escrito por: cramps
script e betagem por: alê




Capítulo 1

Ah, eu já disse que te amo, Ringo Starr?

Ringo Starr, meu querido cachorro e desde sempre a única criatura que me acompanhava na vida.
Na verdade a Dê também me acompanhava
Delizete, minha empregada, que cuida da minha casa e do Ringo quando eu estou trabalhando.

Eu morava em Londres há alguns meses quando eu finalmente tive um bom aumento pude mudar de um apartamento-ovo onde cabia eu e o Ringo, nem uma formiga a mais para uma confortável casinha onde eu podia até esticar as pernas na sala e que sá, arranjar outro cachorro, ou uma namorada pro Ringo.

Adoro mudanças, mudar de casa então, é realmente divertido, tudo bem que eu tenha que dormir em uma completa bagunça e comer em cima de uma caixa, mas eu estava muito feliz, muito mesmo.

- Ringo querido, vem aqui com a mamãe!
Cara, isso é ridículo... , PARE DE TRATAR SEU CACHORRO COMO UMA PESSOA! Eu preciso me conter, é que eu sou tão ligada ao Ringo que sempre esqueço que ele é um cachorro.
- RINGOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Lerdo, eu sempre achei que o Ringo estava ficando surdo...
Eu sempre morri de medo que qualquer coisa acontecesse com o Ringo então mais que depressa resolvi ver onde se encontrava meu lindo Chow Chow.
O Ringo tem um latido esquisito, eu reconheço de longe...ele late meio fino, tadinho, eu pensei em procurar uma fonoaudióloga pra cachorros só que eu acho que isso não existe, mas enfim, eu ouvi aquele latido fino de longe e fui atrás do meu Ringo. Eu já disse que a minha confortável casa fica ao lado de uma casa relativamente grande e barulhenta?
Pois é, em três foram três festas que eu tive que aturar até tarde da noite. Eu nem tinha visto a cara das criaturas da casa ao lado até o Ringo sumir. Minha casa é menor que a deles e as duas são divididas por um longo muro baixo, daqueles que se alguém quiser pular, pula fácil, fácil. Desde que eu era criança eu sempre quis ter vizinhos legais que são seus melhores amigos mas isso nunca aconteceu, meu vizinhos sempre foram chatos e feios e gordos e desprezíveis. Acontece que o latido agudo do Ringo vinha do outro lado do muro e eram 7 horas da manhã, logo, meus vizinhos fanfarrões, que ficaram até as 5 da matina fazendo festa deveriam estar dormindo e eu não podia tocar a campanhia, e além do mais, o muro era tão baixinho, eu entraria, buscaria o meu Ringo e ninguém jamais perceberia que eu estive ali! Era o plano perfeito...ou QUASE perfeito.

- Ringo Starr, você me paga! - Eu sussurrava enquanto tentava pular o muro. Acontece que como eu disse, eu TENTAVA, o que não quer necessariamente dizer que eu consegui. Foi horrível! Minha calça enganchou no muro e eu, tentando tirar MINHA querida calça do pijama (sim, eu estava usando meu pijama laranja do Garfield) daquele prego maldito me desequilibrei e caí de cara no jardim dos vizinhos festeiros então o Ringo, que naquele momento era a coisa que eu mais odiava do mundo veio latindo como um idiota junto com uma cachorrinha preta que parecia possuída fazendo o maior estardalhaço. Eu, toda suja de terra, peguei o meu cachorro no colo e fiquei parada, em pé olhando para o muro e pensando em como eu era burra "Vai bestona, quero ver você voltar com esse idiota no colo" Acontece que nem deu tempo de tentar, em segundos veio um maluco de boxers com um acendedor de lareiras na mão.

- Quem está aí? - O meu vizinho bonitão apareceu com uma cara de psicopata.
- OLHA MOÇO, ME DESCULPA....
- PARADA - Ele tinha os olhos vermelhos de sono e ainda apontava o acendedor de lareiras, se eu fosse ele teria enfiado o objeto no meu ouvido, mas graças a Deus eu não era ele e o menino, ao contrário de mim era bem racional - Quem é você e o que faz aqui?
- Calma, eu vim buscar o meu cachorro - Eu eu levantei o Ringo como se ele fosse o meu alibe, e eu acho que foi naquela hora que o moço olhou bem para mim e viu que eu não podia ser muito perigosa, portanto, abaixou as armas - Eu sei que é estranho mas...
- ESTRANHO? ISSO É INVASÃO DE DOMICÍLIO, SABIA?????? Se eu quisesse chamar a polícia, você seria presa sua maluca! - Ele parecia ter pena de mim, como se eu fosse uma louca que precisava de conselhos como "olha, não é legal pular o muro e invadir a casa do vizinho".
- Ah, eu sei, me desculpa, é que o Ringo sumiu e como vocês FIZERAM BARULHO a noite toda, eu imaginei que estivessem dormindo e o muro é tão baixinho que eu pensei que ...
- Já pegou o Rambo? - Ele estava realmente com sono e deu uma longa bocejada.
- RINGO!
- QUE SEJA, VOCÊ JÁ PODE IR! - Ele abriu o portão e eu saí, roxa de vergonha.
- Err, me descul...
- VAZA DAQUI MENINA - Ele apertava os olhos, devia ter enchido a cara no dia anterior, por isso aquela cara de míope.
- NOSSA, EU SÓ IA ME DESCULPAR! - Que absurdo, ficar estressado com uma cidadã honesta só por que eu invadi a casa dele pra pegar o meu cachorro? Eu odeio todas essas pessoas nervosas! Todos eles deviam ficar 45 meses cheirando incenso e ouvindo Dezarie pra ver se ficam mais calmos, fala sério!
- NOSSA, EU SÓ QUERIA VOLTAR A DORMIR POR QUE UMA MALUCA INVADIU A MINHA CASA! - Ele me imitou..infeliz maldito, odiei ele na hora.
- ESQUECE OK, ENFIA ESSE ACENDEDOR.... - Respira , melhor não, Ainda bem que eu pensei antes de falar.

