I Can't Explain This Feeling

Por: Cami
Beta: Cine
Revisão: kaah.jones



Eram recém seis e meia da manhã e o despertador tocava insistentemente. Alguns raios do sol começavam a inundar o quarto e null apalpava o criado mudo à procura do bendito despertador. Depois de derrubar alguns livros e o abajur, ela achou aquela pequena máquina de tortura e a desligou.

- Merda! - Ela levantou sonolenta. Juntou o que havia caído e se espreguiçou, seria um longo dia e precisava estar de bom humor, mesmo que não tivesse razão para isso.

Abriu a porta do banheiro e se deparou com um monstro na frente do espelho, seus cabelos estavam armados, o lápis de olho borrado, suas bochechas marcadas com o tecido do travesseiro. Primeiramente ligou o chuveiro e tirou suas roupas, colocando-as em um canto do banheiro. O banho acordou-a de um jeito meio duvidoso, tinha a sensação que tudo iria dar certo aquele dia.
Desde quando eu fico tão bem humorada em acordar cedo para ir para a redação da revista?”, pensou null, desembaçando o espelho.

- Coop! - null gritou ao ver seu labrador deitado em sua cama, o cachorro deu um salto em direção a ela, que teve um motivo para sorrir. Aquele cão não era só um cão, era seu melhor amigo. "Que decadente" pensou null, brincando com Coop.
null abriu a geladeira à procura de algo bom e nutritivo pra comer, acabou encontrando um iogurte e um pacote de cereal no balcão. Comeu aquilo rapidamente e foi terminar de se vestir.
- Minha meia, Coop! – A garota saiu correndo atrás do cachorro que arrastava a meia pelo chão, fugindo de null.

Como era final de novembro e os primeiros flocos de neve começavam a cair, o vento ficava cada vez mais gelado, anunciando que o inverno estava chegando. null colocou seu sobretudo e sua manta em volta do pescoço, para se proteger do frio. Fez carinho em Coop e fechou a porta do apartamento.
Desceu de elevador até a portaria, cumprimentando o porteiro na saída. Quando abriu a porta da saída, observou que um caminhão de mudanças estava parado em frente. Saiu depressa para que os rapazes da mudança pudessem entrar com os móveis. Seguiu até a estação de metrô e pegou um que a levaria até o centro.

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- Anda logo, null! – null gritava e esmurrava a porta do banheiro, onde null se arrumava. Ele saiu pronto e perfumado.
- Como você é estressado, null. – Ele falou sem pressa.
- Quando você, todos os dias, está estressado, todos temos que te agüentar. – null disse entrando no banheiro e escovando os dentes.
- O que você tem hoje, null? – null perguntou colocando o boné. null virou para os três, encarando-os.
- Quando eu estou chato reclamam, quando eu estou de bom humor reclamam, se decidam! – Ele disse isso e desceu as escadas.
Eram sete e meia da manhã e os quatro estavam dentro do carro de Fletch, indo para o centro de Londres, onde teriam uma entrevista. Eles ficaram quietos metade do caminho, até null quebrar o silêncio.

- A gente não vai se separar, né? – O garoto estava com uma cara de assustado. Os outros três olharam pra ele e não conseguiram segurar a risada.
- Não, null, não vamos nos separar. – null deu um tapa na cabeça de null, que estava no banco da frente.
- É que primeiro vocês decidiram uma coisa que não estava nos planos, depois a gente fica quieto um tempão, vai saber! – null falou encolhendo os ombros.
- Garotos! Prestem atenção! – Fletch os chamou.
- Fala chefe! – null respondeu.
- Não falem das mudanças que estão ocorrendo no grupo, isso pode causar confusão, cuidem quando forem falar sobre as festas, garotas, etc. – Ele finalizou dando uma piscadela para eles, pelo retrovisor.
- Garotas? Que garotas? – null perguntou, se fazendo de desentendido.
- Melhor assim. – Fletch estacionou o carro em uma rua pouco movimentada.

null saltou do carro e viu uma placa indicando onde eles entrariam. Os quatro entraram lá acompanhados por Fletch. Ouviam gritos distantes.
- Vocês enganaram de novo as fãs? – null perguntou aos seguranças.
- Elas estão cada dia mais obcecadas. - Um dos seguranças de quase dois metros de altura respondeu.
- Eu estou com medo! – null fez menção de pular no colo de null. Esse saiu fora, fazendo null se desequilibrar e atingir uma garota cheia de papéis.
- Desculpa, moça! – null falou e viu que a menina sorria boba. Ele olhou assustado para os amigos que riam da cara dele.
- Vo-você é-é null null do McFly? – Ela gaguejava e ajeitava o óculos.
- Não, eu sou um alien! – null respondeu.
- Mas você é muito parecido com null null. – Ela prolongava a conversa.
- Pois é, agora eu preciso ir. – Ele disse e seguiu Fletch, até chegarem em uma sala pequena, onde havia televisão e algumas garrafas de água e biscoitos.
- Garota estranha. – null falou, jogando-se no sofá aconchegante que estava no canto da sala.
- Vo-você é-é o null null? – null imitou a garota.
- Não, eu sou um alien. – null imitou a voz de null.
- Há,há,há muito engraçado, queria ver se uma vesga e gaga viesse falar com vocês. – null respondeu às brincadeiras dos amigos e abriu uma garrafa de água.
Ficaram conversando por um tempo até alguém bater na porta e avisar que em quarenta minutos a entrevista seria feita. Pediram para alguém trazer um vídeo game reserva que sempre estava no carro do empresário deles.

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null chegava à frente do prédio que trabalhava, estava em seu último mês de estágio e sem nenhuma perspectiva de crescimento ali, era uma revista de influência na Inglaterra, mas não comportava tantos jornalistas, ela só iria terminar o estágio e procurar algo que a valorizasse mais. Um aglomerado de pessoas cercava a entrada da empresa, dificultando ela entrar no prédio.

- Eu trabalho aqui, caramba! – null disse quando o segurança a barrou na porta. Ele a olhou de cima a baixo e cruzou os braços.
- Tem crachá? – Ele perguntou, se achando esperto. null pegou o crachá na bolsa e mostrou para ele, que ficou surpreso.
- Tá bom assim? – null perguntou estressada.
- Desculpa Srtª. null. – Ele disse isso e abriu espaço pra ela entrar.
null passou pela recepção e cumprimentou alguns conhecidos, entrando no elevador para ir até sua sala. Chegou a sua mesa e depositou em cima dela seu laptop, fez algumas ligações e começou a escrever uma crítica que seria postada no site da revista.
- Eu tenho que ler um livro horrível e ainda postar em um site! – Ela falava indignada para si mesma.
- Você tem uma chance em suas mãos para mudar isso, é só aceita-la. – Alguém falou atrás dela. Ela virou para encarar a pessoa que falava com ela. Era seu chefe.
- Bom dia, senhor Reynolds. – null o cumprimentou ainda surpresa. Ele era um homem grande, nos dois sentidos, tinha uma barba ruiva e estava encostado na divisória das repartições.
- Eu queria convocar você para entrevistar alguns garotos de uma banda, a Sra. McFee não está muito bem. – O chefe falou calmamente, fazendo com que null ficasse cada vez mais surpresa com a sorte que ela tinha. Mal sabia ela que seria testada, se aprovasse, seria efetivada.
- Claro que eu aceito, só não conheço a banda, quem são? – Ela o questionou.
- Ah, claro, bom, o convite foi aceito então, você tem vinte e cinco minutos para pesquisar sobre eles e fazer cinco perguntas para a entrevista. – Ele respondeu.
- Vinte cinco minutos? - null perguntou preocupada.
- Sim, eles já estão esperando. – Sr. Reynolds respondeu.
- Como é nome da banda? – Ela perguntou ligando o laptop. - É McFly. Boa sorte. – O homem barbudo saiu dali tranquilo, sabia que ela faria um bom trabalho.

null ficou estática, não conseguiu digitar a senha de acesso de tão pasma que estava. Ela entrevistaria uma das bandas mais famosas da Inglaterra e não estava nem um pouco preparada para aquilo. Sabia que havia vários fãs na porta e em cada canto do mundo, todos esperando por uma nova entrevista e os rostinhos bonitos na capa da revista.
- Calma, você consegue. – null disse para si mesma, respirou fundo e finalmente conseguiu acertar a senha.

Embora estivesse nervosa, ela não podia deixar de estar feliz, ela poderia ter uma chance de ter um emprego de verdade. Precisava saber alguma coisa sobre a banda, não que ela não os conhecesse, apenas ouvia algumas das músicas. Abriu um site de buscas e digitou: McFly. Mais de mil resultados encontrados. Pôs-se a procurar algumas situações engraçadas e algumas campanhas que eles participavam.

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Os quatro garotos estavam em frente a uma televisão jogando alguns games, quando a porta da sala se abriu, revelando uma garota encantadora. Os meninos a encararam e largaram seus controles na hora, levantando.

- Bom dia! – Ela cumprimentou-os com um aceno. Eles fizeram o mesmo e sentaram novamente no sofá.
- Eu sou o null. – O garoto falou empolgado.
- Me desculpem, sou null. – Ela estendeu a mão a ele, que a apertou.
- null. – Ele disse sem graça, afinal, ela os vira jogando vídeo game.
- null, a seu dispor. – null disse galanteador.
- null, encantado. – Esse, porém, beijou a mão da garota, que enrubesceu.
- Posso começar a entrevista? – null perguntou depois da troca de olhares entre ela e null.
- Quando quiser. – null respondeu pelos outros.
- Bom, como eu sou responsável por informar às pessoas que os admiram e fazer isso da melhor forma possível, recolhi algumas perguntas mais requeridas pelos fãs e outras que talvez sejam interessantes.
- Pode perguntar, null. – null falou tranquilamente para ela, dando um sorriso para que ela pudesse prosseguir. null ficou um tanto embaraçada com aquele sorriso, mas continuou.

