Please Don't Go Away
Por Gabriella Nascimento
Revisada por: Benny Franciss
I’m sorry for the times that I left you home
Desculpe-me pelas vezes que deixei você em casa
I was on the road and you were alone
Eu estava na rua e você estava sozinha
I’m sorry for the times that I had to go
Desculpe-me pelas vezes que eu tive que ir
- Amor... – começou, mas fora interrompido pela mulher.
- , por favor, nós já conversamos sobre isso. – ralhou, assustando os filhos do casal, que estavam brincando no banco de trás do carro. – Vamos, o sinal abriu. – pousou a cabeça no encosto do banco.
- Certo. – murmurou triste. Não queria partir e deixar sua esposa sozinha com seus filhos. Céus! Só Deus sabia o quanto ele estava triste com essa partida repentina.
- Papai, quando o senhor volta? – Billy perguntou.
- O papai não sabe... – ouviu um 'Novidade, você nunca sabe nada.', da mulher, mas resolveu ignorar. – Mas prometo que volto assim que der, ta bem? – encarava o filho pelo espelho retrovisor.
- Está bem. – encarou os pés, desgostoso. Não gostava das viagens do pai. Quem brincaria de caça ao tesouro com ele?
- Mamãe, eu estou apertada. – Katie disse fazendo bico.
- Mais essa agora. – bufou. – Não tem como segurar um pouco não, princesa? – falou calma e com um sorriso meigo nos lábios, virada para trás, encarando a filha.
- Não. – mordeu o lábio inferior, mostrando que estava mesmo muito apertada.
- Certo. – virou-se para frente. – Tem como parar em algum lugar? – disse baixo.
- Claro. Temos três horas até meu vôo. – virou em algumas ruas, chegando ao shopping.
- Não demoro. – desceu do carro e deu a mão à filha, que a esperava já do lado de fora do carro.
e Katie foram andando para dentro do shopping a passos rápidos, e em questões de segundos sumiram do campo de visão de . Ele suspirou pesado; odiava se separar das pessoas que amava, principalmente se essas pessoas fossem , Katie e Billy . Como amava aqueles três seres. Oh! Sim, os amava muito. Mas vida de empresário não é fácil. Pulando de país em país como pipoca, deixando para trás quem realmente importava.
Apesar de abdicar muitos momentos importantes na vida dos filhos e da mulher, gostava daquela vida. No final de todos os anos podia viajar para onde quisesse, tinha o carro do ano, uma casa enorme localizada no melhor condomínio da cidade. Fama e dinheiro, sim, muito dinheiro. Era tudo o que uma pessoa sonha em ter. Fama, dinheiro, uma família perfeita e amigos perfeitos. tinha isso, e de sobra.
Era feliz? Sim, muito. Mas perder o nascimento dos filhos por estar numa reunião, deixar de ver a primeira apresentação de ballet da filha e o primeiro jogo de futebol do filho não o deixava muito feliz. Assim como teve a vez que perdeu o primeiro ultra-som dos gêmeos, e descobriu que eram gêmeos momentos depois do nascimento dos mesmos, pois o médico disse ‘Parabéns, os gêmeos passam bem, assim como a mãe.’ E também já perdeu a festa de seu aniversário, pois ficara até tarde no escritório vendo os últimos ajustes para a nova propaganda daquela estação.
Brigas? Já perdera as contas de quantas vezes brigou com a mulher pelo seu trabalho. Já pensaram em se separarem, mas não valia à pena. Apesar de brigarem sempre, e sempre. Eles não conseguiam viver longe, era um mal necessário.
- Papai, a mamãe te ama. – Billy falou de repente.
- Ahn? – falou confuso.
- Ela te ama, eu a ouvi dizendo isso ontem. – encarou o pai que já estava virado para trás, para encarar o pequeno.
- Quando? – estava tentando lembrar esse momento. No dia anterior eles brigaram e não se viram o resto do dia, somente à noite, quando foram se deitar. Mas não trocaram uma palavra.
