Prólogo
“Era uma vez uma pequena garota. Morava em sua pequena cidade, e vivia praticamente com os amigos. Como toda adolescente, tinha seus problemas, mas nada que não fosse normal – exceto um. Ela não podia ter tudo, mas tinha o que precisava. Tinha casa para morar, roupas para vestir, comida para comer, pernas para andar, enfim, tinha uma vida normal.”
Ok, não era ‘era uma vez’ porque é agora, e eu nem sou tão pequena assim – é o que eu acho. Sou e desde que era pequena nunca tive uma única cidade na qual passei todos os anos da minha infância, naquelas que, depois de anos, falar: “Eu passei os melhores momentos da minha infância somente aqui”. Com 17, quase 18 anos de idade eu era algum tipo de nômade sabe? Então. Eu, meu pai e minha mãe, vivíamos morando em várias cidades.
Conheci tantos lugares, nos quais me dei super bem, e uma boa quantidade de pessoas. As pessoas? A maioria incrível. E a quase dois anos agüento Kim e Paul grande parte do dia. Mesmo eles sendo idiotas, abobados, bixas e tudo o mais, eu os amo demasiadamente.
Eles são os melhores, definitivamente. Até quando estão bêbados. Mesmo eles falando que sou pior que eles quando bêbada, ainda acho eles piores. Eu não fico subindo em arvores das praças, não canto HSM ao volume máximo da minha voz as 4 horas da madrugada em ruas, e não faço muitas coisas piores que eles fazem. O mais ‘ousado’ que fiz quando estava bêbada, foi por meu piercing no lábio, mas dele eu não me arrependo nem um pouco.
Mudando o ‘tópico’. Amor; Eu nunca tive nenhum namorado, no máximo algum tipo de toyboy me enchendo o saco. E daí que eu não era daquelas garotas populares que tinham a escola toda a seus pés? Nunca liguei pra isso, e particularmente, ODEIO os populares. Só porque tem pessoas, pessoas e mais pessoas babando ovo por eles, eles precisam pisar nos outros? Arght.
E sim, eu já fui uma das vitimas de populares. 1ª série do segundo grau, Mickey Stuart, eu fiquei praticamente de quatro por ele (sem malícia) e tudo o que eu fui para ele foi apenas um objeto daqueles que se usa para depois jogar fora. Uma época eu até cheguei a pensar que o amava, mas não passou de uma mísera paixão forte.
Desde então eu literalmente peguei nojo deles, e prefiro mil vezes ser a loser que eu sou, do que ser qualquer outra coisa tipo eles.
Capitulo 1 - It’s all that I’ve got
“I'm prince Humuhumunukunukuapua'a, Amakahiki malahini who (with me!), Humuhumunukunukuapua'a, ooh hawana wakawakawakaniki pu pu pu. (everybody!).”
Ok, eu juro que MATO a Kim, ou mais provavelmente o Paul por ter colocado a porcaria desse celular despertar 8 horas da manhã em PLENO domingo. Alegria de pobre dura pouco; estava ótimo dormir, só que não. Isso, sua tonga, bem feito. Deixa eles mexerem nas suas coisas! É só dar liberdade que tomam conta.
Estiquei meu braço sobre o criado-mudo à procura do aparelho, mas nada dele. Se eu continuar ouvindo mais uns ‘humuhumunukunukuapua'a’ meus ouvidos vão estourar. Bem típico da bixa do Paul isso --‘. Além de eu ter que agüentar ele cantando isso quando está bêbado, o desgraçado me coloca a porra – Ok, desculpa os modos – de celular para tocar isso ¬¬.
Coloquei o travesseiro sobre a cabeça, tentando abafar o barulho. Ótima ressaca, ótimo jeito de acordar, ótimo celular, ótimos amigos, tuuudo ótimo. ‘Tá reclamando de que, menina? Pensa positivo, hoje é domingo.’ E o que o domingo tem a ver com a história? Nada, a não ser o fato de eu acordar cedo em um, enquanto poderia estar dormindo. Certo, respira, .