Então, eu peguei o meu filhote sem cérebro, olhei feio pro meu vizinho e saí andando. Pronto, acabaram-se as ilusões de vizinhos legais e melhores amigos. Eu tinha acabado de descobrir que o meu vizinho era um infeliz idiota que não compreende que o meu Ringo não podia ficar naquela casa suja.

- Dê, cuida bem desse mongol hein? - eu dei um abraço no meu cachorro e fui para o trabalho. Eu sou recepcionista de uma gravadora. Eu fui promovida de telefonista pra recepcionista e se você quer saber, pra uma recepcionista eu ganho até que muito bem. E é sãper divertido atender diariamente vários artistas famosos! É muito divertido o meu trabalho, mas enfim. Eu saí correndo e peguei o metrô. Adoro andar de metrô. Não sei por que, mas eu adoro, tirando os dias em que ele está lotado, eu realmente gosto. Minha hora é exatamente as 10, eram 10:30, ou seja, completamente atrasada eu entrei correndo como uma louca e assumi o meu posto na recepção.

- Bom dia! - Eu ofereci o meu melhor sorriso ofegante, pois tinha corrido muito e um menino bem bonito apareceu.
- Bom dia! - Ele respondeu ao meu sorriso - Vem cá, você conhece algum David?
- Ah, sim senhor! Você deve ser do Mcfly?
- Isso, .
- É por ali, sala 12, ele está esperando os senhores - Eu chequei a agenda do David e apontei para a porta no fim do corredor. O David ficava encarregado de fechar os contratos e checar toda aquela papelada chata que eu jamais quero ver na minha frente, mas enfim.
- Valeu! - ele deu as costas e chamou os amigos. Minhas coisas todas caíram no chão e eu afundei atrás do balcão pra pegar agenda, canetas e etc. Eu odeio quando isso acontece. SEMPRE acontece. Eu sempre acabo derrubando tudo o dia todo.
- Ca-hãm! - Alguém me solicitou do outro lado do balcão. Eu odeio quando as pessoas escarram pra te chamar. É ridículo, era mais fácil falar "com licença?', mas tudo bem, eu sou apenas a recepcionista, Levantei com muito cuidado pra não cair por que isso sempre acontece.
- Bom Dia, poss....VOCÊ? - Ah, pra completar o meu dia meu querido vizinho estava na gravadora pra me aporrinhar.
- Eles deveriam checar a ficha criminal dos funcionários - O maldito virou os olhos.
- O que o senhor deseja ? - Eu não encarava ele. Tudo bem que ele era um estressado e tal mas pera aí né? Eu invadi a casa dele usando calças laranjas do Garfield pela manhã.
- O banheiro, onde fica ? - Ele fez uma expressão superior, como se eu fosse uma serviçal imunda.
- Ali onde tem o bonequinho na frente querido! - Eu apontei pra porta, bem ao lado dele.
- Ótimo, agora além de dar queixa pra polícia eu também posso reclamar com o seu chefe? - Ele sorriu sarcástico e triunfante.
- A sala dele fica por ali, vá em frente e eu denuncio você por infringir o artigo da constituição que declara PROIBIDO o barulho excessivo a partir das dez da noite vizinho querido! - HÁ, MINHA VEZ DE SORRIR HÃM!
- AH, ahn....EU VOU AO BANHEIRO - Então o meu querido vizinho saiu com cara de jabuticaba, bem feito. Prepotente idiota...mas eu não tinha reparado que ele era TÃO lindo, meldels, QUE VIZINHO.

Capitulo 2

Cheguei em casa, brinquei com o Ringo no quintal feito uma criança idiota e fui pro banho. A Dê já tinha ido embora então eu , liguei o meu CD do Police no último volume e fiquei um tempão no chuveiro .Eu adoro fazer isso: ficar no banho até os meu dedos ficarem enrugados. Só que não deu tempo...O cabeçudo do Ringo começou a latir como um louco e ele só faz isso em duas ocasiões : Quando tem uma fêmea por perto ou quando ele vê alguém na porta de casa. Na hora que eu desliguei o chuveiro e ouvi os latidos dele, resolvi descer, de roupão e toalha na cabeça pra ver o que estava acontecendo de extraordinário no meu quintal. Agora se liga nessa parte, adivinha que estava no meio do meu jardim???

