{10 meses depois}

~> Inglaterra <~

- , o que há de errado com você? Não está acertando um acorde hoje! - reclamava do amigo.
- Cala a boca.
- É sério , amanhã é nosso último show, depois são férias, dude! Se esforça que depois a gente te recompensa - incentivou-o.
- Hm, ok. Mas eu já estou tentando! - .
- Nossa, então 'tá ruim mesmo, heim - não pode deixar de zoar o amigo. apenas lançou-lhe um olhar que fez-o calar-se e voltar a atenção ao seu instrumento.

~~x~~x~~x~~x~~x~~

- FÉRIAS!
- Finalmente, descanso! - disse enquanto se deitava (lê-se se jogava) no sofá.
- Duude, nunca esperei tanto assim por descanso! - se jogava em outra poltrona. - E aí, o que vão fazer agora?
- Dormir 24 horas seguidas, jogar video game até morrer e hm, dormir. - enumerava nos dedos enquanto falava. Os outros riram.
- E você, , o que pretende fazer? - notou o silêncio inédito do garoto.
- Viajar. - ele respondeu com o olhar vago. Já havia decidido há muito tempo, e agora que estava tão próximo a sensação o assustava.
- Wow, e onde vai a princesa?
- Alemanhã.
Todos ficaram em silêncio. Sabiam quem estava lá, e a razão do amigo querer ir.
- Dude, você sabe que lá... - foi cortado.
- Sei.
- E que ela pode... - Dessa vez foi .
- Estar com outro? Sei.
- E você... - .
- Vou mesmo assim. Não desisto. Não até ver que eu a perdi para sempre.
- Dude, você é mágico ou o quê? Adivinhou tudo! Vai, adivinhe o que eu estou pensando agora! - disse tentando mudar o clima da conversa.
ergueu a sombrancelha (Momento ) e olhou para o garoto, como se dissesse "não acredito que você é tão idiota!".
- Bom, preciso ir. Tenho que terminar as minhas malas. - ignorou a criança ao seu lado e se levantou.
- Hey, calma super Boy! - fez careta ao ouvir o apelido - Já vai amanhã?
- Vou.
- Vamos com você - disse.
- Como? - indagou.
- É. Se ela te der o fora, estaremos lá pra te ajudar. Assim não dá tempo de você virar emo e cortar os pulsos num quarto de hotel. - sorriu.
- Oooou podemos ir apenas porque somos seus amigos - lançou um olhar significativo a , que se calou.
- OK. Vôo 452, destino à Alemanha, sai amanhã de manhã às 9:00. - avisou.
- Dude, eu podia jurar agora que você era uma aeromoça! - disse, mas o amigo nem ao menos riu. Virou-se e saiu do camarim.

{No dia seguinte, 9:00 - Dentro do avião}

"Air Hostess, I like the way you dress..." cantava animado.
- Dude! - fez careta. - Cala a Boca!
- está menstruado. Por isso o nervoso. - disse para uma menina ao seu lado, que olhou assustada quando falava grosseiramente com o amigo. A garota riu.
- Cara! Dava pra você ser mais gay? - disse.
- Não sou eu o gay, meu amigo. Não sou eu - disse, se achando esperto, enquanto na verdade ninguém entendia o sentido daquela resposta.
Enquanto isso, olhava pela janela as nuvens. Não era uma coisa realmente interessante para se fazer, mas ele não se importava. A sensação ruim que ocupava seu estômago o desesperava, e ele sabia que não era medo de altura ou avião. Seu coração quase saía pela boca enquanto ele pensava que iria encontrá-la. Tinha o endereço, que pegou pelo site da faculdade, apesar de não entender alemão. Google Ferramenta de Idiomas foi bem útil, ele tinha que admitir. O telefone dela, ele tinha há muito tempo, quando pediu à . Mas o orgulho e medo o impediam de discar os números toda vez que tentava. Odiava-se por ser tão fraco e tão inútil. "Isso, . Uma auto depreciação pode ser extremamente útil nesse momento" ele pensava, ironicamente. Depois de tanto tempo, tantos meses! Ele sentia que a dor podia se libertar, ou as correntes que se instalaram em volta de seu coração poderiam apertá-lo ainda mais a ponto de morrer. Por que a vida tinha que ser tão cruel?