Me virei, voltando a deitar com a cabeça no travesseiro. Respirei mais uma vez, e misteriosamente, de uma hora para a outra, Ully pulou em cima da minha barriga, quase fazendo com que eu o jogasse longe por causa do susto. Ele podia ser um maltês e tudo o mais, ‘bonitinho e fofinho’ como todos dizem, mas eu sei o que ele realmente é; um pulguento – ‘tá, ele não tem pulga, mas da mesma forma é um u.u – irritante, que serve somente para destruir minhas coisas e me incomodar.
Quantas vezes eu saí atrás dele à noite nas ruas, chorando, porque ele fugiu, quando eu era pequena? Desesperada e tudo o mais? Ele parece ser super inofensivo, mas cutuque ele para você ver, principalmente quando ele tem algo na boca, por....
– ESPERA AÍ, CACHORRO MALDITO! O QUE VOCÊ ‘TA FAZENDO COM ISSO NA BOCA? – Ully levou um susto, jogando meu celular no chão e pulando da cama rapidamente.
Levantei e peguei o aparelho no chão, que, por incrível que pareça, não estava com marcas de dente, só com um pouco de baba de cachorro. Desativei o despertador, que até agora estava fazendo aquele maravilhoso som.
– Ully, vai lá pra baixo – Falei, e o cachorro, que estava dentro do armário, não saiu de lá.
Poxa, , ele gosta de você. Por que você trata o pequeno e indefeso animal assim? Há, pequeno e indefeso? Ok, eu não o descreveria assim se me pedissem, mas tudo bem. Ully fez uma cara tão linda, fazendo com que me esquecesse que estava brava com ele. Ele achou seu celular, agradeça a ele. Há há.
Fui ao banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Penteei o cabelo, e resolvi descer já que estava SEM sono no momento.
Desci as escadas, e entrei na cozinha, sendo encarada por meus pais.
- O que houve? Estou com o cabelo verde? – os dois continuavam me encarando, sem responder nada, porque, bem, eu nem dei tempo para eles fazerem isso. – Ou Kim e Paul desenharam no meu rosto enquanto eu dormia? – Sorri e os dois continuavam bem sérios. – AHHH, JÁ SEI! – estralei os dedos – Vocês finalmente decidiram me contar que eu sou adotada, porque vocês não podiam ter filhos. – Sorri cinicamente - Sempre achei isso porque sou diferente de vocês dois e...
- Não, , você não esta com o cabelo verde, Paul e Kim não desenharam no seu rosto, e por mais que você queira, você não é adotada, meu amor. – Minha mãe sorriu, e fez sinal para que eu me sentasse com os dois na mesa.
- Ahh... - Fiz cara triste (?) e me sentei com eles à mesa.
- Nós queríamos falar com você. – Meu pai, que estava quieto, falou.
- Falem então. Estou aqui, não? – Sorri, cortando um pedaço de bolo.
- À dias eu e sua mãe conversávamos sobre esse assunto, e finalmente chegamos a uma decisão. – Suspirei, já sabendo do sermão que meu pai iria dar antes de chegar ao assunto principal.
- Dá pra falar logo o que vocês decidiram? Sem rodeios – Coloquei um pedaço de bolo na boca, mastigando vagarosamente, pensando que eles iriam realmente adotar uma criança, coisa que minha mãe queria há muito tempo.
- , bem, err... Nós vamos nos mudar.
- Nossa, pai, que legal. Vou sentir saudades de vocês dois. – sorri tomando um gole de café.
- Você não entendeu, . Nós três vamos nos mudar.
PERA AÍ, COMO? EU NÃO OUVI DIREITO. NÃO. EU NÃO VOU. Eles que vão embora, porque eu NÃO vou. Eu fico no abrigo da cidade, ou em qualquer outro lugar, mas daqui eu não saio. Por que sempre que as coisas estão dando certo pra mim, eles vêm e estragam tudo?
Suspirei, tentando engolir a informação, mas ela não descia. Ficava presa na minha garganta, e na minha cabeça vinham ‘Tchau, Oxford. Tchau, vida velha. Tchau, Kim. Adeus, Paul. Tchau, casa. Tchau, escola. Até nunca mais, zelador. Tchau, vida.’ É, tchau, vida. Porque minha vida ACABOU ali. Sentia vontade de chorar, mas não ia fazer isso na frente deles.
