- Pessoal preciso dizer uma coisa... - Alex falou e todos nós ficamos sérios - Vai ter um baile dos anos 60 na Goldsmiths College e o diretor me ligou perguntando se nós estaríamos interessados em tocar lá nesse dia?
- Ah, o comentou alguma coisa sobre isso comigo. Por mim tudo. - Sorri e olhei para Luke e Brian.
- Fechado! - os dois disseram em uníssono.
- Só tem um problema... - Alex fez uma careta.
- Qual? - Luke perguntou.
- Vamos ter que abrir o show em vez de sermos a banda principal. - Alex mordeu o lábio inferior nervoso.
- Sem problemas, contanto que a banda para qual formos abrir seja boa. - Brian deu de ombros.
- Qual é? - perguntei curiosa.
- O McFLY! - Alex sorriu e eu e os outros dois começamos a rir.
- Tanto suspense só para isso Alex? - Eu perguntei brincalhona.
- Ah, eu achei que vocês podiam não gostar... - Ele sorriu sem jeito.
- Corta essa, cara! Eles tocam bem. - Luke deu alguns tapinhas nas costas de Alex.
- Bom, precisamos decidir as músicas. Quantas poderemos tocar? - Perguntei animada.
- Três como de costume. - Alex falou passando as mãos pelos cabelos.
- Certo. Hum, podemos tocar as duas novas, "Hypocrite" e "Imaginary Superstar". - Sugeri analisando as letras.
- Mas essas são duas rápidas, eu pensei em começarmos com uma lenta, o que vocês acham? - Luke perguntou tímido.
- Perfeito! Mas qual? - Alex nos encarou esperando alguma resposta.
- Eu voto em "Tangled Up In Me", ela está fazendo sucesso, é meio que a nossa marca registrada. - Brian se pronunciou.
- O Brian tem razão! Você topa, ? - Alex me olhou sério e eu sorri concordando.
- Quando é o baile? - Perguntei preocupada.
- Depois de amanhã. - Alex falou baixinho.
- O QUÊ? - Eu, Brian e Luke gritamos.
- Er, mas vai dar tudo certo, é só ensaiarmo essas músicas... - Alex sorriu amarelo.
- É o jeito, já que a outra música não vai ficar pronta até o baile. - Suspirei.
- , seu celular está tocando. - Luke apontou para a minha bolsa que vibrava junto com o aparelho.
- Tenho que ir meninos, o está me esperando. - Falei me levantando.
- Ué, não é mais o ? - Brian fez uma voz de gay.
- Não, fofa. Eu não contei que terminei com ele? - Respondi com uma voz patty - Seu idiota, ele é só meu amigo, como vocês.
- Há, amigo, sei... - Luke debochou.
- Amo vocês. - Ignorei o comentário e mandei um beijinho no ar para cada um.
- O ainda gosta dela... - Alex comentou com os amigos quando a menina já havia saído.

***

- Ah, experimente colocar cobertura de morango com caramelo, fica perfeito. - Eu disse enquanto derramava cobertura no meu sundae.
- Credo, , deve ficar horrível. - fez uma careta.
- Deixa de ser gay e prova. - Coloquei uma colher cheia de sorvete em frente a boca dele.
- Não, , obrigado. Eu me contento com o meu só. - Ele deu seu melhor sorriso.
- Anda, prova. Por mim? - Fiz uma cara pidona e ele cedeu - O que achou?
- É, não é tão ruim assim... - Ele falou roubando mais uma colherada do meu pote.
- É maravilhoso! Caso não fosse você não estaria roubando mais e ainda na cara dura. - Dei um pedeleco na mão dele.
- Ouch! Doeu! - balançou a mão freneticamente.
- , hoje você está muito gay. - Dei risada.
- Por isso que eu te chamei aqui, para contar que virei gay. - Ele tentou ficar sério.
- Oh, Meu Deus! O meu namorado virou gay! - Comecei a falar alto chamando a atenção das pessoas.
- Shi, fique quieta, Pimpolha. - colocou a mão na minha boca.
- Você acabou com a minha vida... - Fingi chorar enquanto me levantava indo em direção a porta.
- Quem sabe podemos ser amigos? - entrou na brincadeira indo atrás de mim.
- Você não tem vergonha, não? Olha o que você fez com a pobre moça? Namorou ela para depois contar que virou gay. - Uma velhinha começou a dar um sermão em .
- Senhora... - tentou falar.
- Que humilhação para ela. Vai ficar traumatizada. - Ela levantou a sua bengala e começou a batê-la na perna de .
- Ai, Senhora, ai, você não entendeu... - falava enquanto tentava se livrar sem sucesso das "bengaladas".
- Obrigada pelo apoio. - Tentei sorrir, mas minha vontade era de gargalhar ali mesmo - Pode deixar que eu resolve daqui em diante. - Falei para a "simpática" Senhora, antes de puxar pelo braço.
- essa foi ótima! - Eu gargalhava alto enquanto caminhávamos até o parque.
- Não vejo graça nenhuma. Olha só o que você me faz fazer! - falou emburrado.
- Ah, mais admita. Foi engraçado. - Fiz cócegas nele.
- Isso foi. - Ele deu a sua risada clássica - Quer dizer que eu sou o seu namorado, huh?
- Desculpe, eu falei na empolgação. - Sorri sem graça.
- Tudo bem. - Ele sorriu parecendo compreender - Mas mesmo assim não retira a sua culpa por eu ter levado várias bengaladas. - disse sentando-se em um banco no parque.
- Oun, tadinho. Onde doi? - Perguntei com uma voz doce, sentando-se ao seu lado.
- Aqui. - apontou a sua bochecha.
- Ela nem bateu aí, ! - Falei séria.
- Eu sei... - deu língua.
- Mas como eu estou boazinha hoje, dou um beijinho aí. - Sorri marota dando-lhe um beijo na bochecha logo em seguida. Mas, quando terminei e comecei a me afastar, meu rosto e de ficaram bem próximos, pude sentir a sua respiração quente bater em minha boca. Seus olhos analisavam cada pedacinho de minha face e isso me deixou desconfortável. Ele foi aproximando o seu rosto do meu lentamente e eu não conseguia recuar, algo me atraía para perto dele. Aos poucos nossos lábios se tocaram. segurou em meu rosto, e ficamos assim apenas com as bocas cerradas uma na outra. Pude escutar aquela mesma senhora passar por nós e resmungar algo como "Esses jovens de hoje em dia, e sua sexualidade".
Não sei como, mas, consegui me afastar de antes que o beijo pudesse se concretizar por completo.

