Escrita por: Yasmin Poynter
Betada por: Abby




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Capítulo 1


- E então? O que ela falou? – perguntou aflita ao telefone. –
- CAAAALMA, MENINA! – gritou do outro lado da linha.
- Fala logo! – a outra disse, roendo as unhas.
- Ela disse que até deixaria... SE agente voltasse antes do aniversario da vovó. – respondeu , bufando e revirando os olhos.
- E quando é o aniversario da sua avó?
- Daqui a duas semanas...
- É, nem se quiséssemos daria pra voltar em duas semanas. Nós vamos passar um mês inteiro no Brasil e... AHHH QUERIA TANTO QUE VOCÊ FOSSE! – a outra gritou tristonha.
- Eu também queria muito ir... Você não sabe o quanto! Mas, sempre tem alguma coisa pra atrapalhar nossos planos. Mesmo que seja a minha avó! – elas soltaram um risinho.
- É verdade. Você já percebeu que TODAS as vezes que a gente tenta fazer alguma coisa juntas, tem outra impedindo? – perguntou, revirando os olhos.
- É... Mas agora eu tenho que desligar. Sabe, minha mãe tá mandando eu ir ao supermercado pra ela... Quando eu chegar, te ligo! Beijo!
- Ok. Beijo! – Anne disse e desligou.
subiu pro seu quarto e se jogou na cama, admirando o pôster do Green Day, sua banda preferida.
- Quando é que vocês vão tomar vergonha na cara e vir pra Londres? – ela dizia olhando pro pôster. – e quando é que você vai perceber que me ama e me pedir em casamento? – ela disse piscando pro ‘Billie Joe’ [n/a: ah, desculpa se alguma de vocês não gosta de Green Day ._.]
Ficou deitada no quarto imaginando como seria a sua viagem sem a sua melhor amiga. Ela, a mãe e o pai, apesar de serem britânicos, sempre sonharam em conhecer o Brasil, mas ela estava mesmo pensando no tédio que poderia ser. Ainda mais as férias SÓ com seus pais e nenhuma amiga...

Quatro dias depois...

- Tá pronta, ? – a mãe da menina perguntava enquanto fiscalizava a bolsa, pra ver se tudo estava certinho.
- Tê. – a menina apareceu na sala, carregando a mala, mas um pouco desanimada.
- Por que toda essa desanimação, filha? Eu pensei que você estivesse feliz pela viagem... – disse uma mãe olhando confusa para a filha.
- Feliz eu to, mas eu queria que a fosse com agente. – ela disse cabisbaixa.
- Ah, meu bem, ela não pôde. Vocês são melhores amigas, mas ela tem a família dela também. E nesses casos, a prioridade é a família, por mais que eu saiba que ela queria tanto quanto você estar indo.
- É, eu sei. Mas eu prometi trazer bastante coisa pra ela, de lá! – disse animada.
- Isso ai! Agora vamos. Não podemos perder o navio... – as duas saíram de casa e pegaram um táxi ate o porto. Chegaram lá uma hora antes.

- Mãe, tô com sede, vou ali comprar alguma coisa. – disse .
- Vai, mas não demora. – disse a mãe. A garota assentiu e saiu andando ate a lanchonete mais próxima. Entrou em uma e se dirigiu logo à máquina de refrigerantes.
- Que roubo! – ela exclamou indignada, pegando o dinheiro no bolso. - £5,00 por uma coca-cola! – disse, balançando a cabeça negativamente. Colocou o dinheiro na máquina e apertou o botãozinho. Ficou esperando seu refrigerante descer... Nada! Olhou a máquina com a sobrancelha arqueada e deu um pequeno chute nela: nada. Ah, mas eu não vou perder £5,00 mesmo! . Começou a sacudir e dar chutes na maquina.
- Hey! Hey! Calma! Eu também quero refrigerante! – um menino disse simpático, se aproximando. Ela o olhou e ele sorriu. – o que essa pobre maquina te fez?
- Eu não dei £5,00 em um refrigerante pra ficar sem! – ela disse recomeçando a chutar a maquina. O menino riu. Afastou a garota, que ficou o olhando sem entender e tornou a apertar o botão, fazendo a coca-cola cair pelo buraco em poucos segundos.
- Eu entendo que as mulheres tem dias difíceis, mas a maquina não estava merecendo todo aquele ataque de porradas. – ele disse rindo e entregando o refrigerante a menina, que sorriu envergonhada. – dia difícil?
- Nem tanto. É que eu não sou considerada a pessoa mais calma do mundo, sabe? – ela disse sorrindo sem graça.
- Isso eu percebi desde que entrei na loja. – ele disse rindo e ela sorriu de canto. Se virou pra maquina e pegou seu refrigerante.
- , meu filho, vamos? Está na nossa hora... – uma mulher muito parecida com o menino se aproximou, sorrindo pra , que retribuiu com um aceno de cabeça.
- Vamos. – ele disse. – bem, foi um prazer. E, não fique socando as maquinas por ai... Elas têm sentimentos! – ele disse e a menina riu.
- Irei pensar nisso. – disse rindo.
- , posso saber por onde você se meteu? – a mãe da menina chegou com uma expressão séria, mas logo abrindo um pequeno sorriso e dando um aceno de cabeça, quando percebeu os outros dois.
- Eu não estava em lugar nenhum! Apenas... Aqui! – ela disse sorrindo pra mãe, que bufou.
- Vamos? Tá na hora.
- Vamos. Bem, , foi um prazer também. Tchau e obrigada pelo refrigerante. – ela disse sorrindo e se afastando com a mãe, antes podendo ouvir um “Não há de que”, vindo do menino.
- Quem era aquele? – a mãe perguntou com um sorrisinho.
- Ih, nem vem, mãe! Ele apenas me ajudou com o refrigerante! Eu não tô pensando em casar com ele... – ela disse revirando os olhos. A mãe sorriu.

- Quem era aquela, ? – a mãe do menino perguntou sorrindo.
- Uma menina histérica, que estava quase massacrando a máquina de refrigerantes. E eu apenas ajudei-a com ele. Só isso! Antes que você pense que eu já pedi a menina em casamento! – ele disse revirando os olhos. A mãe sorriu.

- Passagens, por favor. – pediu o recepcionista.
- Aqui. – disse o pai de , entregando-as. O homem conferiu tudo e sorriu, os olhando.
- Bem, tenham uma boa viajem. Divirtam-se!
- Obrigada. – a mulher respondeu, entrando no navio com a filha e o marido, a fim de achar os seus devidos quartos.
Capítulo 2