- Eu estava indo para o quarto de vocês, quando eu a ouvi chorando. Fiquei quietinho, e deu para ver pela brecha da porta que ela tava fazendo carinho no seu cabelo e tava dizendo que te ama muito, e algumas coisas que não deu pra ouvir direito. – brincou com os dedinhos da mão.
- Não conte pra ela que eu sei disso, ta bem? Fica sendo nosso segredo. – esticou o dedinho miudinho para o filho e Billy fez o mesmo, entrelaçaram os dedos.
- Certo. A mamãe ta vindo. – o pequeno olhou para fora, vendo a mãe andar com uma cara furiosa até o carro.
- O que aconteceu? – perguntou receoso.
- Você acredita que um menino de uns quinze anos, no máximo dezoito, me cantou? – falou incrédula. – Céus! Não respeitam mais mulheres casadas, não? – mexeu no cabelo, nervosa. – Está rindo do que? – perguntou ao ver o sorriso nos lábios do marido.
- Você fica linda com as bochechas rosadas de raiva. – ligou o carro a fim de sair do estacionamento.
Ouviu, ou melhor dizendo, não ouviu o que a mulher murmurou. Dirigia com um sorriso no canto da boca. Ouvir o que o filho disse sobre a noite passada, e reclamando que ninguém respeitava mulheres casadas, o deixou feliz. Ela o amava, e melhor de tudo, era sua mulher.
I’m sorry for the wrong things that I’ve done
Desculpe-me pelas coisas erradas que eu fiz
I’m sorry I’m not always there for my sons
Desculpe-me que eu não estou sempre lá para meus filhos
Chegaram em menos de trinta minutos no aeroporto. Por ser segunda feira e estarem em pleno outono, o aeroporto não estava muito cheio. Tinham poucas pessoas desembarcando e embarcando, o local estava calmo. O que não é muito comum em alta temporada. A família andou até um cyber-café que tinha no saguão e sentaram-se lá. Os adultos pediram café, enquanto as crianças ficaram no suco de uva em caixinha.
Billy e Katie brincavam no laptop do pai, enquanto o mesmo tentava encontrar os olhos da esposa, que cismava em não encará-lo. Sabia que se o fizesse, cederia e acabaria perdoando-o pela viagem repentina, mais uma vez.
- Hey. – ele tocou as mãos dela que estavam descansando sobre a mesa. – Olhe para mim. – pediu carinhoso. Ela odiava aquele tom de voz; ele sempre conseguia qualquer coisa com ela com o mesmo.
- Fala. – o encarou finalmente.
- Me perdoa? – manteve o tom.
- . – suspirou cansada. – Você sabe que não precisa fazer isso, é só mandar o Adam no seu lugar. Afinal de contas, ele é o vice-presidente e pode muito bem te substituir. É a função de ele fazê-lo quando você não pode comparecer. - olhou para a aliança de casamento que estava em sua mão.
- O Adam acabou de ganhar um filho, eu não poderia separá-lo de sua família.
- Você tem dois, . – cruzou os braços. – Você acha certo abandonar seus filhos? Você acha certo me abandonar? – o encarou.
- É preciso. – encolheu os ombros, de certa forma, ela estava certa. Ele estava abandonado a sua família por cinco meses.
- Então você acha que é certo nos abandonar por cinco meses? – estava com raiva. – Se eu soubesse que seria assim, não teria engravido de novo. – pousou as mãos sobre a barriga de quatro meses.
- Você acha que eu estou feliz? – a encarou triste. – Eu preciso que você me apóie. A empresa teve um desfalque de um bilhão de dólares, nossos analistas estão dizendo que se o rombo nas contas não for resolvido, a empresa pode ir à falência. Eu estou viajando para resolver isso, estou mal. A última coisa que quero é uma briga com você. – falou choroso.
- Amor... – esticou a mão e toou a bochecha do marido, fazendo-o fechar os olhos. – Olha, eu te apoio sim, claro. Eu sei que aquela empresa é a sua vida, mas eu não acho certo que você deixe de participar da vida dos seus filhos. Eles sentem a sua falta. – ela fazia carinho no local com o dedão. – Eu sinto sua falta. – suspirou.