- Não, , isso é errado. Eu estou com o . - Falei olhando para o outro lado.
- Eu sei. Desculpe, mas não pude evitar. Eu ainda gosto de você, . - disse cabisbaixo - O é um cara de sorte... - Ele disse baixinho mais para si mesmo, mas eu escutei.
- Hey, você vai encontrar alguém. - Levantei seu queixo, fazendo-o me olhar.
- Mas eu não quero encontrar ninguém. Eu quero você... - Ele me olhava com os olhos marejados.
- , eu gostei muito de você. Quer dizer, eu ainda gosto, não sei...Mas eu amo o ... - Encarei meus próprios pés.
- Me de uma chance de te fazer feliz. - Senti segurar minha mão.
- Se eu estivesse sozinha eu daria... - Sorri fraco - Me desculpe, mas eu estou com o .
- Tudo bem, eu acho... Você pelo menos aceita ir no baile do colégio comigo? Isto é, apenas como amigos... - Ele sorriu de lado.
- Isso é um convite? - Perguntei com um pequeno sorriso nos lábios.
- Sim... - Ele corou.
- Aceito. - Dei uma risada fraca e abriu um largo sorriso. O que eu não sabia era que isso poderia me trazer grandes problemas mais tarde.

Capítulo 24*

- MÃE! CHEGUEI! - Gritei ao entrar em casa.
- ESTOU AQUI NA COZINHA, QUERIDA! - Ela também gritou.
- Hum, o que você está fazendo? - Perguntei sentindo um cheirinho bom.
- Biscoitos. - Mamãe disse animada.
- E desde quando a senhora sabe fazer alguma coisa na cozinha? - A encarei séria.
- Sempre tem uma primeira vez, . E eu sei fazer algumas coisas sim... - Ela ia dizendo quando a enterrompi.
- Algumas não, apenas uma... - Comecei a falar, sentando-me na bancada da pia.
- Café preto! - Exclamamos juntas, dando risada logo em seguida.
- Estão com uma cara ótima. - Eu olhava para aqueles bicoitos de chocolate a minha frente.
- Nem se atreva a por a mão neles, são para o Richard. - Mamãe falou autoritária enquanto abria a geladeira.
- Só um? - Pedi com voz de criança.
- Só um! - Ela me olhou séria - E então?
- Estão deliciosos. - Sorri chupando meus dedos - Alguém me ligou? - Perguntei empolgada, esperando minha mãe falar que havia ligado.
- Não. - Ela me respondeu, colocando mais uma fornada de biscoitos no forno.
- Ok, vou tomar banho. Estou cansada. - Falei descendo da pia e roubando mais um biscoito.
- Mocinha, espere! Eu vi que você pegou outro. - Minha mãe foi atrás de mim.
- Mamãe o Richard nem vai se importar. - Disse brincalhona subindo a escada em passos largos.
- , espere eu esqueci de falar que... - Pude escutar mamãe começar a falar.
- ? - Perguntei assustada ao vê-lo em meu quarto.
- Que o está aí em cima. - Ela terminou de avisar, um pouco tarde de mais.
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei indo lhe dar um beijo, mas ele se afastou - Aconteceu alguma coisa?
- ! Não precisa mais fingir! Eu sei de tudo! - Ele falou nervoso.
- Eu... Eu não estou entendo, . - O olhei confusa, sentando-me em minha cama.
- Eu vi você beijando o , hoje no parque. - Ele levantou as mãos e passou-as rapidamente pelos cabelos.
- , eu posso explicar... - Me levantei.
- Explicar o quê? Eu vi! Você não precisar explicar nada! Por que, ? - Seus olhos estavam marejados.
- Eu não o correspondi, porque eu amo você e não ele! - Falei rápido, me segurando para não chorar.
- Se você realmente me amasse não teria deixado ele te beijar... - Ele andou até a janela.
- , entenda que antes de eu conhecer você, foi o meu primeiro amor. Não é tão simples assim passar uma borracha e dizer que eu não sinto mais nada por ele... - Olhei para seu corpo que estava de costas para mim.
- Viu? Você ainda gosta dele! Ainda o ama! - falou ainda sem me olhar.
- ... - Seu nome saiu fraco de minha boca.
- Você o ama? - Ele se virou para mim.
- Não sei... Eu estou confusa... - Respondi deixando as lágrimas que eu tanto lutava para não derramar caírem outra vez de meus olhos.
- , eu amo você mais que tudo nesse mundo. E eu quero você só para mim.... - Ele se aproximou.
- Eu também amo você, mas eu estou cansada do amor... Ele só nos machuca - Eu disse com a voz embargada.
- Venha comigo ao baile do colégio! Vamos esquecer isso e começar de onde paramos! - Ele segurou o meu rosto com as suas mãos - Por favor, não se canse do amor... Do nosso amor... - Ele olhou fundo em meus olhos.
- Eu... Eu não... Eu não posso, ... - O olhei triste.
- Por quê? - Ele perguntou confuso.
- Eu vou com o ... - Respondi baixinho.
- É com ele que você quer ficar, ? É COM ELE? ÓTIMO! ESPERO QUE VOCêS SEJAM FELIZES! - gritou e saiu batendo a porta de meu quarto, me deixando parada no meio do cômodo, chorando e olhando para o caminho que ele havia feito ao sair.

