Estou ficando cansado de perguntar,
Essa é a última vez.
Então, eu posso te fazer feliz?
Porque você chorou um oceano,
Mas há milhares de linhas,
Sobre o jeito como você sorri,
Escritas na minha mente,
Mas cada palavra é uma mentira.
Eu nunca pretendia me apaixonar do jeito que me apaixonei por aquela garota, mais eu continuo pensando que todas as coisas que eu fiz por ela foram em vão.
Éramos amigos desde que nos conhecíamos por gente, nunca pensei que aquilo aconteceria, mas eu temia em que ela soubesse o que eu sentia por ela, porque eu nunca iria querer perder a amizade dela, porque ela era tudo pra mim.
[FLASHBACK ON]
Cheguei em frente à casa azul e branca com o pequeno canteiro de flores na frente da casa. Sentei no fio da calçada em frente a ela e esperei ela sair como fazíamos todos os dias.
Olhei o relógio, ele marcava sete e meia. Olhei para trás, não vi qualquer sinal dela passar pelas janelas ou abrir a porta da casa. Estranhei, ela sempre saia antes das sete e meia. Mas logo esqueci, talvez ela tivesse dormido um pouco mais.
Olhei para as flores ao meu lado. Sorri. Titubeei em pagá-las, mas logo tirei as mãos de perto delas. Voltei a olhar o pequeno parquinho ali na frente, onde sempre brincávamos quando crianças. Sorri.
Por alguns instantes achei que ela estava parada atrás de mim, mas logo vi que não. Voltei minha atenção as flores. Só uma não vai fazer mal.... Pensei. Arranquei uma flor do canteiro verdinho. Guardei-a no bolso.
Voltei a olhar a porta novamente. Olhei o relógio mais uma vez, sete e quarenta. O que estaria acontecendo? Levantei da calçada e fui até a casa azul. Observei a janela do quarto dela por alguns segundos. Não havia nada lá. Fui até a porta. A abri lentamente, a mãe dela sempre a deixava aberta quando saia para o trabalho de manhã. Entrei sem fazer qualquer barulho que pudesse assustá-la. A casa estava escura.
Subi as escadas. Avistei a porta do seu quarto entreaberta. Andei até ali em silencio. Abri a porta mais um pouco, fazendo eu a avistar deitada de bruços na cama com o edredom branco por cima. Ela soluçava. Receei em falar qualquer coisa. A observei por mais alguns segundos. Eu não suportava vê-la assim. Engoli seco e perguntei.
- ? - Ela virou-se desconcertada. Limpou as lagrimas.
- ? O que está fazendo aqui?
- Desculpa, é que você tava demorando... E a porta tava aberta, então achei... – Ela o interrompeu.
- Tudo bem.
- Mas... O que houve... Você tá chorando? – Me aproximei da cama.
- Bobagem. – Ela sorriu forçado.
- Vamos... Conta-me . – Insisti sentado na cama.
- Não é nada, ... Deixa pra lá...
- Tudo bem... Mas não quero te ver assim. Seja lá o que for esquece essa “bobagem”... – Sorri para ela tirando a flor que havia arrancado do quintal da casa dela. Ela sorriu ao vê-la. – Não chora. – Lhe entreguei a flor. Ela sorriu e me abraçou.
- Que horas são?
- Já deve ser umas oito. – Disse despreocupado.
- Mas e a escola? – Ela exclamou.
- Esquece a escola. Hoje a gente vai ficar aqui... Fica deitada ai que eu vou fazer um chocolate quente pra você.
- Mas... - A interrompi.
- Mas nada... Eu já volto. - Sorri e desci à cozinha.
[FLASHBACK OFF]
Eu não fazia idéia o porque de eu ter a encontrado chorando aquele dia. Nunca tinha a visto daquele jeito. Mas acho que aquele foi o melhor dia da minha vida, a gente ficou debaixo das cobertas o dia inteiro, tomando chocolate quente, rindo, vendo filmes, comendo pipoca. Eu poderia ficar assim pra sempre.