entrou no quarto e olhou tudo. Havia uma cama de casal, uma janela com uma cortina em tom bege, que arrastava no chão. Se aproximou da janela e pôde constatar que dava a vista para a piscina. Sorriu, porque apesar de estar fazendo um friozinho, fazia um sol fraquinho, que “iluminava” a água da piscina, dando uma vista muito bonita. Voltou à cama e abriu a mala, começando a guardar tudo no guarda-roupa. Foi ao banheiro e colocou algumas coisas lá, logo ouvindo batidas na porta.
- Filha, nos vamos dar uma volta pelo navio pra conhecer. Vem com agente? – o Sr. perguntou, aparecendo com a mulher ao lado.
- Eu ainda não terminei de arrumar as coisas. Daqui a pouco eu vou e procuro vocês.
- Nos vamos estar naquela lanchonete ali da piscina. – informou o homem, logo saindo do quarto com a esposa. ouviu um barulho e deduziu que o navio estivesse zarpando. Se jogou de costas na cama. Um mês longe da ... Terminou de arrumar tudo que faltava e saiu do quarto. Seus pais tinham ficado no quarto ao lado, enquanto ela ficara sozinha em outro. Começou a andar pelo corredor, afim de sair do mesmo. Colocou as mãos dentro do bolso do casaco e foi à procura dos seus pais. Andou tranquilamente pelo navio, ate ser abordada por um homem.
- Bom dia, senhorita. – ele disse e sorriu. – festa de boas-vindas hoje no salão principal. – disse entregando um folheto a ela.
- Wow! Já no primeiro dia tem festa? Gostei desse lugar... – disse ela olhando o papel. Voltou a caminhar. Avistou a piscina e como tinham dito, estavam a esperando na lanchonete. Viu um aceno de sua mãe e começou a caminhar pela borda da piscina. Chegou e sorriu para as duas pessoas que tomavam coquetel de frutas.
- Então, o que está achando? – seu pai perguntou tomando um gole de sua bebida.
- Ah, esse lugar é lindo! – ela disse maravilhada. – lindo mesmo!
- Que bom que está gostando... A última coisa que queríamos era a nossa filha em um lugar que ela não gosta.
- E olhem! Hoje tem festa de boas-vindas... – ela disse mostrando o folheto aos pais. O pai pegou o papel e olhou, colocando em cima do balcão sem muito interesse. – nós vamos, não vamos?
- Eu tenho que trabalhar... – o pai respondeu.
- Você tem o quê? – a mãe perguntou incrédula.
- Trabalhar, meu bem...
- Ah, não! Você ta de férias Richard! FÉRIAS! – ela disse o olhando com uma cara nada boa.
- Não, não. VOCÊ E A , estão de férias, não eu. Eu não tiro férias. Só vim porque precisava de um lugar mais calmo pra trabalhar. Só isso. Por isso, não , nós não vamos à festa nenhuma. – afirmou ele.
- Mas, pai... - E nem você vai à festa alguma sozinha. Você não conhece ninguém nesse lugar, só tem 15 anos e eu não vou deixar a minha filha andando sozinha por ai! E ponto final! – ele disse se levantando e começando a caminhar.
- Mãe... – ela disse em tom de súplica.
- , eu vou conversar com o seu pai, não se preocupe. – ela disse fazendo carinho no cabelo da filha.
- Eu já tô até vendo como serão essas férias... Sem a , sem festas, e, pra completar, o papai trancado no quarto o dia inteiro ENFIADO NAQUELA PORCARIA DE LAPTOP! – esbravejou a menina, se sentando na cadeira que há pouco tempo, o pai estava.
- Calma, calma. Nós sempre sonhamos com essa viagem, e quando finalmente conseguimos, não será o seu pai que irá atrapalhar e, muito menos, estragar as suas férias. Eu vou falar com ele. – ela disse levantando e começando a andar, à procura do marido. A garota continuou sentada ali, olhando pra piscina, até sentir uma lágrima solitária queimar suas bochechas. Seus pais andavam brigando muito ultimamente. Se eles já brigavam feito cão e gato, com o pai trabalhando quase o dia inteiro, imagina agora que eles estariam juntos 24 horas por dia? Ela temia que essa viajem, ao invés de boa, pudesse contribuir para a separação dos seus pais. Levantou dali e tornou a caminhar solitária pelo navio. Avistou o salão principal, que estava sendo decorado para a festa. Andou mais um pouco e viu um lugar que mais parecia uma boate. De que adianta ter isso aqui, se eu não vou poder aproveitar? Voltou ao seu quarto, antes passando pela porta do quarto dos pais, onde pôde ouvir um falatório. “ELA É MINHA FILHA E EU DOU AS ORDENS!”; “ELA É SUA FILHA, MAS VOCÊ NÃO PODE SIMPLESMENTE CONTROLÁ-LA SEM, AO MENOS, PEDIR MINHA OPNIÃO! VOCÊ É O PAI, E EU, A MAE!”. Sentiu novamente aquela vontade de chorar e entrou no seu quarto.
- QUE INFERNO! – gritou ela, chutando a mala. Se jogou na cama e começou a chorar compulsivamente. Sentiu o peito apertado, como se seu coração estivesse sendo esmagado. Estava acontecendo, aos poucos, a coisa que ela mais temia: a separação de seus pais. Tinha muitas amigas que haviam passado por isso, que elas eram até felizes. Mas, de qualquer forma, ela não suportaria se isso acontecesse com ela. Ouviu novamente batidas na porta. Limpou rapidamente as lágrimas, mas ainda sentindo as pálpebras inchadas.
- Entra! – disse e a porta se abriu, revelando uma mulher extremamente irritada.
- Você pode ir à festa. – ela disse seca. – eu e seu pai conversamos e ele concordou em você ir.
- Não, mãe. Vocês não conversaram! VOCÊS DISCUTIRAM! DE NOVO! – a menina gritou. – a única coisa que vocês sabem fazer é discutir! Será que vocês não pensam como EU me sinto quando ouço uma discussão de vocês e, ainda por cima, POR MINHA CULPA?! Será que vocês nunca pararam pra pensar? Ou estão mais preocupados em acabar com o casamento?! – ela disse tudo de uma vez, fazendo uma lagrima escorrer pelo rosto da mãe.
- Filha, eu... Desculpa! – ela disse cobrindo o rosto com as mãos. – nás não devíamos... São as suas férias e... – ela respirou fundo. – Desculpa... – disse indo em direção à filha, que se esquivou.
- Sabe, eu tô cansada disso! Cansada! Eu já suportei demais! Querem se separar? Se separem! E sabe de uma coisa? Eu não vou ficar assistindo vocês sofrerem. Quando voltarmos, eu vou pra Bolton morar com a vovó! EU NÃO FICO NEM MAIS UM MINUTO NA MESMA CASA QUE VOCES! PACIÊNCIA TEM LIMITE! E A MINHA JÁ SE ESGOTOU! – a mãe a olhou com uma expressão surpresa. – surpresa? Eu também. Tô surpresa como vocês, nem nas férias, dão uma trégua! Eu tenho meus limites! E já se esgotaram! – ela disse saindo porta a fora. Lágrimas escorriam constantemente de seus olhos, fazendo com que algumas pessoas a olhassem espantadas. Se sentou em uma espreguiçadeira, à borda da piscina e ali ficou pensando em como a sua vida estava. Seus pais estavam se separando e era culpa dela! DELA! Somente dela! Chutou a cadeira à sua frente e passou a mão nervosamente pelos cabelos.
- Trocou de alvo? E a máquina de refrigerantes? – ouviu uma voz conhecida atrás de si e virou, dando de cara com o menino da lanchonete. Ela sorriu fraco pra ele.
- Ora, ora! O Super-homem das máquinas de refrigerante! – ela disse, tentando ser divertida e o menino riu. Se sentou ao lado dela.
- Nós não fomos devidamente apresentados aquela hora, e, como eu acho que iremos passar um mês juntos... . Mas, me chame de . Sabe, a minha mãe me chama de . – ele disse, fazendo careta e a menina soltou fraca risadinha.
- . para os amigos. – ela disse apertando a mão que o menino estendera.
- Então, , pelo que eu pude perceber, você também não esta achando essa viagem um máximo... – ele disse, a olhando.
- Não, não! Pelo contrário! Eu sempre sonhei em conhecer o Brasil e tô amando essa viagem! – ela disse esboçando um sorriso.
- Não é o que ta parecendo... – ele disse passando o polegar sob os olhos da menina, onde ainda estavam meio molhados. – desculpe, se eu to sendo muito "enxerido", mas...
- Não, não! Que isso! Sabe, a situação entre os meus pais não está muito boa... – ela disse abaixando a cabeça. Ele tocou no ombro da menina, que olhou pra ele, recebendo um sorriso em forma de consolação.
- Ih, nem se preocupe! Esses adultos têm mania de brigar. Meus pais também são assim... – ele disse. – mas você me vê chorando pelos cantos? Não! Sabe por quê? Porque eles dormem no mesmo quarto e tem a madrugada toda pra se acertarem. Se é que me entende... – ele disse piscando marotamente, fazendo a menina rir.
- Entendo. – ela disse, ainda rindo. – mas, sabe, eles já vem brigando há um tempo e eu acho que...
- Você não acha nada! Porque nada demais vai acontecer! – interrompeu-a. A menina sorriu.
- Obrigada. – sorriu fraco. – sabe, nós não nos conhecemos nem há meia hora e você já me ajudou bastante em uma coisa que você não tem nada haver! – sorriu.
- Amigos servem pra essas coisas! – ele disse piscando. – e eu acho que não iria querer criar inimizade com uma menina como você. – sentiu as bochechas arderem.
- Bem, eu vou encarar isso como um elogio, independente de você estar me xingando ou não. – ele riu.
- Não, eu não estava te xingando, até porque, nem tenho motivos pra isso. Ou tenho? – ele arqueou uma das sobrancelhas.
- Não que eu saiba...! – a menina respondeu, o fazendo suspirar aliviado, arrancando uma risada de .
- Vem, vamos dar uma volta por esse lugar! – ele disse puxando a menina pela mão. Eles começaram a caminhar pela borda do navio, lado a lado. – você ficou sabendo da festa que eles vão dar hoje?
- Uhum...
- Vai?
- Não sei. – ela respondeu. Porque realmente não sabia se ia. Seus pais tinham concordado, mas afinal, esse foi o motivo da discussão e ela não queria ver seus pais discutindo.
- Ah, vamos! Olha, quer outro jeito melhor de esquecer os problemas? – ele disse em tom incentivador.
- Não sei... – ela disse.
- Hey! Você tá falando que não sabe só pra eu ficar insistindo? – ele perguntou indignado, fazendo a menina o olhar espantada. – brincadeira! – ele riu. – come on, você precisa se divertir!
Ela começou a rir da dançinha ridícula que o menino fazia. Apesar de tudo, ela sabia que aquelas férias não seriam um completo desastre.
- Ok. Mas eu não prometo nada. – ela disse.
- Já é algum começo. – ele disse enquanto passavam pelo restaurante. Ela avistou sua mãe e seu pai almoçando (sem se falarem). Esboçou um sorriso, ao avistar o aceno da mãe. Foram andando até a mesa deles.
- Mãe, pai. Esse é o . – disse ela. A mãe sorriu, mas o homem, apenas levantou o olhar do prato e olhou o garoto, voltando a comer. – , esses são meus pais. – o menino sorriu, retribuindo o sorriso da mulher.
- , até que enfim! – disse a mãe dele andando em passos rápidos ate o filho. – ah, oi! – ela disse quando percebeu que o filho não estava sozinho. – Amanda , mãe do . – disse estendendo a mão, que logo foi apertada pela Sra. .
- Martha , mãe da . E esse é meu marido, Richard. – ela disse apontando o homem, que fez o mesmo, apenas deu um aceno de cabeça e voltou a comer.
- Vamos almoçar, filho? – perguntou a mulher docemente.
- Vamos! Meu estômago tá colado nas costas de tanta fome! – ele disse e riu.
- , olha os modos! – repreendeu a mãe, com um sorrisinho sem graça. – bem, vamos. Com licença. – ela disse saindo com o filho. Se sentaram em uma mesa mais à frente, enquanto se sentava com os pais.
- Richard, você poderia ser mais educado! – disse a mulher irritada.
- Quem é o moleque? – perguntou o pai, com indiferença.
- Não é moleque! É o nome dele! – respondeu irritada.
- Você não me respondeu! Quem é o ?
- Eu o conheci hoje de manhã em uma loja lá no porto, só isso. – ela disse pegando os talheres.
- E já está cheia de intimidade assim? – ele perguntou nervoso.
- Que intimidade?! – a mulher perguntou. – que mal tem a nossa filha conhecer um menino e nos apresentar?
- Eu não quero você andando com esses meninos por aí. Eu já tive a idade deles e sei muito bem o que se passa na cabeça desses moleques de hoje em dia! – ele disse calmo, cortando um pedaço de carne.
- O quê? Como assim eu não posso andar com o ? – ela perguntou indignada.
- ? Que eu saiba o nome dele é . Tá vendo o grau de intimidade que a sua filha anda tendo com meninos que ela conheceu hoje de manhã ? – ele perguntou a mulher. [n/a: eu já tinha surtado com um pai assim, dude!]
- O que você quer que eu faça então? QUER QUE EU FIQUE O DIA INTEIRO ENFURNADA NO MEU QUARTO SEM FAZER NADA, ASSIM COMO VOCÊ? NÃO, OBRIGADA! EU TENHO UMA VIDA PRA APROVEITAR! E NÃO VAI SER VOCÊ QUE VAI ME IMPEDIR! EU NÃO VOU SER IGUAL A VOCÊ, QUE DÁ MAIS VALOR PRAS OUTRAS COISAS DO QUE À PRÓPRIA FAMÍLIA! – ela disse, jogando o guardanapo bruscamente em cima da mesa e se levantando. , assim como todos, observavam a cena de longe. saiu correndo pro seu quarto, onde se jogou na cama.
- INFERNO DE VIDA! – disse arremessando o travesseiro com toda força que pôde, na parede. Ficou ali, a tarde inteira. Às vezes, ouvia batidas na porta, mas a menina as ignorava por completo. Uma luz meio avermelhada começava a entrar pela janela do quarto da menina, mostrando que havia do lado de fora, um pôr-do-sol, pronto para virar noite. Começou a ouvir uma musica alta vindo do andar debaixo e se lembrou da festa. Lembrou de , que tanto tinha insistido para que ela fosse. Se levantou da cama e foi pro banheiro. Tomou um banho e foi em direção ao armário, de onde tirou uma saia jeans escura, uma blusa de mangas compridas roxa e um sobretudo também jeans, que combinava com a saia. Pegou seu all star cano longo e se vestiu. Fez uma maquiagem leve e saiu do quarto. Passou pelo quarto dos seus pais, onde pôde ouvir a voz de seu pai. “Essa menina está impossível! Ela precisa de limites!”. Não ligou, porque nada e muito menos seu pai, ia estragar aquela noite. E agora, ela concordava com o menino, estava mesmo precisando se divertir.
Capítulo 3