***

- Até que enfim, , nós estamos precisando da sua ajuda. - sorriu para ele, pedindo-o para se sentar.
- O que você acha dessas músicas para tocarmos no baile depois de amanhã? - mostrou um papel com os nomes da música.
- I'll Be Ok, Mr. Brigthside, You're The One That I Want. - lia os nomes - Boas.
- Mas, precisamos de mais uma. - entrou na sala - Hey Dude! Tudo bem? - Ele sorriu para .
- Não seja cínico, ! - falou grosso.
- Mas eu não estou sendo! - também respondeu grosso.
- Ah, não? Beijar a namorada de um de seus amigos e fingir que não aconteceu nada, não é ser cínico? - se levantou ficando de frente para .
- Quer saber? Eu beijei sim! Satisfeito? - falou alto e levou um soco na barriga de .
- Calma, dudes! Calma! - e se levantaram tentando afastar os dois amigos um do outro.
- Calma?! Como eu vou ter calma sabendo que a minha namorada me traiu com um dos meus melhores amigos? - olhou com raiva para .
- Eu a beijei, mas ela não correspondeu. Ela ama você e não a mim! - respondeu com a voz falha, devido a dor que sentia do soco que levara.
- Mas não foi isso que ela me disse... - se jogou em um dos sofás.
- N-não? - perguntou confuso.
- Não. Ela disse que também ama você... - suspirou alto - Eu escrevi essa música. - Ele disse se levantando e deixando um pedaço de papel em cima da mesa de centro. - Estou indo, preciso sair daqui antes que cometa mais algum erro.
- Se cuida, dude. - deu um tapinha nas costas do amigo.
- Você fez isso mesmo, ? - perguntou baixinho.
- Sim, mas como eu disse ela não correspondeu. A , pode achar que me ama, mas está errada. O amor da vida dela é o e não eu. - falou triste pegando o papel que deixara.

Os três passaram o resto da tarde achando uma melodia para a música de , sem tocar no que acontecera mais cedo. Ambos tinham medo de piorar a amizade e virem a acabar com a banda.

***

"As estrelas colidem quando você fica pronta e as assiste cair"

Essa fora a mensagem que me mandara de madrugada, mas eu não tive coragem de respondê-la. A culpa por ter beijado invadiu o meu corpo e nele permaneceu, deixando um vasto buraco em meu estômago.

Capítulo 25*

O dia do baile chegou e eu, Brian, Luke e Alex, estávamos muito nervosos, afinal tocaríamos para as pessoas que seriam o nosso público quando ficássemos famosos.
Ensaíamos uma última vez e arrumamos os instrumentos no colégio, indo depois para nossas casas nos arrumar.

O sol já estava se pondo e isso significava que eu já deveria começar a me arrumar para o baile, mas eu não tinha vontade de ir para lá e encontrar chateado comigo. A televisão na minha frente e o saco enorme de pipocas parecia estar mais interessante que aquele baile, mas tinha um show pra fazer e precisava ir.
Me levantei de má vontade daquele sofá e comecei a subir as escadas. Tomei meu banho e comecei a secar meu cabelo ouvindo meu iPod no máximo. Essa cena acontecia praticamente todos os dias, mas hoje, me fez lembrar da primeira vez que tinha me visto naquele estado. Sorri comigo mesma para o espelho e escutei minha mãe me chamar.

- ! – Ela berrou do primeiro andar e então diminui o volume.
- EU?
- Telefone para você!
- QUEM É?
- .

Meu Deus, o que queria comigo? Um sentimento bom percorreu pelo meu corpo inteiro e quando eu fui atendê-lo ele desligou. Encarei por alguns minutos o aparelho em minhas mãos apenas escutando aquele típico "tu,tu,tu" de quando se desliga o telefone. Respirei fundo e voltei para meu quarto me arrumar.

- Um broto! - Minha mãe disse ao me ver descer as escadas, com um vestido branco com bolinhas pretas que ía até o joelho, um lenço branco amarrado no pescoço, algumas pulseiras pretas e brancas no meu braço direito, um sapato branco e o cabelo solto com cachos nas pontas.
- Menos, mãe. - Eu falei me olhando no espelho da sala.
- É para entrar no clima, filha. - mamãe disse animada - Você vai com isso? - Ela apontou para meu braço esquerdo.
- Vou! Por quê? Algo contra a minha munhequeira de estrela? - A olhei séria.
- Nada contra, mas não combina com a roupa. - Ela sorriu de lado.
- Mãe, eu só estou indo assim porque é uma espécie de regra... - Revirei os olhos - Estou bem mesmo? - Dei uma voltinha.
- Perfeita. - Ela me abraçou e a campainha tocou.
- Deve ser o . - Falei nervosa.
- Você atende, ou eu atendo? - mamãe me olhou - Ok. Eu atendo. - Ela pareceu ter compreendido o meu olhar de desespero - quanto tempo! E a sua mãe como está? Que bom. Diga a ela que eu mandei um abraço, e peça para ela me ligar qualquer dia. - Escutei mamãe falar.

Dei uma última olhada no espelho e me dirigi até a porta, antes que mamãe falasse mais alguma besteira para .

- Hey, ! - Sorri tímida.
- UAU! – falou ao me ver.
- Uau digo eu! Está muito bonito, senhor . – Eu sorri e ele me olhava de cima para baixo.
- Os dois estão maravilhosos! – Minha mãe disse me empurrando para fora. – Agora andem, senão chegarão atrasados!
- Mas você não vai? – Eu perguntei à minha mãe.
- Sim, irei me arrumar rápido e o Richard irá me pegar aqui. – Ela disse e eu sorri safada piscando para ela.
- Não se atrase então, meu show é daqui a pouco. – Beijei sua bochecha e fez o mesmo.
- Tchau, crianças. Se divirtam. - Ela falou nos vendo entrar no carro.
- Me desulpe pela minha mãe. - Tentei sorrir para .
- Que isso, Pimpolha. Eu já tinha me esquecido o quanto ela é simpática e maluca. - falou brincalhão e nós rimos depois.