~> Alemanha <~

- Uhuuul, férias! - Uma garota loira de cabelos compridos gritava no ouvido da amiga enquanto andavam.
- Cala a boca, sua louca! - a outra gritava também.
Andavam pelas ruas quase desertas da cidade. As aulas haviam terminado, já era noite, e as duas caminhavam para casa.
Ao chegarem, se jogaram nos sofás.
- Saudades desse sofá! - , a loira, dizia enquanto assistiam mais uma vez ao episódio de Friends preferido delas. Aquele do aniversário de um ano da Emma, filha da Rachel e do Ross. Choravam litros de rir quando Pheebe começava a gritar 'RUN YOUR HAIRY BASTARD!' (n/a: me empolguei xD). Era mais uma noite comum.
Eram aproximadamente 3 da manhã quando ouviu-se um grito ensurdecedor do apartamento.
- PORRA - gritava, na porta da cozinha.
- PORRA DIGO EU, PORRA! - gritava com a amiga.
- Que susto, ! - disse.
- Que susto VOCÊ me deu! Eu 'tô aqui na paz, sabe? E de repente escuto um grito de uma louca!
- Não é culpa minha se você estava na cozinha com as luzes apagadas - fez uma cara tipo '-'
- Aiiin! - a amiga se sentou numa das cadeiras.
- Insônia, de novo? - perguntou, sentando-se ao lado de .
- É - a outra respondeu manhosa.
- Amiga, esquece! Faz 10 meses, já!
- NÃO CONSIGO! Sem o cheiro dele, a presença dele, a respiração calma dele, é tudo muito, MUITO difícil!
- E se ele estiver com outra? Foda-se ele, ! Esquecee! Parte para outra, desencana! Pensa assim: ele queimou todas as fotos de vocês, dormiu com outra logo no dia seguinte que você foi embora, rasgou todos os ursinhos de pelúcia, fez uma comunidade no orkut dizendo que te odeia, vai pro bar todo dia e te traiu! (n/a: oO) - disse quase sem respirar.
- UAAAAU! Acho válido! Aquele cachooorro! E ele nem terminou comigo - a amiga disse, quase chorando. Foi então que viu uma garrafa quase vazia de vodka em cima do balcão. A amiga provavelmente estava bêbada.
- SIM SIM, PIOR AINDA!
- O que eu faria sem você?
- Viraria emo e se matava. (n/a: sem ofensas aos emos aqui, beleza?)
A amiga fez careta, e depois de mais algumas idiotices ditas, foram dormir.
"Por que a vida tinha que ser tão cruel?" a garota pensava sem eu quarto, enquanto não conseguia adormecer.

~> Alemanha - Aeroporto <~

- Cara, que viagem longa! - reclamava .
- Já fizemos viagens maiores, dude. Mas essa foi foda! - reclamava também.
- OK, reservei um hotel perto da faculdade dela! Só que eu só reservei um quarto. - fez caras e bocas.
- A gente reserva agora, oras! - disse como se fosse idiotice pensa naquilo.

- LOTADO? - 4 garotos gritavam na recepção de um hotel.
- Senhores, permaneçam calmos, por favor. Os hóspedes não gostam de barulho.
- Danem-se os hóspedes! - rugiu.
- Dudes, calma! Vocês vão ter que ficar em outro hotel.
- Ou no mesmo quarto que você - disse, rindo.
- Nem fodendo, !
Os outros riram.
- OK, vamos para outro hotel!
- Hey, VOCÊS vão. Eu vou arrumar as malas. - disse, se dirigindo ao elevador.
- Ok, cara. Nos vemos mais tarde! - disse, mas o elevador já tinha se fechado levando um dentro.
- Esse cara precisa aprender a se despedir! - disse, autoritário.

