Just another neighbors' story



Capítulo um

Certamente não era sexta-feira treze – ou seria? Ela já nem tinha controle nos dias –, mas o seu azar não podia estar maior. corria com sacos de compras, embaixo da forte chuva. Se meio mundo estava em aquecimento global, porque logo quando ela tinha resolvido fazer as compras do mês, começava a chover? Quando se tinha mudado para Londres sabia que ia apanhar tempos frios, o pior era que sempre que a chuva resolvia aparecer, era quando ela fazia algo de importante.
Retirou a chave do bolso encharcado do casaco e abriu a porta do prédio onde morava. Passou os pés pelo tapete, o que não facilitou muito, já que continuava pingando. Olhou para o elevador à sua frente. “Quebrado”.
“Ótimo, só faltava essa.” – definitivamente não era o dia de sorte dela. Da forma que estava molhada, ainda acabaria por tropeçar nas escadas; e os sacos de compras não ajudavam nada.
Agradeceu mentalmente por viver no terceiro andar. Subiu as escadas de mármore com cuidado, sempre alerta para não cair. Infelizmente, em um dos degraus, escorregou. Agarrou-se ao corrimão, e os sacos de compras que antes estavam na mão, rolaram escada abaixo.
“Traidoras!” – ela olhou para as botas e as amaldiçoou.
Sentou-se num dos degraus, mexendo os pés. O frio era tanto que quase não sentia os pés. Olhou os sacos de plástico numa paragem dos degraus (n/a: tipo, aquelas partezinhas que tem no meio de vários degraus. Não sei explicar bem…). Suspirou pesadamente e ouviu uns passos subindo as escadas. “Parabéns, , não faz nem dois meses que estás a viver no prédio e os vizinhos já vão pensar que é uma desgraçada.” Se levantou devagar, pegou nos sacos de compras que não tinham caído.
Um menino parou num dos grandes degraus, e olhou . Olhou de para os sacos que agora estavam aos pés dele, e dos sacos para .
- Precisa de ajuda? – o menino perguntou.
- Se não for incomodo – sorriu ao ver o menino pegar nos sacos caídos. – Obrigada. Eu moro logo no andar em cima.
- Ótimo, porque é para lá que eu também vou.
- Então você é o misterioso vizinho – ela se segurou no corrimão. Desta vez não ia cair de novo.
- Misterioso por quê?
- Eu já vi maioria dos vizinhos saírem e entrarem nos apartamentos deles. Mas eu nunca vi ninguém sair nem entrar do apartamento da frente de onde eu vivo – parou no terceiro andar. Finalmente.
- Hm, eu tenho um emprego rígido, e este mês passei vários dias na casa da minha mãe e de amigos.
Os dois andaram até a porta de , e esta abriu-a.
- Obrigada pela ajuda…? – ela parou incerta, esperando ele lhe dizer o nome.
- . .
- Oh, você faz parte da banda McFly, não é? – o menino assentiu com a cabeça. – , prazer, .
- Você é uma fã? – ele perguntou ainda na porta da casa da menina, enquanto ela entrava.
- Não muito, trabalho numa loja de música e preciso saber dessas coisas – ela explicou.
- Bem… Se precisar de arroz ou algo assim, tô na porta em frente.
- Desculpe?
- É o que vizinhos fazem, né? Pedir comida emprestada quando têm algo em falta.
- Oh, sim, mas eu não cozinho. Vivo à base de comidas instantâneas. Lasanha para aquecer, arroz para aquecer, pizza, ovos e por aí. Mas parece que alguns ovos se partiram na queda das escadas – fez uma careta, como se sentisse a dor dos ovos.
- Tá. Até a próxima, – ele meio que gritou, pois a menina já tinha ido até a cozinha.
- Até a próxima! E obrigada de novo.
deu uma última olhada na sala de estar da menina. Com clara certeza, ele devia ter o apartamento mais luxuoso. O que esperava? Era uma celebridade famosa.

Capítulo dois

Mais um dia de trabalho na grande loja de música. Não que não gostasse – ela amava música –, mas por vezes era irritante atender todas as pessoas que não tinham paciência de encontrar o CD que queriam, ou ajudar as pessoas que não sabiam que tipo de instrumento queriam. Era uma grande loja, vendia cd’s e instrumentos. já devia ter decorado a discografia de pelo menos trinta bandas, e conhecia a marca das vinte guitarras expostas.
Lia uma entrevista com a tal banda de ; a loja sempre ficava mais vazia a partir das oito da noite. Pelo que entendeu, Tom era o chefe de todos, Harry o sexy mauzão e gayzinho, Danny o idiota, e Dougie o pequeno safado. Pareciam ser bem engraçados. Dias atrás tinha ouvido algumas músicas deles, e apreciou.
Ouviu o Big Ben anunciar às nove horas da noite. Fechou a revista e a pôs no seu lugar de origem, vestiu o casaco quente e olhou Jeffie. Jeffie era uma empregada da loja, trabalhava nos mesmos turnos que – da uma às nove –, mas não se podia chamar de “trabalho” o que ela fazia.
- Jeffie, feche a loja com cuidado, por favor e… - ela viu que a menina cantava de olhos fechados algo como “I won’t be broken again, I’ve got to breath i can’t keep going under”. Arrancou os headphones da menina, que deu um salto da cadeira. – Aleluia. Feche a loja daqui a pouco.
- Desculpe, Evanescence me deixa desconcentrada! – ela tinha um sorriso bobo no rosto.
- Bom para você. Um dia ainda fica com problemas de audição por ouvir música tão alta – resmungou.
Ia a sair da loja, quando seu chefe entrou.
- , então, tudo bem por aqui? – Brian perguntou, com um sorriso. Ele era do tipo de chefe que se a mínima coisa acontecesse na loja, era capaz de diminuir o salário dos empregados; porém alguns dias parecia que a alegria o contagiava.
- Sim. Nada de tentativas de roubos, nada de reclamações. Infelizmente a Jeffie continua a não trabalhar quase nada – a última frase sussurrou.
- Eu sei, mas não posso simplesmente despedi-la. Só tem 16 anos, e o pai dela fez-me assinar uns quantos papéis, não estou para demiti-la e assinar mais um monte de papéis – ele reclamou.
- Entendo – ficaram os dois se encarando, até que SCRIPT>document.write(Maggie) se lembrou do que tinha pensado em pedir uns dias atrás. – Olhe, Brian, você se importaria se eu levasse um CD?
- Grátis? Tá doida mulher? – o homem ergueu a sobrancelha.
- Não, claro que não! Você desconta no meu salário no fim do mês o preço do CD.
- Ah, dessa forma tudo bem. O que quer comprar?
- McFly. Motion In The Ocean. Conhece? –ela disse, indo até a prateleira que tinha o CD.
- Minha filha ama-os.
- Muito bem, então levo este – ela registrou o CD e guardou-o. – Não me importarei se esquecer de descontar o preço no meu salário – riu.
- Não me vou esquecer, desculpe.
saiu da loja, enfiando as luvas nas mãos. Ainda ouviu Brian berrar para que Jeffie fosse fazer as contas do dia.

Chegou ao prédio onde morava, e viu umas pessoas tirarem outra pessoa do carro. Provavelmente a terceira pessoa estava bêbada. Quando se aproximou pôde ver que uma das pessoas era .
- Hey, – ela cumprimentou. Ele sorriu com dificuldade, enquanto pegava outro menino por um dos braços.
- Boa noite, . Será que você podia abrir a porta daqui da frente? – pediu.
- Claro.
abriu a porta do prédio, deixando que os dois jovens passassem com o terceiro nos braços.
- Você é a nova namorada do zão? – o que estava nos braços dos meninos perguntou, rindo. Ela reconheceu-o; era, sem dúvida, .
- Erm, não. Apenas a nova vizinha – ela tentou sorrir.
- Ahh. Então já dormiu com ele. Eu gostaria de trair minha namorada com minha vizinha. Ela é gostosa, sabe – dizia bobamente, enquanto eles subiam as escadas (o elevador ainda não tinha sido arrumado).
- Eu ainda não dormi com o retrucou.
- Ainda? Quer dizer que pretende ter alguma coisa com ele? – o outro menino perguntou, provavelmente era . A menina corou.
- Não, erro na frase.
Subiram as escadas vagarosamente. Não era fácil subir com um bêbado em braços, sempre dizendo idiotices que lhes davam vontade de rir. recebeu uma ligação quando estavam no segundo andar. e observaram a cara assustada de , e apenas olhava desinteressado.
- Minha mãe foi para o hospital – disse, apavorado. – , cuida do , por favor? Eu vou até lá ver como ela está. Parece que tropeçou na escada lá de casa.
- Tudo bem. Vai lá, a me ajuda a levar este desgraçado aqui até lá cima, não ajuda? – sorriu.
- Aham, ajudo – quando sorria, sabia que não conseguia recusar qualquer coisa.
- Até amanhã, , até a próxima e err… ?
- Fala dude.
- Você tá bem?
- Tô tonto – riu.
- Okay, vamos levá-lo para o meu apartamento antes que ele vomite.
ajudou a levar até o apartamento do menino. Entraram e levaram até o banheiro.
- , se vai vomitar, vomita aqui! – resmungou.
- Vou indo, – ela deu um beijo na face do menino.
olhou sair do banheiro e sorriu sem perceber. Porém o sorriso desapareceu quando viu o amigo vomitar.
- Dude, há quanto tempo você não bebe tanto álcool?

Capítulo 3

olhou o relógio na parede da cozinha e limpou as mãos nas calças. Pegou a chave do correio e desceu. Todos os sábados àquela hora (com exceção se tivesse alguma entrevista marcada), ia ver se tinha correio. Talvez fosse estupidez da menina “segui-lo”, mas ela gostava de conversar, e era uma boa companhia. Ainda não podia esquecer-se da noite de uns dias atrás…

|Flashback|

Saiu da loja de CD’s e abriu o guarda-chuva. A chuva estava bem instável naquela noite, hora fraca, hora forte e por vezes parava. Observou a rua praticamente vazia. Talvez nem tão vazia assim. Gente entrava e saía de um pub ali perto, mas o que lhe chamou a atenção foi um menino abrigado debaixo da entrada do pub. O menino olhou-a.
- ? É você? – ele berrou, pois ela não o ouviria com o barulho da chuva e a distância.
- Sim. Quem é você? – berrou de volta.
- !
- Ah tá! – ela voltou a berrar. – Por que você tá aí parado?
- O quê? – berrou.
- Por que… Ah , atravessa a rua!
- Não posso!
- Por quê?
- Tá chovendo!
riu, e atravessou a rua com cuidado.
- Pronto, assim fica mais simples conversar – a menina disse. – Então, por que você tá aí parado?
- Ah, não tinha guarda-chuva e se eu ficar doente o Fletch me esgana dolorosamente – fingiu uma cena de morte. – Minhas fãs não iriam ficar contentes em saber que eu morri.
- Você se importa assim tanto com as fãs?
- Talvez mais do que devia.
- Devia se preocupar primeiro em como sua família e seus amigos iriam ficar. Depois então pensar nas fãs desgraçadas que apenas querem casar contigo.
- Ixi, esse ódio todo por fãs por quê? – ele perguntou.
- Não é ódio. Apenas que… Algumas fãs exageram. Dias atrás um ator qualquer esteve aqui em Londres, e o pobrezinho teve de se esconder das fãs.
- Fãs de McFly são legais, okay?
- Pff sim, pois. Como você tem prova disso?
- Eu já conheci muitas delas.
- Okay, fim da discussão. Quer carona de guarda-chuva até casa?
- Obrigada, madame. Fico muito lisonjeado com a sua humildade e solidariedade que tem pelos pobres que andam na rua sem guarda-chuva… - dramatizou.
- Você é um rockstar rico. Não fiz mais do que um favor à população – ela comentou, começando a andar.
- Eu nem sou assim tãão rico. JK Rowling é mais rica que eu.
- JK Rowling é mais rica que qualquer pessoa. Exceto a Oprah.
- Não, a JK Rowling é mais rica que a Oprah – ele retrucou.
- Não, não, a Oprah é mais rica, dude.
Foram assim o resto do caminho, “discutindo” vários assuntos.

|Fim flashback|

viu a vizinha descendo as escadas. Acenou.
- Bom dia.
- Bom dia… – ela começou a tirar as cartas da sua caixa de correio. Olhou-as. Maioria publicidade. Não sabia o que era pior: as contas ou a publicidade. Provavelmente as contas de fim do mês. – Eu não percebo porque as pessoas insistem em publicidade por correio. Já não basta publicidade na televisão, publicidade na Internet, publicidade no cinema.
- Publicidade é boa para mim e para a banda! – ele riu.
- Oh Deus, onde você pôs o cérebro das criaturas terrestres? – perguntou, olhando para o teto.
- Eu não sei…
- Cala a boca. Aposto que você só sabe coisas sobre música e as “garotas VIPS e hots” – ela fez aspas.
- Tá me chamando de ignorante?
- Não, tô te chamando de in-cul-to.
- Você nem me conhece direito.
Ela abriu a boca e voltou a fechá-la.
- Amo deixar meninas sem palavras – riu.
revirou os olhos, e andou até as escadas. Olhou para de novo.
- Hey, esta noite eu vou ver o filme The Ring, você quer ver comigo? Odeio ver filmes de terror sozinha.
- Err… - ele coçou a nuca. – Tenho um show particular marcado para hoje à noite. Desculpe.
- Ow. Okay. Eu convido outra pessoa, ou então vejo sozinha mesmo – ela forçou um sorriso.
- Não, espera. Que tal próximo sábado?
- Vai haver uma premiére de um filmezinho lá. Você não deveria ir?
- Pois… Como você sabe da premiére.
- Internet.
- Claro…
A menina deu uma última olhada em e voltou para o seu apartamento.

