Bom, eu me chamo e tenho 16 anos. Ultimamente não tenho vivido lá os melhores dias da minha vida. Começando pelos meus pais, simplesmente do nada eles chegam para mim e soltam: - ", minha filha, vamos nos separar". Primeiro imagina a minha cara de choque à lá "Ashton APARECE! Oh my gosh, I got punke'd", mas o que me deixa mais sem entender nada nessa história É; O certo seria meu pai sair de casa, não?! Me pergunta se ele saiu. Que nada... Continua lá em casa, sem falar nem olhar para mamãe.. Deixando o nosso "relacionamento familiar" desgastado. Segundo; o garoto que eu sempre gostei desde quando era pequena, , arranja uma namorada filha da puta, ou melhor hija de la puta, Catherina, filha de espanhóis idiotas. Nada contra os espanhóis, até porque minha avó é espanhola. Mas essa em especial é idiota.
Eu gosto de desde os meus 12 anos, quando ficamos pela primeira vez. Primeiro beijo pra valer dos dois. Foi tudo perfeito como toda garota sempre sonhou. Foi na festa de uma prima minha que mora no Brasil, aonde eu e estavámos passando as férias, de um lado as montanhas, do outro praia e fogos de artifícios cobriam o céu escuro de luz. Poderia ser melhor que isso?! Ah .. sem contar que eu estava com o garoto mais fofo do mundo.
E do nada tudo começo a desandar, típica novela mexicana que só tem drama. Catherina -atual namorada de - ficou com ciúmes meus com ele, pois sempre fomos muito juntos, mas era aquela coisa de amigos mesmo .. Só depois do nosso primeiro beijo que a coisa ficou mais séria entre a gente, mas não durou muito, como eu ia dizendo.. Catherina, garota mais fútil da escola toda (lê-se: Popular), armou todas possíveis para pensar que eu estava mentindo para ele quando falava que gostava pra valer dele, como? Bom, ela armou tudo direito para só me ver ao lado de , o tal do melhor amigo gato de , que no final acabou virando também, meu melhor amigo. Agora me pergunta O POR QUE de acreditar nela e não em mim? Cara .. Nem eu sei o porque desse surto mongolóide de . O caso é, finalmente depois de quatro anos de tentativas furadas de me separar de , Catherina finalmente consegue nos separar pra valer, pois nem quer olhar na minha cara.
Capítulo 1
- Anda, , vai se atrasar pra escola. - Ouvi minha mãe gritar e senti a cama ficando mais gelada, na verdade não era a cama ela tinha tirado minha colcha. Olhei para o relógio na mesinha de cabeceira que marcava 07:15.. Ham, talvez eu já esteja atrasada! Minha aula COMEÇA 07:10.
- MÃE, EU JÁ ESTOU ATRASADA, QUAL FOI DE NÃO ME ACORDAR? - Quando falei isso mamãe me olhou com olhar de censura.
- , você já está bem grandinha para ficar mamãe atrás acordando a filhinha. - Ironizou mamãe, entrei dentro do banheiro ainda vendo tudo embaçado devido a luz forte do banheiro.
(...)
Cheguei na escola consequentemente atrasada, nada mais do que o normal, mesmo quando eu não acordo atrasada eu fico enrolando na rua no caminho até a escola, nunca consigo pegar a primeira aula.
- Oi, . - Cumprimentei assim que cheguei. , minha melhor amiga, ninguém consegue ser melhor que nós duas juntas, nós somos como Robin & Batman, cara.. não tem pra ninguém. Tá, ignorem esse meu comentário mongolóide, foi o excesso de Donuts que eu comi no caminho.
- De novo atrasada, .. - Comentou ela rindo. Repetia a mesma coisa todas as manhãs quando eu chegava.
- Cara, eu preciso de um despertador novo - Falei rindo. - E minha mãe nem fez o favor de me acordar.
- Ela não tem obrigação de nada, . - riu da expressão irritada que fiz quando ela disse isso.
- . Você sabe mesmo como se vestir, aonde comprou esse tênis LINDO? - Tava demorando pra essa idiotinha vir me encher. Mas para o azar dela, quando virei para responde-lá, o tênis de me chamou atenção.. Não é que o dele era igual ao meu? Ham, talvez porque compramos juntos na "liquidação" da Vans. Foi exatamente o que respondi:
- Catherina, nossa.. Que bom ouvir essa sua linda voz logo de manhã. Bom, esse tênis? - Perguntei olhando para o chão, fazendo todos em volta olharem também. - Eu comprei faz um tempo, mas olha que coincidência é o mesmo que do seu namorado. - Falei apontando para o de . - Não, mas presta atenção! O dele é a caverinha macho e a minha é a fêmea. - Terminei rindo da cara de chocada de Catherina, puxei pela mão e entramos na sala. Alguém iria ter problemas e eu não queria perder essa, de camarote. Sentei lá no fundo, para poder olhar de longe Catherina brigar com , era sempre assim... ela falava alguma coisa que não devia e sempre escuta algo que não gostaria de ouvir.
Não demorou muito para tocar o sinal do recreio. Essa é a pior parte do meu dia na escola, a hora de lutar no mundo animal (lê-se: Fila da Cantina) e depois ir pro pátio, ser alvo de chacotas, tá que chacotas é a palavra mais antiga do mundo, acho que nem minha avó falava chacota .. Mas o importante é que vocês entenderam aonde eu estou querendo chegar.
Sair viva da cantina é milagre, parece que todo mundo vira animal quando vê que aquele salgado tá acabando. Por incrível que pareça hoje eu consegui me sair muito bem com os animais .. Saí sem quebrar uma unha e tirar do lugar uma mecha de cabelo. Mas outro obstáculo estava por vir; o pátio, e eu nos sentamos na nossa clássica mesa. O pátio era grande, de areia e com muitas mesas de madeira. Se você seguisse o caminho que cortava as mesas iria dar nas quadras poliesportivas e na piscina. Isso era o que irritava naquela escola, sempre tinha que andar muito para chegar na aula de educação física, mas pelo menos temos uma desculpa se chegarmos atrasadas.
- Oi, - Cumprimentei assim que passou pela mesa, estava com Catherina a tira-colo, como sempre. De resposta recebi um sorriso simpático dele, consequetemente recebo um olhar matador de Catherina sobre mim.
- Eu não sei porque você ainda insiste em falar com ele. - Falou incorformada.
- , por incrível que pareça, você sabe que eu ainda gosto de .
- Disso eu sei, e você já sabe a minha opnião sobre. - nunca foi a favor dessa minha "paixão" por , quer dizer nunca não, era ela a favor antes dessa reviravolta toda acontecer e se afastar de nós.
- Eu te dou razão, mas eu não consigo não sentir nada por .
- , eu não estou falando pra você não sentir nada por ele, mas o que você sente é forte demais, é muito ruim você ficar sofrendo por alguém que não te merece, e você sabe que ele não te merece. - Concordei com e continuamos à comer. Hora ou outra passava um idiota fazendo piadinha sobre nossa ''forma de vestir", mas o que eu acho mais estranho nisso é; talvez, , o menino mais popular da escola -porque namora Cath- usa exatamente as mesmas marcas que eu e . Fico me perguntando, se eu começar a namorar um jogador de futebol fútil, as pessoas vão começar a olhar para mim diferente. Não sei porque eu ainda perco tempo pensando nessas coisas.
Cheguei em casa exausta, como sempre, nada de muito diferente da minha rotina aconteceu hoje. Mamãe até hoje estranha o por que de e eu pararmos de nos falar do nada, e eu sempre respondo "Pergunta pra ele", clássico.
Percebi que não tinha ninguém em casa, fui andando até a cozinha para ver se tinha algum bilhete na geladeira, e tinha;
Filha,
Mamãe foi no supermercado, volto só mais tarde. Não deu pra te esperar para fazer o almoço, então cozinha o último miojo que tem na dispensa, mais tarde eu volto com muitas guloseimas para a minha bebê.
Beijos, Mamãe.
Às vezes eu também me pergunto, se minha mãe sabe a minha idade, qual foi a dela de falar: "Mais tarde eu volto com muitas guloseimas para a minha bebê". Cúmulo total, que isso. Algumas pessoas presentes na minha vida precisam ouvir umas verdades. Tá, não liga acordei estressada hoje sim, como no resto de todos os dias da minha vida. Subi para meu quarto, liguei o rádio enquanto esperava a água encher a banheira, precisava total de um banho de banheira, pode parecer um banho porco, mas é o melhor de todos. Me animei quando escutei "I Will Surviver" da Gloria Gaynor começar, e eu costumávamos fazer coreográfias das mais comédias possíveis escutando essa música, mas isso na época que e eram um nome só. Época que tento apagar na minha memória -mentira-.
Fui arrumando as coisas pelo quarto dançando, algumas pausas para risadas dos movimentos de dança idiotas que eu estava fazendo. Escutei um barulho de água batendo em ladrilho, avisando que era a hora de correr pra desligar a torneira e relaxar um pouco ao som da gloriosa Gloria Gaynor.
(...)
Depois de séculos lutando contra o fogão, finalmente terminei de fazer minhas artes culinárias, isso porque eu não consigo me limitar em fazer um miojo com aquele pó que vem junto, sempre preciso fazer um dos meus molhos sem noção, mas que são uma das sete maravilhas do mundo culinário. Assim que sentei para comer meu almoço, escutei o telefone tocar e corri para atender:
- Oi, . - Era .
- Fala, ..
- Você quer sair hoje?
- Depende, pra onde?
- Domino's.
- Pode ser .. Que horas?
- Mais tarde só .. Umas 7hrs, pode ser pra você? - Concordei com e continuei a comer meu almoço.
Minha tarde foi a mais de gorda possível, fiquei sentada de frente pra TV e comendo o dia inteiro, aproveitar que não tinha porcaria nenhuma da escola pra fazer, já que hoje era sexta. Minha mãe me ligou acabando com a paz da casa, já mandando eu lavar a loça. Essas tarefas de casa me estressam, ao invés dela contratar uma "secretária do lar'' para fazer isso tudo, não, ela se acaba tentando manter a casa devidamente limpa para a psicóse dela com limpeza e ainda sobrava para eu fazer coisa como: Lavar a loça, jogar o lixo fora, fazer meu almoço de vez enquando, LIMPAR MEU BANHEIRO - eu ainda não engoli isso - mas o que mais me irritava é: Arrumar meu Quarto. Ela não engole a idéia de que a bagunça dela quando falamos do meu quarto, é a minha organização. Isso realmente me estressa.
Olhei no relógio e já eram 7horas, subi para o meu quarto me arrumar. Conhecia muito bem , se eu me atrasasse um pouco iria ser o cúmulo da abandonação(?) pra ela. Olhei meu armário e nada me interessava, roupas velhas, roupa velha, só isso que tinha. Eu precisava de fazer umas compras. Peguei o telefone e disquei o número da casa de , ela tinha que mudar de idéia e ir comigo até o shopping comprar algumas roupas.
- ?
- Fala, , já está se arrumando, né?!
- Não tenho roupa. Mas calma, não se desespere, eu tenho uma proposta pra te fazer ..
- Ih lá vem fumaça .. - Brincou me interrompendo.
- Calma, fofinha .. Tipo assim, ao invés de nós irmos a Domino's, a gente poderia ir no shopping fazer umas compras?
- Ain, , eu tava com desejo de comer uma pizza.
- Ué, mas depois do shopping a gente pode parar rapidinho na dominos. Vai, , por favor. - Falei com tom de súplica.
- Tá bom, tá bom, . O que eu não faço por você, hein?
- Uhú .. Eu te amo, amiga! Eu vou me arrumar aqui rapidinho e quando estiver pronta, te ligo. Fecho?
- Fechou gata. - Desligou rindo.
Como prometido me arrumei rápido, coloquei meu clássico jeans claro, uma t-shirt qualquer e meu clássico adidas. Estava super simples para quem iria no shopping, como moro em uma cidade pequena, ir ao shopping é programaço. Assim como ir na Domino's, é como uma festa. Acho que quando esses empresários que vieram abrir o shopping, as lojas e a Domino's aqui estavam completamente bebâdos quando assinaram contrato.