-Co-como? – gaguejei. Não deveria ter feito isso, mas fiz.
- Nós vamos começar uma vida nova – mamãe colocou sua mão sobre a de papai – Começar do zero, tudo de novo.
Abaixei a cabeça com raiva. Queria que eles explodissem. Eles não são pais, são as cruzes que eu carrego. Nenhum pai e nenhuma mãe fazem a vida do filho ir mal. Nenhum pai e nenhuma mãe acabam com a vida do filho. NENHUM.
Ok, eles me amam e tudo o mais, mas por que é sempre assim? Poxa, eu tenho quase 18, quase a maioridade. Esperem mais um ano pra decidirem se mudar, e quando esse ano passar, eu não vou ser obrigada a ir junto. O que custa? Só mais, hum... 19 meses, não é muito esforço.
- Eu não vou. – Falei fria e decidida, subindo para meu quarto logo após falar.
Capitulo 2 – And soon we both will be there
Ok, mentira minha. Eu não fiquei em Oxford, eu não deixei meus pais, não deixei minhas coisas, nada disso. E não foi por vontade própria, foi por obrigação e ameaças de me tirarem TUDO. Se eles já não me tiraram, de qualquer forma. Mais uma vez loser, só que antes, eu pelo menos tinha amigos. E agora, em Londres, sozinha. Beleza de vida.
Meus pais que esperem, Quinn Allman vai descobrir que me ama, vai vir ao meu encontro, e nós iremos fugir, iremos para longe de meus pais. Ele não irá abandonar a banda, no caso, The Used, e eu serei a mulher exemplar (?) que está sempre com ele, dando o apoio que ele precisa. Seria perfeito, e, além de eu fugir com o Quinn, meus pais o ODEIAM. Hoho.
Eu os deixaria de cabelos brancos por fugir de casa, e ainda fugir com um cara que eles não suportar ver(?)/ouvir. E quanto a minha idade e a de Allman, não tem muita diferença, tecnicamente apenas sete anos de diferença, mas isso é apenas um detalhe. A gente ia ser feliz do mesmo jeito.
Bem, agora voltando, ficamos ainda duas semanas em Oxford. Passava o resto dos dias com Kim e Paul, que juraram vir me visitar e eu a eles todos os meses.
A distância não era muita, então o dinheiro não seria demais. E que se dana-se o dinheiro. Meus pais teriam que pagar. Eles que me fizeram vir, eles que não me deixaram morar com Paul, que mora sozinho. Deus sabe quantos “Aonde iria parar seu nome, com você morando sozinha com um GAROTO?” eu tive que ouvir.
Que preconceito, cara, nada a ver. Primeiro; porque até Kim moraria conosco, e segundo; Paul é homossexual.
É, pode rir, eu sei, às vezes é engraçado e um desperdício, porque Paul é super gostoso e bem bonitão 8D, mas a escolha é dele, certo? E caso você seja homofobico(a), não sabe o que está perdendo, porque é a melhor coisa do mundo ter amigo homossexual [N/a: e é mesmo a melhor coisa *-* /experiência própria].
Continuando, meu pai vai ser obrigado a pagar todas as despesas. Tem dinheiro pra mudar de casa, de vida, assim, de uma hora para a outra? Então que banque tudo de uma vez xD.
Acordei com a cara inchada na minha primeira segunda-feira londrina. Minha matrícula já estava feita, e terei que ir para a escola já.
Levantei, fui ao banheiro, e voltei. Coloquei a primeira calça jeans que vi dentro do guarda roupa, e peguei minha blusa branca com Bert, Quinn, Jeph e o Dan no logo da frente, e atrás, escrito com strass, um pequeno ‘The Used’. Como eu amo essa blusa *-*, ainda mais porque a ganhei de Paul, que comprou e personalizou ela com os strass.Certo, soou biba, mas e daí? A blusa tem valor sentimental enorme.
Calcei meu tênis, um all star bem usado, todo ferradinho, aquele que eu posso olhar e dizer ‘Que orgulho’ LSAKOKOAS. Minha mãe odeia que eu o use, fala que eu deveria me arrumar mais como garota e todo o blábláblá. Eu me sinto bem assim. Não ando como piazão e tals, mas não preciso e nem quero andar como minha mãe quer, que, no caso, seria igual aquelas nojentas e fúteis garotas metidas a pop.
