- Você
tibita de dia ou de noite? - perguntou null, deitada na cama do quarto de null olhando para o teto.
- De noite. – Disse null, pensativa, sentada na janela do quarto.
- Pô... Você disse que tibitava em aula! - Disse null, rodando pra lá e pra cá na cadeira de rodinhas do computador.
- Gente, isso tá muito confuso! - disse null, levantando-se. Elas já estavam brincando de tibitar há muito tempo e
ninguém tinha adivinhado a ação ainda. (N/A.: Pra quem não sabe brincar, você
tem que pensar em uma ação e as pessoas vão te fazer perguntas sobre essa ação
até alguém descobrir o que é e ser o próximo a tibitar)
- Eu tibito mais de noite que de dia, mas eu também tibito na escola às vezes! -
Disse null, se explicando.
- Dormir! - Disse null, levantando as mãos.
- Isso! - Disse null, descendo da janela.
- Isso tá um saco! Chega! - Disse null, levantando da cama. - Vamos para o play ouvir música?
- Vamos! - Disseram todas.
- Eu só não posso ficar lá fora, porque eu to doente e to tomando três
remédios. - disse null. nullvirou e encarou a menina.
- E o que você pretende fazer? Ficar dentro do elevador? - perguntou com uma
cara irônica. nullria descontroladamente. Não
conseguia se conter quando nullera irônica, era simplesmente
a cara mais engraçada da Terra!
Apesar dos protestos de nulltentando explicar o “dentro”
do play (protestos que ninguém ouviu), elas ligaram para null, que estava na rua comprando alguma coisa e foram para o play ficar
ouvindo música.
Foram correndo pelo corredor e rindo de nullque havia escorregado.
- GENTEEE! - nullgrita lá de trás do corredor,
na porta do prédio, entrando cheia de sacolas (inclusive uma na cabeça,
cobrindo o cabelo porque estava chovendo e ela não tinha guarda-chuva), toda
atrapalhada. Todas se viram e olham.
- Qual foi a da solidão, caaara? - pergunta ela, com carinha de cachorrinho
triste.
As meninas voltam, a pegaram pelo braço e continuaram a andar.
- Porque
demorou tanto? - perguntou null.
- Alguém além da null
tem que comprar comida pra
casa, né? - respondeu ela.
Chegaram lá embaixo com o som e colocam o CD.
- Sorry is noooooot gooooood enooooough! – elas berravam a plenos pulmões.
Estavam com uma tigela de brigadeiro na mão e cinco colheres que elas já haviam
perdido a conta de quantas vezes caíram no chão. Decidiram sentar para respirar
um pouco, null deitou a cabeça no colo de null e começou a olhar os números da lista telefônica do celular da mãe
dela. (é, o celular dela estava estragado e ela furtou o da mãe).
- Gente olha isso...
Ficaram rindo e fazendo rimas obscenas com os nomes da lista telefônica durante
um tempo, até que decidiram se dedicar ao real problema daquela tarde: onde
veriam o DVD "Motion in The Ocean" que null tinha importado? Elas tinham esperado tanto por aquele DVD e agora
que ele estava ali na mão delas, não tinham lugar para ver.
- Em casa gente! - disse null. Já estava impaciente com essa indecisão totalmente sem motivos!
- null, cala essa boca! - disse null, estressada. Na casa delas, elas não poderiam gritar, espernear e nem
chorar (que eram coisas que faziam quando viam os garotos entrando no palco),
por causa dos vizinhos idosos daquele prédio. E como a esperança era uma coisa
que todas menos null tinham até a morte, decidiram ficar esperando a ligação de uma amiga
que tinha um ultra mega telão em casa, e na casa dela poderiam gritar e
espernear. Ela podia ligar a qualquer momento dizendo que elas podiam ver o DVD
lá.
"Ui hein." pensou null.
Por fim, decidiram arriscar em casa mesmo. Veriam aquele DVD de qualquer jeito,
até sem som!
Fizeram pipoca, refrigerantes, esperaram até terem certeza de que não havia
ninguém no corredor (que longa espera! Cada segundo era uma eternidade!) e
finalmente começaram a ver o DVD.
- OLHA A COVINHA DO TOM!
- SENTE O MOVIMENTO DO DOUGIE ALI!
- O DANNY PARECE UMA CRIANÇA!
- GENTE O HARRY É MUITO SEXY!
Depois de muitos (muitos MESMO) comentários desse tipo, escândalos, gritos e
choros...Acabou o DVD e todas estavam podres de cansadas.
- Minha voz amanhã vai estar uma merda!- disse null, rouca.
- A de todas nós. - disse null.
O sábado e o domingo passaram sem nada de especial. Aquela sexta-feira de tarde
havia sido tão esperada (cada segundo da aula, na manhã de sexta, era
cronometrado) que o resto pareceu até sem graça.
Quando perceberam, as semanas já haviam passado e estavam no último dia de aula
das respectivas faculdades, para as férias de julho.
Apesar de fazerem faculdades diferentes, de vez em quando assistiam algumas
palestras juntas, para se informarem sobre carreiras e etc. Naquela sexta-feira
(último dia de aula) elas foram assistir a uma palestra sobre intercâmbio que
um professor da faculdade de null havia recomendado. Acharam a palestra interessante, mas estava difícil
de prestar atenção, afinal, estavam esgotadas de tanto estudar e mal esperavam
para aquele dia terminar e terem suas tão merecidas férias. Mal sabiam elas o
quanto essa palestra seria importante no futuro.
- Além do intercâmbio para estudo, temos programas não só de semestre como
também de cursos e de lazer...- dizia uma instrutora com o cabelo vermelho e
chanel (o cabelo mais vermelho que uma pessoa era capaz de ter) - Estamos
fazendo um sorteio para uma viagem estilo programa de lazer para a Inglaterra!
Passem no nosso estande na entrada do colégio e comprem um cupom para concorrer
por apenas três reais!
Finalmente, acabou o tempo da palestra e a mulherzinha
de cabelo vermelho foi obrigada a liberar os estudantes.
- Eu nunca esperei tanto por férias na minha vida! - disse null, feliz.
- Acho que eu vou comprar um cupom daqueles! - disse null.
- Pra quê? Pra ter a decepção de perder? - disse null.
null fuzilou null com o olhar.
- Deixa de ser pessimista! - reclamou null.
Foram descendo as escadas e conversando, até que null, null e null que iam todas para casa, null e null iam para a casa dos respectivos pais naquele dia) foram embora.
- null não ia comprar o tal cupom? - perguntou null.
- Sei lá...Vai ver que aproveitou o bonde pra ir pra casa.
- Então compra aí menina! - disse null.