Liguei para , que já estava pronta. Saí correndo de casa, escrevendo embaixo do recadinho de mamãe: "Saí, não me espere para o jantar". Eu sei lá o que uma pessoa faz tanto em um supermercado. Falando assim você até acha que é um bigmarcket, que nada .. Só tem um mercadinho mesmo, isso se podemos chamar ele de mercado. Mas o bom de se morar aqui é que podemos sair para todos os lugares, em qualquer hora, que não tem perigo, uma coisa que não poderia fazer se morasse em Londres e não aqui em Tameside, pequena cidade do Norte da Inglaterra. Sim, você pode pensar que nós vivemos pré-historicamente, como no filme "Orgulho & Preconceito", talvez .. É normal, todos pensam isso, lembram daqueles pastos gigantescos, com grandes casas de tijolinho. Sabe, nós evoluímos, não estamos mais no século XIX. Mas mesmo assim, continuamos a viver em casas de tijolo, mas temos já shopping e domino's.
- Fala, trouxa. - Comprimentei , quando nos encontramos na porta do "grande" shopping.
- Nossa, como você é calorosa - Brincou , me dando um abraço. - O que deu em você para vir ao shopping?
- Ain, sei lá. Ás vezes eu também preciso de roupas né .. - riu concordando com a cabeça.
Andamos, andamos e .. Andamos. Falando assim até da pra fazer vocês acreditarem que o shopping é grande, aquilo é um ovo. Mas as lojas são muito boas. Faz esquecer um pouco da mini cidade em que vivo.
- Ih, .. Ali não é o com a Catherina? - Há, sabia que alguma coisa tinha que dar errado na minha saída, as roupas estavam vestindo bem demais para ser verdade.
- Ain, que merda! Vamos sair daqui, . - Falei puxando-a para dentro do banheiro.
- Calma, . Qual o problema deles encontrarem a gente aqui?
- É mesmo, né?! Qual o problema, vamos lá. Acho que foi meu reflexo, sei lá .. - Inventei uma desculpa para meu surto ciumento.
- Tá, o que seja. Agora eu fiquei com vontade de ir no banheiro. - Falou rindo. - Segura aí. - Assim que entrou na cabina, Catherina entrou, esbarrando propositavelmente em mim, como se eu ligasse muito, coitada.
- Ah, .. Eu vou te esperar lá fora! Esse banheiro me sufoca, sei lá .. - Ri saindo do banheiro, escutando de fundo a voz de gritando: "Não! , não me deixa aqui sozinha". Banheiros passaram a me sufocar, à partir que Catherina Bandeiras entra nele. Mas, felizmente infelizmente, encontro encostado na parede entre a porta dos banheiros feminino e masculino. Me apoiei de frente para ele, onde mais eu iria esperar ? Ela iria me matar se eu TENTASSE sair daquele ambiente. Senti alguma coisa vibrar no meu bolso, celular. Tirei-o do bolso apertado da parte de trás dando para ouvir meu ringtone; "I Will Survive". Preciso dizer que me amarro nessa gaymusic? Senti o olhar de pesar sobre mim, com um ar amigável e não antipático, como estava sendo há um tempo atrás.
- Alô? - Atendi o celular um pouco insegura, pois o número era privado.
- ? - A voz do outro lado perguntou.
- Erm .. É ela! Quem é?
- , sou eu, . - Hein? , meu deus .. Há quanto tempo mesmo a gente não se fala?!
- ? - Quando disse senti a cara de se fechar.
- ? Caraca, que saudades!
- Meu Deus, , cara .. Quanto tempo a gente não se fala, o que deu em você pra me ligar assim, do nada? - Perguntei rindo, achando mais graça ainda da cara que estava fazendo.
- Ah, , eu estou sem tempo pra nada, a minha escola aqui pega pesado.
- Seei , você deve é ter arranjado outra e me trocado. - Falei brincando, na verdade, falei mais para implicar com .
- Não fala besteira, .
- Quando que você vem pra cá?
- Então, era isso que eu queria falar com você. Eu estou indo praí nesse fim de semana, para visitar a minha vó.
- MENTIRA?! Aah, , a gente vai ter que sair, hein?! Eu estou morrendo de saudades de você, cara.
- Eu também.. - Pausa para a discução de com alguma pessoa que não conheço por voz. - Eu vou ter que desligar, . Quando eu chegar aí te ligo.
- Liga mesmo, . Beijos.
- Beijo. - Desliguei o celular e percebi que ainda pousava seu olhar sobre mim, retribuí o olhar e sorri sem graça.
- Era o , é? - Perguntou .
- Era sim, ele vai vir no fim de semana que vem.
- Nossa, ele nem me falou nada.
- Talvez porque ele não quer falar com você. - Respondi ironicamente.
- É, tanto faz. - Ouvimos o barulho da porta do banheiro feminino abrindo, olhamos rápido para ela.
- , vamos embora daqui agora.
- O que aconteceu? - Perguntou à ela, sem entender nada.
- Essa gentinha que só pensa em ofender os outros. - Pausa para o olhar significativo de Catherina para mim e em seguida para que apareceu logo depois na porta do banheiro.
- Quem vai embora daqui sou eu! - Esbravejou .
Já no caminho para a Domino's, eu mal consegüi falar sobre à Catherina, pois ela não parava de falar de como Catherina era idiota, fútil e que só ofendia os outros para se sentir bem. "Como pode existir alguém tão idiota assim no mundo?", ela falava de cinco em cinco minutos.
- , CHEGA! - Falei cortando ela no décimo sexta "Como pode existir alguém tão idiota assim no mundo?".
- Credo, ! Calma.
- Eu vou ficar calma se você parar de falar dessa mala da Catherina!
- Tá, parei, parei.
- Então, o vai vir pra cá nesse fim de semana! - Contei para , enquanto abríamos as pesadas portas da pizzaria, estava cheio. Logo fomos atendida por Kristin, a garçonete. Que nos levou a nossa clássica mesa, que por sorte estava vazia. Era a melhor mesa sem dúvida dali, você tinha visão geral de lá e do que estava acontecendo do lado de fora.
- Então .. está vindo para cá, certo? - Puxou de novo o assunto à tona.
- Veem sim ! - Respondi sorrindo.
- Muito tempo que eu não vejo ele. - teve um caso, assim .. as escondidas com , segundo ela um casinho de criança.. Mas eu e sabemos que os dois se gostavam bastante.
- Né .. Eu nem me lembro porque vocês brigaram.
- Pra falar a verdade nem eu. - Falou , rindo depois.
- Só quero ver como vai ser agora que ele "voltar" - Pausa para as minhas aspas no ar - Você pretende ficar com ele?
- Ele não vai voltar, , ele só vai passar o fim de semana.
- É, o que seja.
Comemos nossa pizza, não tocamos mais no assunto , ficamos fazendo o que mais sabemos fazer nesse mundo, rir. E com certeza melhor ainda, rir dos fúteis mór dessa cidade, isso é muito bom. Rir de como aquela loira fútil quer fazer de tudo para ficar igual a sua "abelha rainha", até perder o robolado tentando acompanhar o passo dela.
Cheguei em casa, comprimentei meu pai que tentava dormir no sofá, coisa normal aqui em casa ultimamente. Me deitei no meu quarto, escuro, só iluminado pelos faróis dos pouquíssimos carros que passavam na rua, esse é o mal de ter a janela virada pra rua. Minha cabeça estava à mil, mesmo eu deitada como estava, eu não conseguia parar de me lembrar de como era antes de tudo isso acontecer, de como eu e erámos como irmãos, todos esses momentos de que eu tenho certeza de que nunca vou apagar da minha memória, por mais que eu tente.
Me perguntava se com essa "volta" de as coisas poderiam voltar ao normal .. Coisas que só o tempo irá dizer.
Capítulo 2
Acordei no dia seguinte me sentindo um pouco mal, desci para tomar café e como sempre, papai estava na sala lendo jornal e minha mãe na cozinha arrumando as coisas, quem olha de fora não percebe o que acontece mesmo aqui dentro, de como as coisas funcionam de verdade.
- Bom dia, filha. A ligou pra você. - Falou mamãe simpaticamente.
- Bom dia, ela falou alguma coisa?
- Não, só pediu pra você ligar de volta pra ela. - Terminei o meu café, e subi para meu quarto preguiçosamente, liguei o computador e entrei no msn, , como sempre, estava online. Mas meu olho subiu na lista para uma pessoa que há séculos não via online: . Ele não tinha dado uma de pirralho e me bloquiado? Abri a caixa de conversação de , perguntei o que ela queria e em seguida se eu falava ou não com ele. De resposta obtive um NÃO, em maíusculo. Fiquei conversando horas com até enxer de msn e desligar o computador, mas o por que de ter me desbloquiado ainda reinava na minha humilde cabeça. Tá que isso pode não significar muito, ele poderia sei lá, cansar de me bloquiar. Isso não significa que ele quer voltar a falar comigo ou qualquer coisa do tipo, até porque depois de ser "traída" pelo seu melhor amigo, como eu fui, ninguém volta a falar rápido assim com ele e do nada, talvez só em filme. Minha vida não é um filme ou alguma fiction que leio, e sim uma novela mexicana. Creio eu que em novela mexicana, a mocinha, no caso eu, mataria o vilão, no caso , talvez. Acho que desliguei o computador na hora certa, aquelas letrinhas do teclado não fazem bem para mim.
Desci e me sentei do lado da minha mãe que falava algo bem engraçado com alguma amiga, que para mim não tinha graça nenhuma, papai parecia não estar em casa mais em casa, pois se estivesse eles estariam discutindo. Fiquei olhando para minha mãe prestando atenção na conversa, o assunto parecia estar bem divertido. Mas meu rosto safado se desfez no momento em que ela falou o nome da mãe de , inocente fui em pensar que talvez elas também pararam de se falar todo esse tempo. Quando ela desligou, olhou para mim e ordenou que eu subisse e colocasse uma roupa bonitinha, que nós iriamos almoçar fora. Sem responder nada subi de novo, para fazer o que ela tinha mandado. Coloquei uma calça jeans, dessa vez escura, um casaco de moletom da Hurley, pois estava chuviscando e de novo meu clássico adidas. Quando desci as escadas minha mãe já me esperava.
- Aonde que a gente vai almoçar?
- Na casa dos 's. - Quando minha mãe falou isso, esbugalhei meus olhos e engasguei com minha salíva, pois eu não estava com nada na boca.
- É o que, mãe? Você sabe que eu não falo mais com o ! - Inocente fui eu em achar que iria almoçar no shopping.
- Pára de palhaçada, ! Já está mais do que na hora de vocês pararem com isso e voltarem a se falar.
- Ele não gosta de mim e nem eu dele. - Quando disse isso minha mãe parou de andar e me parou.
- É lógico que ele gosta de você, minha filha! Você sabe por algum acaso, do que eu estava falando com a mãe dele no telefone?
- Não, e não me interessa.
- Era sobre vocês dois. - Mamãe respondeu voltando a andar até a garagem.
- Sobre a gente? Porque? - Perguntei correndo atrás dela tentando acompanhar o passo.
- Ué, ela me perguntou o porque de vocês estarem brigados, mas mesmo assim perguntar para nós como anda um e o outro.
- Quê? Não entendi nada do que você me falou.
- Ela não estava entendo o porque de vocês dois brigarem do nada, mas mesmo assim, você me pergunta como vai o , e ele pergunta como vai você à ela. - Respondeu minha mãe, batendo a porta do carro.
- Ele pergunta sobre mim?
- Sim, pelo que ela diz, bastante até.
- Pergunta o que?
- Se você está bem , sei lá .. As mesmas coisas que você me pergunta sobre ele.
- Eu nunca perguntei sobre ele para você. - Quando disso isso mamãe parou de olhar para trás para fazer a manobra e me olhou.
- Como assim nunca me perguntou sobre ele? Deixa de mentira, ! Sempre quando eu toco no assunto você me vem com um "Como que ele está, por falar nisso?". Você acha que eu acredito na desculpa do: "Só por saber mesmo" - pausa para as aspas no ar toscas da minha mãe. - que você faz quando eu te pergunto o porque de você estar me perguntando dele?
- Ah, mãe, você pensa o que você quiser. Mas eu nunca me interessei em saber se o estava bem ou não, como tenho certeza de que ele também não se importou, eu acho que vocês só estão armando isso nós voltarmos a nos falar.
- Parou, hein, . Pára de falar que sua mãe é mentirosa, isso é feio. - Ela retrucou, voltando a atenção na rua. Como a cidade era pequena e a rua "deserta", as pessoas não andavam na calçada e sim no meio da rua. E fomos o caminho inteiro discutindo se ela estava falando a verdade, ou não, sem deixar escapar um: ''Meu bebê, a mamãe não iria mentir pra você", um dia eu ainda pergunto se minha mãe sabe mesmo a minha idade.
