I Can't Explain This Feeling

Por: Cami
Beta: Cine
Revisão: kaah.jones



Eram recém seis e meia da manhã e o despertador tocava insistentemente. Alguns raios do sol começavam a inundar o quarto e apalpava o criado mudo à procura do bendito despertador. Depois de derrubar alguns livros e o abajur, ela achou aquela pequena máquina de tortura e a desligou.

- Merda! - Ela levantou sonolenta. Juntou o que havia caído e se espreguiçou, seria um longo dia e precisava estar de bom humor, mesmo que não tivesse razão para isso.

Abriu a porta do banheiro e se deparou com um monstro na frente do espelho, seus cabelos estavam armados, o lápis de olho borrado, suas bochechas marcadas com o tecido do travesseiro. Primeiramente ligou o chuveiro e tirou suas roupas, colocando-as em um canto do banheiro. O banho acordou-a de um jeito meio duvidoso, tinha a sensação que tudo iria dar certo aquele dia.
Desde quando eu fico tão bem humorada em acordar cedo para ir para a redação da revista?”, pensou , desembaçando o espelho.

- Coop! - gritou ao ver seu labrador deitado em sua cama, o cachorro deu um salto em direção a ela, que teve um motivo para sorrir. Aquele cão não era só um cão, era seu melhor amigo. "Que decadente" pensou , brincando com Coop.
abriu a geladeira à procura de algo bom e nutritivo pra comer, acabou encontrando um iogurte e um pacote de cereal no balcão. Comeu aquilo rapidamente e foi terminar de se vestir.
- Minha meia, Coop! – A garota saiu correndo atrás do cachorro que arrastava a meia pelo chão, fugindo de .

Como era final de novembro e os primeiros flocos de neve começavam a cair, o vento ficava cada vez mais gelado, anunciando que o inverno estava chegando. colocou seu sobretudo e sua manta em volta do pescoço, para se proteger do frio. Fez carinho em Coop e fechou a porta do apartamento.
Desceu de elevador até a portaria, cumprimentando o porteiro na saída. Quando abriu a porta da saída, observou que um caminhão de mudanças estava parado em frente. Saiu depressa para que os rapazes da mudança pudessem entrar com os móveis. Seguiu até a estação de metrô e pegou um que a levaria até o centro.

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- Anda logo, ! – gritava e esmurrava a porta do banheiro, onde se arrumava. Ele saiu pronto e perfumado.
- Como você é estressado, . – Ele falou sem pressa.
- Quando você, todos os dias, está estressado, todos temos que te agüentar. – disse entrando no banheiro e escovando os dentes.
- O que você tem hoje, ? – perguntou colocando o boné. virou para os três, encarando-os.
- Quando eu estou chato reclamam, quando eu estou de bom humor reclamam, se decidam! – Ele disse isso e desceu as escadas.
Eram sete e meia da manhã e os quatro estavam dentro do carro de Fletch, indo para o centro de Londres, onde teriam uma entrevista. Eles ficaram quietos metade do caminho, até quebrar o silêncio.

- A gente não vai se separar, né? – O garoto estava com uma cara de assustado. Os outros três olharam pra ele e não conseguiram segurar a risada.
- Não, , não vamos nos separar. – deu um tapa na cabeça de , que estava no banco da frente.
- É que primeiro vocês decidiram uma coisa que não estava nos planos, depois a gente fica quieto um tempão, vai saber! – falou encolhendo os ombros.
- Garotos! Prestem atenção! – Fletch os chamou.
- Fala chefe! – respondeu.
- Não falem das mudanças que estão ocorrendo no grupo, isso pode causar confusão, cuidem quando forem falar sobre as festas, garotas, etc. – Ele finalizou dando uma piscadela para eles, pelo retrovisor.
- Garotas? Que garotas? – perguntou, se fazendo de desentendido.
- Melhor assim. – Fletch estacionou o carro em uma rua pouco movimentada.

saltou do carro e viu uma placa indicando onde eles entrariam. Os quatro entraram lá acompanhados por Fletch. Ouviam gritos distantes.
- Vocês enganaram de novo as fãs? – perguntou aos seguranças.
- Elas estão cada dia mais obcecadas. - Um dos seguranças de quase dois metros de altura respondeu.
- Eu estou com medo! – fez menção de pular no colo de . Esse saiu fora, fazendo se desequilibrar e atingir uma garota cheia de papéis.
- Desculpa, moça! – falou e viu que a menina sorria boba. Ele olhou assustado para os amigos que riam da cara dele.
- Vo-você é-é do McFly? – Ela gaguejava e ajeitava o óculos.
- Não, eu sou um alien! – respondeu.
- Mas você é muito parecido com . – Ela prolongava a conversa.
- Pois é, agora eu preciso ir. – Ele disse e seguiu Fletch, até chegarem em uma sala pequena, onde havia televisão e algumas garrafas de água e biscoitos.
- Garota estranha. – falou, jogando-se no sofá aconchegante que estava no canto da sala.
- Vo-você é-é o ? – imitou a garota.
- Não, eu sou um alien. – imitou a voz de .
- Há,há,há muito engraçado, queria ver se uma vesga e gaga viesse falar com vocês. – respondeu às brincadeiras dos amigos e abriu uma garrafa de água.
Ficaram conversando por um tempo até alguém bater na porta e avisar que em quarenta minutos a entrevista seria feita. Pediram para alguém trazer um vídeo game reserva que sempre estava no carro do empresário deles.

XxX

chegava à frente do prédio que trabalhava, estava em seu último mês de estágio e sem nenhuma perspectiva de crescimento ali, era uma revista de influência na Inglaterra, mas não comportava tantos jornalistas, ela só iria terminar o estágio e procurar algo que a valorizasse mais. Um aglomerado de pessoas cercava a entrada da empresa, dificultando ela entrar no prédio.

- Eu trabalho aqui, caramba! – disse quando o segurança a barrou na porta. Ele a olhou de cima a baixo e cruzou os braços.
- Tem crachá? – Ele perguntou, se achando esperto. pegou o crachá na bolsa e mostrou para ele, que ficou surpreso.
- Tá bom assim? – perguntou estressada.
- Desculpa Srtª. . – Ele disse isso e abriu espaço pra ela entrar.
passou pela recepção e cumprimentou alguns conhecidos, entrando no elevador para ir até sua sala. Chegou a sua mesa e depositou em cima dela seu laptop, fez algumas ligações e começou a escrever uma crítica que seria postada no site da revista.
- Eu tenho que ler um livro horrível e ainda postar em um site! – Ela falava indignada para si mesma.
- Você tem uma chance em suas mãos para mudar isso, é só aceita-la. – Alguém falou atrás dela. Ela virou para encarar a pessoa que falava com ela. Era seu chefe.
- Bom dia, senhor Reynolds. – o cumprimentou ainda surpresa. Ele era um homem grande, nos dois sentidos, tinha uma barba ruiva e estava encostado na divisória das repartições.
- Eu queria convocar você para entrevistar alguns garotos de uma banda, a Sra. McFee não está muito bem. – O chefe falou calmamente, fazendo com que ficasse cada vez mais surpresa com a sorte que ela tinha. Mal sabia ela que seria testada, se aprovasse, seria efetivada.
- Claro que eu aceito, só não conheço a banda, quem são? – Ela o questionou.
- Ah, claro, bom, o convite foi aceito então, você tem vinte e cinco minutos para pesquisar sobre eles e fazer cinco perguntas para a entrevista. – Ele respondeu.
- Vinte cinco minutos? - perguntou preocupada.
- Sim, eles já estão esperando. – Sr. Reynolds respondeu.
- Como é nome da banda? – Ela perguntou ligando o laptop. - É McFly. Boa sorte. – O homem barbudo saiu dali tranquilo, sabia que ela faria um bom trabalho.

ficou estática, não conseguiu digitar a senha de acesso de tão pasma que estava. Ela entrevistaria uma das bandas mais famosas da Inglaterra e não estava nem um pouco preparada para aquilo. Sabia que havia vários fãs na porta e em cada canto do mundo, todos esperando por uma nova entrevista e os rostinhos bonitos na capa da revista.
- Calma, você consegue. – disse para si mesma, respirou fundo e finalmente conseguiu acertar a senha.

Embora estivesse nervosa, ela não podia deixar de estar feliz, ela poderia ter uma chance de ter um emprego de verdade. Precisava saber alguma coisa sobre a banda, não que ela não os conhecesse, apenas ouvia algumas das músicas. Abriu um site de buscas e digitou: McFly. Mais de mil resultados encontrados. Pôs-se a procurar algumas situações engraçadas e algumas campanhas que eles participavam.

XxX

Os quatro garotos estavam em frente a uma televisão jogando alguns games, quando a porta da sala se abriu, revelando uma garota encantadora. Os meninos a encararam e largaram seus controles na hora, levantando.

- Bom dia! – Ela cumprimentou-os com um aceno. Eles fizeram o mesmo e sentaram novamente no sofá.
- Eu sou o . – O garoto falou empolgado.
- Me desculpem, sou . – Ela estendeu a mão a ele, que a apertou.
- . – Ele disse sem graça, afinal, ela os vira jogando vídeo game.
- , a seu dispor. – disse galanteador.
- , encantado. – Esse, porém, beijou a mão da garota, que enrubesceu.
- Posso começar a entrevista? – perguntou depois da troca de olhares entre ela e .
- Quando quiser. – respondeu pelos outros.
- Bom, como eu sou responsável por informar às pessoas que os admiram e fazer isso da melhor forma possível, recolhi algumas perguntas mais requeridas pelos fãs e outras que talvez sejam interessantes.
- Pode perguntar, . – falou tranquilamente para ela, dando um sorriso para que ela pudesse prosseguir. ficou um tanto embaraçada com aquele sorriso, mas continuou.