- Eu? Fala sério! - disse null.
- Ah qual foi null? TODO MUNDO sabe que você tem uma sorte do cacete com cupons,
raspadinhas e talz. Três reais né?!
- Por que você não compra? - perguntou null.
- Porque a cagona com isso aqui é você! - disse null.
Vencida pelo cansaço, null foi até o estande e comprou o cupom. Número 345.
Ela teve que dar o número do telefone da casa dela e o celular para a mulher,
pagou os três reais e foram embora.
- Isso! Tomara que você ganhe. - disse null, rindo da cara da amiga.
Era domingo à noite do primeiro fim de semana das férias.
Estavam todas em casa fazendo absolutamente nada, quando o telefone toca.
- Eu atendo, sou a única aqui que não é imprestável! - disse null, atendendo ao telefone.
- Alô?
Um tempinho de silêncio. Quando null começou a arregalar os olhos, as meninas começaram a se preocupar.
- Que foi null? - perguntou null.
null disse:
- Só um segundo que eu vou chamá-la! - dizendo isso, tampou o telefone para
que a pessoa na linha não ouvisse e deu um grito, um grito MUITO inesperado,
fazendo todas se assustarem e depois rirem. Elas só se lembravam de ter visto null gritar assim uma vez na vida, no aniversário de 14 anos da menina,
quando ela ganhou um CD do Jesse McCartney.
- null, VOCÊ GANHOU UMA VIAGEM PARA A INGLATERRA! FALA COM A MULHER AQUI
PELO AMOR DE DEUS!
null ficou estática. null e null pulavam, null gritava e null ria.
- Alô? - null atendeu ao telefone.
A mulher explicou tudo para null, inclusive que ela tinha direito a quatro acompanhantes.
A essa altura, todas já pulavam felizes. ELAS IAM PARA A INGLATERRA!
null desligou o telefone e todas pularam em cima dela, fazendo montinho em
uma null sem fôlego.
- A gente viaja nas férias de janeiro meninas!
Ficaram rindo e conversando sobre isso até tarde da noite, não conseguiam
dormir. Decidiram sair aquela hora da noite para comprar duas barras de
chocolate pra fazer um fondue.
- Olha, um fusca verde! Façam seus pedidos! - disse null.
- A não, meu dedo ainda tá doendo do último! - disse null.
- Não é verde! É amarelo! - disse null.
Acreditem ou não, null parou uma mulher na rua àquela hora da noite pra perguntar a cor do
fusca. A mulher respondeu que era mostarda e ela saiu feliz e vitoriosa. Claro
que estavam fazendo aquilo só por diversão. Não precisavam fazer nenhum pedido!
Já tinha se realizado.
Acordaram todas na sala. null, null e null em um colchão no chão, null no sofá ao lado da janela e null no outro sofá, de frente para a TV. A panela do fondue estava do lado
(tinha ficado muito bom, apesar de null ter tido a infeliz idéia de colocar leite e a aparência ter ficado
péssima).
Luck e Kiko corriam um atrás do outro pela sala.
- Lá vem esse gatinho do mal! - disse null, subindo no sofá.
Luck era o cachorro que null tinha quando ainda morava com os pais. Quando as meninas decidiram
morar sozinhas, null não suportou a idéia de ir sem ele. null também levou o gato, Kiko, para morar lá com elas. Não é preciso dizer
a zona, certo? Além do mais, null não era do tipo que gostava de gatos.
- Ele não vai fazer nada com você null! - disse null.
Era sempre isso. Não que null não gostasse de Kiko, ela simplesmente sentia medo e não gostava de
gato!
- Luck, quieto! - dizia null, sem sucesso.
- VOCÊS SABEM QUE HORAS SÃO? - gritou null, colocando a almofada na cara.
- Vocês têm algum problema. - disse null, cobrindo o rosto também.
- A culpa não é minha se esse gato mal me odeia! - disse null, ainda em cima do sofá que null dormia.
- Acordem pessoas! Estamos de férias a dois dias e ainda não fizemos nada
interessante! - disse null, levantando.
- O fondue teria sido interessante, se você não tivesse tido a maravilhosa
idéia de colocar leite nele! - disse null.
- Realmente. - apoiou null.
- null, parou! Você que concordou. - disse null.
- Chega! Já foi feito! A gente já comeu e pronto! Não interessa mais quem disse
ou quem fez o que, a gente já comeu aquilo mesmo! - disse null, dando de ombros.
- Concordo com null! - disse null.
- Então levantem, se arrumem e vamos sair! Sei lá, nem que seja pra ir ao
cinema! - disse null.
Por fim todas concordaram que um cinema não era uma má idéia. Depois elas podiam
comer no Outback e mais tarde alugavam um filme ou qualquer coisa.
Quando foram pegar o ônibus, entraram no errado e null ficou lá dentro, insistindo pro cara devolver pra ela os dois reais.
- Moço, meu dinheiro! - dizia ela.
- Não tem como devolver, você já passou na roleta!
Ela desistiu e mandou o motorista parar, desceu furiosa e encontrou as quatro
amigas na esquina esperando ela. Logo a raiva passou e elas começaram a rir da
situação.
Depois de um tempo esperando ali, finalmente pegaram o ônibus certo, porém com
apenas uma cadeira vazia para as cinco. Isa e null ficaram em pé, null e null dividiram a cadeira com null sentada por cima delas.
Apesar de estar dando tudo errado naquele dia, nada estragava o sorriso
delas. Em poucos meses estariam indo para a Inglaterra!
Os meses foram se passando com uma rapidez incrível e as meninas apenas
estudavam. Naquele período, todas estavam ocupadas com seus empregos (que não
eram lá grandes coisas: null trabalhava em uma lojinha de roupas, null em uma lanchonete, null era caixa de um supermercado, null trabalhava em uma loja de bijuterias e null era garçonete de um restaurante). Todas já haviam avisado aos pais
sobre a sorte de null e sobre a viagem para a Inglaterra e lógico que eles haviam deixado.
Só precisavam terminar de tirar os documentos para a viagem, e precisavam fazer
isso depressa, já estavam em novembro!
Os donos da agência de turismo e intercâmbio ligaram um monte de vezes para
confirmar tudo. Ficaram sabendo de todos os detalhes, inclusive do hotel
maravilhoso em que ficariam! Estavam contando os dias para as férias...Férias
que mudariam as vidas delas para sempre!
Dois meses depois...
- Peguei o pijama de frio, mãe! - disse null pela centésima vez.
Estavam no aeroporto, prestes a embarcar e as mães faziam as últimas
recomendações as meninas.