Fui caminhando lentamente por conta do frio, até o salão. Estávamos no iniciozinho do inverno e estávamos em alto mar: frio. Conforme andava, o barulho ia aumentando. Abri a porta do salão e entrei, passando os olhos por todo o lugar, à procura de . Ah, ótimo! Ele me faz vir e não vem...
- Olha quem apareceu... – disseram às minhas costas, me fazendo dar um pulinho de susto.
- Por que você tem sempre que me assustar? – perguntei com um sorriso. Ele começou a assobiar, fingindo estar disfarçando. Ri.
- Sério, eu tô até surpreso de te ver aqui. Pensei que não ia vim por causa...
- Da discussão de hoje cedo? – abanei o ar. – eu concordo com você, . Eu preciso me divertir! – disse o puxando pela mão, até o meio da pista de dança. – agora você vai ter que me agüentar até eu cansar de dançar. Então, se prepare, porque você vai ficar um bocado aqui... – disse começando a dançar I wanna be bad, da Willa Ford. Ele me acompanhava nos passos e nós ríamos bastante quando inventávamos uns, eu diria... Originais! Sexy back do Justin Timberlake começou a tocar, sendo seguida de Come back to me, da Vanessa Hudgens. Uma lenta introdução tocava, anunciando The Reason do Hoosbastank. Ele me olhou e me puxou pela cintura, colocando minhas mãos envolta do seu pescoço.
Afundei minha cabeça em seu ombro, enquanto a musica tocava.

So I just need you to hear
I found one reason for me
To change who I used to be
One reason to start over new
And the reason is you…
I’m not a perfect person
I never mean to do theses thing to you
And so I have to say before I go
And I just want you to know
I found one reason for me
To change who I used to be
And the reason is you.


De alguma forma, aquela música mexeu comigo, me fazendo sem querer molhar a blusa de .
- Não chora... – ele sussurrou no meu ouvido. Levantei a cabeça e encarei seus olhos. Ele fazia carinho em meus cabelos enquanto sorria pra mim. – quer sair daqui? – fiz que sim com a cabeça e nós fomos caminhado lado a lado, porém sem nos falarmos. Paramos à borda do navio e ficamos ali, apenas admirando a lua refletida naquelas águas negras. Ele posicionou a mão em cima da minha, me fazendo automaticamente olhá-lo.
- Olha, eu vi o que aconteceu hoje à tarde e percebi que tem um certo clima entre você e os seus pais. Eu só queria dizer, que mesmo que a gente só se conheça há algumas horas, eu queria que você soubesse que, sempre que precisar, pode contar comigo. Pra tudo. Tudo mesmo! – ele disse. Num impulso colei meus lábios nos dele. Ficamos assim um tempo, apenas com as bocas coladas; um sentindo o calor do outro. Descolamos os lábios e eu o olhei. Levei a mão até a boca e a toquei de leve.
- ... Eu... Err... Desculpa... Eu não sei o que deu em mim, eu... – disse me virando, pronta pra sair dali. O senti segurar meu braço.
- Não tem problema... – ele disse sorrindo. – Eu... Eu... Eu entendo...
- Não, . – disse balançando a cabeça negativamente. – eu só... Me aproveitei do momento porque você tá aqui e... Eu não tô muito bem e... Você tá sendo tão legal... Eu não devia! Não devia mesmo! Mil desculpas! – disse saindo dali e correndo em direção ao meu quarto. Me joguei na cama. Como eu pude ser tão idiota? Beijar o menino?!

- Bom dia. – disse seca, ao sentar à mesa onde meus pais estavam.
- Bom dia. Como foi a festa ontem? – meu pai perguntou sarcástico. – encontrou com aquele moleque, foi?
- Com licença, perdi o apetite! – disse saindo da mesa, antes podendo ouvir minha mãe bufar. Certo, iam discutir de novo. Apesar de ainda estar de casaco, pude sentir que o clima tinha esquentado um pouco. Havia até pessoas na piscina. Caminhei ate aquela lanchonete e pedi um suco de laranja. Não ia tomar café da manha em um ambiente como aquele.
- Aqui, senhorita. – disse o garçom.
- Coloque na conta do quarto 307, por favor. – disse e ele sorriu, assentindo com a cabeça. Comecei a tomar meu suco, podendo perceber uns certos olhares vindos do garçom.
- Como se chama? – perguntei.
- Ryan. Ryan McKorn, e a senhorita? – ele perguntou se apoiando no balcão.
- . – respondi. – prazer.
- Encantado. – ele disse, beijando a minha mão. [n/a: brega, mas não deixa de ser fofo *-*].
- E não precisa dessas formalidades, ok? – disse rindo e ele sorriu. – pelo menos, não comigo.
- Hm, ok! – ele disse sorrindo. – mas então, você é brasileira?
- Não, não! Quem me dera! – disse sorrindo. – eu sou Inglesa mesmo. E você?
- Americano. – ele disse.
- Sim, o sotaque! – disse rindo.
- Sotaque? Quem tem sotaque são vocês! E não nós! – ele disse indignado.
- Nós não temos sotaque. A única diferença é que o nosso inglês é mais formal. – disse.
- Mas tem sotaque! – ele disse rindo. – eu acho que vocês, ingleses, falam muito rápido. – ele disse, começando a limpar o balcão.
- Ah! – disse rindo.
- Bom dia, ! – disse de repente, me assustando. – me vê um suco de maracujá, por favor.
- Bom dia, . – disse com a cabeça abaixa.
- Hey! Você ainda tá envergonhada por ontem? Olha, não tem nada não, viu? Eu entendo. – ele disse sorrindo.
- E não fica ofendido? – perguntei.
- Ofendido? Por beijar uma menina tão bonita? Nunca! – ele disse rindo.
- Ah... – corei. – eu não tô falando disso. Sabe, eu não queria ter feito aquilo. Nós nos conhecemos há um dia e eu já te beijei. Ontem eu não tava bem e você tava lá, sendo tão carinhoso comigo que...
- Shhh! Não precisa se explicar. Eu já disse que entendo. – ele disse sorrindo e recebendo o suco. – vem, vamos dar uma volta. – disse me puxando.
- Tchau, Ryan! – disse e ele acenou.
- Pelo visto você e o Ryan se deram bem... – ele disse sarcástico.
- Ah, , não começa! – disse rindo e batendo no braço dele. Ele gargalhou. – o Ryan é legal, mas nada a ver. Eu nem o conheço direito...
- Falou a minha amiga de infância! – ele disse irônico.
- Ah, mas com você é diferente! – disse. – não sei por que é diferente, mas é! – disse enquanto caminhávamos pelos corredores.
- Nãnãninãnão! – ele disse balançando dedo indicador. – você aceitou dar uma volta comigo e nós só tínhamos nos falado há três minutos! – disse com um tom vitorioso.
- Ah... , será que dava pra você parar de me falar coisas que eu não consigo responder? – ele gargalhou, tampando a boca em seguida. Ri.
- Hey! Você tá querendo empurrar o Ryan pra cima de mim? – perguntei e ele me olhou.
- Ai, boba, ele é um gato! – ele disse fazendo voz e pose de gay. Ri.
- Seu bobo! – disse ainda rindo, dando um tapinha no braço dele.
- Então, o que vai fazer essa tarde? – ele perguntou, antes de tomar mais um gole do seu suco.
- Acho que nada... Por quê? – perguntei.
- Será que se eu te chamasse pra ir ao cinema, você toparia? – ele perguntou meio receoso. [n/a: não sei se nesses navios costumam ter cinema, mas vamos fingir, sim?].
- Hmmm... cinema? Claro! Claro que topo! – disse e ele sorriu. – que horas?
- Sei lá. A hora que você achar mais conveniente. Depois do almoço, não sei...
- Umas 2 horas. Tá bom pra você? – perguntei.
- Ótimo! – ele disse. – Bem, eu preciso ir. Nos vemos no cinema às 2 horas, então. Certo?
- Certo! – disse. Ele me deu um beijo na bochecha e saiu andando em passos rápidos. Sorri e comecei a caminhar pro meu quarto. Entrei lá e liguei a TV.
Capítulo 4