- Eu também sinto, e muita! – beijou a palma da mão dela. – Prometo que é a última vez. – a encarou.
- Não prometa o que não pode cumprir, Jones. – advertiu. – Você vai pensar em mim e nas crianças enquanto estiver lá na China? – o encarou meiga, pela primeira vez nos últimos cinco dias.
- Pensarei em vocês enquanto respirar. Tudo bem para ti? – sorriu.
- Perfeito. – entrelaçou a mão direita à dele, e levou a mesma a boca, depositando um beijo nas costas da mão do maior. – Eu te amo. – sorriu tímida.
- Eu também te amo... – inclinou a cabeça para frente até chegar bem próximo dos lábios da mulher a sua frente. Roçou os lábios nos dela, e antes que selasse os lábios sussurrou ‘minha pequena’.
Ficaram as horas que restavam para conversarem e namorarem, eles paravam para atender aos caprichos dos filhos vez ou outra. Uma voz calma ecoou pelo saguão, dizendo que o vôo com destino à China estava prestes a sair. pagou a conta, e seguiu com a família até o portão de embarque. Deu um beijo e um abraço em cada filho, disse que voltaria morrendo de saudades e que eram para cuidar muito bem da mãe deles. Os pequenos concordaram.
- , não se esqueça de tomar seus remédios da gripe. Você não pode ficar doente de novo. – ajeitou a gravata do marido. – Não saía sozinho, se possível, não saía do quarto de hotel. A China é muito grande, até te achar vou levar um século. – ajeitou o cabelo do homem. – Nada de happy hour depois das reuniões, você fica bêbado muito rápido; não quero chinesa nenhuma abusando do corpinho que eu tanto sofri para chamar de meu. E sem contar que pra você manter essa ‘barriguinha’ sarada eu tenho que gastar horas e mais horas tentando te convencer a malhar. – fechou os dois botões do paletó.
- , você está parecendo minha mãe. – riu divertido.
- Eu só me preocupo com você, mal agradecido. – cruzou os braços.
- Não precisa ficar brava, vem cá, me dê um beijo. – passou as mãos pela cintura dela, a mesma envolveu os braços no pescoço do maior.
Beijaram-se bem devagar, não tinham pressa para que o beijo acabasse. Por eles, ficariam a eternidade ali, um abraçado ao outro. Uma boca junta da outra. Mas essa não era a vontade da aeromoça que avisava que aquela era a última chamada para o vôo de . Separaram-se com selinhos, abraçaram-se. Respiravam devagar, queriam deixar gravado na memória o cheiro do outro. Por mais que estivessem casados por sete anos, eles queriam gravar aquele momento. Soltaram-se. Ele selou os lábios deles mais uma vez. Depois se virou e partiu com destino à China.
[Quatro meses depois...]
And how you are the best thing in my world
E como que você é a melhor coisa em meu mundo
And how I’m so proud to call you my girl
E como estou orgulhoso de poder chamar-te "Minha Garota"
- Mamãe, quando o papai volta? – Katie perguntou, sentada na cadeira de balanço que tinha no quarto dos novos irmãos. Sim, eram mais de um, mas dessa vez trigêmeos. Dois meninos, e uma menina. Richard, Paul e Amber, respectivamente.
- Não sei, princesa. – acariciou a barriga. – Acho que ele não vai voltar. – disse a última parte para si, não queria assustar a filha.
A verdade é que e brigaram mais uma vez, mas parecia que era definitiva. Machucaram-se na última briga, e para desespero de , ela não sentiu falta do marido. Por mais que falasse que não sentia falta, ela sentia. E pela primeira vez não sentia essa falta. Talvez seja por causa da gravidez, talvez ela tenha bloqueado os maus sentimentos para não afetar os filhos. É, talvez seja isso, ou não?
Não sabia responder, mas não queria pensar na hipótese de que seu amor pelo outro esteja se esvaindo. Não podia; eles estão juntos há vinte anos. Somando o tempo de amizade, namoro, noivado e casamento. Estão há vinte anos juntos, e durante todo esse tempo o amor só cresceu. Não poderia regressar agora, podia?