De repente, a voz do alto falante anuncia: passageiros do vôo 414 com direção à
Londres às 16:30, por favor, dirijam-se ao ponto de embarque no fim da ala 2 á
direita.
- Somos nós! - disse null, feliz.
Despediram-se dos pais e foram andando, nervosas, pelo corredor branco cheio de
pessoas e malas, cada um falando um idioma, vestindo ternos...Apertaram o
passo.
As meninas iam andando e conversando...
- Será que a gente consegue ver o McFLY em algum lugar? - perguntou null.
- Qual você acha que é a real razão dessa viagem? - perguntou null. - Tudo bem que Londres é tudo e tal, mas até parece que a gente não
ia tentar ver os meninos né!
- E como vamos fazer isso? - perguntou null.
null e null se olharam e trocaram sorrisinhos.
- Só vamos contar para vocês o “plano infalível da null e da null” quando vocês estiverem dentro do avião, senão vocês não vão querer
nem embarcar.
- Aí tem coisa! - disse null, rindo e indo atrás das amigas.
- Tem mesmo, e eu não to gostando... -
disse null.
- Relaxem, não pode ser nada tão sério assim! - disse null, sorrindo e andando mais depressa para alcançar null e null que já estavam lá na frente.
- Às vezes esse otimismo todo de null vira burrice pura! - disse null, balançando a cabeça, porém sem deixar de sorrir.
Era simplesmente impossível parar de rir em uma situação daquelas!
- Cara...Isso é tão alto! - dizia null, grudada na janela.
- Então sai daí, né? - disse null, que estava no bando de trás com null, rindo.
- Quer que eu vá aí? - perguntou null. - Eu faço esse sacrifício.
- null, se você tem medo porque tá sentada na janela? - perguntou null, que estava do outro lado de null. - É uma aflição maravilhosa...- disse null
- Tinha que ser null! - disse null, voltando sua atenção para a Top Of The Pop´s que ela havia comprado
no aeroporto.
- Alguém tem chocolate? - perguntou null, se debruçando no banco de null
- Eu acho que tenho alguma coisa doce aqui pra você ficar quietinha... - disse null, rindo.
O resto da viagem se passou assim, null vidrada na janela (apesar de ter pavor de altura), null dando chocolates para null se acalmar (ela é chocólotra não-anônima), null dividindo seu tempo entre a revista e o iPod, null conversando com null, apesar de elas estarem meio longe. De vez em quando elas dormiam,
mas sempre acabavam acordando rápido. Simplesmente não conseguiam dormir
profundamente, os mínimos barulhos e elas abriam os olhos, e como se já não
bastassem as turbulências, null levantou e passou por Isa e null pra pegar a sua bolsa no porta-malas e derrubou tudo que estava ali em
cima, acordando no mínimo 99% das pessoas no avião.
- Gente, já estamos chegando! - disse null, olhando pela janela.
- Ai que nervoso... - disse null.
- Gente, qual é o plano brilhante de vocês pra gente ver o McFLY? - perguntou null, se dirigindo a null e null.
- Realmente...Até agora, vocês não falaram. - disse null.
- Vou explicar então... - disse null.
Depois de longos minutos explicando cada mínimo detalhe (e deixando todas
assustadas, menos null) null terminou de falar e fez uma cara de vitoriosa.
- É ou não é um ótimo plano? - perguntou ela, feliz.
- Otimamente louco! - disse null. - Mas eu gostei. - acrescentou rápido, vendo a cara da amiga.
- Eu não acredito nisso... - disse null, mais para si mesma do que para as outras.
- Agora que a gente já tá aqui, não vale desistir null! - disse null.
- Quero lembrar que eu entrei nesse avião sem saber o que vocês pretendiam
fazer! - disse null. - Mas vamos ver no que vai dar né? Só quero que vocês saibam que é
uma loucura...Mas tomara que dê certo!
- Não vai dar certo... - disse null, colocando a mão na testa. Antes que null e null começassem aquele longo discurso sobre como null era pessimista, null se pronunciou:
- Você também não queria comprar o cupom pra concorrer à viagem né? E olha só,
estamos em um avião prestes a por nossos pés no Reino Unido!
Aquilo encerrou a questão. Estavam decididas a fazer aquela loucura! Tudo o que
precisavam era de sorte...Era o que null parecia ter de sobra, mesmo sem acreditar que tinha.
- Brincou que nosso hotel fica perto da famosa Pennylane! - disse null com os olhos brilhando.
- Cara, é simplesmente A SORTE! - disse null, sorrindo.
- Eu preciso tocar naquele chão... - disse null, pensativa.
- Vamos logo para o hotel, antes que null surte! - disse null, puxando a amiga ainda em transe.
Saíram do aeroporto e pegaram um táxi, null disse ao motorista o endereço do hotel.
Foram super bem atendidas, e a moça na recepção ainda deu a elas um guia com
tudo que Londres oferecia de melhor. Como quem não quer nada, null pediu um mapa também.
As meninas se olharam e riram. Sabiam que o mapa era o primeiro passo para o
plano dar certo!
Foram para a suíte (que era dupla, lógico) trocaram de roupa e em menos de meia
hora estavam no saguão do hotel, prontas para começar o “plano infalível”.
- Prontas? - perguntou null, com os olhos brilhando.
- Ai que medo null. Cara... - disse null.
- Estamos prontas. - disse null.
Ok, o plano era bem simples, apesar de ser bem maluco. Todas elas sabiam que o
McFLY não morava mais junto, porém eles ainda iam naquela mansão que moravam
antes, geralmente para ensaiar, ficar de bobeira ou fazer alguma comemoração
íntima. Resumindo: de um jeito ou de outro, eles iam lá sempre.
O que elas queriam era ficar de plantão na frente daquela casa. Até aí muito
simples, era só ficar na rua e pronto, mas a mansão ficava dentro de um
condomínio e entrar lá é que seria a parte difícil.
A idéia genial era: fazer amizade com algum funcionário legal, pedir uniformes
de zeladoras e pôr o plano em prática. Mas achar um funcionário legal estava
fora de questão, esses funcionários nunca são legais, então elas teriam que
invadir de fininho mesmo.
Depois de algumas complicações com o mapa, (que null havia interpretado totalmente errado, fazendo elas irem parar do outro
lado da cidade) elas chegaram na porta do tão famoso condomínio. Um porteiro
que tinha idade para ser pai delas estava na portaria.
- Ok. É aqui que você entra, null. - disse null.
- Merda, lá vou eu puxar assunto com o vovô...
null ajeitou os cabelos da melhor maneira possível (não acreditava que
estava fazendo aquilo!) e foi até o senhor puxar assunto.
As meninas viram o homem sorrir, e entenderam que ele já havia caído no papo
dela.