Capítulo 4

Olhou a estante de filme de terror. ‘The Ring’, ali estava. Sorriu nervosamente. Todos os sábados ela escolhia um filme para ver, e já estava a uns dias querendo ver The Ring. Andou até a caixa, e viu .
- Hey, – ela chamou.
- Desculpe, eu te conheço? – o menino ergueu a sobrancelha.
- , do outro dia…?
- Não me lembro… É alguma fã a quem eu dei autógrafo?
- Não, você estava bêbado, eu ajudei o te carregar até o apartamento dele…
- Ahh, a vizinha.
- Sim, a vizinha – viu um DVD na mão do menino. – Vocês não tinham um show particular hoje?
- Não. Quer dizer, tínhamos. Nos substituíram pelo Fall Out Boy. Parece que a menina preferia Fall Out Boy a nós, o que eu acho ridículo, mas então como conseguiram que Fall Out Boy fosse, nos cancelaram.
- Triste, dude.
- Quer dizer, nós somos melhores que Fall Out Boy, né?
- Eu diria que estão ao mesmo nível – disse.
Ele suspirou.
- Bem, tenho que ir, os guys estão me esperando… - ele foi alugar o DVD.
- Ei, ?
- Sim?
- O também vai assistir o filme com vocês? – ela perguntou incerta. Não queria parecer ofendida nem nada.
- Não, o desgraçado preferiu “ficar em casa”. Como se ele fosse ficar em casa, provavelmente foi sair com alguma aí – ele pegou no dvd que o homem lhe entregava. – Foi bom vê-la de novo. E, desculpe se eu disse alguma coisa indecente naquele dia. Eu estava bêbado.
- Eu percebi a parte do “estar bêbado” – riu. – Bom vê-lo, .
Observou o menino sair. Era bem bonito. “Pare , ele tem namorada” – abanou a cabeça.
O homem olhou o DVD que a menina lhe entregara para registrar.
- Vai ver o filme sozinha?
- Sim.
- Eu já vi esse filme. Fiquei sem dormir à noite. E minha namorada ficou uma semana dormindo na minha casa – ele disse depois de um risinho.
- E isso me deveria me interessar?
- Ui, mal humorada. Apenas estou dizendo que você devia ver o filme com alguém…
- Obrigada – ela pegou na caixa do DVD e saiu da loja. Odiava quando alguém a via como uma menina medrosa. E aí que o filme era assustador? Ela iria ver o filme do inicio ao fim sem se assustar… Ou pelo menos se tentava convencer disso.

Capítulo 5

- “Yes, that’s the card…” – Rachel sorria no filme.
comia bolachas de chocolate enquanto abraçava uma almofada. Então Rachel pôs a fita. E o filme assustador começou a dar, com a mulher olhando o espelho, o cavalo, as escadas, a cadeira… A bolacha que segurava já estava quase toda partida. Então o telefone tocou.
- “Seven days…” – a voz do filme dizia.
A campainha do apartamento de tocou, e a menina deu um berro.
- Jesus – parou o filme, e foi até a porta do seu apartamento. Abriu-a e deu de cara com , segurando um balde com pipocas.
- Hey. O convite para ver o filme continua de pé?
- Eu já comecei a vê-lo. Mas você tem pipocas, então entra logo – ela deu espaço para que entrasse. – Faça-se em casa.
sentou-se no sofá, ao lado do menino. Os dois sorriram e apertou o botão para que o filme recomeçasse.

A menina agarrava a almofada com força, encarando a TV. O velhote estava se suicidando.
- , você quase esgana a pobre da almofada.
Ela encarou-o.
- É melhor que esganar alguém.
- Se quiser… pode se encostar a mim – desviou o olhar para a TV de novo, onde Noah abraçava Rachel.
Ela sorriu, e se aproximou de . Deixou que o menino pousa-se o braço em volta dos ombros dela.

- Ei, acabou? – resmungou, a ver os créditos finais aparecerem.
- É.
- Assim não dá! Agora vou ter de ver The Ring 2 – ela fez uma careta.
- O já viu The Ring 2.
- E…?
- E ele ficou umas semanas sem querer ver filmes. Achava que podia lhe acontecer o mesmo de algum espírito ir atrás dele – riu.
Os dois ficaram encarando a televisão de novo. Não sabiam o que dizer.
- Então…
- Então… - ela imitou-o.
- O show foi cancelado.
- Não me diga que foram substituídos pelo Fall Out Boy! – fingiu uma cara de surpresa.
- Fomos. Como você…?
- . Encontrei-o na locadora.
- Ah… Então você já esperava que eu aparecesse.
- Não. Pensei que você tivesse melhores coisas para fazer.
- Melhor do que ver minha vizinha apavorada e dando berros para o filme? Não mesmo – os dois riram.
Ela esticou a cabeça e tentou ver as horas. O relógio indicava onze e meia.
- Dude, tá tarde.
- É… Você vai conseguir dormir? – perguntou preocupado.
- Provavelmente toda a vez que fechar os olhos vou ver a cara horrível daquela criança diabólica, mas acabo por adormecer – sorriu.
- Se quiser eu posso ficar aqui e…
- Não, . Amanhã você deve ter que acordar cedo.
- Não. Fletch não arranjou nada para fazermos amanhã.
- Tanto faz, eu já sou crescidinha e consigo dormir depois de um filme de terror.
- Okay então. Boa noite.
- Eu te acompanho até a porta – se levantou e abriu a porta para que o menino saísse. – Obrigada.
- Por quê?
- Por me abraçar nas piores partes do filme.
- Disponha.
ia a sair, quando ouviu o chamar novamente.
- Esqueceu isso – a menina jogou o balde das pipocas na direção dele; este falhou da mão de , e caiu no chão, fazendo barulho.
- Doida! – ele sussurrou, apanhando o balde caído no chão e entrando no apartamento.
Era naquelas alturas que ele agradecia mentalmente à mãe sempre o aconselhar a comprar taças de plástico, e não de vidro.

Capítulo 6

Abriu os olhos com rapidez e olhou em volta. Seu celular estava tocando. levantou-se num pulo, e pegou o eletrônico no meio das roupas em cima de uma cadeira.
- Sim?
- Minha querida filha! – uma mulher berrou do outro lado.
- Quem é?
- Sua mãe! Não aprendeu a ver no visor que está telefonando?
- Ah. Eu acabei de acordar. – resmungou.
- Como assim? Acordou às onze da manhã?
- Mamy, fuso horário. – a mãe de vivia no Brasil, tinha se mudado para lá há uns tempos.
- Ai querida, desculpe! Me esqueci completamente disso…
- Não faz mal. Qual a honra de me ter telefonado às sete da manhã de um domingo? – a voz dela saiu indignada ao ver as horas no relógio da cozinha.
- Sua tia está indo para aí. Ela chega amanhã de manhã! E sinceramente, eu disse-lhe que você estava com uma bela vida, um apartamento de luxo, um namorado lindo, tirando curso de professora infantil e trabalhando em uma loja de música! - a expressão de cada vez mais era de pânico. Ela não tinha nada daquilo! Bem, exceto a loja de música.
- Mamy, você sabe que eu te amo, mas que raio você foi fazer? – ela gemeu.
- Desculpe. Agora, eu sei que você é sempre muito sincera, espero que consiga lidar bem com a sua tia e dizer que sua vida é boa como está.
- Mãe, você lembra do que aconteceu quando a prima Yolanda contou à tia que estava vivendo no meio da natureza, tentando encontrar paz interior?
- Pois… A tia nunca mais falou com ela. Mas se ela nunca mais falar com você vai ser melhor, não é? – a mãe de riu.
- É, seria.
- Me promete que você não vai arranjar um esquema para sua tia pensar que você tem a vida perfeita? – a mãe pediu carinhosamente.
suspirou e encarou o pacote de leite.
- Prometo – disse, por fim.
- Que bom. Você me orgulha, as suas irmãs raramente são sinceras, sabe. E não liga se sua tia disser que sua vida é um lixo, vida de pobre, se ela insultar seu apartamento mal decorado, se ela te disser que é uma vadia por não ter namorado, se…
- Já deu para entender, mamy.
- Apenas… Sua tia está habituada a toda a família ser de alta sociedade.
- Eu sei. Acha que ela se impressionaria pelo menos um pouco se eu lhe confessasse que sou amiga de ?
- ! – ouviu sua irmã berrar, do outro lado da linha.
- O que minha irmã faz aí a ouvir a conversa?
- Eu estou cozinhando, então o celular tá no viva-voz – a mãe explicou.
- , você realmente conhece o ? – a voz da irmã voltou a se ouvir.
- Erm… Conheço. É meu vizinho. Por quê?
- AHHH – a irmã berrou de novo. – Eu o amo tanto! McFly é a melhor banda do mundo!
- Se acalme, pirralha. Ele nem é tão legal assim – “que mentira” pensou.
- Me promete que fala pra ele como eu sou uma irmã fofa?
- Sim. Mais alguma coisa?
- Cuide-se filha – a mãe disse.
Pode ouvir sua irmã berrar algo como “vai para a cama com por mim!” e depois sua mãe censurando-a antes de desligar.
A menina se sentou e começou a comer os cereais. Estava literalmente morta.

Celular de novo. Largou os ovos na frigideira, e pegou-o.
- Sim?
- Queriiiiiida sobrinha! – pronto, sua tia e sua voz esganiçada.
- Olá, tia.
- Estou chegando aí amanhã, sua mãe te avisou, certo?
- É, avisou.
- Excelente, sua mãe é meia despistada, tinha medo que ela esquecesse. Aliás, uma amiga minha vai me buscar no aeroporto também.
- Então por que eu tenho de ir? – reclamou.
- Porque você é a minha sobrinha, e eu devo ficar na sua casa.
revirou os olhos.
- Okay.
- Isso não irá incomodar seu namorado lindo, pois não?
- Tia, eu não…
- Ahh, a conta telefônica vai ficar caríssima, adeus minha querida sobrinha, nos vemos amanhã no aeroporto Heathrow.
fez uma careta para o celular e o jogou no sofá. Sentiu um cheiro a queimado. “Ai os ovos para o almoço!” – pensou e desatou a correr para a cozinha.

Capítulo 7

Fechou a porta do apartamento e trancou-a, ao mesmo tempo que ouviu a porta em frente se fechar.
- Já tou indo, mãe! Não, não vamos chegar atrasados! – olhou e sorriu. – Mãe, eu tive de faltar a uma entrevista para ir buscar sua amiguinha no aeroporto, claro que você não é um peso para mim! – pausa. – Okay, tou indo para aí – ele desligou o celular.
- Dando carona para a mãe? – perguntou enquanto esperavam o elevador. Finalmente o maldito havia sido arranjado.
- Nem me fala, Fletch me deu bronca e minha mãe quer que eu a leve ao aeroporto. Eu a amo e tudo mais, mas é cansativo ser motorista dela.
- Por que não paga um motorista para ela, então? – a menina comentou, ajeitando o cachecol.
- Última vez que fiz isso minha mãe começou com uma história que eu já não a amava, que o fato de ter dinheiro me fez deixar de dar atenção à família, blábláblá.
- Pois…
Os dois saíram do prédio, e se despediram. foi até a praça de táxis e de lá apanhou um táxi para o aeroporto Heathrow.

Chegou ao aeroporto e se sentou numas cadeiras perto do lugar onde os passageiros do vôo dos Estados Unidos iriam sair. Olhava constantemente para a porta automática, esperando que sua tia saísse de lá. Bethie, tia dela, era uma mulher alta e loira, típica americana; tinha uma conta bancária com bastante zero, mas apenas usava o dinheiro para coisas “fúteis”.
Finalmente viu uma mulher sair a correr da porta automática. se levantou, e esperou que a tia a viesse abraçar. Porém esta foi para uns metros atrás da sobrinha, e abraçou uma senhora. Se sentiu idiota. E se sentiu ainda mais idiota quando viu sorrindo timidamente, quando Bethie o elogiou.
Soltou o ar calmamente, e apanhou a bolsa jogada na cadeira com violência. Cutucou a tia nas costas, e ela se virou. A tia fez uma cara espantada, e soltou algo como ‘aahh!’
- Minha , como cresceu! – Bethie lhe beijou as bochechas. Automaticamente, a sobrinha passou a mão para retirar o batom. Lançou um olhar mortal a quando este riu.
- A tia também está diferente – falou olhando discretamente para os peitos grandes da mulher. É, sua tia era uma fanática por operações. Apenas percebeu o comentário maldoso da menina, e conteu o riso.
- Então , se soubesse tinha te dado carona até o aeroporto, né – o menino alfinetou-a.
Bethie olhou de para , e dele para ela.
- Vocês se conhecem?
- É, somos vizinhos – a menina fez uma careta, pensando numa das maneiras de esganar .
- Apenas vizinhos? Conhecendo o meu filho ele…
- Mãe, com todo o respeito, não manche a minha reputação – interrompeu a mãe.
- Oh, tenho a certeza que não faria nada com uma mulher comprometida, não é? Quer dizer, a minha sobrinha é bem comprometida, sem ofensa querido; não é? – os três olharam para . Ela se sentiu ficar vermelha.
“Hora da verdade” – ela pensou.
- Na verdade, minha mãe exagerou um pouco. Eu não tô tirando curso nenhum, eu odeio crianças pequenas, meu apartamento tem poucas coisas, eu apenas como porcarias e… - a cara de Bethie parecia ficar cada vez mais branca de desilusão.
- E ela graças a Deus tem um bom namorado – entreviu.
- Tenho…? – já não entendia nada.
- Ei, tá dizendo que eu não sou bom? – o menino fez uma careta.
Ela esbugalhou os olhos. estava se fazendo passar por namorado dela.

Capítulo 8

encarava um ponto qualquer na sala e Bethie contava qualquer história sobre o primeiro marido dela.
Não conseguia evitar pensar em todo o fingimento com . Só teriam de fingir por apenas mais dois dias, e depois vinham as questões que ela tinha posto no início.

|Flashback|

- O que você tem na cabeça, ? Merda? – ela se exaltou. Os dois estavam na casa da menina; Bethie e mãe de tinham ido pôr a conversa em dia.
- Tenho na cabeça a idéia de te ajudar a não desiludir sua tia.
- Eu não te pedi ajuda! Se você quer ser uma boa pessoa, apenas continue ajudando as crianças da Uganda.
- Por que tanta confusão? Não me parece que você me odeie.
se sentou no sofá e suspirou.
- Eu odeio mentir e odeio ter de fingir sentimentos. Eu não te odeio, mas também não te amo.
- Ouch, obrigada.
- E há coisas complicadas. Não vamos estar mentido só para tua mãe e minha tia. Se quisermos fingir bem, vamos ter de sair. E logo eu ficarei com o rótulo de “namorada de ”. E então quando minha tia for embora? Vamos inventar uma história maluca? E imagine que depois disso, nós queremos namorar de novo, mas a sério? – ela falou rápido.
- Respira, mulher. Depois tratamos disso. Agora apenas aproveite que tem um homem como eu para se fazer passar por teu namorado. Você nem imagina quantas meninas queriam estar no seu lugar – ele riu.
- Minha irmã me mata se descobre. Ela te ama – riu também e então encarou o menino. – Nada de sexo nem beijos prolongados.
- O quê…? – ele raciocinou um pouco – Ah, não, não.
A campainha tocou.
- Depressa, amasse sua blusa – ordenou. Ao ver a cara de interrogação de , explicou. – Assim sua tia vai pensar que interrompeu alguma coisa.
A menina riu e foi abrir a porta fingindo estar a abotoar os botões da blusa.
- Oh querida, interrompi algo? – a tia perguntou ao ver o estado de .

|Fim de flashback|

A mídia não tinha divulgado nada sobre os dois, e agradecia por isso.
- Que tal irmos lá à pizzaria almoçar? – Bethie perguntou animada.
A sobrinha sabia que Bethie só queria ir à pizzaria por causa do homem que servia as pizzas; sim, Bethie era casada, mas dizia que isso não a impedia de olhar para outros homens. Claro, também sabia que seu tio era doze anos mais velho que sua tia.
- Pensava que a tia não queria mais calorias… - comentou.
- Oh querida, e eu pensava que você amava pizza!
- Tanto me faz, vamos à pizzaria ou vou ter de ficar sem comer?
- Mal-humorada. Vá ali ao lado chamar o , assim podemos ir todos juntos!
- E podemos ter um encontro a quatro também, não? – a menina murmurou irritada, andando até a porta.
- O que disse?
- Nada.