- Srª. Jones, o Sr. Jones no telefone. – Bárbara, a governanta, esticou o aparelho para a mulher.
- Obrigada, Ba. – pegou o aparelho. – Katie, princesinha, vá com a Ba lá embaixo, vá. Mamãe tem que conversar com o papai. – falou com o tom de voz suave.
- Ta. – sorriu, saindo logo depois com a governanta qu,e antes de sair, fechou a porta do quarto.
- Alô? – disse temerosa.
- Amor? – prendeu a respiração ao ouvir a voz dele. Toda aquela dúvida se o amaria ou não, passou em questões de segundos. O amava, e muito.
- Fala. – murmurou.
- Não fala absolutamente nada, caso contrário eu perderei a coragem. – ele recebeu um ‘certo’ como resposta, soltou o ar pelas narinas devagar e começou. – Nos últimos meses nós só brigamos, é briga atrás de briga, magoa atrás de magoa. Esses dias eu estava pensando, cadê aquele amor de outrora? E o carinho, respeito e admiração? Será que estão esmorecendo com o tempo? – fez uma pequena pausa. – Sabe, eu te amo com todas as minhas forças, você não tem noção o quanto o meu amor é grande por ti e pelas crianças. Nós fomos feitos um para o outro, mesmo com as diferenças. Eu só quero você se apegue aos momentos bons, esqueça os ruins. – respirou pesadamente. – Nosso casamento está passando por uma crise, a famosa ‘crise dos sete anos’ lembra quando fizemos sete anos de namoro? Foi um verdadeiro inferno, mas olha só aonde chegamos, estamos casados e com cinco filhos. – riu. – Nossa, nos somos rápidos, não?! Cinco filhos, cara. Não é pra qualquer um não. – riu mais uma vez, fazendo a mulher rir junto. – É assim que eu a quero; feliz, sorrindo, de bem com a vida. E não a rabugenta, e chata que estava vivendo comigo nos últimos dez meses. – fez uma pausa novamente. – Eu só quero que você não desista de nós, porque eu nunca vou desistir. – disse, por fim.
- Jamais desistirei. – deixou uma lágrima rolar por sua face, não estava triste, estava feliz. Seu estava dizendo que nunca desistiria dos dois.
- Você não sabe o peso que tirou das minhas costas, sério, estou uma tonelada mais leve. – riu, fazendo-a gargalhar.
- Exagerado como sempre. – falou.
- Só um pouco, não exagero faz trezentos anos, pequena. Você sabe. – sorriu, mesmo sabendo que ela não veria.
- Sei, sei. – riu. – Estão mexendo. – colocou a mão sobre a barriga.
- Como eu queria está aí pra colocar a mão sobre sua barriga; está enorme, não é?!
- Estou parecendo uma bola, Jones. – resmungou. – Está muito maior que a dos gêmeos.
- Pelo o que estou vendo aqui, eu acho que chego aí no final da semana. Não tem nada confirmado, mas com toda a certeza eu vou pra casa esse mês.
- Oh! – sorriu radiante. – Que notícia boa, . Estou morrendo de saudades!
- Não mais que eu! – rebateu.
Não ficaram por muito tempo conversando, tinha uma reunião e não poderia se atrasar. ficou mexendo em algumas coisas do enxoval dos seus filhos, em poucas semanas os teria nos braços. Sorriu feliz, mas logo seu sorriso se desfez ao sentir um chute muito forte na boca de seu estômago. Praguejou mentalmente por conseguir convencê-la a ter mais um filho, ter filho e fazê-lo é bom. Mas sentir as dores do parto, os chutes e as dores na coluna não a agradavam muito.
Caminhou com cuidado até a cama de solteiro que havia no aposento e deitou-se, pegou uma girafinha de pelúcia que estava sobre a cômoda e a agarrou. Fechou os olhos e não tardou a adormecer, estava muito cansada. Vida de grávida não é fácil.
- , . – , amiga de , sacudia a outra. – Vamos, acorde.