Já era 1 hora da tarde. Desliguei a TV e entrei no banheiro. Tomei um banho rápido, já que havia feito isso quando acordei. Fui ao guarda-roupa: calça jeans, babylook azul, blusa de mangas compridas preta por baixo, cinto de rebite e all star. Fiz uma leve maquiagem a base de lápis de olho e gloss. Saí do quarto, dando de cara com o meu pai saindo do quarto dele.
- Vai aonde, posso saber? – ele perguntou serio.
- Cinema com o - disse sorrindo e passando por ele.
- A minha filha não vai à cinema nenhum com um garoto! – ele gritou segurando em meu braço. Ri sarcasticamente.
- Filha? Eu? Ah, qual é! Nós dois sabemos que você já esqueceu da existência da sua filha há séculos! Faça-me o favor! – disse, me soltando e andando pelo corredor. Sabe, por mais que eu já estivesse com aquilo entalado na garganta pra falar pra ele, doeu um pouco. Meus olhos começaram a umedecer. Parei e levei uma as mãos à testa. Respirei fundo e olhei pra cima, fazendo com que os olhos secassem aos poucos. Essas férias serão muito difíceis...
- Oi, ! Noossa, tá linda! – disse desencostando da parede, sorrindo pra mim.
- Ah, brigada! Você também esta apresentável! – disse e ele abriu a boca indignado. – mentira, tá sexy! – ele piscou marotamente e eu ri.
- Vamos? – ele disse. Assenti e fomos à bilheteria.
- Que filme? – perguntei. – todos que tem aqui eu já vi...
- Uh... Eu gosto desse! – ele disse apontando para o cartaz.
- Tartarugas Ninja?! – perguntei rindo.
- É... – ele disse simplesmente. Ri.
- E nós, por algum acaso, temos 5 anos? – perguntei e ele me olhou sério.
- Você não sabe o que tá perdendo! Vem! – ele disse, me puxando pela mão. Compramos pipoca e entramos. Vimos o filme e, de fato, era muito engraçado. Ficava mais engraçado ainda quando repetia exatamente o que o personagem ia falar, ou quando ele fazia algum comentário idiota sobre o filme. Saímos de lá e fomos ao restaurante. Nós sentamos a mesa e pedimos dois milk shakes.
- Pelo visto, você não só gosta, como é fã desse filme! – disse rindo.
- É... Eu sou fã desse filme! – ele disse sorrindo. Um silêncio se instalou entre nós. – , o que houve?
- Nada, nada! – disse abanando o ar. Ele arqueou uma sobrancelha.
- Nada não! Eu sei que aconteceu alguma coisa. Eu percebi assim que te vi... – ele disse me encarando. Suspirei pesadamente, enquanto mexia o milk shake com o canudo.
- Sabe, hoje eu falei umas coisas pro meu pai que eu não queria. Na verdade, eu até queria, porque já tava me sufocando. Mas eu não tô me sentindo muito bem por ter falado isso... – disse e ele pegou na minha mão.
- E o que você disse? Se não quiser falar, sem problemas... ­ disse com um meio sorriso.
- Ah, eu disse pra ele que ele já tinha esquecido há séculos que tinha uma filha. E isso tá doendo aqui dentro, porque eu sei que eu não devia ter falado. Ele não deve ter gostado de ouvir isso... – disse. Sabe aquela lágrima que eu tinha tentado limpar antes? Dessa vez, foi inútil tentar. Senti-a escorrendo pela minha bochecha. levou o dedo indicador até ela e a limpou. Olhou no relógio e sorriu pra mim.
- Vem! – ele disse me puxando pela mão. Fomos andando novamente pela borda do navio, até pararmos em um lugar que dava de frente para o horizonte. O céu, de azul, adquiria um tom meio avermelhado a cada minuto que passava. O sol, que brilhava fortemente, aos poucos ia sumindo no horizonte, trazendo consigo uma cor azulada para fazer companhia aquele vermelho que ia aos poucos desaparecendo junto ao sol. passou as mãos pelo meu cabelo e parou no meu rosto.
- Eu não sei o que estou sentindo agora, mas eu espero que dure pra sempre... – foi se aproximando lentamente de mim e aos poucos nossos lábios iam tornando um só. Ele puxou de leve meu lábio inferior, até, finalmente, aprofundarmos o beijo. Nos beijávamos com calma, carinho e sem pressa. Rompemos o beijo e uma momentânea vergonha se instalou entre nós. O abracei bem forte.
- Obrigada. – sussurrei em seu ouvido. O soltei e passei os braços pela sua cintura, encostando minha cabeça em seu peito. Ficamos abraçados um tempo, ate o pôr-do-sol chegar ao final.
Andamos de mãos dadas até o meu quarto.
- Nos vemos amanhã? – ele perguntou encostado no batente da porta.
- Claro! – disse me virando pra ele. – e, mais uma vez, obrigada. Sabe, ninguém nunca me fez sentir o que eu to sentindo por você em tão pouco tempo... – ele sorriu e se aproximou de mim, selando de leve nossos lábios.
- Você sabe que sempre pode contar comigo. Portanto, não precisa agradecer. – ele disse passando a mão suavemente pelo meu rosto, me fazendo fechar os olhos. – boa noite! – beijou a minha testa e se afastou, começando a andar pelo corredor. Sorri o vendo caminhar e entrei no quarto. Me sentei na cama e passei a mão vagarosamente pelos lábios, podendo sentir novamente o gosto daquele beijo.
Capítulo 5


Meus olhos foram abrindo lentamente enquanto sentiam uma luz incômoda entrar pelo quarto. Tateei o criado mudo à procura do relógio e pude constatar que eram mais de 9 horas da manha. Me espreguicei e sentei na cama. Demorei a processar qualquer coisa, até perceber batidas na porta.
- Pera aí! – gritei levantando da cama. – já vaaaai! – andei lentamente até a porta. – ah, oi mãe! – disse sem muito entusiasmo.
- Bom dia, filha! – ela disse entrando e me dando um beijo estalado na bochecha.
- Bom dia... – disse coçando o olho. – o que te faz vir aqui a essa hora?
- ! – ela respondeu sorrindo e sentando na cama. Arqueei a sobrancelha.
- Como? – perguntei sem entender.
- Ontem, quando eu estava indo até a piscina, eu vi uma cena tão bonita na borda do navio... – ela disse com os olhos brilhando e um sorriso. Tá legal, ela me viu beijando o ...
- Mãe... – disse desconcertada.
- Filha, senta aqui. Faz um tempo que não conversamos como mãe e filha... – ela disse dando leves tapinhas na cama, ao lado de onde ela estava sentada.
- É, eu sei que faz tempo. Mas porque será, hein? Ah, já sei! Você está ocupada demais brigando com o papai, que não tem tempo...
- Eu sei de tudo isso. Sei que não tenho te dado toda a atenção que você merece, por isso mesmo que você está dizendo. Sabe, a minha relação com o seu pai não está muito bem e...
- Jura? Eu nem tinha percebido! – disse irônica e ela soltou uma fraca risada.
- Mas você não tem que sofrer por isso. Pelo contrário! Seu pai me contou ontem o que você disse a ele, eu tenho que concordar. Não só ele, mas eu acho que nós dois esquecemos da filha maravilhosa que temos. E eu quero consertar isso. Quero mesmo! Eu ia vim conversar com você ontem, mas, como eu vi que a minha filha estava tão feliz pelo que aconteceu, eu preferi deixar essa conversa pra hoje. – me sentei ao seu lado, e ela pegou na minha mão e apoiou em seu colo. – sabe, eu gostei muito de te ver beijando aquele rapaz ontem. Você precisa viver a sua vida da melhor maneira possível! Ele me parece ser um bom garoto, e eu realmente espero que você e ele se dêem muito bem.
- É, ele é um bom garoto. Bom não, ótimo garoto! – disse sorrindo.
- Minha filha apaixonada... – ela sussurrou abaixando a cabeça, mas com um sorriso nos lábios.
- Mas eu não disse que...
- Olhe pra você! Olhe pra esse sorriso radiante que você está só em falarmos nele! Olhe pra esse brilho nos seus olhos quando ouve o nome dele! Você está apaixonada por ele, meu amor...
- Mãe, eu só conheço o há dois dias! – disse envergonhada.
- Mas já nos apresentou ele. Você nunca nem apresentou seus namorados assim tão cedo! Lembra do Mike? Que nos só fomos saber que vocês estavam namorando 3 meses depois? – ela disse com um sorriso terno.
- Ah...
- Sabe, amor à primeira vista não existe só nos filmes. Existe na vida real também... – ela disse sorrindo.
- Ah, mãe! – disse sorrindo, mas envergonhada. Era um pouco estranho conversar sobre garotos com ela. – mas o papai, ele não...
- Esqueça o seu pai! Como você mesmo disse, ele não esqueceu da filha que tem? Esqueça-o também! Viva a sua vida! Não importa o que ele pense sobre o . Eu aprovo. E dou todo meu apoio. Mas, sem esquecer de uma coisa chamada “juízo”. – sorri.
- Não se preocupe. – disse sorrindo. Ela levantou e estendeu os braços em minha direção. Levantei e a abracei. Lágrimas escorriam involuntariamente dos meus olhos.
- Desculpa. Desculpa por tudo. Tudo mesmo. Eu espero, algum dia conseguir de volta o seu amor, que eu com certeza devo ter perdido... – ela disse em um soluço.
- Mãe, o meu amor você nunca perdeu e nunca vai perder. Não importa o que aconteça, eu tô do seu lado. Sempre estive e não vai ser agora que isso irá mudar. – disse.
- Ah, meu bem, eu te amo tanto! – ela disse me abraçando novamente. Nos soltamos e ela sorriu. – tem um garoto te esperando lá na piscina... – ela disse piscando. Sorri, enquanto limpava as lagrimas. – e não ouse deixa-lo esperar! – disse saindo do meu quarto. Olhei pela janela e de fato, estava sentado em uma das cadeiras à borda da piscina, acompanhado de seu pai e sua mãe. Fazia bastante sol e já não se via mais pessoas andando de casaco. O verão brasileiro se aproximava cada vez mais. Coloquei meu biquíni preto, um short jeans por cima, uma blusinha branca, chinelos de dedo e saí porta a fora. Fui caminhando pelos corredores do navio até me deparar com uma cena: meus pais estavam abraçados e minha mãe fazia carinhos nos cabelos do meu pai. Algumas pessoas da minha idade até poderiam achar aquela cena um tanto nojenta, por eles terem passado dos 40 anos. Mas eu estava extremamente feliz por estar vendo uma cena que eu não via há meses. Passei vagarosamente por eles, a fim de não atrapalhar aquele momento raro. Senti os primeiros raios de sol da manhã baterem na minha pele enquanto caminhava do lado de fora. Fui até aquela lanchonete e me sentei em um banco, de frente pro balcão.
- Bom dia, Ryan! – disse sorrindo e despertando um menino que quase dormia sentado em uma cadeira.
- Ãnh? – ele perguntou, tomando um leve susto. – ah, bom dia,! – disse sem graça e se levantando. – Bom dia. – disse rindo. Ryan, era um cara loiro, com olhos extremamente verdes. Seu cabelo era curto e ele usava arrepiado. Tinha a pele bem branquinha; típico americano. – então, o que você poderia sugerir para uma menina faminta como eu? – ele riu.
- Uh... Suco de laranja com... Uh... Torradas com geléia de morango? – ele respondeu hesitante.
- Bom cardápio! – disse fazendo joinha com as mãos. – isso mesmo!
- Ok. Já venho. – ele disse sumindo por uma porta que, calculo eu, seja a cozinha. Fiquei ali esperando e batucando Help dos Beatles no balcão.
- Help! I need somebody... Help! – sussurraram no meu ouvido e eu arrepiei ao sentir sua respiração bater na minha nuca. – bom dia, princesa! – ele disse, tocando os meus lábios.
- Bom dia, xuxú! – disse feliz.
- Posso saber o porquê de toda essa felicidade? – ele perguntou, se sentando ao meu lado na hora em que Ryan voltava com o meu pedido.
- Sabe, hoje eu e minha mãe conversamos amigavelmente sobre VOCÊ! – disse apontando o dedo pra ele, que fez uma cara surpresa. – e eu vi a cena mais linda do mundo quando estava vindo pra cá!
- Sei, você me viu dentro da piscina e quase se derreteu! – ele disse. Eu e Ryan gargalhamos.
- Não! – fechou a cara. – melhor do que isso!
- Me viu! – Ryan disse. riu sarcasticamente.
- Também não! – disse rindo, da cara que Ryan fez.
- Meus pais trocando carinhos! – disse alegre e eles fizeram careta.
- Eu nem consigo imaginar meus pais se beijando... – disse colocando a língua pra fora. – ah, mas com os seus pais, deve ter sido bom mesmo; levando em consideração a situação que eles estavam...
- Exatamente! – disse sorrindo.
- Fico feliz por você e por eles! – ele disse sorrindo e pegando uma das minhas torradas.
- Sabe, eu também. – Ryan disse e eu o olhei. – eu não pude deixar de ouvir quando você e a sua mãe conversaram aqui, logo naquele primeiro dia. Então, eu saquei logo que eles não estavam muito bem, e saber que eles já estão se entendendo e que você tá tão feliz assim... – sorri.
- Obrigada. – disse. – hey! Vai demorar muito pra chegarmos?
- Não. Acho que até o almoço já chegamos. – ele disse começando a limpar o balcão.
- Tô ansiosa pra chegar lá! – disse animada.
- Se eu não me engano, o primeiro lugar que pararemos será em uma ilha chamada “Fernando de Noronha” – Ryan disse pensativo. – e lá é um lugar muito bonito! Bonito mesmo! As praias são lindas!
- Fernando de... Quem? – perguntou.
- Fernando de Noronha. – Ryan disse. soltou um “ah” e voltou a comer a sua (minha) terceira torrada.
- Não tomou café, não, ? – perguntei o olhando. Ele negou com a cabeça e voltou a comer.
- Você pode largar o trabalho um pouquinho quando chegarmos lá? – perguntei.
- Aham. Quando os passageiros estiverem fora do navio, eu posso sair. Mas não por muito tempo. – ele respondeu recolhendo o prato, onde tinham quatro torradas, antes de aparecer.
- Então, do que você e a sua mãe conversaram sobre a minha pessoa? – ele perguntou fazendo uma cara amedrontada, enquanto eu ria.
- Nada demais. Ela disse que viu agente se beijando ontem e disse que gostou. E que aprova qualquer coisa que agente faça. – disse sorrindo.
- Qualquer coisa? – ele perguntou com um sorriso maroto, segurando a minha cintura.
- Caham, caham! – Ryan disse sarcástico, voltando com outro prato de torradas. – esse é pra ela, dude! E aquele outro, eu coloquei na conta do seu quarto, mocinho. – Ryan disse e eu ri.
- Qualquer coisa que EU queira fazer, . – disse seria e apontando uma torrada pra ele, em tom ameaçador.
- Ahhhh socooorrooo! Ela quer me matar com uma torradaaa – disse, saindo correndo e se jogando na piscina em seguida. Eu e Ryan gargalhamos.
Capítulo 6