- EI, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI!? - Sim, o meu vizinho bonitão estava lá, no meio do meu quintal.
- AI - Ele coçou a cabeça quando me viu - CULPA DA MECA!
- MECA? - Eu só olhei em sinal de reprovação - NEM VEM SEU INVASOR BARATO!
- O SEU CACHORRO SEDUZIU A MECA! - Ele falou tão sério que foi até engraçado. Parecia que ele falava de uma filha. Foi aí que eu vi o Ringo e uma cachorrinha preta, a mesma que estava na casa do vizinho. Claro, ela era a Meca...
Eu não agüentei e comecei a rir. O meu cachorro, de latido fino, todo pomposinho estava apaixonado pela cachorra do vizinho.
- DO QUE VOCÊ ESTÁ RINDO?
- De você! - Eu não conseguia parar de rir. E quando eu olhava pro Ringo e a Meca, namorando, aí que eu disparava mesmo. Eu quase não conseguia respirar, eu confesso, eu RIO muito, o tempo todo, de qualquer coisa e as vezes é até chato, mas eu vou fazer o que? Eu fui até os dois cachorros e peguei o Ringo no colo - QUE LINDO FILHO, VOCÊ TÁ APAIXONADO!!!!OLHA, O PAI DELA É BRAVO, "VOCÊ SEDUZIU A.....- Eu fui interrompida por outro ataque de risos - "VOCÊ SEDUZIU A MECA!!!" Você ouviu ele falando???
- HEY! QUER PARAR? - o meu vizinho parecia estar assustado comigo e olhava indignado mim, eu estava rindo exageradamente para a situação, eu sei, mas ver o Ringo em um amor juvenil era realmente muito engraçado - Eu não estou achando nada engraçado! E eu não sou o pai dela! Ela é uma cadela, fala sério!
- Ok, desculpa - Foi a única hora que eu consegui conter o meu riso. Eu virei a cara do Ringo pra mim e comecei a falar com ele - Olha lá querido, seu primeiro amor é proibido.
- Cara, você tem problema? Ele é um cachorro! Com quatro patas! Cachorros não se chamam Ringo Starr e nem amam, são apenas cachorros! - Já ouviu fala em vergonha alheia? Certamente era o que o meu vizinho sentia naquela hora - Você deve ser maluca, não sei se percebeu, mas tá de roupão!
- SÃO MUITO MAIS QUE CACHORROS! AI JESUS - A única coisa que eu consegui fazer foi olhar para o meu corpo, coberto com um roupão curto e fofinho verde e colocar as mãos na cabeça, envolta numa toalha cor-de-rosa - SAI VIZINHO, VAZA DAQUI!
- MAS EU SÓ VIM BUSCAR O MEU CACHORRO!! - Ele me irritou tanto com isso! Agora quem ria compulsivamente era ele - E isso é meu! , não viu? - Ele pegou um pacote que estava jogado no quintal. Eu nem lembrava daquilo.
- TÁTÁTÁ, TCHAU - Eu abri o portão e coloquei o , sim, agora eu sabia o nome dele, pra fora.
- E eu não sou louco, é que a música tava alta, mas eu toquei a campainha várias vezes - Ah claro , o CD. Eu tenho que parar com essa mania de deixar as coisas no ultimo volume e me desconectar do mundo exterior - E você fica bem de roupão.

Cara, eu disse que ele era GOSTOSO não disse? Na hora que ele disse aquilo eu fiquei meio sem reação e só consegui falar.

- DA PRÓXIMA TOCA MAIS VEZES.
- NÃO VAI TER PRÓXIMA.
- MELHOR ASSIM - Eu dei as costas e juro que ele ficou olhando para mim enquanto eu ia até a porta. Cara, isso foi muito estranho. O meu vizinho lindo de morrer e arrogante até a morte estava descaradamente olhando para as minhas pernas. Então eu abri a porta , fui para o meu quarto, vesti uma roupa de gente, tirei aquele CD que já tinha começado a me irritar e fui assistir TV. Eu confesso que é estranho, mas eu AMO The History Channel. Eu adoro ficar vendo aqueles acontecimentos históricos e tal, e naquele dia estava passando uma série sobre bomba atômica e eu estava realmente interessada, muito mesmo, jogada no sofá com um conjuntinho de mole, o meu favorito, de veludo com uma coroa de strass na bunda e um saquinho de Sparkies na mão e outros três vazios sobre a mesa sem nem piscar, olhando para a TV quando derrepente a campanhia tocou, compulsiva e insuportavelmente, até a hora que eu apareci na porta, ainda com os Sparkies na mão.

