Por Toda a Eternidade
Por Laís :)
Revisada por : Benny Franciss


estava sentada à sombra de uma velha árvore no Green Park, local calmo e arejado, onde a moça costumava freqüentar em dias que queria ficar sozinha e sossegada. Fazia um belo dia de outono; as folhas caiam lentamente sob as árvores, dançando no ar e pousando levemente no chão. O céu não estava nublado, como costumava ser em Londres. Pelo contrário, estava bastante limpo, e de tempos em tempos, belas nuvens brancas passeavam por toda a sua dimensão. A temperatura estava agradável; estava um dia perfeito para se levar os filhos para passear no parque. observava uma menina ruiva brincando com um garoto que aparentava ser o seu irmão. Ambos possuíam várias sardas espalhadas pelo rosto. Estavam ofegantes, pois tinham acabado de dar uma volta por todo o parque, correndo. Seus pais aproveitaram a corrida dos filhos para namorar um pouco. Todos pareciam estar felizes, afinal, eram uma família. Mas ‘família’ não era uma palavra que constava no dicionário de .
Aos seus oito anos, seu pai havia falecido, deixando à família uma herança de dívidas, e apenas uma pequena quantia em dinheiro. Desde então, sua mãe estava desesperada. Mas se surpreendera ao perceber que já havia passado dez anos e agora sua filha poderia se casar com um homem provido de riquezas, e trazer de volta todo o luxo que a família possuía.
observou sua mão direita, e lá estava o seu anel de noivado. Como sentia vontade de retirá-lo. Como queria que tudo o que estivesse passando agora fosse apenas um sonho, um pesadelo. Como queria acordar naquele instante com a voz de seu pai a chamando. Mas sabia que nada disso iria acontecer. Como fora tola em acreditar em finais felizes. Muitas vezes, já havia pensado em se matar, até aparecer uma razão para ela não fazê-lo. Sua razão possuía nome e sobrenome: .
era um homem rico, porém não tão rico quanto o futuro marido de , que era o mais rico da cidade. Tinha um grande senso de humor, mas não deixava de ser maduro, apesar de jovem; 22 anos. Possuía uma beleza que muitos homens desejavam ter, e, como estava solteiro, muitas mulheres cobiçavam desfrutar de sua companhia. Muitos homens da redondeza o odiavam pelo seu poder de fazer as mulheres suspirarem. Mulheres que, na maioria das vezes, já estavam casadas.
Uma hora havia passado desde a chegada de no parque. Não notou o tempo passar, estava perdida em pensamentos. Mas agora ela tinha certeza que ninguém iria aparecer. Levantou-se da árvore, e então sentiu uma mão puxando o seu braço fortemente.
“Ai!” exclamou, porém se calou imediatamente com o beijo que o rapaz havia lhe dado. O rapaz que ela estava esperando há uma hora. O beijo era suave, delicado. Mas foi rapidamente interrompido quando percebeu que eles ainda estavam em um local público. “... você sabe que eu não posso, sabe o que o Hector vai fazer se descobrir você comigo aqui, por favor, não faça isso...“
“Shh...” levou seu dedo indicador aos lábios da moça. “Eu não me importo, você sabe disso. Eu te amo, , e quero viver contigo pelo resto de minha vida.”
“Você sabe que eu te amo mais do que tudo, mais do que todas as pessoas que eu amo em minha vida, mas você também sabe que eu não posso...”
“Vamos fugir!” disse ele, fazendo a mulher arregalar os olhos. “Vamos fugir, ! Para outra cidade, outro país, eu vou para qualquer lugar que você quiser, desde que eu tenha que viver com você para sempre! Eu te amo, você é a mulher da minha vida, e eu não vou deixar você viver infeliz para sempre com aquele lá”
, estamos no século XX! O MEU NOIVO NÃO VAI DORMIR BEM ATÉ NOS ACHAR, E QUANDO ELE ACHAR, ELE VAI TE MATAR, TE MATAR!”