Tocou a campainha e esperou que o namorado a fingir viesse abrir a porta. Ouviu a porta ser destrancada, e quando esta foi aberta, não conseguiu conter um sorriso safado; estava apenas com uma toalha enrolada à cintura, ainda visivelmente molhado.
- Me apanhou mesmo quando acabei de tomar banho. Por acaso você instalou alguma câmara no meu apartamento? – se encostou no batente da porta.
- Muito engraçado. Minha tia quer que vamos almoçar à pizzaria lá, por isso se despacha – disse, e se virou para voltar ao apartamento.
- E então se eu já tiver alguma coisa marcada? – disse.
- Eu sei que não tem – ela deu um sorrisinho.
- Posso perfeitamente arranjar alguma coisa para fazer e não ir nesse almoço – o menino provocou.
- Você que nos meteu nesta merda, agora aguente.
- Eu ia almoçar com os guys hoje, .
- Mas vai desmarcar, não vai? – ela arqueou a sobrancelha. Então aproximou-se mais do menino. – Você faz isso por mim, não faz? – passou a mão levemente pelo peito nu de , e viu-o fechar os olhos. Nem se importou se alguém passasse.
- Okay, mas só desta vez – ele resmungou.
sorriu, e ia virar-se para voltar ao seu apartamento. Mas algo a impediu; a atração por era maior.
Encostou os lábios nos do menino, beijando-o. Ele pôs as mãos na cintura de , e trouxe-a para dentro. Fechou a porta do apartamento, e continuaram se beijando.
Quando ela começou a passar as mãos da nuca de para a toalha branca, a campainha tocou. Os dois pararam de se beijar e encararam a porta.
- Deve… Deve ser minha tia – a menina disse ofegante.
- Vai abrir. Eu vou ligar para os meninos e me vestir.
- Bem que você podia ir assim – deixou escapar o comentário.
- Você queria, babe – ele fez uma cara safada.
- Não me chame babe, sabe que eu odeio.
Apreciou entrar no quarto, e a campainha tocou de novo.
“Que raio foi aquilo?” – e pensaram, relembrando o momento anterior.

Capítulo 9

Bethie, e entraram na pizzaria. odiava as cores daquela pizzaria; um vermelho bem berrante, contrastando com preto. E o vermelho realmente magoava os olhos. Olhou para os óculos escuros que usava e pensou num plano para os roubar; não ia agüentar uma hora ou mais com aquele vermelho berrante a bater-lhe nos olhos. notou o olhar da menina e riu. Passou o braço pelos ombros dela, e sussurrou: “Teria sido melhor se tivéssemos ido almoçar com os meninos, as cores não seriam tão fortes, né?”
deu um sorriso amarelo. Impressionantemente parecia que sabia mais sobre ela do que sua própria tia; e ele apenas a conhecia há umas semanas.
- Sentem-se os dois, eu vou ali ao balcão pedir a pizza – Bethie ordenou, e seguiu até ao balcão, fazendo sinal ao tal homem.
O suposto casal ficou olhando a pizzaria. Bem, tentava encontrar alguma coisa que não tivesse vermelho choque à mistura, e olhava as pessoas.
- Aahhh McFly! – uma menina berrou.
O coração de deu um salto.
- Eu não acredito, você me deu o DVD do McFly de presente! – a mesma voltou a berrar, abraçando uma outra menina.
- Eu queria te oferecer o , mas não tinha para vender – a outra amiga disse, sorridente.
encarou , e o olhou de cima abaixo. Quando ele reparou no olhar de , perguntou:
- O que é?
- Estava te imaginando saindo de um embrulho. Hot – ela fez uma cara safada.
- Você está demasiado atrevida para quem não queria nada mais que “fingimento”.
Ela ia retrucar, quando Bethie voltou à mesa.
- Pronto. De que estavam a conversar?
- Texas e suas pizzas.
- Paris – disse ao mesmo tempo que . – Erm, estávamos a falar sobre a cidade no Texas que se chama Paris, e que quando eu fui lá com a banda, tinha umas pizzas muito boas… - o menino consertou.
- Ah, sim, claro. Falando em viagens, o que você acha de eu ficar mais um mês cá, ? – Bethie sorriu para a sobrinha.
- Acho uma idiotice. Quer dizer, o tio deve estar esperando por você em casa! – ela respondeu desesperada.
- Idiotice? Claro que não! O que você acha ? Aposto que sua mãe adoraria.
- Acho uma idéia… Divertida – ao ver o olhar de , acrescentou. – Você poderia ficar na casa da minha mãe, ela por vezes sente falta de amigas.
- Não, é uma idéia idiota! Minha tia vai voltar daqui a dois dias, como previsto! – retrucou.
- É decisão dela, não sua.
bufou. Por que raio estava falando aquilo?
- Vou so banheiro – os dois falaram ao mesmo tempo e a tia de riu.
- Feitos um para o outro – Bethie sussurrou para si, e suspirou.

Ela entrou no banheiro feminino e viu uma menina se olhando no grande espelho. A menina loira a encarou, e deu um sorriso amarelo, a olhando de cima abaixo.
- Você não é a namorada de ? – a loira perguntou, quando já tinha entrado numa das cabines.
Ouviu-se o barulho normal da água a ser puxada, e abriu a porta da cabine.
- Como você sabe?
- Internet é tudo, honey – a loira voltou-se de novo para o espelho. – Só fique sabendo que eu te odeio, porque o zinho pode ter um monte de namoradas, mas nunca se irá esquecer daquela noite.
A cara de era de grande desprezo.
- Querida, a sua cara está tãão branca. Não quer um pouco de blush? – a menina loira soprou um pouco (leia-se: muito) do pozinho avermelhado, o que fez fechar os olhos.
- OKAY, CHEGA! FOI O LIMITE! – saiu do banheiro aos berros, atraindo a atenção de toda a gente. Foi até a mesa onde antes estava e apontou para a sua cara.
- , acho que você deixou blush a mais na sua carinha branca…
- Vê? Isto é no que dá mentir! – a menina berrou. – Fique sabendo, maldita tia dos diabos, que eu NÃO NAMORO, NEM NUNCA NAMOREI o , muito menos o amo e te acho a maior cabra da família! – se virou para a menina loira que estava no banheiro antes. – Ouviu, desgraçada? Se quiser, FICA com o ! Ele não é meu! Se quiser, pode até se oferecer para ir à premiére de Sábado com ele!

saiu da pizzaria, e foi até o carro de . Tentou abrir a porta, mas estava trancada. Deu um pontapé fraco no carro, e então ouviu um estalinho. Olhou para trás e viu , com a chave apontada para o carro.
- Entre. E é feio tentar vandalizar meu carro se ele nem tem culpa de nada.
Os dois entraram no carro.
- De que está à espera? Se quiser posso ir a pé até o prédio – ela estava chateada com o fato de ele ter apoiado a tia a ficar mais um mês.
- Eu estava espera da sua tia…
- Ela provavelmente vai se fazer de pobrezinha e ter uma noite de sexo com o homem das pizzas.
- Adoro sua imaginação, – o silencio ficou no carro. queria dizer mais alguma coisa, mas não conseguia. Por fim, acabou por dizer: – Sua tia não devia ter vergonha de ti. O teu trabalho na loja de música parece ser espetacular – sorriu ao lembrar-se no dia anterior quando tinha ido até a loja de música a mando da tia dela – e você é uma menina muito decente. Tão decente que nem se aproveitou do fato de um famoso gostoso estar fingindo namorar com você.
Ela sorriu, e logo pôs o carro a trabalhar.
Talvez ela sentisse alguma coisa por
“Não, você só está fascinada porque um famoso que você apenas conhece há umas semanas te elogiou” – a consciência dela falou. – “Mas aquele beijo hoje à tarde…”

Capítulo 10

entregou as malas à tia.
- Vá com cuidado.
- Você me desiludiu, . Me desiludiu feio – Bethie comentou.
- E eu me importando muito – revirou os olhos.
- Quando seu pai souber da sua vida patética…
- Eu nem quero saber de nada dele. Faça boa viagem.
Bethie olhou uma última vez para a sobrinha, e andou até as escadas, não antes resmungar um “para onde estão olhando?” para e (que estavam na frente da porta do apartamento de ).
tocou de novo a campainha de , e bufou.
- Ei, , você sabe do ? – perguntou.
- Ele deve estar tomando banho.
- Ah, e enquanto sua majestade toma seu longo banho, nós ficamos aqui fora. Típico do resmungou, esmurrando a porta depois.
- Calma, . Se quiserem entrem – a menina apontou para dentro do seu apartamento – e esperem pelo .
- Muito obrigada, . – agradeceu, antes que dissesse qualquer coisa.
- Podem se sentar.

Meia hora depois, estava contando uma história das férias deles em Barbados, e como tinha tentado inutilmente pegar a salva-vidas da praia.
O telefone do apartamento de tocou.
- Não vai atender? – perguntou.
- O atendedor de chamadas atende. Só minha irmã que costuma ligar para o telefone de cá do apartamento e…
- , desgraçada, o pai ligou para a mãe a dizer que a tia lhe tinha telefonado e o pai tá fulo contigo. Foge, porque eu vou aí te esganar. Não acredito que você fingiu namorar com e não me disse nada! Você nem sabe o que eu daria para estar no seu lugar. Sério, você não faz nada de jeito e conhece o , e eu que tenho meu quarto rodeado de posters deles não conheço nem conheço um! – os três estavam segurando o riso. – Seja como for, de vingança quero o dvd Wonderland. Tenho de desligar, a mãe está prestes a ter um ataque porque eu não larguei o telefone hoje. Adeus, loser”.
Ouviram um “piii” e os três se encararam. Então desatou a rir.
- Desculpem, minha irmã é fanática por vocês.
- Jura? Não tinha entendido – brincou.
Se calaram de novo. não continuo a contar a “história”.
- Então… Vocês estavam esperando o para quê? – odiava silêncio, e fazia os possíveis para quebrá-lo.
- Ah, jantar. Nós já tínhamos tudo pronto para lançar mais um single, mas agora parece que o Fletch resolveu incluir uma música exclusiva no single – explicou.
- Mas nós não temos idéias para músicas, então combinamos nos encontrar esta noite para ver se compúnhamos alguma coisa. Porém parece que o se esqueceu e saiu para algum lugar, vendo que ele nem telefonou – continuou.
- Não tinham uma premiére pra ir hoje? – perguntou.
- É, mas a música vem primeiro do que as coisas a onde devemos comparecer.
- , eu sei que você gosta de parecer esperto, mas não é preciso usar palavras caras – zombou.
O celular de tocou.
- ? Nós estamos no apartamento de uma amiga do e você…? Ah tá, espera – pôs a mão por cima do celular. – Será que você podia ir abrir a porta pro ? Ele tá lá fora perto do apartamento do .
A menina sorriu e foi até a porta. Meteu a cabeça pra fora, e avistou .
- Psiu, né? – o menino sorriu. – , prazer. Entre, entre – ela deu espaço para que ele entrasse.

Onze e meia e nada de . se viu embaraçada; não queria expulsar os três meninos do apartamento, mas estava ficando tarde, e se não tinha aparecido até aquele momento, depois disso seria complicado eles comporem alguma coisa.
- Ei, dudes, estamos exagerando. A aqui já deve estar querendo ir dormir, só estamos chateando-a – disse, se levantando.
- Vocês são legais, não estão chateando nada – ela sorriu.
- Nah, ele tem razão. De qualquer forma nem iríamos conseguir compor nada agora – disse, e logo depois bocejou.
- Mas… Mas… Tá tão legal aqui – resmungou, fazendo uma carinha de criança.
- Sua namorada não ia gostar de ver que você não dormiu em casa.
logo deu um pulo do sofá. Os três riram da situação dele.
- Agora já sabemos como fazer para que o faça alguma coisa! Ameaçamos chamar a queridinha dele! – e riam.
- Haha. Vamos, tá tarde mesmo. Obrigada por nos aturar . Você é um amor de pessoa.
- O que ele disse – beijou as faces da menina.
- O que ele disse a duplicar – sorriu para a menina e lhe beijou a face.
apenas acenou.
Observou os três descendo as escadas, e deu um sorriso malicioso ao desviar o olhar para a bunda de , mas este logo se desfez quando se imaginou levando porrada da namorada dele.
Olhou a porta em frente e abanou a cabeça levemente. Suspirou e andou até a porta do vizinho. Apertou o botãozinho branco, e logo ouviu uns barulhos de dentro.
A porta se abriu, e apareceu; a respiração meia falhada, apenas de boxers e… um “volume” no meio das pernas.
arregalou os olhos e se virou.
- Me diz, por favor, que não está com uma vadia em casa – a menina falou, sentindo as bochechas vermelhas.
- Erm… N-não – estava tão embaraçado como ela.
- ENTÃO QUE RAIO ESTAVA FAZENDO PARA O SEU… COISO ESTAR… PARA CIMA?! – ela disse com a voz num tom mais alto. – VENDO FILMES PORNOGRÁFICOS?
- Por acaso, eu estava sim…
- Okay, não diga mais nada – ela o interrompeu. Suspirou. – O seu coiso já baixou? – disse, com a voz tremida de vergonha.
- , você sabe que não desce assim facilmente.
- Ah, que seja, eu me sinto um tomate. Licença, tenha uma boa noite e goze bem, . Amanhã falamos…
“Se eu não tiver morrido de vergonha já” – ela pensou para si. Andou até o seu apartamento e fechou a porta com força.

Capítulo 11

“O que rima com look? Pense, , pense. Shoot, took, fuck. FUCK! Não, iria ser censurado”.
- ! – Brian berrou. A menina deixou o lápis cair no chão com o susto. – Depois é a Jeffie que não trabalha – ele reclamou. – O que anda escrevendo? Meus empregados devem trabalhar, não escrever.
- Desculpe. Não volta a acontecer.
- Me deixe ver o que estava escrevendo. E não é um pedido.
- Mas…
- Agora, – o seu chefe estendeu a mão.
bufou e entregou a folha a Brian.
- Hm, não sabia que você compunha músicas.
- Eu não compunho, apenas estou a tentar ajudar uns… Conhecidos – ela deu um sorriso amarelo.
- Que conhecidos? – ele ergueu a sobrancelha. – E não me minta.
- McFly – ela apenas respondeu, pegando a folha da mão do chefe e correndo para o balcão.
Brian encarou o nada, e foi atrás da menina.
- Você conhece os meninos do McFly?
- Conheço – “merda, alguém que me ponha cola na boca”.
- Então… - Brian aclarou a garganta e passou o dedo pelo nariz. – Você podia pedir para eles virem cá dar uma sessão de autógrafos?
suspirou, e encarou as mãos.
- Isso é horrível. Eu não tenho tanto descaramento.
- Ouça – o chefe puxou uma cadeira e se sentou –, trazer o McFly aqui só dará mais sucesso à loja. E mais sucesso à loja significa mais dinheiro. E mais dinheiro significa um salário mais alto.
- Você está dizendo para trazer McFly aqui para meu próprio proveito? Não, isso é horrível. Nunca na minha vida irei parar à frente de algum deles e lhes pedir que venham cá dar uma sessão de autógrafos.