- Cara, qual o seu problema? - Eu encostei na porta e vi o meu vizinho no portão. Sério, ele estava começando a me dar medo.
- Olha, me desculpa, é que eu... - Ele nem precisou terminar. Quando eu olhei para o lado o Ringo estava brincando com a Meca.
- Meu Deus, você invade a minha casa pra pegar a cachorra e esquece a pobre?! - Eu fiz sinal de negação com a cabeça, peguei a cadelinha preta no colo e fui em direção ao portão - Olha Mequinha, pede pro seu pai cuidar melhor de você.- Abri o portão e dei a Meca na mão do vizinho.
- Desculpa, ahn... - ele ficou olhando pra minha cara como se esperasse saber o meu nome.
- , meu nome é , e tudo bem, eu invadi a sua casa usando calças laranjas, não estou muito melhor - Eu sufoquei um riso. Realmente não estava afim de brigar a vida inteira como o meu vizinho, e além do mais, quanto mais eu demorasse, mais tempo da série sobre bomba atômica eu ia perder.
- Uhn, bom saber. Prazer, , mas não me chama assim, pelo amor de Deus, , só . Um novo começo? - Ele estendeu a mão e eu fiz o mesmo com a minha, pronto, o tratado de paz estava assinado. Meu sonho de vizinhos legais e melhores amigos e bonitos e simpáticos estava em pé novamente.
- Agora, ahn, , se você não se importar, eu estava um pouco ocupada - Pronto né? Assinamos o tratado de paz, cada um tinha o seu respectivo cachorro ao seu lado, logo, eu podia assistir a minha série.
- AH, tudo bem, me desculpa, valeu, err, - Então , meu vizinho pegou a Meca e foi andando para a casa ao lado. Eu entrei depressa, pra dar tempo de ver o fim do documentário sobre a bomba atômica.

No sábado, eu levantei cedo por causa de um barulho infernal de que vinha da casa do . Eu achava que meus vizinhos eram ricos, mas se eles estavam falando com o David, muuuuito bem sucedidos não eram ainda. Logo, ensaiavam como uns cachorros. Mas daí a tocar sábado de manhã já era muito pra mim. Eu levantei, tomei um banho para o ódio passar, comi qualquer coisa, peguei o meu cachorro e fui dar umas voltas por aí. Quando eu saí do chuveiro a música infernal já tinha parado, o que fez me dar mais vontade de sair de casa, só de raiva. Quando eu estava abrindo a porta vi que , o meu vizinho estava saindo da casa dele com a Meca. Ringo, meu querido mongol, saiu correndo e me arrastou junto com ele.

- RINGO, PARA COM ISSOO! - Eu acho que isso nunca vai parar. o Ringo nunca vai assumir responsabilidades. PELAMORDEDEUS! Sair correndo no meio da rua do nada!!!. Tá, ele é um cachorro , não se esqueça disso.
- MECA! - Meu vizinho realmente não aprovava o relacionamento dos dois cachorros. Eu apoio qualquer forma de amor, uma vez que não interrompa a minha caminha matinal.
- PELO AMOR DE DEUS SEU IDIOTA, ME DÁ UM TEMPO!
- VOCÊ TÁ FALANDO COMIGO OU COM O RINGO? - A cara que o estava fazendo era a melhor, meio confuso, assustado. Ele REALMENTE acreditava que era com ele que eu estava falando.
- Claro que é com ele né? - Eu apenas virei os olhos. Ringo parou com a Meca em frente a um poste ao lado da praça e eu desacelerei um pouco, junto com meu vizinho - Awn, o Ringo é um bobão, mas eles fazem um casal bem bonitinho vai?
- Eu não acho! Daqui a pouco a Meca fica grávida e quem tem que cuidar dos filhotes sou eu! Seu cachorro é um pervertido barato! - Ele olhava fixamente para os dois cachorros brincando pela praça, quase me assustando, de verdade. Eu comecei a perceber que ele era meio psiocótico.
- NÃO FALA ASSIM DO RINGO OK? - Eu estalei os dedos em frente ao rosto dele pra que acordasse e tirasse os olhos dos dois, e realmente funcionou por que ele fixou os olhos azuis em mim - Olha aqui vizinho, relaxa ok? São só cachorros!
- UAU, onde está a senhora "são muito mais que cachorros"? Você é um tanto ridícula, sabia?
- Você é patético sabia? - Eu certamente tenho problemas afetivos nesse lugar. Eu não tenho muita paciência, todos por aqui são muito complicados! - RINGO, VAMOS!

Eu peguei a coleira do Ringo e coloquei no pescoço dele. Não sei por que eu insisto em sair de casa e colocar a coleira depois, isso sempre me dá problemas. Eu coloquei o cachorro na coleira e fui andando. Na verdade eu sei que o meu vizinho não tinha feito nada mas eu fui colocada pra fora da cama as 8:30 da manhã em pleno sábado e o motivo do fim do meu sono estava me chamando de ridícula, realmente, eu não estava com saco pra ele, eu nunca estive. Mas ele estava com saco, e segurou o meu braço.