Após algumas perguntas sobre as campanhas que eles vinham realizando tanto dentro do país quanto fora, chegou a hora de perguntar algo mais ‘interessante’.

- Como vocês estão sentimentalmente? – perguntou aquilo e, sem querer, olhou diretamente para , que sorriu mais uma vez pra ela.
- Eu ainda estou solteiro! – respondeu, fazendo carinha de cachorro pidão.
- Sem comentários. – falou, ficando vermelho.
- Conheci faz pouco tempo alguém realmente especial. – respondeu com um brilho nos olhos.
Quando foi responder a pergunta, seu celular tocou e ele teve que atender, pois era sua mãe.
- Que mãe? Não acredito! Tá bom, já estou indo. – desligou o celular e levantou.
- O que houve dude? – perguntou preocupado.
- Deu um problema e eu vou ter que sair. – Ele avisou os garotos. - Já ia esquecendo, prazer em conhecê-la. - sorriu e acenou com a cabeça.
ficou mais algum tempo conversando com os três, eles adoravam brincar e cada vez mais ela ficava encantada como eles eram queridos. Ela esquecera que estava em uma entrevista, fizera muitas perguntas, depois teria que editar, foi uma experiência ótima e lhe renderia uma ótima nota na faculdade.

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- Você tem certeza disso?- perguntou novamente para sua mãe. - Mas que empresa incompetente! – Ele bufou.
- Eles disseram que estava mal embalada e que não é culpa deles. – A mãe dele falou.
- Eles vão ter que pagar pra mim. Eles não sabem como é caro manter instrumentos bons pra banda. – colocava a mão na cintura, ainda indignado.
- Calma, isso vai ser resolvido. – Sua mãe tentava o acalmar.
- O resto da mudança tá pronta? – Ele perguntou, tentando disfarçar sua raiva.
- Quase tudo arrumado.
- Melhor assim, eu já posso dormir aqui hoje, né?
- Sim, seu quarto e a cozinha já estão prontos.
- Obrigada, mãe. Eu te levo pra casa. – deu um abraço na mãe. Saíram em direção a seu carro.

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pegou o metrô, ela trabalhava só na parte da manhã, então poderia estudar um pouco e editar a entrevista. Sentou sozinha em uma poltrona, já que não era um horário de movimento intenso, ao seu redor havia mais de três casais trocando carinhos.
Isso já está ficando deprimente, pensou. Pegou seu iPod e colocou os fones, queria se distanciar um pouco daquela vida entediante.
Chegou ao prédio e várias caixas de papelão estavam colocadas em frente ao mesmo, fazendo com que a calçada ficasse parcialmente interditada. Ela entrou rapidamente, o frio estava de congelar. Chamou o elevador, que não demorou a chegar. Ao entrar em seu apartamento, deu de cara com Coop deitado sobre o sofá, pegando um pouco do Sol que iluminava fracamente a sala.
- Hey, Coop! – o chamou, ele correu até ela, fazendo-a rir.
Pegou a chaleira que estava no fogão e a encheu para que pudesse preparar seu delicioso e inédito: miojo. Esperou até a água começar a ferver, fazendo aquele vapor aquecer um pouco o ambiente, que continuava gelado. Pôs a água junto à massa, que estava em um prato fundo, sobre a mesa.
- Pronto. – Ela sentou no sofá e comeu sua refeição. Lavou a pequena porção de louça e foi deitar na cama, iria passar toda entrevista para o laptop.
O telefone tocou na casa dela, mas a preguiça a impediu de levantar e ir até a cômoda atendê-lo.

Oi, aqui é a . Para deixar seu recado, aguarde o sinal.
- , querida, é a . Só para avisar, cheguei a Londres essa madrugada. Vou estar na minha casa o dia todo, se você quiser me visitar. Beijo.

se arrependeu de não atender, mas talvez mais tarde fosse visitar a amiga que estivera duas semanas em uma cidade do interior, trabalhando. A casa dela não ficava muito longe.
Já era três horas quando terminou de passar a limpo sua entrevista, decidiu organizar a casa e depois ir ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando em casa.
Ração para o Coop anotava mentalmente tudo que precisava comprar.

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estava ainda deitado na cama, fazia tempo que não descansava. Mas não demorou muito para o sossego ser interrompido. O celular não parava de tocar então, decidiu atendê-lo.
- Alô?
- É o , dude. – A voz do outro lado se identificava.
- Pra me incomodar, só podia ser mesmo. – brincou.
- Dude, você vai vir aqui em casa para o ensaio da nova música?
- Claro, daqui a meia hora eu estou aí.
- Estamos te esperando. falou e desligou o telefone.

levantou e lavou seu rosto com água fria, para acordar um pouco. Pegou a chave do carro e fechou a porta de seu novo apartamento. Apertou o botão do elevador e viu pelo visor que havia em cima da porta, que este estava no 3º andar. Decidiu ir pela escada, assim faria um exercício e ganharia tempo.

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chamou o elevador que logo estava parado em seu andar, sabia que era preguiçosa por não ir de escada, pois eram apenas três andares. Ao chegar a portaria viu um garoto de fisionomia não muito estranha entrando na porta que daria para a garagem. Outro vizinho desconhecido, pensou . Saiu do prédio com receio do frio que estaria fazendo lá fora, mas não se importou, a neve a encantava.
Ela puxou o sobretudo para mais perto de si, para ter a sensação que sentiria menos frio, ia caminhando quando um carro passou por ela, que sentiu que estava sendo observada. Caminhou duas quadras até o mercado. Comprou algumas frutas, leite, cereal, iogurte, chocolate e ração. Saiu do mercado carregada de compras.

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passou de carro pela rua do seu prédio e, jurou que conhecia aquela garota que prendeu sua atenção enquanto caminhava. Mas não a reconheceu. Ficou a observando pelo espelho retrovisor, mas nem assim conseguiu. Sendo assim, dirigiu-se até a casa de .
- Como está o apartamento novo? – perguntou.
- Até agora está tudo bem. – respondeu.
Os quatro papearam sobre a entrevista da manhã e narraram para como a garota que fizera a entrevista era divertida. Era isso! deu um salto.
- Era ela! Era ela! – disse com os olhos brilhando.
- Ela quem? – perguntou confuso.
- A garota que eu vi andando na rua era a jornalista. – respondeu ainda empolgado.
- Tá e daí? – não entendeu.
- E daí que ela estava na minha rua!
- Ela só estava passeando por lá.
- É mesmo. – disse desapontado. – Eu gostei tanto dela.
- Ela se afeiçoou por você, também. – falou.
- Sério? Como você sabe?
- Ela ficou toda preocupada com sua saída repentina e quando você beijou a mão dela ela ficou vermelha. – disse para , que tinha brilho nos olhos novamente.
- Mas já é tarde. Não vou ficar me enganando desse jeito, nós nem conversamos direito. – completou. – Talvez ela seja só mais uma fã que sonhe comigo todas as noites. – Ele disse dando de ombros.
- É melhor esquecer mesmo. – disse encerrando o assunto.
Eles começaram a ensaiar até à noite, quando apenas as estrelas iluminavam o céu negro. se despediu de todos e seguiu para seu apartamento. Quando entrou em sua rua, prestava atenção nos mínimos detalhes, talvez algum deles pudesse revelar onde a jornalista morava. Mas quando chegou em frente a garagem do seu prédio, desistiu de procurá-la, Londres era grande demais para ela morar tão perto.

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chegou do mercado e colocou tudo em seu devido lugar, lembrou que queria ver sua amiga que recém tinha chego de viagem. Desceu até a portaria e viu o mesmo carro que havia saído mais cedo entrando novamente na garagem. Aquele carro era daquele mesmo carinha que a fez lembrar de alguém. Mas não conseguia lembrar quem. Trancou a porta da frente do prédio, já que essas horas o porteiro estava descansando para a guarda noturna. Caminhou cinco quadras até chegar a uma rua que havia, no mínimo, vinte casinhas iguais. O único problema é que morava ali e, ela não lembrava qual das casas era. Ótimo, pensou .

- ! Qual é o número da sua humilde casa? – perguntava ao telefone celular.
- Algumas coisas tu lembra sempre, outras não. – respondia ao telefone.
- Diz logo, minha conta já está muito alta esse mês! – exclamou.
- Tá bom, é 1459. – disse.
- Estou chegando. – disse e desligou o celular.
A garota chegou na frente do número dourado 1459, que reluzia com as fracas luzes vindas dos postes que acompanhavam a rua pouco movimentada. Abriu o pequeno portão de ferro e subiu com cuidado os poucos degraus que estavam cobertos de neve. Tocou a campainha insistentemente e viu a luz do hall acender e ouviu as chaves sendo rapidamente colocadas na fechadura, abrindo rapidamente a porta, revelando sua amiga com um blusão de lã e segurando uma xícara de chá.