Passei um lápis no olho e desci para sala, esperando papai me deixar na frente da escola.
Por que escolas grandes como esta não tem algum tipo de mapa para novatos como eu? Isso é enorme, cara, como eu vou achar as coisas até memorizar tudo? Na escola onde eu estudava, em Oxford, existia pelo menos MONITORES para isso. Subi a escadinha que tinha em frente ao corredor principal, observando tudo e todos.
Como eu sou foda, já sei distinguir as pessoas daquele lugar. Nerds, garotas populares – provavelmente animadoras de torcida – nerds, losers... Olha, até minha futura companhia. Nhah, não. Desiste de olhar pra eles, é melhor eu ficar sozinha mesmo.
Alguma espécie de bichos do tipo ‘eu curto metal, e pago de metaleiro, então não se meta comigo’ à direita, e um grupo de garotos. Quase certeza que eles seriam os pop-boys.
Garotas normais passaram cumprimentando eles, outras babando por eles e tudo o mais, então, realmente eles são os pop-boys. Eles eram bonitos e tudo o mais - principalmente o do meio, o garoto das boxers vermelhas – só que não eram bons o suficiente para mim. Digo, inteligência, é o que falta para a maioria deles que tem a cabeça mais cheia com perversões do que com qualquer outra coisa.
Esquecendo eles, finalmente achei a diretoria, onde ‘conversei amigavelmente’ com o diretor, que me apresentou ao Sr. Kim, o professor de química. Ele podia ser careca, parecer ser durão, usar óculos fundo de garrafa, mas era gente boa até. Sorte dele que eu sou boa aluna em química.
O sinal bateu, e como Sr. Kim era o professor da minha primeira sala, o segui até a sala. Quando chegamos esta estava cheia, e todos os barulhos de conversa acabaram quando nós entramos.
Professor os cumprimentou, e praticamente como um alto-falante, falou:
- Hoje é o nosso primeiro dia de aula – ele ficou um tempo fora, de atestado - E temos uma nova aluna: ... – eu ODEIO isso.
Todo mundo parou e olhou para mim, inclusive o garoto da boxer vermelha. Sorri timidamente para a sala, com vontade de entrar em um buraco para me esconder.
Simples, para você manter distância dos populares – zoações e tudo o mais – eles não devem saber quem é você, e aparentemente é o que Sr. Kim não quer que aconteça.
- Bem, Srta. , pode se sentar naquela carteira no canto – continuou Sr. Kim, e eu me sentei no fundo da sala. Um tanto isolada do resto, então, a melhor coisa. E melhor ainda, longe dos dois pop-boys que estavam naquela sala.
Peguei meu material, e observei a sala, parando meu olhar naquele garoto que também me encarava. Ele só tem de bonito a massa corporal, então você sossega o facho. Eu penso tanta besteira às vezes que dá até vergonha.
Passou algum tempinho e o professor começou a explicar a matéria – falando assim me sinto nerd. Se Paul e Kim estivessem aqui comigo, estaríamos dando tantas risadas, que iríamos para fora da sala, como o normal. – Sr. Kim se virou para nós, e encarou a sala.
- e Daniel, querem compartilhar com nós o que conversavam? - Sr. Kim os olhou, vendo eles abaixarem a cabeça negando. - Bem, esse bimestre, vamos começar com um trabalho em dupla para daqui 2 semanas. Antes que vocês comecem a querer escolher as duplas, um aviso, sou EU quem vai escolhê-las – a tropa de alunos começou a murmurar, parando ao ver a cara séria do professor. – E vocês poderão elaborar e finalizar o trabalho nas nossas aulas, que são poucas. Mas se quiserem fazer fora da escola em outro horário, tudo bem...
Eu não tinha do que reclamar, não conhecia ninguém, então, qualquer um que viesse comigo estava ótimo. e um nerd, e um nerd. Repetia mentalmente ouvindo Sr. Kim escolher as duplas. Seria bom ir com algum nerd. Além de nós dois irmos bem, eu acharia algum ser naquela escola capacitado para ter minha amizade. Ok, quase engasguei com meus pensamentos, e ri sozinha. Eu sou foda, esqueceu?