Chegando a casa de , que não era nem um pouco longe lá de casa, saltei do carro e logo veio a Sra. nos receber, ela sempre foi muito simpática comigo, sempre me encheu de comida quando eu ia lá, e eu claro nunca reclamei, ninguém reclama quando ganha comida de graça, vamos combinar .. Eu sinto falta de vez enquando dos almoços mais do que gostosos que ela fazia, bem gordurosos também, mas eram bons demais. Entrei na casa e logo aquele cheiro tão conhecido voltou na minha mente, quanto tempo eu não o sentia, aquilo era como um neosoro em nariz entupido [n/a: HAHAHAHAHA, eu sei que essa foi péssima]. Logo mais a frente apareceu o pai de , um gordinho muito simpático, era como se fosse minha segunda família e aqui, segunda casa.
- Ah, , quanto tempo! - Saludou ele, me abraçando. Correspondi o abraço e pus um sorriso envergonhado na cara.
- Vamos almoçar? Eu só estava esperando vocês pra comer! - Chamou tia , indo em seguida a sala de jantar. Eu estava curiosa para saber onde estava, não tinha visto nenhum sinal dele até agora. Bem melhor assim, não vou ter que enfrentar desgraças em fim de semana, é demais pra mim, estou de férias.
- ! - Ouvi a voz de vindo das escadas, graças à Deus eu estava de costas, e assim fiquei, continuando meu caminho de formiga até a sala de jantar. Pra que eu fui abrir a minha caçapa? Só de falar no nome desse garoto, ele aparece. De longe eu só escutava a alegria de conversando com a minha mãe. Arrastei a cadeira em que eu sempre me sentava quando vinha para cá e sentei. Logo veio minha mãe com ele a tira colo. Para que mesmo eu fui sentar na cadeira que eu sempre sento? Eu não me lembrava que quem se sentava ao meu lado era . Quando ele puxou a cadeira para sentar, arrastei a minha para trás, ameaçando mudar de lugar, mas me puxou pelo braço, me impedindo de fazê-lo, logo em seguida todos já haviam ocupado seus lugares. Esgotando as minhas possibilidades de mudar de lugar.
O almoço foi tranqüilo, de vez em quando eu soltava minhas velhas gargalhadas, minha marca registrada desde pequena, não é à toa que meu apelido sempre foi: risadinha. Troféu joinha para isso, eu nunca consegüia me segurar e acabava rindo nos momentos mais improváveis possíveis. Quando vi que todos estavam a se levantar o fiz também, evitar a ficar sozinha com era essencial, mas logo me empurrou para a sala, onde tinham os sofás mais comfortáveis que eu já me sentei em toda minha vida, eu adorava chegar do colégio sabendo que iria ter o sofá da tia inteirinho para mim, é bem mongol isso, eu sei.
- Ai, , espera aí que eu TENHO que mostrar pra vocês uma coisa que eu achei outro dia. - Falou já desaparecendo escada a cima. Não demorou muito para ela voltar com um álbum preto gigantesco, escrito na capa: PHOTOS. - Ai, , tem cada coisa aqui ! - Falou, gritou jogando o álbum em cima da mesinha de centro, o abrindo em segunda. e eu trocamos olhares, pois já sabiamos do que se tratava, sem dúvidas de fotos antigas de nós dois.
- Olha essa aqui, meu filho. - Tia falou, entregando uma foto com duas criancinhas nela para , fazendo ele dar uma gargalhada em seguida. - Pega, , vê.. - Peguei a foto e pude ver que sim eram duas criancinhas, eu e pirralinhos dentro de uma bacia d'agua, nós deviamos ter uns três anos.
- Caramba, quanto tempo tem isso? - Perguntei.
- Ih, filha, muitos anos de travessura, deixe-me ver. - Respondeu mamãe tomando a foto de minha mão.
- Vocês eram como unha e carne. - Tia .
- Se eu não sei. - Falou minha mãe se sentando no chão ao lado da mãe de , dando gargalhadas esquisitas com TODAS as fotos que pegava. E ali ficaram as duas, horas e horas, vendo fotos constrangedoras da minha infância, até engatar em um assunto nada agrádavel, na minha opnião; O por que da minha briga com ele.
- Eu não entendo nada desses jovens de hoje em dia. Brigam, fazem as pazes, mas não voltam a se falar. - Esbravejava minha mãe.
- Né... também me disse que fizeram as pazes. Mas duvidei quando disse, por que sei que se eles tivessem feito de verdade as pazes, estourava por aqui.
- Pára, mãe! Isso é coisa minha e da , não tem nada a ver vocês ficarem fofocando isso. - Concordo.
- Nós não estamos fofocando, meu filho. Estamos apenas, conversando sobre o assunto.
- Vocês não têm outro assunto que não seja filhos? - Perguntei. Nossas mães se olharem e soltaram uma gargalhada tosca e um "Não" mais tosco ainda em resposta. Eu que já estava estressada, fiquei mais ainda quando tia tirou do álbum uma foto de me dando um selinho.
- Olha isso, , eles eram tão novinhos!
- Nossa, é verdade, eu sempre soube que o tinha uma queda pela a desde pequeno. - O negócio já estava indo para o lado pessoal, mais uma palavra das duas eu iria falar da vida pessoal de minha mãe também, como eu sempre digo: "Fala o que não devia, escuta o que não quer".
- E a ? Seeeeempre amou o zinho, ela me disse isso outro dia.
- CHEGA! - Gritei. - Se nós nos amamos isso diz respeito à mim e , certo? Antes estavam só na brincadeira, com fotos minhas constrangedoras, mas agora o negócio está indo mais pro pessoal. Se eu gosto de , o problema É MEU. E mãe, quando eu te falei que eu amava ele eu deveria ter uns cinco anos. - Me levantei indo em direção a minha bolsa que estava em cima do outro sofá, ao lado de . - Ah, Agora me lembrei o porque de eu não te contar mais nada da minha vida, por que eu sei que você vai sair gritando à mil mundos o que eu te disse, como fez agora. Se eu começasse a espalhar que você e meu pai moram na mesma casa, mas não se falam mais? Você já parou para se perguntar porque eu NUNCA estou em casa? PORQUE EU PREFIRO FICAR SENTADA NA CALÇADA do que ir para casa ? PORQUE EU NÃO AGÜENTO MAIS VIVER NAQUELA VIDA COMPOSTA POR MENTIRAS. - Gritei e fui andando em direção a porta, o silêncio reinava naquela casa, como eu estava de costas não dava para ver a cara de ninguém, mas do que eu conheço de minha mãe, ela deve estar com uma cara de cú enorme, com a boca aberta sem acreditar nas verdades que eu tinha acabado de falar, era sempre assim, ela prefere ouvir mentiras do que a verdade. Esse talvez seja o lado que eu puxei dela, eu prefiro escutar somente o que me faz bem, mesmo que seja tudo mentira. Saí pela rua chorando, chorando não, naquela altura já passava rio pelo meu rosto, que estava ficando cada vez mais gelado por causa dos ventos fortes e muito gelados que batiam de contra meu corpo. A chuva insistia em cair. Estava caminhando para o caminho contrário a minha casa, não poderia de jeito nenhum encontrar minha mãe, eu estou de cabeça mais do que quente, era capaz de falar mais verdades ainda, o restinho de mágoas que restavam. Escutei meu celular tocar dentro da minha bolsa, parei de andar como se não tivesse mais estrada a minha frente. Estava dividida entre continuar, ou atender. Resolvi abrir minha bolsa rapidamente e ver quem estava ligando, para minha surpresa era da casa de , provavelmente tia para me dar uma puta bronca por soltar os cachorros na cara da minha mãe e de todo mundo, apertei em end, sem desligar o celular e continuei a andar. Lembrei que estava fazendo o caminho do antigo lago, aonde meu pai custumava me levar quando era pequena, resumindo, o lugar onde eu sempre ia quando estava com medo de encarar alguma coisa. Do nada comecei a correr, queria chegar logo lá para poder assim, me sentar nos bancos de pedra que tinham debaixo de uma árvore na beira do lago, a chuva estava cada vez mais forte e eu corria cada vez mais.
Chegando finalmente no lago, só parei de correr quando senti a chuva parar um pouco, pois eu já estava debaixo dos galhos da árvore, me sentei no enorme banco de pedra com as mãos no joelho para me aquecer e encostando minhas costas do gigantesco tronco, a chuva aumentava e continuava a me molhar, agora menos pois estava "protegida" pela árvore. Eu continuava a chorar e escutei meu celular tocar de novo, dessa vez era do celular de , não sei porque resolvi atender.
- ?
- O que você quer? - Perguntei tentando proteger meu celular com o cabelo, sem sucesso pois estava encharcado.
- Onde você está?
- Não te interessa! - Gritei, pois o barulho da chuva era grande. Ameaçando desligar o celular.
- NÃO! não desliga, por favor. Me diz onde vocês está!
- Você sabe bem onde estou, se você me conhece desde pequeno, você saberia. Isso se você ainda é o que EU conheço desde pequena. - Esbravejei desligando o celular o jogando em seguida na minha mochila. Fechei meus olhos e escorei minha cabeça no tronco da árvore e assim fiquei um bom tempo, sentindo as gotas fortes de chuva caindo em meu rosto, até escutar alguém gritar meu nome, a chuva era forte demais para ver quem era, me levantei e fui caminhando em direção à pessoa, quando chegava mais perto percebi que era .
- Você é louca ? O que você está fazendo aqui ?
- Não te interessa. - Falei fria, empurrando para o lado, e continuei a andar.
- Volta aqui, . Me diz, o que está acontecendo com você ?
- Acho que você já escutou demais. - já estava do meu lado acompanhando meu passo.
- Você não era assim! - parou de andar, fazendo eu parar também.
- Primeiro; você não tem moral para falar assim comigo e segundo; Quem mudou aqui foi você! Pelo que eu saiba a gente sempre jurava acreditar um no outro não importa o que acontecesse, e o que você faz? Acredita em uma pessoa que nem conhece direito. - Falei tudo muito depressa e comecei a correr, meu rosto estava congelado, mas àquela altura não me importava mais. Quando já estava longe o suficiente do lago parei de correr repentinamente, eu não poderia ir para casa agora. Não, mesmo. Nem ao menos parentes eu tenho aqui em Tameside. Mais uma vez meu celular tocou, olhei quem era para ver se poderia atender, era . Lógico, eu iria é pra casa dela.
- Alô?
- ? Aonde você está?
- Na rua. - Respondi rindo, é sempre assim .. Quando estou nervosa ou eu choro muito ou fico rindo que nem uma hiena.
- Você é maluca?
- Cara, por quê todo mundo me diz isso? Que droga, poxa .. Eu estou indo pra sua casa, tá?
- Tá bom, aqui a gente conversa. Beijos, meu amor.
- Beijo, fofinha. - Desliguei e voltei a caminhar lentamente, dessa vez com destino. A chuva agora não estava tão forte quanto antes, mas ela ainda insistia em cair.
Capítulo 3 - Shot to Pieces
Passei a noite na casa de , contei tudo o que tinha acontecido para ela, até a hora em que apareceu no lago, e claro, me achou mais maluca do que já acha, quando soube que eu fiquei debaixo daquela chuva sentada em um banco.
- Tchau, meu amor. Sorte lá com a fera. - Se despediu quando eu estava saindo da casa dela, já tarde, para voltar para casa. O quanto eu pudesse adiar esse reencontro com minha mãe seria melhor. Já até ensaiei com como vai ser; Provavelmente ela vai estar sentada no sofá, eu vou chegar, não vou falar com ninguém e subir para o meu quarto. Meu pai não deve saber de nada, até por que ela NUNCA abriria a boca para falar com ele, ainda mais para falar alguma coisa sobre mim.
E foi exatamente o que aconteceu quando passei pela porta minha mãe me acompanhou com um olhar fuzilador até eu desaparecer nas escadas, o que estranhei foi que ela não gritou nem nada, melhor para mim. Subi para o meu quarto e não sai de lá até amanhecer o dia, como não queria cruzar com ela pela manhã, quando meu humor não está nada, nada, bom. Coloquei o despertador, podia ouvir o coro de aleluia por ter acordado bem na hora que sonou o despertador, me levantei, como sempre me arrastando, e fui para o banheiro tomar meu banho, como faço em todos os dias da minha vida, sem contar com fins de semana e feriados.
Quando cheguei na escola não tinha ninguém, fui até o pátio de trás e andei ainda me arrastando, para as quadras que eram lá em cima, não iria ter aula de educação física a essa hora, então poderia ficar sozinha por um tempo. E foi o que aconteceu.