- ! – puxou a garota para dentro de casa e a abraçou.
- ! Que saudades! – respondeu ao abraço.
Elas entraram em casa e acendeu a luz da sala, já que ela estava em seu quarto, desarrumando as malas. Sentaram no sofá que ficava em frente à lareira que crepitava alegremente em um vermelho alaranjado, fazendo com que a sala ficasse ainda mais aconchegante.
- Como você ficou aqui sem mim? – perguntou e foi em direção à cozinha que ficava junto à sala, somente sendo separada com uma bancada. Serviu chá em uma xícara igual a dela.
- Desamparada e somente conversava com o Coop. – aceitou a xícara quente de chá que sua amiga oferecia a ela. sentou novamente ao seu lado.
- E o trabalho? – Ela perguntou e tomou um grande gole de seu chá.
- Praticamente a mesma rotina. – disse desapontada.
- Isso vai mudar quando você for efetivada, você sabe que vida de estagiário é verdadeiramente uma escravidão. – falou. sabia que ela entendia isso, pois afinal, ela passara por estágio antes de se formar.
- Eu sei, mas hoje foi um pouquinho diferente. – disse e tomou mais um gole do chá de maçã que a amiga havia preparado.
- É mesmo? O que aconteceu? – Ela perguntou interessada.
- Entrevistei uma banda, carinhas legais. – respondeu sorridente e lembrou do carinha mais legal. Sorriu involuntariamente.
- Quem são esses carinhas? – perguntou rindo. - Chega de falar de mim! – disse de repente. – Como foi a sua viagem ao interior da Inglaterra?
- Perfeita! Fiz o meu trabalho e ainda conheci um cara diferente de todos que eu já conheci. – falou sorrindo.
- Esse cara mora lá? – perguntou apreensiva, namoro à distância devia ser a pior coisa que poderia existir em um relacionamento.
- Não! Ele mora aqui, em Londres! Daqui a pouco ele vai vir aqui. Faz uma semana que a gente se conheceu e ele é charmoso até de mais. – disse. Quando ela dizia aquelas palavras, parecia que sua felicidade ficava cada vez mais estampada no seu rosto.
- Não sorri demais, dá câimbra. – falou já se irritando com tanta felicidade. Porque não sobra nenhum pouco de alegria para mim? Pensou .
- Começou a senhora "negativismo em pessoa". – falou largando sua xícara na mesa de centro.

Elas começaram a conversar sobre outras coisas que não envolvessem nem trabalho, nem sentimentos. Até que a campainha tocou e saiu pulando e parou em frente ao espelho para se ajeitar um pouco. Mexeu um pouco nos cabelos e abriu a porta lentamente. virou para ver quem era o tal carinha que havia conhecido. Mas seus olhos não acreditaram no que via.
- Que saudades! – Ele falava abraçando ela com vontade, levantando-a no ar. Tinha um buquê de flores em mãos. não podia mais deixar de acreditar em coincidências.
- Demais! – disse quando já estava no chão. Ele estendeu as flores pra ela, que aceitou e as deixou em cima da mesa que havia no hall. Ele pegou em sua mão e ela o arrastou até a sala, onde se encontrava com a cabeça entre as mãos.
- ! – a chamou. não queria sair daquela posição, seria no mínimo vergonhosa aquela cena de apresentação.
- Oi! – saiu do seu casulo vermelha feito um pimentão.
- esse é o . – apontava dele para .
- ! Eu a conheço, . – disse sorrindo e cumprimentando .
- Sério? De onde? – perguntou curiosa. sorriu amarelo.
- Eu entrevistei a banda dele hoje de manhã.
- Foi uma das melhores entrevistas que já respondemos. – Ele falou abraçando pela cintura, fazendo a garota sorrir.
- Por que você não falou antes? – perguntou.
- Porque eu não sabia que você era namorada dele. – disse normalmente, como se aquilo fosse óbvio. de repente parou e olhou para , como se tivesse de algo importante. – Era da que você estava falando hoje na entrevista?
- Sim, era. – respondeu orgulhoso, mas ao mesmo tempo envergonhado.
- O que você falou, ? – o olhou curiosa.
- Espera a nova edição chegar! – respondeu antes que ele pudesse responder.
- É, espera. – Ele falou dando um selinho nela.
- Conspiração! – falou.
- Bom, já está na minha hora, é melhor eu ir pra casa. – falou vendo o relógio da cozinha marcar oito e meia da noite. Ela pegou a bolsa que deixara na poltrona.
- Não quer ficar? – perguntou.
- Eu não sirvo de vela. – falou, fazendo e sorrirem.

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tomou um banho rápido, já que o chuveiro que estava instalado não era o seu e esse não deixava a água tão quente. Pegou a toalha que estava posta em cima do vaso sanitário e se enxugou. Foi até a cozinha com a toalha enrolada na cintura, deixando as pegas úmidas dos pés no chão. Voltou alguns passos e ligou o som em alguma rádio da cidade, deixou na estação que apresentava especial anos sessenta.
- Por favor, uma pizza de calabresa. – pedia por telefone a um tele-entrega. Deu seu endereço e a atendente disse que levaria vinte minutos para a pizza chegar.
Sentou em uma almofada que por enquanto lhe servia de sofá, até o sofá que ele havia comprado chegasse. Ligou a televisão, mas não encontrou nada que lhe atraísse atenção. Levantou e foi procurar, em uma das caixas, os DVDs que ele tinha. Encontrou-os no fundo de uma delas, escolheu um qualquer e o colocou no aparelho.

XxX

chegou e rapidamente entrou no prédio, pois o vento gelado estava ficando cada vez mais forte, na manhã seguinte talvez tivesse mais neve cobrindo as calçadas e ruas de Londres. Notou que havia um entregador de pizza impaciente esperando o elevador chegar.

- Oi, você está com pressa? – perguntou simpática, o que não costumava acontecer. O moço com uma jaqueta escrita Uncle Jeff’s Pizzas a olhou e afirmou com a cabeça. pegou a caixa de pizza que ele segurava.
- Eu entrego, é só me dizer qual apartamento. – disse.
- É o apartamento – Ele olhou o bloco de notas – número 501. – Ele disse.
- Na cobertura, ok. Pode deixar que eu entrego. – falou e pagou o entregador, ele agradeceu e saiu correndo do prédio.
- Deve ser duro trabalhar nesse frio em cima de uma moto. – O porteiro comentou com .
- Pois é. – disse. – Esse é o vizinho que se mudou hoje de manhã?
- Sim, ele é muito simpático. - Ótimo, bem, vou indo Sr. Padgham. – Falou ao ver o elevador abrir as portas para ela passar.
Entrou no elevador e apertou o botão de número cinco. Levaria a pizza ao vizinho, ela ainda não o conhecia como não conhecia os outros também. Olhou-se no enorme espelho do elevador e se arrumou um pouco, tinha que causar uma boa impressão ao mais novo vizinho. Quando o elevador anunciou que chegara ao seu destino, saiu dando um passo para ver se era realmente ali ela deveria estar. Viu no final do corredor uma porta com o número 501 e avançou até lá. Tocou a campainha e ficou aguardando.

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foi acordado com o som estridente da campainha, levantou-se lentamente e foi até a porta, cambaleando de sono.
Deve ser a pizza,” pensou . Olhou pelo olho mágico. Não podia acreditar que ela estava parada na frente da sua porta com uma pizza em suas mãos. Ele rapidamente olhou para o reflexo dele no vidro da janela para ver se estava apresentável.
- Toalha! – gritou com ele mesmo. Foi correndo até o quarto e procurou em meio à bagunça que estava seu guarda roupa, que ainda não estava organizado, uma roupa que pudesse vestir, que não tivesse amassada ou suja.

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tocou mais uma vez a campainha, talvez ele não estivesse em casa. Mas daí ele não teria pedido a pizza, pensou . Ela escutou alguns passos dentro do apartamento, tentou abrir a porta, mas estava trancada.
- Hey, tem alguém aí? – gritou encostada a porta. Os passos estavam cada vez mais próximos.
- Já atendo! – Ouviu alguém gritar do lado de dentro.
- Ok. – murmurou.
Ela encostou-se na parede contrária a porta, estava exausta. Escutou os mesmos passos se aproximando e alguém destrancando a porta. não estava esperando ver aqueles dois olhos tão de repente.

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a olhou de cima a baixo sem pestanejar, afinal ela era absolutamente bonita, estava com um sobretudo preto, uma manta que rodeava todo seu pescoço e sapatos confortáveis nos pés. Ele sorriu ao ver ela surpresa.
- Não sabia que trabalhava em uma pizzaria. – Ele perguntou tentando quebrar o constrangimento. balançou a cabeça, na tentativa de acordar.
- Hm, bem, eu, eu não trabalho. – ficou mais uma vez envergonhada na presença dele. Que diabos está acontecendo comigo?! pensou.
- Quer entrar? – falou e abriu espaço para que ela passasse pela porta. não sabia o que responder, seu corpo respondeu. Ela simplesmente deu alguns passos sem que sua mente comandasse qualquer movimento.
- Claro, se não for incomodar. – respondeu, ela já estava dentro do apartamento mesmo.
- Você não incomoda. – disse fechando a porta atrás deles. ficou esperando ele passar à sua frente, o que não aconteceu.
colocou sua mão sobre o ombro de , que sentiu calafrios no momento do toque. Ele passou o braço pelos ombros dela e os dirigiu para a cozinha, que era a peça do apartamento mais arrumada.
- Sente-se. – Ele puxou a cadeira para que ela pudesse sentar. Tirou a pizza das mãos dela e a pôs no forno, que já estava pré-aquecido.
- Obrigada, . – disse e sentou-se no lugar que ele havia indicado.
- Janta comigo? – O garoto propôs. - Não, deixa, eu preciso ir pra casa. – fez menção de se levantar, mas a pegou pela mão, fazendo-a sentar novamente.
- Eu lhe imploro, , janta comigo? – pediu de novo. sorriu ao ver a cara que ele fazia.
- Comer pizza nunca é demais. – falou e se acomodou melhor na cadeira, fazendo sorrir mais uma vez.
Ele deu as costas a ela e começou a retirar algumas coisas que estavam na mesa e colocando uma toalha xadrez nela. levantou para ajudá-lo, mas ele a impediu.
- Quer parar quieta, mocinha? Você é minha convidada. – disse olhando diretamente em seus olhos.
- Desculpa, chefe. – bateu continência, fazendo-o rir alto.