- , você vai com a nova aluna, – PERA, PÁRA TUDO. Era só o que me faltava agora. M-a-r-a-v-i-l-h-a ¬¬. É carma, só pode ser. Quando você menos quer se envolver com esse tipo de pessoa, mais você se envolve. Beleza, todo meu carinho por você, Sr. Kim, sumiu, assim, de uma hora para a outra.
Ok, sorria agora, porque ele está vindo pra cá. Tente parecer amigável pelo menos, , faça um esforço, é pelo seu primeiro trabalho. O encarei instantes antes dele aparecer em minha frente.
- Oi – Meu deus, que sorriso *-*. Tonga, Tonga, Tonga. Você deve pensar mal dele, esqueceu?
- Oi – respondi, sorrindo também.
- Bem, err, posso me sentar? – pediu apontando para a cadeira.
Não, pode ficar de pé. À vontade. Suspirei silenciosamente e respondi:
- Pode - ele sorriu, puxando uma cadeira e sentando ao meu lado
Ficamos em silêncio por um tempo, até ele falar algo:
- Bem... não é?
- É, mas se quiser me chamar de Ann, fique a vontade :D – seja simpática sempre, não importa com quem for. Mamãe lhe ensinou isso, amorzinho. Então, vai em frente.
- Ok... hum... pegou as folhas já?
Acenei com a cabeça, indicando que sim. Também falei que tinha uma noção de como fazer os exercícios. Aparentemente ele também sabia. Ponto para você, .
Passamos a aula tentando elaborar o trabalho e como íamos fazê-lo, até bater o sinal. E logo uma zinha apareceu na porta. Ele sorriu falando alguma coisa como ‘Jake, minha namorada’ antes de sair de perto de mim.
E daí que ela é sua namorada? Nem te pedi nada, meu amor. Mania essa que o povo daqui tem de falar cada coisa sua para os estranhos. Eu hein...
Olhei a garota, Jake, que também me olhava. Achou bonito é, honey? Também acho xD.
Apesar de suas micro roupas, de sua enorme paixão por cor-de-rosa, de todos os seus badaluques, de toda a maquiagem que parecia querer sufocá-la, ela era bonita. tinha bom gosto até.
Os dois conversaram um pouco antes de ele a beijar, fazendo com que a maioria das pessoas que estavam em volta olharem para eles como ‘Olha, eles estão trocando babinha ;O’. Argh ¬¬. Como essas pessoas não cansam disso? Se eles, os populares, no caso, jogam um fio de cabelo no chão, o povo praticamente morre para tentar pegar este para guardar como recordação. Que falta do que fazer, meu --‘.
Arrumei meu material e saí rapidamente da sala.
Acabado a aula, obviamente voltei pra casa ;D
Capitulo 3 – Without your love, I’m nothing but a beggar
Uma semana se passou desde que e eu estávamos fazendo o trabalho. Quando não fazíamos o trabalho na escola, nos encontrávamos num parque aqui perto de casa, todo verdinho, com as mesas debaixo das sombras.
E agora você pergunta, por que não fazíamos na minha casa, na dele ou na biblioteca? Bem, na minha casa, Ully provavelmente o atacaria – o que não seria ruim. HAHA. Certo, o real motivo? Err... Eu tenho as minhas razões ;~~. – Na casa dele? Não me arriscaria a ir pra lá, sabendo que Jake comeria meu rim no dia seguinte. Biblioteca é podre, todo mundo atrapalha e tudo o mais.
Apesar do parque ser clichê e tals, ele é super útil.
, huh, é bem diferente do que eu achei que fosse. Não é aquele popular metido a esperto, que se acha demais, que esnoba todos e tals. Tem algo de diferente nele sabe? Bem, se Paul me visse dizendo isso, diria que eu estava começando a me apaixonar.
Não. Garotas como eu não se apaixonam. Garotas como eu não podem gostar deles. Garotas como eu têm o coração de pedra.
Garotas como eu não se envolvem na mesma burrada duas vezes.
Definitivamente não.