Apertou a campainha do apartamento de . Se virou, não queria mais nenhuma cena vergonhosa com o vizinho. A porta foi aberta.
- ? Por que está de costas para a porta? – ouviu a voz de .
- Porque eu não quero te ver em mais uma situação vergonhosa.
- Ah, pode se virar então – a menina se virou e sorriu. – Os guys estão aqui, por isso nem tinha chance de…
- Não diga mais nada.
- Segunda vez que você me diz isso, em menos de 48 horas – sorriu também. – Entre.
“Como eu lhe vou pedir para darem uma sessão de autógrafos onde trabalho? Eu não preciso necessariamente pedir, Brian não me obrigou a nada e…”
- Hey, ! – cumprimentou, tirando de seus pensamentos.
- Oh. Olá, gente.
- Vem cá, você sabe de onde o tirou a idéia dessa letra para a nova música? – a chamou, estendendo-lhe uma folha.
- NÃO! – gritou. Todos o olharam. – Ela é apenas minha vizinha. Não lhe podemos mostrar! Ela ainda põe isso na Internet!
- Claro, cuidado, porque eu tenho uma engenhoca que o Doraemon me deu que eu me lembro de tudo o que eu leio – revirou os olhos e os outros riram.
- Como seja, não mostrem. Eu que compus, se eu não quiser que ela leia, ela não lê – ele cruzou os braços.
- Ela vai ler de qualquer forma, dude, quando a música for lançada – contrapôs.
abriu e fechou a boca.
- Vocês vão querer usar isso? Não está muito “meloso”? – ele fez aspas no ar.
- Está bom. Engraçado, simples e romântico – sorriu.
- Wow. Okay então. Mas ela só vai ler quando a música for lançada mesmo – ele se sentou.
- Vai, fala o porquê de você ter vindo aqui – disse. – Se o não quer que você saiba da música, não tem maneira de compormos com você aqui.
os encarou a todos. Olhou de para , depois para e por fim para . Sentiu as bochechas ficarem vermelhas ao encarar . Respirou fundo.
- Meu chefe me apanhou a tentar escrever uma música para vocês e eu, burra como sou, lhe disse que era para vocês. Agora ele quer que eu vos peça para irem lá na loja de música que eu trabalho, dar autógrafos. E eu juro que não estou pedindo para meu próprio bem! – ela falou rápido.
- Er, isso é com o Fletch, ele que decide – respondeu por todos.
- Entendo… - a menina falou, ainda com a cabeça baixa. Estava mais que envergonhada.
- Você disse que tentou compor uma música para nós? – perguntou.
- É-é – ela gaguejou.
- Ooown, que foofa! – tentou apertar as bochechas da menina, que se esquivou.
- Não me aperte as bochechas, por favor – fez uma careta. – Bem, agora que já fui pateta e fiz figura de aproveitadora, é melhor ir.
- Eu te acompanho à porta – se levantou e foi atrás de . Abriu a porta à menina. – Desculpa ontem ter aturado aqueles três palhaços – ele apontou para trás com o polegar. – Eu fui na casa da minha mãe e acabei esquecendo deles.
- Próxima vez que for na casa de sua mãe me avisa – ela segurou o riso.
- Hã?
- Se toda a vez que você vem da casa da sua mãe vê filmes pornográficos depois, prefiro que me avise.
lhe deu um soquinho no braço.
- Vai embora e nos deixa compor! – ele resmungou, apontando para a porta do apartamento de .
A menina acenou e seguiu até o seu apartamento.

- Que é? – perguntou quando voltou a dentro do apartamento, e viu os meninos o olharem.
- A sua inspiração para a música, foi a , né? – perguntou.
encarou os três meninos. Revirou os olhos e se sentou ao lado de , dizendo:
- Não têm nada a haver com isso, né.
- gosta da , foi amor à primeira vista, gosta do , ela deve ter um problema de vista. – cantarolou e levou com um monte de travesseiros.
- PÁREM COM ISSO! Dudes, eu quero compor! – berrou.
- Okay, vamos fazer o que a mamãe diz e compor crianças. E , páre de tentar jogar o do sofá abaixo – disse.

Capítulo 12

cantava Paramore, encenando alguma coisa com o secador de cabelo. Estava feliz. Segunda-feira sem trabalho e sentia-se bem contente. Fez um movimento brusco, tentando pular, mas acabou dando com o pé na parede.
- MERDA! – berrou.
Abanou o pé freneticamente e desligou o secador. A campainha tocou.
- JÁ VAAI! – se irritou, e cambaleou até a porta.
- Hey, – era . Sorriu.
- Hey. Tudo bem?
- Sim. E com você?
- Acabei de bater com meu pé na parede. Não pergunte como – riu da explicação dela.
- Então, né. Vim cá te sequestrar para um show de McFly.
- Show?
- É, uma espécie de mega show. Algumas bandas também irão.
- Desculpe, não tenho dinheiro para pagar bilhete – fez uma careta.
- Aahh, eu convido, eu te deixo ver o show do Backstage. As namoradas dos meninos não vão estar, e nós gostamos de ter uma “convidada especial”…
- Haha, não. Se eu fosse eu pagaria meu bilhete. E sair com vocês iria ser suicídio.
- … - ele fez carinha de cachorrinho abandonado. – Até pode ver atuações de outras bandas! Fall Out Boy, Pink, Plain White T’s…
- Plain White T’s?! – os olhos de brilhavam. – Okay, eu vou. MAS se amanhã eu receber um monte de comentários ameaçadores no MySpace de suas fãs, eu te esgano.
- Você pensa demasiado, .
- Me deixa só ir trocar.
- Não tem tempo para trocas. Calça alguma coisa e vamos! Tão me esperando lá fora.

saiu da mini-van, seguido por , que quase tropeçou.
- Andou bebendo? – riu ao ver se apoiar desajeitadamente em .
- Leia entre linhas, mandou os três dedos, tentando fazer o dedo do meio sobressair.
- Hein? – cara confusa .
- Não tente entender – bateu algumas vezes nas costas do amigo.
Havia poucas fãs àquela altura. Os meninos deram alguns autógrafos e tiraram algumas fotografias, e seguiram para o edifício onde aconteceria o show.
- Sério, não sei como vocês cabem lá dentro junto com vossas namoradas – comentava, referindo-se à mini-van – Fazem suruba, é?
- Não, , não fazemos. Mas se quiser, um dia desses podemos fazer – lançou um olhar maroto à menina.
- Nããão! Apenas eu posso possuir minha bebê – disse, apertando as próprias bochechas.
- Aposto como ele ainda nem a “possuiu” – sussurrou para , e esta riu.
Seguiram Fletch até o camarim onde eles deveriam ficar. No caminho, passaram por algumas pessoas.
- Demasiadas pessoas famosas para . Coração de vai rebentar – a menina murmurou, para que apenas ouvisse.
- Ei, não seja uma fã doida, okay? Senão nunca mais te trago comigo.
- Táá, papai – ela sorriu feita uma criancinha. – Oh My God, aquele era Jared Leto?! – olhou para trás de novo, mas foi puxada por .
- Oh My God, serei eu ?
- Você já perdeu todo o encanto – ela mostrou a língua, de novo parecendo uma criança.
- Põe essa língua para dentro, truta.
- Tá bom, brotha – os dois bateram com as mãozinhas, num estilo totalmente rapper.
- Entrem no camarim de uma vez! – disse, apontando para o camarim.

Os meninos se pentearam, trocou de roupa umas vezes e ficaram conversando sobre várias coisas. Fletch tinha pedido o telefone da loja em que trabalhava, para combinar uma sessão de autógrafos lá, o que fez ficar radiante. Algumas horas de ir ao palco ver se tudo estava okay, as pessoas começaram a entrar, e o show começou com a voz de Pink.
- Você não quer ir ver o show? – perguntou, vendo que não se tinha manifestado.
- Quero sim! – ela se levantou do sofá verde.
Andaram pelos corredores em silêncio. apreciava a maneira como olhava para todos, até que a menina sorriu para um dos meninos de Fall Out Boy, que retribuiu.
- Não olhar para nenhum membro de uma banda, regra número não sei quanto – ele tapou os olhos dela e a puxou para mais perto de si, na brincadeira.
- Okaay, chato.
Assistiram o show do backstage, cantando junto algumas músicas. de vez em quando murmurava algo, mas não se atrevia a cantar como a menina estava cantando. Depois de Pink e Fall Out Boy, apareceu atrás de .
- Anda, daqui a dez minutos somos nós – puxou pela blusa do menino.
- Fique aí e aprecie o show, babe! – sorriu e ela retribuiu.

Os meninos entraram em palco, e não tirou os olhos de o tempo inteiro. Era tão encantadora a maneira como ele tocava. Todo concentrado, mas ao mesmo tempo tão livre. Tom cantava suavemente, Danny fazia dancinhas malucas, Dougie corria de um lado para o outro e Harry fazia caras fofas e estranhas na bateria. Se sua irmã estivesse ali já tinha surtado. McFly se despediu, e correu para abraçá-la.
- ! Você tá fedendo! – se afastou.
- Tá me recusando? – ele fingiu estar ofendido.
- Não, apenas comentando que você está fedendo. Especialmente nas axilas – ela fez uma careta. O menino levantou os braços e aproximou-se mais da menina, que deu um berrinho.
Os dois ficaram por ali, enquanto , e foram para o camarim. 30 Seconds to Mars entraram, e de seguida Plain White T’s. Quando o vocalista apresentou “Hey There Delilah”, não conseguiu evitar comentar:
- Adoro essa música! É tão fofa e romântica!
A música começou. olhou que cantava a música de uma forma fofa. A abraçou por trás, sem nem saber por que estava fazendo aquilo.
- Oooh it’s what you do to me – cantava. Porém, parou. – , tu tá fedendo.
- Já sei disso. E agora que eu não te largo mesmo – ele riu, e a apertou mais contra si.
Ela não parou de cantar, e ele a acompanhava de vez em quando. Quando percebeu que ele estava a abraçando de uma maneira fofa, começou a sentir reviravoltas no estômago. Quem os olhasse de longe julgaria que os dois eram um casal.
“Hey there Delilah” acabou, e a banda começou a tocar “You And Me”.
- Você canta bem… - disse, no ouvido de . – Devia seguir carreira musical.
- Já quis muito isso. Mas simplesmente não deu resultado – ela suspirou.
“That’s why we make a good you and me” – a música soava lindamente para aquele momento.
- Eu sei que parece estupidez, mas eu gosto muito de você, – ela declarou, sorrindo para esconder a vergonha.
apenas a virou, e aproximou os seus lábios dos dela. passou as mãos pela nuca do menino, sorrindo a meio do beijo. Aquele era um beijo com sentimento, era o que pensava, não apenas outro como quando eles fingiam ser namorados.
- , páre de pegar a e volte para aqui que temos de ir dar uma mini entrevista!

Capítulo 13

Seguiam na mini van para a casa de cada um. falava ao celular com a namorada, e estavam meio adormecidos e meio acordados. e jogavam um joguinho infantil com as mãos.
- Chega, você venceu. Vamos sentar direitos antes que fiquemos enjoados – disse.
deitou a cabeça no ombro de , sentindo finalmente cansaço. Depois do show ainda tinham passado por um milhar de fãs, e estavam todos cansados. Devia ser tarde.
- …? – ela ouviu chamar.
- Huum? – resmungou.
- O que foi aquele beijo?
Ela levantou a cabeça e encarou-o, sorrindo.
- Uma demonstração de sentimentos? É, provavelmente isso. Pelo menos para mim foi isso. Não sei se para você também foi, entendo se eu for apenas mais uma amiga que tem uma quedinha e você tem pena de mim, e… - falou rápido.
- , se cala – a interrompeu, e os dois riram. – Foi bom. Eu gostei. Devíamos… er… - ele coçou a nuca. – Repetir?
riu e voltou a deitar a cabeça no ombro dele.
- Me acorda quando chegarmos… - murmurou.
Segundos depois, a cutucou.
- Chegamos – ele riu.
- Nhaa, nem deu para cochilar um pouco.
se despediu dos outros meninos e de Fletch, e ajudou a sair da mini van.
- Não chego lá em cima acordada… - ela bocejou.
Entraram no elevador, e carregou no botão do andar deles.
Chegaram no andar, e pararam no meio do corredor. Exatamente entre os apartamentos deles. Momento digno e cliché de filme.
- Boa noite, então – disse.
- Boa noite – se aproximou e beijou-a levemente.
- Boa noite – ela abriu um sorriso, quando ele quebrou o beijo.
Cada um seguiu até a porta do seu apartamento. Antes de entrar, comentou:
- Provavelmente amanhã acordo e penso que isto foi tudo um sonho.
- Eu te lembro como foi real – ele respondeu, depois de um bocejo.

