4 a.m. II * Um Novo Começo Para um Final Diferente
Betada por Kaah




- Talvez, se você tivesse feito esse check-up mais cedo, nós pudéssemos ter acabado com esse câncer. Mas agora, veja - disse o médico apontando para uma tela. - o câncer já se alastrou. Não quero ser pessimista, mas o senhor não tem mais de um mês de vida.
O que ele podia fazer agora? Sofrer menos. Iria visitar sua família e dizer o quanto os amava, o quão importante eles eram em sua vida. Iria sair de sua banda, dando lugar a um guitarrista melhor do que ele. E o mais importante, não diria nada, para ninguém. Nem para . Por Deus, tinha . Ele não tinha dúvidas que quando ela descobrisse, iria correndo para .
Antes de ir para casa, resolveu ir cortar o cabelo em alguma barbearia qualquer para não chamar atenção. Ninguém poderia suspeitar de NADA.
Ao chegar em casa, completamente exausto, observou no sofá, assistindo a algum filme romântico na TV, chorando. Como ela era linda. Como ele a amava. Sentia muito por isso não ser recíproco, mas agora isso não importava mais, importava?
- Amor! Você está aí! - disse, olhando para ele com aquele brilho no olhar e enxugando algumas lágrimas. - E, erm, eu acho que você deixou o seu cabelo em algum lugar. Você cortou por quê? - ela perguntou, estranhando o namorado ter cortado o cabelo. - Você amava esse cabelo mais do que a mim!
- Queria mudar de visual! Cansei daquele cabelo de engomadinho. – deu uma risadinha com o nariz.
- Senta aqui, assiste a esse filme comigo!
- É sobre o quê? - disse Bryan, deitando no sofá e encostando a cabeça no colo de sua namorada.
- Fala sobre um garoto com câncer. Ele não quer contar pra ninguém que está doente e...
- Tira disso . - falou Bryan, vacilante.
- ...e ele acaba morrendo aos poucos, fazendo todo mundo perceber que... - continuou a garota, sem ouvir o que seu namorado havia dito antes.
- Eu já disse, tira daí!
- Por que amor? É tão bonito! E você sabe que eu não consigo assistir filmes pela metade! Eu não vou mudar de canal, vai deitar no quarto se não quiser ver. - falou a garota, fazendo pouco caso.
- EU ESTOU MANDANDO VOCÊ TIRAR DESSA MERDA DESSE CANAL! SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE? APOSTO QUE SE FOSSE AQUELE MERDA DAQUELE PEDINDO PRA VOCÊ MUDAR PRA UM CANAL PORNÔ, VOCÊ MUDARIA! - gritou Bryan, perdendo o controle. Ele se sentia fraco para continuar a gritar e começou a tossir.
- PÁRA COM ESSA HISTÓRIA ANTIGA DE “SE FOSSE O , OH, SE FOSSE COM ELE SERIA DIFERENTE!” - gritou de volta. Tudo bem, ela admitia para ela mesma, que ainda amava , mas ela não estava com ele, estava? Ele não quis mais ela. Ele quis Megan. Então, que fique com ela.
- Desculpa amor, eu acho que eu vou deitar, estou cansado. - enquanto falava, ele se apoiava nos móveis da sala e continuava tossindo. A garota percebeu que ele não estava bem, e se sentiu arrependida de ter gritado com ele.
- Não precisa se desculpar, eu te entendo. - ela disse e colocou o braço dele em volta de seus ombros, fazendo com que ele se apoiasse nela. - O que você tem? Aconteceu alguma coisa?
- Eu? Ahm... Acho que é só uma gripe. Uma daquelas horríveis, que você fica semanas de cama. Acho melhor eu me deitar. - disse enquanto chegava à porta do quarto.
- Certo. Eu vou pegar uma Aspirina pra você, está bem? - ela perguntou incerta. Sabia que ele estava escondendo alguma coisa, só não sabia o quê.
- Não, não. Deita aqui comigo, quero conversar com você.
Ela se aconchegou ao lado dele e eles ficaram trocando carícias por um longo tempo. Não era do costume deles fazer isso. Na verdade, Bryan era um namorado bem distante comparado a . entendia que ele tinha muito trabalho com a banda dele, mas talvez o problema não fosse a presença de Bryan ou a falta dele. O problema era a falta que fazia.
Depois de um tempo, Bryan conseguiu arranjar forças para falar alguma coisa. O perfume daquela garota, a pele dela, a voz dela. Ela como um todo o fazia ficar sem palavras.
- , eu quero visitar a minha família em Londres.
- E você vai quando?
- Você quis dizer, quando nós vamos, certo? - ele sabia que ela não ia querer ir. E ficava um pouco aliviado com isso. Aliviado em saber que ela não queria ver , aliviado em saber que ela queria passar mais tempo com ele.
- Não, eu quis dizer quando você vai. Será que você não entende que a sua família me odeia? Eu não vou passar um dia, uma semana ou o tempo que for num lugar onde todo mundo me odeia. Eu não vou sair de L.A., de perto dos meus amigos pra ouvir a sua mãe falar que você é bom demais pra mim. - disse, decidida.
- , isso é muito importante pra mim. Eu quero muito que você vá.
- Já disse que não. Vou pegar seu remédio. - a garota se desvencilhou dos braços do namorado, saiu da cama, e foi pisando duro até a gaveta de remédios. Bryan adorava vê-la nervosa. Ela era bonita de qualquer jeito. Ela voltou com um copo de água e o comprimido. - Toma, você vai ficar melhor logo. - ela disse, entregando-lhe o copo e dando um sorriso forçado.
- ?
- Sim?
- Promete que vai pensar? Digo, em ir pra Londres? Se você não pensar, eu não tomo o remédio. E se eu morrer a culpa vai ser sua!
A garota deu uma risada e fez um sinal positivo com a cabeça. Bryan, o sempre trágico, Bryan. Ele não morreria tão cedo. Pelo menos, era o que ela pensava.