- Deveria ser considerado crime acordar as pessoas. – bufou abrindo um dos olhos.
- Também te amo, também te amo. – sorriu.
- O que quer? – sentou-se com a ajuda da amiga.
- O me chamou para sair, eu acho que ela vai me pedir em casamento, e eu não sei o que colocar, me ajuda? – perguntou temerosa, mordendo o lábio inferior.
- Não creio nisso. – rolos os olhos. – Você me acorda pra saber a sua roupa? – viu a outra balançar a cabeça. – Juro que se pudesse, eu te socaria. – desceu da cama com dificuldade, a barriga atrapalhava.
- Pra que tanto ódio nesse coração? Vai fazer mal para os bebês. – acariciou a barriga da amiga.
- Idiota. – murmurou, arrancando uma gargalhada da amiga. – Vem, vou te emprestar alguma roupa minha.
- Já disse que te amo? – falou com os olhos brilhando.
- Puro interesse. – riu.
- Assim você me magoa. – fingiu chorar.
- Mereço. – bufou, arrastava os chinelos até seu quarto. Seus pés estavam inchados, e mal cabiam nas sandálias.
Conversaram e escolheram a tal roupa para o jantar de . Ela pegara um vestido preto, um sobretudo também negro e sandálias de salto fino pratas. arrumou-se na casa da amiga mesmo, ficou na casa da mesma até as oito e meia da noite, pois a esperava do lado de fora. Despediu-se da amiga e seguiu para seu encontro.
A casa estava silenciosa; não gostava de silêncio, sempre a deixava com medo. Seus filhos estavam na casa da avó paterna, e seus empregados estavam recolhidos em seus quartos. Fez pipoca e pegou uma garrafa de um litro de refrigerante na geladeira; encaminhou-se com a bacia de pipoca e com o refrigerante para a sala.
Colocou ‘Dirty Dancing’ no DVD e deitou-se no sofá espaçoso de cor vermelho-sangue. Encarava a enorme televisão de sessenta polegadas. Ouviu o telefone tocar, mas estava com preguiça de atender. Deixou que caísse na secretária eletrônica, era sua mãe dizendo que estaria chegando na manhã seguinte, e que iria para a casa da filha de táxi, para que a mesma não precisasse pegá-la no aeroporto. Voltou a sua atenção ao filme, trinta minutos depois o telefone tocou novamente, fez o mesmo, não atendeu. Dessa vez era .
‘Amor, sou eu, . Bem, eu sei que você está fazendo alguma coisa e está com preguiça de atender o telefone.’ – os dois riram, se conheciam como ninguém. - ‘Bem, eu só liguei pra avisar que consegui me livrar das reuniões, devo chegar aí de madrugada. Não precisa me esperar acordada. Amo-te, e estou com saudades!’’
Sorriu, ele estava voltando para casa. E isso a deixava feliz. Voltou a prestar atenção no filme. Seus olhos começaram a pesar, mas lutava bravamente contra o sono, queria vê-lo chegar em casa. Olhou o relógio, onze e meia, resolveu cochilar um pouco. Quando foi três e quarenta e três da manhã, ela ouviu barulho de chaves na porta de entrada, abriu os olhos e um sorriso instantaneamente.
Kiss me gently
Beije-me gentilmente
Always I know
Eu sempre sei
Hold me love me
Abrace-me, ame-me
Don't ever go
Não vá embora nunca
Escorregou para fora do sofá, colocou suas sandálias e foi as empurrando até ao Hall. Viu as malas do marido perto da porta de entrada, e o mesmo virado para o táxi que ali estava parado. Viu o veiculo sair da propriedade e seu marido voltar de cabeça baixa para dentro de casa. Sua aparência era de uma pessoa cansada.
- , eu disse que não precisa me esperar acordada. – a encarava sério.
- Não resisti. – fez um bico.
- Teimosa como sempre. – caminhou até a mesma e selou seus lábios. – Se não tivesse essa barriga toda entre nós, eu te agarraria e faríamos outro filho agora mesmo. – beijou o pescoço da esposa.