- EI, espera!
- Ah, nem tô afim, eu tenho coisas pra fazer - Mentira, mas alguma coisa me dizia que eu não devia dizer algo com "estou sem saco". Acho que é por isso que eu não tenho amigos por aqui. Minha paciência é muito curta.
- Será que a gente pode tomar um café? - Nessa hora ele deve ter tido certeza que eu era a pessoa mais antipática do Reino Unido
- Na verdade, eu não tomo café, faz mal saca? - Juro que não é mentira. Eu não tomo nem nunca tomei café.
- Ok então, não vou insistir - Ele levou a mãos até a cabeça, de um jeito tão bonitinho que eu não consegui ser má.
- Mas eu gosto de muffins, tem uma padaria por aqui onde eu sempre tomo meu café da manhã de sábado, eu estava indo pra lá, se você quiser ir comigo...
- Com dois cachorros? - Ele arqueou as sobrancelhas.
- Por isso que eu sempre vou lá, o petshop fica bem do lado, eu deixo o Ringo no banho.
- Uhm, atraente, eu tava morto de fome - Então ele puxou a coleira da Meca e continuou andando - Então, fala aí sobre você.
- Eu? Por que eu e não você? - Ele é bonito e meu vizinho, mas daí eu sair contando a minha vida para o já era demais certo?
- Uhm, medo de eu ser um ninfomaníaco?
- Nanão, é que eu não costumo falar...assim...AH, SEI LÁ.
- Eu já sei que você gosta de Beatles e que é obcecada por cachorros.
- Nossa, como você descobriu? - Eu fiz uma cara de pensativa, como se não estivesse entendendo - Eu sei que você tem uma banda e ela está começando.
- Mais ou menos isso! Na verdade eu nem sei como você descobriu que a gente está começando!
- Aquele dia na gravadora, vocês falaram com David, ele não cuida de super estrelas, ele cuida das bandas novas.
- Ah, faz sentido.
- É, faz - Sabe quando você gostaria de encontrar um assunto, mas não consegue? Eu não achei e estava com preguiça de procurar um.
- Você não é daqui certo? - Ele se ocupou em arranjar um assunto.
- Ah, não, na verdade eu estou aqui a alguns meses.
- Veio de onde? Você tem um sotaque, que não consigo saber de onde.
- Eu sou brasileira... AH, antes que você pergunte, não ando sambando pela casa nem morava na praia nem gosto de futebol.
- Uau, você é uma negação da pátria!
- Isso é tão imensamente irritante! Qualquer estrangeiro que te olha acha que você é uma passista tarada, eu odeio samba sabia?
- Ok, me desculpe. - Ele mais uma vez levou os braços a cabeça daquele jeito que eu achava supra.

Então nós tomamos café enquanto as crianças estavam no banho e realmente nos divertimos. Foi aí que eu descobri como o meu vizinho era legal e parecido comigo e que os meus sonhos de vizinhos legais e bonitos e melhores amigos voltaram com toda a força possível por que eu realmente achava que podia ter arranjado meu primeiro amigo na cidade. Quando a mulher do pet-shop telefonou dizendo que os dois estavam prontos , nós os buscamos e voltamos juntos para casa, e ele me contou sobre a banda e tudo mais. Disse que chamava McFly e que ele morava com mais três amigos e que aquela história das festas, que eu não pude deixar de comentar, é verdade, eles SEMPRE faziam festa, o tempo todo, pra ver se a banda crescia um pouco mais rápido, embora eu não saiba onde entram as festas nisso, mas enfim.

- Acho que a gente já tá aqui parado na frente do portão a uma meia hora, melhor eu entrar - Eu consultei o meu relógio e comecei a cansar de ficar plantada em pé logo na frente da minha casa que tinha um simpático sofá felpudo na sala, muito atraente.
- Uhm, ok , A gente se vê?
- Certamente, nós somos vizinhos, não é mesmo?
- Ah claro, eu tinha esquecido! - Ele sorriu para mim, beijou o meu rosto e foi entrando na casa ao lado da minha, e eu entrei no meu lar doce lar e me esparramei no sofá felpudo verde pra assistir qualquer porcaria na TV. Sério, eu sempre fiquei fingindo que não era pra tanto, mas a minha vida por aqui sempre foi um lixo. Eu nunca tinha nada pra fazer e diariamente me batia uma louca vontade de pegar o primeiro avião e voltar para casa. Mas eu não teria coragem, eu sempre acreditei que um dia eu ia acabar gostando de ficar sozinha assistindo televisão, comendo sparkies e chocolate, ou até brincando com o Ringo.

Só que antes que eu pudesse me acostumar, surgiu o , o que foi muito confortante. Sabe quando você conhece uma pessoa que é tão incrivelmente parecida com você que te assusta? Em poucas semanas eu e ele nos tornamos muito amigos. Eu realmente comecei a gostar daquela cidade e até mesmo daquela rua.