Após algumas perguntas sobre as campanhas que eles vinham realizando tanto dentro do país quanto fora, chegou a hora de perguntar algo mais ‘interessante’.

- Como vocês estão sentimentalmente? – null perguntou aquilo e, sem querer, olhou diretamente para null, que sorriu mais uma vez pra ela.
- Eu ainda estou solteiro! – null respondeu, fazendo carinha de cachorro pidão.
- Sem comentários. – null falou, ficando vermelho.
- Conheci faz pouco tempo alguém realmente especial. – null respondeu com um brilho nos olhos.
Quando null foi responder a pergunta, seu celular tocou e ele teve que atender, pois era sua mãe.
- Que mãe? Não acredito! Tá bom, já estou indo. – null desligou o celular e levantou.
- O que houve dude? – null perguntou preocupado.
- Deu um problema e eu vou ter que sair. – Ele avisou os garotos. - Já ia esquecendo, prazer em conhecê-la. - null sorriu e acenou com a cabeça.
null ficou mais algum tempo conversando com os três, eles adoravam brincar e cada vez mais ela ficava encantada como eles eram queridos. Ela esquecera que estava em uma entrevista, fizera muitas perguntas, depois teria que editar, foi uma experiência ótima e lhe renderia uma ótima nota na faculdade.

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- Você tem certeza disso?- null perguntou novamente para sua mãe. - Mas que empresa incompetente! – Ele bufou.
- Eles disseram que estava mal embalada e que não é culpa deles. – A mãe dele falou.
- Eles vão ter que pagar pra mim. Eles não sabem como é caro manter instrumentos bons pra banda. – null colocava a mão na cintura, ainda indignado.
- Calma, isso vai ser resolvido. – Sua mãe tentava o acalmar.
- O resto da mudança tá pronta? – Ele perguntou, tentando disfarçar sua raiva.
- Quase tudo arrumado.
- Melhor assim, eu já posso dormir aqui hoje, né?
- Sim, seu quarto e a cozinha já estão prontos.
- Obrigada, mãe. Eu te levo pra casa. – null deu um abraço na mãe. Saíram em direção a seu carro.

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null pegou o metrô, ela trabalhava só na parte da manhã, então poderia estudar um pouco e editar a entrevista. Sentou sozinha em uma poltrona, já que não era um horário de movimento intenso, ao seu redor havia mais de três casais trocando carinhos.
Isso já está ficando deprimente,null pensou. Pegou seu iPod e colocou os fones, queria se distanciar um pouco daquela vida entediante.
Chegou ao prédio e várias caixas de papelão estavam colocadas em frente ao mesmo, fazendo com que a calçada ficasse parcialmente interditada. Ela entrou rapidamente, o frio estava de congelar. Chamou o elevador, que não demorou a chegar. Ao entrar em seu apartamento, deu de cara com Coop deitado sobre o sofá, pegando um pouco do Sol que iluminava fracamente a sala.
- Hey, Coop! – null o chamou, ele correu até ela, fazendo-a rir.
Pegou a chaleira que estava no fogão e a encheu para que pudesse preparar seu delicioso e inédito: miojo. Esperou até a água começar a ferver, fazendo aquele vapor aquecer um pouco o ambiente, que continuava gelado. Pôs a água junto à massa, que estava em um prato fundo, sobre a mesa.
- Pronto. – Ela sentou no sofá e comeu sua refeição. Lavou a pequena porção de louça e foi deitar na cama, iria passar toda entrevista para o laptop.
O telefone tocou na casa dela, mas a preguiça a impediu de levantar e ir até a cômoda atendê-lo.

Oi, aqui é a null. Para deixar seu recado, aguarde o sinal.
- null, querida, é a null. Só para avisar, cheguei a Londres essa madrugada. Vou estar na minha casa o dia todo, se você quiser me visitar. Beijo.

null se arrependeu de não atender, mas talvez mais tarde fosse visitar a amiga que estivera duas semanas em uma cidade do interior, trabalhando. A casa dela não ficava muito longe.
Já era três horas quando null terminou de passar a limpo sua entrevista, decidiu organizar a casa e depois ir ao mercado comprar algumas coisas que estavam faltando em casa.
Ração para o Coopnull anotava mentalmente tudo que precisava comprar.

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null estava ainda deitado na cama, fazia tempo que não descansava. Mas não demorou muito para o sossego ser interrompido. O celular não parava de tocar então, decidiu atendê-lo.
- Alô?
- É o null, dude. – A voz do outro lado se identificava.
- Pra me incomodar, só podia ser mesmo. – null brincou.
- Dude, você vai vir aqui em casa para o ensaio da nova música?
- Claro, daqui a meia hora eu estou aí.
- Estamos te esperando.null falou e desligou o telefone.

null levantou e lavou seu rosto com água fria, para acordar um pouco. Pegou a chave do carro e fechou a porta de seu novo apartamento. Apertou o botão do elevador e viu pelo visor que havia em cima da porta, que este estava no 3º andar. Decidiu ir pela escada, assim faria um exercício e ganharia tempo.

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null chamou o elevador que logo estava parado em seu andar, sabia que era preguiçosa por não ir de escada, pois eram apenas três andares. Ao chegar a portaria viu um garoto de fisionomia não muito estranha entrando na porta que daria para a garagem. Outro vizinho desconhecido, pensou null. Saiu do prédio com receio do frio que estaria fazendo lá fora, mas não se importou, a neve a encantava.
Ela puxou o sobretudo para mais perto de si, para ter a sensação que sentiria menos frio, ia caminhando quando um carro passou por ela, que sentiu que estava sendo observada. Caminhou duas quadras até o mercado. Comprou algumas frutas, leite, cereal, iogurte, chocolate e ração. Saiu do mercado carregada de compras.

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null passou de carro pela rua do seu prédio e, jurou que conhecia aquela garota que prendeu sua atenção enquanto caminhava. Mas não a reconheceu. Ficou a observando pelo espelho retrovisor, mas nem assim conseguiu. Sendo assim, dirigiu-se até a casa de null.
- Como está o apartamento novo? – null perguntou.
- Até agora está tudo bem. – null respondeu.
Os quatro papearam sobre a entrevista da manhã e narraram para null como a garota que fizera a entrevista era divertida. Era isso! null deu um salto.
- Era ela! Era ela! – null disse com os olhos brilhando.
- Ela quem? – null perguntou confuso.
- A garota que eu vi andando na rua era a jornalista. – null respondeu ainda empolgado.
- Tá e daí? – null não entendeu.
- E daí que ela estava na minha rua!
- Ela só estava passeando por lá.
- É mesmo. – null disse desapontado. – Eu gostei tanto dela.
- Ela se afeiçoou por você, também. – null falou.
- Sério? Como você sabe?
- Ela ficou toda preocupada com sua saída repentina e quando você beijou a mão dela ela ficou vermelha. – null disse para null, que tinha brilho nos olhos novamente.
- Mas já é tarde. Não vou ficar me enganando desse jeito, nós nem conversamos direito. – null completou. – Talvez ela seja só mais uma fã que sonhe comigo todas as noites. – Ele disse dando de ombros.
- É melhor esquecer mesmo. – null disse encerrando o assunto.
Eles começaram a ensaiar até à noite, quando apenas as estrelas iluminavam o céu negro. null se despediu de todos e seguiu para seu apartamento. Quando entrou em sua rua, prestava atenção nos mínimos detalhes, talvez algum deles pudesse revelar onde a jornalista morava. Mas quando chegou em frente a garagem do seu prédio, desistiu de procurá-la, Londres era grande demais para ela morar tão perto.

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null chegou do mercado e colocou tudo em seu devido lugar, lembrou que queria ver sua amiga que recém tinha chego de viagem. Desceu até a portaria e viu o mesmo carro que havia saído mais cedo entrando novamente na garagem. Aquele carro era daquele mesmo carinha que a fez lembrar de alguém. Mas não conseguia lembrar quem. Trancou a porta da frente do prédio, já que essas horas o porteiro estava descansando para a guarda noturna. Caminhou cinco quadras até chegar a uma rua que havia, no mínimo, vinte casinhas iguais. O único problema é que null morava ali e, ela não lembrava qual das casas era. Ótimo, pensou null.

- null! Qual é o número da sua humilde casa? – null perguntava ao telefone celular.
- Algumas coisas tu lembra sempre, outras não. – null respondia ao telefone.
- Diz logo, minha conta já está muito alta esse mês! – null exclamou.
- Tá bom, é 1459. – null disse.
- Estou chegando. – null disse e desligou o celular.
A garota chegou na frente do número dourado 1459, que reluzia com as fracas luzes vindas dos postes que acompanhavam a rua pouco movimentada. Abriu o pequeno portão de ferro e subiu com cuidado os poucos degraus que estavam cobertos de neve. Tocou a campainha insistentemente e viu a luz do hall acender e ouviu as chaves sendo rapidamente colocadas na fechadura, abrindo rapidamente a porta, revelando sua amiga com um blusão de lã e segurando uma xícara de chá.