Cheguei a conclusão de que a única pessoa que eu mais posso confiar em toda a minha vida é , minha situação agora é; Tenho apenas UMA pessoa ao qual contar sempre que precisar, a quem confiar e compartilhar gargalhadas, ela é a única pessoa que tem o poder de me animar nessas situações. A falta que me faz é enorme, mas eu não posso ficar me prendendo a um garoto que eu nem mantenho contato visual, quanto físico. Quando desci para o prédio da escola, quase todos de minha classe já tinham chegado, apenas que não estava lá. Grande sorte minha, não?! Sem na escola eu não sou nada, eu sou apenas um zumbi solitário rondando.
Entrei na sala e fui pro meu clássico lugar lá trás. Até em questão de lugares na sala a minha turma tinha que ser diferente, não eram os "nerds" que sentavam na frente e sim os fúteis (leia-se: Populares), isso por alguma coisa tosca que Catherina falou quando chegamos no primeiro dia de aula. Só poderia ter vindo dela. De longe eu observava chegando, parecia não estar muito bem, porque ele está sempre sorridente, mostrando à Deus e o mundo quem namora e todas essas coisas .. Mas hoje ele parecia meio abatido, não abria nenhum esboço de sorriso quando alguém ia falar com ele.
A aula começou e nenhum sinal de , estranhei pois ela não costuma se atrasar, porque o pai dela sempre a deixa na escola de carro, antes de seguir para o trabalho. Mas não é nada, ela deve chegar no segundo tempo, quer dizer, ela TEM que chegar no segundo tempo.
(...)
Já soava o sinal do recreio e nada de , resolvi ligar para ela. Ainda dentro da sala, peguei meu celular e meu iPod e me sentei no chão do lado de trás da sala.
- Alô ? - antendeu.
- ?
- Ahm, Oi, !
- Você está doente?
- Não .. Quer dizer, estou. Não, eu não estou doente!
- Você está ou não doente, ? - Perguntei mais uma vez, rindo com a indecisão de .
- Não .. , eu estou precisando conversar com você!
- Pode falar!
- Não, é uma coisa meio séria. Será que eu posso ir na sua casa depois da escola? - Concordei desligando o celular, seja lá o que for eu vou ficar sabendo depois da escola. Ela provavelmente deve ter entrado em depressão porque o vai passar o fim de semana aqui, ou alguma coisa do tipo.. Essa é minha melhor amiga, sensível ao estremo. Coloquei os phones do iPod no ouvido e escutei a introdução de "Shot to Pieces". Uma das minhas músicas predilhetas. Me lembro que em meu aniversário de 14 anos, fez um mini serenata para mim tocando ela em violão, por ser a minha predilheta, mesmo a letra não sendo as das mais bonitas.
Coloquei no máximo e prestei atenção no que a letra dizia:
I sit
(Eu estou sentada)
Biting on the end of my pen
(mordendo a ponta da minha caneta)
Chewing It up, Just like It was your head
(Mastigando, como se fosse sua cabeça)
I'm running away from here,
(Eu estou fugindo daqui)
Shot to pieces, shot to pieces
(Arruinada, arruinada)
Have nothing to say from here,
(Tenho nada a dizer agora)
Shot to pieces, shot to pieces
(Arruinada, arruinada)
Going my own way from here,
(Trilhando meu caminho a partir daqui)
Shot to pieces, shot to pieces
(Arruinada, arruinada)
Just leave me alone
(Apenas deixe-me em paz)
For give
(Perdoar)
For get
(Esquecer)
What you did to me
(O que você fez comigo)
I got to get free
(Eu tenho que me libertar)
Before I go crazy
(Antes que eu fique louca)
Com essa música me veio a cabeça de novo, todos os momentos em que passei com como um filme, desde o momento em que brincávamos no parquinho, quando nossos pai nos levavam no mesmo lago de sempre e ficávamos horas brincando. Quando ele me jogou no lago e começou à chorar pensando que eu iria me afogar, como eu ri da cara dele. Que quando éramos já mais grandinhos, resolveu me ensinar à tocar violão e que eu sempre desastrada, arranquei uma corda .. Não sei como, e ele gritou muito comigo, mas no dia seguinte eu fui no shopping comprar um novo, me lembro da cara que ele fez quando eu apareci com ele na casa dele. Me lembro das músicas que ele escrevia pra mim.
Fiquei um bom tempo que nem uma retardada velha lembrando dos momentos, o alto sinal avisando que o recreio tinha acabado bateu, saí do meu transe, mas dei de cara com sentado na minha frente.
- Que foi? - Perguntei.
- Nada. É só que eu entrei aqui pra pegar uma coisa e escutei um barulho alto de música que vinha daqui de trás. E quando eu cheguei aqui vi que era você.
- Tá, e? - Perguntei me levantando, caminhando até meu lugar.
- A música que você estava ouvindo, eu gosto dela.
- Bom pra você. - Falei sentando, pois todos já estavam começando a entrar na sala, todos inclui Catherina e eu não estou querendo mesmo problemas no momento.
- Mesmo você não me perguntando o por que de eu gostar tanto dela, mesmo sendo uma mulher no vocal, eu vou falar...
- Você ainda não desistiu dessa idéia que homem não pode escutar mulher cantando?
- Não é isso, você sabe que não é. Eu não gosto é da cantora. Calma, calma, não precisa fazer essa cara pra mim, . - Falou rindo. - Mas você não deixou eu terminar de falar o que eu estava tentando falar antes.
- Fala logo, . A sua namorada está vindo pra cá e eu não estou afim de discussões hoje e..
- Ela me faz lembrar de você. - Respondeu me cortando. Precisa falar o quanto eu fiquei paralisada quando ele me disse isso? - De todas as coisas que passamos - Ele continou. - Você sempre cantava essa música, falando que ela foi feita para você, e eu concordo, mas nunca entendi de quem seria a cabeça que você estaria mastigando. - riu, me fazendo rir envergonhadamente também.
- Meu amor, vamos nos sentar? - Catherina falou abraçando por trás e puxando ele para frente.
Fiquei os útlimos tempos de aula pensando em que tinha falado sobre a música, mas uma vez fui acordada de meus pensamentos pelo sinal avisando que a aula por hoje tinha acabado. Arrumei minhas coisas rápido e sai rápido da sala. Eu queria ir correndo para casa de contar o que tinha acontecido.
Toquei a campainha da casa de e ninguém atendia, me sentei na calçada, peguei meu celular e digitei os números do celular dela.
- Alô ? - atendeu com a mesma voz de choro que tinha escutado mais de manhã.
- , cadê você?
- Eu já estou indo pra sua casa.
- Pra que?
- , você já se esqueceu que tinha combinado comigo de eu ir na sua casa depois que você saísse da escola para conversar? - Cacetinha, tinha esquecido sim, mas podemos abstrair esse fato, se eu falar que esqueci, pode fiquei chateada, já que ela disse que era alguma coisa séria, sem contar que a minha fama de menina desligada e esquecida iria somente aumentar.
- Não esqueci, não. Eu já estou saindo daqui da escola, estou indo pra casa. Eu me atrasei um poquinho, sabe .. Fiquei tirando umas dúvidas!
- Tá, então quando chegar lá me liga!
- Pode deixar. Beijo. - Me despedi e fui andando rápido até em casa.
Quando cheguei em casa, não tinha ninguém. Olhei a porta da geladeira e não tinha nenhum recadinho falso de minha mãe, tinha uma comida congelada no freezer e era isso mesmo que iria comer, tirei da tigela e pus no microondas, enquanto descongelava subi para meu quarto tirando a roupa da escola, colocando em seguida uma calça e um moletom que sempre uso para ficar em casa em dias frios como o que estava fazendo hoje, peguei o telefone e liguei para avisando que tinha chegado em casa, que ela já poderia vir para cá.
Desci e a comida já estava pronta, engoli tudo muito rápido e me sentei no sofá, ligando a TV em seguida para esperar . A campainha não demorou muito para tocar, abri a porta e encontei uma cabisbaixa, abri espaço para ela passar, foi em direção a TV e desligou-a, olhou para mim séria e fez um movimento para que eu sentasse no sofá.
- Eita, , o que é ?
- Eu preciso falar uma coisa com você, .
- Fala logo, alguém morreu?
- Não, não é nada disso.
- O que é então?
- É que, é que... - desabou em lágrimas, me levantei e abracei ela.
- O que foi, ? Pode falar ..
- Eu não sei como te falar, eu te amo muito, tá?
- Eu também, amiga. Me diz o que aconteceu? - Falei me afastando um pouco de .
- Eu vou embora pra Londres, .
- Tá brincando, né? - Perguntei incrédula.
- Não. - desabou mais uma vez em lágrimas, colocando a mão no rosto, logo em seguida abracei ela de novo.
- Quando isso?
- Na sexta.
- Sexta agora ? - Perguntei, vendo em seguida concordar com a cabeça e agora quem começava a desabar em lágrimas era eu. não poderia ir embora assim de uma hora pra outra, o que vai ser da minha vida sem ela? Nada. Eu não tenho mais ninguém. - , desde quando você sabe disso? - Perguntei me afastando mais uma vez de .
- Já faz um mês.
- E você não me fala NADA?
- Eu não sabia como falar, . E eu tinha esperanças de conseguir insistir com meu pai da gente ficar, mas não tem como. Meu pai já comprou a casa, eu já estou matriculada na nova escola, as aulas começam na segunda já! - chorava muito e eu não sabia o que sentir, estava chocada com a bomba que tinha acabado de me falar. Ficamos abraçadas por um tempo, mas depois de minutos já estavamos rindo feito bobas junto com choro, jurando que todo fim de semana ou ela viria pra cá ou eu iria pra lá, eu lembrei de uma tia que tenho em Londres, lembramos de , que também está em Londres. Enfim .. Ficamos falando coisas que nos fizesse bem, tentando nos convencer, embora impossível, de que a distância não iria nos separar, que eu ainda vou continuar sendo a amiga maluquinha dela e ela a minha psicóloga.
Pedi para dormir lá em casa, prometemos uma a outra que essa última semana nós iriamos viver intensamente, sem se preocupar com nada. Quando contei para o que tinha dito, ela abriu a boca incrédula e apenas me disse: "Depois dessa até eu mudo minha opnião; Ele ainda gosta de você, ".
Capítulo 4 - Unpredictable
No dia seguinte acordamos cedo, eu teria que ir pra escola e para casa ajudar aos pais a começar à empacotar as coisas, tanto mamãe quanto papai não estavam em casa, acho que nem chegaram ontem a noite. Sabe-se lá onde esses dois estão.
Eu estava bastante abatida e inchada, não pela cara de sono, mas por ficar chorando à noite inteira pensando em como sobreviver sem , ela é a única que me faz esquecer de tudo.
Quando cheguei na escola, já tinha começado a primeira aula, como sempre eu cheguei atrasada há tempo de não pegar a primeira aula, eu não sei como consigo passar de ano, eu praticamente não assisto aula, ou fico escutando iPod, ou conversando com . Sentei no chão, ao lado da porta da sala para esperar, escorei minha cabeça na parede e como meus olhos estavam pesados, os fechei. Logo em seguida, senti alguém se sentar do meu lado, espiei de rabo de olho e era .
- O que você quer ? - Perguntei voltando a fechar meus olhos.
- Companhia. - Quando disse isso abri meus olhos novamente e virei-me para ele, que parecia estar no mesmo estado que eu, inchado e abatido, mas isso ele estava desde ontem e não tinha mudado tanto, só piorado. - O quê? - Perguntou , se fazendo de desentedido. - Eu cheguei atrasado também.
- Tanto faz. - Voltei a fechar meus olhos.
- Sua mãe dormiu lá em casa.
- Ah, sabia, ela não iria fugir com meu pai e me abandonar. - Abri meus olhos novamente.
- Ela não faria isso.
- Sei lá, eu não dúvido.
- Ela gosta de você.
- Não sei não. Se ela gostasse, iria se importar mais comigo.
- É o jeito dela esse.
- Qual? Rejeitar a filha?
- Ela não tá te rejeitando. Você que tá rejeitando ela!
- Que mentira, !
- É verdade, . Você que não quer enxergar isso.
- Ah, por favor, você não sabe nem metade dos meus problemas! - Falei ameaçando me levantar, mas me impediu de fazê-lo.