Paul estaria blefando, certo? Ahh, , você quer enganar quem? Está gostando de um idiota, que TEM namorada e o pior de tudo é popular.
Prometi pra mim mesma que nunca mais ia gostar de garotos tipo ele e Mickey. Apesar de ser diferente de Mickey. E o Quinn mocinha? Vai abandonar seu amor platônico, é? Sua paixão, seus sonhos, tudo?
Estou ficando maluca, alguém me interna, por favor?
Conforme os dias passavam, o trabalho ficava melhor(?). era esperto e mais eu que sou foda *cooooof*. Então! Imagina a beleza que ficou aquilo. (yy)
Três dias para a entrega do trabalho, e eu estava perdida em algum dos corredores daquele colégio. Você quer o que? Não faz nem duas semanas que eu estava lá, não conhecia tudo ainda.
Alguma coisa começou a vibrar no meu bolso, até me dar conta de que o celular estava tocando.
- Ham?
- , seu pai está em reunião, e eu tenho que sair hoje ao meio dia, se importa de fazer seu almoço?
- Não, tudo bem mãe – Sorri, e ouvi passos ao fundo.
- Como vai o trabalho? Bem?
- É, eu estou terminando meu trabalho
- Hummm... e a propósito, a noite seu pai e eu vamos sair juntos...
- Vocês vão sair hoje? Hum, que bom.
- Ok, amor, tenho que desligar. Se cuida, beijo.
- Até de noite... Beijo – E desliguei. Não sei porque, mas não gosto de falar com minha família no telefone. Sai tudo brega alkoasoako.
Os passos aumentaram e me virei para ver quem era, encontrando caminhando e quase perdendo as calças, que eram 2 números maiores que o dele. Nós dois sorrimos.
- ?
- Oi, , queria falar com você. – falei, sorrindo, olhando os lindos olhos azuis dele.
- Tudo bem. Fala.
- Bem, meus pais – não sei o porquê, mais empaquei nessa hora ;~~ – ...Vão sair hoje. Acho que a gente pode finalizar o trabalho lá em casa, tudo bem pra você?
- Claro. Que horas então?
- Você que sabe.
- Ok! Eu apareço por lá.
Acabamos nos encarando, e abaixei a cabeça, tímida. Por que ele meche comigo? Sabe quando você sente aquelas borboletas no estômago? Então, era assim que eu estava me sentindo.
O sinal bateu e cada um foi para sua casa.
Era quase quatro horas quando bateu a minha porta (uii). Ele entrou, e fomos para alguma sala que mamãe inventou. Sentamo-nos à mesa, e logo Ully apareceu. E, por incrível que pareça, ele não atacou e nem nada, como faz com a maioria dos estranhos. O maltês olhou para nós, e saiu para algum canto da casa.
Ficamos terminando o trabalho e dando risadas com o decorrer do tempo. Sentia-me bem quando estava com ele, e as borboletas aumentavam cada vez mais. Vez ou outra acabávamos batendo nossas mãos uma nas outras, ou os joelhos por baixo da mesa.
Sabe aquela história de quando as pessoas ficam apaixonadas elas ficam bobas? Então, infelizmente é verdade. Eu não queria estar apaixonada, não queria gostar do , não queria estar boba como estou agora. Queria não ter saído de Oxford, porque daí nada disso teria acontecido.
A porta da frente se abriu e podemos ouvir alguns gritos vindo dela.
- Não era pra eles estarem aqui! – falei, lágrimas começaram a teimar em cair no meu rosto.
Eles derrubaram alguma coisa de vidro no chão, que se quebrou fazendo barulho. Mais alguns gritos ecoaram pela casa.
- CHEGA – não sei o que deu em mim, mas levantei rápido da mesa, e saí correndo de casa. Já estava escuro lá fora, e eu corria feito desesperada pela rua. Ouvi gritando meu nome. Céus! Esqueci-me dele completamente. Corri até o parque, e sentei na grama, ainda chorando. Alguns minutos depois, chegou e sentou ao meu lado. Olhei para ele e sorri amarelo.
- De... Desculpe... – falei, e colocou seu dedo indicador sobre meu lábio.
- Tudo bem. Eu entendo. – ele sorriu tentando me confortar.