- null! – null puxou a garota para dentro de casa e a abraçou.
- null! Que saudades! – null respondeu ao abraço.
Elas entraram em casa e null acendeu a luz da sala, já que ela estava em seu quarto, desarrumando as malas. Sentaram no sofá que ficava em frente à lareira que crepitava alegremente em um vermelho alaranjado, fazendo com que a sala ficasse ainda mais aconchegante.
- Como você ficou aqui sem mim? – null perguntou e foi em direção à cozinha que ficava junto à sala, somente sendo separada com uma bancada. Serviu chá em uma xícara igual a dela.
- Desamparada e somente conversava com o Coop. – null aceitou a xícara quente de chá que sua amiga oferecia a ela. null sentou novamente ao seu lado.
- E o trabalho? – Ela perguntou e tomou um grande gole de seu chá.
- Praticamente a mesma rotina. – null disse desapontada.
- Isso vai mudar quando você for efetivada, você sabe que vida de estagiário é verdadeiramente uma escravidão. – null falou. null sabia que ela entendia isso, pois afinal, ela passara por estágio antes de se formar.
- Eu sei, mas hoje foi um pouquinho diferente. – null disse e tomou mais um gole do chá de maçã que a amiga havia preparado.
- É mesmo? O que aconteceu? – Ela perguntou interessada.
- Entrevistei uma banda, carinhas legais. – null respondeu sorridente e lembrou do carinha mais legal. Sorriu involuntariamente.
- Quem são esses carinhas? – null perguntou rindo. - Chega de falar de mim! – null disse de repente. – Como foi a sua viagem ao interior da Inglaterra?
- Perfeita! Fiz o meu trabalho e ainda conheci um cara diferente de todos que eu já conheci. – null falou sorrindo.
- Esse cara mora lá? – null perguntou apreensiva, namoro à distância devia ser a pior coisa que poderia existir em um relacionamento.
- Não! Ele mora aqui, em Londres! Daqui a pouco ele vai vir aqui. Faz uma semana que a gente se conheceu e ele é charmoso até de mais. – null disse. Quando ela dizia aquelas palavras, parecia que sua felicidade ficava cada vez mais estampada no seu rosto.
- Não sorri demais, dá câimbra. – null falou já se irritando com tanta felicidade. Porque não sobra nenhum pouco de alegria para mim? Pensou null.
- Começou a senhora "negativismo em pessoa". – null falou largando sua xícara na mesa de centro.

Elas começaram a conversar sobre outras coisas que não envolvessem nem trabalho, nem sentimentos. Até que a campainha tocou e null saiu pulando e parou em frente ao espelho para se ajeitar um pouco. Mexeu um pouco nos cabelos e abriu a porta lentamente. null virou para ver quem era o tal carinha que null havia conhecido. Mas seus olhos não acreditaram no que via.
- Que saudades! – Ele falava abraçando ela com vontade, levantando-a no ar. Tinha um buquê de flores em mãos. null não podia mais deixar de acreditar em coincidências.
- Demais! – null disse quando já estava no chão. Ele estendeu as flores pra ela, que aceitou e as deixou em cima da mesa que havia no hall. Ele pegou em sua mão e ela o arrastou até a sala, onde null se encontrava com a cabeça entre as mãos.
- null! – null a chamou. null não queria sair daquela posição, seria no mínimo vergonhosa aquela cena de apresentação.
- Oi! – null saiu do seu casulo vermelha feito um pimentão.
- null esse é o null. – null apontava dele para null.
- null! Eu a conheço, null. – null disse sorrindo e cumprimentando null.
- Sério? De onde? – null perguntou curiosa. null sorriu amarelo.
- Eu entrevistei a banda dele hoje de manhã.
- Foi uma das melhores entrevistas que já respondemos. – Ele falou abraçando null pela cintura, fazendo a garota sorrir.
- Por que você não falou antes? – null perguntou.
- Porque eu não sabia que você era namorada dele. – null disse normalmente, como se aquilo fosse óbvio. null de repente parou e olhou para null, como se tivesse de algo importante. – Era da null que você estava falando hoje na entrevista?
- Sim, era. – null respondeu orgulhoso, mas ao mesmo tempo envergonhado.
- O que você falou, null? – null o olhou curiosa.
- Espera a nova edição chegar! – null respondeu antes que ele pudesse responder.
- É, espera. – Ele falou dando um selinho nela.
- Conspiração! – null falou.
- Bom, já está na minha hora, é melhor eu ir pra casa. – null falou vendo o relógio da cozinha marcar oito e meia da noite. Ela pegou a bolsa que deixara na poltrona.
- Não quer ficar? – null perguntou.
- Eu não sirvo de vela. – null falou, fazendo null e null sorrirem.

XxX

null tomou um banho rápido, já que o chuveiro que estava instalado não era o seu e esse não deixava a água tão quente. Pegou a toalha que estava posta em cima do vaso sanitário e se enxugou. Foi até a cozinha com a toalha enrolada na cintura, deixando as pegas úmidas dos pés no chão. Voltou alguns passos e ligou o som em alguma rádio da cidade, deixou na estação que apresentava especial anos sessenta.
- Por favor, uma pizza de calabresa. – null pedia por telefone a um tele-entrega. Deu seu endereço e a atendente disse que levaria vinte minutos para a pizza chegar.
Sentou em uma almofada que por enquanto lhe servia de sofá, até o sofá que ele havia comprado chegasse. Ligou a televisão, mas não encontrou nada que lhe atraísse atenção. Levantou e foi procurar, em uma das caixas, os DVDs que ele tinha. Encontrou-os no fundo de uma delas, escolheu um qualquer e o colocou no aparelho.

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null chegou e rapidamente entrou no prédio, pois o vento gelado estava ficando cada vez mais forte, na manhã seguinte talvez tivesse mais neve cobrindo as calçadas e ruas de Londres. Notou que havia um entregador de pizza impaciente esperando o elevador chegar.

- Oi, você está com pressa? – null perguntou simpática, o que não costumava acontecer. O moço com uma jaqueta escrita Uncle Jeff’s Pizzas a olhou e afirmou com a cabeça. null pegou a caixa de pizza que ele segurava.
- Eu entrego, é só me dizer qual apartamento. – null disse.
- É o apartamento – Ele olhou o bloco de notas – número 501. – Ele disse.
- Na cobertura, ok. Pode deixar que eu entrego. – null falou e pagou o entregador, ele agradeceu e saiu correndo do prédio.
- Deve ser duro trabalhar nesse frio em cima de uma moto. – O porteiro comentou com null.
- Pois é. – null disse. – Esse é o vizinho que se mudou hoje de manhã?
- Sim, ele é muito simpático. - Ótimo, bem, vou indo Sr. Padgham. – Falou ao ver o elevador abrir as portas para ela passar.
Entrou no elevador e apertou o botão de número cinco. Levaria a pizza ao vizinho, ela ainda não o conhecia como não conhecia os outros também. Olhou-se no enorme espelho do elevador e se arrumou um pouco, tinha que causar uma boa impressão ao mais novo vizinho. Quando o elevador anunciou que chegara ao seu destino, null saiu dando um passo para ver se era realmente ali ela deveria estar. Viu no final do corredor uma porta com o número 501 e avançou até lá. Tocou a campainha e ficou aguardando.

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null foi acordado com o som estridente da campainha, levantou-se lentamente e foi até a porta, cambaleando de sono.
Deve ser a pizza,” pensou null. Olhou pelo olho mágico. Não podia acreditar que ela estava parada na frente da sua porta com uma pizza em suas mãos. Ele rapidamente olhou para o reflexo dele no vidro da janela para ver se estava apresentável.
- Toalha! – null gritou com ele mesmo. Foi correndo até o quarto e procurou em meio à bagunça que estava seu guarda roupa, que ainda não estava organizado, uma roupa que pudesse vestir, que não tivesse amassada ou suja.

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null tocou mais uma vez a campainha, talvez ele não estivesse em casa. Mas daí ele não teria pedido a pizza, pensou null. Ela escutou alguns passos dentro do apartamento, tentou abrir a porta, mas estava trancada.
- Hey, tem alguém aí? – null gritou encostada a porta. Os passos estavam cada vez mais próximos.
- Já atendo! – Ouviu alguém gritar do lado de dentro.
- Ok. – null murmurou.
Ela encostou-se na parede contrária a porta, estava exausta. Escutou os mesmos passos se aproximando e alguém destrancando a porta. null não estava esperando ver aqueles dois olhos tão de repente.

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null a olhou de cima a baixo sem pestanejar, afinal ela era absolutamente bonita, estava com um sobretudo preto, uma manta que rodeava todo seu pescoço e sapatos confortáveis nos pés. Ele sorriu ao ver ela surpresa.
- Não sabia que trabalhava em uma pizzaria. – Ele perguntou tentando quebrar o constrangimento. null balançou a cabeça, na tentativa de acordar.
- Hm, bem, eu, eu não trabalho. – null ficou mais uma vez envergonhada na presença dele. Que diabos está acontecendo comigo?! null pensou.
- Quer entrar? – null falou e abriu espaço para que ela passasse pela porta. null não sabia o que responder, seu corpo respondeu. Ela simplesmente deu alguns passos sem que sua mente comandasse qualquer movimento.
- Claro, se não for incomodar. – null respondeu, ela já estava dentro do apartamento mesmo.
- Você não incomoda. – null disse fechando a porta atrás deles. null ficou esperando ele passar à sua frente, o que não aconteceu.
null colocou sua mão sobre o ombro de null, que sentiu calafrios no momento do toque. Ele passou o braço pelos ombros dela e os dirigiu para a cozinha, que era a peça do apartamento mais arrumada.
- Sente-se. – Ele puxou a cadeira para que ela pudesse sentar. Tirou a pizza das mãos dela e a pôs no forno, que já estava pré-aquecido.
- Obrigada, null. – null disse e sentou-se no lugar que ele havia indicado.
- Janta comigo? – O garoto propôs. - Não, deixa, eu preciso ir pra casa. – null fez menção de se levantar, mas null a pegou pela mão, fazendo-a sentar novamente.
- Eu lhe imploro, null, janta comigo? – null pediu de novo. null sorriu ao ver a cara que ele fazia.
- Comer pizza nunca é demais. – null falou e se acomodou melhor na cadeira, fazendo null sorrir mais uma vez.
Ele deu as costas a ela e começou a retirar algumas coisas que estavam na mesa e colocando uma toalha xadrez nela. null levantou para ajudá-lo, mas ele a impediu.
- Quer parar quieta, mocinha? Você é minha convidada. – null disse olhando diretamente em seus olhos.
- Desculpa, chefe. – null bateu continência, fazendo-o rir alto.