Eu, , meus pais e os pais dele, estávamos sentados à beira da piscina. E, por incrível que pareça, meu pai estava até tratando o bem. Não sei se é porque os estavam ali, ou se era porque ele tinha percebido que , de fato, era um bom menino. [n/a: em TODOS os sentidos ;)]
- É engraçado como vocês dois se deram tão bem em tão pouco tempo... – a Sra. comentou, sorrindo pra mim e pra , que fazíamos uma espécie de escultura com palitos de dente e guardanapos, parecendo duas crianças.
- É, eu também acho engraçado eles se darem tão bem assim... – papai comentou, nos olhando desconfiado. Tava muito bom pra ser verdade... e eu nos entreolhamos.
- Olha, daqui a pouco estamos chegando. Já ta dando até pra ver o litoral... – comentou mamãe, apontando e fazendo com que todos olhassem. Sim, já estava dando pra ver o litoral brasileiro. Sorri aliviada, pelo fato de que quando chegássemos, eu e teríamos mais tempo juntos. Com a ajuda da minha mãe, que prometeu afastar o meu pai o máximo de nós.
- Então, aceitam almoçar com agente quando chegarmos? – a Sra. perguntou aos meus pais.
- Claro! Seria um prazer! – mamãe respondeu sorridente. A mulher sorriu. Ryan se aproximou.
- Desejam mais alguma coisa? – ele perguntou.
- Um prato gigante de batatas fritas com muito ketchup! – respondi e me olhou assustado, porém rindo. – ah, e não se esqueça da minha coca-cola!
- Sim, senhorita-eu-to-morrendo-de-fome! – ele disse rindo e se retirando. Todos à mesa riram.
- Ah, eu tô em fase de crescimento! – disse com cara de inocente.
- Você vai é crescer pros lados daqui a pouco! – disse rindo e os outros riram, menos a mãe dele, que fechou a cara.
- , olha como você fala com a menina! – repreendeu-o ela.
- Nada! E ele está certo! – minha mãe disse me dando um olhar significativo.
- Então, , vamos pra piscina! Porque se ficarmos mais um minuto aqui, a minha mãe vai incorporar uma nutricionista! – disse puxando que ria, assim como os outros. Era tão bom aquele clima que tinha entre nós...
Entramos na piscina e nos sentamos na escada. se aproximou de mim no intuito de me beijar.
- Não, . – disse me afastando. – meu pai esá de olho na gente! – disse e ele bufou.
- Eu não sei o porquê disso! – ele disse de braços cruzados. – você tem 15 anos já! Tá mais do que na hora de ter um namorado! E nós não estamos fazendo nada demais!
- , o único problema é que nós nos conhecemos há apenas dois dias. Se com meu ex namorado, que ele descobriu quando nos já tínhamos 3 meses de namoro, ele já não gostava, com você vai ser pior ainda. E a minha mãe prometeu manter ele longe de nos, quando já estivermos no Brasil. – disse sorrindo marotamente, enquanto ajeitava a franja dele.
- A sua mãe é um anjo! – ele disse sorrindo. Ri. – mas é que eu tô com saudade...
- Eu também, acredite! Mas no momento não. Sabe, tá tudo indo tão bem entre eles e eu não quero que eles discutam por minha culpa.
- Ok. Mas saiba que eu só to fazendo isso por causa dos seus pais, porque se não fosse, eu já teria te agarrado aqui mesmo! – ele disse sorrindo.
- EU já teria te agarrado aqui! – disse e ele gargalhou.
- Safadinha... – disse ainda rindo e eu fiz cara de santa. – quem não te conhece que te compre, garota! Quer dizer, eu não deixaria ninguém comprar você de mim. Porque você é propriedade minha! – ele em tom superior.
- Eu propriedade sua? – ri sarcasticamente. – eu não sou propriedade nem minha, que dirá sua! – disse ainda rindo.

Três horas depois...

- Então, eu prometi comprar muuuuitas coisas daqui pra e preciso cumprir minha promessa. – disse quando já estávamos no shopping.
- Se quiser eu te acompanho... – disse dando de ombros. Sorri.
- Claro! – disse. – se não for incomodar e nem te atrapalhar...
- Nós almoçamos primeiro e depois vamos todos juntos comprar os presentinhos pra sua amiga, ok? – papai disse.
- Ah, não! Você sabe muito bem como a é fazendo compras... – mamãe disse e arqueou uma sobrancelha. – nós almoçamos e depois encontramos com as crianças. – ela disse.
- Certo. – ele disse ainda com aquele olhar desconfiado parado sobre nós, que tentávamos fazer as caras mais inocentes possíveis.
- Sabe, eu ouvi dizer que a comida brasileira é muito boa. – disse o Sr. . – o que acham de irmos logo provar? Eu não agüento mais de fome! – ele disse a Sra. deu um tapa no braço dele.
- Agora eu sei com quem o aprende a ser tão educado... – ela disse revirando os olhos e arrancando risadas de todos nós.
- O que falei demais, amor? – o homem perguntou confuso. Ela revirou os olhos e bufou.
- Nada, Charles, nada! – ela disse suspirando pesadamente. – Bem, não demorem, ok? E , cuide bem dela. A esta sobre sua responsabilidade. [n/a: (6)].
- Pode deixar, mãe. – ele disse sorrindo.
- Nós vamos almoçar e depois vamos voltar pro navio. Nos encontrem lá! – disse o Sr. .
- Não me matem de preocupação! Por isso, vocês ouviram o que a Amanda disse, NÃO DEMOREM! – mamãe disse a última faze um tanto alto, saindo dali com os outros.
- Ok, vamos às compras! – disse puxando pela mão, o ouvindo bufar. O shopping não estava muito cheio, por ser terça-feira. Fomos a algumas lojas de roupas, sapatos, bijuterias... Só sei que duas horas depois, segurava quatro sacolas. Mas é claro que era o que estava segurando! Você acha mesmo que eu ia carregar alguma coisa com um homem do lado? Há! Não mesmo!
- O que você acha de levar pelo menos uma sacola? Não seria má idéia, sabia? – ele disse irônico.
- Ah, não! Eu tô cansada... – disse e ele riu sarcasticamente.
- Ah, claro! Cansaaada... – disse revirando os olhos.
- , pára de reclamar! Se não, além das sacolas, eu faço você me carregar no colo! – disse.
- Até que isso não seria má idéia! – ele disse sorrindo maroto e eu ri.
- Bem safado, você. Sabe, até que o papai não estava completamente errado: esses meninos de hoje em dia... Tsc tsc tsc... – disse e ele gargalhou.
- Você não faz nem idéia do que se passa na minha cabeça! – ele disse misterioso. Adoro mistério!
- Ah não? – perguntei com uma sobrancelha arqueada.
- Não!
- Você que não sabe o que se passa na minha cabeça, honey! – disse enquanto nos sentávamos em um banquinho.
- O que acha de me mostrar? – ele perguntou colocando as sacolas ao seu lado e se inclinando em minha direção.
- Gostei... – disse e em menos de um segundo depois, nossos lábios já estavam colados em um beijo profundo, cheio de carinho, mas quente. Uma de suas mãos estava na minha cintura, por baixo da blusa, enquanto a outra estava na minha nuca. Uma das minhas mãos estava em seu peito e a outra em seu ombro. Rompemos o beijo ofegantes.
- Acho que já deu pra saber o que se passa na sua cabeça... – ele disse rindo.
- Nem a metade! – disse levantando. – agora vamos, porque se não a minha mãe me mata! Já deve ser umas 5 horas da tarde. – peguei duas sacolas e ele sorriu.
- Muito obrigada! – ele disse e eu ri. Fomos andando lado a lado até o navio. Entramos e fomos direto pro meu quarto deixar as coisas lá. Abri a porta e entrei com as quatro sacolas.
- Vai ficar aí parado? Pode entrar se quiser. – disse pegando a mala e colocando em cima da cama. Ele fechou a porta e andou ate mim, se sentando ao meu lado. Comecei a guardar as coisas da na mala, para não correr o risco de esquecer. De repente, me surpreendeu com um beijo. Mas não era um beijo como os que a gente costumava dar. Era um beijo rápido, eu diria com desejo. Sua mão que estava na minha coxa, subiu rapidamente para as minhas costas, por dentro da blusa. Um calor percorreu a minha espinha, me fazendo gemer com cada toque dele. Minha mão estava na barra da sua camisa. Ele levantou os braços para que eu pudesse tirá-la com mais facilidade, e assim o fiz. Ele tentava com certo nervosismo abrir o botão e o zíper do meu short. Depois de algum esforço, ele conseguiu e começou a abaixar a barra do short, enquanto beijava meu pescoço. ‘Não importa o que ele pense sobre o . Eu aprovo. E dou todo meu apoio. Mas, sem esquecer de uma coisa chamada juízo.’ . Em um movimento rápido, afastei de mim, que me olhava confuso.
- Não, ! Não! – disse me levantando e fechando o short.
- Desculpa. Eu me deixei levar pelo momento... Eu... Desculpa mesmo! – ele disse vestindo a camisa e se aproximando de mim.
- Não precisa se desculpar. Mas eu acho que ainda está cedo demais... – disse. – não me leve a mal, mas...
- Não, claro que não! Você tem razão. Nos teremos a nossa hora. Quando VOCÊ quiser. – disse beijando de leve os meus lábios.
Capítulo 7