Ao entrar no colégio, me lembrei dos tempos em que , e eu passávamos nossas tardes matando aula e brincando um com outro. Claro que não poderia me esquecer dos ataques de ciúmes que um tinha pelo outro, e eu me divertia com isso. Tudo bem, que isso ainda ocorre, mas agora ficou uma coisa mais séria, nós não somos mais aqueles adolescentes que não ligam mais para o que fazem ou pensam. Agora os meninos estão se formando e deverão cursar uma faculdade o que trará mais maturidade ainda. Senti pegar em minhas mãos e sorrir para mim. Entendi o que senti na hora como um alívio e sorri agradecida.
Ao entrar no salão onde ocorreria o baile, senti milhões de olhares em cima de mim e até escutei pessoas comentarem coisas do como: "Ah, aquela ali não é a cantora da The Suck’s?", "Ei, o que o está fazendo com ela?", etc.
Aquelas patricinhas metidas que tanto me odiavam até sorriram para mim! E isso me surpreendeu.
O salão estava realmente bonito e bem decorado. Vários alunos dançavam e se divertiam no meio da pista de dança improvisada. Avistei Alex no bar e fui até ele com à meu encalço.

- ALEX! - O abracei forte.
- Nossa, estamos há tanto tempo assim sem nos ver? - Ele arqueou a sobrancelha, tomando um gole de sua bebida.
- Hum, acho que já faz umas quatro horas. - sorri - Mas, eu senti muitas saudades! - O abracei de novo.
- , você deu alguma coisa para ela? - Alex perguntou sério.
- Alex! - Dei um tapinha em seu ombro. Eu estava ficando animada vendo aquele baile se encher aos poucos, mal esperava a hora de começarmos à tocar. Já havia esquecido , até escutar sua voz atrás de mim.
- , precisamos de você! - Ele falou seco e eu me virei, mas ele não me comprimentou, apenas fingiu que eu não estava ali.
- Certo. Já estou indo. - respondeu.
- Fala, ! - Alex o comprimentou e ele apenas acenou com a cabeça, pude vê-lo me olhar pelo canto dos olhos, e senti aquele vazio dominar o meu corpo novamente.
- Vocês vão ficar aqui ou vão conosco para o camarim? - sorriu.
- Nós vamos juntos! - Alex respondeu por mim.
- Nós vamos? - Perguntei baixinho para Alex, enquanto caminhávamos atrás de e que estavam em silêncio.
- Já estamos indo. - Alex revirou os olhos, como se eu fosse alguma lunática.

Chegamos na salinha atrás do palco e eu e Alex caminhamos até Brian e Luke. Enquanto e se dirigiram para o outro canto onde estavam e que sorriram ao me ver.

- Está linda! – Brian disse me abraçando.
- Está mesmo, , maravilhosa. – Luke disse e eu sorri agradecendo.
- Parem com isso, estão me deixando sem graça! – Eu disse escondendo a cara em minhas mãos.

- Atenção todos os alunos do Goldsmiths College, a banda The Suck’s irá abrir o show agora! – Escutei o diretor do colégio falar e um silêncio prevalecer em todo o salão.

Nesse momento um arrepio percorreu por mim e meu estômago estava virando de cabeça para baixo.

- É agora, ! – Ouvi Alex dizer pegando nas minhas mãos. Eu tremia.
- Vamos mandar bem, relaxa! – Brian disse entrando todo animado no palco. Pude ouvir pessoas gritarem os nossos nomes e aplausos ecoarem por todo o local.

Respirei fundo e entrei no palco, a agitação de todo mundo me animou e não sei o que me deu, mas comecei a pular gritando a contagem. Começamos com "Tangled Up In Me" e eu pude ver pelo canto de meus olhos parado no canto do palco me olhando com um pequeno sorriso. As pessoas começaram a gritar comigo a letra da música e eu me animava cada vez mais. Ver todas aquelas pessoas que antes me odiavam, cantar minhas músicas e ver que todos daquele colégio gostavam delas estava me fazendo realmente bem. Depois tocamos "Hypocrite" e em seguida finalizamos com "Imaginary Superstar". Eu me esgotei de tanto pular e cantar, a minha voz não saía mais direito, mas o mais importante de tudo foi que eu me senti bem e pude ver os olhos de em cima de mim durante todo o meu show.
,
- Obrigada galera! Vocês são foda! - Gritei animada - Com vocês McFLY! - Anunciei saindo do palco com as baquetas de Brian em minhas mãos.

Saímos do palco e vi pegar seu instrumento, ele veio em minha direção com um pequeno sorriso no rosto.

- Mandou muito bem, ! - Ele falou tímido.
- Obrigada! - Agradeci e em um impulso o abracei. Eu estava tão animada com o show que não consegui me controlar - Er, desculpe. - Sorri sem graça e ele abriu um largo sorriso subindo ao palco.

Os meninos começaram com um cover como sempre, mas dessa vez foi do The Killers "Mr. Brigthside", seguiram com "I'll Be Ok" fazendo todos delirarem.

- Agora vamos tocar uma música nova. - falou olhando para que sorriu para ele.
- O nome é "Sorry Is Not Good Enough". - disse e todos no salão ficaram em silêncio.