- Não tem problema chorar na minha frente, . Isso não muda os pensamentos de ninguém; Se a pessoa é forte ou não. Eu tenho uma opnião formada sobre você. - Não consegui segurar as minhas lágrimas e elas começaram a rolar. Me encostei no ombro de e ele começou a fazer carinho em meu cabelo.
- E que opnião formada você tem sobre mim?
- Mesmo parecendo a pessoa mais forte do mundo, você é um bebê chorão. - Respondeu ele rindo, me fazendo rir também. - Mas isso não é um defeito, muito pelo contrário. Eu acho você a melhor pessoa que eu já conheci em toda minha vida. - Quando disse isso, eu olhei para cima, queria encarar os olhos dele, ficamos nos olhando por um tempo, tinha uma tensão no ar, os dois queriam beijo mas não iriam iniciar. Mas fomos impedidos de "prosseguir" pelo sinal, sempre incoveniente. Nos levantamos rápido e entramos na sala, ele para o mundo dele e eu para meu, lá trás com os nerds.
Os primeiros tempos foram sem graça, como sempre são e vão ficar mais ainda sem a me fazendo companhia, mas eu reparava que olhava para mim direto.
Bateu o sinal do recreio e corri para a máquina de coca-cola, que normalmente ficava lotada, devido a quantidade de alunos e a quantidade de máquina: Uma. Trófeu Joinha pra isso.. Não vendia refrigerante na cantina, só tinha na máquina, uma coisa bem inteligente, eles não querem que a gente perca tempo, magina.
Aproveitei que só tinham três pessoa lá, corri para entrar logo na fila, senão depois vinha uma manada junto com e Catherina e foi o que aconteceu logo em seguida. Catherina estava junto com ele atrás de mim. Chegou minha vez, coloquei minha cédula, escolhi o que queria e abaxei para pegar minha coca-cola, mas calma .. Cadê? Cacete só falta ter travado de novo, dei um tapinha do lado da máquina e olhei pra trás como quem pede ajuda e aproveitei para olhar o tamanho da fila que estava aumentando, dei um tapa mais forte e não caiu.
- Tá difícil ai, ? Vamos logo! - Falava Catherina com sua voz irritante.
- Pois é, se você colaborasse iria ser mais rápido.
- Ai, é simples sua besta, clica de novo aqui - Catherina falou clicando várias vezes no botão onde estava a foto da coca.
- Nossa, é simples, hein? - Falei tirando com a cara de Cath, que ficou vermelha de raiva ou de vergonha, não consegui indentificar o que ela queria dizer. - Quer saber?! - Perguntei, dando um chute na máquina, que logo em seguida cuspiu duas latinhas de coca-cola, uma foi no chão estourando em cima de Catherina, fazendo a menina gritar com nojinho da coca e a outra caiu perfeitamente na "janelinha" da máquina, peguei a latinha, dando um gole em seguida. Olhei para Catherina, dei um sorriso vitorioso e saí andando em direção a sala.
Assim como ontem peguei meu iPod e fui me sentar no fundo da sala, fechei os olhos e pus no volume máximo
When everyday is the same old routine
(Quando todo dia é a mesma velha rotina)
Be bold, change it up, kill monotony
(Seja ousado, mude, mate a monotonia)
I don't like to blend in with the crowd
(Eu não gosto de me misturar com a multidão)
I don't like to be quiet- I like it loud
(eu não gosto de silêncio, eu gosto de barulho)
I'm spontaneous, delirious, and all in between
(eu sou espontanêa, delirante e tudo mais)
Live like there's no tomorrow,
(Viva como se não houvesse amanhã)
Know what I mean?
(Sabe o que quero dizer?)
I hate when things are simple and so plain,
(Eu odeio quando coisas são simples e tão comum)
Don't wanna be the same
(não queira ser a mesma)
Cause I'm unpredictable, unpredictable
(pois sou imprevisível, imprevisível)
I like when things are crazy and insane,
(eu gosto quando coisas são loucas e insanas)
Don't wanna be tame
(não quero ser domada)
Cause I'm unpredictable, unpredictable
(pois sou imprevisível, imprevisível)
I can't stand to be understandable
(Eu não suporto ser entendida)
I can't control that I'm uncontrollable
(eu não posso cotrolar que eu sou incontrolável)
Don't be so uptight- just let it go
(não seja tão nervoso, apenas deixe-se levar)
Do the unexpected, or you'll never know
(faça o inesperado ou você nunca saberá)
Don't wanna be the same
(Não queira ser a mesma)
Don't wanna be tame
(não quero ser domada)
I like when things are crazy and insane,
(eu gosto quando coisas são loucas e insanas)
Don't wanna be tame
(não quero ser domada)
And I hate when things are boring and mundane
(e eu odeio quando coisas são chatas e mundanas)
Cause I don't, I don't wanna be the same
(porque eu não, eu não quero ser a mesma)
Era imprecionante como aquela música foi feita para mim, todas as palavras pareciam estar descrevendo a minha personalidade ou meu jeito de me sentir. Quando a música acabou abri meus olhos e mais uma vez estava sentado na minha frente.
- Dessa vez você não veio pegar nada aqui, né?! - Falei brincando.
- É verdade. Você me pegou. - respondeu rindo.
- Então, o que veio fazer aqui? - Perguntei indo em direção a minha carteira.
- Te fazer companhia.
- Mais uma vez? Você acha que eu sou carente?
- Não, não é isso. Mas você sempre está sozinha.
- Isso não significa que eu queira companhia.
- Ai, , você está muito grossa, você não era assim, não...
- Pra você ver as pessoas mudam, agora não da pra voltar atrás mais. - Falei dando um indireta para , que quando ouviu isso se sentou na carteira a minha frente, virando para trás como se fosse uma pirralha fofocando.
- Quem disse que as pessoas não podem voltar atrás? Elas podem se arrepender.
- Mas nada vai ser como antes. Poderia ser se tivesse alguma máquina super duper poderosa de voltar ao passado, mas como não existe. Sem chances.
- Eu consigo sem a máquina.
- Ah, ainda não inventaram uma máquina que apague memória também, desculpas, . - Quando disse isso, ele se virou e andou em direção à porta, quando estava prestes a fechar a porta gritou um: "Qual o seu problema? Eu não te entendo". Batendo a porta com força em seguida. Se ele pensou que seria fácil reconquistar a minha amizade errou, pois depois de tudo que ele fez, me excluindo do nada, não acreditou na pessoa que sempre apoiou ele em todos os momentos e acreditou em uma falsa como a Catherina, não merece ser perdoado assim tão fácil, não no meu ponto de vista. É preciso de umas desculpas pra cima, tenho certeza de que ainda não fez isso, não ouvi nenhum desculpas, da boca dele. Tudo que eu espero é que ele não me julgue amanhã pela maneira que estou me sentindo hoje, posso estar fazendo algo errado, mas no momento acho que isso é o certo e vou continuar à excluir ele, tentando resistir a "recaídas" como hoje de manhã.
Na hora da saída me surpreendeu ao falar que minha mãe queria falar comigo e que era pra eu ir pra casa dele com ele. De início eu estranhei um pouco, mas acabei cedendo e fui.
- Sabe, , eu não tenho dormido muito de noite.
- Que coisa de gay, .
- , não fala besteira. - Quando falou isso eu caí na gargalhada.
- Mas por que você não tem dormido direito? A Cath quebro a unha? - Perguntei com expressão de dor.
- Pára de falar dela assim.
- Ui, tá parei - Respondi levantando minhas mãos pro alto. - Mas porque você não está dormindo a noite, meu caro ?
- Eu estou preocupado com você.
- Comigo? - Perguntei ficando séria de repente.
- É, você está muito diferente, e é difícil ver você sofrendo com essa situação dos seus pais, sem poder fazer nada. - Não respondi nada, olhei para o chão e continuei a andar. - Antes eu iria te abraçar e te confortar até você parar de chorar. Mas agora é diferente, eu nem sabia que você estava passando por isso na sua família, é estranho..
- É, e isso não é nem metade do que eu to passando. , eu me esqueci de um negócio lá em casa, fala pra minha mãe que eu vou me atrasar um pouco, beijos. - Falei já me distanciando dele, que estava com cara de bunda sem entender nada olhando para trás. Eu não consigo ficar mais perto de sem pedir um abraço e todas essas coisas, sei que se voltar a falar com ele vou ter recaídas de paixonites. Tenho que pôr na minha cabeça que afastar ele de mim agora é o ideal!
Cheguei em casa arfante, pois tinha vindo o caminho inteiro correndo, não queria correr riscos de minha mãe ir para rua atrás de mim. Peguei o telefone e disquei o número da casa de .
- Alô? - atendeu.
- ? Você pode passa pra minha mãe?
- Dois segundos..
- Tá. - Escutei no fundo gritar o nome da minha mãe.
- Filha? - Mamãe atendeu.
- Mãe, eu não vou poder ir prai, eu descobri que tenho milhões de deveres para fazer.
- , eu preciso falar com você! Quando eu chamo é pra você vir. - Mamãe mudou de um tom angelical para diabólico.
- Nossa mãe, calma. Mas é que eu estou CHEIA de coisas para fazer, mesmo.
- Vem pra cá, AGORA! Eu não estou brincando!
- Tá, tá, mãe.. Já estou indo, beijos. - Desliguei o telefone. Coloquei minha mochila no meu quarto e troquei meus tênis por um par de chinelo, muito mais confortáveis e fui andando lentamente para casa de .
(...)
Me sentei no clássico sofá da casa da tia , mamãe estava sentada na poltrona de frente para o sofá com a cara inchada. Apenas ela e tia estavam na sala além de mim, nenhum sinal de .
- , eu tenho que falar umas coisinhas com você. - Mamãe começou com tom de interro.
- Pode falar. - Falei estranhando um pouco o clima.
- Você deve ter notado que eu e seu pai não temos um relacionamento de marido e mulher há muito tempo.
- Realmente isso não é novidade para mim. - Respondi em tom irônico. Mamãe lançou-me um olhar mortal e continou.
- Então, ontem eu fui lá em casa ter uma conversa com ele, enquanto você estava na escola...
- Vocês vão se separar? Que bom, estava logo na hora.
- Sim, nós vamos nos separar, seu pai saiu de casa ontem mesmo.
- Como assim? Ele não falou NADA comigo.
- Ele não queria ver a sua reação!
- Como assim, mãe? A minha reação não seria nada mais, nada menos que; Ok, tchau e me dá o telefone de onde você vai ficar! - Virei de costas pois não queria que mamãe visse que eu estava chorando, quando olhei para cima das escadas estava sentado no último degrau. - E o que a gente vai fazer agora? - Perguntei ainda de costas.
- Eu tava pensando em nos mudarmos para Chicago, filha. Pensa em como vai ser maravilhoso. Eu vou começar em um novo emprego.. - Eu não conseguia acreditar no que mamãe estava me dizendo, como que ela quer que eu me mude para Chicago? Não, eu não poderia.
- Você tá falando isso por VOCÊ! - Falei já me virando de frente para ela, eu nessa altura estava aos prantos. Mamãe ao ver que eu estava chorando se levantou e foi caminhando em minha direção, a única reação que tive foi sair correndo para fora da casa, a coisa que eu sempre faço quando não quero encarar nenhuma situação difícil, fugir. E foi o que fiz. Bati a porta forte, dessa vez não estava chovendo.
Quando já tinha saído da rua da casa de , comecei a diminuir meu passo, senti alguém tocar meus ombros e me virei. Era .
- O que você quer aqui? - Perguntei entre lágrimas.
- Não chora, por favor.
- O que você quer que eu faça? Grite de alegria? - me abraçou, e desviei um pouco.
- Eu sei que é a pior coisa do mundo, não só para você mas para mim também é! - percebendo que tinha falado demais começou a andar em frente com a cabeça baixa.
- Como assim "ruim pra você também"? Vai ser MARAVILHOSO pra você não me ter aqui. - Perguntei tentando acompanhar os passos largos que ele dava.
- , eu não vou conseguir viver longe de você! Eu não estou aguentando mais essa distância entre a gente! Eu não sabia como te falar isso, pois sempre que dou diretas ou algumas coisas do tipo surge a Cath.
- Existe uma parede entre nós, ! - Falei fazendo movimentos bruscos com os braços.
- Como assim "uma parede"?
- Uma parede, você agora é de um mundo totalmente diferente do meu mundo, .
- Você está falando nada, com nada.
- Se eu não tivesse razão você não iria concordar comigo de que quando a Catherina aparece você não pode dirigir à palavra a mim? - fixou seu olhar no asfalto. - Não concorda?