Uma semana se passou...

Já tínhamos saído daquela ilha e agora estávamos em um lugar chamado Recife. As praias de lá eram lindas, mas, com certeza, as de Fernando de Noronha eram melhores [n/a: concordo!]. Tudo estava indo nos devidos conformes: meus pais estavam se entendendo e eu e estávamos cada vez mais juntos, e eu cada vez mais apaixonada por ele. Você deve tá se perguntando como eu posso dizer isso de um menino eu conheço há uma semana; mas é porque você não conhece o . Ele é o menino mais perfeito do mundo. Sabe, nem pessoas que eu conheço há anos foram tão legais comigo como o está sendo. Se não fosse por ele, eu acho que já teria pirado com toda aquela situação. Mas enfim, até que tava indo tudo bem.
- Hey! Quer ir pra praia? – perguntou.
- Pra praia, ?! Nos acabamos de voltar de lá e eu já tomei banho! – disse negando com a cabeça.
- Vaaaamos! Você não vai se arrepender, juro! – ele disse beijando os dedos indicadores, que estavam em forma de cruz.
- Olha, se eu voltar com uma pedrinha de areia, eu te faço engolir a praia toda! – disse levantando contra vontade.
- Ok. – ele disse rindo. Já eram quase 5 horas da tarde. Saímos do navio e fomos andando de mãos dadas pela areia da praia. Batia um ventinho gostoso naquele final de tarde...
- Vêm, vamos lá pras pedras! – ele disse me puxando com mais força e correndo na frente.
- Você tá louco ou o quê? Você andou bebendo? – perguntei, parando.
- Andaaaa! – ele disse me puxando pela mão. Revirei os olhos e o acompanhei. Fomos andando (quase correndo) até o final da praia. Subimos com cautela pelas pedras e paramos em uma bem grande. Nos sentamos e entrelaçamos os dedos. Ficamos em silêncio, só observando o mar, que ia ficando mais escuro à medida que o sol ia sumindo no horizonte. Em baixo de nós, leves ondas batiam nas pedras, fazendo com que pingos d’água batessem em nossos rostos às vezes, trazendo uma sensação gostosa. Olhei pro céu e diversos brilhinhos já ganhavam vida. Senti os dedos de se distanciarem dos meus e o olhei, podendo o ver deitando na pedra. Sorri e me deitei ao seu lado, passando um dos meus braços por cima da sua barriga, enquanto encostava a minha cabeça no braço dele. Ficamos ali, em silêncio, apenas admirando as estrelas e sentindo a maresia.
- Eu não sei como isso pode acontecer em tão pouco tempo, mas eu não vou e nem quero mais esconder isso. Eu não sei se é recíproco, mas eu quero que você saiba, que eu nunca amei uma menina assim como eu amo você. Sim, é isso mesmo. Pode parecer idiota, mas eu te amo, . Te amo, como eu nunca pensei que amaria uma menina e em tão pouco tempo... – ele disse ainda olhando as estrelas. Levantei um pouco a cabeça e dei um leve beijo no seu pescoço.
- Eu também te amo! Muito! Ninguém nunca fez por mim tanto quanto você já fez, e em uma semana! Obrigada mesmo! Eu quero ter você pra sempre ao meu lado! Sempre, sempre! – disse e ele apertou mais o abraço.
- Te amo! – ele disse e me beijou. Rompemos o beijo e nos sentamos novamente. – eu quero te dar uma coisa...
- Ah, ! Não! Eu nem comprei nada pra você e...
- Eu não estou te dando presente com o intuito de ganhar outro. E, além do mais, eu comprei pra mim também... – ele disse enquanto eu o observava mexer nos bolsos. Ele tirou uma caixinha preta de veludo do bolso Será que ele vai me pedir em casamento? Ele a abriu, e eu pude ver duas correntinhas ali dentro.
- Ah, ! Que lindo! – disse quando o vi erguer as duas. Havia um pingente em cada uma. Onde juntos, formavam um coração; separados, um coração partido ao meio. [n/a: nhá é meio clichê, mas vai me dizer que você não queria ganhar isso do seu McGuy? Huh?]. Ele levantou e se sentou atrás de mim. Afastei os cabelos e ele colocou a correntinha no meu pescoço, me dando um beijinho na nuca em seguida. Ele colocou nele mesmo a dele e sorriu pra mim. Nos beijamos novamente e ele levantou.
- Vamos? Já escureceu e eles devem estar procurando pela gente... – disse, me dando a mão pra levantar. Levantei e parei na frente dele.
- Te amo... – ele sorriu e se aproximou de mim. Afastei com uma mão e continuei. – e espero que você nunca duvide e/ou esqueça disso.
- Eu não vou esquecer! – ele disse me beijando rapidamente. Descemos das pedras e fomos caminhando pela praia de mãos dadas. Entramos no navio e logo avistamos nossos pais sentados em uma mesa à beira da piscina conversando.
- GRAÇAS A DEUS! – minha mãe falou alto e levantou vindo em minha direção. Me abraçou tão forte, que eu tive a leve impressão que meus pulmões estavam sendo esmagados.

- Mãe... Mãe... Mãe... MÃE, EU TÔ VIVA! ME SOLTA! – gritei e ela me soltou automaticamente. Olhei pro lado e vi que estava na mesma situação.
- O que vocês dois têm na cabeça? Querem nos matar do coração? – perguntou a Sra. após soltar .
- Mãe, calma. – disse calmo.
- Calma? NÃO ME PEÇA CALMA, ! – ela gritou e ele puxou meu braço, com medo.
- Como vocês dois somem durante três horas? Vocês não estão na Inglaterra, não! Vocês são crianças e não conhecem nada por aqui! – disse a minha mãe tentando controlar a respiração. É, quando ela ficava nervosa, a respiração dela ficava tipo como se ela tivesse acabado de correr uma maratona.
- Três horas?! Nós não sumimos por três horas! – tentei argumentar, mas foi em vão.
- Acho que já chega pra você hoje, . – mamãe disse calma. Essa calmaria toda que me assusta!
- Pra você também, . – a mãe dele disse.
- Mas nós não fizemos nada! – disse nervoso.
- Ah, não? ENTÃO QUER DIZER QUE QUASE MATAR SEUS PAIS DE PREOCUPAÇÃO NÃO SIGNIFICA NADA? – o Sr. gritou. - Não sei o porquê de toda essa preocupação! Nos estamos aqui, vivos, bem e sem nenhum arranhão! – disse alterada.
- Seu quarto, ! A-G-O-R-A! – mamãe disse, mas dessa vez, não estava calma e sim muito nervosa.
- Eu vou precisar falar alguma coisa, ? – a mãe dele perguntou e ele negou com a cabeça, me acompanhando ate o corredor dos dormitórios.
- É até irônica essa situação! Nós passamos um final de tarde perfeito, um com o outro e depois ficamos de castigo por isso. – disse dando um risinho sarcástico.
- Olha, desculpa! Eu que te fiz ir lá comigo, e nos dois estamos de castigo por minha cul...
- Não termina essa frase! – disse parando. – já ouviu aquele ditado “quando um não quer, dois não brigam”? Você não tem culpa nessa historia. Eu quis ir também! E alias, nenhum de nós tem culpa em lugar nenhum! Nós não estávamos fazendo nada demais, caramba! – disse alterada.
- Você tem razão, mas se eu não tivesse falado nada, nós... – não o deixei terminar a frase e selei nossos lábios. Se ele não podia ficar quieto sozinho, eu faria o favor de ajudar! [n/a: boa garota! ;)] Ele me encostou na parede e nosso beijo foi ficando mais intenso a cada minuto.
- O QUE SIGNIFICA ISSO? – descolamos os lábios automaticamente, vendo em seguida a figura do meu pai parada no meio do corredor. Detalhe: a cara dele não estava nada boa. – posso saber o que está acontecendo aqui? E posso saber por que VOCÊ estava beijando a minha filha e por que VOCÊ está com a mão na cintura dela? – ele disse fazendo dar um pulo pra longe de mim.
- Pai, calma... – disse me aproximando com cautela.
- Você ouviu a sua mãe! PRO SEU QUARTO JÁ! E POR TEMPO INDETERMINADO! – ele disse apontando o pro meu quarto. – e quanto a você, não se aproxime da minha filha! – abaixei a cabeça, antes podendo ver a cara de tristeza que também fazia.
Capítulo 8