Ele procurava os pratos em algum dos armários e ela o observava atentamente. O jeito que ele se vestia era divertido, as peças não combinavam entre si, mas todo conjunto ficava charmoso nele. Quando sorria parecia que o mundo inteiro sorria com ele, era absurdamente lindo.
- Desculpa te perguntar, mas como você veio parar no meu apartamento com a minha pizza em mãos? – perguntou de repente, fazendo sair do transe.
- Infelizmente, ou felizmente, eu sou a sua vizinha. – Ela falou e ele simplesmente virou-se para ela.
- Felizmente, você é minha vizinha. – novamente jogava seu charme nela.
- Não tenha tanta certeza disso, querido. – sorriu malvada. Ele colocou os pratos sobre a mesa.
- Veremos. – Ele deu uma piscadela pra ela.
- Então, eu estava chegando ao prédio e avistei um pobre entregador de pizzas atarefado e apressado, esperando o nosso humilde elevador chegar à portaria, então, como uma boa garota, eu paguei a pizza e o deixei livre para continuar seu nobre trabalho. – contou a , que prestava atenção.
- Lembre-me de pagar à simpática garota, minha humilde pizza, que agora eu divido com você. – terminou e colocou a pizza no centro da mesa.
- Lembrarei. – disse e serviu a pizza para os dois.

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A noite passou rápido e a lua brilhava no céu, e riam das coisas sem graça que cada um dizia. Mas notou que ele bocejava, então, decidiu que já era hora de voltar para casa, pois ela mesma estava exausta e na manhã seguinte teria que trabalhar.

- Bom, eu vou indo. – anunciou, se levantando. levantou junto com ela e arredou a cadeira dela, para que ela pudesse sair. Os olhares se cruzaram por um pequeno momento, fazendo com que os dois sorrissem docemente.
- Muito obrigado pela companhia. – falou enquanto ele abria a porta para ela. se voltou para ele e baixou a cabeça levemente.
- Obrigada pela pizza. – Ela disse olhando novamente para ele.
- Foi um prazer. – O garoto falou e ela passou por ele.
- Tchau, .
- Boa noite, .
esperou até entrar no elevador e fechou a porta. Foi até a cozinha e viu a caixa de pizza em cima do balcão da pia e lembrou que não havia pagado pra ela. O único problema é que ele não sabia o número do apartamento dela, mas na manhã seguinte descobriria.

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entrou em casa e largou sua bolsa no sofá, juntamente com seu casaco e manta. Seu cachorro veio correndo com o rabo abanando em direção a ela, fez carinho nele e o cão logo se aquietou na sua cama, no canto da sala. Ela não parava de pensar na noite que teve. Não parecia real. Alguma coisa iria acontecer errada, como tudo acontecia em sua vida, ela iria tratar de esquecer os sorrisos e olhares trocados. Ponto.

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A manhã chegou e, junto com ela, o barulho gostoso do vento batendo nos galhos das árvores do lado de fora. acordou às oito horas, já que esse dia ela iria editar a entrevista junto com o chefe e com a editora chefe da revista, a reunião seria as dez. Levantou se espreguiçando e refez a rotina ao acordar.
abriu as cortinas da sala e viu a neve que cobria os telhados das casas do bairro. Algumas pessoas passavam pela rua encasacadas e dois ou três casais caminhavam abraçados, para manter o calor entre eles. ouviu o apito do microondas avisando que a água já estava aquecida, foi até a cozinha e preparou seu café. Notou que a casa estava uma bagunça, pois esquecera de organizar no dia anterior, mas lembrou que a faxineira iria vir naquele dia.
Pegou suas coisas para ir ao trabalho, ainda teria que pegar o metrô. Abriu a porta do apartamento, mas, antes de dar um passo se quer para fora, encontrou um envelope em cima do tapete de florzinhas, que estava em frente à porta.
Agachou-se para pegar o envelope e levantou novamente. Viu que não estava selado, mas leu seu nome na frente. Abriu.

Fazia tempo que eu tinha uma noite tão divertida, obrigado por compartilhar comigo. Estou saindo em turnê hoje à noite, talvez não nos vejamos mais por um tempo. Beijo, .
Ps.: O dinheiro da garota simpática está junto ao envelope. Outro beijo.


- Eu sabia que não iria dar em nada! – exclamou pra ela mesma. Viu o dinheiro da pizza e largou em cima da mesinha, fechando a porta com força.

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- Preparados para a turnê? – Fletch perguntou aos garotos que estavam reunidos em uma sala na gravadora. e responderam rapidamente que sim. Os outros dois não estavam prestando nem um pouco de atenção na conversa que o grupo estava tendo. - ? ? O que vocês têm?
- Eu pedi ontem a em namoro. – falou desanimado, colocando a cabeça entre as mãos.
- Você já disse pra ela, não? – pediu preocupado.
- Já. Em dois minutos de namoro eu já a fiz chorar, eu sou um idiota mesmo. – bateu a cabeça na mesa, sendo impedido na segunda vez por .
- Ela vai aguentar, dude. – disse colocando a mão no ombro de .
- Ela disse isso. Mas o problema é que eu não vou. – O garoto falou decepcionado.
- E você ? – agora perguntou. os olhou como se tivessem atrapalhado ele em alguma coisa muito importante.
- Não interessa. – Ele respondeu curto e grosso, retornando a posição inicial, cabeça baixa.
- Nossa, eu só queria ajudar! – falou ofendido. olhou novamente pra eles e percebeu que eles não tinham culpa de nada.
- Desculpa dudes, mas é que realmente eu não sei o que dizer pra vocês, não sei um jeito de dizer isso sem ser clichê demais.
- Não precisa, , quando tu quiser dizer, diga, não se sinta pressionado. – disse amigável.
- Que gay, dude! – riu da cara de . Todos outros riam também da perseguição dos dois.
Eles almoçariam juntos e depois voltariam cada um para suas respectivas casas, para arrumarem as malas.

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saiu da sala de reuniões sorridente. Finalmente conseguira ser efetivada, estava muito feliz. Esquecera o que a deixara irritada no início do dia. Iria almoçar com , talvez ela a distraísse um pouco. Como seus chefes deram o resto do dia de folga pra ela, conseguiria descansar um pouco. Foi até sua mesa e pegou sua bolsa, depois do almoço talvez fizesse algumas comprinhas.
Desceu até a portaria e encontrou sentada em um dos sofás, esperando por ela. Elas se cumprimentaram e saíram de braços dados para fora do edifício. O vento estava gelado, mas elas decidiram mesmo assim ir andando até o restaurante. Atravessaram duas quadras e chegaram ao Picadily Circus, que já estava em clima de Natal, que seria em breve. Encontraram o restaurante que iriam almoçar e seguiram até lá.
Entraram lá e retiraram os casacos pesados, já que em qualquer que fossem teriam aquecedores prontos para esquentar o ambiente. Sentaram em uma mesa que dava toda a visão da Picadily Circus, as pessoas passavam apressadas com os casacos grudados no corpo, para combater o frio.

- E aí, , novidade? – perguntou quando se acomodaram no lugar.
- Aleluia, sim, tenho uma novidade. – exclamou.
- Fala logo! – pediu. se ajeitou na cadeira.
- Eu fui efetivada! – A garota disse empolgada, deu um grito de comemoração.
- Ai, que ótimo ! – saiu do lugar para poder abraçar a amiga.
- É, eu estou muito feliz.
- Mas eles te testaram quando? – perguntou curiosa. lembrou um dos motivos.
- A entrevista com o McFly foi um teste. – falou cabisbaixa.
- Hey, o que houve?
- Nada não. E você, tem alguma novidade? – Ela perguntou fugindo do assunto.
- Ai, o me pediu em namoro ontem. – deu um sorriso ao falar isso, que logo desapareceu.
- E você?
- Aceitei.
- Então, por que essa cara? – perguntou, não entendendo a reação da amiga.
- Porque logo depois ele me disse que iria começar a turnê hoje. – deixou escapar uma lágrima. pegou a mão da amiga que estava sobre a mesa.
- Vai passar logo... – disse pra amiga – eu espero. – Completou, como se quisesse acreditar que aquilo iria acontecer.
- Eu quero que passe. – falou limpando a lágrima que ainda escorria pelo seu rosto quente.
sentiu um aperto no coração, só não sabia o porquê, ou não queria admitir que aquilo estivesse acontecendo de verdade. Ela só estava cansada de ficar sozinha.

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acabara de almoçar e foi correndo para casa, não via a hora de falar com . Chegou ao edifício e subiu as escadas rapidamente até o terceiro andar. Reconheceu a porta e o tapete de florzinhas, tocou a campainha. Sem resposta. Consultou o relógio, que sempre mantinha no pulso, eram três horas da tarde. Tocou novamente. Nem sinal de alguém lá dentro. De repente escutou arranho na porta, vindo do lado de dentro do apartamento. "Só um cachorro" pensou .
Ele desistiu de tentar bater na porta, então subiu até seu apartamento, ainda precisava arrumar sua mala e guardar as coisas da banda, já que o estúdio de ensaios ficava na cobertura do apartamento.