Ele procurava os pratos em algum dos armários e ela o observava atentamente. O jeito que ele se vestia era divertido, as peças não combinavam entre si, mas todo conjunto ficava charmoso nele. Quando sorria parecia que o mundo inteiro sorria com ele, era absurdamente lindo.
- Desculpa te perguntar, mas como você veio parar no meu apartamento com a minha pizza em mãos? – null perguntou de repente, fazendo null sair do transe.
- Infelizmente, ou felizmente, eu sou a sua vizinha. – Ela falou e ele simplesmente virou-se para ela.
- Felizmente, você é minha vizinha. – null novamente jogava seu charme nela.
- Não tenha tanta certeza disso, querido. – null sorriu malvada. Ele colocou os pratos sobre a mesa.
- Veremos. – Ele deu uma piscadela pra ela.
- Então, eu estava chegando ao prédio e avistei um pobre entregador de pizzas atarefado e apressado, esperando o nosso humilde elevador chegar à portaria, então, como uma boa garota, eu paguei a pizza e o deixei livre para continuar seu nobre trabalho. – null contou a null, que prestava atenção.
- Lembre-me de pagar à simpática garota, minha humilde pizza, que agora eu divido com você. – null terminou e colocou a pizza no centro da mesa.
- Lembrarei. – null disse e serviu a pizza para os dois.

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A noite passou rápido e a lua brilhava no céu, null e null riam das coisas sem graça que cada um dizia. Mas null notou que ele bocejava, então, decidiu que já era hora de voltar para casa, pois ela mesma estava exausta e na manhã seguinte teria que trabalhar.

- Bom, eu vou indo. – null anunciou, se levantando. null levantou junto com ela e arredou a cadeira dela, para que ela pudesse sair. Os olhares se cruzaram por um pequeno momento, fazendo com que os dois sorrissem docemente.
- Muito obrigado pela companhia. – null falou enquanto ele abria a porta para ela. null se voltou para ele e baixou a cabeça levemente.
- Obrigada pela pizza. – Ela disse olhando novamente para ele.
- Foi um prazer. – O garoto falou e ela passou por ele.
- Tchau, null.
- Boa noite, null.
null esperou até null entrar no elevador e fechou a porta. Foi até a cozinha e viu a caixa de pizza em cima do balcão da pia e lembrou que não havia pagado pra ela. O único problema é que ele não sabia o número do apartamento dela, mas na manhã seguinte descobriria.

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null entrou em casa e largou sua bolsa no sofá, juntamente com seu casaco e manta. Seu cachorro veio correndo com o rabo abanando em direção a ela, null fez carinho nele e o cão logo se aquietou na sua cama, no canto da sala. Ela não parava de pensar na noite que teve. Não parecia real. Alguma coisa iria acontecer errada, como tudo acontecia em sua vida, ela iria tratar de esquecer os sorrisos e olhares trocados. Ponto.

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A manhã chegou e, junto com ela, o barulho gostoso do vento batendo nos galhos das árvores do lado de fora. null acordou às oito horas, já que esse dia ela iria editar a entrevista junto com o chefe e com a editora chefe da revista, a reunião seria as dez. Levantou se espreguiçando e refez a rotina ao acordar.
null abriu as cortinas da sala e viu a neve que cobria os telhados das casas do bairro. Algumas pessoas passavam pela rua encasacadas e dois ou três casais caminhavam abraçados, para manter o calor entre eles. null ouviu o apito do microondas avisando que a água já estava aquecida, foi até a cozinha e preparou seu café. Notou que a casa estava uma bagunça, pois esquecera de organizar no dia anterior, mas lembrou que a faxineira iria vir naquele dia.
Pegou suas coisas para ir ao trabalho, ainda teria que pegar o metrô. Abriu a porta do apartamento, mas, antes de dar um passo se quer para fora, encontrou um envelope em cima do tapete de florzinhas, que estava em frente à porta.
Agachou-se para pegar o envelope e levantou novamente. Viu que não estava selado, mas leu seu nome na frente. Abriu.

Fazia tempo que eu tinha uma noite tão divertida, obrigado por compartilhar comigo. Estou saindo em turnê hoje à noite, talvez não nos vejamos mais por um tempo. Beijo, null.
Ps.: O dinheiro da garota simpática está junto ao envelope. Outro beijo.


- Eu sabia que não iria dar em nada! – null exclamou pra ela mesma. Viu o dinheiro da pizza e largou em cima da mesinha, fechando a porta com força.

XxX

- Preparados para a turnê? – Fletch perguntou aos garotos que estavam reunidos em uma sala na gravadora. null e null responderam rapidamente que sim. Os outros dois não estavam prestando nem um pouco de atenção na conversa que o grupo estava tendo. - null? null? O que vocês têm?
- Eu pedi ontem a null em namoro. – null falou desanimado, colocando a cabeça entre as mãos.
- Você já disse pra ela, não? – null pediu preocupado.
- Já. Em dois minutos de namoro eu já a fiz chorar, eu sou um idiota mesmo. – null bateu a cabeça na mesa, sendo impedido na segunda vez por null.
- Ela vai aguentar, dude. – null disse colocando a mão no ombro de null.
- Ela disse isso. Mas o problema é que eu não vou. – O garoto falou decepcionado.
- E você null? – null agora perguntou. null os olhou como se tivessem atrapalhado ele em alguma coisa muito importante.
- Não interessa. – Ele respondeu curto e grosso, retornando a posição inicial, cabeça baixa.
- Nossa, eu só queria ajudar! – null falou ofendido. null olhou novamente pra eles e percebeu que eles não tinham culpa de nada.
- Desculpa dudes, mas é que realmente eu não sei o que dizer pra vocês, não sei um jeito de dizer isso sem ser clichê demais.
- Não precisa, null, quando tu quiser dizer, diga, não se sinta pressionado. – null disse amigável.
- Que gay, dude! – null riu da cara de null. Todos outros riam também da perseguição dos dois.
Eles almoçariam juntos e depois voltariam cada um para suas respectivas casas, para arrumarem as malas.

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null saiu da sala de reuniões sorridente. Finalmente conseguira ser efetivada, estava muito feliz. Esquecera o que a deixara irritada no início do dia. Iria almoçar com null, talvez ela a distraísse um pouco. Como seus chefes deram o resto do dia de folga pra ela, conseguiria descansar um pouco. Foi até sua mesa e pegou sua bolsa, depois do almoço talvez fizesse algumas comprinhas.
Desceu até a portaria e encontrou null sentada em um dos sofás, esperando por ela. Elas se cumprimentaram e saíram de braços dados para fora do edifício. O vento estava gelado, mas elas decidiram mesmo assim ir andando até o restaurante. Atravessaram duas quadras e chegaram ao Picadily Circus, que já estava em clima de Natal, que seria em breve. Encontraram o restaurante que iriam almoçar e seguiram até lá.
Entraram lá e retiraram os casacos pesados, já que em qualquer que fossem teriam aquecedores prontos para esquentar o ambiente. Sentaram em uma mesa que dava toda a visão da Picadily Circus, as pessoas passavam apressadas com os casacos grudados no corpo, para combater o frio.

- E aí, null, novidade? – null perguntou quando se acomodaram no lugar.
- Aleluia, sim, tenho uma novidade. – null exclamou.
- Fala logo! – null pediu. null se ajeitou na cadeira.
- Eu fui efetivada! – A garota disse empolgada, null deu um grito de comemoração.
- Ai, que ótimo null! – null saiu do lugar para poder abraçar a amiga.
- É, eu estou muito feliz.
- Mas eles te testaram quando? – null perguntou curiosa. null lembrou um dos motivos.
- A entrevista com o McFly foi um teste. – null falou cabisbaixa.
- Hey, o que houve?
- Nada não. E você, tem alguma novidade? – Ela perguntou fugindo do assunto.
- Ai, o null me pediu em namoro ontem. – null deu um sorriso ao falar isso, que logo desapareceu.
- E você?
- Aceitei.
- Então, por que essa cara? – null perguntou, não entendendo a reação da amiga.
- Porque logo depois ele me disse que iria começar a turnê hoje. – null deixou escapar uma lágrima. null pegou a mão da amiga que estava sobre a mesa.
- Vai passar logo... – null disse pra amiga – eu espero. – Completou, como se quisesse acreditar que aquilo iria acontecer.
- Eu quero que passe. – null falou limpando a lágrima que ainda escorria pelo seu rosto quente.
null sentiu um aperto no coração, só não sabia o porquê, ou não queria admitir que aquilo estivesse acontecendo de verdade. Ela só estava cansada de ficar sozinha.

XxX

null acabara de almoçar e foi correndo para casa, não via a hora de falar com null. Chegou ao edifício e subiu as escadas rapidamente até o terceiro andar. Reconheceu a porta e o tapete de florzinhas, tocou a campainha. Sem resposta. Consultou o relógio, que sempre mantinha no pulso, eram três horas da tarde. Tocou novamente. Nem sinal de alguém lá dentro. De repente escutou arranho na porta, vindo do lado de dentro do apartamento. "Só um cachorro" pensou null.
Ele desistiu de tentar bater na porta, então subiu até seu apartamento, ainda precisava arrumar sua mala e guardar as coisas da banda, já que o estúdio de ensaios ficava na cobertura do apartamento.