"Good, good, good, good enough
(Bom, bom, bom, bom o bastante)
Good, good, good enough
(Bom, bom, bom, o bastante)
Good, good, good enough
(Bom, bom, bom, o bastante)
Good, good
(Bom, bom)

I can't stop, I can't stop loving you
(Eu não posso parar, Eu não posso parar de te amar)
You're a dreamer and dreaming's what you do,
(Você é uma sonhadora e sonhar é o que você faz)
I won't stop believing that this is the end, there must be another way
(Eu não irei parar de acreditar que esse é o fim, deve ter outro jeito)
'Cos I couldn't handle the thought of you going away, woah yeah
(Porque eu não poderia agüentar o pensamento de você ir embora)"

Eu prestava atenção em toda a letra e parecia significar alguma coisa. tocava animado e olhava pra mim toda hora.

"Sorry's not good enough, why are we breaking up?
(Desculpa não é bom o bastante, Por que nós estamos terminando?)
'Cos I didn't treat you rough so please don't go changing
(Porque eu não te tratei mal então por favor não vá mudando)
What was I thinking of?
(No que eu estava pensando?)
You said you're out of love, baby don't call this off because sorry's not good enough
(Você disse que estava cansada do amor, baby não termine isso, porque desculpa não é bom o bastante)
Don't stop, all those things you do
(Não pare todas essas coisa que você faz)
I'm a believer and that's what gets you through,
(Eu sou um "acreditador" e isso é o que te faz continuar)
I can't fight this feeling that this is the end,
(Eu não consigo lutar com esse sentimento de que esse é o fim)
We're in the thick of it, where will this ever end? Woah, woah
(Nós estamos no limite disto, Aonde isso vai acabar? Woah, Woah)"

Ao escutar a parte que dizia "Você estava cansada do amor", senti as lágrimas escorrerem por meu rosto. havia escrito outra música para mim, e de todas, essa eu considerei a mais bonita.

"Sorry's not good enough, why are we breaking up?
(Desculpa não é bom o bastante, Por que nós estamos terminando?)
'Cos I didn't treat you rough so please don't go changing
(Porque eu não te tratei mal então por favor não vá mudando)
What was I thinking of?
(No que eu estava pensando?)
You said you're out of love, baby don't call this off because sorry's not good enough
(Você disse que estava cansada do amor, baby não termine isso, porque desculpa não é bom o bastante)"

Um pequeno sorriso saía de minha boca, se misturando com as lágrimas que caíam de meus olhos.

"Oh, you said you'd never leave me be there, the holding please
(Oooh você disse que nunca iria me deixar, que estaria lá, para me segurar e agradar)
Sorry's just not good enough for you,
(Desculpa apenas não é bom o bastante para você)
Everybody makes mistakes and that's just what we do
(Mas todos comentem erros e aquilo é só ó que fazemos)"

Eu ria com se achando famoso. Era engraçado ver que meus amigos estavam se tornando ídolos para várias garotinhas que gritavam pelos nomes deles.

"Good, good, good, good enough
(Bom, bom, bom, bom o bastante)
Good, good, good enough
(Bom, bom, bom, o bastante)
Good, good, good enough
(Bom, bom, bom, o bastante)
Good, good
(Bom, bom)

Don't go changing,
(Não vá mudando)
Don't go changing (sorry's not good enough),
(Não vá mudando [desculpa não é bom o bastante])
Don't go changing (sorry's not good enough),
(Não vá mudando [desculpa não é bom o bastante])
Don't go changing (sorry's not good enough),
(Não vá mudando [desculpa não é bom o bastante])
Don't go changing
(Não vá mudando)

Sorry's not good enough, why are we breaking up?
(Desculpa não é bom o bastante, Por que nós estamos terminando?)
'Cos I didn't treat you rough so please don't go changing
(Porque eu não te tratei mal então por favor não vá mudando)
What was I thinking of?
(No que eu estava pensando?)
You said you're out of love, baby don't call this off because sorry's not good enough
(Você disse que estava cansada do amor, baby não termine isso, porque desculpa não é bom o bastante)
Sorry's not good enough
(Desculpa não é bom o bastante)
Sorry's not good enough
(Desculpa não é bom o bastante)"

Capítulo 26*

Eles terminaram de cantar e anunciaram a última música que seria "You're The One That I Want" do filme Grease, mas eu não encontrava forças para continuar vendo o resto do show. Não sei como consegüi sair do salão, minhas pernas estavam moles, parecia que eu cairia à qualquer momento.

Cheguei até o parquinho e subi no escorregador, me sentando em seu topo. Fiquei lá, observando o céu estrelado, como aquilo me fazia bem. Senti as lágrimas ainda caírem de meus olhos, mas de uma maneira mais calma. Sorri para a estrela que brilhava mais me lembrando do dia em que disse que a que brilhava mais, representava o seu amor por mim. Olhei para a lua que estava mais iluminada do que nunca. Suspirei alto, que saudades eu sentia do meu pai.

- Pensando na vida? - falou baixinho se sentando ao meu lado.
- É... - Respondi ainda olhando para o céu.
- , precisamos conversar. - Senti seus olhos se focarem em meu rosto e o encarei.
- , olha, eu sei que errei, mas... - Ele colocou o dedo indicador sobre meus lábios.
- Shi, me escuta! - pediu e eu confirmei com a cabeça - Tudo o que passamos foi dificil, eu sei. Mas, apenas quando esses obstáculos apareceram eu percebi o quanto eu amava você. E por mais que você diga que está confusa eu irei esperar. Irei esperar até você se decidir. - Ele olhou fundo em meus olhos, e depois voltou a encarar o céu.
- , eu já me decidi! - Falei sem tirar meu olhar sobre ele.
- Já? - Ele abriu um pequeno sorriso.
- Sim! - sorri de lado - Eu quero ficar com você! - Comecei a falar e logo senti os lábios de se precionarem contra os meus - Desculpe... - Disse baixinho olhando em seus olhos quando nos separamos.
- Não tenho o que desculpar. - acariciou o meu rosto e me puxou para sentar em seu colo me abraçando logo em seguida - Você já percebeu que as estrelas sempre estão entre nós? - Ele sussurrou em meu ouvido.
- E a lua também, dentros dos seus olhos. - Falei virando meu rosto para poder olhá-lo e ele me beijou novamente.