3 semanas depois - Londres

- Bryan, quer que eu dirija? Você parece estar tão cansado. Faz quase um mês que você tem essa gripe e não passa! Eu falei pra você ir ao médico antes de vir pra cá. - disse preocupada com o namorado. Eles haviam ido para Londres, visitar os pais de Bryan. Não deu dois dias e decidiu ficar na casa de Andy, sua melhor amiga há anos. A mãe de Bryan era realmente insuportável.
- Não , não precisa dirigir. Até porque você não tem habilitação. - disse Bryan, sem tirar os olhos das ruas escuras londrinas.
- Certo. Mas por que você não vai ao médico? Vai fazer um mês!
Um mês. Ele não tinha muito tempo de vida. Estava fraco e cansado, mas não queria falar pra ninguém. Tudo o que queria agora, era que parasse de frescura e ficasse sobre o mesmo teto que sua família por uma semana. Queria o seu quarto, sua cama, seus amigos. Queria ter tempo o suficiente para fazer parte das audições para um guitarrista novo. Queria conhecer esse cara e ter certeza que ele seria bom o suficiente para fazer a sua banda fazer sucesso. Queria ter mais de um mês.
- Bryan? Você 'ta me ouvindo?
- Oi?
- Bryan, eu vou marcar um médico pra você ok?
- Não precisa. Mesmo. Estou bem! Olha só pra mim, estou dirigindo! - disse ele, tentando parecer animado. - , tem certeza que não quer ficar em casa? Por que você quer ficar na casa da Andy? Não tem nenhum hotel?
- Bryan, eu não vou ficar num lugar onde as pessoas não gostam de mim.
- Pára com essa frescura idiota! Se fosse a mãe do você estaria na casa dela, dando sorrisos pra qualquer pessoa que passasse na rua.
- De novo essa mesma história? - disse , fazendo cara de cansada e rolando os olhos.
- Sim, de novo! Eu sei que você quer ficar na casa da Andy pra ver o !
- Pára com isso. - a garota disse tentando manter o controle. - Eu não agüento mais ouvir você falar que com o seria diferente. Você sabe que eu estou aqui com você não sabe?
- SABE O QUE EU SEI? - perguntou ele, alterando a voz. Agora essas discussões estavam ficando constantes. Ele nunca havia sentido tanto medo de perder sua namorada. Nunca havia sentido medo de morrer.
- O QUÊ? QUE EU AMO O ? - ela deixou escapar, fazendo Bryan frear o carro bruscamente deixando este parado no meio da avenida. - É ISSO QUE VOCÊ SABE? VOCÊ SABE QUE ESSE NEGÓCIO DE “VOCÊ AMA O E NÃO EU”, JÁ ENXEU O SACO? É ESSE MONTE DE COISA QUE VOCÊ SABE? ENTÃO, PARABÉNS BRYAN, VOCÊ É UM SABE TUDO!
- Vo... Você a... ama o ? - ele perguntou, sabendo da resposta. [n/a: que cara chato maan, --‘ ]
- Amo Bryan. E você sempre soube disso. E você sempre aceitou e continuou me amando. Sério, sou grata por isso. Mas, de um tempo pra cá, você começou a ficar insuportável e paranóico com isso! O que aconteceu?
- Você tem certeza que você quer saber?
- Tenho! Você deveria confiar em mim! Você deveria contar tudo pra mim, e não esconder tudo! Você saiu da sua banda e eu só fui descobrir uma semana depois! Você anda muito estranho Bryan. Como você quer que eu continue com você desse jeito?
- , eu não estou gripado.
- Como não? Olha pra você! Você está cansado, pálido, sua voz falha muitas vezes, quase nunca sai da cama! E não muda de assunto!
- Sim, não nego que estou doente, mas isso não é gripe .
- É o que então?
- É... - de repente, um carro passa no meio da avenida, na velocidade máxima, batendo no carro onde estava Bryan e .