Enquanto os garotos procuravam um hotel, entrou em seu quarto. Deu uma olhada básica no ambiente, jogou suas malas na cama e saiu. Não, não iria conseguir arrumar nada sabendo que tinha alguém perto dele. Perigosamente perto, talvez.
Guardou a chave do quarto no bolso enquanto saía do hotel. Chamou um táxi e pediu para levá-lo a Deutschland. Nem precisaria do endereço. Alguns minutos depois, o carro parou. Ele pagou ao taxista, e saiu do veículo. Seu estômago afundou enquanto o medo aflorava. Era a hora.
Entrou pelos grandes portões, passando por várias pessoas. Seguindo as placas, chegou ao alojamento. Eram tantas 'casas', como ele a encontraria? Oh, claro. Primeiro: Ir ao alojamento feminino. Andou o que pareceram a ele quilômetros, até encontrar uma placa rosa que ele achou totalmente piegas. Ainda assim, eram muitos lugares! Resolveu perguntar a um garoto que passava correndo, com a roupa amassada e cabelo bagunçado.
- Hey, menino! Digo, você... - ele disse ao ver a cara do garoto ao ser chamado de 'menino'. - Conhece a ?
- quem? - O garoto disse - Há várias aqui! - ele disse com uma cara meio "dã!".
- Ahm, ? - perguntou coçando a nuca, receoso.
- Ah, sim! Sim, ela... - percebeu um sorriso no canto da boca do outro rapaz. Sentiu ciúmes. - Ela saiu hoje. Com Kyle.
- Kyle? - perguntou. Não se sentia triste. Se sentia com raiva. MUITA raiva.
- É, um - ele fez um movimento estranho com as mãos, como se auto desmunhecasse - "cara".
- Hm - Ciúmes, ciúmes, ciúmes. - Ok, valeu!
saiu correndo. Idiota, raiva! Queria sair dali. Sair dali? NÃO. Ele iria falar com ela. E acabar com ela. Raiva. Vingança.
Lembrou-se de um detalhe.
- HEY, GAROTO! - gritou para o rapaz com quem acabara de falar. - Sabe qual o alojamento dela?
- 383
- Valeu, de novo - sorriu sem graça. Saiu andando. 383, cadê? 289... 300... 357... 383... 39, 383! Andou de costas, até chegar à porta onde estava o número '383'. - Certo. Agora é esperar.
Sentou-se num degrau em frente à porta. Uma hora ela iria aparecer, certo? Claro.
Alguns minutos depois, ouviu a porta atrás de si abrir.
- Quem é você? - Uma garota de cabelos loiros presos num coque mal feito, com um mini shorts e uma camiseta falou.
- Ahm. A ...?
- Não está. - ela respondeu logo, grossa. teve vontade de xingá-la.
- Hm, vou esperar aqui então. - ele se sentou de novo, ignorando a presença dela.
- Quem é você, afinal? - ela disse em um volume mais alto.
- POR QUE QUER SABER? - ele gritou, estressado. A raiva que ele sentia de poderia ser descarregada em outra pessoa, certo? Certo.
- PORQUE VOCÊ ESTÁ PARADO NA PORTA ONDE EU VIVO!
- ÓTIMO. EU SOU , EX NAMORADO DA SUA AMIGUINHA QUE AGORA PROVAVELMENTE ESTÁ SE DIVERTINDO COM OUTRO ENQUANTO EU VIM AQUI MORRENDO PRA VÊ-LA E FORMULANDO AS PALAVRAS QUE EU IA DIZER, ATÉ PERCEBER QUE A ÚNICA COISA QUE EU DEVIA DIZER É EU TE AMO MAS NÃO SOU CAPAZ! - ele estava vermelho (n/a: auaueaieaeiaeaeae *imagina a cena*) - pronto. Mas alguma coisa?
- OMG, você é o ! - ela disse, assustada.
- Oh yeah! - ele disse, irônico - Então, ela falou de mim? - ele se sentiu importante.
- Sim. Que você é um canalha e te odeia. OK, ela não disse que te odeia. E nem que é um canalha. Vai embora!
- Não, não vou. Vou ficar aqui, ok? Tchau - ele não sabe como, mas teve audácia de empurrá-la para dentro do alojamento e fechou a porta. - Hum, não me venha encher o saco, madame! - e voltou a se sentar, sorrindo.
Já havia escurecido. As luzes haviam se acendido por toda a extensão das ruas dos alojamentos. Com sorte, a luz em frente ao alojamento 383 estava queimada. Escuro, total breu.
- OK. Não é tão apavorante assim, é? Digo... porra, não devia ter assistido Lenda Urbana com o . Era em um campus também, certo? E se tiver um serial killer aqui? Vou entrar. Claro, a menina que eu empurrei vai eu deixar entrar. Idiota. - andava de um lado pro outro. - Acho melhor eu ir embora. Isso, amanhã eu volto. Perfeito. - ele disse, descendo o primeiro degrau quando ouviu barulho. -AAAAHMERDAA
- Quem está aí? , já falei pra não esquecer a chave lá dentro! - uma voz feminina dizia se aproximando.
- Na verdade... ham ham, não é a , .
A menina parou ao ouvir aquela voz. Tanto tempo sem ouvir seu nome sendo pronunciado daquela maneira. Maneira que só ele era capaz de pronunciar. Sentiu nervoso. Seu chão caiu, sentiu tontura.
- Quem é? - perguntou como se não soubesse. Precisava de uma confirmação, lógico.
De repente, a lâmpada em frente a eles finalmente acendeu, e ela pode ver aqueles olhos que só ele tinha refletirem a luz.
- O que faz aqui? - ela disse grossa.
- . Escuta! Eu... merda, deu branco. Assim, ó. Eu só tive férias agora da banda, e a única coisa sobre a qual pensei nos últimos dois meses era de vir ver você, não que antes eu não pensasse, é que nos últimos tempos tudo parecia mais real, porque eu sabia que viria. Eu sei que você saiu com um cara hoje, mas eu tenho que te dizer. Ele pode até ser seu marido, mas vou dizer. Eu te amo, . Isso não mudou. Oh, mudou! Com a sua ausência aumentou, e quase me mata todos os dias. Preciso de você, . Porque só quando eu tenho você eu me sinto mais forte. Eu sinto que eu estou vivo. A minha vida é você. Você sempre foi, e sempre será a minha namorada, mulher, amiga, amante. Você é meu tudo, simplesmente. E é simplesmente o que eu sinto. Te amo. Volta pra mim, ?
Só então ele percebeu o quanto ela chorava.
- Não chora... - Ele passou a mão no rosto dela, delicado.
- Não dá, . - ela se afastou - Pra mim, simplesmente não dá.
- O quê? Você não me ama mais? É esse cara, o tal Kyle? ...
- Nada a ver com Kyle.
- Quer dizer então que você fica saindo com caras sem ter futuro nenhum?
- ...
- Fala, . Ele é teu namorado, ou alguma coisa assim?
- !
- Porque, mesmo que seja eu te digo, não desisto de você!
- , o Kyle é gay.
"Ponto para mim, idiota" pensou, envergonhado.
- Oh, sim. Droga. ...
- Mas não dá, porque você sumiu por 10 meses e depois reaparece, sendo que a nossa última conversa não foi a melhor do mundo, sabe? - ela se sentou no chão, mexendo no cabelo aparentemente desconfortável.
- Sei. E eu quero consertar isso. Por favor, ! - ele se sentou ao lado dela.
- Preciso pensar, . Vai embora - ela levantou-se, passou por ele sem nem ao menos olhá-lo e entrou em sua "casa", nem reparando na lágrima quente que escorria pelo rosto dele.
Ao ouvir o barulho da porta batendo atrás dele, começou a soluçar e se aproximou da porta. Por que era tudo tão difícil? Encostou as costas na porta e fechou os olhos, fazendo mais lágrimas virem a tona. Sentiu o peso sobre a porta dobrar, e imaginou se ela estaria da mesma forma que ele, do outro lado. Separados apenas por um pedaço de madeira. Um maldito pedaço de madeira com fechadura.