- Quer dançar? - perguntou enquanto escorregavamos pelo escorregador.
- Aqui? - Ergui minha sobrancelha.
- Em qualquer lugar. - Ele falou maroto.
- Vamos lá dentro, então, com música. - Falei segurando em sua mão - Mas nada de pisar no meu pé, mocinho? - o adverti e ele riu.
- Sim senhora! - Ele me deu um selinho.

Retornamos ao salão e pude sentir novamente o olhar de todos se voltarem para nós.

- Me concede essa dança? - se ajoelhou.
- , levanta! Estão todos olhando para gente! - Mordi meu lábio inferior.
- Que olhem! Nós somos o casal mais bonito desse lugar. - Ele falou me segurando pela cintura e começamos a dançar uma música lenta. Eu coloquei minhas mãos em seu pescoço e ele aproximou meu corpo do seu. Ficamos dançando com a música e parecia que tudo havia parado ali. Eu nem ligava mais se estavam olhando, o que importava era que estava ali, de novo, comigo.
- ! - Minha mãe me chamou quando a música terminou.
- Mãe! - A abraçei com carinho e olhei por cima de seus ombros vendo o tal de Richard. Eu jurava que ele se parecia com alguém.
- Filha, esse daqui é o Richard! - Ela me apresentou feliz.
- Prazer! A sua mãe fala muito de você. - Richard me falou simpático.
- O prazer é meu. Hum, espero que ela fale bem. - dei uma pequena risada - Esse é o , meu namorado.
- Muito prazer, . - Richard estendeu a mão para que a apertou logo em seguida. Foi nesse momento que vendo os dois um de frente para o outro que a minha ficha caiu.
- Desculpe, mas, por acaso você conheceu alguma Jesse ? - perguntei rápido para Richard.
- , que pergunta é essa? - minha mãe me olhou assustada e fez o mesmo.
- Conhece ou não conhece? - Ignorei minha mãe, fitando ansiosamente aquele homem a minha frente.
- Conheci, por quê? - Richard enrugou a testa.
- Você, er, teve... Você sabe... Relações sexuais com ela? - Perguntei sentindo minhas bochechas corarem, o tal do Richard devia estar me achando uma maluca.
- ! - Mamãe me repreendeu.
- Tive! Mas, por que essas perguntas? - Richard me olhou confuso.
- É VOCÊ! – Eu apontei pra ele enquanto e mamãe me olhavam com medo.
- O que tem ele haver com a minha mãe, ? – me perguntou.
- Eu o quê? Não estou entendendo! – Ele disse me olhando confuso.
- Como você conheceu ela? – Eu disse e minha mãe me olhava estranho.
- , venha já aqui! – Mamãe disse pegando em meu braço.
- NÃO, CALMA! Me responda, Richard, COMO você conheceu ela? – Eu soltei meu braço da mão de minha mãe.
- Ela era minha vizinha. - Richard coçou a nuca.
- Ahá! Eu sabia! Richard, esse é seu filho. - Puxei para meu lado.
- FILHO? - Richard disse alto.
- , você bebeu o quê? - minha mãe colocou a mão em minha testa.
- É verdade. Ele é o pai do ! Analisem comigo, eles eram vizinhos. O nome dele é Richard, não devem existir tantos Richard's nessa cidade que conheceram alguma Jesse, hã? - Terminei de falar me sentindo a própria Sharlocke Holmes, mas me olhava parecendo querer chorar.
- Eu tive um filho com ela? - Richard disse assustado.
- CHEGA! Vamos sair daqui e conversar lá fora. – Minha mãe puxou eu e para o lado de fora do salão sendo acompanhada pelo Richard. parecia não conseguir falar nada e mantinha seus olhos arregalados. Ao chegar do lado de fora eu segurei em sua mão e sussurrei que tudo iria ficar bem.
- , ele não pode ser meu pai... É muita coincidência... - apertou minha mão e uma pequena gota de lágrima escorreu dos seus olhos.
- Me explica essa história direito! Eu tenho um filho? - Richard andava de um lado para o outro.
- Sim, você tem! Não tenho dúvidas, tudo se encaixa! E além do mais vocês se parecem bastante. – Eu disse ainda de mãos dadas com .
- Não pode ser. – Mamãe levou uma das mãos a boca.
- Mas coincidências acontecem. Só temos que fazer o exame de DNA! Mamãe veja bem, você não acha que eles se paressem? - Sorri para ela.
- Realmente, são bem parecidos. - Mamãe abriu um pequeno sorriso.
- Meu Deus, eu tenho um filho! - Richard dizia abobado.
- Pai? – disse.
- Me dê um abraço, garotão! - Ele abriu os braços e o abraçou. Parecia cena de filme, mas vendo de perto e na vida real era bem mais emocionante. Mamãe chorou baixinho e eu a abracei, também sentindo algumas gotas serem derramadas por meus olhos.

e Richard conversavam animados em um canto do bar. Eu assistia aquela cena com alegria enquanto dançava com Alex no salão. Senti alguém me puxar e dei de cara com .