- Só queria saber o que ela está dizendo... - null pensou alto.
- Depois a gente descobre! Agora eu e null vamos passar de fininho por aquele portão lateral ali e aconteça o
que acontecer, null não pode deixar o velho tirar os olhos dela, senão ele vê as câmeras
por aquela TV e a gente se ferra! - disse null.
- E eu e null? - perguntou null.
- Vamos passar duas de cada vez. Vai chamar menos atenção. - disse null.
- E como null faz quando ela quiser entrar? Vira de costas pro cara e sai andando? -
perguntou null.
- Não, quando ela já tiver com ele no papo, ela pede pra dar uma olhadinha no
condomínio, e quando o cara virar as costas ela se joga em um matinho qualquer
e some de vista. - disse null, vitoriosa.
- Quero ver se não tiver nenhum matinho! - disse null.
- Aí tem o plano B. null soca o cara e ele entra em coma. - disse null.
Quando todos concordaram, null e null começaram a passar pela portinha. null suava de nervoso. null levantou a mão, avisando que tinha conseguido.
- Nossa vez! - disse null, puxando null.
Elas passaram sem maiores complicações. Quando estavam lá dentro, as quatro
foram se esgueirando até uma porta em um pátio onde se lia “almoxarifado”.
- Vamos pegar os uniformes logo! - disse null, abrindo a porta. Por sorte, não tinha ninguém no local, elas se
vestiram tranqüilamente e guardaram suas roupas em uma sacola. Só faltava null. Ficaram sentadas no banquinho como verdadeiras zeladoras esperando null e o velho entrarem.
Uns cinco minutos depois, null apareceu rebolando com o cara babando atrás dela. As meninas sentiram
vontade de rir, mas não podiam fazer isso! Tinham que agüentar.
De repente, o homem veio cheio de marra pra cima dela, fazendo pose. Segurou na
mão dela...Estava chegando mais perto. null tentava inutilmente empurrar o homem para trás, mas ele era bem mais
forte.
- Ok...O plano B vai entrar em ação mais rápido que imaginávamos! - disse null.
- Isso null! Soca ele que nem você fez com o Bruno na primeira série! - disse null, batendo palmas.
null levantou um pouco receosa. Respirou fundo, foi até lá e cutucou o
homem. Quando o homem virou, ela deu um soco no rosto dele, mas ele não caiu,
ficou meio abalado e se virou para ela fumegante de raiva. De repente, null vê um pedaço de pau batendo na cabeça do homem e ele cai no chão.
null segurava o pedaço de pau na mão, estática.
- MATEI UM HOMEM! - disse ela, desesperada.
- Calma xuxu, respira! - disse null, mais nervosa que a amiga.
null(que estava na faculdade de medicina) chegou perto e constatou que o
homem não estava morto, o que deixou todas aliviadas. Elas o pegaram e o
jogaram dentro do almoxarifado.
- É aquela ali! - disse null apontando para uma casa enorme.
- Vamos logo com isso!- disse null e todas elas foram andando em direção à casa.
Com uma coisa as meninas não contavam: com a possibilidade de James aparecer e
não algum dos garotos do McFLY. Imaginem as caras de surpresa das garotas
quando James chegou e encontrou as cinco se debruçando na janela da mansão para
tentar ver alguma coisa lá dentro (porque eles podiam muito bem já estar lá
dentro).
Foi só James descer do carro (tinha ido lá para pegar um amplificador que Dougie
havia pedido) e null deu um ataque de riso, null arregalou os olhos, null engasgou, null caiu das costas de null e a própria desmaiou.
- Ok, já vi que não são zeladoras. - disse James, sorrindo de lado.
“Nossa... Que sorriso” pensou null.
- Não nos mate ou nos denuncie! - disse null, se desesperando e juntando as mãos em sinal de súplica.
- Não vou fazer isso, porque vocês não me parecem perigosas. - disse ele,
olhando para null. “Mas hein... Dude, que garota é essa?” Pensou ele.
- null, xú, ACORDA! - null se desesperou.
- A garota desmaiou? - perguntou James. - Entrem. Ela não pode ficar aqui fora né?
James abriu a porta, as meninas entraram e ficaram observando as coisas antigas
que sempre viam nos vídeos...Conheciam cada almofada daquela sala.
- Se vocês demorarem, a garota entra em coma! - disse James, as empurrando
para dentro. - Alguma de vocês é médica?
- Bom, a única que vai se formar em medicina está desmaiada! - disse null.
- Eu li em uma revista que se a gente jogar um balde de água BEM gelada, pode
dar certo! - disse null.
- Além de bonita, ela é inteligente. - disse James sorrindo.
null ficou mais vermelha que camarão na brasa em dia de sol. James foi até
a área, pegou um balde, encheu de água fria e jogou em null. Não deu outra!
- Tive um sonho estranho...Sonhei que estávamos na Inglaterra, eu não lembro
bem o motivo, sei que tinha algo haver com o número 345...Invadimos um
condomínio, null e null espancaram um homem com uma roupa de zelador e James Bourne apareceu! -
terminou null, pensativa.
Todos começaram a rir daquela cena. Explicaram para ela que nada tinha sido um
sonho e James insistiu em saber de toda a história das meninas, que contaram
com todo o prazer. James não tirava os olhos de null por nem um segundo, e null, mesmo quando estava falando com alguma das outras, não piscava de
tão vidrada nele.
O dia foi passando e nada de McFLY...Pelo menos não até aquele momento!
No apartamento de Dougie...
- Dudes, levantem desse sofá! Vamos atrás daquele imbecil do James! O celular
dele tá desligado e se eu bem conheço esse puto, ele deve estar fazendo a maior
zona lá na casa! - disse Harry, irritado, jogando o celular na poltrona.
- Eu dirijo, para a segurança geral. - disse Tom, pegando as chaves.
- Não to afim de sair daqui não... - disse Dougie. - O James dá um jeito na zona
depois!
- O que tem o James? - perguntou Danny, que não prestava atenção na conversa,
estava vendo “Tartarugas Ninja”.
- Andem logo seus lesos! A casa está em perigo! - disse Tom.
Sem relutarem mais, Dougie e Danny foram para o carro, xingando.
No portão do condomínio...
- Tom, buzina de novo!- insistia Harry.
- Buzinar pra que Harry? Você não está vendo que o porteiro não está ali? -
respondeu Tom, sem paciência.
- Dá pra alguém descer e abrir a droga do portão? - perguntou Dougie.
- Que merda! - disse Harry, saindo do carro e indo em direção ao portão, para
abri-lo.