XxX

null e null, que estava de férias, foram até a Harrods, fazia tempo que elas não saíam juntas. null comprou algumas roupas e um óculos de sol, null comprou blusas e um tênis. Ficaram um bom tempo experimentando as roupas, mais um tempo na fila para pagar as compras. Saíram da loja de departamento eram seis horas da tarde. Pegaram o metrô até a estação em que as duas desciam. Depois cada uma seguiu seu caminho.
- Tchau, null.
- Tchau, dê boa sorte para os garotos por mim. – null disse, sabendo que null iria se despedir de null.
- Mando sim.
Assim elas se despediram, null foi para o lado onde as casas eram praticamente iguais e null para o lado que os prédios eram antigos, mas conservados e elegantes. Não podia reclamar do lugar onde morava, era seguro e muito bem cotado. Abriu a porta do apartamento e despejou as sacolas de compras e sua bolsa em cima do sofá. Notou que a casa estava muito organizada, móveis limpos, cama arrumada, louças lavadas e roupas estendidas na área de serviço.
Decidiu tomar um banho, talvez a aliviasse das tensões e preocupações. Ligou a torneira da banheira bem quente e despejou dentro alguns sais relaxantes, despiu-se e viu o vapor d’água subir e embaçar o vidro da janela. Entrou lentamente na banheira e encostou a cabeça na parede. De repente o sorriso de null veio em sua mente e não conseguiu se segurar. Uma lágrima caiu de seus olhos. Ela começou a chorar de verdade, o choro silencioso passou para soluços desesperados.

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null não conseguia acreditar que uma garota que mal conhecia estava mexendo tanto com ele, não conseguia pensar em ninguém que se comparasse a ela. Era tão difícil explicar aquele sentimento que recém se formara, mas ela era diferente, ele achava isso tão clichê, mas era isso. Era ela. É ela.
Jogou as roupas todas amassadas dentro da mala e saiu batendo a porta. Desceu as escadas do prédio correndo, pulava alguns degraus e segurava-se firme no corrimão. Viu a porta com um número três escrito de tinta verde e abriu bruscamente. Entrou no corredor correndo e parou em frente ao número 302. Respirou fundo, mas não conseguiu organizar seus pensamentos. Tocou a campainha.

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null estava vestindo a calça quando ouviu a campainha tocar, deu um pulo e puxou calça pra cima, abotoando e fechando o zíper. Caminhou até a porta, deu um empurrão em Coop, que estava em frente à porta e abriu-a, sem mesmo ver quem era pelo olho mágico. Levou um susto. null, parado na frente de sua porta, com uma cara de preocupado e confuso, se possível.
- null! – null apressou-se em abraçá-la. Ela não obteve nenhuma reação.
- null, oi. – Ela disse, meio que se afastando.
- Eu só queria te dizer que eu... - null começou a falar.
- Você?
- Eu... – null perdeu a coragem. – Eu estou saindo daqui a pouco e queria me despedir de você.
- Ah, sim, claro, imagina. – null falou confusa.
- Bom, vou indo, se cuida, null.
- Boa sorte na turnê, null. – null disse calmamente. Tinha que admitir, ela era uma boba mesmo, imagina, por um momento acreditar que ele iria se declarar pra ela, como acontecia naqueles filmes românticos estúpidos, que só serviam para iludir as pessoas que talvez existisse uma alma gêmea para cada um de nós.
Ele deu as costas e ela estava fechando a porta quando null se entre pôs a mão dele na fresta, empurrou a porta com certa rapidez, mas cuidando que não fosse machucar null. Ele olhou nos olhos dela, viu uma lágrima brotando deles, e a puxou pela cintura. Pegou o rosto dela com as duas mãos, fazendo seus olhos não perderem contato com os dela, colocou uma mecha de cabelo ainda molhado e colocou para trás da orelha. null foi pega de surpresa, piscou algumas vezes e a lágrima que estava presa em seus olhos insistiu em cair, fazendo null limpá-la com o dedão.
- Lamento te fazer chorar, não era essa a minha intenção ao vir aqui. – null disse sincero, null percebeu que a voz dele embargou e ele teve que limpar a garganta com uma tossida.
- Eu sou muito boba. – null disse tentando sorrir, mas não conseguiu, aquele que era para ser um sorriso se tornou a cara de alguém que iria entrar em prantos a qualquer momento.
- Você não é e nem nunca vai ser. – Ele disse firmemente.
- Eu odeio despedida. – null resmungou.
- Se eu pudesse, não iria me despedir de você, eu não iria ir para algum lugar que eu nem sei onde é. Daria tudo para ficar aqui com você, descobrir o que é essa dor aqui no peito. – null disse essas últimas palavras com uma das mãos no peito.
- Eu quero descobrir isso também. – null falou chorosa. O celular de null tocou.
- Infelizmente, eu vou ter que ir, null. – null disse ao ver a mensagem de null o mandando ir logo para frente da gravadora, de onde o ônibus da turnê sairia.
- Vai, null, é o melhor que se tem a fazer.
- Eu prometo que eu volto pra gente descobrir junto tudo que se tem pra descobrir.
- Eu acredito na sua promessa.
null se aproximou lentamente do rosto de null, que já cerrava os olhos, ele inclinou-se pra frente dela e a beijou docemente. Foi um beijo calmo e tranquilo, eles dois esperavam por aquilo. Ele se afastou e deu um olhar de despedida pra ela.
- Por que eu não consigo tirar meus olhos de você? – null sussurrou.
- Tá doendo. – null começou a chorar.
- Por favor, não chora. – null falou abraçando ela. Ficaram um tempo assim até ela acalmar o choro. Ela se afastou e olhou pra ele.
- Vai, null, já devem estar te esperando. – null falou empurrando ele para fora da casa. Eles sorriam.
- Já está me mandando embora? – Ele fingiu estar magoado.
- Não repita isso. – Ela apontou o dedo indicador pra ele.
- Eu volto. – null disse se afastando e apertando o botão do elevador.
- Eu vou te esperar.
null abriu a porta do elevador e null por um impulso correu até ele e o beijou pela última vez. Quando viram havia duas pessoas esperando por ele para o elevador subir. null acenou para ela, que correu de vergonha.

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null entrou no ônibus com sua mochila, já que a mala com roupas ele já tinha deixado com o motorista, para guardá-la no bagageiro. Encontrou null e null no canto do ônibus jogando vídeo game e null se despedindo de null. A garota derramava algumas lágrimas, null as limpava como ele próprio havia feito com null.
- Chegou a bicha! – null falou desviando o olhar da televisão.
- Criança! – null respondeu.
- Vamos logo! – Fletch subiu para o ônibus gritando, ele olhou pra null e lhe tocou o ombro. – Infelizmente temos que ir querida. – Ele falou compreensivo.
- Desculpa o incômodo. – null disse baixo, mas todos escutaram, ela se despediu de cada um dos garotos, deixando null por último. Ele desceu os primeiros degraus do ônibus, queria se despedir dela sozinho. null voltou alguns passos, como se tivesse lembrado de algo.
- Garotos, a null, a garota que entrevistou vocês, mandou boa sorte pra vocês! – null exclamou e sorriu pra eles, quando descia os degraus novamente foi interrompida.
- Você conhece a null? – null perguntou para null, confuso.
- Minha melhor amiga. – null disse calmamente. null sorriu também.
- Você tem o telefone dela? – Ele perguntou rapidamente.
- Claro, mas por que você quer? – A garota não entendia nada.
- Pergunta pra ela. – null deu uma piscadela. null ficou boquiaberta, mas entregou em um pedacinho de papel, rasgado da sua agenda, o telefone da amiga. - Obrigada. – null disse e beijou a bochecha dela.
- Hey, ela tem namorado! – null exclamou do lado de fora.
- Infelizmente. – null disse, riu ao ver a reação de null, que puxou null para o lado de fora.

Os três foram até a janela do ônibus, como os três porquinhos empinando a bunda, para poder enxergar os dois se despedindo. null beijou null e ela o abraçou, não conseguiram ouvir nada, mas sabiam que eles estavam realmente sofrendo. Eles ficaram um tempo abraçados e logo null saiu correndo e entrou no carro.
null entrou no ônibus arrasado, os olhos estavam inchados e as bochechas úmidas. Ele sentou em uma das poltronas e procurou alguma coisa na mochila, tirou seu iPod e colocou os fones nos ouvidos, virou-se para a janela e desligou a luz que estava acima dele. Os outros três entenderam que nada que eles dissessem naquele momento adiantaria.

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null estava deitada no sofá, olhando algum filme de sua coleção, estava sentindo-se melhor, pelo menos sabia que não estava ficando maluca. Chorou o bastante, agora não precisava mais, sabia que ele iria voltar e que ficaria tudo bem. Ouviu seu celular que estava no quarto tocar e correu pra atendê-lo, poderia ser ele, mas lembrou-se que ele não tinha o número dela.
- Alô? – null atendeu.
- null? Por que a minha vida tem que ser tão injusta?null falava ao telefone, chorava um pouco também.
- Sinto lhe dizer, mas não é só a sua. – null disse sincera.
- O que houve?null parou um pouco de chorar ao perguntar isso.
- Quer comer comida chinesa e assistir alguns filmes? – null perguntou.
- Quero, quero muito. – null respondeu.
- Então vem, estou esperando. – null disse e desligou o telefone.