- Dude, onde você tava? - gritou quando viu entrando no quarto.
- O QUE VOCÊS FAZEM AQUI? - gritou com o susto.
- ! - apontou para o amigo.
- SEU CAGUETA! VOCÊS QUE ME MANDARAM! - se defendeu.
- O quê? - boiava na história.
- Assim, para entrar aqui, precisávamos de uma chave, obviamente - começou a explicar.
- E decidimos de forma JUSTA que seria o que iria pegar uma para gente. - explicou também.
- JUSTA? JUSTA NADA, PORRA! - ele se estressou.
- Hm, e daí? - se sentou na cama, prestando atenção.
- DAEW! - gritou assustando todos - Você precisava ver! O cantando a recepcionista pra conseguir uma cópia da chave! Ele deu uma de tipo, Joey Tribbiani! "How you doing?" Entendeu? Hahaha foi cômico, dude. - riu imaginando a cena.
- Mas aí chegamos e você não estava. - falou, parando de rir, junto com os outros.
- É. Você sumiu e a gente teve uma pequena idéia, de onde você poderia estar. - disse, calmo.
- É. Eu sei, vou parecer uma menina fofoqueira agora, mas senta aqui e conta TUDO pra gente! - disse, com cara sapeca.
ergueu uma sobrancelha, com cara de quem não acreditava no que via e ouvia, até que balançou a cabeça, se "rendendo", sentando e esperando que o amigo contasse o que houve. E contou, derramando lágrimas e soluços de desilusão.