Ouviu a campainha tocar. Uma vez, duas vezes. Se levantou da cama rapidamente, e sentiu tudo rodar devido ao facto de se levantar demasiado depressa. Abriu a porta e esfregou os olhos; ainda estava zonza.
- Oi. Ah, desculpa, te acordei? – perguntou.
- Aham – deu espaço para que ele entrasse. – Que horas são?
- Onze e meia, acho.
- Merda – ela resmungou, e correu para o quarto. Abriu o mini guarda-roupa, e tirou a primeira coisa que lhe veio à vista. Saiu do quarto a correr, mas a pegou pelo braço.
- Hey, calma aí Road Runner! – ele lhe deu um beijo “desentupidor de pia”. – Assim está melhor – os dois sorriram. – Por que tanta pressa?
- Trabalho. A uma da tarde. E ainda nem tenho almoço! E o caminho até a loja ainda é longo, se eu chego atrasada Brian me mata – voltou a andar até o banheiro.
a acompanhou até a porta do banheiro.
- Quer ajuda?
- Haha, muita piada. Vai falando, mas NÃO ESPREITA! – ela falou. O menino riu.
- Vamos ao TMI logo à tarde, então vinha te perguntar se querias vir. Mas esqueci que você trabalha. – falou mais alto quando ouviu a água começar a correr.
- Desculpe, só saio logo as nove mesmo…
- Não tem problema. Entendo que se você pedir para sair mais cedo por causa do seu fofo amigo colorido que te adora e adora tua companhia, pode arranjar problemas.
- , eu não vou pedir para sair mais cedo para te fazer companhia até ao estúdio do TMI. Tenho contas para pagar – falou enquanto passava shampoo no cabelo.
- Okay, okay.
Ele se encostou na parede, mas se levantou quando percebeu que a menina já tinha saído da banheira. Pôs a cabeça ligeiramente para dentro do banheiro. estava pondo o sutiã. “Vai, se viira” – suplicava mentalmente, nada inocente. Ela finalmente se virou, mas foi apenas para apanhar as calças que estavam em cima de um pequeno banquinho.
- , páre de me olhar – ela resmungou.
- Qual é, você também já me viu apenas de toalha.
- Mas eu não tentei ver seu .
começou a pentear os cabelos, se olhando ao espelho. Viu se aproximar e lhe roubar o pente das mãos. Ele começou a pentear o cabelo da menina.
- Seu cabelo parecia um bicho quando acordou.
- Obrigada pelo o elogio, amor – ela mostrou a língua.
- De nada. E você toma banho rápido. O demora séculos.
- Ele não tem de se preocupar se a conta da água no fim do mês vai ser enorme, e ele nem se deve preocupar com o ambiente.
acabou de a pentear, e posou o pente na parte de mármore ao lado do lavatório.
- Pronto. Cabelo desembaraçado, e você está cheirosa – ele a abraçou por trás.
Afastou-lhe os cabelos, e deu leves beijos no pescoço de . Ela se virou, e beijou o menino, que a prensou contra o lavatório. Uma das mãos dele estava na cintura dela, apertando-a levemente, e a outra se apoiando no lavatório. pôs as mãos no peitoral dele, e o empurrou de leve.
- Tenho que ir almoçar – disse, ainda com a respiração desregulada. Saiu do meio dos braços de , e foi até a cozinha.
- Okay né, se você prefere na cozinha…

Capítulo 14

- Bom dia alegria! – Brian entrou na loja com um sorriso enorme.
- É “boa tarde”, na verdade. Mas okay. – Jeffie corrigiu o chefe.
- Não tenho nada que rime com boa tarde, então deixa assim mesmo. Adivinhem quem me ligou esta manhã.
- O pai da Jeffie a dizer que você pode finalmente despedi-la? – arriscou, e ouviu um “ei!” da empregada.
- Não. Melhor que isso – Jeffie bufou ao ouvir Brian dizer isso, e abriu a boca para arriscar outra pessoa; porém Brian interrompeu-a. – Nem tente adivinhar, querida Jeffie. Então, Fletch, o manager de McFly!
Jeffie e encararam o chefe, ficando em silêncio.
- McFly não é bom – Jeffie declarou. – Eles podem ter talento, mas o tipo de música que fazem é totalmente desligado. Além do mais, são controlados pela midia.
- Cala a boca, mini Avril Lavigne – mostrou a língua para a menina. – A sua queridinha também é controlada pela midia.
- Ei, não quero discussões! Jeffie, vá ajudar aquele cliente que está vendo as guitarras – Brian ordenou, e depois se virou de novo para . – Bom trabalho. Fletch quer marcar uma sessão de autógrafos depois do novo single ser lançado!
- Ótimo! – a menina sorriu.
- Continue o bom trabalho. Ah, e fique de olho na Jeffie, para ver se ela não faz asneira.
- Okay. Tenha um bom dia, Brian! – ela acenou.

Quatro e meia da tarde. olhou para a TV, que já estava no canal certo, e sorriu ao ver o McFly entrar.
- Jeffie, aumente o volume da televisão – pediu.
- “Então, têm um novo single para ser lançado próxima semana, certo?” – entrevistadora.
- “É, próxima semana, dia 25.” – confirmou.
- “Muito bem. Podiam-nos dizer sobre o que a música fala?” – entrevistadora.
- “É sobre… Sobre uma garota. Não tem história ao certo, mas é diferente do que já fizemos. Tem mais guitarras, com mais mistura de piano.” – .
- “Nada de solos de guitarra, nesta música” – Danny disse com cara triste.
- “Oohh, pobre Danny. Alguma musa de inspiração pelo meio?” – entrevistadora.
- “Yeah yeah, a nova companheira de cama do !” – . A entrevistadora arregalou os olhos, e teve a mesma reação.
- “É verdade, ?” – entrevistadora.
- “Haha, não. É inspirada numa… Amiga?” – olhou para os amigos em sinal de questão. – “Algo perto de amiga colorida.”
- “Se é uma namorada diga logo, ” – alguém do público berrou.
- “Ah, não, quer dizer, VOCÊS ME DEIXAM CONFUSO!” – berrou para o público. Crise de risos geral. – “Pensar sob pressão é demasiado difícil” – ele fez um biquinho.
- , vá trabalhar em vez de tar vendo seu amor na televisão! – Jeffie reclamou.
- Mas…
- Nada de ‘mas’. Olhe que eu conto ao Brian!
- Aff, você não é ninguém para me mandar fazer uma coisa que nem você faz – foi até um dos clientes que parecia estar com dificuldades em encontrar um CD.
- Sabe bem mandar em alguém – Jeffie falou para si, e sorriu.

chegou a casa morta (literalmente). Parou na frente da porta branca do prédio, e olhou-a como à espera que esta se abrisse sozinha. Abriu a bolsa e procurou o chaveiro. Caderno, porta-moedas, mini-espelho, um livro, leitor de CDs, CD’s… Nada do raio do chaveiro. Ela realmente tinha de comprar um mp3 ou um iPod, os CD’s lhe ocupavam grande parte da bolsa. Enfiou a cabeça pela abertura da bolsa, amaldiçoando mentalmente o chaveiro. Logo quando ela estava cansada, as chaves resolviam se meter num lugar escondido da bolsa. Abanou-a inutilmente. Bufou e fechou a bolsa.
Olhou para o interfone, sorrindo. Apertou a campainha do apartamento que já conhecia de cor. Esperou uns segundos e a voz de fez-se ouvir.
- Oi? Quem é?
- Oh , eu reconheceria sua voz em qualquer lado, sou sua super fã, me abra a porta e eu te farei sentir coisas que você nunca sentiu – esganiçou a voz.
Ouviu a respiração de . Conseguia imaginar a cara dele naquele momento.
- D-desculpe?
- , sou eu, a .
- Eu realmente não te entendo, garota.
- Tá, me abre a porta que eu tou sem paciência de ficar ao frio procurando as minhas chaves – ela fez voz de cachorrinho abandonado.
- Entre – a porta principal do prédio se abriu, e a menina sorriu.
As portas do elevador se abriram, e logo estava dentro deste para subir até o andar do apartamento dela. Perdida numa linha de pensamentos, ela nem sabia como tinha chegado ali; meses atrás ela estava suplicando à mãe para que a deixasse ir para Londres, e agora estava com um apartamento, um emprego e impressionantemente, uma vida. Não conseguiu conter o sorriso. Abriu novamente a bolsa, desta vez determinada a encontrar as chaves; porém as portas do elevador se abriram, e deu de caras com . Ele a puxou e a abraçou.
- Urgh, isso são tudo saudades? – perguntou enquanto retribuía o abraço. Porém ele apenas deu um risinho.
- Já jantou?
- Não, acabei de voltar da loja…
- Venha, ainda tenho restos de espaguete.
- Restos? – ela fez uma careta. Fechou a porta do apartamento de , reparando que estava um pouco diferente. – Andou fazendo mudanças?
- É, me apeteceu mudar uma mobília. Mas já sei que quando minha mãe vier cá, vai voltar ao mesmo. Com sorte ela só volta daqui a um ano.
- Credo, , fiquei com pena de tua mãe.
- Quer se sentar no sofá ou na mesa? Eu estava vendo um filme e…
- ! – o interrompeu. – Que raio você tem? Está… esquisito.
Ele suspirou.
- Você viu o TMI hoje?
- Vi – sorriso.
- Então. Eu já sei o que vem a seguir. “ , somos namorados ou não? Preciso dizer para minhas amigas se estou namorando ou estou solteira!” – disse com uma voz esganiçada. – E eu gosto de como nós estamos, nada de namorados por obrigação, não quero estar em um compromisso. Não quero estar com você apenas porque você é minha namorada, nem vice-versa. Quero que estejamos juntos quando queremos, quando nos apetecer, não porque somos namorados.
- Eu… entendo – disse, forçando um sorriso. De certa forma aquilo tinha-lhe batido forte.
- Sério? Que bom – ele sorriu. – Sofá ou mesa?
- Eh, tanto faz, sofá. Que filme você estava vendo? – ela pegou no prato de espaguete das mãos dele.
- School of Rock. Adoro as crianças desse filme, são bem talentosas. Me lembram de quando eu era pequeno.

Capítulo 15

Moveu-se tentando arranjar uma posição confortável, mas desistiu da ideia quando se lembrou de onde estava. Levantou-se devagar e observou , que dormia com a cabeça jogada para trás. Ia acordar com uma bela dor de pescoço, pobre criança. olhou para a televisão, ainda ligada, onde passava as notícias da manhã. O relógio no canto indicava oito e meia da manhã. Espreguiçou-se. Sorriu ao olhar , ele era bom demais para ela.
- … - ela lhe deu um beijo na bochecha. – Grandalhão, vai se deitar na cama.
- Hm? AAHH! – gemeu quando levantou a cabeça do sofá. – Meu pescoço tá doendo – ele fez cara de criancinha enquanto rodava o pescoço.
- É, se vai deitar na cama.
- Que horas são?
- Quase nove horas.
- Vem comigo para a cama – ele disse ainda com cara de sonolento.
- Eu vou para casa. Hoje você tem o dia de folga?
- Aham, sim.
- Antes de ir trabalhar passo aqui – ela sorriu e o beijou.
levantou antes que prolongasse o beijo. Acenou e saiu, deixando se espreguiçando no sofá.
“Preciso não fazer merda com essa garota” – ele pensou, relembrando de como sua última relação tinha acabado.

A menina entrou em casa, finalmente tinha encontrado as malditas chaves. Precisava de uma bolsa nova, aquela estava cheia de buracos por onde chaves se metiam. O gravador de chamadas piscava a luzinha vermelha.
- “Tem uma mensagem nova. Para ouvir, pressione um…” – a vozinha disse, e carregou no botãozinho.
- Oi , sua irmã, lembra de mim? É claro que lembra, se não lembrar é estúpido. Então, estou te ligando para dizer que te adoro… Puffy, pára de lamber meus pés…” – rolou os olhos, aquela menina queria alguma coisa. – “Você sabe que McFly vai dar autógrafos do novo single próxima semana, né? Claro que sabe. Então, eu estava pensando em ir aí… Mentira, o pai até já comprou a passagem de avião”.
- O QUÊ? – ela arregalou os olhos para o gravador de chamadas.
- “Sei que agora você deve tar berrando, mas se acalma. A tia me deu tua morada, eu vou estar indo para aí no dia vinte e dois. Dá para me vir buscar no aeroporto? Ah, depois falamos. Só mais uma coisinha: a mãe não sabe de nada. Eu disse pro pai que ela sabia, mas ela não sabe. Eu vou deixar cartinha a dizer que fui passar uns dias contigo. Chega de mensagem, me telefona quando puderes. Adeus loser.”
encarou o gravador de mensagens de boca aberta. Sua irmã tinha endoidecido! Não sabia quem era pior: a irmã ou a própria tia. Quem lhe iria visitar depois? Alguma tia desconhecida? A nova namorada de seu pai? Por vezes ela desejava ter outra família.

Tocou a campainha do apartamento de , com a caixinha nas mãos. Ele abriu a porta e sorriu ao ver a menina.
- Entre.
- Para você – estendeu a caixinha de plástico. Ele abriu-a e parecia uma criança quando viu que dentro da caixa estava sorvete de baunilha. – Eu encontrei na geladeira, tive dando uma limpeza lá… Não se preocupe, eu própria já comi um pouco de sorvete e não me aconteceu nada.
foi até a cozinha e voltou de lá já devorando o sorvete. continuou perto da porta de entrada, apreciando-o comer.
- Vai ficar aí apreciando eu comer o sorvete ou vem se sentar? – ele perguntou.
Ela sentou-se.
- Então… Seu pescoço tá bem?
- É, dói um pouco quando eu mexo, mas tá bom.
- Tenho novidades. Más.
- Más?
- É, minha irmã está vindo me visitar – fez uma careta de desespero. – Pior que ela vem por causa de você.
- Minha causa? – parou de comer o sorvete.
- É, ela é doida por McFly – ela deu um risinho, com medo da reacção dele.
- Wow… Eu sou o favorito dela?
- Erm, sim.
- Ela tem tua idade? – ele fez cara de depravado.
- Ela tem 15 anos, pel’amor de Deus. Vai pegar uma menina de 15 anos? – bufou.
- Haha, se ela for legalzinha… - recebeu um olhar de “você é doido?” da menina. – Brincadeira, amor. Mas eu aguentava bem contigo e tua irmã juntas – ele estufou o peito, sorrindo.
- Claro, agora fique calado comendo o sorvetezinho, que eu vou trabalhar.
- Hey, meu beijo? – a menina já estava pegando sua bolsa. – , você não ficou chateada, né?
- Nãão. – ela resmungou.
- Ei, me dá um beijo de despedida! ! ! SE EU MORRER HOJE, VOCÊ VAI FICAR COM CONSCIÊNCIA PESADA!
fechou a porta do apartamento de e riu sozinha. Se sua irmã descobrisse que tinha dito aquilo, iria fazer uma festa na London Bridge.