Alguns minutos se passaram e null foi atender o interfone, era sua amiga, apertou o botão que abria a porta lá embaixo. null abraçou null forte ao encontrá-la, esperando-a do lado de fora do apartamento.
- O que aconteceu? – null perguntou.
- Ele já foi. – null choramingou.
- Você é muito chorona. – null disse e encaminhou a amiga até a sala de televisão.
- O que tem entre você e o null? – null perguntou de repente.
- Que? Como você sabe disso? – null perguntou assustada.
- Ah, então tem mesmo alguma coisa! – null falou empolgada. null corou rapidamente, fazendo a amiga rir.
- Não sei se isso dar para ser ‘alguma coisa’, mas sim, tem alguma coisa. – null disse totalmente confusa.
- Explique-me. – A garota pediu.
null explicou resumidamente o dia da entrevista, a pizza, a janta e a despedida. null soltava um ‘own’ a cada instante, fazendo null se estressar em certos momentos.
- Como foi com o null? – null perguntou logo depois de ter contato tudo.
- Foi mais triste do que eu previa. – null baixou a cabeça. null entendeu o silêncio da amiga. – Ele disse que não queria ir e eu falei que era para o bem dele e da carreira dele. – null respirou fundo.
- Daí ele disse que o que fazia bem pra ele era me ter ao lado dele. Eu o abracei forte e ele sussurrou no meu ouvido que ele voltaria tão rápido quanto ele sabia que me amava. Ele desabou nos meus ombros chorando. Dei um último beijo nele e corri até o carro.- null tinha os olhos marejados.
- Eles vão voltar. – null disse abraçando a amiga.

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Dezembro chegou fazia dez dias. As ruas de Londres estavam em espírito natalino, com luzes coloridas, árvores detalhadamente enfeitadas e guirlandas por todas as portas. Amanhecera um novo dia. No lugar do Sol, que já era raro, havia uma névoa densa, além de o inverno estar cada vez mais intenso.
Fazia dez dias que eles tinham partido. null ficou esses dias trabalhando até tarde, talvez assim ela conseguisse esquecer os empecilhos que faziam ela chorar cada noite ao deitar. Nenhuma ligação. Nenhum sinal de vida. Como era sábado, null decidiu que iria dormir um pouco mais.
Acordou com Coop fuçando o ouvido dela, fazendo-a rir. null brincou com ele até ver que já era meio dia, deu um pulo da cama, pois tinha combinado de almoçar com null. Vestiu sua calça jeans de sempre e vestiu um suéter por cima do seu pijama e colocou uma jaqueta grossa e quente. Pegou sua bolsa e seu celular, deu tchau a Coop e fechou a porta.

- Que consideração, hein?! – null disse quando null sentou-se ao seu lado no restaurante japonês que tinham combinado de ir.
- Pare de drama, null! – null falou largando a bolsa na cadeira ao lado.
- Como foi sua semana? – null perguntou e, não perdendo tempo, chamou o garçom.
- Trabalhei bastante e, por isso, dormi um pouco demais hoje. – Ela explicou-se.
- Já que você não perguntou, sim, eu estou bem também, minha semana foi ótima, apesar de tudo. Fui promovida, agora eu sou uma dos chefes da agência. – null disse feliz.
- Que ótimo, null! – null exclamou, mas não com tanta empolgação. null olhou preocupada para amiga.
- Ele está bem, null. – Ela disse notando qual era o problema de null. Essa olhou de repente para ela. – null me ligou ontem. – null continuou.
- Por que ele não me liga? Que merda, também! – null gritou e por um momento quase começou a chorar. – Parece que ele esqueceu tudo que me disse!
- Eles não estão conseguindo se comunicar direito. O telefonema que o null me deu ontem foi horrível, ele não me escutava. Mas ele disse que todos estavam bem e que a empresa telefônica estava resolvendo uns problemas nas linhas deles, parece que tentaram clonar, ou algo assim. – null explicou.
Assim null se calou e elas almoçaram, conversaram sobre outras coisas que não envolvessem os garotos. Após o almoço elas foram até a Starbucks e pediram dois capuccinos com baunilha. Saíram da loja e o vento soprou forte, fazendo os cabelos delas voarem.

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- Merda! Ela não atende o celular. – null exclamou, os outros estavam arrumando os instrumentos para o show.
- Ela deve ter esquecido em casa. – null disse tranqüilizando null.
- Dez minutos, garotos! – Um assistente de Fletch veio anunciar.
- Menos um show, mais perto de voltar! – null falou.
- Isso que é paixão! – null disse rindo da cara que null fazia.
- Concordo com null. – null intrometeu-se.
- Outro apaixonado! – null exclamou.
Eles saíram do camarim e foram em direção ao palco. Antes das luzes acenderem já ouviam gritos de todos os lados da arena.

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null chegou em casa e ouviu um apito do celular. Procurou ele por sua bolsa, achou escova, batom, agenda eletrônica, espelho e, enfim, o celular.
- Ótimo, sem bateria. – Ela debochou. Foi até o escritório e tirou de uma das gavetas o carregador do seu sidekick. Encaixou o carregador na tomada e colocou o aparelho pra carregar.
Tomou banho e foi até a recepção do prédio ver se tinha alguma correspondência pra ela. Apenas contas. Entrou em casa novamente e ouviu outro bip. Correu até o escritório e viu que já estava carregado o seu celular. Abriu ele e viu que havia uma nova mensagem na caixa de entrada.

Querida, desculpa não ter ligado antes, aconteceram alguns imprevistos. Esses dez dias estão sendo os piores que eu já vivi. Sinto sua falta. Eu não consigo mais dormir direito. Espero estar em breve ao seu lado. Com amor, null.

null sorriu com a mensagem. Aquilo bastava pra ela sentir-se mais tranquila, tudo aquilo que ele lhe dissera ainda estava valendo. Decidiu responder logo a mensagem.

null, espero que estejam fazendo sucesso por aí. Aqui está tudo bem, mas realmente você está fazendo falta. Parece meio exagerado, mas é a pura verdade. Com carinho, null.

null comeu alguma coisa e foi se deitar. Ela sabia que não conseguiria dormir imediatamente, só pensava em null e como ele tinha aparecido de repente na vida dela e que, em menos de uma semana, ela já estava apaixonada pelo vizinho mais bonito que ela já teve. Cobriu-se com o edredom e deitou sua cabeça nos dois travesseiros fofos que ela tinha. Olhou para a janela que era na frente de sua cama e viu os flocos de neve cairem lentamente. Acabou adormecendo.

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Eram duas horas da manhã quando show acabou, os quatro pegaram toalhas e se secaram, mesmo fazendo frio lá fora, eles conseguiam suar bastante. null atirou-se no único sofá do camarim e pegou uma garrafinha de água de uma mesa ao lado. null trancou-se no banheiro, null pulou por cima de null e null foi procurar seu celular, que estava por algum lugar da sala.
- Achei! – null exclamou feliz. Viu que havia uma mensagem nova na caixa de entrada e abriu um pouco mais o sorriso. Quando viu quem tinha mandado sorriu demais, assustadoramente demais.
- É mensagem da null? – null perguntou sentado com a bunda na cara de null, que tentava de qualquer maneira sair dali.
- É, é sim. – null leu a mensagem e ficou meio vermelho. "Eu faço falta pra ela" null pensou e perdeu-se em mais alguns pensamentos.
- Socorro! – Ouviram um grito abafado. null abanava as mãos pra cima. null gargalhava do desespero do garoto.
- Sua marica. – null disse saindo de cima de null.
- null, preciso falar com você. – null falou ao sair do banheiro. null saiu e seguiu null até fora do camarim.

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null acordou na segunda feira de manhã com uma cara nada amigável, escovou os dentes, vestiu-se para o trabalho e comeu seu cereal de sempre. Pegou seu sidekick, colocou-o na bolsa e abriu a porta com dificuldade, pois seu cachorro estava interrompendo a passagem, fazendo com que ela ficasse menos humorada ainda.
- Sai Coop! Sai! – null gritou com o cão. Ele saiu de rabo baixo e foi para sua cama.
Ela abriu a porta ainda brava e viu um buquê de flores colocadas no tapete dela. Abaixou-se e pegou elas, levou-as para dentro e viu que colocadas entre elas havia um pequeno envelope. Abriu o envelope e tirou de dentro dele um pedaço de papel, onde havia escrito algumas palavras.

null, você é a única que eu quero abraçar nesse momento, não consigo parar de pensar em você e nesse sorriso que só você tem. Eu quero e vou ser tudo que você sempre precisou. Não deixarei outro minuto ser desperdiçado. Com amor, null.

O dia dela seria muito melhor agora. Sorriu e fechou a porta.

XxX

Faltavam treze dias para o Natal chegar e todos já estavam em clima de festa. null iria folgar esses dias, precisava descansar. Chegou sexta à noite em casa e tomou um banho quente. Vestiu um moletom antigo da sua antiga escola. Deitou no sofá da sala de televisão e ligou o aquecedor. Pegou seu celular e ligou para a pizzaria.
- Pizzaria Uncle Jeff, boa noite. – A telefonista atendeu o telefonema.
- Boa noite, vocês poderiam trazer uma pizza de calabresa pra mim? – null fez o pedido e deu o endereço dela.
Desligou o telefone, sentiu um aperto no peito, lembrou-se do dia em que ela e null tinham se conhecido. Tudo passou pela cabeça dela, tudo foi muito rápido. Talvez aquilo não passasse de um sonho muito distante de acontecer. Eles nem se conheciam direito, como ela podia confiar tanto nele? Mas apesar de todas as dúvidas que ela tinha sobre aquilo, null sentia que podia confiar nele.
Os pensamentos negativos foram interrompidos pela campainha. Levantou do sofá quentinho e calçou suas pantufas indo até a porta da frente. Abriu a porta e deu de cara com entregador de pizza.