entrou em casa, e se encostou na porta. As lágrimas caíam, e os soluços eram altos. Se perguntou se ele ainda estaria lá fora. Se ele teria desistido, achado que ela não valia tanto esforço. Se valia a pena perdoá-lo. Afinal, ele não fez nada tão grave! Mas o tempo fez com que a ferida se infeccionasse e ficasse pior do que quando surgiu.
- ? Gosh, ! Você encontrou ele? - perguntou aflita, se sentando ao lado da amiga encostada na porta.
- , eu quero ficar sozinha...
- ... Você precisa esquecer dele! Ele não presta, ele...
- EU JÁ SEI, PORRA! EU PASSEI OS ÚLTIMOS 10 MESES DA MINHA VIDA ESCUTANDO ESSA BOSTA DE VOCÊ, EU JÁ SEI QUE EU TENHO QUE FAZER ISSO, MAS NÃO É FÁCIL, SABE? AH NÃO! VOCÊ NÃO SABE, PORQUE NUNCA SE APAIXONOU DE VERDADE, NUNCA ACONTECEU NADA PARECIDO COM VOCÊ, E VOCÊ QUER VIR ME DIZER O QUE FAZER! CALA A BOCA, PORQUE EU JÁ 'TO CHEIA DAS PESSOAS SE METEREM NA MINHA VIDA! E ELE PRESTA SIM, OK? VOCÊ NÃO SABE NEM METADE DA HISTÓRIA PRA FICAR FALANDO MERDA! - ela gritou ainda chorando, e saiu correndo para o quarto, batendo a porta com violência.