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e , que estava de férias, foram até a Harrods, fazia tempo que elas não saíam juntas. comprou algumas roupas e um óculos de sol, comprou blusas e um tênis. Ficaram um bom tempo experimentando as roupas, mais um tempo na fila para pagar as compras. Saíram da loja de departamento eram seis horas da tarde. Pegaram o metrô até a estação em que as duas desciam. Depois cada uma seguiu seu caminho.
- Tchau, .
- Tchau, dê boa sorte para os garotos por mim. – disse, sabendo que iria se despedir de .
- Mando sim.
Assim elas se despediram, foi para o lado onde as casas eram praticamente iguais e para o lado que os prédios eram antigos, mas conservados e elegantes. Não podia reclamar do lugar onde morava, era seguro e muito bem cotado. Abriu a porta do apartamento e despejou as sacolas de compras e sua bolsa em cima do sofá. Notou que a casa estava muito organizada, móveis limpos, cama arrumada, louças lavadas e roupas estendidas na área de serviço.
Decidiu tomar um banho, talvez a aliviasse das tensões e preocupações. Ligou a torneira da banheira bem quente e despejou dentro alguns sais relaxantes, despiu-se e viu o vapor d’água subir e embaçar o vidro da janela. Entrou lentamente na banheira e encostou a cabeça na parede. De repente o sorriso de veio em sua mente e não conseguiu se segurar. Uma lágrima caiu de seus olhos. Ela começou a chorar de verdade, o choro silencioso passou para soluços desesperados.

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não conseguia acreditar que uma garota que mal conhecia estava mexendo tanto com ele, não conseguia pensar em ninguém que se comparasse a ela. Era tão difícil explicar aquele sentimento que recém se formara, mas ela era diferente, ele achava isso tão clichê, mas era isso. Era ela. É ela.
Jogou as roupas todas amassadas dentro da mala e saiu batendo a porta. Desceu as escadas do prédio correndo, pulava alguns degraus e segurava-se firme no corrimão. Viu a porta com um número três escrito de tinta verde e abriu bruscamente. Entrou no corredor correndo e parou em frente ao número 302. Respirou fundo, mas não conseguiu organizar seus pensamentos. Tocou a campainha.

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estava vestindo a calça quando ouviu a campainha tocar, deu um pulo e puxou calça pra cima, abotoando e fechando o zíper. Caminhou até a porta, deu um empurrão em Coop, que estava em frente à porta e abriu-a, sem mesmo ver quem era pelo olho mágico. Levou um susto. , parado na frente de sua porta, com uma cara de preocupado e confuso, se possível.
- ! – apressou-se em abraçá-la. Ela não obteve nenhuma reação.
- , oi. – Ela disse, meio que se afastando.
- Eu só queria te dizer que eu... - começou a falar.
- Você?
- Eu... – perdeu a coragem. – Eu estou saindo daqui a pouco e queria me despedir de você.
- Ah, sim, claro, imagina. – falou confusa.
- Bom, vou indo, se cuida, .
- Boa sorte na turnê, . – disse calmamente. Tinha que admitir, ela era uma boba mesmo, imagina, por um momento acreditar que ele iria se declarar pra ela, como acontecia naqueles filmes românticos estúpidos, que só serviam para iludir as pessoas que talvez existisse uma alma gêmea para cada um de nós.
Ele deu as costas e ela estava fechando a porta quando se entre pôs a mão dele na fresta, empurrou a porta com certa rapidez, mas cuidando que não fosse machucar . Ele olhou nos olhos dela, viu uma lágrima brotando deles, e a puxou pela cintura. Pegou o rosto dela com as duas mãos, fazendo seus olhos não perderem contato com os dela, colocou uma mecha de cabelo ainda molhado e colocou para trás da orelha. foi pega de surpresa, piscou algumas vezes e a lágrima que estava presa em seus olhos insistiu em cair, fazendo limpá-la com o dedão.
- Lamento te fazer chorar, não era essa a minha intenção ao vir aqui. – disse sincero, percebeu que a voz dele embargou e ele teve que limpar a garganta com uma tossida.
- Eu sou muito boba. – disse tentando sorrir, mas não conseguiu, aquele que era para ser um sorriso se tornou a cara de alguém que iria entrar em prantos a qualquer momento.
- Você não é e nem nunca vai ser. – Ele disse firmemente.
- Eu odeio despedida. – resmungou.
- Se eu pudesse, não iria me despedir de você, eu não iria ir para algum lugar que eu nem sei onde é. Daria tudo para ficar aqui com você, descobrir o que é essa dor aqui no peito. – disse essas últimas palavras com uma das mãos no peito.
- Eu quero descobrir isso também. – falou chorosa. O celular de tocou.
- Infelizmente, eu vou ter que ir, . – disse ao ver a mensagem de o mandando ir logo para frente da gravadora, de onde o ônibus da turnê sairia.
- Vai, , é o melhor que se tem a fazer.
- Eu prometo que eu volto pra gente descobrir junto tudo que se tem pra descobrir.
- Eu acredito na sua promessa.
se aproximou lentamente do rosto de , que já cerrava os olhos, ele inclinou-se pra frente dela e a beijou docemente. Foi um beijo calmo e tranquilo, eles dois esperavam por aquilo. Ele se afastou e deu um olhar de despedida pra ela.
- Por que eu não consigo tirar meus olhos de você? – sussurrou.
- Tá doendo. – começou a chorar.
- Por favor, não chora. – falou abraçando ela. Ficaram um tempo assim até ela acalmar o choro. Ela se afastou e olhou pra ele.
- Vai, , já devem estar te esperando. – falou empurrando ele para fora da casa. Eles sorriam.
- Já está me mandando embora? – Ele fingiu estar magoado.
- Não repita isso. – Ela apontou o dedo indicador pra ele.
- Eu volto. – disse se afastando e apertando o botão do elevador.
- Eu vou te esperar.
abriu a porta do elevador e por um impulso correu até ele e o beijou pela última vez. Quando viram havia duas pessoas esperando por ele para o elevador subir. acenou para ela, que correu de vergonha.

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entrou no ônibus com sua mochila, já que a mala com roupas ele já tinha deixado com o motorista, para guardá-la no bagageiro. Encontrou e no canto do ônibus jogando vídeo game e se despedindo de . A garota derramava algumas lágrimas, as limpava como ele próprio havia feito com .
- Chegou a bicha! – falou desviando o olhar da televisão.
- Criança! – respondeu.
- Vamos logo! – Fletch subiu para o ônibus gritando, ele olhou pra e lhe tocou o ombro. – Infelizmente temos que ir querida. – Ele falou compreensivo.
- Desculpa o incômodo. – disse baixo, mas todos escutaram, ela se despediu de cada um dos garotos, deixando por último. Ele desceu os primeiros degraus do ônibus, queria se despedir dela sozinho. voltou alguns passos, como se tivesse lembrado de algo.
- Garotos, a , a garota que entrevistou vocês, mandou boa sorte pra vocês! – exclamou e sorriu pra eles, quando descia os degraus novamente foi interrompida.
- Você conhece a ? – perguntou para , confuso.
- Minha melhor amiga. – disse calmamente. sorriu também.
- Você tem o telefone dela? – Ele perguntou rapidamente.
- Claro, mas por que você quer? – A garota não entendia nada.
- Pergunta pra ela. – deu uma piscadela. ficou boquiaberta, mas entregou em um pedacinho de papel, rasgado da sua agenda, o telefone da amiga. - Obrigada. – disse e beijou a bochecha dela.
- Hey, ela tem namorado! – exclamou do lado de fora.
- Infelizmente. – disse, riu ao ver a reação de , que puxou para o lado de fora.

Os três foram até a janela do ônibus, como os três porquinhos empinando a bunda, para poder enxergar os dois se despedindo. beijou e ela o abraçou, não conseguiram ouvir nada, mas sabiam que eles estavam realmente sofrendo. Eles ficaram um tempo abraçados e logo saiu correndo e entrou no carro.
entrou no ônibus arrasado, os olhos estavam inchados e as bochechas úmidas. Ele sentou em uma das poltronas e procurou alguma coisa na mochila, tirou seu iPod e colocou os fones nos ouvidos, virou-se para a janela e desligou a luz que estava acima dele. Os outros três entenderam que nada que eles dissessem naquele momento adiantaria.

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estava deitada no sofá, olhando algum filme de sua coleção, estava sentindo-se melhor, pelo menos sabia que não estava ficando maluca. Chorou o bastante, agora não precisava mais, sabia que ele iria voltar e que ficaria tudo bem. Ouviu seu celular que estava no quarto tocar e correu pra atendê-lo, poderia ser ele, mas lembrou-se que ele não tinha o número dela.
- Alô? – atendeu.
- ? Por que a minha vida tem que ser tão injusta? falava ao telefone, chorava um pouco também.
- Sinto lhe dizer, mas não é só a sua. – disse sincera.
- O que houve? parou um pouco de chorar ao perguntar isso.
- Quer comer comida chinesa e assistir alguns filmes? – perguntou.
- Quero, quero muito. – respondeu.
- Então vem, estou esperando. – disse e desligou o telefone.