- E aí, tá pronta? - Ele apareceu no portão como de costume no sábado de manhã.
- Aham, Cara, eu tenho que te contar, eu achei uma loja, que só vende vinil antigo.
- Novo seria estranho né ? - Ele riu da minha cara - Não começa ! Vamos lá comigo, eu quero um Sargent Peppers, eu preciso!
- Ca-hãm, eu tenho, não vejo por que me abalar até lá.
- Cala essa boca! - Eu tampei a boca dele com as mãos enquanto nós andávamos tranqüilamente - Então, ficou pronta a música nova?
- AH, você não esquece nunca! - Ele vivia fazendo o maior mistério com a tal da música nova, e isso me irritava profundamente - , eu já te disse, assim que estiver pronta você vai ser a primeira a ouvir!
- Eu vou te cobrar até a morte!
- Eu espero não morrer antes de acabar a música senão vai ter que terminar e vai ficar um lixo!
- Ah, imagino.
- Imagina nada, você nem conhece o - ele olhou para mim indignado, mas o pior é que era verdade, eu nunca vi o tal do mais gordo - Em falar nisso, você quer ir em um show nosso?
- Pra que se a sua é o meu despertador! - Falando sério, eu fui um pouco dura, mas enfim.
- Uau, ENTÃO É ASSIM?
- Ai, ok ok. quando, quanto, como e onde? - Eu revirei os olhos. Jesus, como eu tinha um ódio mortal daqueles ensaios. Mas se eu queria deixar de ser a pessoa-completamente-sem-amigos eu tinha que fazer sacrifícios certo?
- Nessa sexta, num lugar que eu não lembro o nome, de graça, por que você está comigo.
- Tentador - Eu sorri e continuei andando - E vai tocar a música misteriosa?
- , eu sei que você não é retardada o bastante pra pensar que tem como acabar de escrever uma música na quinta e tocar em um show na sexta!
- Não, claro que não, eu só estava te testando! - Mentira! Sabe que eu não me toquei que ele demoraria mais uma semana com a música e também não me toquei que poderia demorar até eles ajustarem tudo e tal, eu sou uma recepcionista aspirante a jornalista, não uma produtora musical, por favor, na exija demais de mim !
- Sei. Vem cá, a gente podia sair, ahn, juntos.
- Ahnm, podia?
- É, depois do show, o que você acha? - Ah, que emocionante, meu primeiro encontro na terra da rainha!
- Eu? Eu acho ótimo! - Eu estava realmente feliz com aquilo, mas eu contive a minha entonação, e falei como quem diz: "o arroz está quente?"
- Combinado então. Eu te pego às 9?
- , você é meu vizinho, menos ok?
- Tá, eu toco a campainha...todo dia...só pra você não... esquecer - Ele falou devagar de uma forma encantadora que derreteu os meu miolos.
- Na verdade a minha memória nem é tão ruim, mas se você quiser... AH, LOJA DE DISCOS!

Capítulo 3

- ABRE DESGRAÇA! - Meu armário da cozinha vivia emperrando. Faltava meia hora pra o me buscar e eu estava pronta, morrendo de tédio. No meu doce modo de levar a vida tédio significa chocolate e eu PRECISAVA de chocolate. De tanto esmurrar o armário, a porta caiu, deixando todo o meu estoque de doces no chão - ÓTIMO,MAGNIFICO!
Peguei dois pacotinhos de MM's e sentei no sofá com cuidado para não me amassar e fiquei comendo enquanto via TV. Não queria nem pensar em como eu faria pra arrumar o armário. Quando eu resolvi tentar arrumar, a campainha tocou e eu deixei tudo do jeito que estava para atendê-la. Peguei a minha maxi bolsa, passei de leve os dedos sobre as costas do Ringo e saí de casa. Na porta, estava entre a minha casa e a dele, esperando que eu saísse.
- Tá adiantado vizinho, que emocionante! - Eu saí consultando o meu Rolex cravejado de diamantes. Tá legal, não era um Rolex, muito menos cravejado de diamantes, mas enfim.
- Algum problema? Se você não estiver pronta...é que eu queria chegar um pouco antes pra ver o espaço...
- Nanão, tuuudo bem - Eu cumprimentei meu vizinho e saí de casa - Então? Famoso demais pra estar nervoso?
- Eu tô tremendo antes de chegar lá, já quebrei o flip do celular de tanto abrir e fechar, eu acho que tô com tique nervoso. É um público maior do que a gente está acostumado e eu perdi minha da sorte.
- Sua o quê? - Eu comecei a rir pelo canto da boca.
- É sério, não zoa! Eu ficava com ela do meu lado todos os shows que a gente já fez e sempre funcionou!
- Como assim do seu lado? Você não usava? - Essa foi a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Ele tem uma da sorte, mas é só pra ficar olhando, por que ele não usa.
- Errr, não! Mas deu não precisava usar, é sério , não ri! - Eu não consegui me conter e soltei um riso abafado pela minha mão, que eu levei ao rosto segundos depois de ver a cara que o fez - Eu estou com medo de dar tudo errado, não é um bom sinal.
- , pelamordedeus! - Eu fiz sinal de negação com a cabeça enquanto me dirigia ao carro - Você é capaz de tocar sem uma da sorte, eu sei disso!
- Eu também, mas ah, OK, EU CONFESSO, EU SOU TÃO SUPERTICIOSO QUANTO A MINHA AVÓ, E SE VOCÊ RIR EU TE LARGO NA RUA!
- Uau! - Eu olhei para ele com a cara mais séria que consegui, e foi difícil viu! Assim que nós sentamos no carro eu comecei a vasculhar a minha Maxi bolsa e falar baixo, como se fosse pra mim - Gloss não, foi muito caro. Talvez o lápis...não, não faz sentido, lenço, não, claro que não ACHEI, FINALMENTE !
- Você tá passando bem? - Ele olhava muito confuso, como se sentisse pena de mim por falar sozinha.
- Aqui - Eu estendi a mão segurando um rashi, que eu tinha pego num restaurante japonês em uma das poucas vezes em que eu saí de casa. Foi tão incrível o fato de eu ter saído de casa que eu resolvi levar o Rashi e guardar. - Seu rashi da sorte!
- Meu..meu o quê? - Ele franziu a testa e me encarou com mais pena ainda quando tocou no palitinho - Você me assusta!
- Mas é sério, assim, esse fica comigo - Eu levantei o outro palitinho que estava na bolsa - E esse fica com você. Eu não sei as suas s, mas os meus rashis são especiais! Não me olha com essa cara! Eles vão te dar sorte.
- Quer parar ? Desde quando rashis dão sorte? - Isso que é engraçado no . Os MEUS rashis não dão sorte, mas as s dão? Fala sério Sr. .
- Desde quando s dão sorte? Pega isso, e vai logo senão você vai se atrasar.
- Na verdade..
- SHIU, vamos lá , tem um show te esperando e eu não quero ficar atrás de uma groupie histérica.
- Tá legal, mas você vai ficar no camarote, esqueceu?
- AH, você não me disse - Ok, isso facilitaria muito, muito mesmo.- Ótimo então, mas mesmo assim você quer "dar uma olhada no espaço" não é?
- ...
- O que foi agora?
- Obrigado, pelo, ãhn, rashi - ele pegou o palito na mão e começou a analisar sorrindo.