--x--

{No dia Seguinte}

acordou com os olhos inchados e uma terrível dor de cabeça. Lembrou-se com certa dificuldade da noite anterior. Lembrou-se das palavras jogadas em . Certo, que parte daquilo era verdade. Mas não precisava ter sido dito assim com tanta... Grosseria. Martirizou-se por ser tão estressada. Levantou-se com certa dificuldade devido a tontura que sentia. Saiu de seu quarto, e ao chegar na cozinha se deparou com a amiga arrumando a mesa de café da manhã.
- Hum, er... Bom dia - disse meio receosa com a reação da amiga.
- Bom dia, flor! Eu já preparei o café da manhã, e eu achei que depois nós pudéssemos sair e fazer umas comprinhas, o que você acha? - disse, feliz. olhou para a amiga, assustada.
- Hã. Pode ser! - ela concordou, olhando a amiga pelo canto do olho.
- Então vamos, querida, que o shopping fecha às 10 da noite!
- Hum, realmente temos pouco tempo. 12 horas! Meu Deus... - a amiga disse, sarcástica.
apenas riu. Meia hora depois, as duas estavam dentro do carro de , indo até o centro da cidade. Conversavam animadas e cantavam as músicas que tocavam no rádio, tão distraídas que não viu quando passou por um sinal vermelho.
O resultado: desastre. Um outro carro estava passando, e ambos colidiram obviamente.
- Ai Meu Deus! - gritou, assustada.
- Merda! - ouviu uma voz conhecida falar enquanto um garoto saía do carro batido. - Quem foi o filho da m... - não terminou a frase, ao ver quem era a motorista. - ?
- ? - a garota usou o mesmo tom de surpresa que o ex namorado. Um silêncio desconfortável se instalou entre ambos, e os garotos que saíam do carro. , e . - Olha, desculpa! Eu passei o sinal vermelho, eu estava errada, assumo a culpa e pago o conserto do seu carro! Ok? - ela disse rápido, para acabar com o clima tenso. - Eu pago, sério...
- , , ! Pára, calma! Só amassou um pouquinho, olha! - se divertia, vendo a garota nervosa. - Está tudo bem, e a culpa foi minha por não ver garotas distraídas passando no sinal vermelho. - ele deu um sorriso maroto, fazendo a garota apreciar tal beleza.
- Mas... Mesmo assim! Eu pago esse amasso, ok? - ela disse.
"Você poderia pagar outro amasso, meu amor" riu com esse pensamento.
- Ah, me paga? Como? - ao invés de pronunciar seu pensamento em voz alta, ele disse apenas isso.
- Cheque, dinheiro, cartão de crédito, como você quiser. - ela disse. Os outros três garotos riram quando ela disse "como você quiser".
- Hã. Como eu quiser, hein? - deu um sorriso, malicioso.
- Você entendeu, porra. - ela disse, cansando daquela conversa - Bom, fala logo quanto eu te devo porque a gente 'tá atrapalhando o trânsito.
- Sabe quanto eu quero? O quê eu quero? - ele perguntou, se aproximando dela.
Ela não se movia. Suas pernas estavam moles ao mesmo tempo que fortes o bastante para permanecerem ali, pregadas no chão. Ela sabia o que viria a seguir. Ou achava, que sabia. Seus pensamentos foram invadidos quando ela sentiu os lábios quentes e macios de tocando os seus. E então, ela foi à loucura quando sentiu a língua dele pedindo passagem pela sua boca, e se rendeu ao beijo. Beijo esse, que durou minutos, mas que para ela, foram poucos segundos. No momento em que as bocas se separaram, ele a abraçou forte e encostou sua boca no ouvido dela, sussurrando.
- Não me deixa. Por favor, preciso de você.
A voz dele, tão perto... Os pêlos da nuca dela se arrepiaram, a respiração quente dele em seu pescoço a fazia delirar. O mesmo perfume, o mesmo sentimento, o mesmo ... O mesmo problema.
- Não posso, . Me desculpe - ela disse, se afastando dele. Antes de dormir, na noite anterior, ela havia pensado. Mesmo que eles reatassem, a distância não iria mudar. Estaria cada um em um lugar. - Mesmo que nós voltássemos, estaria cada um em um lugar. Teríamos o mesmo problema inicial, íamos sofrer mais. É melhor deixar as coisas como estão. - ela disse derramando uma lágrima e se virando de costas, começando a andar.
- Então, é assim? "Deixar as coisas como estão"? , você por acaso está feliz assim? - disse alto, fazendo cada vez mais pessoas prestarem atenção na conversa.
- , por favor...
- Por favor? Eu te pedi por favor tantas vezes, nesses DOIS DIAS! E você, o que fez? Eu vou fazer a mesma coisa , eu vou falar tudo o que eu queria falar agora! Me diga, se você está realmente feliz. Porque eu não estou. Cara, eu estou um lixo. Sinceramente, você fazia toda a diferença na minha vida. O que eu preciso fazer pra te ter de volta?
- Por acaso... Você já pensou, ... Que nosso destino seja separado? Tantos obstáculos, não foram feitos para nos separar, mesmo? Pra quê tentar mudar algo impossível?
- E você, ... Já pensou, que esses obstáculos tenham sido feitos apenas para provarmos o nosso amor?
Ela não respondeu. Apenas andou mais um pouco, e entrou em seu carro novamente. Segundos depois, saiu arrancando com este, sem nem perceber que esquecera a sua amiga no local. "Droga!" pensou quando percebeu o que tinha feito.
- Hum, já está bem grandinha para saber voltar pra casa sozinha. - ela disse para si mesma, acelerando mais.
Cerca de meia hora depois, ela estava em casa novamente, jogada no sofá da sala assistindo a mais uma reprise de Supernatural.
Minutos depois, a porta de entrada se abria e quatro pessoas entravam por ela. Eis que chagavam , , e .
- Oi -
- Oi -
- Oi -
- Oi ! - .
Todos a cumprimentaram e passaram reto, indo para a cozinha. se levantou e foi até a porta do cômodo onde todos estavam.
Ficou olhando-os com cara de quem fala "Que diabos vocês fazem aqui?" e ergueu uma sobrancelha.
- Hã... Tudo bem, ? - disse, tentando parecer normal. O que, ele não é. (n/a: coitadoo xD~)
- Não dá, dude. Ela já sacou. - disse, abaixando a cabeça.
- É, nós não sabemos fingir. - suspirou.
- Bom, tentar não mata, né?! É , a gente veio falar com você. Não foi apenas uma visita normal. - começou.
- Hã... Sim, percebi. - ela disse, rindo da cara deles.
- Bom... É que, nós temos um amigo... - começou, como se ela não soubesse quem é.
- ! - ela disse, como se tivesse acertado na loteria.
- Isso! - riu - ele te ama, . E ele 'tá sofrendo demais. A gente não agüenta mais ver ele nesse estado.
- Hum...
Ela ia falar algo, quando viu cutucando , que cutucou que cutucou , que a cutucou. Digo, . Ela não entendeu nada.
- Bom! Está na hora, ! Vamos pra frente da TV! - disse, empurrando-a pela cintura.
- Hora de quê, criaturas?
- Apenas... Assista - falou cordialmente enquanto ligava a TV.
Começava, ali, um programa que ela nunca tinha visto.
O apresentador falava com certa emoção...
"E temos aqui hoje, um garoto que realmente faz TUDO por amor. Um garoto, que tinha a vida perfeita. A namorada perfeita, a banda perfeita. Até que isso foi tirado dele. Há 10 meses. E ele quer, até hoje, de volta. Ele quer a namorada de volta. E o amor dela. Temos aqui hoje um garoto que arrisca toda a sua vida social neste programa, correndo o risco de levar um fora. Temos aqui, hoje, . Ele irá cantar uma música, escrita por ele, em alemão! E isso tudo para alegrar a garota, que está aqui, na Alemanha! A música chama 1000 meere!"
E então, apareceu no palco do programa. Vestia uma pólo listrada, preta e branca, seu cabelo perfeitamente arrumado e bagunçado ao mesmo tempo, como ela gostava. A calça jeans, larga, que deixava metade de sua boxer aparecendo, fazia garotas da platéia delirarem. Aquilo causou em um ciúme enorme, mesmo ela sabendo que não tinha nenhum poder sobre ele. E então, ele começou a cantar.