Já eram quase 11 horas da manhã e eu estava deitada na cama assistindo Bob Esponja na TV. Na verdade, eu nem sabia mais o que estava vendo de tanto que eu passava os canais. Sim, o tédio havia reinado naquele lugar.
- Filha?! Tá acordada? – mamãe perguntou, dando batidinhas na porta.
- Eu morri pra tudo e todos! – gritei, me levantando e indo em direção ao banheiro ajeitar o cabelo, que eu jurava estar em estado deplorável.
- Filha, abre a porta! Nós precisamos conversar! – ela disse batendo mais forte na porta. Respirei fundo e fui andando lentamente até a mesma. Girei a chave na maçaneta e abri a porta. Mamãe se apressou a entrar, me puxando pelo braço e me fazendo sentar ao seu lado na cama, em seguida.
- O que você quer? – perguntei seca.
- Seu pai me falou o que viu ontem e sabe, eu não fiquei muito satisfeita com o que soube: a minha filha se agarrando pelos corredores com um menino que ela só conhece há uma semana! – ela disse me olhando séria. Como é que é?
- Mãe, você disse que aprovava porque o parecia ser um garoto legal e tal... – disse levantando. – e agora você vem e me diz que não aprova o fato de eu ter o beijado ontem?! – perguntei incrédula.
- Eu estava precisando rever meus conceitos em relação a ele, assim como eu acho que você deve fazer o mesmo. Um menino descente, não fica agarrando a namorada em qualquer canto! – ela disse se levantando e ficando de frente pra mim. Soltei uma risada irônica.
- Sabe por que você acha isso? Simplesmente porque você não sabe o que é namorar, o que é amor há anos! Você esta mais preocupada em discutir com o meu pai do que fazer um simples carinho. Por isso você acha isso errado. COISA QUE NÃO É! Tá vendo isso aqui? – perguntei mostrando a correntinha, pra minha mãe, que agora tinha os olhos marejados. – o me deu isso ontem. Ele tem uma igual também. Sabe o porquê pessoas dão isso de presente a outras? Porque elas se AMAM, MÃE! SE AMAM! E EU AMO O DOUGIE! – disse sem me importar com o que estava dizendo. Mas aquela situação era ridícula! R-I-D-Í-C-U-L-A! Ela se sentou novamente na cama e escondeu o rosto entre as mãos, começando a chorar. – então, se a senhora veio aqui no intuito de me dizer pra esquecer o e coisas do gênero, está perdendo o seu tempo. Porque eu não vou esquecer o e muito menos vou deixar de gostar dele e ter alguma coisa com ele por causa de pessoas que nem saber o que significa o amor. Portanto, me deixa sozinha. – disse indo em direção a porta e a abrindo. Respirei fundo, tentando conter as lagrimas e fiquei parada ao lado da porta, esperando que ela saísse. Ela levantou e parou na minha frente. Abaixei a cabeça e continuei imóvel, até ela, finalmente, sair. Bati a porta com força e, a partir daí, não consegui conter o choro.
- QUE INFERNO! – gritei, socando o chão, onde já me encontrava por não ter mais forças pra ficar em pé. – INFERNO DE VIAGEM! INFERNO DE MÃE! INFERNO DE PAI! INFERNO DE VIDA! – gritei, dando vários socos no chão. Parei ofegante e vendo meus cabelos embolados na frente do meu rosto. Mas que diabos que estava fazendo daquele jeito? Respirei fundo e levantei, fazendo o máximo esforço pra não pensar na cena patética que tinha acontecido ali. Fui ao banheiro e me ajeitei. Troquei de roupa e saí do quarto. Independente dos meus pais gostarem ou não, eu saí. Porque, afinal, eu já estava quase ficando azul de tanta fome! Saí do meu quarto e passei pelo quarto dos meus pais, podendo ouvir alguns barulhos. Ótimo! Eles estão discutindo de novo! Me aproximei da porta e colei os ouvidos nela, podendo ouvir claramente a voz do meu pai:
- Cansei! Eu cansei! Eu tentei! Eu juro que tentei continuar com isso pela ! Mas nem ela liga mais pra nós. Eu não vou deixar a minha filha ter um romancezinho com qualquer menino por ai! Pelo amor de Deus! Ela nem conhece o menino! E isso vai acabar! Eu sei muito bem o que se passa na cabeça desses garotos! Eu sei! E é por isso, que amanhã, quando pararmos na próxima cidade, eu vou voltar pra Londres. Vou pegar o primeiro avião pra Londres e vou voltar! Porque eu não vou ficar vendo a minha filha ficar pra lá e pra cá com aquele moleque! Amor?! Desde quando essas crianças sabem o que é o amor? E ela vai comigo!
- Ãnh? O quê? A não vai voltar com você pra Londres SEM MIM! – mamãe disse.
- ESTÁ DECIDIDO, MARTHA! A MINHA FILHA NÃO VAI FICAR MAIS NENHUM SEGUNDO PERTO DESSE MOLEQUE! - aquelas palavras quase me destruíram por dentro. Ele não tinha o direito de me tirar de perto do ! Não tinha! Ele não podia fazer isso!
Capítulo 9


Minha cabeça girava com fortes dores. Minha respiração estava falha e apressada. Minha vista começou a ficar embaçada e eu me “arrastei” ate o quarto, o mais rápido que pude, antes que eu desmaiasse ali mesmo. Me joguei na cama e novamente as lágrimas tomavam conta dos meus olhos. Mas dessa vez, chorava com vontade. Eu queria chorar! Porque naquele momento, o único meio que eu tinha de colocar pra fora toda raiva que eu estava sentindo era aquele. Como eu conseguiria viver sem o ? Evitava pensar que nos separaríamos daqui a duas semanas, e agora, eu iria embora no dia seguinte?! E sem nem ao menos ver o pela última vez? Não queria guardar de última lembrança aquela carinha triste que eu vi o fazer ontem à noite. Eu amava o , isso era fato! Amava ele como nunca consegui amar menino nenhum.
Fiquei trancada no quarto o dia inteiro, chorando e lamentando por isso. Não conseguia acreditar como o meu pai podia ser tão cruel a esse ponto. E a minha mãe? Ela sabia que eu amava o ! Olhei no relógio e já passavam das 10 da noite. Abri o armário e a mala, juntando forças pra arrumar tudo. Depois de mais ou menos meia hora e com tudo já dentro da mala, a fechei. Coloquei-a ao lado da cama e saí do quarto. Fui caminhando lentamente até a piscina do navio. Fui até aquela lanchonete e vi, de longe, Ryan arrumar algumas coisas no balcão. Fui me aproximando, até vê-lo sorrir pra mim:
- Boa noite, ! – ele disse. – eu não vi você e nem o hoje o dia todo... Hey! O que vocês andaram fazendo? – ele perguntou divertido e com a sobrancelha arqueada, me fazendo rir fracamente.
- Será que você podia sair detrás desse balcão pelo menos uma vez e vir aqui falar comigo? – perguntei com a voz embargada, tentando conter o choro. Ele me olhou confuso e atravessou o balcão, logo parando a minha frente. Sorri e o puxei para um abraço. Não me contive e comecei a chorar compulsivamente no ombro dele.
- Hey... O que aconteceu? – ele perguntou me segurando pelos ombros e me afastando dele, me fazendo olhar em seus olhos. Comecei a chorar, seguido de soluços, que cada vez ficavam mais constantes. Ele me abraçou novamente e me sentou em uma cadeira. Entrou na lanchonete e voltou com um copo de água. Bebi um gole e comecei a contar tudo com uma certa dificuldade e ele me ouvia calado.
-... E é isso! Amanhã eu to voltando pra Londres. Eu só queria que você soubesse que você foi uma das melhores pessoas que eu já conheci. E obrigada por me ouvir. Eu realmente precisava de alguém que fizesse isso. – disse enxugando as lágrimas com as costas da mão.
- Você gosta mesmo do , né? – ele perguntou me olhando com ternura.
- Gosto. Eu nem sei como eu consegui gostar tanto do assim, em uma semana, mas eu gosto tanto dele, que quando caiu a ficha que eu ia voltar amanhã e que não ia mais vê-lo, tudo doeu aqui dentro. Parecia que meu coração estava sendo espremido.. – disse e ele sorriu.
- Só tem um nome pra isso, . Amor! – ele disse passando o dedão pela minha bochecha. Sorri, porque eu sabia que aquilo era amor.