Capítulo 4

Nós chegamos no lugar, eu me acomodei no camarote e fiquei observando o movimento pré-show no palco. O parecia uma barata tonta perdendo a casca. Era um pouco absurdo isso, mas eu nunca tinha ouvido uma música inteira deles. A que me acordava parecia mais um monte de panelas caindo no chão. Eu duvido que eles toquem tão mau, meu problema era que eu geralmente ouvia na hora que acordava, logo, eu falaria mal até do Mozart. O lugar foi enchendo de um jeito que me deixou perplexa. Alias, não foi só isso que me deixou perplexa. Quando o show começou e quase caí de cara no chão e engoli minha língua. Eles tocavam muito bem, nada parecido com os ensaios matinais. Eu gostei muito, muito mesmo. E aquele psicoticamente nervoso, onde foi parar? Ele parecia ter nascido pro palco. Foi realmente empolgante. Quando acabou, eu fiquei meio perdida. As pessoas indo embora, e eu lá, paradinha no camarote, cheguei a sentar e ficar contando quantos pilares tinham no local. 39 no total. Impressionante não é? De vez em quando eu levantava pra ver se via o meu vizinho e nada, só os caras desmontando o palco e um povinho ainda saindo. Depois de mais ou menos uma hora surge o , com uma cara que misturava desespero e euforia.

