Não que eu tenha distúrbios mentais ou algo parecido. Mas o meu sonho sempre foi estar num supermercado e encontrar o amor da minha vida lá. Tá... tá... eu sei, sonho demais. Mas pense bem, você lá. Uau! Olha para o garoto ao lado e o imagina te pegando nos braços e te agarrando... Pois bem, aí no corredor de macarrões, ele te dá aquele beijo voraz. Macarrão? Por que no corredor de macarrões? Ah... eu tenho uma simpatia fora do comum por macarrões. Bom, vamos logo à história.
Era uma quarta-feira à tarde. Eu entrava na Tesco. Um hipermercado muito bom aqui em Londres.
- Ah! Ainda bem que isso aqui está vazio hoje - eu ia em direção aos macarrões - Macarrão parafuso... Macarrão parafuso - eu ia procurando o meu macarrão preferido.
- Moço... Sabe onde tem macarrão parafuso? - ouvi um rapaz perguntar atrás de mim. Corri os olhos para onde o atendente mostrava.
- Hey! Eu e o até então desconhecido pegamos ao mesmo tempo o único pacote de macarrão que havia - Isso é meu - Me pronunciei o repreendendo.
- Não, não. É meu! - ele pegou da minha mão.
- Querido! - Ahhh eu não posso aguentar isso não, fui irônica sim! - Esse é o único pacote. E eu PRECISO comer esse macarrão!
-Querida! - Humph... Odeio quando me imitam. Eu também PRECISO comer esse
macarrão.
- Vai te fazer falta não comer hoje?
- VAI - ele ia virando. “como ousa?” – bufei.
- Volta aqui - ele virou pra mim de novo, eu peguei o pacote, saí correndo e virei o corredor. Arrááá, sou esperta, não? - AAAHH!!! - arrgghh num é que ele foi mais esperto que eu? - ele havia passado pelo corredor de trás e chegou mais rápido que eu do outro lado.
- Você não vai sair daqui com esse pacote aí não. - ele apontou pro macarrão
na minha mão.
- RÁ RÁ RÁ - ri sarcasticamente, olhando para o lado, quando olhei-o de volta, nossos olhares se encontraram pela primeira vez. QUE-QUE-ISSO. Eu me conheço, e o meu rosto deve que estava vermelho naquela hora. Que olhos eram aqueles?
”Hey hey hey, acorda dona ” - Eu vou levar e pronto! - ele ainda estava olhando para mim, como se não me ouvisse.
- Já sei!
- Que?
- Ahn? - ele balançou a cabeça acordando de um transe.
- Você. Já sabe o que? - arqueei a sobrancelha.
- Ah sim! É que eu tenho uma idéia - eu jurava que tinha visto uma luzinha acendendo um pouco acima da orelha dele.
- (?)
- Bom... eu quero comer desse macarrão, você também quer, então...
- Então?
- Então vamos jantar juntos lá em casa!
- Ahn? - fiz aquela cara de interrogação.
- É... Jantar lá em casa.
- E quem me garante que você não é nenhum maníaco que quer levar a mocinha para casa dele?
- Aff, então na sua?
- E quem me garante que você não vai me assaltar?
- Tá legal! Você não confia em mim, então me dá isso aqui que EU vou levar para Eu comer - o filho da mãe tomou o pacote da minha mão e já ia saindo, segurei o braço dele.
- Não... vamos lá pra casa então - ele sorriu.
Vamos pular um pouquinho isso aqui né? OU você quer que eu diga como estava o trânsito naquele início de noite? Não, não... Vamos pular mesmo.
- Bela casa - ele elogiou tirando o casaco e o mostrando o corpo bem... como posso dizer? Saudável. Ai... Ele não poderia ter feito aquilo.
- Obrigada, é... uhn - agora eu havia percebido que não sabia o nome dele.
- , . - eu apertei a sua mão.
- - soltei a mão e tirei o meu sobretudo, deixando a mostra o meu lindo corpitcho, com fartos seios, uma cintura finérrima, uma bunda de dar inveja, uma barrigunha sequíssima. Tá tá tá... extremamente exagerada.
Não tenho FARTOS seios, uma cintura FINÉRRIMA, uma bunda de DAR INVEJA e nem
uma barriga SEQUÍSSIMA. Mas meu corpo é legal sabe? Dá pra fazer raiva nas menininhas da faculdade
- Vamos fazer o macarrão então? - eu o acordei.
- Vamos, vamos sim.
- Pega fazendo favor a panela no armário da direita?
- Essa? - ele me entregava a panela.
- Uhum... Agora me ajuda com isso aqui? - eu pedi ele pra me ajudar a abrir o atum enlatado. Nossas mãos se tocaram. Precisa dizer que um fio de “sei lá o que”; passou por toda a minha espinha? Ele estava atrás de mim e sua mão sobre a minha. Eu virei meu rosto para encará-lo e nossos narizes se tocaram, ele soltou a sua mão da minha e me virou, pousou-as na minha cintura. Eu envolvi seu pescoço com minhas mãos, acariciando sua nuca.
Seus lábios se encontraram aos meus e ele os pressionou mais sobre os meus, fazendo eu sentir sua temperatura. Ele passou sua língua nos meus lábios como se pedisse permissão. Eu abri permitindo que um beijo calmo e explorador acontecesse. O beijo foi ficando mais quente e apaixonado.
- E o macarrão? - ele me perguntou.
- Mais tarde - respondi voltando a beijá-lo.
- Nossa vó - que história quente vocês tiveram hein?
- Kenzie - Amber, repreende sua filha de 15 anos.
- Deixa a menina, mas minha linda - se vira para a amada - eu não sabia que queria um beijo no corredor de macarrão.
- Ah meu querido! Só de te conhecer ali naquele corredor de macarrão, já valeu qualquer troca de saliva. - uma velhinha respondeu arrancando riso de seus filhos e netos que estavam ao seu redor.
Fim
Agradecimento
Agradeço ao Garfield, bichinho de pelúcia do meu irmão, por ter me feito
companhia. *aperta*