"Die Straßen leer ich stell mich um
Die Nacht hat mich verlorn'
ein kalter Wind die
Welt erstarrt
die Sonne ist erfrohrn'
Dein Bild ist sicher ich trags in mir
über 1000 Meere zurück zu dir
zurück zu uns
wir dürfen unsern glauben nich verliern'
vertrau mir

Wir müssen nur noch 1000 Meere weit
durch 1000 dunkle Jahre ohne zeit
1000 Sterne ziehn' vorbei
wir müssen nur noch 1000 Meere weit
noch 1000 Mal durch die Unendlichkeit
dann sind wir endlich frei

Iirgendwo ist der Ort,
den nur wir beide kennen
lief alles anders als gedacht
der Puls in den Adern ist viel zu schwach
doch irgendwie schlagen uns
die herzen durch die Nacht
vertrau mir

Wir müssen nur noch 1000 Meere weit
durch 1000 dunkle Jahre ohne zeit
1000 Sterne ziehn' vorbei
wir müssen nur noch 1000 Meere weit
noch 1000 Mal durch die Unendlichkeit
dann sind wir endlich frei

Os garotos riam do sotaque britânico do garoto tentando cantar alemão. Enquanto assistia e ouvia com lágrimas escorrendo por seu rosto.

Niemand und nichts nehm' wir mit
und irgendwann schaun' wir auf jetzt zurück
1000 Meere weit
1000 Jahre ohne zeit
1000 Meere weit
1000 Sterne ziehn' vorbei vorbei
lass dich zu mir treiben
ich lass mich zu dir treiben
vertrau mir

Wir müssen nur noch 1000 Meere weit
durch 1000 dunkle Jahre ohne zeit
1000 Sterne ziehn' vorbei
wir müssen nur noch 1000 Meere weit
noch 1000 Mal durch die Unendlichkeit
dann sind wir Frei
Lass dich zu mir treiben
ich lass mich zu dir treiben
1000 Meere weit"