- , eu preciso falar com você e com o ! Me espera aqui que vou chamá-lo, ok? - parecia nervoso, e eu apenas sorri sem entender nada.
- Pode falar, ! - me abraçou e nós o fitamos esperando alguma resposta.
- Bem, eu queria pedir desculpas. Sem querer eu acabei atrapalhado o relacionamento de vocês... - Ele encarava as mãos encabulado - Eu confundi meu carinho de amigo com um sentimento maior. Me desculpe mesmo... - Sua voz ficou falha.
- , não tem problema! - me aproximei dele - Está tudo bem. - Levantei seu queixo e sorri.
- Mesmo? - Um pequeno sorriso tímido brotou em seus lábios.
- Claro, dude! Somos amigos! - nos envolveu em um abraço.
- SEMPRE! - Eu gritei e eles se olharam maliciosos - O que foi? - perguntei com medo.
- , é melhor você fugir, antes que a gente te pegue! - fez uma cara de maniaco.
- Por quê? - perguntei dando pequenos passos para trás.
- PEGA-PEGA! - gritou e os dois começaram a correr atrás de mim.
- Socorro! Alguém me ajuda! - Eu falava enquanto corria tentando achar um lugar para me esconder.
- Desista, ! Você está perdida! - disse quando eu tropecei em uma cadeira.
- Ah, não estou não. - Me abaixei e escorreguei passando por debaixo da mesa, batendo em alguém - Ai, desculpe! - Eu falei me levantando e ajudando a menina a minha frente a se levantar - Foi sem querer! - Sorri sem graça.
- Não tem problema. - A menina disse limpando o seu vestido.
- Peguei! - segurou em meus braços.
- Não valeu, ! Eu bati nela sem querer. - Fiz bico.
- Cherry? - abriu um largo sorriso.
- Amor! - A tal Cherry deu um beijo em .
- , essa é a Cherry. Cherry essa é a . - a abraçou e eu e - que acabara de chegar - nos olhamos sem entender nada.
- Muito prazer, Cherry! - sorri e ela me abraçou - Bem vinda ao grupo!

Capítulo 27*

Dois anos e meio haviam se passado. Richard e fizeram o exame de DNA e deu positivo. Eles sempre saíam para se conhecer melhor e estavam se dando muito bem. Mamãe e Richard casaram-se no civil e estão morando em uma nova casa em Londres. Eu e estamos dividindo o apartamento. O McFLY assinou contrato com uma gravadora assim como a The Suck's. Nossas vidas tanto profissional como pessoal se estabilizaram. está namorando firme com a Cherry, e eu fico muito feliz por eles. e ainda estão solteiros, curtindo a vida de rockstar. Alex, Luke e Brian, bem, esses também estão vivendo intensamente a fama. E hoje a noite será o último show da The Suck's em Londres antes de viajarmos pelo mundo fazendo uma grande turnê.

- E aí galera estão gostando do show? - Alex gritou no microfone escutando vários gritos animados da plateia.
- Que bom que estão! - sorri - Agora vamos tocar com exclusividade para vocês o nosso novo single, que se chama "Heart Of Glass". - Falei e o público começou a gritar mais alto.

Aquele arrepio de sempre subiu pelo meu corpo. ainda não tinha aparecido, ele havia dito que tinha uma coisa MUITO importante pra fazer com a banda e fiquei realmente chateada, mas resolvi nem ligar.
- VAMOS LÁ GALERA? – Alex gritou novamente e todo mundo gritou com ele.

"Once I had a love and it was a gas
(Uma vez eu tive um amor e foi muito bom)
Soon turned out, I had a heart of glass
(Logo descobri que eu tinha um coração de vidro)
Seemed like the real thing, only to find
(Parece verdadeiro, só para descobrir)
Much mistrust, love's gone behind
(Muita desconfiança, o amor passado para trás)

Once I had a love and it was divine
(Uma vez tive um amor e foi divino)
Soon found out I was losing my mind
(Logo descobri que eu estava perdendo a cabeça)
Seemed like the real thing, but I was so blind
(Parecia verdadeiro, mas eu estava tão cega)
Much mistrust, love's gone behind
(Muita desconfiança, o amor passado para trás)

In between, what I find is pleasing and I'm feeling fine
(No meio, o que eu acho é agradável e eu estou me sentindo bem)
Love is so confusing there's no peace of mind
(O amor é tão confuso, não há paz de espírito)
If I fear I'm losing you
(Se eu recear que estou te perdendo)
It's just no good, you teasing like you do
(Simplesmente não é nada bom)

Ooooh, woh oh
Ooooh, woh oh

Eu comecei a pular no palco, e senti que uma luz se focou sobre mim e outra no alto do meu lado esquerdo. Continuei a cantar mais a curiosidade estava me matando, por que todas as pessoas estavam olhando para cima?

Once I had a love and it was a gas
(Uma vez eu tive um amor e foi muito bom)
Soon turned out, I had a heart...
(Logo descobri que eu tinha um coração...)

Ainda falando a letra eu comecei a me virar para olhar para cima, mas do nada o microfone parou de funcionar e a luz toda do show se apagou apenas deixando uma luz em cima de mim e outra na esquerda. Olhei para os meninos assustada e eles sorriam para mim parecendo entender. O que fazia pendurado em uma corda pela cintura? Ele sorriu para mim e desceu por aquela corda parando no meio do palco. Alex lhe entregou o seu microfone. Parecia tudo combinado. Acho que eu era a única desinformada na história.