- Entende?
- Quando eu era menor, meus pais brigavam assim às vezes...
- E agora?
- Agora? Agora eles não brigam mais...
- Mas com meus pais é diferente. É sempre assim. E parece que eles não sabem que eu ouço isso todo dia... – suspirei, e sequei minhas lágrimas na manga da blusa. - Foi por isso que a gente se mudou. Para eles tentarem parar de brigar. Tive que deixar meus amigos, minha casa, minha vida por eles. E quanto a eles? Não estão nem aí pra mim...
Continuei chorando, enquanto me olhava. Tudo o que eu tinha guardado dentro de mim, todas as mágoas, o rancor, tudo, ele ouviu.
E após eu terminar de falar, ele me abraçou. Não sentia o carinho de um abraço a um bom tempo. Eu sempre tinha Kim e Paul para me ajudar, e nesses dias que a gente chegou, eu ouvia mais e mais brigas, sem ter ninguém para me ajudar quando precisava.
Distanciamo-nos um pouco, e pude olhar para ele. Apesar de estar escuro, eu ainda conseguia ver seus olhos. Lentamente se aproximava de mim, e eu já podia sentir a respiração dele em minha bochecha. Logo encostou seus lábios aos meus, e aos poucos cedi ao beijo.
Passado alguns instantes, empurrei seu peito para longe de mim.
- A... a... Gen..te.. não... devia... ter... fei..to isso... – gaguejei olhando para ele. Levantei e saí rapidamente dali. Caramba, poxa, não brinca com os sentimentos dos outros.
Cheguei em casa, subi para meu quarto e bati a porta com força. Sempre que tudo está bem, acontece algo ruim. Mamãe veio bater na porta do quarto, mas a ignorei as duas primeiras vezes que ela bateu. A terceira vez que vieram bater, foi meu pai, que me obrigou a abrir a porta para ele. Com a cara inchada de chorar, abri a porta dando espaço para os dois entrarem.
- O que vocês querem? – sequei duas lágrimas que rolavam pelo meu rosto.
- Nós queríamos conversar com você. – meu pai olhou para mim sem nenhuma expressão facial.
- Eu não quero falar com vocês agora. – Continuei parada, ao lado da porta.
- Mas nós temos que conversar. Tudo isso que está acontecendo e...
- E você vai dizer o que? Que a culpa da briga de vocês é minha? QUE SOU EU QUE FAÇO O CASAMENTO DE VOCÊS DAR ERRADO? OU ATÉ QUEM SABE QUE VOCÊS VIERAM ME CONTAR QUE EU FUI UM ERRO QUE VOCÊS COMETERAM? – gritei chorando, vendo minha mãe chorar também.
- Não, não é nada disso. A gente só queria explicar...
- EXPLICAR O QUE, PAI? EXPLICAR O PORQUÊ DE MIL E UMA VEZES QUE VOCÊS ESTRAGARAM MINHA VIDA, ME FAZENDO LARGAR TUDO E COMEÇAR DE NOVO POR VOCÊS? – suspirei, e nós três chorávamos, deixando o quarto em silêncio por um tempo. – Eu cansei disso. Desde que eu era criança eu agüento essas brigas bobas de vocês, e caso vocês não saibam, isso machuca demais.
- A... a gente... Queria explicar... – mamãe começou entre soluços.
- Vocês não devem explicações pra mim, devem mais é para vocês mesmo. Às vezes eu acho que sou mais madura que vocês dois juntos, realmente. – suspirei a última vez – Quando saírem fechem a porta, por favor – entrei no banheiro e liguei o chuveiro,vendo a água cair enquanto chorava. Me despi e fiquei uma boa meia hora debaixo da água. Após sair do banho, fui direto para a cama dormir.
Capitulo 4 – All these thoughts locked inside, now you’re the first to know
Os fracos raios do sol que entravam pela cortina do quarto batiam em meu rosto, fazendo com que eu acordasse antes do despertador despertar. Arrumei-me e desci as escadas sem fazer barulho, encontrando meus pais na cozinha. Entrei, e tomei água em silêncio.
- Ontem nós conversamos, e decidimos parar com isso – Papai falou, e eu murmurei algo inaudível, sentindo um peso ser retirado da minha consciência.