Ao terminar a apresentação, o telefone na casa dela tocou. Ela foi atender, ainda olhando para a TV.
"Bom, e agora estamos tentando entrar em contato com a garota. ainda tem uma pergunta a fazer."
- Alô? - a garota disse ao telefone com a voz trêmula.
- ? - a voz de pronunciou-se ao outro lado da linha.
- ! - exclamou com altos soluços.
- , eu tenho... Eu tenho uma pergunta! Pra você.
- Fala...
- ... Você... Aceita casar comigo?
A menina chorou mais ainda.
Os garotos e assistiam tudo em frente à TV. O silêncio pairava no palco do programa e na casa.
- Aceito - ela sussurrou e duvidou que ele tivesse ouvido.
- Oi? Não ouvi direito, querida - disse, com um enorme sorriso em seus lábios.
- ACEITO! - ela gritou e pôde ouvir aplausos e gritos do outro lado da linha.
, quando ouviu a resposta, saiu correndo do estúdio, pegando seu carro no estacionamento, quando começou a chover.
Cerca de 10 minutos depois, a campainha na casa da menina tocava insistentemente. correu e abriu-a.
Um totalmente encharcado entrou na sala. Sua franja já não estava mais no lugar, mas permanecia perfeita. A camiseta laranja (n/a: tenho que falar. Alguém mais já percebeu como o Dougie fica bem de camiseta laranja? XD~), e a calça larga, molhadas e coladas no corpo o deixavam mais sexy do que jamais estivera. Ela se perguntou que horas ele tivera tempo de trocar de roupa. A respiração ofegante, bem, não o deixava nada mais.
- ! - a garota correu abraçá-lo. Mesmo estando molhado, transmitia-lhe o calor de que ela precisava. - Você veio a pé?
- Não, . - ele disse como se fosse óbvio.
- Então por que está tão ofegante? - ela perguntou, com as mãos no rosto dele.
- Não sei - ele sussurrou antes de beijá-la. Os garotos formaram uma rodinha em volta dos dois e começaram a aplaudir. secou uma lágrima. sentia que toda a fauna da Amazônia havia se instalado em seu estômago, e agora treinavam a dança da chuva (n/a: meldels o.O'). não estava muito diferente, algumas lágrimas escorreram vagarosamente por seu delicado rosto, enquanto uma de suas mãos estava na nuca dele, fazendo o pêlos dele se arrepiarem.
Suas bocas se separaram por uma questão de sobrevivência, precisavam de ar. Ele roçou seu nariz na bochecha dela e a abraçou.
- Eu nunca quis... Você sabe, que as coisas fossem desse jeito. Sinto muito - ele disse ao ouvido dela.
- Não foi culpa sua, foi? - ela o olhou. Parte disso era culpa dele. Mas ela também tinha culpa. MUITA culpa. - OK, mesmo que tenha sido... O que, veja bem, não estou dizendo que foi, mas mesmo que tenha sido um pouquinho, culpa sua, agora está tudo certo, não está? - ela acariciou o rosto dele.
- Assim espero - ele mordeu a sua orelha.
- Temos crianças na sala, galera. - disse, correndo e tapando os olhos de .
Todos riram. Finalmente, todos estavam bem. Er, quase todos. O apresentador do tal programa em que foi, acabou tendo que se virar para continuar o programa, já que a principal atração da noite, hm, fugiu. Mas, quem se importa?

- ... Eu 'tava pensando... - falava, aninhada nos braços do namorado, deitados na cama. Ou noivo?
- Em quê?
- A gente vai casar... Não vai? - ela perguntou, com um certo ar de dúvida.
- Claro que sim! Eu não te pedi em casamento e você disse sim?
- É mas... Sei lá.
- Não foi suficiente? - ele disse, fazendo uma careta.
- FOI, claro que foi! Foi perfeito... É que, a gente não falou mais no assunto.
- Se não foi suficiente - ele insistia na história. - , VOCÊ ACEITA SE CASAR COMIGO? - ele se levantou da cama, gritando.
- ! - ria.
- Hey, sem querer ser chata... Mas PORRA SÃO 3 DA MANHÃ E TEM GENTE QUERENDO DORMIR! - eles puderam ouvir a voz de , vinda do quarto ao lado.
Os dois riram, baixinho.
- Então, amor.
- Aceito, claro que aceito. Já disse... Mas, o problema é...
- Ahhh, tem um problema? - disse sabiamente.
- Sim, tem um problema - ela rolou os olhos - Ainda assim, eu estou na Alemanha e você... - ele não deixou-a terminar a frase.
- Eu também estou aqui. Agora, como vamos resolver o problema que você disse ter, querida... Hum, aí já é outra história - ele disse, rindo antes de beijá-la.

FIM DA PARTE II

N/A.: AAAAH QUE EMO.ÇÃO! 'Tái, a segunda parte da fic procês, como prometido.
Agora eu tenho uma pergunta para vossas senhorias! =D
Eu estava pensando, sabem... E, bem. Isso não interessa. O ponto é que... Hm, vocês querem uma 3ª parte?

É ISSO AE, PEOPLE! Se vocês comentarem e disserem, se querem ou não, e obviously, se a maioria das respostas for positiva, eu escrevo uma 3ª parte, amouras *-*

Bom, agora eu agradeço a todas que leram, tanto a 1ª quanto a 2ª parte. E as que comentaram, vocês não tem idéia o quão estimulante é um comentário, por mais simples que ele seja! =D'
Enfim, comentem e digam se querem ou não uma terceira parte ;D
E fiquem atentas as fics novas, porque em breve eu estarei com outra fic aqui! Ok, isso foi ridículo HAHA
Mas é sério, eu já tenho pRanos pra outra fic *-*
MAS ISSO NÃO INTERESSA AQUI, CERTO?
Novamente, obrigada a todas vocês, you are amazing, girls!
E quem quiser me ad² no msn pra xingar ou elogiar, à sua preferência... intergalactical.frisbee.14@hotmail.com
Thanks :*


comments powered by Disqus