- A gente tem que reclamar dessa segurança! Imagina só se as fãs malucas invadem o condomínio, se
vestem de zeladoras e entram na nossa casa? - disse Danny, arregalando os olhos.
- Realmente...E depois nós somos abduzidos. - disse Tom, irônico.
- Olha, o Harry já abriu o portão! Anda Tom! Vamos fingir que o Jones não fez
essa última declaração. - disse Dougie.
Já dentro do condomínio, estacionaram o carro no jardim e perceberam que as
luzes da casa estavam acesas.
- Eu sabia que o James tava fazendo farra aqui! - disse Tom, irritado.
- Que abusado! - disse Dougie.
- Concordo! - disse Tom.
- Nem pra chamar a gente! - Dougie ficou emburrado.
Tom olhou surpreso para ele, balançou a cabeça resmungando e abriu a porta da
casa.
- MAS HEIN?!? - foi o que Harry gritou, quando sentiu que estava pisando na mão
de alguém.
Olhou para baixo e viu uma garota caída no chão, rindo muito, mas que quando
viu ele ficou série instantaneamente. Ouviram gritos e passos se aproximando.
- null, qual é o seu problema? Era só procurar algo comestível e ao invés
disso você fica aí e...- null parou de reclamar, olhando para a cara de quatro garotos estáticos.
- Porque pararam? - chegou null, falando.null estava vidrada na porta. Sentiu as pernas moles e pensou ver tudo
escuro por alguns instantes. null olhou pra porta e ficou parada.
De repente, null grita e sai correndo. null puxa null pela mão, levanta a menina e elas saem correndo também.
“Por que estamos correndo? O que deu na cabeça da null?” Se perguntava null, apressando o passo. null e null correram atrás, deixando James no sofá falando sozinho.
- PEGA LADRÃO! - gritou Danny, e os garotos saíram correndo pela casa procurando
as invasoras.
- Vamos ligar para a polícia! - disse Dougie, com medo, chegando perto de
Harry, que abria um armário para ver se elas estavam lá dentro.
- Polícia Dougie? Só quando encontrarmos elas e perguntarmos algumas
coisinhas!- Harry respondeu, ainda procurando.
- Mas e se elas tiverem armas? - perguntou Dougie, receoso.
- Armas Dougie? Você viu a cara delas, pelo amor de Deus, estavam mais
assustadas que nós quatro juntos!
Tom passou por James no sofá:
- Depois a gente conversa! - disse ele.
- Cara, você que as convidou ou elas estavam aqui antes de você? - perguntou
Danny.
- Bom, não exatamente AQUI... - ia dizendo James, mas foi cortado por Tom.
- Vamos procurá-las.
Não demorou muito, Tom puxou a menina que tinha gritado e corrido para fora da
estante da TV.
- Desculpa! Eu corri porque fiquei com medo de você chamar a polícia, o FBI, o
exército do Reino Unido, matar a gente...Sei lá pô! – disse null, visivelmente assustada, com Tom a segurando.
- Calma! – disse ele, talvez até mais assustado que ela. - Porque invadiu a
nossa casa? E que papo é esse de FBI e exército do Reino Unido?
Do armário saiu null, que segurou na mão de null.
- Longa história. - disse ela, olhando para Tom.
“Nossa!” Pensou Tom, olhando para a menina.
- Achei três! - disse Harry.
Depois que estavam as cinco meninas no sofá da sala, os quatro integrantes do
McFLY parados diante delas com os braços cruzados e com cara de mau e James
assustado olhando para eles, Dougie se pronunciou:
- Pra começar...De onde vocês são? - ele perguntou.
- Que pergunta é essa cara! - perguntou Danny, incrédulo. - Elas INVADIRAM a
casa, ok?
- Só quero saber de onde é esse sotaque. - disse Dougie, dando de ombros.
- Não somos daqui, somos do Brasil. - disse null, olhando para ele.
- Pô, isso é BEM longe!- disse Tom. - Vieram do Brasil, chegam aqui e invadem
uma casa?
Então elas começaram a contar tudo muito rápido, atropelando umas as outras.
Quando terminaram, o silêncio pairou.
- Erm...Então vocês são fãs? - perguntou Danny.
- É. - respondeu null.
- Ainda não sabemos seus nomes! - disse Dougie.
As meninas se apresentaram e depois sorriram. Os meninos sorriram também, elas
eram bem simpáticas...E elas eram fãs, o que quer dizer que fariam qualquer
coisa por eles...Poderiam se divertir bastante à custo das meninas.
- Bom...Se puderem fazer a gentileza de assinar alguma coisa, qualquer coisa,
eu juro que a gente vai embora! - disse null, nervosa.
- Não...Isso não vai dar certo. - disse null, colocando a mão no rosto.
- Ir embora por quê? - perguntou Harry, olhando para null com uma cara de maroto, fazendo a menina corar.
- Bom...Invadimos o território de vocês, certo? - disse null, irônica.
- Gostei de você, pequena! - disse Dougie, sorrindo.
“Calma, não agarra ele”. null tentava fazer contato com a sua mente em transe.
- Relaxem. - disse Harry, levantando A SOBRANCELHA. Harry já tinha entendido a
jogada: se divertir. E é isso que fariam. Ficaram conversando todos juntos, até
bem tarde da noite, quando as meninas decidiram voltar para o hotel. Os garotos
disseram que passariam lá logo cedo, pra voltarem para a casa. Elas ficaram sem
reação, mas elas não negariam NUNCA.
No hotel...
- OMG!- disse null, assim que fechou a porta.
- James Bourne trazendo a gente em casa? Casa do McFLY? Amanhã TAMBÉM? - disse null, incrédula.
- Se preparem. - disse null, com um sorriso de orelha a orelha. - Vamos acordar daqui a pouco e
descobrir que tudo não passou de um lindo sonho...
- Que sonho o quê! É mais real que qualquer coisa! - disse null, feliz, pulando em cima da cama.
- Não dá pra acreditar... - disse null, também sorrindo.
- Quem foram AS GÊNIAS do plano? - perguntou null, subindo na cama e dançando com null, fazendo todas rirem.
- E quem disse que não ia dar certo? - perguntou null, olhando para null que deu língua.
Ficaram nessa até tarde...Mas elas mal sabiam que, pelo menos por enquanto,
eles estavam só procurando diversão.
Em uma certa casa, quatro garotos...
- Acho que vamos nos divertir! - disse Danny, com cara de safado.
- Ah gente...Sei lá, não parece certo! - disse Tom.
- São apenas fãs cara! Vamos curtir a vida! - disse Dougie.
- O que pretendem fazer, gênios? - disse Tom, rindo.
- Chamar elas para dormirem aqui amanhã. - disse Harry, feliz.