- Que maneira bem gentil de fazer que está com saudades do seu lar, Jones. – sorriu para ele.
- Você sabe que eu estava, boba. – beijou-lhe mais uma vez os lábios. – Vamos para o quarto? Estou morrendo de cansaço, tudo o que eu quero é um bom banho, a nossa cama e você ao meu lado. – descansou a cabeça na curva do pescoço da mulher.
- Vem, vou preparar seu banho. – entrelaçou as mãos na dele, e o levou escada acima.
Ele começou a tirar as roupas assim que chegou no quarto, espalhou roupa para todo o lado. sorriu, sentiu saudades da bagunça do marido. Foi até o enorme banheiro branco do casal e ligou a banheira, em questões de minutos, a mesma já estava cheia. Nela jogou sais de banho, e pétalas de rosas vermelhas.
- Amor, está pronto. – entrou no quarto da suíte.
- Toma banho comigo? – a abraçou envolto de uma toalha na cintura.
- Tudo bem. – afagou os cabelos dele.
Ela despiu-se e entrou na banheira com a ajuda de . Deitaram em posições opostas, ela pegou um dos pés do marido e começou a fazer uma massagem no mesmo. Ele fez a mesma coisa com o pé dela. Um fazia massagem nos pés do outro. Ficaram assim por cerca de trinta minutos, ele a chamou com um dedo para que ela fosse até onde ele estava. Ela escorregou até lá e encostou as costas no peito do marido.
Conversaram sobre os filhos, a viagem dele e a próxima viagem que a família faria. Ficaram naquela posição até sentirem a água, que era morna, esfriar. Enrolaram-se na toalha e riram do estado enrugado das pontas dos dedos deles.
Colocaram seus respectivos pijamas e foram se deitar, ela dormiu com a cabeça apoiada no peito do maior, ele, por sua vez, abraçava a mulher. Estava feliz de estar em casa, e não queria nem pensar em como contaria para a sua pequena que teria que viajar dali a três meses. Resolveu dormir, quem sabe no dia seguinte ele descubriria como contar.
____
And it's you and me and all of the people
E somos você, eu e todas as pessoas
And I don't know why
E eu não sei por que
I can't keep my eyes of you
Não consigo tirar meus olhos de você
- – , sua amiga, a chamava – Acorda! – a balançava de leve.
- Ahn? – falou saindo de seu transe.
- Onde você estava? Estou te chamando faz dez minutos. – disse incrédula, como assim a amiga não ouviu o que ela disse?
- Desculpe, estava pensando. Mas diga, o que quer? – falou sorrindo, não para ser educada, era porque estava lembrando de seu devaneio.
- Quero te apresentar uma pessoa. – a olhou torto. Definitivamente, pensava, a precisa de um namorado. – Vamos.
- Claro.
Caminharam por entre as pessoas que tinham naquela sala cheia, todas dançavam e se divertiam; a música estava alta, muito alta. Umas estavam jogadas pelos cantos, deviam ter bebido além da conta. puxava o braço da amiga em direção ao um grupo de três rapazes e uma garota. Parou ao lado do namorado, , e sorriu para os outros três. Melanie, Adam e .
- Hey, pessoal! – falou sorridente.
- Hey. – os três responderam em uníssono.
- Quero apresentar uma amiga a vocês. – falou. – Esse é o Adam, e a menina ao lado dele é Melanie, sua namorada. – acenou com a cabeça sorrindo. – E esse que está olhando para seu decote é o . – riu ao ver a face do tal fortemente vermelha.
- Vamos dançar? - Melanie perguntou a todos depois de um tempo.
- Vamos. – e saíram, e foram seguidos por Adam e Melanie.
- Vocês não vêem? – perguntou um pouco mais a frente.
- Não, divirtam-se. – falou e apenas concordou com a garota.
- Sabe. – sorveu um pouco de sua cerveja. – Eu tenho a impressão que te conheço de algum lugar. – disse estreitando os olhos, a fim de se lembrar de onde conhecia a garota.
- Engraçado, eu também tenho essa mesma impressão. – sorriu.
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