- Concordo. Mas a verdade é que eu não agüento mais não ouvir as suas piadinhas sem graça. Eu não aguento mais não ter você lá em casa disputando o último pedaço do bife ou apostando corrida para ver quem deita no sofá. - deu uma risadinha quando pronunciou a nossa corrida ao sofá da tia , nossos olhos estavam cheios d'agua.
- Isso tudo é culpa sua! - Falei correndo em direção a minha casa em seguida. Uma maneira bem infantil de se encarar as coisas, como sempre. Mas eu não queria assumir mais uma preocupação na minha vida, eu já estava com coisas demais na minha cabeça.
Capítulo 5 - You're all I'm Living For
Mamãe não voltou para casa naquele dia de novo e mais uma vez fiquei sozinha. Era até bom essa liberdade que ela estava me dando, poderia dar a festa do ano que ela não iria mover nenhum músculo. Afinal, está ocupada ao estremo com a mudança para Chicago, que eu não vou.
Fui para escola me arrastando. Vamos pensar pelo lado positivo, era quinta-feira, mas para o fim de semana do que pra segunda, um dia antes da volta de . Eu estava contando as horas para vê-lo.
(...)
O colégio foi o mais sem graça possível, não foi e acho que não virá mais. Fui para casa pensando que iria encontrar mamãe, mas não encontrei, fui ver se as coisas dela ainda estavam no armário, sei lá do jeito que as coisas andam é bem capaz dela me abandonar aqui.
Para meu "azar" estava tudo lá. Peguei o telefone e disquei o número da casa de .
- Alô? - atendeu, com a voz bem fraca.
- ? Você está doente?
- Não. - Ele respondeu friamente. Mas também, o que eu esperava?!
- Minha mãe está ai?
- Não.
- Você só sabe falar não? - respondeu de novo não, me fazendo rir. - Você quer conversar? - Por quê eu disse isso mesmo? Que idiotice, é lógico que não.
- Pode ser. - Pausa para eu arregalhar meus olhos.
- Sério?
- É, eu estou indo prai.
- NÃO! Calma, aqui não... Eu estou indo pro laguinho.
- Tá, tchau - concordou desligando o telefone em seguida.
Subi para o meu quarto, tomei uma ducha rápida, só para tirar o suor escolar. Pus uma calça, tênis e uma t-shirt simples e saí caminhando em direção ao laguinho. Quando fui me aproximando, vi a imagem de sentado na beira do lago com os joelhos dobrados.
- Ei .. - Cumprimentei me sentando ao seu lado. não respondeu nada. - Por quê você faltou a escola hoje? - Arrisquei uma puxada de assunto.
- Não estou me sentindo muito bem.
- Por quê? O que aconteceu?
- Eu terminei com a Cath...
- Sério? - Um sorriso brotou no canto do meu rosto, mas logo desapareceu quando se virou, ele parecia estar arrasado. - Não fica triste, logo, logo, você acha outra.
- Mas não é só por isso que estou triste.
- Não?
- Não.
- Ai, meu Deus, é porque então? Você veio aqui só para falar não?
- Não.
- Você concordou que queria conversar, então... Me diz logo!
- Eu não sei como dizer isso, mas... - Meu celular tocou impedindo de continuar. O número era privado, da última vez que aconteceu isso era quem estava ligando. Pedi para esperar e atendi.
- Alô?
- ? É o !
- Ooooi .. - Respondi animadamente. - O que você manda?
- Eu vim mais cedo, adivinha a onde eu estou?!
- Ai meu Deus, onde?
- Chegando na sua casa.
- Quê? Eu não estou em casa!
- Não? Aonde você está?
- No lago com o , vem pra cá!
- Vou sim então... O que eu iria fazer na sua casa sem você?!
- Vem sim. - concordou e desligamos.
- Quem era? - perguntou.
- .
- Ele está vindo pra cá? - Perguntou um pouco mais animado.
- Aham. Agora você fica animadinho, né? Quando eu falo que você é gay, você briga comigo.
- Menos, .
- Mas o que você ia dizer mesmo?
- Deixa pra lá... Depois a gente conversa. Você não quer ir andando em direção a sua casa, vai ver a gente encontra o ..
- Tá, pode ser. Mas essa nossa "conversa" - pausa para as minhas aspas no ar. - Não adiantou em nada, adiantou?
- No meu caso, não vai ser uma conversa que vai me deixar melhor. - Respondeu se levantando.
- Ui, nossa, que profundo. Agora me ajuda a levantar. - Falei levantando meus braços para que me ajudasse a levantar.
Fomos andando em direção à minha casa sem trocar nenhuma palavra.
Nós já estávamos prestes a chegar em casa e nada de , comentei com que era melhor eu ligar para ele e o fiz.
- Onde você está, meu amor? - Perguntei quando ele atendeu.
- Ah, foi mal, eu tive que passar aqui na casa da minha avó rápido para pegar as chaves do carro.
- Ih, todo metido porque está com carro.
- Lógico que não, . - riu com meu comentário e continuou. - Vocês ainda estão no lago?
- Não, a gente veio andando em direção a minha casa, pensando que conseqüentemente iria te encontrar.
- Ai, foi mal, . Então vai indo pra sua casa que eu vou pra lá.
- Tá. - Nos despedimos e avisei a que nós iriamos esperar lá em casa. De início eu não queria que ninguém fosse para lá, por causa da bagunça que estava. Com a patroa fora de casa a situação fica crítica.
Quando abri a porta, dessa vez as roupas de minha mãe que antes estavam no armário, estavam dentro de malas grandes, quando ela ouviu o barulho da porta desceu correndo. Eu estava olhando assustada para as malas.
- Que isso?
- A mamãe está indo amanhã depois do almoço. - Eu estava incrédula com o que estava acontecendo.
- Como assim, mãe?
- Eu não poderia largar uma oportunidade de emprego como a que me ofereceram em Chicago.
- E eu?
- Como você não quis ir comigo, de início você vai ficar aqui, mas eu não quero você sozinha por muito tempo, então a falou que você pode ficar na casa dela.
- E depois?
- A gente vai vender a casa.
- Mãe, calma. Respira... Você não está falando sério, tá?
- Estou. - Mamãe respondeu com naturalidade.
- Mas você não pode me deixar sozinha em um país! Isso é contra qualquer lei de proteção a criança e adolescente. - que estava no meu lado, acho que tão chocado quanto eu, pos a mão em meus ombros, como quem pedisse calma.
- Em quanto à isso não se preocupe, eu fui no juizado de menores hoje e assinei uma papelada lá que te diz maior de idade, é alguma coisa em relação a emancipação, sei lá.
- Quer dizer que eu sou maior de idade agora?
- Exato, filhinha!
- Então se eu quiser ir para Londres sozinha, eu vou poder?
- Vai.
- Ai, meu Deus, que emoção!
- Calma mocinha, não vai se animando, não. Porque mesmo você sendo maior de idade, quem vai te sustentar sou eu, quem vai pagar as suas contas ainda será eu, então enquanto você viver sobre as minhas custas, você me deve satifações!
- Eu não te devo satisfações nenhuma! Eu não devo nada a quem abandona filhos em outros países. - Mamãe riu com o meu comentário.
- , quantos anos você tem, filha? - Perguntou em tom irônico. - Oi, , desculpa. Eu nem percebi que você estava aqui... me deixa louca. Podem subir, daqui a pouco eu vou lá me despedir de vocês.
- Você não ia só amanhã depois do almoço? - Perguntei.
- E vou, mas não vou passar a noite aqui, essa casa não me trás boas lembranças. - Ela estava se tornando em uma daquelas divorciadas que pegam garotões, daquelas perúas de Los Angeles. Aliás .. Acho até que ela tá me enrolando. Que Chicago que nada, acho que ela está namorando algum artista da minha idade e vai fugir com ele para Los Angeles. Quem sabe um dia desses eu não vejo ela em uma capa de revista, até que vai ser legal.
Logo depois que cheguei ao meu quarto, escutei a campainha e em seguida gritos estéricos de minha mãe. , sem dúvidas havia chegado. Olhei para , que estava mexendo no computador, que nem se mexeu.
Ignorei ele e desci, quando cheguei no alto da escada, avistei , ele não tinha mudado em NADA, estava a mesma coisa de meses atrás.
- ! - Gritei descendo as escadas correndo.
- ! - me abraçou apertado e falou coisas clássicas de reencontro: "Como você mudou, está mais alta!".
Logo em seguida desceu e abraçou e repetiu a mesma festa. Depois de muitos abraços e gritos estéricos [por parte de mamãe] conseguimos subir, quando abri a porta do meu quarto, logo pulou na cama e me perguntou se eu sabia o quanto ele estava sentindo falta daquilo!
Ficamos conversando durante horas. estava meio calado, acho que percebeu que tinha feito besteira quanto acreditou no que Catherina tinha dito sobre eu e , deve ter percebido que somos só amigos e nada mais, ou sei lá o que ele estava pensando.
Quando deu oito horas, falou que tinha que ir embora, porque a avó dele não queria dormir tarde. e eu rimos e nos despedimos dele. continuou lá em casa, porque tia tinha ligado avisando que era pra ele dormir lá, porque mamãe teria que dormir na cama dele, pois suas costas estavam começando a doer por dormir tanto em colchão.
Sentei no computador e pus uma música dos Hansons que não escutava há muito tempo: "Save Me". Sempre dava uma de teenie quando o assunto era Hansons. riu quando ouviu a música começar. Afinal, era aquela música que estava tocando no nosso primeiro beijo.
Ele ergueu a mão, assim como fez na festa.
Eu estava sentada conversando com minha prima e ele me chamou para dançar.
Estava acontecendo de novo aquilo, se levantou me chamando para dançar, levantei e rindo perguntei para ele se não tinha uma hora melhor para me "tirar" para dançar. Afinal, o mundo estava desabando abaixo de nossos pés. Ele apenas sorriu como resposta e ouvindo a música me respondeu: "Essa música tem bem mais sentido agora"
Loving you like I never have before,
(Amo você como eu nunca amei ninguém antes)
And needing you just to open up the door
(Preciso de você para abrir a porta)
If begging you, might somehow turn the tides
(Se implorar a você pudesse, de algum modo, mudar a maré)
Then tell me to, I´ve got to get this off my mind
(Então me diga, eu tenho de tirar isto da minha cabeça)
pegou meu rosto, olhava fundo nos meus olhos, como quem quisesse descobrir o que eu estava sentindo e aos poucos foi se aproximando dos meus lábios.
Enfim estávamos nos beijando, era um beijo apaixonado.
Finalizando o beijo, ainda dançando, foi cantando a música ainda olhando fundo nos meus olhos.
I never thought I´d be speaking these words
(Eu nunca pensei que estaria pronunciando estas palavras)
I never thought I´d need to say
(Eu nunca pensei que precisaria dizer)
Another day alone is more than I can take
(Outro dia solitário é mais do que posso suportar)
Antes de que começasse o refrão se aproximou mais uma vez de mim, passando seus lábios nos meus até nos beijarmos, e em intervalos pude ouvir dizer: "Eu te amo, ". Ficamos nos olhando e eu dei uma risada, perguntou o que era e eu respondi que era estranho estar vivendo tudo aquilo de novo. Afinal, antes nós éramos crianças, não era nada clichê ficar falando as letras de músicas no ouvido, ele riu concordando que aquilo poderia ser estranho.
- Essa parte é minha - Falei rindo, abraçando ele de volta e continuando a dançar, mas dessa vez na brincadeira.
Won´t you save me? 'Cause saving is what I need
(Você não vai me salvar? pois a salvação é o que eu preciso)
I just want to be by your side
(Eu apenas quero estar ao seu lado)
Won´t you save me? I don´t want to be
(Você não vai me salvar? eu não quero ficar)
Just drifting through the sea of life
(Apenas vagando através desse mar da vida)
Quando chegou na parte do "You're all I'm living for", cantei no ouvido de , percebi que ele tinha se arrepiado e gargalhei, fazendo ele rir também. Era imprecionate como pareciamos dois bobões apaixonados.
Ficamos um tempo conversando, mamãe veio se despedir, falou que depois da escola era para eu ir a casa de que ela iria se despedir melhor de mim. Bom tudo estava calmo até achar meu violão.
- Você não pode ver um violão que quer logo dedilhar alguma coisa? Que porra .. - Falei brincando.
- Eu quero te mostrar uma música que fiz enquanto nós estávamos brigamos! Eu estou pra te mostrar essa música há bastante tempo.
- Mostra, eu adoro suas músicas!