- MAS HEIN? - perguntou Tom, incrédulo.
- Claro! Vai ser onde, no seu apartamento? - perguntou Harry.
- Isso não vai prestar... - disse Tom, colocando a mão no rosto.
- Pegou o tique nervoso da null! - disse Dougie, rindo.
- Não...Ele gamou na null! - disse Danny, rindo.
Ficaram nessa até tarde da noite...
Na manhã seguinte, null acordou primeiro que todas (como sempre) e quando estava se trocando,
o interfone tocou. Atendeu e deu um grito de felicidade.
- QUAL FOI A DO BERRO? - null levantou, estressada.
- ELES ESTÃO AQUI! LEVANTEM E SE ARRUMEM, SUAS ANTAS! - disse null.
- PORQUE NÃO DISSE LOGO, XÚ! - disse null, levantando.
Quando chegaram ao salão do hotel, os meninos estavam lá, sentadinhos.
Tom foi o primeiro a levantar, dando uma de galã e beijando a mão de null.
“Vou morrer” Pensou null.
“Superem essa, otários.” Pensou Tom.
- Meninas, vocês não se importam se o James for, certo? - perguntou Harry,
sorridente.
“De maneira alguma!” Pensou null, feliz só de pensar em ver o garoto de novo.
Foram todos para a casa, rindo e conversando e passaram uma tarde perfeita,
vendo “De volta para o futuro” e comendo pipoca. Já estava de noite, estavam
todos na sala.
James e null não paravam de se olhar por um segundo...
- Quem tá afim de pizza?- perguntou James. - Eu vou comprar uma.
- Quatro queijos! - disse null.
- Alguma das damas me acompanha? - perguntou James, olhando significativamente
para null.
- Eu vou! - disse ela, acompanhando o garoto até a porta.
- Nossa...Não sabia que era na praia que se comprava pizza. - disse null, sorrindo.
- Quem disse que eu quero comprar pizza? - disse James, parando o carro de
frente para o mar.
null abriu a porta do carro, desceu e foi em direção à praia com James
atrás dela. Estava uma noite linda e a lua cheia brilhava no céu. James não
sabia por que, mas sentia que null era especial e ele sentira isso desde que a viu pela primeira vez.
Ela era o tipo de garota para ele: legal, divertida, bonita, que não se
importava com o que as pessoas pensavam. O que ele mais queria naquela hora era
estar junto com ela.
- null... - disse ele, baixinho no ouvido dela.
- Bourne, cala essa boca! - disse ela, virando e beijando o garoto. Ela gostava dele,
não porque era famoso ou bonito, mas porque ele a fazia se sentir especial, era engraçado...O garoto para ela.
Correram juntos pela praia, rindo e se divertindo. Perderam a conta de quantas
vezes James derrubou a menina na areia, se jogando ao lado dela, logo em
seguida. Para eles, aquela noite não podia estar mais bonita...
- O James foi comprar a pizza em Marte! - disse Tom.
- Vamos fazer alguma coisa pra comer então! - disse null.
- Só deve ter miojo nessa casa. - disse Dougie.
- Eu me viro na cozinha. - disse null, piscando. Ela se levantou e foi até a porta da cozinha, fechando-a.
Tom foi atrás.
- Quer ajuda? - perguntou baixinho, bem perto da orelha dela. “Não faz isso...”
Pensou null, sentindo milhares de borboletas no estômago.
- Pode deixar. - disse ela, sorrindo. Tom olhou no fundo dos olhos dela. Talvez
ela não fosse uma garota para ele se divertir! Talvez ele quisesse mesmo que
eles ficassem juntos, quem sabe?
- Você é perfeita, sabia? - disse ele, passando a mão no rosto da menina.
- Não sou não. - disse null, fechando os olhos.
Tom não pensou mais, beijou a menina. Ele não era de ferro!
Na sala, todos morriam de fome.
- Que merda, cadê o Tom e a null? - perguntou Harry.
- Sei lá cara. Deixa pra lá. - disse Dougie, piscando para Harry.
Dougie sabia que a uma hora dessas, Tom estava beijando null na cozinha.
- To com frio, alguém sabe onde tem um cobertor? - perguntou null.
- Eu te mostro! - disse Harry, subindo a escada com Isa em seu encalço.
Ele a levou até um corredor escuro, onde tinha um armário. Isa ficou de frente
para o armário, e quando ia abri-lo, sentiu as mãos de Harry na porta do
armário, em volta dela. Virou-se e encarou-o, ele estava muito perto, ela
estava presa ali.
- Harry eu... - ela ia dizendo, mas foi interrompida por ele com um beijo.
Lá embaixo, estavam apenas Danny e null, Dougie e null. O silêncio era intenso, nem mesmo o vento fazia o mínimo barulho.
- Vou ao banheiro. - disse null. Qualquer coisa para sair dali, não agüentava mais. Dougie levantou e
foi atrás dela.
null se olhou no espelho do banheiro, lavou o rosto, e quando se olhou de
novo no espelho, viu Dougie encostado na porta, de braços cruzados olhando
para ela.
- Er...Eu acho que... - ela ia falar, mas ele cortou-a.
- Não adianta fugir de mim. - ele disse, sorrindo. Não falou mais nada, apenas
foi se aproximando da menina, a deixando sem saída. Quando viu que ela não
podia mais correr, beijou-a.
Na sala, null encarava as unhas altistando. Estava tão absorta em seus próprios
pensamentos que nem viu quando Danny sentou ao lado dela. Quando sentiu ele
perto, desviou o olhar da mão e olhou para o lado. Ele a encarou e ela se
sentiu presa naqueles olhos azuis.
- Seus olhos são profundos, sabia? - perguntou ele. - são expressivos...Às vezes
você nem precisa dizer o que quer, é só olhar para eles e a gente sabe.
- Nossa, devo ser muito vulnerável então. - disse ela, sorrindo.
- Eu posso ver o que você quer nesse momento... - disse ele se aproximando.
null relutou, mas não resistiu. Deixou que o garoto a beijasse.
No fim da noite, James e null estavam de volta com a pizza que ninguém mais queria comer. Os
“casais” formados não se desgrudavam e isso já estava ficando estranho. Eles
estavam só se divertindo, certo? Ou não...
Acabou que as meninas voltaram para o hotel no fim do dia, e como sempre, foi
só entrarem no hotel para começarem as fofocas...Quanta coisa tinha acontecido
e elas mal haviam chegado direito! Mas muitas coisas que elas nem imaginavam
estavam prestes a acontecer.
O outro dia não foi muito diferente...Os meninos (incluindo James) passaram
novamente o dia todo com elas e de noite levaram-nas até o hotel. Só que dessa vez, elas tinham uma surpresa para eles...