- Boa noite! - disse envergonhado, e eu pude escutar algumas meninas da plateia gritarem: "Oh, Meu Deus! É o do McFLY!"
- , o que é isso? - Perguntei baixinho e ele não me respondeu.
- E aí pessoal, estão se divertindo? – Ele falou no microfone. O que era aquilo? Ele ficou louco?
- , o que você está fazendo? – Eu disse e Alex fez sinal para que eu me cala-se.
- , nós já passamos por várias coisas. Algumas boas e outras ruins, mas foi com elas que eu passei a amá-la mais. E hoje, no seu último show aqui em Londres, antes da turnê eu venho lhe fazer um pedido. - Ele falava enquanto se ajoelhava tirando uma caixinha de dentro do seu bolso de trás da calça - Você quer casar comigo? - abriu aquela pequena caixinha vermelha onde continha duas alianças, as mais lindas que eu já havia visto.
Eu fiquei parada no meio daquele palco, todo mundo devia estar vendo a minha cara roxa de vergonha e assustada. O público começou a gritar: "Aceita! Aceita! Aceita!" e as palvras não saíam de minha boca.
- Então, o que me diz? - perguntou ainda ajoelhado.
- ... – As palavras saíram fracas de minha boca trêmula e eu escutei um "Ooooh!" da platéia.
- Eu te amo mais que tudo nesse mundo, , eu não sei mais o que eu sou sem você! – Ele continuava a falar enquanto eu olhava aquilo tudo maravilhada. Meus olhos se encheram de água. Meu sonho estava virando realidade, e era com , o cara que eu mais amava nesse mundo.
- Eu aceito! - Gritei e ele se levantou me segurando no colo e me girando enquanto nos beijávamos.
- Eu não disse que você não se veria mais sem mim? – Ele disse me colocando no chão e eu concordei com a cabeça sorrindo.
- Você é para sempre, . – Eu disse selando meus lábios com os dele outra vez.
- Eu amo você mais que tudo! - Ele sorria.

Foi assim que eu acabei casando com o , tivemos 15 filhos e a The Suck's acabou. Ok, brincadeirinha! Eu e as minhas piadinhas!
Voltando ao final perfeito...
Foi nesse momento que eu percebi que sempre fora o cara certo, e nossa história teve um merecido final feliz, ou seria um começo?

Para sempre,
e



fim.




Nota Das Autoras:
Jú*Barbie:Hey Baby's!
Ok, depois de ter lido a n/a da Clarinha eu decidi reescrever (lê-se: acrescentar) a minha. Ela estava tão chocha (?)
Enfim...
Cara, não sei nem o que falar! Heart Of Glass, depois de Trap Of Heart, virou meu amor! Amei escrevê-la, e espero que vocês tenham gostado de cada pedacinho dela assim como eu. =)
Vai ser realmente difícil me acostumar a olhar as atualizações das Fics aqui no site e não ver o nomezinho de HOG lá, mas o que me deixa feliz é saber que conseguimos conquistar cada uma de vocês com o nosso jeitinho de escrever. Espero que vocês tenham entrado na história e possam ter sentido o que quisemos passar à vocês.

Bom, não irei citar nomes, pois tenho medo de esquecer algum. Então, aqui vai um agradecimento geral para todas que comentaram. Agradeço pelo carinho, sempre! Obrigada pelos elogios e pelas críticas! São vocês que fazem das vidas, de nós, escritoras, um mundo mais alegre, nos incentivando com seus comentários. ;D~*
E sempre que eu puder estarei escrevendo novas Fics ;]~*

Um mega agredecimento pra nossa querida beta, Renatinha =) Obrigada por nos aguentar e nos auxiliar, baby. E obrigada pelos videos hilários que você fez com a Clarinha, acredite, eu chorei de rir hahahaha. MUITO BOM! ;P~*

Clarinha, minha gêmea! Cara, você sabe que se tornou muito especial pra mim! Obrigada por tudo! Me diverti escrevendo com você e com as madrugadas falando besteiras! "Eu dei tchau pra minha mão" hahahaha =D~* Os videos, as montagens e os desabafos! TUDO! Venha logo pra cá, hein? =)~*
Nunca imaginei que uma amizade a distância fosse se concretizar e tornar-se tão especial como a nossa. Só tenho a agradecer à você, minha Dylana-Pop *-* Adoro muito você! ~*

;*jinhos e mais uma vez muito obrigada sweet's ~*

Ps: Vale a pena fazer uma propagandinha =P~* EM BREVE uma nova Fic minha com a Clarinha, não deixem de ler =)~*
See ya ~*

Clarinha: Preciso respirar fundo e me segurar para não escrever demais. Acabou. Heart of Glass acabou. Isso é um pouco desconfortante pra mim, pois eu já meio que me acostumei a todo o dia entrar aqui e ver a caixinha dos comentários apenas aumentando e com certeza isso me deixava cada vez mais feliz.
Eu nunca escrevi uma fic muito longa na qual vários fatos ocorriam feito aqui em HOG, então eu nem sei por onde começar.
Bem, primeiro eu queria agradecer de coração à Jú! Minha dyh preferida, o que seria das minhas madrugadas e dias sem você no msn? Você com certeza virou uma amiga muuuuito especial pra mim da qual eu espero NUNCA perder! Obrigada mesmo, mesmo por tudo! Por todas as conversas, doideiras, conselhos, planos, risadas, vídeos e etc. Você me entende muito e pode contar cmg pra sempre (:
Rio de Janeiro te espera =P
Te adoro demaaaiis!

E claro! HOG não seria a mesma sem as nossas liiiindas leitoras que só me deixaram cada vez mais animada e feliz com os comentários maravilhosos! Todas as meninas que acompanharam desde o início, obrigada mesmo pelo carinho. À todas as meninas também que leram e deram o maior apoio e elogiaram muito a gente, muito obrigada mesmo!
HOG virou parte da nossa vida e com certeza o nosso xodozinho! Nos empenhamos muito nela para escrever cada fato que pudesse tocar você e que pudesse fazer com que você achasse real! E bem, tomara que tenhamos conseguido!
Ok, eu disse que não ia falar muito, mas é impossível!
MUITO obrigada a todo mundo, todo o carinho de vocês foi extremamente perfeito!

E se preparem, que venha mais fics em parceria de Juliana e Clarinha o/

Beijinhos gatinhas, amamos vocês ;*

E claro, um biiiig agradecimento para a nossa beta, Renatinha. Aliás sua Jones, o que seria de você sem mim? hahaha tô brincando =P
Obrigada por betar a nossa fic e por tá comigo sempre ! Te adoro muito pop ;*
Ano que vem tamos juntas de novo!



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