Capítulo 16

Dia de ir buscar a irmã ao aeroporto e merda, estava atrasada. Correu para o ponto de táxi, entrando em um e dando indicações ao motorista para que ele seguisse para o aeroporto de Heathrow. Pegou o celular e telefonou à irmã, deixando mensagem a avisar para que ela esperasse. Depois viu que tinha uma mensagem, de . Riu, dias atrás tinha-lhe dado seu número de celular, e agora o menino sempre enviava mensagens.
“Tell me that you want me baby, tell me that is true ;)”
sorriu, escrevendo na telinha “But you don’t have a clue, you don’t know what you do to me…” e enviando como resposta para . “De onde é isso?” Ele enviou de volta, segundos depois. “Paramore, idiota. Stop this Song.” Respondeu ela. Ficou esperando a resposta dele, mas logo o táxi chegou ao aeroporto. Pagou ao motorista e saiu, entrando no grande aeroporto.
Viu pessoas passarem de um lado para o outro e cruzou os braços, impaciente. Supostamente sua irmã já devia estar ali. De repente, sentiu alguém tapar-lhe os olhos.
- Adivinha quem ééé? – a voz perguntou. desenvencilhou-se das mãos, e sorriu.
- !
- É suposto adivinhar quem é, ignorante – ele riu.
- O que você tá fazendo aqui? – ela perguntou.
- Minha irmã chega de Florida hoje, então como irmão exemplar que sou, vim buscá-la – estufou o peito. – E você?
- Ah, nada demais. Vim buscar fantasia de hospedeira para esta noite com o . – o menino franziu a testa.
- Tá, néah…
riu de , zoando de seguida:
- Eu tou brincando. Vim buscar minha irmã, ela vai passar uns dias comigo.
- Aaaah, a maluca por McFly?
- Aham, e te contaram?
- É, dois fofoqueiros que amam se gabar que são os melhores.
- Eu os entendo, se eu tivesse uma banda que bateu o recorde dos Beatles também sentiria de me gabar todo o tempo – suspirou, olhando o nada.
- Own, não fica assim – ele a ia abraçar, mas foi impedido pelo um berro.
- Irmãozinho! – uma menina de cabelos loiros e compridos chamou, sorrindo. – Já tenho minhas malas, vamos?
- Claro, me deixa só despedir da – ele se voltou para a amiga. – Bem, até a próxima – beijo na bochecha.
sorriu apreciando o menino tentando pegar as malas da irmã, que não o deixou ajudá-la. Por mais estranho que fosse, era um cavalheiro.
- do meu coraçããão! – ela sentiu um carrinho cheio de malas a bater nas pernas, e se desequilibrou.
- Ah, sabe Jackleen, eu realmente aprecio o fato de que mal você chega, já tá tentando me causar algum tipo de derrame cerebral num dos membros do meu corpo.
- Derrame cerebral é apenas no cérebro.
- Ótimo, agora, próximos dias que você ficar comigo, não me irá fazer sentir idiota ou burra, ou eu te mando de volta para onde você veio!
Riram e andaram até um dos táxis, pondo as malas na bagageira do carro.
- Então, eu tenho uma amiga aqui em Londres, e ela vai comigo até a sessão de autógrafos de McFly – Jackie comentou. – Se você quiser, eu fico na casa dela no dia antes da sessão de autógrafos de McFly. Aliás, não é se você quiser, nós vamos fazer sessão de McFly, pode ser na casa dela ou na sua, mas eu suponho que na sua você não tem paciência.
ponderou por uns segundos. Sessão de McFly com no apartamento ao lado? Era um pouco arriscado demais.
- Tudo bem, pode ficar lá – ela sorriu. – E aí, como está a mãe? Ela vai me matar depois que descobrir que você veio para Londres sem ela saber de nada – continuaram conversando pelo caminho até o prédio de .

- Ah vai Jackie, o sofá é fofinho e confortável! – e a irmã discutiam sobre quem ia dormir aonde.
- Fala sério, irmãzinha, você ficou uma completa sem educação desde quando?
- Desde que você resolveu vir para Londres, para a minha casa, sem avisar nada à mãe nem a mim – ela piscou os olhos de forma ironica.
- Olhe, eu… - Jackie foi interrompida pela campainha. – Vai abrir ou você nem abre mais a porta às pessoas?
- Cala a boca.
- EU VOU DORMIR NA CAMA! – a irmã mais nova berrou.
rolou os olhos, amaldiçoando mentalmente a irmã, e abriu a porta lentamente. estava na sua frente, com um conjunto de roupas na mão – camiseta, calças, boxers, meias e sapatos – e um shampoo. Tinha um sorriso meigo no rosto, e só faltava os olhinhos brilhando como os cartoons da TV para ele ter cara de desenho animado. A menina não falou nada, olhou para trás, percebendo que sua irmã não estava mais na sala. Suspirou.
- Oi, – lhe deu um beijo leve.
- Oi, amor.
- Amor? – ela riu. – Me diz, o que você quer, ?
- Eu também te amo, . E fica descansada, só te vim pedir um favorzinho pequenino.
- Pequenino? Que envolve roupas e shampoo? Vai me dizer que esqueceu pagar a conta da água e te cortaram a água, é? - a olhou com cara de pobrezinho, segurando o riso. desatou a rir, olhando a cara dele. – Eu não acredito que você esqueceu de pagar a conta da água!
- Não ri de meus esquecimentos, okay? Eu sou bem atarefado com a banda e tal, esqueço de pagar as contas. Além do mais, você ama o distraído aqui, por isso não reclama.
- Quem disse que eu te amo? – resmungou.
- Não ama? – ele se aproximou, pondo as coisas numa mesinha próxima. perdeu os sentidos de “alerta, sua irmã está no quarto”. Sua barriga revirou.
- Você me ama?
- Não sei.
- Eu também não.
- Ótimo.
quebrou a pequena distância que havia entre os lábios dos dois e passou as mãos pela cintura de . Ela sorria a meio do beijo, com as mãos dando leves puxões no cabelo do menino. Ele desceu os beijos, passando os lábios pelo pescoço dela. De repente parou, levantando a cabeça e olhando uma jovem parada, de boca aberta. Estava branca. pigarreou, fazendo se virar.
- Ow. Jackie. – sorriu de forma nervosa.
- Eu acho que meu coração vai sair pela boca, eu preciso me sentar, eu tô esquecendo como falar – Jackie disse com a voz trémula. – Ele, , estava te beijando, minha irmã, e estavam aí aos amassos, em um momento bem quente. Medo.
- , pode ir tomar banho, as toalhas tão na segunda gaveta do armário do banheiro. Lembra onde é o banheiro? – ele acenou, seguindo até uma das portas.
Sorriu inocentemente para a irmã, e levou-a até sentar-se no sofá da sala.
- “Lembra onde é o banheiro”? – Jackie perguntou, ainda com as mãos tremendo. – Eu pensava que o vosso namoro tinha sido apenas quando a tia tinha estado aqui…
- É, e foi. Mas depois… - abanou as mãos no ar. – Aconteceu. Eu e ele começámos a nos ver quase todos os dias, por vezes eu lhe levo algo para ele comer quando ele chega tarde a casa.
- Você nem sabe cozinhar! E espera, vocês vivem juntos?
- Não, ele vive no apartamento da frente.
- Okay. Meu Deus, … McFly… Eu tô mais espantada que… que quando as mulheres nas novelas das nove descobrem que os maridos as traem.
- Essa foi uma má comparação, Jackie – riu. – Então, tudo bem, você não precisa ir no hospital, certo?
- Certo.
- Ótimo. Melhor reação do que eu esperava.
Jackie ligou a televisão, passando os canais. As duas ouviam apenas o barulho da televisão e da água no banheiro correr. estava desconfortável. Jackie não devia estar nada feliz, afinal de contas, pelo que ela sabia, Jackie sonhava com toda a hora. Sonhava em namorá-lo, e que ele a amasse… Provavelmente devia estar com o coração partido.
- … - a irmã a olhou – Posso, erm, ir ao seu quarto?
- Claro.
encarou a televisão mais uns segundos. Então, flash, todos os pensamentos de antes se foram. Correu até o corredor onde a porta dos quartos e banheiro estava, e berrou:
- JACKLEEN, VOLTE IMEDIATAMENTE PARA A SALA E DEIXE DE ESPIAR O TOMANDO BANHO!
- EU NÃO ESTAVA ESPIANDO! ESTAVA ERM… LIMPANDO A PORTA!

Capítulo 17

Montes de fãs. Era o que via à sua frente, isso e um monte de macacos vestidos de preto. Mais os flashes das câmaras e fãs berrando músicas. Estava atrás do balcão junto com Jeffie, as duas com o queixo apoiado na mão e o cotovelo apoiado no balcão.
- São ridículas – Jeffie comentou. – Olha aquela ali, mostrando os peitos para um deles. Triste.
- É. Mas eles amam – riu.

Duas, três horas se passaram. Sessões de autógrafos eram sufocantes, ainda mais ter de assistir aquilo tudo de trás de um balcão. Finalmente os meninos saíram, passando pela multidão de fãs na rua que não haviam conseguido autógrafos. Por mais que os seguranças grandalhões tentassem abrir caminho pelo meio, uma das meninas acabou conseguindo autógrafos, o que fez os meninos ficarem mais uma hora dando autógrafos às fãs da rua.
passou, junto com sua irmã (bem feliz, por sinal, por ter sido uma das primeiras na fila), pela barreira de fãs, e parou do outro lado da rua da loja.
- É tão excitante – os olhos de Jackie brilhavam. – Quando vamos dar um passeio com o , de qualquer forma? – ela falou do nada.
- Passeio? Com o ? Aquele , o ? – perguntou, não entendendo qual era a ideia da irmã.
- É, eu gostaria de sair com ele, sabe…
- Sair? – a irmã mais velha levantou as sobrancelhas. – Tipo um encontro, Jackie?
- Ééé – sorriso de safada.
- Okay, é melhor ficar calada. Vamos para casa, os meninos não saem dali tão cedo.
- Você não sabe como eu amo o fato de você ser vizinha e namorada do – Jackie disse, enquanto andavam a pé até casa. Nem era assim tão longe.
- Nós, eu e ele, não somos namorados – deu um sorriso de lado.
- Não?
- Não. Nada sério – Jackie olhou com cara de quem não entendia algo. – Eu e ele somos só apenas, amigos coloridos, você sabe. Nada de compromissos. É demasiado peso para mim, demasiado peso para ele.
- Tá, né. Então posso tentar pegá-lo? – os olhos dela pareciam brilhar de tanta depravação. a censurou com o olhar. – Desculpe. O fanatismo falou mais alto.
- Se mantém longe do , tá bom?
- Okaaay!

As duas irmãs chegaram a um pub, tinham combinado encontrarem-se ali com . Estava uma fila de pessoas junto à porta, nada demais. Ao chegarem à porta, o segurança barrou-as.
- Quantos anos a menina tem? – ele perguntou, apontando para Jackie.
- Dezoito anos recém-feitos – disse, erguendo as sobrancelhas.
O segurança olho-as, desconfiado.
- Têm identificação?
- Não, mas… - Jackie tentou.
- Sem identificação não entram.
- Olhe, ela tem dezoito anos! Eu também sou maior de idade. Para além do mais, as meninas que acabaram de entrar aí tinham mais peitos do que idade – resmungou.
- Ei, eu tenho autógrafo de McFly aqui – Jackie falou. Abriu a bolsa, e tirou de lá um single com as assinaturas dos meninos do McFly. O segurança olhou-as, indeciso. – Tenho certeza que uma das suas sobrinhas amaria, certo? Ou talvez filhas, o senhor é do tipo que deve ter já arranjado uma mulher – a irmã mais nova falou, piscando um dos olhos.
- Muito bem. Podem entrar. Mas se algo acontecer a ela – apontou para Jackie –, vocês entraram aqui sem eu saber – ele abriu a pequena porta, deixando as meninas entrarem e pegando o single da mão de Jackie.
Já dentro, o lugar estava bem cheio, o ambiente simples e bem decorado. Foram até ao bar, pedindo algo para beber.
- Você é demais, Jacks – falou, esperando as bebidas. – Mas agora ficou sem single de McFly!
- Ah, que importa? Você conhece-os, não fica difícil conseguir outro – ela deu ombros. O barman pousou as bebidas no balcão, e Jackie tomou um gole da sua. Encarou a irmã, que também bebia. – Você realmente vai me deixar beber coisas alcoólicas?
- O quê? – ela olhou o copo da irmã. – Ah, certo. Beba, mas não exagere. Você ainda não tem idade para beber, e se te acontecer alguma coisa por causa da bebida, vamos as duas presas e o pior é que a mãe nos esgana.
- Você é a irmã mais legal de sempre! – Jackie comemorou, tomando o resto da bebida, e logo pedindo outra.

- Eu vou ao banheiro, você fica bem? – perguntou à irmã, visivelmente já ‘alta’. – Jackie! – ela chamou.
- Oi?
- Eu vou ao banheiro. Por favor não saia daqui! – ela pediu.
- Tudo bien – a irmã falou com a voz embolada.
voltou do banheiro, e não viu a irmã no lugar onde estava antes. “Por que não me surpreendo com isso?” Andou entre as pessoas dançando, procurando por Jackie. Quando não a encontrou em lugar nenhum, começou a desesperar. Subiu para uma outra parte do pub, tentando ter melhor visão do lugar. Nada. Sentiu uma mão na sua cintura e alguém lhe dar um beijo na bochecha. Conhecia aquele cheiro.
- ! – por momentos conseguiu esquecer sua irmã (egoísta? Não!).
- Desculpa a demora. resolveu passar lá em casa e…
- ! – eles ouviram outra voz chamar. suspirou.
- E eu tive de o trazer comigo – ele riu.
- Olá, cumprimentou.
- Você não disse que a irmã dela estaria aqui? – o menino disse, ignorando o ‘olá’ da menina.
- É, o que é feito da jovem Jackie?
- Ai merda – ela bateu com a mão na cabeça. – Vocês têm de me ajudar a encontrá-la. Ela bebeu demais, eu fui ao banheiro, e ela já não estava no bar.
- Espera, você deixou ela beber? – perguntou. – Que tipo de irmã você é?!
- O tipo que já bebia com idade dela – a menina revirou os olhos.
- , acho que nem precisamos procurar – apontou para o segurança que segurava Jackie pelo braço, pondo-a para fora do pub.
- Raios – os três andaram para a saída do pub, ao sair encontraram uma Jackie sentada perto do segurança, emburrada.
- Jackleen, o que você fez? – perguntou, quando se aproximou da irmã.
- Ela não fez nada – o segurança disse, ainda controlando a entrada das pessoas. – Mas estava com uns garotos que lhe estavam oferecendo algo, e achei mais seguro trazê-la.
- Oh – ela olhou a irmã, que ainda não olhava para , e de repente sentiu um peso nas costas. – Obrigado, eu… Jackie, venha. , me ajuda com ela?
- Claro. Eu trouxe meu carro – o menino ajudou a carregar Jackie, que quase nem se equilibrava de pé.
- Gente, vocês se importam se eu ficar por aqui? – perguntou.
- Eu quero ir com eeeeele – Jackie resmungou.
- Sem problema. Vai lá, big boy – disse.
Já no carro, Jackie ia atrás, praticamente dormindo. guiava, e observava as coisas na rua. Era tão responsável quanto um canguru quando o assunto era sua irmã, e até os cangurus tinham mais cuidado. Ela nunca tinha responsabilidades de cuidar de alguém, era mais simples apenas tomar cuidado consigo mesma. Não ter mandado Jackie de volta para casa tinha sido um erro. Mal a irmã fosse embora, voltaria com a vida normal e sem pesos nas costas: trabalhar e se sustentar.
- Ei – chamou a atenção dela. – Sorria. Ela é jovem, se não passasse por essa situação, estaria não vivendo uma parte da adolescência! Você lhe deu uma das experiências da juventude – ele riu. – Só não te dou um beijo agora porque estou dirigindo.
Certo, ela agora tinha algo além de trabalhar e se sustentar: manter uma relação com . Se bem que o que eles tinham nem podia se chamar direito de relação…