- Pra onde estão nos levando, posso saber? - perguntou Harry, subindo as escadas
atrás de null.
- A pergunta é: porque não vamos de elevador? - perguntou Tom.
- Xús, falem
menos e subam mais! - disse null.
Subiram até chegarem a um terraço.
- Prontos para verem a coisa mais perfeita que já viram na vida de vocês? -
perguntou null, com a mão em uma porta de ferro.
- Eu já vi a coisa mais perfeita na minha vida. - disse James, sorrindo.
Todos começaram a sacanear eles, os meninos dizendo “Huum” e as
meninas “Ooohn que fofo!”.
- Agora é sério, abre logo null! - disse Dougie, com carinha de pidão.
null abriu a porta, que revelava o terraço. Olhando por ele, os garotos
viam a Rua Penylane inteira, iluminada e o resto de Londres, em contraste com
a lua cheia no céu. Mas o que mais chamava a atenção era a maravilhosa rua
Penylane...
- Nossa...Eu que achei que conhecia o lugar onde eu moro! - disse Danny,
envolvendo null pela cintura. Ficaram todos em silêncio, olhando para aquela
imensidão. Aquilo ficaria na memória para sempre! Até que null disse:
- Sabiam que a gente escrevia cartas de declarações só pra vocês?
- Sério? - perguntou Dougie, sorrindo.
- Mesmo a gente sabendo que vocês nunca leriam. - disse null.
- Poxa, só eu estou fora dessa! Quero entrar no McFLY pra ser idolatrado desse jeito! - disse James,
fazendo todos rirem. Por incrível que pareça, passaram a noite ali, dormindo no
terraço. Só foram dormir depois que viram o sol nascer, cada momento parecia
único. Só não esperavam que quando estivessem dormindo, um paparazzi estivesse
de plantão no terraço do prédio ao lado.
As férias foram passando, e quando chegasse mais ou menos o meio de Janeiro, as
meninas deveriam voltar para o Brasil e se prepararem para recomeçar a antiga
vida. Elas e os garotos evitavam falar disso, mas sabiam que em algum momento
teriam que dizer adeus. Só não esperavam que fosse tão cedo.
As semanas corriam felizes, elas iam dormir na antiga casa deles algumas vezes,
outras vezes voltavam para o hotel tarde da noite. Conheceram com eles todos
os lugares de Londres, tiraram fotos...Aquela estava sendo a melhor viagem de
todas! Porém, em uma manhã, quando todos acordaram na casa dos McGuys...
- Bom dia minha pequena! - disse Dougie, beijando null de leve.
- Falou aquele que é grande né! - disse ela, levantando-se.
Saiu do quarto de Dougie e foi batendo nas outras portas para acordar o resto
da cambada.
- Danny...Seu braço tá apertando a minha barriga amor! - disse null acordando e vendo que Danny havia envolvido seus braços na cintura
dela.
Harry acordou praticamente em cima de null, null e Tom estavam de mãos dadas, null estava com a cabeça no peito de James. Era engraçado ver todo mundo
assim, junto!
Quando Dougie abriu a porta, se deparou com algo que não esperava: um bando de
paparazzi, todos tirando mil fotos. Entre algumas perguntas e outras, ele
entendeu que o assunto eram as meninas e quem elas eram. Fechou a porta
imediatamente.
Aproveitou que as meninas estavam todas juntas tomando café na cozinha e chamou
os garotos para a sala.
- É o seguinte... - começou Dougie, pálido. - Pelo menos metade da imprensa da
Inglaterra está parada na nossa porta pronta para ouvir o que temos a dizer
sobre nossas “misteriosas acompanhantes”.
- Como descobriram? - perguntou Danny.
- Todo mundo lê jornal, Jones. - disse James, atirando em cima da mesa um
exemplar do jornal de hoje que ele encontrou no batente da porta (o carteiro
deve ter deixado mais cedo). Logo na primeira página estavam fotos deles no dia
em que foram no terraço do hotel para ver a rua Pennylane...Cada um estava
abraçado com uma das meninas, e a manchete era: “Diversão do terraço”.
Harry sentiu o sangue ferver. Como podiam fazer isso?
- Gente, eu não sei vocês, mas acho que devemos desmentir isso tudo, senão vai
dar muita confusão pra elas! - disse Dougie.
- Imaginem as pessoas as perseguindo e fazendo perguntas pelas ruas? -
imaginou Tom, assustado.
- Em pensar que nós começamos isso tudo pensando em apenas nos
divertirmos... - lembrou Danny.
- Vocês, eu não. - disse James. - E digo mais: eu estou perfeitamente pronto para
dizer pra todo mundo que eu amo a null e que nós vamos ficar juntos!
- Eu prefiro desmentir tudo... - disse Dougie.
- Eu estou com você dessa vez, Dougie. - disse Tom.
James ficou louco de raiva.
- Façam o que quiserem! EU não vou fazer isso com ela!
James saiu da sala, puxou null pela mão e pediu que ela fosse com ele até o carro, precisavam
conversar. Quando abriram a porta da casa, centenas de flashs cegaram seus
olhos e James enrijeceu:
- Sim, ela é minha namorada se é o que vocês querem saber! O nome dela é null e ela é a única que eu quero! - disse ele, segurando mais forte a mão
dela. null não pôde deixar de sorrir. Ele havia dito para todo mundo ouvir que
era ela a escolhida dele! Entre milhões de meninas que davam em cima dele
praticamente todos os dias. Ele havia visto ela e apenas ela. Ele a puxou
para dentro do carro, fechou a porta e acelerou. Ele e ela ficariam juntos,
custe o que custasse! Tom foi o próximo a abrir a porta da casa, e mais flashs
e perguntas.
- A null é namorada do James, mas as quatro garotas não têm nada a ver com a
gente! - disse Tom, sentindo que podia começar a chorar a qualquer momento. Mas
era o melhor a se fazer, tanto para elas quanto para eles.
Um repórter começou a argumentar:
- Mas vocês estavam com elas no terraço do hotel mais famoso da cidade, assim
como James Bourne estava com a nova namorada!
- Só que nós estávamos apenas nos divertindo! - continuou Dougie, vendo que Tom
não teria forças para continuar.
- Não significou nada! Deixem-nas em paz! - disse Danny.
- Vocês levam tudo a sério!- disse Harry - Aumentam tudo!
Então, Harry fechou a porta e ficou olhando pela janela até ter certeza de que
toda a imprensa havia ido embora. Quando se viraram, vira quatro meninas incrédulas
e com lágrimas nos olhos olhando para eles.