Would you hate me if I don't believe you?
(Você me odiaria se eu não acreditasse em você?)
It's hard to love you from the signs I get from you.
(É difícil te amar vindo dos sinais que você me dá)
Could you trust me if I said that I love you?
(Você poderia confiar em mim se eu dissesse que te amo?)
Is there anybody I can see around you, taking me for granted, for all the things that I do
(Existe alguém que eu possa ver em torno de você, tachando-me por cedido, por todas as coisa que eu faço?)
As we go to a place we know,
(Enquanto nós vamos à um lugar que nós sabemos)
I can show how good life could go
(Eu posso te mostrar como boa a vida poderia ir)
If you take a chance leave all you know
(Se você der uma chance você sabe)
If I could say I believe it then I would
(Se eu dissesse que eu acredito, eu acreditaria)
I had a dream that in my heart there was a flood
(Eu tive um sonho onde meu coração estava inundado)
I woke up and my sheets all tangled up
(Eu acordei e todas as minhas folhas estavam emaranhadas)
Quando terminou a música, senti lágrimas rolarem pelo meu rosto, quando ele percebeu isso me olhou engraçado.
- Por que você tá chorando, ?
- Ai, sei lá, por quê você é tão idiota? Porque não acreditou em mim?
- Pára, . Eu tenho os meus motivos. Mas não vamos ficar remoendo essas coisas, não quero te deixar chateada e garanto que você não quer me deixar chateado também. - Concordei limpando as lágrimas e levantou para pegar meu caderno de letras de músicas que estava em cima da estante. - Quero só ver se você ainda tem alguma música que eu pus as notas pra você! - Ri com o que tinha dito, é lógico que eu ainda as tinha.
Quando ele abriu o caderno uma folha branca caiu de lá de dentro. Meus olhos arregalharam e eu corri para pegar o papel, era a música que eu tenho escrito desde o dia em que disse no intervalo que sentia minha falta. Eu não queria de jeito nenhum que ele visse.
- Deixa eu ver o que é!
- Não. É coisa minha, !
- Pára de bobagem, me dá logo! É uma música?
- É!
- Me mostra, vaai!
- Não.
- Que injustiça, eu te mostrei a minha!
- Ai, tá bom, vai, . você promete que não vai rir? - fez com que sim com a cabeça, peguei o violão da mão dele e me sentei no chão.
You wanna know more, more, more about me
(Você quer saber mais, mais, mais sobre mim?)
I'm the girl who's kickin' the coke machine
(Eu sou a garota que está chutando a máquina de coca-cola)
I'm the one that's honkin' at you cause I left late again
(Aí está o porque eu fui embora tarde demais)
Hey, Hey, Hey! Can't you see I want you,
(Você não vê que eu gosto de você,)
By the way I push you away? Yeah!
(pela forma como eu o afasto de mim?)
don't judge me tomorrow by the way I'm actin' today
(Não me julgue amanhã, pela maneira que eu estou agindo hoje)
Mix the words up with the actions, do it all for your reaction, yeah
(Misturo palavras com ação, faço tudo para ver sua reação, yeah)
Hey, hey, get tangled up in me
(Hey! Hey! Fique amarrado em mim!)
You wanna know more, more, more, about me?
(Você quer saber mais, mais, mais sobre mim?)
Gotta know reverse psychology
(Tem que conhecer psicologia reversa)
I'm the reason why you can't get to sleep
(Eu sou a razão pela qual você não consegue dormir)
I'm the girl you never get just quite what you see
(Eu sou a garota que você nunca entende só pelo que vê)
You think that you know me (Tangled up in)
(Você acha que me conhece - Fique amarrado em)
You think that I'm only (Tangled up in me)
(Você acha que eu somente - Fique amarrado em mim)
When everything I do is only to get tangled up in you
(Quando tudo o que eu faço é para fazer você ficar amarrado em mim)
- Own, que fofa! - falou, me dando um abraço assim que terminei de cantar. - Eu senti muita falta disso tudo, . Você pode ter certeza!
- Eu também. - Concordei sorrindo.
Nós ficamos até de madrugada conversando. Na verdade, ficamos conversando até nos lembrarmos que tinhamos aula no dia seguinte e fomos dormir, felizes. Trófeu Joinha pra isso.
Capítulo 6 - This is the Time to Say Goodbye
Fato que no dia seguinte chegamos atrasados. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo. Estava muito feliz, até porque tenho meu melhor amigo de volta.
- , você entra primeiro que depois eu entro! - disse quando nós chegamos na escola, à tempo de pegar o segundo tempo.
- Tá bom, tá bom. Mas você não terminou com a bruaca? - Nossa, me senti a mais criança possível por chamar Catherina de "bruaca", com certeza depois dessa ela vai se sentir ofendida e nunca mais sair de casa.
- Terminei, mas sei lá.. Fica meio estranho eu aparecer com "outra" - pausa para as aspas de no ar. - Não concorda?
- É verdade. - Concordei entrando na sala. Me sentei, peguei meu iPod dentro da mochila, coloquei os fones e deitei minha cabeça, logo em seguida adormecendo.
Acordei com o estridente barulho do recreio e como rotina corri para máquina de coca-cola. Dessa vez a fila estava muito maior, um dia eu ainda compro mais umas trezentas máquinas dessa e dou para a escola. É um absurdo uma escola do tamanho dessa só ter apenas UMA máquina de coca, não me conformo com isso.
Quando estava voltando para sala ouvi uns gritos do lado de fora do pátio, corri até lá e vi que estava envolvido na confusão, fui andando para mais perto de onde estavam todos, em uma rodinha.
Assim que cheguei mais perto vi que de um lado estava Catherina com seu irmão, Rick e do outro nada menos, nada mais que com o nariz sangrando. Entrei no meio e me olhou como quem dissese "Não é o que você está pensando". Para falar a verdade naquele momento NADA passava pela minha cabeça, de verdade.
Puxei pelo braço e fui puxando ele até chegarmos em nossa sala de aula. sentou-se no chão, no final da sala, onde eu sempre sento em meus recreios.
- O que aconteceu?
- Nada. - disse passando a mão pelo nariz, tentando inutilmente limpar o sangue que escorria de seu nariz.
- Como assim nada? Então me explica porque você está assim? - Falei apontando para onde ele antes estava com a mão.
- Sério, . Não foi NA-DA!
- Pára de palhaçada e me conta logo o que aconteceu, !
- Sinceramente, isso não é da sua conta. Quando você não quer me contar os seus problemas eu fico quieto e te respeito, porque que agora você não pode me respeitar? - Ele falou se levantando.
- Eu estou te respeitando sim, . Se você não quer me contar o problema é seu!
- Então não fica insistindo nesse assunto! - Ele falou saindo da sala.
Peguei minhas coisas em cima da mesa e saí dali, não agüentaria nem um segundo mais naquela escola, tudo que acontece de ruim na minha vida tem relação com a escola, é imprecionante!
Saí em direção a casa aonde estava, o bom é que agora eu posso ir onde eu bem entender que ninguém discutiu comigo. Afinal, que responsável iria me dispensar?
(...)
Chegando lá abriu a porta com cara sonolenta.
- Hey, . O que você está fazendo aqui, não tinha escola?
- Tinha, mas eu não agüento mais nenhum segundo naquela desgraça - Falei e deu um espaço para que eu entrasse na casa.
- Senta e me conta o que houve.
- Sabe, ontem eu e nos "reconciliamos", estava tudo muito lindo para ser verdade. Logo de manhã, quando a gente chegou na escola, ele já estava todo písico com esse negócio de não verem ele comigo.
- O que ele fez?
- Não, de manhã eu até entendi. Ela pediu que eu entrasse antes, de início eu estranhei, mas ele falou que seria estranho que vissem ele com "outra" logo no dia seguinte de ter terminado com a Catherina. - concordava com a cabeça. - Mas aí depois na hora do recreio ele pirou, eu fui na máquina de coca-cola e quando estava voltando para sala escutei gritos estéricos do lado de fora do pátio e quando eu fui olhar, ele estava envolvido com isso. Cheguei mais perto e pude ver que estava sangrando no nariz de um lado e do outro estava o Rick e a Catherina. Puxei pelo braço e o levei para sala, chegando lá eu perguntei o que estava acontecendo. Ele simplesmente pirou mais ainda e deu uma showzinho falando que eu não respeito ele e bah.
- Ai, , você sabe que o tem essas crises de viadisse. Não fica chateada por isso, não!
- É difícil, né.. Por que uma hora ele tá todo fofo comigo e na outra ele pira.
- É, eu sei.. Mas não fica assim não, vem cá! - falou me chamando para o lado dele no sofá. Me deitei e ficamos ali por um tempo, até escutar meu celular tocar.
- Alô? - Atendi.
- ? Sou eu, .
- ! Amiga, que horas que você vai?
- Então, é isso que eu queria falar com você! Eu vou sair depois do almoço. - Legal, na hora em que mamãe também iria embora.
- Putz, . Minha mãe também vai embora a essa hora e quer que eu vá para casa de para a despedida, eu não posso ir aí agora?
- Pode, eu pensei que você estivesse na escola à essa hora.
- Não, depois eu te conto. Então eu estou indo prai. - concordou e desligamos.
- Quem era? - perguntou.
- . Vamos! - Falei me levantando.
- Vamos pra onde?
- Me da uma carona até a casa da .
- Ela não estava na escola?
- Não, . Ela vai embora hoje!
- Embora pra onde? - estranhou se levantando e indo até o aparador pegar as chaves.
- Ela vai pra Londres.
- Você tá de sacanagem?
- Não, não estou.
- E você? A gente não pode deixar você aqui sozinha!
- Qual o problema? - Perguntei rindo. - Eu posso me virar sozinha.
- Não pode, não! - disse ligando o carro.
- Tem o .
- Que o que, ele não é capaz de dar valor às pessoas e você sabe disso.
- Pára, . Não fala assim dele, ele é seu amigo!
- Eu sei e é por isso que 'tô dizendo isso.
- Então o que eu posso fazer? Ir pra Londres com você? No way, você que não dá.
- Cara, boa idéia. Eu não tinha pensado nisso..
- Não invente, . Não tem como eu ir para lá!
- Porque não?
- Minha casa tá aqui, minha escola está aqui. A minha mãe nunca vai deixar eu ir morar SOZINHA em Londres!
- Quem disse que você vai estar sozinha? - perguntou.
- Sei lá, não vou estar não?
- Não, você vai estar comigo. Parece até que você não quer ir..
- Mas e o ?
- Que que tem ele?
- Eu não posso deixar ele sozinho aqui, você sabe que essas pirações dele não duram muito. Daqui a pouco ele volta ao normal!
- , você sabe que se você quiser ir, você pode!
- Como?
- Se eu falar para a minha mãe falar com a sua. Tenho certeza de que sua mãe não vai dizer não!
- Tá, eu vou pensar.
- Lembra que eu vou embora no Domingo.
Chegamos na casa de , era triste ver a casa que antes era toda infeitada, agora vazia. Mas eu iria superar isso.
- Aiin, amigã! - Falei abraçando . - , entra! - Completei quando me soltei do abraço.
- ? - abriu o olho.
- Hey, . Quanto tempo! - Ele falou simpático dando dois beijinhos em .
- Pois é! Não nos falamos desde que você foi pra Londres.
- Né, e agora você que está indo pra lá! - complementou.
- Pois é.. - concordou. Ri com os dois. Pareciam dois mongolóides.
- Bom, nós temos a manhã toda! - Falei rindo.
- Eu nem acredito que é a nossa última manhã juntas aqui em Tameside. - disse triste.
- vai comigo pra Londres, .
- , eu falei que não tinha resolvido ainda!
- Sério? - perguntou com os olhos brilhando. - Seria perfeito, !
- Eu disse pra ela, mas ela fica pensando 'E o ? E o '.
- Falando em , você tem que me contar o que aconteceu hoje na escola pra você sair mais cedo.
Contei tudo para , essa história já estava me cansando e ele ainda não havia me ligado, para pedir desculpas ou coisa do tipo.
- Eu já te disse mais de mil vezes, ele não te merece! - disse quando terminei de contar.
- Você sabe que ele tem essas crises de doido, mas depois ele vê que fez merda e volta ao normal - Disse defendendo .
- Eu não sei não, . Nós podemos até ter esses crises doidas toda hora. Mas não ser grosso e magoar as pessoas que nós gostamos!
- Você tem razão, eu sei disso. Mas eu gosto de .