Saí da cozinha, indo em direção a porta da frente. Ao dar os primeiros passos na rua, senti um vento gélido bater em meu rosto. Caminhei lentamente até o colégio, sentindo e vendo os primeiros sinais do outono londrino.
Cheguei na escola, e me dirigi aos fundos, parando em um gramado onde pouca gente ia. Sentei em um dos bancos, mexendo na terra com os tênis. Acabei nem ouvindo o sinal tocar. Quando me dei conta, estava 20 minutos atrasada para a aula. Como sabia que Sr. Kim não permitia atrasos, fiquei sentada lá mesmo, esperando a segunda aula.
Ouvi o barulho de passos na grama, vendo sentar na minha frente logo depois. Ficamos em silêncio por um bom tempinho, até eu quebrar este:
- Soube que você terminou com Jake. – Viu? Isso que dá ser popular. Todo mundo fala de sua vida.
- Soube?
- Uhum. , eu não quero me sentir culpada por isso. Você não devia ter terminado com ela ;~~
- Não foi sua culpa. Bem, de certa forma foi, mas não foi pelo be – é, , você não é a única que gagueja por aqui - beijo de ontem... – sentindo um pouco envergonhada, abaixei a cabeça.
- Não? - perguntei com a cabeça ainda abaixada.
- Não.
- Eu não entendo... – levantei a cabeça, e o encarei.
- , meu namoro com Jake estava bem frio, e nesses últimos tempos, ele congelou de uma forma rápida.
- Hum... Mas qual foi minha culpa nisso? – perguntei fazendo uma cara estranha, misturando dúvida com incerteza.
- Nesse tempo de congelamento do meu relacionamento com Jake, eu acabei me... me – gaguejou de novo, - apaixonando por você. Não era pra acontecer isso, mas quando vi, já estava acontecendo.
Sorri feito boba alegre, com vontade de sair pulando pelos cantos e gritando. Respirei fundo, tomando coragem e começando:
- Sabe, , eu também não queria, mas...
- Mas?
- Mas eu também sinto algo forte por você. Ultimamente, você tem sido a pessoa com quem eu mais converso, não importa o assunto, até mesmo sobre as meias do professor Stek – Gargalhei. Que tipo de pessoa fala das meias de seu professor quando está se declarando para alguém? Paul iria ter orgulho de mim. – Mas, de qualquer forma, você se tornou muito especial pra mim, me ajudando e me apoiando nessa última semana – parei de pensar em besteira – E eu não sei como uma pessoa pode se... Apaixonar por outra em tão pouco tempo – senti minhas bochechas corarem após ter falado isso.
- Eu estou amando você, – Minha vontade era de sair gritando para todo mundo ouvir o que eu acabei de ouvir. Mordi o lábio, vendo o garoto me encarar, esperando alguma resposta.
- Eu também estou amando você, – Então ele se inclinou para frente, encostando levemente seus lábios sobre os meus. mordeu levemente meu lábio, juntamente com o piercing que ficava no lábio inferior, e, antes de qualquer coisa, o som do apito do inspetor tocou em nossos ouvidos.
- Matando aula, não é? Secretaria. – Olhei abobadamente (?) para ele, e nos levantamos de mãos dadas, seguindo o inspetor para a secretaria.
Epílogo:
As coisas lá em casa haviam melhorado, não diria 100%, mas estava no caminho. Papai e mamãe pareciam estar se acertando. Realmente a bixa do Paul ficou orgulhoso de mim. As coisas por lá também estavam se acertando. Kim finalmente estava saindo com Bobby, e Paul achou um bofe para “passar as noites quentes de um outono ;P” como ele mesmo diz.
Passado oito dias, em um sábado havia me levado para jantar. Jantamos, e após o jantar, fomos caminhar para o parque que sempre íamos. Lá, ele me pediu em namoro, e eu posso afirmar que foi uma das noites mais perfeitas da minha vida. Estava realmente uma boba apaixonada. Mas, apaixonada por , sabe? O garoto popular que mudou minha vida.
Autora: Ana Luiza
Beta/Script: Brunna Mazie
N:a/
Ana Luiza
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