- “Não significou nada?” - disse null, olhando para Danny. Ele apenas abaixou os olhos. Ela não entenderia.
Nenhuma delas entenderia!
- Vamos embora daqui agora! - disse null, puxando null pelas mãos. Os meninos nem tentaram dizer nada, apenas pararam e
ficaram olhando para elas.Não sabiam o que dizer!
Elas pegaram suas coisas, saíram da casa, e viram os garotos correndo atrás.
- Espera null! - Danny gritou.
- Não faz isso null! - Tom se desesperou.
- Isa, pêra aí! - disse Harry.
- null, escuta! - Dougie disse.
- CHEGA!- null deu um grito. Todos olharam para ela, que tampou os ouvidos com as
mãos e começou a chorar.null foi até a amiga e a abraçou. null olhou para eles:
- A brincadeira pra vocês terminou! - disse ela, se segurando para não chorar. null também já chorava. Olharam para os rostos desesperados deles pela
última vez. E seguiram seus caminhos. Pegaram um táxi, ligaram para null que disse que já estava a caminho do hotel. Quando null chegou ao quarto e viu o estado das amigas, a felicidade que estava
sentindo por ela e por James se apagou.
- O que aconteceu? Devíamos estar todas felizes, eles assumiram! - disse null, sorrindo.
- Só o James assumiu, null. - disse null.
null imediatamente entendeu tudo. Cafajestes! Abraçou as amigas e disse:
- Começamos isso juntas, e vamos terminar isso juntas!
Arrumaram as malas e cancelaram os dois últimos dias que tinham em Londres. Só
queriam ir para casa.
James levou-as até o aeroporto, o vôo de volta para o Brasil estava marcado
para 15:40.
- Eu te amo, ok? Vou te visitar no próximo fim de semana!- disse James, beijando null que chorava.
- Eu também te amo! Vê se não esquece de mim nessa uma semana que você vai ficar sem me ver...
- Só vou esquecer de você quando as estrelas no céu caírem e quando sumir esse
brilho nos seus olhos.
Ele a abraçou com força. Como amava aquela garota!
- Tchau pra vocês também, perfeitas! - disse James, abraçando cada uma delas.
Além de amores, essa viagem tinha rendido grandes amizades também. Em tão
pouco tempo. null começou a chorar e foi só verem ela chorando que as meninas também
começaram a chorar.
- Nós vamos nos ver de novo! – disse James.
As meninas deram uma última olhada no aeroporto que talvez nunca mais vissem.
Olharam para James e logo em seguida, entraram no corredor que as levaria para
o avião.
Quando já estavam dentro do avião e ele começou a se erguer, viram quatro
garotos muito conhecidos gritando, correndo atrás do avião pela pista, com uns
30 seguranças atrás. Eles choravam e pediam desculpas, a chuva que começava a
cair molhava seus cabelos...Mas era tarde demais.
As amigas olharam aquela cena sem dizer nada. A vida agora não seria a mesma.
null, pela primeira vez na vida, não queria olhar pela janela.
Alguns dias depois...
- Parabéns pra você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de
vida! - cantavam todas, em casa, ao redor da mesa da sala.
- 19 aninhos, hein null! - disse null, abraçando a amiga.
- 23 de Janeiro é o melhor dia do ano! - disse null, feliz.
- Faz um pedido e sopre as velas! - disse null.
null pensou. Soprou.
- Uhul! - null gritou.
- Chegou um embrulho para você, mas nenhuma de nós abriu, não tivemos coragem.-
disse null, entregando a null um pacote com um selo da
Inglaterra. Ninguém nem respirava: todas sabiam de quem era o pacote. Naquelas
férias, tinham dado o endereço delas para os meninos, para se escreverem, mas
nenhuma carta nunca tinha vindo durante todos esse dias (Apenas cartas de James
para null, que estavam namorando mais sério que nunca).
null abriu o pacote e dentro tinha
um autêntico disco de vinil do Queen. Lembrou-se das conversas que tinha com os
meninos...
Flashback:
- O nome da sua banda favorita! – disse Tom, apontando a setinha do jogo para null.
- Não vale! Todo mundo sabe que somos nós! – disse Harry, irônico.
- Quem disse Judd? - disse null.
- Então qual é a sua banda favorita? - perguntou Danny.
- Queen! – disse null feliz e as meninas aplaudiram.
- Isso aí null! Falou na cara! - disse null.
- Isso não vai ficar assim! - disse Danny. Ele levantou e correu atrás dela, a
derrubando no chão e fazendo cócegas até ela dizer que era o McFLY a banda
favorita dela.
- MINHA BANDA FAVORITA É O McFLY! AGORA ME SOLTA JONES! - disse null, rindo.
- Sabem? Isso é o tipo de coisa que não convence! - disse null. Todos riram e começaram a fazer guerra de travesseiro.
End Flashback.
null sentiu as lágrimas quentes
rolando. Havia também uma carta com o nome dela:
Parabéns amor! Quero que você saiba que eu sinto sua falta todos os
dias e sempre que vemos a velha Penylane lembramos de vocês. Posso ver seus
olhos nesse momento e só de olhar para eles eu sei o que você quer. Eu sempre
sei. E eu sei que você ainda me ama!
Os meninos te mandam beijos e dizem que sentem falta de todas vocês!
Algum dia nós vamos ficar juntos e nesse dia você vai ver que tudo valeu a
pena. Foi o melhor verão da vida de todos nós, com certeza...Viva o número 345,
certo? Esse é o número que te trouxe pra mim e é esse o número de beijos que
eu queria poder te dar hoje!
Feliz aniversário:
Danny
null apertou forte o pedaço de
papel molhado pelas lágrimas contra o peito. As amigas a abraçaram. Ambas se
lembrando do maravilhoso verão que tiveram e do bendito número 345, que elas
chegaram a amaldiçoar no fim da viagem.
“Acho que isso não termina aqui”. Pensou null ainda abraçada às meninas. null se levantou, pegou o velho
aparelho que o pai havia lhe dado e colocou o vinil para tocar... E assim, o dia
terminou com muitas lágrimas, risos e o som de “Love of my Life” no fundo.
Fim.
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Nota da Autora: Primeira fic no site!
Espero que tenham gostado...outras estão por vir e é claro, essa vai ter
segunda parte.
Agradecimentos: em primeiro lugar, Isa, que scriptou pra mim, te amo melhor
amiga! E agradeço também à Ana, Ju, Dessa e Celle porque a fic foi inspirada em
todas, obviamente.
Mande seus comentários pra mim: mandi_lazaroni@hotmail.com
Pra quem quiser ler as outras fics que eu tenho aqui:
Charlie’s Life, Tell Her e My Life Without You