- Hey! – Disse o garoto de boné.
- Hey. – null falou educada. Pegou o dinheiro que já tinha separado. Entregou à ele e pegou a pizza.
- Só se der um beijinho. – Ele disse ainda com a pizza na mão.
- Eu tenho namorado, querido! – Ela falou tirando a pizza da mão dele.
- Eu seria ele? – O garoto disse e tirou o boné. null ficou completamente vermelha.
- null! – Ela exclamou ruborizada.
- null! – null a abraçou pela cintura, ela ainda estava sem reação.
- Não acredito! – null retribuiu o abraço, pulando nele e agarrando seu pescoço.
- Só me diga quem é seu namorado? – null perguntou quando eles já tinham se desgrudado um do outro.
- Eu não tenho namorado nenhum, foi só uma desculpa pra eu escapar de um entregador tarado. – null ficou mais uma vez envergonhada.
- Não seja por isso. – null pegou o rosto de null com as duas mãos e olhou nos olhos dela. – Namora comigo? – Ele pediu com um sorriso no rosto.
- Sim. – Mal ela respondeu e null já tinha beijado ela com todo amor que alguém poderia sentir. Eles sentiam-se felizes como nunca imaginavam ser.
null a caixa de pizza do chão e null pegou a mão dele, o trazendo para dentro de seu apartamento.
- Que apartamento legal. – null falou observando os móveis modernos e a cozinha toda equipada com eletrodomésticos que facilitavam a vida de qualquer um.
- Não tanto quanto o seu. – null disse rindo da cara que ele fazia.
- Você só viu a minha bagunça. – null disse dando um selinho nela.
- Se aquilo era bagunça, imagina quando estiver arrumado. – Ela respondeu.
- Vamos comer essa pizza. – Ele disse e foi até a cozinha. Abriu o forno e o ligou.
- Já está se sentindo em casa? – null escorou-se no batente da porta e o observou.
- Claro. – null respondeu, colocou a pizza dentro do forno e caminhou até a garota que sorria. - Que sorriso é esse?
- Felicidade. – null respondeu. null a segurou pela cintura e a beijou. Ela passou as mãos pelo pescoço dele, ele se afastou e sorriu.
- Eu não podia estar mais feliz.
- Venha, vamos arrumar a mesa. - Sim, senhora.

Jantaram sorridentes e foram até a sala de televisão. null sentou na parte do sofá que era mais comprida, fazendo null sentar ao lado dele. Ele a puxou para mais perto e ela encostou a cabeça no peito dele, fazendo-o sorrir.
- Como você conseguiu sair da turnê? – null perguntou sonolenta. Ele acariciava os cabelos dela.
- Hoje era nosso dia de folga, amanhã vamos tocar em Liverpool. – null disse baixinho, ainda acariciando ela.
- Você vai embora amanhã? – null perguntou já sentada e encarando ele. null acenou com a cabeça, concordando. Ela deitou novamente e o abraçou pela cintura, ele passou os braços pelos ombros dela, fazendo ela se aconchegar bem junto a ele e ficaram em silêncio.
null ouvia o coração de null bater calmamente, os movimentos que sua respiração fazia, ela sentia-se segura com aquele abraço. Cada vez que ela olhava pra ele, seu estômago formigava. Com null não era diferente, enquanto ele acariciava os braços de null, ele sentia aquela pele amável, que no momento que o tocava sentia arrepios. Os olhos dele decoravam todo e qualquer movimento dela, seu perfume que predominava no ar. null fechava os olhos e null sorria.
- null, vamos para o quarto? – null pediu carinhoso, sussurrando no ouvido dela.
- Quê? – null perguntou assustada.
- Eu vou te levar para o quarto. – null repetiu no mesmo tom de voz.
- Claro, claro. – null resmungou e foi sendo levantada por null, que de repente pegou ela no colo. – null! – null disse assustada.
- Calma meu amor. – Ele falou dando um selinho nela. Impossível não sorrir.
Passou pelo corredor com cuidado para ela não bater a cabeça em nenhum dos quadros e fotografias penduradas nas paredes, abriu a porta do último quarto do corredor e viu um cômodo com uma das paredes pintadas de vermelho, uma cama fofa e um closet. Deitou null, já adormecida, na cama. Deu um beijo no topo da cabeça dela e cobriu-a com uma coberta. Ela resmungou um pouco e despertou vendo null dar as costas pra ela.
- Aonde você vai? – Perguntou olhando ele abrir a porta e refletir a luz da sala para dentro do quarto, ela enxergava somente a sombra dele.
- Vou pra casa. – null falou baixo, abrindo mais a porta.
- Não, não, não, fica aqui! – null pulou da cama e pegou as duas mãos dele, o arrastando para dentro do quarto novamente.
- Mas você está cansada. – Ele acariciou as bochechas dela.
- Dorme aqui comigo, tem espaço. – Ela mostrou a cama. null sentou na ponta da cama e o puxou para que fizesse o mesmo. Ele sentou.
null tirou os tênis dele, a jaqueta e pegou a mão dele para que deitasse ao lado dela. null deitou a cabeça sobre os dois travesseiros e ficou olhando pra ele, que a encarava também. Ele levantou da cama e sentou novamente ao lado dela, null se cobriu e puxou a mão dele para que ele deitasse também. null se aproximou mais e deitou. Pousou sua cabeça nos outros dois travesseiros, os dois ficaram se encarando por um bom tempo.
- Você ia sair sem se despedir? – null perguntou. null a pegou pelos braços e colocou-a encostada ao peito dele.
- Eu não sou bom em despedidas. – Ele disse envergonhado. null olhou para cima, tentando encontrar os olhos dele. Ele olhou para baixo e uma lágrima caiu no rosto dela.
- Não, por favor, não chora. – null sentou na cama e o abraçou, sentindo ele a abraçar também e pousar a cabeça no ombro dela. Ela sentia as lágrimas dele caindo sobre o moletom dela.
- É difícil de acreditar que algo assim aconteça tão de repente e sem que eu consiga controlar, e eu nem quero segurar, porque é tão bom o que eu estou sentindo. – null falava sem parar, como em um desabafo. – null, eu estou apaixonado por você.
null pegou o rosto dele e o beijou com uma paixão que nunca sentira antes, ela sabia que também estava gostando muito dele. Nunca tinha sentido algo tão forte e tão de repente por alguém. Eles se beijavam calmamente, um beijo amável.
- Eu também, null. – null falou interrompendo o beijo.
- Eu quero você só pra mim, pequena, só pra mim. – null sorria e a abraçava forte. null deitou novamente e null fez o mesmo.

Eles se olhavam apaixonados e sorriam um para o outro. null chegava mais perto e abraçava null, ela se virou, fazendo ele a abraçar por trás. null aconchegou-se no abraço dele e ele encostou o queixo no pescoço dela, a deixando arrepiada. null sorriu.
- Se eu tiver sonhando não me acorde. – null falou baixinho, já com os olhos fechados.
- Eu não vou. – null sussurrou e a virou para ele. – Você fica linda dormindo.
- null! – null escondeu o rosto. Ele riu alto e retirou as mãos dela do rosto.
- E vermelhinha também. – Ele disse e levou um tapinha de leve no braço. Ele a pegou pela cintura e deixou-a próxima dele.
- Que horas você vai? – null perguntou.
- Tem um vôo às oito da manhã, eu e o null vamos juntos. – null falou encostado nela.
- Ele também veio? – null pediu. - Sim, eu e ele estávamos fazendo competição de mais emburrados, daí o Fletch nos mandou vir. – null disse.
- Hm, a null estava muito chata esses dias. – null falou. - Eu não sou chata. – completou inocentemente.
- Ah é? Vou perguntar pra ela. – Ele disse sorrindo.
- Quando você volta? – null perguntou.
- Na véspera de Natal. – null respondeu.
- Eu vou te ver? – null perguntou.
- Hm. - null fez cara de pensativo. – Com certeza, eu vou passar o meu primeiro Natal fora de casa. O null disse que a null quer fazer uma festa lá.
- Eu e ela sempre passamos o Natal juntas. – null disse sorrindo.
Eles ficaram em silêncio. null acabou adormecendo nos braços dele. A luz do abajur, que antes ele acendeu, estava ligada ainda, então, ele a desligou. Cobriu-a e deitou novamente. Não ia conseguir dormir aquela noite, não com ela ao seu lado, estaria desperdiçando tempo.

XxX

null sentiu o celular vibrando embaixo do travesseiro e viu que o despertador tocava pela segunda vez. Saiu com cuidado da cama e ajeitou null delicadamente na cama. Já eram seis e meia e ainda teria que pegar null na casa de null. Calçou seu tênis e sua jaqueta e deu a volta na cama, beijando com amor a testa da garota que dormia. Observou ela por alguns segundos, sentindo o coração acelerar e apertar o peito. Fechou a porta do quarto em silêncio.
Ele achou na geladeira um bloco de notas, escreveu algumas palavras e fechou a porta da frente devagar. Desceu apressado no elevador e chamou um táxi para que levasse ele até null e depois até o aeroporto.
Ligou para null já sair de casa, pois já eram sete da manhã e ainda tinham que enfrentar um trânsito até o aeroporto e comprar as passagens. Chegou em frente à casa com um número 1459. Não precisou tocar a campainha, porque quando estava com o dedo encima do botão, null abriu a porta e saiu da casa de tijolo à vista.

- Tudo bem? – null perguntou ao ver a cara de null.
- Espero que sim. – null respondeu e foram até o táxi, que esperava na frente.
Eles entraram e foram até o aeroporto em silêncio, presos a pensamentos parecidos, e sentimentos parecidos. Cada um mirava uma janela, fingindo interesse nos postes e carros que vagam pela cidade. O motorista cobrou a corrida, eles pagaram e saltaram do táxi apressados.
- Como foi sua noite? – null perguntou enquanto faziam o check-in.
- Perfeita. – null sorriu lembrando de null. – E a sua?
- Perfeita. – null também sorriu.