- Disso a gente sabe há muito tempo. - que desde então estava quieto se manifestou. - Mas você não pode ficar presa à uma pessoa sempre, como você está com . Por isso que eu digo para você ir pra Londres comigo, .
- Não sei.
- Eu concordo com o . Você simplesmente não pode gostar de uma pessoa pela vida toda e quando você pensa que vai se livrar dela, você simplesmente vai mais ao encontro dela. - disse rapidamente.
- Do que você tá falando? - Perguntei. - Tenho certeza que não é sobre o meu caso. - Dei um risinho abafado. Ela estava falando do caso dela e de , quando pensou que estivesse "livre" dele, simplesmente se muda para a mesma cidade e escola que ele. Deve ser barra.
olhava para nós duas sem entender.
- Esquece! - disse abanando do ar.
- É melhor. - Concordei.
Ouvi meu celular tocar.
- É o , devo atender?
- Não! Deixa eu falar com ele. - disse puxando o celular da minha mão. - ? Hmmm.. Ela tá aqui, sim! Uhum.. Não ela não quer falar com você! Que? Ahm.. Tá... Não! Mentira.. Tá, pode deixar, eu faço isso! Uhum.. Tá. - Desligou. - Ele não te merece, . Cada vez mais eu acho que você deve ir comigo pra Londres!
- O que ele disse? - Perguntei.
- Nada. Ele é mongol!
- Como nada?
- Pois é! Eu disse, ele é mongol!
- Acho que eu tenho que ir agora, ! - Falei levantando e abraçando ela.
- Mas já?
- É, sabe.. Eu não estou me sentindo muito bem.
e eu nos despedimos calorosamente e fui para casa da vó de .
- Que horas são? - Perguntei.
- Duas.
- DUAS? JÁ? - Perguntei surpresa.
- É, tá com fome?
- Não, era para eu estar meio-dia na casa de !
- Fazer?
- Minha mãe vai embora hoje! E eu vou tecnicamente me mudar pra casa de até eu acabar o ano letivo na escola. - não respondeu nada, apenas levantou do sofá olhando pra mim. - Que foi? - Perguntei e ri em seguida quebrando o clima tenso.
- Sabe, eu não vou deixar você ir sozinha lá.
- Ei, eu tenho 17 anos. Sei me virar bem sozinha. - Ri.
- O que seja, eu vou com você. Vamos!
Levantei e segui até o carro.
(...)
O almoço foi tranqüilo, eu e não trocamos nenhuma palavra, nem olhares. Era como se ele não existisse para mim e eu não existisse pra ele.
Depois que comemos fomos para sala-de-estar.
- Awn, filhinha! A mamãe vai sentir muita falta sua! - Mamãe disse sentando ao meu lado do sofá me abraçando.
- Eu também! - Disse sorrindo falsamente.
- Tia. - chamou. - Eu tenho que te fazer uma proposta.
- Fale, boy!
- Sabe, tia. Eu queria que fosse comigo para Londres no Domingo. - Mamãe não se mexeu.
- Como assim ir com você para Londres? - Mamãe perguntou. - Ela não pode largar a escola, querido.
- Então, eu falei com minha mãe e ele falou que poderia sim fazer a matrícula de lá na minha escola, é também onde vai estudar.
- vai se mudar? - Mamãe perguntou assustada.
- Já se mudou, hoje. - Falei chorosa.
- Own, filhinha, você nem me falou nada! Mas continue, !
- Então, eu acho bom, sabe.. Sua filha ter uma formação do último ano em Londres. A escola é bem rígida, mas tenho certeza de que daria conta.
- E onde ela vai morar? Sozinha eu não deixo o meu cristal. - Olhei com cara de nojo para mamãe, 'meu cristal'? Nossa.. Que criativo.
- Então.. Eu falei com minha mãe e ela disse que não tem problemas NENHUM ficar lá. Temos um quarto sobrando desde que minha irmã foi para a faculdade.
- O que você acha, ? - Mamãe perguntou.
- O que ele tem haver com você deixar eu ir ou não? - Perguntei.
- Eu acho uma ótima idéia, .
- Quê? - Perguntei desapontada. Eu sinceramente pensei que fosse ficar estremamente triste e desesperado por me ver indo embora. Hãn, engano meu.
- Bom, por mim! - Mamãe disse rindo.
- ÓTIMO! - Gritei.
- Você consegue dar conta da mudança? - Mamãe perguntou.
- Eu vou ajudá-la - complementou.
- Ah, claro!
Foi uma longa tarde, me despedir de minha mãe foi mais difícil do que eu pensava. Eu iria sentir falta dela pra valer.
Capítulo 7
/Domingo, uma hora antes de minha mudança para Londres\
Eu tinha ficado a tarde inteira falando com no telefone, ela não estava acreditando que eu iria mesmo me mudar para Londres.
Na verdade nem eu estava.
Ouvi meu celular tocar.
- ? - Me assustei quando vi quem era, mas atendi. - Alô?
- ? Eu preciso conversar com você.
- Ah, precisa é? - Perguntei ironica.
- É sério, você não pode ir embora, não antes de eu falar com você!
- Tá, o que seja! Mas tem que ser rápido.
- Tá. Me encontra no lago em cinco minutos.
Desligamos e eu saí.
Se queria que eu chegasse em cinco minutos lá era melhor eu me apressar mesmo.
(...)
Chegando lá estava encostado na árvore.
- Fala, o que você quer?
- Eu preciso conversar com você, sabe... Eu quero que você saiba disso antes de viajar.
- Ah, você vai me dizer que me ama e que eu não posso te deixar e essas coisas? Mas sabe o que eu vou responder? Foda-se. Eu estou mesmo indo embora e é pra sempre. - Falei tudo muito rápido.
- Na verdade eu iria falar isso se essa outra coisa que eu quero te falar não tivesse acontecido.
- Não 'tô entendo o que você tá falando, . Você está com alguma doença mortal?
- Não. - Ele disse se sentando na grama. Eu sentei do lado.
- Fala logo, !
- Catherinaestágrávida. - falou tudo muito rápido e eu só consegüi entender 'Catherina'.
- O que tem a Catherina?
- ELA ESTÁ GRÁVIDA, PORRA!
- QUÊ? - Perguntei incrédula. Vendo se levantar me levantei também.
- É, eu não queria te contar antes, porque eu não queria te machucar.
- Eu não consigo entender, . - Eu falava já chorando.
- PÁRA DE SE FAZER DE DESINTENDIDA, ! VOCÊ ENTENDEU SIM O QUE EU QUIS DIZER!
- PÁRA VOCÊ DE GRITAR COMIGO, !
- Tá, desculpa. - Ele disse sentando na grama de novo com a mão no rosto.
- Quando você descobriu isso?
- Hoje no recreio. Eu simplesmente não sei o que fazer.
- E eu não sei o que dizer! Foi por isso que você falou que queria que eu me mudasse para Londres? Você achou que eu não iria ficar sabendo.
- Claro, eu nunca queria que você pensasse que eu sou, sei lá. Um aproveitador de adolescentes.
- Que isso, . Eu nunca pensaria isso de você!
- A verdade é que eu não queria te machucar, eu achei que você iria sofrer menos se eu simplesmente te ignora-se. Mas quando o disse que você estava péssima por minha causa eu achei mais justo contar isso à você!
- Quando que o te disse isso?
- Hoje na minha casa.
- Sabe, eu não tenho coração de vidro. Eu iria muito bem saber conviver com você pai!
- Nós dois sabemos que você não iria agüentar um dia disso, .
- É, eu sei. - Rimos.
Escutei meu celular tocar.
- ?
- Aonde você está sua doida? Eu estou aqui na sua casa e cadê você?! Nós temos que ir pro aeroporto!
- Caraca, eu esqueci. 'Tô indo praí. Beijinhos. - Desliguei me levantando.
- Você ter que ir, né? - perguntou se levantando também.
- É. Acho que acabou, né? Assim.. Tudo o que poderia acontecer entre a gente. - Perguntei, mas já sabia a resposta.
- Eu quero que você saiba que eu te amo muito, . Nunca vou amar alguém como eu amo você!
- Eu também, . Muito, muito, muito. - me puxou para um abraço e escutamos barulho de trovão.
- É melhor você ir antes que comece a chover e você tenha que tomar outro banho, isso iria deixar o puto. - Rimos. Como eu iria sentir falta daquele sorriso. - Mas antes de tudo... - parou de rir e ficou me incarando com um sorriso maroto.
- O quê? - Perguntei.
me beijou em seguida.
Um beijo suave, cheio de sentimento.
Como se fosse de verdade nosso último beijo. Eu não acredito que seja.
- Eu te amo. - Eu disse quando nos separamos.
- Tchau. - disse e eu fui me distanciando.
Acabou.
Capítulo Final - Again?
Um ano se passou, era minha formatura na escola. Junto com e .
Eles souberam direito me fazer esquecer toda a loucura com , mas não ele.
Era impossível esquecê-lo. Eu não queria.
- Eu vou sentir falta de você, ! Vamos manter contato. - Jaime e eu nos despediamos. Ela tinha sido também uma boa amiga.
Senti alguém me cutucando e virei estressada.
- , odeio que me cutuquem! - Ri.
- Eu tenho uma surpresa pra você, venha comigo até o estacionamento.
- NÃO! MENTIRA QUE VOCÊ COMPROU AQUELE CARRO! - Falei pulando quando chegamos lá.
riu.
- Na verdade, não é bem isso! Mas posso dizer que você vai gostar mais que se fosse o carro.
- Ain, o que é seu idiota? Fala logo! Odeio surpresa. Tenho ódio de surpresa! - Falei mal humorada. Andando mais rápido passando pelos carros, procurando minha surpresa.
- . Onde você está indo? - me perguntou.
- Eu 'tô procurando minha surpresa!
- Como você é burrinha, hein. Vêm cá! - Corri na direção de , mas parei rapidamente quando apareceu ao seu lado.
- O que você está fazendo aqui? Ah, já sei você é minha surpresa?! Grande coisa. - Disse a última coisa mais para mim do que para ele.
- A gente precisa conversar.
- Odeio quando falam isso, sempre são más coisas!
- Você vai ficar de doce aí ou vai conversar com ? - perguntou.
- Fala, o que você quer! Já sei, me apresentar seu filho? - Os dois riram. - Sabe, isso não é engraçado.
- O filho não era de , .
- Não?
- Não, era de Frankie! - disse, me beijando em seguida. Como eu senti falta disso.
- Calma, você acha que pode simplesmente reaparecer na minha vida, falar que é corno e não é pai e me ter de volta? - Perguntei. não respondeu nada. - Responde, . Tenho certeza de que você sabe essa. - Pisquei.
- Sim?! - Ele falou incerto.
- Resposta certa!
- Que mongol. - disse antes de sair de perto de nós, provavelmente para perto de .
Me joguei em , o beijando em seguida.
- EU TE AMO, ! - Ele gritou.
- Eu também, muito! - Sussurei.
Pra finalizar o estrago mental que ele tinha sobre mim sussurou:
- Eu não ia agüentar ficar sem te ver, ficar sem saber de você, sem que um pedaço da minha vida fosse iluminado pelo seu sorriso. Eu preciso te amar, continuar te amando, mesmo se for a distância!
FIM!
Nota Final:
Not now acabou =´/
Confesso que estou triste, de verdade. Eu gostava de vir aqui e sempre ler um comentário fofo de vocês falando que estavam gostando da fiction :B
Amo todas vocês *aperta bochecha*. Eu tô muito tia hoje, então eu vou só agradecer rápido por todas que comentaram, as que não comentaram mas mesmo assim leram, resumindo: por todas vocês que me agüentaram (':
e eu já comecei a escrever uma em andamento de novo, nada de drama hohohoho, ela é meio comédia, meio sei lá o que HAHAHA anyway, acho que o nome vai ser 'Born For This', então se em um belo dia que você estiver olhando as att's do ffadd e ver uma fiction 'Born For This' por Renata. Clica que é a minha HOHOHOHO, tô mongol, eu sei =x
Se você se derreter muito pela última frase que o seu McGuy disse, vai se derreter mais ainda vendo esse vídeo da novela 'a lua me disse' com o wagner moura. Eu tava num momento melancolia e tava afim de ver declarações de amor de novelas e achei esse video que é um dos mais perfeitos que já vi na vida *-* e TIVE que encaixar na fiction essa frase.
Aaah, antes que eu me esqueça; as músicas que eu usei pra escrever a fiction ^^
(obs: se você clicar no nome da música, vai poder fazer o download, e se clicar no nome do artista vai pra uma foto dele (:)