- Ah , desculpa, é que , eu preciso te contar o que acabou de acontecer!
- É? - Eu tava bocejando e tentando levantar do chão onde eu estava sentada a uns 20 minutos - O que foi?
- Uma gravadora! - Ãhn? - eu estava MORRENDO de sono.
- O Contrato com a gravadora, a gente acabou de conseguir ! - Ele me abraçou quase me sufocando, mas aquilo era bom. Talvez eu quisesse ser sufocada por ele periodicamente.
- Como assim? MEU DEUS, eu nem sei o que falar, parabéns! - Eu abri um sorriso largo, estava realmente feliz por ele.
- Tinha gente de lá aqui no show hoje, eles gostaram, CARA, EU NEM TO ACREDITANDO.
- Eu disse que você conseguia não disse?
- Foi o seu rashi! - Ele começou a rir e eu fiz sinal de negação com a cabeça. Ele estava brincando, claro, mas por um momento eu cheguei a pensar que ele estava falando sério, afinal, de uma pessoa que possui s da sorte pode-se esperar qualquer inutilidade.
- Eu falei que eles davam sorte, você que não quis acreditar.
- Talvez dêem mesmo ! - Ok, ele estava falando sério. Eu não acreditei. Mas pra não me dar mais um daqueles longos e bizarros ataques de riso, eu achei melhor falar algo como "oh, que vontade de comer pizza" antes que ele acabasse se estressando. Nós então fomos embora, uma vez que todos os meninos ia pra uma daquelas casas noturnas barulhentas e cansativas e o , que passou o dia todo andando de um lado pro outro e estava praticamente morto não tinha forças físicas nem psicológicas para acompanhá-los. Decidimos então ir pra casa e comer pizza enquanto assistíamos algum filme super adulto e educativo, como Ace Ventura ou Tartarugas Ninja. Ficamos na minha casa rindo como duas crianças até a hora em que eu fui vencida pelo sono e acabei deixando minha cabeça cair sobre o ombro dele.
- , acorda, melhor eu ir agora, tá quase amanhecendo.
- Ahn?- Eu SEMPRE acordo meio lesada. Eu nunca sei direito o que está acontecendo no mundo. Se estiverem bombardeando minha casa eu diria "ah, obrigada, eu gosto de muffin"
- Abre lá pra mim, vizinha - Ele se levantou esfregando o rosto com sono e ficou parado olhando pra minha cara esperando meus neurônios voltarem a funcionar.
- Tá, tá...- Eu sai meio cambaleando pela casa procurando a chave e quando achei abri a porta e agora que já estava mais acordada lembrei do Ringo, que não estava lá. Já tinha virado rotina isso. Ora o Ringo fugia, ora a Meca fugia - Ah, acho que o Ringo tá na sua casa.
- Você quer que eu pegue ele?
- Se você não se importar deixa ele lá, de manhã eu pego ele.
- Tudo bem, tchau então - Ele beijou meu rosto e foi em direção a casa dele - Err, ...
- Hum...
- Eu precisava te falar uma coisa, tinha esquecido.
- Pode falar.
- Sabe o que eu acho? Eu acho que VOCÊ me dá sorte...- Ele falou rápido e chegou perto de mim, muito perto, perigosamente perto e eu comecei a sentir as famosas borboletas no estômago, talvez esse tenha sido a primeira vez que eu as senti de verdade com alguém e meu sono pareceu evaporar, sumir como se nunca tivesse existido - Eu nem sei explicar, cara, você me deixa tonto com essa sua forma incrível de ficar presa com uma calça laranja no meu muro, a forma incrível que você trata o Ringo e a Meca, a sua capacidade incrível de saber falar dos assuntos mais bizarros, a sua forma incrível de rir de tudo, de ser você, Você é tão incrível, , que, sei lá, me dá sorte, e eu gosto disso, muito, muito mesmo... e eu nem sei por que estou falando isso, deve ser sono mas... - Eu não deixei ele continuar. Eu simplesmente não podia deixar ele falar tudo aquilo e dizer " oh, obrigada, boa noite". Não podia ignorar o fato de que ele era a pessoa mais especial pra mim naquele momento e nem o fato de eu querer, também naquele momento ser mais do que a amiga que leva os cachorros pra passear. Talvez tenha sido uma atitude precipitada e sem sentido, mas eu apenas fiz o que eu mais queria naquele momento e toquei os meus lábios no dele e aquele foi o beijo mais ÍNCRIVEL da minha vida.
Eu só fui sair daquela hipnose quando meu doce cão veio correndo feito uma barata tonta com a Meca de tiracolo, interrompendo o beijo. Os dois devem ficar horas planejando essas fugas por que aparecem do nada, de forma que ninguém sabe de onde saíram, mas enfim, ele começou a roçar na minha perna do jeito que ele sempre faz quando quer biscoitos caninos. O Ringo me suborna muito bem com as manhas dele, é impressionante. Ele chegou a fazer dieta, estava obeso de tanto que comia os biscoitos e hoje eu tenho que comprar o biscoito Light, pra ele não morrer com excesso de peso mas enfim, ele já tinha cortado completamente o clima, talvez eu devesse buscar os biscoitos.
- Eu já venho, tenho que...ahn, pegar biscoitos...pro Ringo comer - Eu já falei sobre os meus ataques de riso, certo? Já disse que eu não os tenho apenas quando estou achando algo engraçado? Que eu tenho ataques de riso de nervoso? De vergonha? De tristeza? De tudo? Pois eu estava a beira de um desses.
- , você mima muito esse cachorro - Ele me puxou pelo braço e e deu um daqueles beijos que te deixa sem fôlego e sem reação, por mais que o seu cachorro mongol esteja batendo na sua perna insistentemente - Tá na minha hora, concorda?
- Plenamente... - Ao inferno Ringo, Meca e seus biscoitos. Parecia que finalmente minha vida parecia um daqueles flimes que eu tanto via e revia. Meus sonhos de vizinhos legais&simpáticos&lindos tinham se realizado.

FIM!


Nota da autora:

Trinta e sete anos depois, eu termino a fic do cachorro, ALELUIA \o/. Talvez o final tenha ficado meio vazio mas eu juro que assim que o meu cérebro se recuperar eu faço a parte 2.
Só por causa disso vou fazer um agradecimento enorme,maior que a fic MUAHAHAHAHA (rindo malignamente), vocês estão perdidas!
Pra começar, um contra-agradecimento ou desagradecimento à minha querida e insensível mãe que não permite que eu tenha no meu lar-doce-lar um Chow Chow felpudo e apertável só por que ele terá necessidades fisiológias. Absurdo, abmudo abcego (eu sei que essa expressão é horrível, bjs mil) Maaaaaaas, a tia Denise deixa a Pamps ter a Meca
Portanto, VIVA A MECA GALERË. O primeiro agradecimento é pra ela. TRÊS VIVAS PRA PODDLE GRISALHA!
Eu tenho que agradecer ao Elvis, meu cachorro sem necessidades fisiológicas que gentilmente o Seu Geraldo me deu sem saber que além de um Pug de pelúcia me dava uma idéia.
Tenho que agradecer à Nanda, sardinha humana da minha vida por ter colocado idéias nesta mente vazia e por me mostrar que ainda existem pessoas boas no mundo. valieu nova amiga (Y)
Dona Pamps, que mesmo não lendo as minhas fics serve pra ser a dona da Meca. Brinks meninë, te amo litros.
Guêibi, por ser a diva da minha vida e ler os fragmentos disso aqui. Juks por ser a Juks e mais nada. Alê pelos rashis e e tudo mais.
Tom, Dougie, Danny e Harry por terem nascido
Paul, George, John e Ringo por serem eternos
O Rei da Espanha por mandar Hugo Chávez calar a boca, Aos deputados que votaram pelo fim da CPMF, A Hilary Clinton por se candidatar a presidencia dos EUA e especialmente à Xuxa e pra Sasha.
Ok, já chega disso ¬¬
Ah, obrigada à você, que por pura bondade leu isso tudo até o fim.
Álias, já que você chegou até aqui, comente e faça uma criança feliz (Y)


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