Mas alguma coisa aconteceu de errado depois daquele dia. Eu sentia a diferente, ela estava se afastando de mim, e quando eu perguntava, ela sempre inventava umas desculpa e mudava de assunto.
Eu estava começando a me irritar com aquilo tudo. Eu lembro do dia em que a gente brigou. Assim como houve o melhor dia... Houve o pior. E eu nunca quero passar por isso de novo.
[FLASHBACK ON]
O sinal acabara de tocar. Ela estava saindo da sala. Corri até ela. Segurei seu braço. Ela virou-se.
- Precisamos conversar. – Disse.
- O que você quer? – Ela sorriu.
- Saber o que está acontecendo! Por que mal fala comigo agora? Por que você tá tão distante? Por que me trata só como um... colega? – Perguntei tentando evitar que as lagrimas caíssem.
- Não estou me afastando de você, ... Só acho que... Estávamos juntos demais. – Ela disse. Houve uma pausa.
- ! Vem logo. – Olhei para o fim do corredor. Avistei Jimmy, um cara do time de futebol da escola.
- Já entendi. – Abaixei a cabeça.
- Não... Não tem nada a ver... – Ela disse.
- Não precisa explicar...Tudo bem... Eu entendo.
- Mas... Entende o que? Não tem nada pra entender...
- Seu namorado tá te chamando. – Disse tentando não olhar nos olhos dela. Se isso acontecesse, eu estava certo de que as lágrimas rolariam dos meus olhos.
- Ele não é meu namorado, . – Ela disse.
- Que seja! Ele tá te chamando. – Aumentei a voz.
- Não fale assim, ...
- Assim como? – A vi com algumas lágrimas caindo no rosto.
- Por favor...
- Não, agora é minha vez de falar! – Disse levantando a voz e olhando pra ela.
- fale baixo, estamos na escola...
- Não me interessa se estamos na escola ou não, porque o que eu vou falar agora eu quero que o mundo saiba! Eu quero que todos saibam o quanto eu fui idiota em me apaixonar por você, ! O quão idiota eu fui em manter isso em segredo por anos, e o quão patético em sou de estar te falando isso agora, já você não se importa não é ?! – Gritei. As lágrimas já caiam no meu rosto. E no dela também. As limpei com violência e sai dali.
- ! – Ela gritou. Não olhei para trás. – !
[FLASHBACK OFF]
Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito,
Mas você pode pegar o céu mais azul e transformar em cinza.
Eu jurei pra você que eu faria meu melhor para mudar,
Mas você disse que não importava.
Estou olhando pra você por um outro ponto de vista,
Eu não sei porque diabos me apaixonei por você.
Eu nunca desejaria para alguém se sentir do jeito que eu me sinto.
Depois daquele dia não nos falamos mais, eu mal conseguia olhar para ela, e toda vez que ela se aproximava eu saia de perto. Fazer aquilo me matava aos poucos por dentro, mas meu orgulho insistia em continuar.
Duas semanas depois ela foi me procurar na minha casa, eu não tive como escapar. Apenas escutei ela falar, mas o meu orgulho ainda era maior.
[FLASHBACK ON]
- O que você tá fazendo aqui? – Perguntei quanto a vi entrar no meu quarto.
- Preciso falar com você... – Ela disse com a cabeça baixa.
- Fale logo, os guys estão me esperando. – Respondi frio.
- Ok... – Ela disse. Ela fez uma pausa e abaixou a cabeça. Desviei o meu olhar do dela. Não podia vê-la assim.
- Pode falar... Eu vou me atrasar... – Disse voltando a olhar para ela. Ela estava chorando. Senti uma espada atravessar meu coração e partir cada pedaço que sobrava dele em mais mil pedacinhos.