Capítulo 18

Sábado, oh doce sábado sem trabalhar. Os pássaros cantam, as crianças brincam nos parques e… cai da cama, acordando de repente, com o barulho da televisão. Resmungou algo, se levantando do chão pesadamente. Odiava ser acordada, especialmente em sábados, com muito barulho. Abriu a porta, e bateu-a na cara sem querer, ao ouvir um berro de vitória vindo da sala. Massageou o nariz dolorido, indo até a sala.
- Bom dia, cumprimentou.
- PORRA , TIRA SEU CARRO DAÍ! – Jackie berrava, empurrando . Os dois estavam sentados no chão. (n/a: só deixando claro que isso já é depois do dia de ressaca da Jackie.)
- Jackie, eu já te disse, me empurrar não vai tirar o meu jogador da estrada! – o menino reclamou.
- Que raio está acontecendo aqui? – perguntou, coçando os olhos.
- Nós queríamos jogar PlayStation, aí o deu ideia de virmos para aqui jogar – sorriu. – Jackie nos abriu a porta e até agora só ganhou um jogo – riu.
olhou , que tinha a língua fora dos lábios, concentrado no jogo. Jackie pressionava o botão de acelerar constantemente, e estava sentado no sofá, rindo.
- Que horas são?
- Onze horas. Você é dorminhoca… AAHH, ANDA MALDITO CARRO! – a irmã mais nova falou, berrando a última frase.
- AHAAAA, GANHEI DE NOOOOOOVO! EU SOU FODA, EU SOU DEMAIS – levantou e fez uma dancinha estranha. Foi até , que estava encostada na parte de trás do sofá, e sorriu. – Me dá um beijo de vitória?
- Hm, não, bafo matinal – ela resmungou, o afastando.
- Ah, não tem mal – a beijou rapidamente. Ela sorriu, e o beijou de novo, de forma tímida. sentiu uma almofada na cabeça.
- Arranjem um quarto, criaturas! – falou, rindo.
- Vou buscar algo para comer – a menina falou, depois de revirar os olhos.
foi atrás dela e se encostou no batente da porta. enfiou-se dentro da geladeira, resmungando algo. Fechou a porta, se virando para um dos armários.
- Jackie, você comeu todas as bolachas de chocolate? – a irmã perguntou, berrando.
- Comi sim, algum problema? – Jackie berrou da sala.
bufou, e pegou um pacote de bolachas diet. Mordeu uma, e fez uma careta.
- Agora vejo porque nunca comi dessas bolachas – resmungou. a observava, fazendo cara de tarado - ? – chamou, parando de comer as bolachas.
- Você fica sexy comendo bolachas sem gosto - ele se aproximou.
- Fico? – ela sussurrou.
- Muuito – juntou os lábios, fazendo carinho na cintura da menina.
- , dá para trazer algo para comer? – Jackie os interrompeu.
suspirou de frustração.
- Ela me odeia – saiu do meio dos braços de . – Sorte que vai embora daqui a uns dias.
- Oh, vou sentir a falta dela. Mas assim ficamos mais tempo com a casa vazia, né? – sorriso malicioso.
- Você só pensa nisso? – revirou os olhos.
- Gosto de pensar em coisas boas.
Os dois riram. apareceu na cozinha, com Jackie atrás dele.
- Amigão, temos o dia livre – estufou o peito. – telefonou dizendo que houve um problema lá no estúdio da entrevista dessa tarde e já não precisamos ir lá.
- Filme, filme, filme – Jackie falou. – Podemos alugar um filme, , certo?
- Eu… Claro.
- Ótimo. , vem comigo na locadora?
- Vamos!
- Tome cuidado! Se alguém te vê com ela podem pensar… - foi interrompido pela porta do apartamento sendo fechada. – Ótimo, sempre ignorado!
- Own, tadinho. Eu não te ignoro – apertou as bochechas dele.

Capítulo 19

abriu a porta, e entraram, sorrindo.
- Tudo bem? – perguntou.
- Comigo sim. A Jackie, tá aceitando a ideia de que vai embora.
- Onde ela tá? – perguntou.
- Hold on. JACKIE! – ela chamou a irmã, que saiu do quarto. – Aí está ela.
- Você os convidou? – Jackie perguntou, olhando os meninos.
- É, achei que você merecia passar o último dia com o , e aproveitei e convidei o também.
- Se tua irmã me permitir, te levo a dar uma volta – disse, sorrindo. Jackie sorriu animada.
- Ela vai deixar, né ? – ela fez cara de anjinho.
- Não sei… Pensarei no assunto – riu maleficamente. – Agora, vamos comer. Quem adivinhar o que é o comer ganha um bocadinho mais dele.
- Lasanha? – Jackie tentou.
- Yeap!
- Você devia aprender a cozinhar outras coisas – comentou, se sentando na mesa da cozinha.
- Para isso tenho você – ela deu um pequeno beijo na bochecha do menino.
- Ah tá, agora sou teu cozinheiro pessoal!
- Isso é uma boa cantada. “Quer que eu seja seu cozinheiro pessoal?” – disse, provocando risos. E assim foi o jantar, com algumas coisas idiotas da parte de e se engasgando com algo pervertido que Jackie dissera.

- Bem, então eu e a Jackie vamos passear por aí. Vocês ficam bem? – informou.
- Ficamos. me ajuda a lavar a louça, né?
- Amo lavar a louça! – disse feliz.
olhou para com cara de “ele é doido?”, recebendo um encolher de ombros do menino.
- Tô pronta, – Jackie chegou.
- Vamos. Até logo!
- Se comportem!
- Então , quer lavar ou secar a louça?
- Lavaaar!
Os dois riram. Passado algum tempo, pôs um CD de Blink-182, começando a dançar junto com .

saiu do banheiro, tinha deixado sozinho na sala vendo televisão enquanto tomava banho. olhava a TV concentrado, comendo uma fatia de bolo que tinha encontrado na cozinha – aquele menino comia qualquer coisa que encontrasse e tivesse bom aspecto, que nem .
- boy, tá tudo okay por aqui?
- Tá sim. Tou vendo Mean Girls. Eles não cansam de passar esse filme na TV!
- Ah, aí está a razão porque você ‘tava encarando a televisão como um macaco babado.
- Lindsay Lohan é gostosa – riu.
- Agora é uma drogada que nem a Britney.
- E continua gostosa!
- Você é tão estranho…
Ficaram vendo o filme, fazendo comentários inúteis sobre este. não conseguiu deixar de notar como sempre olhava para o relógio.
- , se acalma. Logo eles chegam!
- Eu sei, mas a Jackie tem de dormir cedo para amanhã apanhar o primeiro avião…
- Me diz a verdade, você tá é com medo que eles ‘se entendam’ – ele fez aspas no ar. – Calma, dude. Confie no .
- Eu confio nele. Não confio é na minha irmã.
- Coitada! Olha, vocês são namorados, e se você quer que isso dure tem de confiar muito no
- Nós não somos namorados – disse.
- Oh. A velha síndrome do medo do .
- Quê?
- Ele tem medo de relações, não gosta de se sentir preso – deu ombros. – Uma vez ele ficou com uma menina por quatro meses, sempre negando ter algo sério com ela. Ela cansou dessa insegurança, e o largou. Mas parece que ele ainda não aprendeu a lição.
- Ele deve ter algum trauma, sei lá.
- Não, ele simplesmente é um cabeça dura que não deixa ninguém amá-lo. Ele pode amar quem ele quiser, mas os outros não podem o amar. Esse é o sorriu.
- E você, ?
- Ah, eu tô bem assim. Pegando umas garotas por aí. Minha última namorada se cansou de mim.
- Nossa, deve ser difícil cansar de você!
- Eu sou muito chato! Especialmente quando é para sair, eu prefiro ficar em casa.
- Fazendo coisas mais interessantes, não? – riu.
- É isso mesmo!
O silêncio voltou a reinar na sala, tédio da parte dos dois, já que Mean Girls já tinha acabado, e estava agora passando publicidade.
- Vamos jogar ‘Eu nunca’? – sugeriu.
- Nããão.
- Porque não?
- Primeiro, se minha irmã chega, eu irei estar bêbada. Segundo, ficar bêbada perto de você é perigoso.
- Ah vai, . Preciso me divertir! Prometo não te provocar quando você tiver bêbada – e a olhou de forma tarada.
- , dava para não ser tão convencido? – ela levantou, abrindo um pequeno armário.
- Okaaay.
- Pronto – a menina trouxe um conjunto de garrafas com ela, provavelmente cerveja.
- Você tem um pack de cervejas em casa pra quê? Esquece, prefiro nem saber – comentou.
Sentaram-se no chão, começando a jogar. “Eu nunca pisei uma flor, eu nunca vi filme pornográfico, eu nunca comi chocolate, eu nunca fiz algo impuro…” Eu nunca vai, eu nunca vem, maioria das garrafas já estavam vazias. Eles estavam se divertindo, inventando as coisas mais idiotas de dizer eu nunca.
- Eu nunca joguei cerveja para cima de alguém – disse. riu, e jogou um pouco de cerveja em cima da camiseta de New Found Glory da menina.
- Ei, eu gosto dessa camiseta! – ela reclamou. – Eca, agora vai ficar com cheiro de cerveja! - a menina tirou a camiseta, mostrando o sutiã preto. engoliu em seco. Não, ele não podia ter pensamentos como o que estava tendo com a quase namorada do amigo. Mas a bebida não estava ajudando.
- Eu nunca senti vontade de beijar a namorada de meu amigo – deu um gole na bebida, ainda olhando .
o encarou, percebendo a indireta.
-
- Shhh…
O menino se aproximou, puxando-a para perto. Juntou os lábios levemente, depois dando intensidade ao beijo. Ele mexa nos cabelos da menina com uma mão, e a outra passava no corpo dela. não conseguia fazer nada, a sua mente mandava o afastar, mas beijava tão bem… lhe apareceu na mente, mas uma parte da cabeça, controlada pela bebida, insistia que ela não tinha nenhum tipo de compromisso com .
A porta abriu-se, Jackie ao entrar e se deparar com a cena ficou boquiaberta. se separou logo de , olhando e Jackie na porta.
- , eu… - ela tentou se explicar.
- , venha, eles precisam ficar sozinhos – Jackie chamou o menino, vendo a troca de olhares entre a irmã e .
- Desculpe, dude. A bebida e… Ela realmente é gostosa…
- ! – a voz da jovem saiu autoritária. – Vem aqui e para de fazer merda – Jackie puxou o menino pelo braço para fora do apartamento, fechando a porta.
vestiu a camiseta, ainda fedendo a cerveja, e se levantou do chão onde antes estava sentada. apenas a encarava, sem expressão definida no rosto.
- Desculpe… Eu não queria…
- Mas você fez.
- Eu, o … - a bebida não a deixava pensar de forma a que conseguisse amenizar a situação.
- Se eu não tivesse entrado com a Jackie, provavelmente vocês tinham feito mais que um beijo – ele passou as mãos pelo cabelo, frustrado. – Por quê? Eu sei que o é legal, mas eu pensei que você gostasse de mim!
- Eu gosto muito de você
- Então porque me traiu?
- Oh, poupe-me, . Nós nem temos uma relação, por isso não pode ser considerado traição!
- Ah, então isto é tudo sobre não sermos namorados. Por que raio você não pode confiar em mim sem eu andar por aí “eu tenho namorada”?
- Eu me sinto com medo, você pode me abandonar quando quiser!
- O fato de sermos namorados, muda algo? Você não precisa ser minha namorada para ter confiança em mim. Mas pelo que parece, quem devia ter dificuldade em confiar, era eu.
- , pare… - ela o olhou com os olhos prontos a chorar.
- Não chore, não torne isso mais difícil – se aproximou da menina. – Como você disse, isto não é uma relação, então não é como se tivéssemos terminando. Eu só… Não consigo confiar em você, não agora.
- Mas o álcool…
- O álcool não é desculpa, . Álcool controla a sua cabeça, não os seus sentimentos.
Ele saiu do apartamento da menina, vendo e Jackie sentados nas escadas. estava com as mãos na cabeça e Jackie parecia tentar reconfortá-lo. Fechou a porta do apartamento de a fim de chamar a atenção deles, o que deu resultado.
- Mate, desculpe…
- , não complique. Quando eu conseguir te desculpar, te aviso. Enquanto isso, continuamos companheiros de banda.
- Bem… acho que é a última vez que vos vejo. Até a próxima, acho… - Jackie abraçou e . – Obrigada por tudo.
A menina entrou no apartamento, encontrando a irmã deitada no sofá, encarando o teto.

pediu que fosse embora, ele não queria ir, mas acabou indo, se ficasse provavelmente seria apenas para discutir. O jovem entrou no seu apartamento, parecia que tinha levado uma dose de droga e estava imaginando coisas. Não conseguia ficar zangado, porém continuava decepcionado. Foi até o banheiro, abrindo a torneira da banheira, e deixou esta encher. Os seus passos eram lentos, e parecia que apenas seus pés sabiam para onde estavam indo. Tirou as roupas, jogando-as sobre a cama, e seguiu para o banheiro. Jogou-se na água e sentiu o choque da água quente com a pele ainda fria. Respirou fundo. Ele não estava irritado com ou , não ainda e não queria estar. Apesar de não querer acreditar nisso, eles não tinham culpa do que fizeram, e estavam no direito deles de o fazer. não tinha namorada, tempos atrás ela o largara, e de certa forma estava certa – eles não tinham nenhuma relação. Mesmo assim, algo dentro o incomodava, e não entendia como uma coisa a que ele já estava tão habituado o marcasse tanto. Ele era uma pessoa fria, certo? Ele não se deixava abater por coisas como aquelas. Não tinha relação nenhuma com ninguém e estava bem assim. Ponderou a ideia de chamar alguém para fazê-lo esquecer a menina.

Capítulo 20

saiu do apartamento, com um robe por cima do pijama e suas pantufas amarelas que lembravam o Bob Esponja. Deviam ser perto das seis da manhã, tinha acordado cedo sem conseguir voltar a dormir. Desceu as escadas, até o corredor onde havia as caixas de correio, e tirou a chavinha do bolso do robe, olhando as cartas do dia anterior. Bocejou. Então ouviu o barulho do elevador, ótimo, agora algum vizinho a veria em trajes daqueles. Começou a andar para as escadas, quando viu quem saía do elevador. Quarta vez naquela semana que a encontrava nos corredores, e na semana anterior ainda se tinham encontrado mais acidentalmente. Começava a achar que eram demasiadas coincidências. a olhou, e ela baixou a cara, levantando-a em seguida. Ele estava segurando a porta do elevador.
- Não vai subir? – murmurou.
- Escadas – ela respondeu no mesmo tom de voz.
- Oh.
Finalmente ela levantou os olhos em direcção aos olhos dele. Estava o mesmo de duas semanas atrás, de sempre que o via. Simples, mas encantador. Carregava uma pequena mochila – provavelmente tinha um dia cheio de coisas para a banda. Ouviram um carro apitar na rua, e murmurou algo como um ‘adeus’ e seguiu para a rua ainda escura. A menina olhou o nada, voltando a subir pelas escadas. Agora sim o sono tinha voltado.