16 de Dezembro, dois dias depois do acidente - St. Mary Hospital, Londres

’ s P.O.V.
Abro os olhos e sinto uma dor enorme invadir meu corpo. Começo a olhar em volta e percebo que estou num quarto. Um quarto de hospital. De certa forma, essas paredes altas e brancas me transmitem paz. Começo a me lembrar do que eu acredito ter sido a noite passada e uma dor maior ainda invade o meu coração. O que aconteceu com Bryan? O que ele tinha para me falar?
Começo a olhar em volta, procurando algum tipo de botão para chamar uma enfermeira, e percebo que há um homem, sentado numa cadeira, dormindo, com um copo de café do lado. Quem, em sã consciência, mora na Inglaterra e toma café ao invés de chá? Ah sim, . Uma completa vergonha para a nação! Mas isso seria impossível certo? , sentado na cadeira do meu quarto, esperando que eu acordasse? Isso só aconteceria se eu tivesse morrido e estivesse no céu. Oh meu Deus! Será que eu morri?
- ? É você? - pergunto, cheia de dúvidas. De repente aquele homem acorda, parecendo atordoado e quando olha pra cima, consigo ver, por trás daquela cara cansada de quem não dorme direito há dias e daquele cabelo bagunçado, . O meu . Seu olhar se enche de brilho ao encontrar com o meu e ele dá um sorriso e vem correndo em minha direção. Ele segura na minha mão com o toque mais suave que já senti.
- ? Você está bem? Finalmente você acordou! Essa agonia estava me matando! Você está sentindo alguma coisa? Dor? Ou não está sentindo nada? - ele perguntou várias coisas ao mesmo tempo e eu não consegui ouvir muita coisa. Quando eu ia começar a responder a primeira pergunta, ele voltou a falar. - Não! Melhor, não falar nada. A enfermeira me disse que quando você acordasse você não deveria fazer esforço e que eu teria que chamá-la imediatamente. Espera está certo? Não vá a lugar nenhum!
Eu mal conseguia entender o que ele estava falando, ele realmente acha que eu iria fugir? [n/a: DUUUH]
Um tempo depois, uma mulher, com seus cabelos morenos presos em um coque, apareceu no quarto e começou a me fazer perguntas pessoais como a data do meu aniversário, quantos anos eu tenho e mais algumas coisas. E depois começou a perguntar sobre o acidente.
- Quem era aquele homem que estava no carro com você? - ela perguntou suavemente.
- Bryan, meu namorado. - respondo tentado parecer calma, mas estou morrendo de curiosidade por dentro. - Eu acho. O que aconteceu com ele?
- Querida, eu sei que essa notícia pode ser triste e você se sentirá abalada. Mas Bryan faleceu. Esta tarde.
- Bryan morreu? Co-mo assi-im? Ele não sobreviveu ao acidente? - perguntei não controlando as lágrimas. Eu podia não amá-lo como namorado, mas ele era o meu melhor amigo.
- Não, ele sobreviveu ao acidente! Ele morreu de câncer.
- Câncer? Como assim câncer? - perguntei parecendo uma débil que não sabe o que é câncer. Mas Bryan estava bem! A saúde dele estava perfeita, exceto por aquela gripezinha! Oh meu Deus. Aquilo não era gripe.
- Ele não iria viver muito. No máximo mais meia semana. Sinto muito. - ela me olhou com uma cara de pena, que só me fez chorar mais ainda. Logo depois que ela saiu do quarto, voltou, deitou cuidadosamente ao meu lado e passava seu dedo sobre a minha pele. Logo adormeci.
~-~-~
Assim que percebeu que sua garota tinha dormido, resolveu dormir também. Agora que podia sentir a respiração dela sobre o seu peito, sentia-se seguro. Agora que ela tinha acordado se sentia feliz por inteiro. Sabia que agora era uma questão de tempo para ficarem juntos de novo. E sabia também que dessa vez, tudo acabaria bem, já que dessa vez, começou diferente.

Fim da segunda parte.


N/A:
Oooi galerinha do maal ! (:
Oighaoisjdoiajgoajdsa
Então, então, eu não ia fazer essa segunda parte, mas como vocês pediram, eu fiz. Na verdade, teve um pouco de insistência da Debbie. Ou seja, todo mundo falando *obrigaaada tia debbie!*
Na verdade, a debbie me ajudou com a história. Assim, eu tinha umas 6 ou 7 idéias e ela me ajudou a escolher uma e colocar mais algumas coisas. (:
Obrigada por terem gostado da primeira parte e espero que gostem dessa. Se muita gente gostar, eu faço a terceira parte, quarta, quinta, sexta, e quantas mais vocês pedirem. Aqui é tudo assim, pau mandado mesmo.



comments powered by Disqus