- Eu... – Ela não conseguia falar. Soluçava demais. – Eu vou embora. - Ela saiu correndo do meu quarto, isso fez com que eu me sentisse livre e soltasse minhas lágrimas. Fui até a janela e a observei correr pra casa. Cai para trás deitando na cama. Chorei baixinho.
[FLASHBACK OFF]
Eu nunca havia ficado tão mal como naquele dia. Estava tudo bem até ela pegar o meu céu azul e transforma-lo em cinza. Aquilo que eu estava sentindo aquele dia eu nunca desejaria a ninguém .
Esse é um sinal do Céu,
Me mostrando a luz?
Isso era pra acontecer?
Eu estou melhor sem você,
Então você pode ir hoje à noite,
E não ouse voltar e tentar fazer tudo dar certo,
Porque eu estarei pronto para dizer adeus, é.
[FLASHBACK ON]
Mais três semanas haviam passado. Estávamos de férias e isso tornava minhas possibilidades de vê-la muito poucas. Eu disse aos garotos que se ela perguntasse por mim eu estaria viajando.
Eu já não saía mais de casa, não conseguia, eu estava morrendo aos poucos sem ela... Como eu sentia falta dela, do riso dela, das nossas idiotices, e principalmente dos olhos dela, eles eram os que mais me ajudavam quando um olhar meu precisava do dela.
Mas naquele dia eu resolvi sair. Não podia mais ficar em casa remoendo o que acabou.
Eu fui até uma praça abandonada um pouco longe da minha casa. Ás vezes eu e a íamos pra lá quando precisávamos mesmo ficar sozinhos.
Quando cheguei lá avistei algumas folhas secas caídas no chão. Caminhei até um banco próximo e me sentei. Apoiei minha cabeça nas palmas das minhas mãos. Fechei os olhos. Não queria pensar em mais nada naquela hora.
- Posso me sentar. – Ouvi uma voz nas minhas costas. Não liguei e balancei a cabeça em afirmação. Deixei mais uma vez as lágrimas caírem. - Você está bem? – Afirmei novamente. – Quer me contar o que aconteceu?
- Eu tô bem, é serio...
- Então porque você tá chorando? – Ela falou igual a . Aquilo me fez chorar mais ainda.
- Porque eu sou um imbecil. – Disse.
- Bem vindo ao clube. – Levantei a cabeça. Eu já imaginava o que eu encontraria ao meu lado. Ela era inconfundível. Ela tinha lagrimas nos olhos e olhava fixamente para as folhas no chão.
- eu... – A interrompi.
- Acho melhor eu ir... – Disse me levantando. Ela segurou minha mão.
- Espera... Por favor. – Ela disse tão baixinho que quase tive que pedir pra que ela repetisse.
- Tudo bem... O que você quer... – Eu sentei novamente.
- Eu só quero falar... Desculpa. – Ela soluçou.
- Não se desculpe... Eu que sou o tolo... Fui eu que me apaixonei por você. – Ela calou-se e olhou para baixo. Levantei-me e sai.
[FLASHBACK OFF]
E você disse, você disse, você disse,
(Não)
E você disse, você disse, você disse,
(Eu não)
E você disse que não importava.
Passei a caneta pela última vez no papel finalizando a música. Larguei o lápis e olhei para a garota deitada na minha cama. Voltei a fitar o papel rabiscado. Fechei os olhos e pensei naquela história novamente. Era impossível não pensar.
Senti a menina acariciar minhas costas e me abraçar por trás. Ela beijou meu pescoço e fitou o papel. Olhei para ela.
- É sobre alguém? – Ela perguntou.
- É. – Respondi.
- Ahn... Quem? – Ela insistiu.
- Uma garota, mas eu não quero pensar e nem falar nela agora. – Disse.
- Por quê?
- Bom... – A coloquei sentada no meu colo. A abracei. – Porque eu tenho coisa melhor pra fazer com ela, agora. – sorriu assim eu a beijei.
[FLASHBACK ON]
- Eu ainda não terminei, . – Ele levantou-se. Eu parei.
- Diga.
- Eu... Te amo.