Jogou o despertador contra a parede – já perdia a conta de quantos despertadores tinha destruído naquelas semanas. Ele nunca fora de destruir despertadores por o acordarem, mas andava impossível nas últimas semanas; sonhos, pesadelos, atarefado na banda e parecia que para todo o lado que fosse, fazia algo para o agradar. No último fim-de-semana, ele tinha tentado arranjar-lhe um encontro, mas quem acabou por ficar com a menina foi o próprio . E depois disso, tinha-o deixado comer a última fatia de pizza – não parecia grande coisa aos olhos de um mero mortal, mas visto aos olhos de quem conhecia o amigo, aquilo era um milagre.
Levantou-se lentamente, ouvindo no andar de cima a música pesada. Não entendia como logo de manhã alguém ouvia música assim, os novos vizinhos eram insuportáveis. Pensou em ir reclamar com eles dias atrás, mas adiantou-se – quando chegou ao andar de cima, já ela berrava com a mãe das crianças.
Comédia, ele diria, era muito pior que as crianças, só que não ouvia música tão alta às seis da manhã. Ela estava bem perturbada, os seus olhos transmitiam cansaço e desprezo e o cabelo dela – como sempre que ela acordava – estava uma bola de pelo. Mesmo assim, furiosa e irritada, não deixava de parecer tão… Normal. Abanou a cabeça, e pegou a caneca de café quente, seguindo até o sofá, para ligar a televisão. A música no andar de cima parara, graças a Deus.
Ouviu seu celular tocar. O visor mostrava um número desconhecido, parecia chamada do exterior.
- Alô?
- ?
- Eu mesmo… Você é…? – perguntou, já temendo que fosse alguma fã. Geralmente ele se divertia com chamadas de fãs, mas naqueles dias, estava sem uma gota de paciência.
- Jackie, lembra de mim? Irmã da ?
- Jackie? Como você…?
- Ah, você realmente pensa que eu iria embora sem tirar seu número de celular da lista telefonica de minha irmã, ?
- Tá… Fala logo, o que você quer? – falou, podendo ouvir a respiração da menina do outro lado. Tinha sido grosso demais?
- Eu… - ela respirou fundo, parecendo querer recuperar do surto de frieza do menino. – Só queria saber se está tudo bem… Minha irmã nunca mais falou comigo, e eu não quero andar atrás dela.
- Tá tudo ótimo comigo.
- Você e a , ainda não se resolveram?
- Jackie, o que você tem a haver com isso? Quer publicar na Internet? Ótimo, publique que eu e o estamos zangados porque ele quase transou com minha namorada e que agora ele não pára de andar atrás de mim para eu o perdoar! Publique que eu tô solteiro, podem fazer uma festa até.
A menina do outro lado da linha respirava alto, pensativa e tentando não se sentir desprezada e idiota. respirou fundo, se controlando, ela não tinha culpa de nada.
- Olhe, eu e a , não vamos voltar. Eu a adoro, mas não dá, tanta coisa só porque eu não era oficialmente namorado dela!
- Ela é insegura…
- Ela devia confiar em mim. Mas eu não vou discutir isso com você.
- Tá bom… Eu só queria saber se estava tudo bem, desculpe. Não volto a usar esse número, vou até apagá-lo.
- Porte-se mal, Jackie – ele ouviu-a rir-se. – Adeus.
- Fale com a . Te amo, .
E ela desligou. Tudo o que ele precisava de ouvir. Não tinha ouvido uma palavra de carinho de alguém que se importasse mesmo há uns tempos, nem mesmo de , a pessoa que o mais ajudava nesses momentos. Ele tinha de conhecer mais fãs e lhes dar o número de celular dele, assim sempre que precisasse de palavras carinhosas, era só lhes telefonar. Riu do próprio pensamento.

- ! ! – a menina ouviu Jeffie a chamar, antes de sair. Estava com frio, com fome e com sono, só queria sair daquela loja e ir para casa. Tinha tirado o fim-de-semana para ficar em casa, Sábado e Domingo em casa, dormindo. Nem iria sair para alugar filmes. Só queria um pouco de paz e sossego longe da realidade, longe de . Bastava pôr um pé fora de casa, ali estava ele, entrado no seu apartamento. Bastava chegar à loja, Brian lhe perguntava como estavam os meninos do McFly. Era demais para ela aguentar, o que acontecera à sua vidinha monótona?
- Que é agora?
- Tome – ela lhe entregou um pequeno papel. leu-o.
- Ingresso para show de McFly? De onde você desencantou isso e porque batatas você me está o dando?
- Minha prima ganhou, aí deu para minha irmã porque não podia ir, aí minha irmã não gosta de McFly e me deu e como eu também não gosto tou dando a você – pausa. – Sei que vai ser um bom lar para esse ingresso! – ela deu uma risadinha idiota.
- Hm, obrigada, eu acho.
Saiu da loja, pondo o cachecol. Se de dia Londres já era fria, de noite os pinguins vinham ali e se queixavam do frio. Tá, ela estava exagerando. Olhou para o ingresso na mão. Por que não?

olhou-se uma última vez ao espelho, não sabia porque estava se arrumando tanto, mas queria estar bonita para quando a olhasse, se olhasse.

olhou-se uma última vez ao espelho, com Fletch gritando para deixar o espelho, não sabia porque se estava arrumando mais que o normal, algo lhe dizia que tinha de estar diferente.

Saiu de casa, indo até o lugar do show. Entrou, o lugar já estava cheio, mas encontrou o seu lugar. Eram bons lugares, praticamente VIP’s. Olhou para o lado, sentindo-se perdida e confusa, e viu a irmã de , e ao lado da mesma, a namorada deste. A menina ria com uma amiga escandalosamente, e a namorada parecia cada vez mais frustrada. riu, e então conseguiu ouvir os berros das fãs. Se levantou do seu lugar, apreciando tudo… A forma como se mexia, como sempre se mexia. Como ele sorria, e acenava para as fãs quando podia. Como ela tinha deixado uma pessoa assim fugir? Nunca pensara que fosse acontecer ser tão idiota, mais idiota do que já era.

Capítulo 21

Show acabado, estava suando demais, queria ir para casa, mas acabou seguindo para os bastiadores, aproveitaria o passe VIP. Não sabia o que ia dizer, ou fazer, mas precisava falar com ele. Seguiu a irmã de , mostrando o passe VIP ao segurança bruta montes para poder passar. A irmã do rockstar a olhou, e acenou, sorrindo. acenou de volta, como alguém se lembraria de alguém como ela? Esperou a irmã de entrar, e logo se encostou no batente da porta, olhando tudo. estava se olhando ao espelho, parecendo pensativo. De repente, ele notou algo na porta, pelo reflexo do espelho. Algo não, alguém. Se virou, e viu a menina, que logo desfez o sorriso que tinha no rosto para uma expressão de melancolia.
- ! – chegou com um sorriso, quebrando a troca de olhares . – . – Como você chegou aqui?
- Ingresso, passe VIP. Me deram lá na loja – ela comentou, depois de um abraço suado de .
olhava falar alegremente com , e ela o olhava com receio. Se lembrou de tudo, e o ‘fale com a ’ de Jackie dias atrás ecoava na sua cabeça. Afinal de contas, ele era , estava com medo de quê? Ele nem tinha de ter medo, ele não fizera nada.
- Ei, – ele chamou a atenção da menina, que o olhou assustada. Logo sorriu.
- Hey, … Eu... – eles se olhavam, o clima estava tenso – Desculpe…
- Quem tem de pedir desculpa sou eu – se intrometeu, de cabeça baixa.
- É, concordo com você – resmungou.
- Ele não teve culpa. Estávamos sem noção do que estávamos fazendo – também resmungou, mantendo a voz baixa.
- É, eu não tive culpa.
- Por que não fala isso mais alto? Tem medo que os outros ouçam? – falou, fazendo as pessoas à volta olharem as três pessoas ali.
- Eu nem devia ter vindo, vou embora – a menina se irritou, mas ao virar-se, sentiu a mão de alguém no seu braço.
- Agora que veio e começamos, vamos acabar – falou.
- Larga ela, ! Se ela quiser ir vai! – se pôs à frente do companheiro de banda, que o encarou por meros segundos, e partiu para cima deste.
arregalou os olhos e puxou para trás, quando alguém lhe batia, conseguia bater forte de volta. puxou para si, e este não se atreveu a se mexer mais, sentindo o toque da menina.
- , por favor – ela o olhou com os olhos vermelhos, aguentando as lágrimas.
- Vocês estão doidos? Deram em doidos de vez? – berrou, também se irritando.
- Não se meta, ! E muito menos você, ! – falou.
- A partir do momento que vocês tão dando cabo da amizade da banda por causa de uma briga por causa de uma menina, nós nos metemos quando bem entendermos! – continuou.
- Ela não é ‘uma menina’! Gostava que eu me referisse à sua namoradinha como ‘uma menina’ também, ? – ripostou.
- , se alguém aqui tem de defender a aqui sou eu, e não você! – olhou o menino com irritação.
- Então faça algo de útil, deixe de ser um dramático orgulhoso e a defenda, merda! – falou pela primeira vez no meio de tudo.
- TÁ BOM! – pegou pelo braço, a levando para fora dos camarins.

Avançou até o fundo do corredor, e a abraçou. prendeu a respiração, estava confusa. Ela estava sendo a maior fura vidas ali, nunca devia ter aceitado a ajuda de naquele dia no prédio. Ela devia saber, por quem ele era, que era idiota demais para se envolver com alguém como ele. Ela tinha uma vida, monótona e sem sentido, ou objetivos, mas pelo menos não arruinava a vida dos outros. Tinha feito dois amigos brigar feio, por ser uma mimada que não conseguia se controlar. Abraçou de volta, tentando afastar a consciência pesada e a vontade de esquecer todo aquele mundo.
, respirava fundo, se acalmando. Estava confuso com tudo, com , com . Ele estava sendo um completo idiota, brigando por coisas sem sentido, por coisas por que todo o mundo passava. Estava se preocupando demasiado… nunca se preocupava demasiado. Especialmente com coisas daquele gênero. Não que fosse uma coisa estúpida para se brigar por, para se magoar, mas nada se podia pôr à frente de tudo o que tinha conseguido até àquele momento. Ele não podia continuar brigando com , envolvendo e nisso, e no final de tudo, separar a banda e depois se arrepender por isso – não por uma simples coisa como uma relação com uma menina.
- , eu preciso respirar – a menina falou com a voz abafada no peito dele. Aquilo era um riso choroso?
- Desculpe – a deixou afastar-se, olhando o estado da cara dela.
- Acho que agora é melhor eu ir e não voltar… Eu procuro casa noutro lugar, se você quiser e…
- Não seja idiota. Você está no seu direito de viver onde quiser. Só não garanto que vá resistir muito mais… - ele falou, aproximando-se dela.
- Leve o tempo que quiser. Leve até o meu tempo, se quiser… Mas não deixe que eu me envolva demasiado onde não devo. Não me ponha na sua vida e me dê valor quando não deve.
- Hm, má notícia, .
- Hã? – ela o olhou, estranhando.
- Você já faz parte da minha vida, de uma forma ou de outra. Já ficou gravada na minha memória, e pelo que parece, no meu coração.
- Você é tão meloso quando quer – riu.
- Eu sei.
Não disse mais anda, apenas juntou os seus lábios aos de . Arrepios, sorrisos, parecia que estavam bebendo água depois de tanto tempo à sede… Mas todo os bons momentos acabam.
- , eu sei que você ama ficar aí fazendo as pazes com a , mas nós temos de ir… - falou, passando pelos dois, que riram.

Epílogo

Chuva, chuva, chuva. Duas pessoas corriam desajeitadamente, fugindo da chuva, até um pequeno, mas confortável prédio – pelo menos quando os vizinhos de cima não resolviam pôr música alta, era confortável. A figura feminina tirou desajeitadamente uma chave do bolso do casaco, abrindo a porta e deixando o jovem entrar também. Os dois se olharam e riram, vendo-se encharcados.
- Londres sempre a mesma!
- Pode crer – ele falou, indo em direção ao elevador.
Os dois olharam o sinal que estava fixado nas portas deste. Se olharam de novo, e o menino revirou os olhos.
- Isso tá parecendo bruxaria! Onda de azar! Você partiu algum vidro?
- Acho que não.
- Tá, tá, vamos pelas escadas – ele se virou, apanhando o saco de compras que tinha descansado no chão.
- Escadas? – ela fez uma careta, lembrando-se da queda que tinha dado naquelas escadas uns meses atrás.
- Não se preocupe, se desta vez você cair, eu vou estar lá para te apanhar.
- E aí você cai junto.
- E as compras caem em cima de nós – ele encarou o nada.
- E nós ficamos no meio da escada, inconscientes, quase morrendo, sufocados por sacos de compras…
Ele a olhou, com as sobrancelhas levantadas. Imaginou a cena, e fez uma careta.
- Vamos, miss pessimista e dramática.
- Mas se eu cair, vou cair em cima de você mesmo, !
riu, subindo as escadas e se equilibrando.
E aí é quando nós nos rimos, porque um homemzinho sai de dentro do elevador e arranca a folhinha que dizia ‘fora de serviço’, e pensa para consigo mesmo ‘espero que esse elevador não dê mais problemas’… Pena que nosso casalzinho já está no segundo andar, tendo cuidado para não escorregarem, por estarem rindo tanto.


FIM




N/a: Oooy. Eu sei que nunca deixei n/a aqui no final – eu não sou uma pessoa legal :B ewdiewduiewd – mas tinha de deixar no final da fic :) Eu gostei de escrever essa fic, NUNCA tinha feito uma fic em andamento que tivesse um começo, meio e fim que eu gostasse… Quem perguntou se eu me assustei com The Ring, eu morri de medo, tá? Eu morro de medo de tudo, sou uma Poynter da vida :B ewhduiewd Quanto às bandas, eu gosto das que mencionei aí pela fic (e não gosto de quem critiquei indiretamente, rere). Enfim. Obrigada ao McFly por existir, obrigada à minha beta Renatinha por ser um aaanjo que aguentou betar essa fic (eu sou portuguesa de Portugal, e ela aguentou minhas gírias daqui e corrigiu tudo. Thanks again tia! :b) e bem, obrigada a vocês diabretes (?) que leram e comentaram. Quem sabe um dia uma de nós consegue um apartamento/casa ao lado de um dos McGuys? :}
Cuidem-se, criaturas de Deus :*



N/b: Qualquer erro na fic mande para leeh.rodriigues@gmail.com :) Não utilizem a caixa de comentários, por favor. Agradeço desde já.

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