Alguns minutos se passaram e foi atender o interfone, era sua amiga, apertou o botão que abria a porta lá embaixo. abraçou forte ao encontrá-la, esperando-a do lado de fora do apartamento.
- O que aconteceu? – perguntou.
- Ele já foi. – choramingou.
- Você é muito chorona. – disse e encaminhou a amiga até a sala de televisão.
- O que tem entre você e o ? – perguntou de repente.
- Que? Como você sabe disso? – perguntou assustada.
- Ah, então tem mesmo alguma coisa! – falou empolgada. corou rapidamente, fazendo a amiga rir.
- Não sei se isso dar para ser ‘alguma coisa’, mas sim, tem alguma coisa. – disse totalmente confusa.
- Explique-me. – A garota pediu.
explicou resumidamente o dia da entrevista, a pizza, a janta e a despedida. soltava um ‘own’ a cada instante, fazendo se estressar em certos momentos.
- Como foi com o ? – perguntou logo depois de ter contato tudo.
- Foi mais triste do que eu previa. – baixou a cabeça. entendeu o silêncio da amiga. – Ele disse que não queria ir e eu falei que era para o bem dele e da carreira dele. – respirou fundo.
- Daí ele disse que o que fazia bem pra ele era me ter ao lado dele. Eu o abracei forte e ele sussurrou no meu ouvido que ele voltaria tão rápido quanto ele sabia que me amava. Ele desabou nos meus ombros chorando. Dei um último beijo nele e corri até o carro.- tinha os olhos marejados.
- Eles vão voltar. – disse abraçando a amiga.

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Dezembro chegou fazia dez dias. As ruas de Londres estavam em espírito natalino, com luzes coloridas, árvores detalhadamente enfeitadas e guirlandas por todas as portas. Amanhecera um novo dia. No lugar do Sol, que já era raro, havia uma névoa densa, além de o inverno estar cada vez mais intenso.
Fazia dez dias que eles tinham partido. ficou esses dias trabalhando até tarde, talvez assim ela conseguisse esquecer os empecilhos que faziam ela chorar cada noite ao deitar. Nenhuma ligação. Nenhum sinal de vida. Como era sábado, decidiu que iria dormir um pouco mais.
Acordou com Coop fuçando o ouvido dela, fazendo-a rir. brincou com ele até ver que já era meio dia, deu um pulo da cama, pois tinha combinado de almoçar com . Vestiu sua calça jeans de sempre e vestiu um suéter por cima do seu pijama e colocou uma jaqueta grossa e quente. Pegou sua bolsa e seu celular, deu tchau a Coop e fechou a porta.

- Que consideração, hein?! – disse quando sentou-se ao seu lado no restaurante japonês que tinham combinado de ir.
- Pare de drama, ! – falou largando a bolsa na cadeira ao lado.
- Como foi sua semana? – perguntou e, não perdendo tempo, chamou o garçom.
- Trabalhei bastante e, por isso, dormi um pouco demais hoje. – Ela explicou-se.
- Já que você não perguntou, sim, eu estou bem também, minha semana foi ótima, apesar de tudo. Fui promovida, agora eu sou uma dos chefes da agência. – disse feliz.
- Que ótimo, ! – exclamou, mas não com tanta empolgação. olhou preocupada para amiga.
- Ele está bem, . – Ela disse notando qual era o problema de . Essa olhou de repente para ela. – me ligou ontem. – continuou.
- Por que ele não me liga? Que merda, também! – gritou e por um momento quase começou a chorar. – Parece que ele esqueceu tudo que me disse!
- Eles não estão conseguindo se comunicar direito. O telefonema que o me deu ontem foi horrível, ele não me escutava. Mas ele disse que todos estavam bem e que a empresa telefônica estava resolvendo uns problemas nas linhas deles, parece que tentaram clonar, ou algo assim. – explicou.
Assim se calou e elas almoçaram, conversaram sobre outras coisas que não envolvessem os garotos. Após o almoço elas foram até a Starbucks e pediram dois capuccinos com baunilha. Saíram da loja e o vento soprou forte, fazendo os cabelos delas voarem.

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- Merda! Ela não atende o celular. – exclamou, os outros estavam arrumando os instrumentos para o show.
- Ela deve ter esquecido em casa. – disse tranqüilizando .
- Dez minutos, garotos! – Um assistente de Fletch veio anunciar.
- Menos um show, mais perto de voltar! – falou.
- Isso que é paixão! – disse rindo da cara que fazia.
- Concordo com . – intrometeu-se.
- Outro apaixonado! – exclamou.
Eles saíram do camarim e foram em direção ao palco. Antes das luzes acenderem já ouviam gritos de todos os lados da arena.

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chegou em casa e ouviu um apito do celular. Procurou ele por sua bolsa, achou escova, batom, agenda eletrônica, espelho e, enfim, o celular.
- Ótimo, sem bateria. – Ela debochou. Foi até o escritório e tirou de uma das gavetas o carregador do seu sidekick. Encaixou o carregador na tomada e colocou o aparelho pra carregar.
Tomou banho e foi até a recepção do prédio ver se tinha alguma correspondência pra ela. Apenas contas. Entrou em casa novamente e ouviu outro bip. Correu até o escritório e viu que já estava carregado o seu celular. Abriu ele e viu que havia uma nova mensagem na caixa de entrada.

Querida, desculpa não ter ligado antes, aconteceram alguns imprevistos. Esses dez dias estão sendo os piores que eu já vivi. Sinto sua falta. Eu não consigo mais dormir direito. Espero estar em breve ao seu lado. Com amor, .

sorriu com a mensagem. Aquilo bastava pra ela sentir-se mais tranquila, tudo aquilo que ele lhe dissera ainda estava valendo. Decidiu responder logo a mensagem.

, espero que estejam fazendo sucesso por aí. Aqui está tudo bem, mas realmente você está fazendo falta. Parece meio exagerado, mas é a pura verdade. Com carinho, .

comeu alguma coisa e foi se deitar. Ela sabia que não conseguiria dormir imediatamente, só pensava em e como ele tinha aparecido de repente na vida dela e que, em menos de uma semana, ela já estava apaixonada pelo vizinho mais bonito que ela já teve. Cobriu-se com o edredom e deitou sua cabeça nos dois travesseiros fofos que ela tinha. Olhou para a janela que era na frente de sua cama e viu os flocos de neve cairem lentamente. Acabou adormecendo.

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Eram duas horas da manhã quando show acabou, os quatro pegaram toalhas e se secaram, mesmo fazendo frio lá fora, eles conseguiam suar bastante. atirou-se no único sofá do camarim e pegou uma garrafinha de água de uma mesa ao lado. trancou-se no banheiro, pulou por cima de e foi procurar seu celular, que estava por algum lugar da sala.
- Achei! – exclamou feliz. Viu que havia uma mensagem nova na caixa de entrada e abriu um pouco mais o sorriso. Quando viu quem tinha mandado sorriu demais, assustadoramente demais.
- É mensagem da ? – perguntou sentado com a bunda na cara de , que tentava de qualquer maneira sair dali.
- É, é sim. – leu a mensagem e ficou meio vermelho. "Eu faço falta pra ela" pensou e perdeu-se em mais alguns pensamentos.
- Socorro! – Ouviram um grito abafado. abanava as mãos pra cima. gargalhava do desespero do garoto.
- Sua marica. – disse saindo de cima de .
- , preciso falar com você. – falou ao sair do banheiro. saiu e seguiu até fora do camarim.

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acordou na segunda feira de manhã com uma cara nada amigável, escovou os dentes, vestiu-se para o trabalho e comeu seu cereal de sempre. Pegou seu sidekick, colocou-o na bolsa e abriu a porta com dificuldade, pois seu cachorro estava interrompendo a passagem, fazendo com que ela ficasse menos humorada ainda.
- Sai Coop! Sai! – gritou com o cão. Ele saiu de rabo baixo e foi para sua cama.
Ela abriu a porta ainda brava e viu um buquê de flores colocadas no tapete dela. Abaixou-se e pegou elas, levou-as para dentro e viu que colocadas entre elas havia um pequeno envelope. Abriu o envelope e tirou de dentro dele um pedaço de papel, onde havia escrito algumas palavras.

, você é a única que eu quero abraçar nesse momento, não consigo parar de pensar em você e nesse sorriso que só você tem. Eu quero e vou ser tudo que você sempre precisou. Não deixarei outro minuto ser desperdiçado. Com amor, .

O dia dela seria muito melhor agora. Sorriu e fechou a porta.

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Faltavam treze dias para o Natal chegar e todos já estavam em clima de festa. iria folgar esses dias, precisava descansar. Chegou sexta à noite em casa e tomou um banho quente. Vestiu um moletom antigo da sua antiga escola. Deitou no sofá da sala de televisão e ligou o aquecedor. Pegou seu celular e ligou para a pizzaria.
- Pizzaria Uncle Jeff, boa noite. – A telefonista atendeu o telefonema.
- Boa noite, vocês poderiam trazer uma pizza de calabresa pra mim? – fez o pedido e deu o endereço dela.
Desligou o telefone, sentiu um aperto no peito, lembrou-se do dia em que ela e tinham se conhecido. Tudo passou pela cabeça dela, tudo foi muito rápido. Talvez aquilo não passasse de um sonho muito distante de acontecer. Eles nem se conheciam direito, como ela podia confiar tanto nele? Mas apesar de todas as dúvidas que ela tinha sobre aquilo, sentia que podia confiar nele.
Os pensamentos negativos foram interrompidos pela campainha. Levantou do sofá quentinho e calçou suas pantufas indo até a porta da frente. Abriu a porta e deu de cara com entregador de pizza.