Saíram em direção ao portão de embarque e entraram no avião. Ficaram um do lado do outro, null com seu iPod e null com null em seus pensamentos. Ele não estava conseguindo esconder a dor que era deixar null, era um tipo diferente de dor, uma dor de saudade. A cada minuto que o avião sobrevoava solos ingleses, null pensava nela e nos quilômetros que os distanciavam.

XxX

null acordou com um barulho da porta fechando e viu a cama vazia, a não ser por ela, mas ele não estava. Sentiu ainda o calor da cama e o perfume dele no travesseiro. Ela correu até a janela e viu o táxi estacionando na frente do prédio e null entrando nele. Não entendia como ela precisava tanto dele nesse momento. Deitou novamente na cama e abraçou o travesseiro dele. A primeira lágrima veio e, junto com ela, muitas outras. Ela nunca tinha se sentido assim antes, sempre fora forte.
Sentia falta dele. null soluçava, a respiração estava falha e o coração doía por dentro do peito. Queria ouvir a voz dele novamente. Acabou adormecendo.

XxX

null e null desembarcaram dez horas no aeroporto de Liverpool, foram até onde o resto da banda estava hospedado. null se fechou no quarto e disse que só sairia quando estivesse na hora do show. Todos o entenderam e o deixaram sozinho.

XxX

null acordou eram duas da tarde e tomou um banho. Estava com fome, então foi até a cozinha comer alguma coisa. Notou a caixa da pizza jogada em cima da mesa e um papel em cima dela.

Você continua linda dormindo, tive pena de acordá-la e seria ainda mais difícil do que já está sendo me despedir de você. Mas daqui onze dias estou de volta. Com carinho, null.

Ela caiu na cadeira e chorou o quanto pôde. Não sentia mais fome.

XxX

Cada dia se passava vagarosamente, de dia null saia com null, que estava aceitando aquilo com mais tranquilidade. De noite ela deitava e chorava. Assim foram os primeiros sete dias sem null ao lado dela. Cada pedaço dela o queria ao seu lado.
Eram nove horas da noite, null estava assistindo um filme na casa de null, elas decidiram passar juntas esses quatro dias antes do Natal, assim, poderiam planejar tudo para a festa que dariam e, também, apoiariam uma a outra. O telefone tocou e null atendeu.

- null! – Ela gritou ao telefone. null deu um pulo do sofá e se aproximou do telefone, sendo empurrada pela amiga, que estava sorrindo com a voz do namorado ao telefone.
- Estou bem, eu e a null estamos aqui, planejando tudo pra festa. – null conversava com null.
- Sim ela está aqui. – Ela falou. - Mas que merda! Não posso mais conversar com meu namorado direito? – null disse ao telefone, xingando alguém.
- null, o null! – null chamou a amiga que estava comendo cookies no sofá. Ela pulou do sofá e correu até o telefone.

XxX

null esperava null atender a ligação inquieto, fazia três dias que eles não conversavam. Ele trancou-se no banheiro do camarim, já que os outros três não o deixavam sozinho. Ouviu um barulho de passos no outro lado da linha e uma voz conhecida, linda por sinal.

- null?! – null perguntou ansiosa. Ele sorriu.
- null! – null disse abobado. null sorriu, era ele.
- Três dias, Sr. null? – A garota o interrogou.
- Desculpa meu amor, mas não consegui tempo, quando eu ficava sozinho ou não tinha nada pra fazer, já era tarde da noite. – null explicou-se.
- Mas por que não ligou mesmo assim?
- Não teria audácia em te acordar. – Ele falou lembrando dela dormindo sorrindo.
- Você e essa mania.null falou emburrada.
- Vai acostumando, tenho muitas outras mais chatas. – null riu ao telefone, fazendo-a rir também.
- Mas você está bem?null perguntou.
- Sim.
- Não me convenceu esse ‘sim’. – Ela disse preocupada. Ficaram quietos alguns instantes.
- Você está longe faz sete dias e eu já estou acabado. – null falou quebrando o silêncio.
- Eu não agüento mais. – null disse em resposta.
-Eu sei que eu verei você em breve, mas eu preciso que você saiba que eu gosto muito de você. – null falou e ficou em silêncio. null escutava a respiração dele no telefone, sabia que ele precisava falar mais alguma coisa. - E, eu sinto sua falta. – Ele completou.
- Eu também gosto de você, null.null falou baixinho. Escutou algumas batidas.
- Preciso passar pro null, se não ele me mata. - null disse.
- Quero você vivo, oras! – Ela brincou.
- E vai ter. – null falou rindo também.
- Tchau, null.
- Tchau, null.
null entregou o telefone à null, que estava na cozinha preparando alguma comida congelada para elas jantarem. null abriu a porta e viu null correr até ele e pegar o celular da mão dele.

XxX

Faltavam dois dias para o Natal e um para eles voltarem para Londres. null e null estavam mais alegres, foram até o mercado comprar os últimos ingredientes para a ceia. A casa de null estava toda decorada, árvore de natal com luzinhas coloridas, guirlandas, meias na frente da lareira, músicas natalinas gravadas em CDs, cartões-postais colocados embaixo da árvore.

XxX

Eram nove da manhã e null deu um pulo da cama, era hoje que ele chegava. Colocou um blusão e viu a rua da janela do segundo andar da casa de null. A neve começava a cair novamente, se acumulava em cima dos galhos das árvores e nos carros estacionados na rua. Ela viu as crianças brincando e fazendo bonecos de neve nos jardins.
Desceu as escadas correndo, tinham muito que fazer. null também estava acordada, elas começaram a arrumar a casa, limpar o chão, lavar algumas louças e começar a preparar o jantar.
null terminou de arrumar a sala e foi para a cozinha ajudar null a fazer o plum pudding, tradicional na Inglaterra, elas colocariam uma moeda dentro dele, que daria sorte a quem comesse o pedaço com ela. Prepararam o peru e as saladas, teriam um banquete.
null saiu correndo, lembrando que não tinha comprado o presente de null, como sempre, esquecia alguma coisa. null já havia comprado. Era cinco da tarde quando elas terminaram tudo que tinham pra fazer. null foi para o banho.

XxX

null e os outros embarcavam no avião, todos sorridentes, pois estavam voltando pra casa. Ficaram os quatro sentados na mesma fila, na classe executiva.
- O null está sorrindo? – null perguntou.
- Tenho motivos para isso. – Ele respondeu direto.
- E qual seria o motivo? – null perguntou desentendido.
- Tenho uma garota linda me esperando em casa, se chama null. – null respondeu confiante, nenhuma garota com que ele saíra era como a null.
- Nossa, que amor! – null falou apertando as bochechas de null.
- Vira pro lado e dorme, null. – null falou.
- Metido! – null disse.
- Olha quem táfalando! Ainda vão jantar na casa da minha namorada! – null respondeu sorrindo.
- Folgados! – null riu.
O avião decolou. Os resquícios do Sol estavam deixando o céu.

XxX

null saiu do banho e colocou sua melhor roupa. Penteou os cabelos, borrifou perfume e desceu para ajudar null a pôr a mesa. null recém saíra do banho, estava radiante e cantava enquanto estendia a toalha por cima da mesa. null riu da amiga e cantarolou junto. As velas deram um toque aconchegante à mesa posta para seis pessoas.
- Ansiosa? – null perguntou quando elas sentaram no sofá da sala.
- Muito. – null respondeu.
- Já que você não pergunta, eu também estou ansiosa. – null disse e sorriu.
- Eu ando muito diferente esses últimos dias. – null sorriu.
- Nota-se. – A amiga falou. – As luzes!

null levantou e foi até a árvore de Natal, se agachou e ligou na tomada as luzinhas coloridas, que piscavam alegres. Ambas olharam para a árvore iluminada e cheia de presentes no chão.
- Pronto! – null disse.
- Daqui uns quarenta minutos eles estão aí. – null falou consultando o relógio.
- O que vamos fazer até lá?
- Vamos até o aeroporto! – null exclamou. null levantou de um salto.
- Isso!

XxX

O avião pousou e null foi até a esteira pegar sua mala, juntamente com null, null e null. A mala chegou e eles estavam indo até a entrada do aeroporto, mas Fletch os conduziu para uma saída diferente, temendo encontrar fotógrafos chatos.
- Tá fugindo? – Alguém perguntou atrás de null. Ele parou e virou lentamente.
- null! – null largou as malas e caminhou até ela, agarrando ela pela cintura e a abraçando apertado.
- Que saudade! – null enchia o rosto dele de beijos.
- Senti tanto sua falta! Tanto. – Ele gritava abafado pelo abraço dela.
Ele a encarou e viu que os olhos dela estavam marejados, beijou cada pedacinho do rosto dela, como ela fizera antes. Ele sentiu uma paz com o sorriso dela o observando.
- Chega de choro. – Ele limpou a lágrima que insistiu em cair.
Os dois ficaram se observando por alguns minutos, até null sorrir e quebrar o silêncio.
- Te amo. – null falou ainda sorrindo.
- Te amo muito mais. – null disse e foi erguida no ar por ele.
- E esse amor vai crescer muito mais. –null disse a colocando no chão novamente.

Os batimentos deles estavam acelerados, null puxou null para perto e a beijou, na frente de todos. Queria gritar para mundo inteiro aquilo que estava sentindo. Descobriram, enfim, o que estavam sentindo. Bastavam três palavras e dois corações para definir aquele sentimento único e imprevisível.


FIM!




Nota da revisora: Heey :) espero que gostem da fiic ;; qualquer errinho já sabem -> /kaah.jones/ xx.

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