- Ah, Ryan! Eu gosto taaaanto de você! – disse o abraçando. – brigada! Brigada por tudo!
- Você vai fazer falta aqui, pequena. – ele disse sorrindo. – eu também gosto muito de você. E, olha, eu realmente espero que você e o se encontrem em Londres de novo e sejam felizes do jeito que vocês merecem. Vocês se gostam mesmo e merecem ser felizes. – sorri. – agora você vai voltar pro seu quarto, dormir, porque eu vou pro meu pensando que amanhã de manhã você vai me acordar ali naquele balcão com um dos seus famosos berros, ok? Então, boa noite, pequena! – disse ele me dando um beijo na testa. Lhe dei um beijo na bochecha e levantei.
- Toma. Me liga quando tiver tempo, ou... Sei lá! Quando sentir vontade! – disse entregando o número do meu celular a ele. Ele olhou o papel e sorriu.
- Claro que ligo! Só não posso prometer logo, mas ligo sim. – ele disse. – sabe, eu não posso ficar de bobeira no trabalho, então, quando eu voltar a Londres, te ligo pra agente marcar alguma coisa.
- Ok, vou esperar a sua ligação! – disse sorrindo.
- MCKOOOORN! VOCÊ JÁ TERMINOU DE LIMPAR ISSO AQUI? – uma voz grossa e esganiçada gritou de dentro da lanchonete.
- Opa! – ele disse levantando. – o trabalho me chama. Mas é isso, boa viagem e seja feliz... Err... Com ou sem o , eu desejo, do fundo do meu coração, que você seja muito feliz! – disse e me deu um beijo demorado na bochecha. – e pode deixar que isso não vai ficar esquecido na minha gaveta. – disse balançando o papel que eu havia lhe entregado.
- Então, é isso! Até algum dia! – disse.
- Com certeza! – ele disse já caminhando de volta ao trabalho. – EU JÁ TO INDO, MAS QUE DROGA!
Respirei fundo e fiz o caminho de volta à parte interior do navio. Fui andando por entre os corredores. Parei enfrente a um deles e suspirei: “Corredor 4B”. Olhei pros lados para constatar que não havia ninguém ali e entrei no corredor.
- Quarto 203... Quarto 203... Quarto 203... – disse enquanto caminhava pelo corredor, olhando pros lados. – quarto 203! – disse quando finalmente parei enfrente a porta do mesmo. Respirei fundo e dei três batidas na porta. “Já voooou”, ouvi voz de .
- ! Mas que surpr... – não o deixei terminar e o beijei, o empurrando pra dentro do quarto. Quando já estávamos dentro, ele me imprensou na porta e enquanto nos beijávamos, tranquei a mesma. Comecei a empurrá-lo em direção a cama, enquanto minhas mãos passeavam pelas suas costas e as dele pelas minhas. O fiz cair de costas na cama e fiquei por cima dele. Começamos a nos beijar mais intensamente, enquanto ele tentava levantar a minha blusa. Levantei os braços e eu mesma fiz. Desabotoei o short e o tirei, ficando só de sutiã e calçinha, enquanto já se encontrava só de boxers. Deitei sobre ele e tornamos a nos beijar, enquanto ele tentava tirar o meu sutiã. Após o feito, trocamos de posição e ele ficou por cima. Começou a beijar o meu colo, enquanto eu dava leves arranhões em suas costas. Sua mão deslizou pela minha cintura e parou na barra da minha calçinha, que foi rapidamente jogada no chão. Posicionei minhas mãos na barra de suas boxers e ele me olhou:
- Tem certeza? – ele perguntou fazendo carinho em meus cabelos.
- Nunca tive tanta certeza na minha vida! – disse e ele sorriu, terminando de tirar suas boxers.

Acordei, sentindo os braços de envolta do meu corpo. Olhei no relógio e eram quase 5 horas da manhã. Levantei com cuidado para não despertá-lo e fui à procura das minhas roupas. Me vesti e fui atrás do celular de . Procurei no mesmo o número do telefone dele e anotei em um papel, guardando no bolso em seguida. Olhei pra cama em que estávamos, e ele dormia com um lençol apenas cobrindo “seus documentos”. Sorri ao lembrar da noite anterior e de como ele foi carinhoso comigo. Senti uma lágrima escorrer, quando também lembrei que não sabia se o veria novamente. Ele não sabia que eu ia embora hoje, então eu lhe devia uma explicação, antes que ele achasse outra coisa sobre isso. Fui à procura de um papel e uma caneta, que logo achei dentro de uma das gavetas do criado-mudo. Me sentei no chão e apoiei o papel na cama, começando a escrever. A cada palavra que escrevia, uma lágrima escorria do meu rosto, pingando no papel e borrando a minha letra. Terminei de escrever e reli, o que me vez soltar um soluço alto, fazendo se mexer um pouco. Tampei a boca e desejei do fundo do coração que ele não acordasse. Se já estava sendo difícil pra mim me despedir em uma carta, pessoalmente, eu não sei se suportaria, ainda mais depois do que nos passamos na noite anterior. Dei um beijo demorado naquela carta e coloquei no criado-mudo, ao lado de . Levantei e fiquei o vendo dormir. Senti novamente aquelas insistentes lágrimas caírem. Me agachei ao seu lado e mexi de leve em seus cabelos, o fazendo resmungar alguma coisa. Beijei de leve seus lábios.
- Te amo... – sussurrei ao pé do seu ouvido e levantei. Andei cautelosamente até a porta do quarto e a abri, saindo deste o mais rápido possível. Caminhei pelo corredor rapidamente, podendo ver os primeiros raios de sol entrarem pelas janelas. Entrei no meu quarto e fui direto ao banheiro tomar banho. Coloquei uma saia jeans clara, uma babylook preta e um coturno nos pés. Terminei de guardar tudo na mala, me certificando que não tinha esquecido nada lá. Deitei na cama e liguei a TV. Estava dando o jornal. Fiquei ali entediada assistindo aquilo. O tempo passou e quando eu olhei no relógio, já eram quase 7 horas da manhã. Ouvi batidas na porta e logo a voz do meu pai:
- , abre. Eu quero falar com você. – respirei fundo e peguei a mala, indo em direção à porta. Ele não sabia que eu sabia que voltaríamos hoje. Abri a porta e ele ficou me olhando confuso, vendo que eu já estava pronta e segurava uma mala na mão.
- Oi, pai. – disse.
- Como você...?
- Do jeito que você e a mamãe “conversam”, acho que todos os passageiros sabem que nós vamos embora hoje. – disse trancando a porta do quarto. Ele ficou parado me observando, enquanto eu ia caminhando lentamente na frente dele. – tô na lanchonete falando com o Ryan. – avisei e apertei o passo ate lá. Em pouco tempo já estava na piscina. Fui caminhando até a lanchonete, até encontrar Ryan do mesmo jeito que todas as manhãs: sentado em uma cadeira do lado de dentro do balcão, dormindo. Sorri.
- RYAN MCKORN! – gritei e ele deu um pulo da cadeira, assustado. Ri. – boooom diiiaaa! – disse e ele sorriu, meio desconcertado.
- Bom dia, Srta. . – ele disse fazendo uma exagerada reverência.
- Eu já disse que não quero formalidades. – disse seria.
- Então, qual é a boa, gatinha? – ele disse fazendo gestos exagerados com as mãos, tentando imitar um rapper. Gargalhei.
- E aí, brow? – disse e nos rimos. – e então, me vê um milk shake de chocolate e todas as torradas com geléia de morango que você conseguir colocar no prato. – disse me ajeitando na cadeira. Ele arregalou os olhos. – ah, qual é, eu não como desde ontem! – disse e ele riu, indo em direção à cozinha.
Esperei mais ou menos uns 10 minutos, só ouvindo o barulho do liquidificador.
- Aqui, senhorita-eu-quero-ficar-obesa-em-cinco-minutos! – ele disse eu gargalhei, começando a comer. Ele se apoiou no balcão e pegou uma das minhas torradas. – já falou com o ?
- Sim e não. – disse e ele me olhou confuso, antes de beber um gole do meu milk shake. – é, eu deixei uma carta pra ele. Não ia conseguir me despedir pessoalmente... – disse e ele assentiu.
- É, realmente nessas horas é bom se despedir assim. – ele disse e eu concordei.
- , vamos? – meu pai chegou seguido de minha mãe, que me olhava com pena.
- Mamãe, não precisa me olhar dessa forma. Se for pra eu ficar com o , não serão vocês que impedirão de isso acontecer. Destino. Sabem o que é isso? – perguntei seca, mas com um toque de irônia. - bom, Ryan... Err... Me liga, okay? – disse, antes de dar um abraço nele.
- Ligo sim. Se cuida, pequena. – ele disse. – e boa sorte com o . Vocês merecem SIM ficar juntos. – ele disse lançando um olhar significativo aos meus pais. – ah, toma! Caso você também queira me ligar. – disse me entregando um papelzinho.
- Claro que eu ligo! Você não terá mais sossego! – disse e ele riu. – até algum dia!
- Até, e se cuida! – sussurrei um “Você também” antes de ir caminhando com os meus pais até a saída do navio.
Capítulo 10


Acordei sentindo os raios de sol baterem no meu rosto. Apalpei o lado oposto da cama e pude constatar que estava sozinho. Levantei rápido e olhei ao redor.
- ? – perguntei e não obtive resposta. Andei até o banheiro e abri a porta, podendo ver que estava vazio. Cocei a nuca confuso e voltei a cama, antes me deparando com um papel em cima do criado-mudo. Peguei-o e abri. Me sentei na cama, quando percebi a letra de .
, Antes de te conhecer, todos esses sentimentos eram desconhecidos pra mim e você me mostrou o real significado do amor. Muitas pessoas não entenderiam o que eu sinto por você, por te conhecer há tão pouco tempo. Mas eu sei, e espero que você também saiba, que eu te amo. Você, nessa última semana, não foi apenas o menino que eu amei, e, sim, um amigo que eu acho que nunca tive. Tudo que nós vivemos; cada carinho, cada beijo, cada palavra que nos trocamos, nunca serão esquecidos. Essa noite foi a melhor da minha vida e eu não me arrependo de nada. Sei que você foi a pessoa certa, porque eu nunca confiarei em um menino como eu confio em você. Não sei que horas você vai ler essa carta, mas eu tô voltando pra Londres hoje. Meu pai não gostou do que viu aquele dia no corredor e disse que não iria deixar eu me envolver com você. Mas eu te amo, e sei que você também sente algo por mim, então, se for para ficarmos juntos, ficaremos. E não importa quem tente nos separar. Eu espero do fundo do meu coração que esse não seja um adeus e, sim, só o começo. E espero que eu não seja só mais uma para , porque você não será só mais um pra mim, Você foi o primeiro garoto, pelo qual eu realmente me apaixonei. Amor como eu sinto por você, eu nunca sentirei por outra pessoa. Então, acho que é isso. Tem o numero do meu telefone aí, caso você queira me ligar quando voltar a Londres.
Vou esperar pela sua ligação. Te amo!


.
Lagrimas escorriam dos meus olhos, molhando aquele papel com aquela letra tão delicada. Mas uma delicadeza que simbolizava o adeus. O adeus da menina mais especial que eu já conheci. O adeus da menina por quem eu realmente me apaixonei em todos esses 16 anos. O adeus da minha menina. Da minha .


FIM



Nota da autora: Hey, gente! Primeira fic e espero que vcs tenham gostado o/
Agradecimentos o/: primeiramente, a Juh, que me ajudou com essa joça! Te amo, xubis!! ;D
Renata: ahh brigada por betar, amoura! Pq se vc não tivesse feito isso, minha fic não estaria aqui! [L]
Patty: por mais que vc não tenha feito isso, o que vale é a intenção! Então, gracias xuxu! ;D
Douglas Poynter, Harold Judd, Daniel Jones e Thomas Fletcher, as melhores fontes de inspiração!
Gostou? Comenta! Não gostou? Comenta também! Criticas são sempre bem vindas o/


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