- Hey! – Disse o garoto de boné.
- Hey. – falou educada. Pegou o dinheiro que já tinha separado. Entregou à ele e pegou a pizza.
- Só se der um beijinho. – Ele disse ainda com a pizza na mão.
- Eu tenho namorado, querido! – Ela falou tirando a pizza da mão dele.
- Eu seria ele? – O garoto disse e tirou o boné. ficou completamente vermelha.
- ! – Ela exclamou ruborizada.
- ! – a abraçou pela cintura, ela ainda estava sem reação.
- Não acredito! – retribuiu o abraço, pulando nele e agarrando seu pescoço.
- Só me diga quem é seu namorado? – perguntou quando eles já tinham se desgrudado um do outro.
- Eu não tenho namorado nenhum, foi só uma desculpa pra eu escapar de um entregador tarado. – ficou mais uma vez envergonhada.
- Não seja por isso. – pegou o rosto de com as duas mãos e olhou nos olhos dela. – Namora comigo? – Ele pediu com um sorriso no rosto.
- Sim. – Mal ela respondeu e já tinha beijado ela com todo amor que alguém poderia sentir. Eles sentiam-se felizes como nunca imaginavam ser.
a caixa de pizza do chão e pegou a mão dele, o trazendo para dentro de seu apartamento.
- Que apartamento legal. – falou observando os móveis modernos e a cozinha toda equipada com eletrodomésticos que facilitavam a vida de qualquer um.
- Não tanto quanto o seu. – disse rindo da cara que ele fazia.
- Você só viu a minha bagunça. – disse dando um selinho nela.
- Se aquilo era bagunça, imagina quando estiver arrumado. – Ela respondeu.
- Vamos comer essa pizza. – Ele disse e foi até a cozinha. Abriu o forno e o ligou.
- Já está se sentindo em casa? – escorou-se no batente da porta e o observou.
- Claro. – respondeu, colocou a pizza dentro do forno e caminhou até a garota que sorria. - Que sorriso é esse?
- Felicidade. – respondeu. a segurou pela cintura e a beijou. Ela passou as mãos pelo pescoço dele, ele se afastou e sorriu.
- Eu não podia estar mais feliz.
- Venha, vamos arrumar a mesa. - Sim, senhora.

Jantaram sorridentes e foram até a sala de televisão. sentou na parte do sofá que era mais comprida, fazendo sentar ao lado dele. Ele a puxou para mais perto e ela encostou a cabeça no peito dele, fazendo-o sorrir.
- Como você conseguiu sair da turnê? – perguntou sonolenta. Ele acariciava os cabelos dela.
- Hoje era nosso dia de folga, amanhã vamos tocar em Liverpool. – disse baixinho, ainda acariciando ela.
- Você vai embora amanhã? – perguntou já sentada e encarando ele. acenou com a cabeça, concordando. Ela deitou novamente e o abraçou pela cintura, ele passou os braços pelos ombros dela, fazendo ela se aconchegar bem junto a ele e ficaram em silêncio.
ouvia o coração de bater calmamente, os movimentos que sua respiração fazia, ela sentia-se segura com aquele abraço. Cada vez que ela olhava pra ele, seu estômago formigava. Com não era diferente, enquanto ele acariciava os braços de , ele sentia aquela pele amável, que no momento que o tocava sentia arrepios. Os olhos dele decoravam todo e qualquer movimento dela, seu perfume que predominava no ar. fechava os olhos e sorria.
- , vamos para o quarto? – pediu carinhoso, sussurrando no ouvido dela.
- Quê? – perguntou assustada.
- Eu vou te levar para o quarto. – repetiu no mesmo tom de voz.
- Claro, claro. – resmungou e foi sendo levantada por , que de repente pegou ela no colo. – ! – disse assustada.
- Calma meu amor. – Ele falou dando um selinho nela. Impossível não sorrir.
Passou pelo corredor com cuidado para ela não bater a cabeça em nenhum dos quadros e fotografias penduradas nas paredes, abriu a porta do último quarto do corredor e viu um cômodo com uma das paredes pintadas de vermelho, uma cama fofa e um closet. Deitou , já adormecida, na cama. Deu um beijo no topo da cabeça dela e cobriu-a com uma coberta. Ela resmungou um pouco e despertou vendo dar as costas pra ela.
- Aonde você vai? – Perguntou olhando ele abrir a porta e refletir a luz da sala para dentro do quarto, ela enxergava somente a sombra dele.
- Vou pra casa. – falou baixo, abrindo mais a porta.
- Não, não, não, fica aqui! – pulou da cama e pegou as duas mãos dele, o arrastando para dentro do quarto novamente.
- Mas você está cansada. – Ele acariciou as bochechas dela.
- Dorme aqui comigo, tem espaço. – Ela mostrou a cama. sentou na ponta da cama e o puxou para que fizesse o mesmo. Ele sentou.
tirou os tênis dele, a jaqueta e pegou a mão dele para que deitasse ao lado dela. deitou a cabeça sobre os dois travesseiros e ficou olhando pra ele, que a encarava também. Ele levantou da cama e sentou novamente ao lado dela, se cobriu e puxou a mão dele para que ele deitasse também. se aproximou mais e deitou. Pousou sua cabeça nos outros dois travesseiros, os dois ficaram se encarando por um bom tempo.
- Você ia sair sem se despedir? – perguntou. a pegou pelos braços e colocou-a encostada ao peito dele.
- Eu não sou bom em despedidas. – Ele disse envergonhado. olhou para cima, tentando encontrar os olhos dele. Ele olhou para baixo e uma lágrima caiu no rosto dela.
- Não, por favor, não chora. – sentou na cama e o abraçou, sentindo ele a abraçar também e pousar a cabeça no ombro dela. Ela sentia as lágrimas dele caindo sobre o moletom dela.
- É difícil de acreditar que algo assim aconteça tão de repente e sem que eu consiga controlar, e eu nem quero segurar, porque é tão bom o que eu estou sentindo. – falava sem parar, como em um desabafo. – , eu estou apaixonado por você.
pegou o rosto dele e o beijou com uma paixão que nunca sentira antes, ela sabia que também estava gostando muito dele. Nunca tinha sentido algo tão forte e tão de repente por alguém. Eles se beijavam calmamente, um beijo amável.
- Eu também, . – falou interrompendo o beijo.
- Eu quero você só pra mim, pequena, só pra mim. – sorria e a abraçava forte. deitou novamente e fez o mesmo.

Eles se olhavam apaixonados e sorriam um para o outro. chegava mais perto e abraçava , ela se virou, fazendo ele a abraçar por trás. aconchegou-se no abraço dele e ele encostou o queixo no pescoço dela, a deixando arrepiada. sorriu.
- Se eu tiver sonhando não me acorde. – falou baixinho, já com os olhos fechados.
- Eu não vou. – sussurrou e a virou para ele. – Você fica linda dormindo.
- ! – escondeu o rosto. Ele riu alto e retirou as mãos dela do rosto.
- E vermelhinha também. – Ele disse e levou um tapinha de leve no braço. Ele a pegou pela cintura e deixou-a próxima dele.
- Que horas você vai? – perguntou.
- Tem um vôo às oito da manhã, eu e o vamos juntos. – falou encostado nela.
- Ele também veio? – pediu. - Sim, eu e ele estávamos fazendo competição de mais emburrados, daí o Fletch nos mandou vir. – disse.
- Hm, a estava muito chata esses dias. – falou. - Eu não sou chata. – completou inocentemente.
- Ah é? Vou perguntar pra ela. – Ele disse sorrindo.
- Quando você volta? – perguntou.
- Na véspera de Natal. – respondeu.
- Eu vou te ver? – perguntou.
- Hm. - fez cara de pensativo. – Com certeza, eu vou passar o meu primeiro Natal fora de casa. O disse que a quer fazer uma festa lá.
- Eu e ela sempre passamos o Natal juntas. – disse sorrindo.
Eles ficaram em silêncio. acabou adormecendo nos braços dele. A luz do abajur, que antes ele acendeu, estava ligada ainda, então, ele a desligou. Cobriu-a e deitou novamente. Não ia conseguir dormir aquela noite, não com ela ao seu lado, estaria desperdiçando tempo.

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sentiu o celular vibrando embaixo do travesseiro e viu que o despertador tocava pela segunda vez. Saiu com cuidado da cama e ajeitou delicadamente na cama. Já eram seis e meia e ainda teria que pegar na casa de . Calçou seu tênis e sua jaqueta e deu a volta na cama, beijando com amor a testa da garota que dormia. Observou ela por alguns segundos, sentindo o coração acelerar e apertar o peito. Fechou a porta do quarto em silêncio.
Ele achou na geladeira um bloco de notas, escreveu algumas palavras e fechou a porta da frente devagar. Desceu apressado no elevador e chamou um táxi para que levasse ele até e depois até o aeroporto.
Ligou para já sair de casa, pois já eram sete da manhã e ainda tinham que enfrentar um trânsito até o aeroporto e comprar as passagens. Chegou em frente à casa com um número 1459. Não precisou tocar a campainha, porque quando estava com o dedo encima do botão, abriu a porta e saiu da casa de tijolo à vista.

- Tudo bem? – perguntou ao ver a cara de .
- Espero que sim. – respondeu e foram até o táxi, que esperava na frente.
Eles entraram e foram até o aeroporto em silêncio, presos a pensamentos parecidos, e sentimentos parecidos. Cada um mirava uma janela, fingindo interesse nos postes e carros que vagam pela cidade. O motorista cobrou a corrida, eles pagaram e saltaram do táxi apressados.
- Como foi sua noite? – perguntou enquanto faziam o check-in.
- Perfeita. – sorriu lembrando de . – E a sua?
- Perfeita. – também sorriu.

Saíram em direção ao portão de embarque e entraram no avião. Ficaram um do lado do outro, com seu iPod e com em seus pensamentos. Ele não estava conseguindo esconder a dor que era deixar , era um tipo diferente de dor, uma dor de saudade. A cada minuto que o avião sobrevoava solos ingleses, pensava nela e nos quilômetros que os distanciavam.

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acordou com um barulho da porta fechando e viu a cama vazia, a não ser por ela, mas ele não estava. Sentiu ainda o calor da cama e o perfume dele no travesseiro. Ela correu até a janela e viu o táxi estacionando na frente do prédio e entrando nele. Não entendia como ela precisava tanto dele nesse momento. Deitou novamente na cama e abraçou o travesseiro dele. A primeira lágrima veio e, junto com ela, muitas outras. Ela nunca tinha se sentido assim antes, sempre fora forte.
Sentia falta dele. soluçava, a respiração estava falha e o coração doía por dentro do peito. Queria ouvir a voz dele novamente. Acabou adormecendo.

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e desembarcaram dez horas no aeroporto de Liverpool, foram até onde o resto da banda estava hospedado. se fechou no quarto e disse que só sairia quando estivesse na hora do show. Todos o entenderam e o deixaram sozinho.

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acordou eram duas da tarde e tomou um banho. Estava com fome, então foi até a cozinha comer alguma coisa. Notou a caixa da pizza jogada em cima da mesa e um papel em cima dela.

Você continua linda dormindo, tive pena de acordá-la e seria ainda mais difícil do que já está sendo me despedir de você. Mas daqui onze dias estou de volta. Com carinho, .

Ela caiu na cadeira e chorou o quanto pôde. Não sentia mais fome.

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Cada dia se passava vagarosamente, de dia saia com , que estava aceitando aquilo com mais tranquilidade. De noite ela deitava e chorava. Assim foram os primeiros sete dias sem ao lado dela. Cada pedaço dela o queria ao seu lado.
Eram nove horas da noite, estava assistindo um filme na casa de , elas decidiram passar juntas esses quatro dias antes do Natal, assim, poderiam planejar tudo para a festa que dariam e, também, apoiariam uma a outra. O telefone tocou e atendeu.

- ! – Ela gritou ao telefone. deu um pulo do sofá e se aproximou do telefone, sendo empurrada pela amiga, que estava sorrindo com a voz do namorado ao telefone.
- Estou bem, eu e a estamos aqui, planejando tudo pra festa. – conversava com .
- Sim ela está aqui. – Ela falou. - Mas que merda! Não posso mais conversar com meu namorado direito? – disse ao telefone, xingando alguém.
- , o ! – chamou a amiga que estava comendo cookies no sofá. Ela pulou do sofá e correu até o telefone.

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esperava atender a ligação inquieto, fazia três dias que eles não conversavam. Ele trancou-se no banheiro do camarim, já que os outros três não o deixavam sozinho. Ouviu um barulho de passos no outro lado da linha e uma voz conhecida, linda por sinal.

- ?! – perguntou ansiosa. Ele sorriu.
- ! – disse abobado. sorriu, era ele.
- Três dias, Sr. ? – A garota o interrogou.
- Desculpa meu amor, mas não consegui tempo, quando eu ficava sozinho ou não tinha nada pra fazer, já era tarde da noite. – explicou-se.
- Mas por que não ligou mesmo assim?
- Não teria audácia em te acordar. – Ele falou lembrando dela dormindo sorrindo.
- Você e essa mania. falou emburrada.
- Vai acostumando, tenho muitas outras mais chatas. – riu ao telefone, fazendo-a rir também.
- Mas você está bem? perguntou.
- Sim.
- Não me convenceu esse ‘sim’. – Ela disse preocupada. Ficaram quietos alguns instantes.
- Você está longe faz sete dias e eu já estou acabado. – falou quebrando o silêncio.
- Eu não agüento mais. – disse em resposta.
-Eu sei que eu verei você em breve, mas eu preciso que você saiba que eu gosto muito de você. – falou e ficou em silêncio. escutava a respiração dele no telefone, sabia que ele precisava falar mais alguma coisa. - E, eu sinto sua falta. – Ele completou.
- Eu também gosto de você, . falou baixinho. Escutou algumas batidas.
- Preciso passar pro , se não ele me mata. - disse.
- Quero você vivo, oras! – Ela brincou.
- E vai ter. – falou rindo também.
- Tchau, .
- Tchau, .
entregou o telefone à , que estava na cozinha preparando alguma comida congelada para elas jantarem. abriu a porta e viu correr até ele e pegar o celular da mão dele.

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Faltavam dois dias para o Natal e um para eles voltarem para Londres. e estavam mais alegres, foram até o mercado comprar os últimos ingredientes para a ceia. A casa de estava toda decorada, árvore de natal com luzinhas coloridas, guirlandas, meias na frente da lareira, músicas natalinas gravadas em CDs, cartões-postais colocados embaixo da árvore.

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Eram nove da manhã e deu um pulo da cama, era hoje que ele chegava. Colocou um blusão e viu a rua da janela do segundo andar da casa de . A neve começava a cair novamente, se acumulava em cima dos galhos das árvores e nos carros estacionados na rua. Ela viu as crianças brincando e fazendo bonecos de neve nos jardins.
Desceu as escadas correndo, tinham muito que fazer. também estava acordada, elas começaram a arrumar a casa, limpar o chão, lavar algumas louças e começar a preparar o jantar.
terminou de arrumar a sala e foi para a cozinha ajudar a fazer o plum pudding, tradicional na Inglaterra, elas colocariam uma moeda dentro dele, que daria sorte a quem comesse o pedaço com ela. Prepararam o peru e as saladas, teriam um banquete.
saiu correndo, lembrando que não tinha comprado o presente de , como sempre, esquecia alguma coisa. já havia comprado. Era cinco da tarde quando elas terminaram tudo que tinham pra fazer. foi para o banho.

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e os outros embarcavam no avião, todos sorridentes, pois estavam voltando pra casa. Ficaram os quatro sentados na mesma fila, na classe executiva.
- O está sorrindo? – perguntou.
- Tenho motivos para isso. – Ele respondeu direto.
- E qual seria o motivo? – perguntou desentendido.
- Tenho uma garota linda me esperando em casa, se chama . – respondeu confiante, nenhuma garota com que ele saíra era como a .
- Nossa, que amor! – falou apertando as bochechas de .
- Vira pro lado e dorme, . – falou.
- Metido! – disse.
- Olha quem táfalando! Ainda vão jantar na casa da minha namorada! – respondeu sorrindo.
- Folgados! – riu.
O avião decolou. Os resquícios do Sol estavam deixando o céu.

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saiu do banho e colocou sua melhor roupa. Penteou os cabelos, borrifou perfume e desceu para ajudar a pôr a mesa. recém saíra do banho, estava radiante e cantava enquanto estendia a toalha por cima da mesa. riu da amiga e cantarolou junto. As velas deram um toque aconchegante à mesa posta para seis pessoas.
- Ansiosa? – perguntou quando elas sentaram no sofá da sala.
- Muito. – respondeu.
- Já que você não pergunta, eu também estou ansiosa. – disse e sorriu.
- Eu ando muito diferente esses últimos dias. – sorriu.
- Nota-se. – A amiga falou. – As luzes!

levantou e foi até a árvore de Natal, se agachou e ligou na tomada as luzinhas coloridas, que piscavam alegres. Ambas olharam para a árvore iluminada e cheia de presentes no chão.
- Pronto! – disse.
- Daqui uns quarenta minutos eles estão aí. – falou consultando o relógio.
- O que vamos fazer até lá?
- Vamos até o aeroporto! – exclamou. levantou de um salto.
- Isso!

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O avião pousou e foi até a esteira pegar sua mala, juntamente com , e . A mala chegou e eles estavam indo até a entrada do aeroporto, mas Fletch os conduziu para uma saída diferente, temendo encontrar fotógrafos chatos.
- Tá fugindo? – Alguém perguntou atrás de . Ele parou e virou lentamente.
- ! – largou as malas e caminhou até ela, agarrando ela pela cintura e a abraçando apertado.
- Que saudade! – enchia o rosto dele de beijos.
- Senti tanto sua falta! Tanto. – Ele gritava abafado pelo abraço dela.
Ele a encarou e viu que os olhos dela estavam marejados, beijou cada pedacinho do rosto dela, como ela fizera antes. Ele sentiu uma paz com o sorriso dela o observando.
- Chega de choro. – Ele limpou a lágrima que insistiu em cair.
Os dois ficaram se observando por alguns minutos, até sorrir e quebrar o silêncio.
- Te amo. – falou ainda sorrindo.
- Te amo muito mais. – disse e foi erguida no ar por ele.
- E esse amor vai crescer muito mais. – disse a colocando no chão novamente.

Os batimentos deles estavam acelerados, puxou para perto e a beijou, na frente de todos. Queria gritar para mundo inteiro aquilo que estava sentindo. Descobriram, enfim, o que estavam sentindo. Bastavam três palavras e dois corações para definir aquele sentimento único e imprevisível.


FIM!




Nota da revisora: Heey :) espero que gostem da fiic ;; qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/ xx.

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