“Sabes que eu estou disposto a arriscar tudo por você”
“Oh, mas que cena comovente!”, uma voz sarcástica e fria surgira atrás da árvore.
“HECTOR?!”
sentiu todas as suas lembranças felizes com sendo extraídas de si, e um sentimento de medo e tristeza apoderou-se rapidamente de seu corpo. Não sabia o que fazer nessa situação, por isso disse sem ao menos pensar:
“CORRE <!”
O amante lhe deu um beijo doce, porém rápido; depois murmurou um “eu te amo” e correu o mais rápido que pôde.
“Como tu és tola.” Hector disse rindo, mas pelo tom de sua voz dava para perceber que por dentro, ele estava furioso. Fechou o punho e o abriu novamente. Parecia que estava tomando coragem para fazer alguma coisa. Até que finalmente...
PAF! Várias marcas vermelhas em formas de dedos surgiram por toda a bochecha de . Ela fechou os olhos e agüentou a dor em silêncio, mas logo depois resolveu se defender:
“Eu sou uma mulher, não se atreva a fazer isso de no...” PAF!
“Você é a MINHA mulher , MINHA! Nosso casamento está marcado para daqui a dois dias e...”
“POIS FIQUE SABENDO QUE EU NÃO VOU MAIS ME CASAR COM VOCÊ! EU AMO O E É COM ELE QUE EU PRETENDO FICAR PARA O RESTO DE MINHA VIDA...”
“VOCÊ NUNCA VAI SE CASAR COM ELE!” Hector devolveu no mesmo tom “Sabe por que você nunca vai se casar com ele? Porque eu irei matá-lo, . Você nunca mais irá vê-lo, e você vai se casar comigo, sim. Por quê? Porque eu estou mandando. Simples assim. E você irá me honrar e respeitar até que a morte nos separe.”
ficou sem reação. Quando deu por si, estava correndo em direção à casa de , que ficava apenas dois quarteirões de distância. Bateu na porta, ninguém abriu. Bateu novamente, nada. Chutou a porta com toda a sua força enquanto lágrimas começavam a escorrer rapidamente pelo o seu rosto. A porta finalmente se abriu, mas não era que havia a aberto. Era o Sr.Walker, o escravinho particular de seu noivo.
“Onde está ele?!” perguntou, sem mais delongas; tudo o que queria era abraçar bem forte e fugir com ele para sempre.
Mas o empregado não a respondeu, apenas sorriu.
“O QUE VOCÊ FEZ COM O ?!” ela já estava começando a ficar desesperada, mesmo tentando se controlar.
Novamente o homem não lhe respondeu. sentiu a sua mão pesar, ela ia fazer aquele ridículo aprender a não...
, AQUI!” uma voz familiar a distraiu completamente.
!” ela empurrou o Sr.Walker com toda a sua força, e foi ao encontro de , que estava sentado em uma cadeira, amarrado.
“Meu amor, o que fizeram com você!”, ela tentou desamarrar as cordas que estavam prendendo os braços de seu amante, mas elas haviam sido amarradas forte demais.
“Meu amor, só me escuta, ok?” disse ele, e balançou a cabeça, concordando. “Eu te amo. E não importa o que acontecer comigo, eu vou sempre te amar, pra sempre. Não importa onde eu esteja. Por favor, não chore. Você sabe muito bem que eu não consigo lhe ver chorando. Faça outro favor para mim, está vendo o meu bolso?”
não conseguia dizer mais nada, ela apenas soluçava e concordava com a cabeça. No bolso de havia um medalhão. Ela ia abri-lo, mas repreendeu-a.
“Abra-o apenas quando estiver em casa.”, disse ele, baixo. Seu olhar às vezes passava de , para um ponto bem atrás dela. “Esconda o medalhão, para ninguém o roubar agora.”
percebeu que a voz do amante estava trêmula, e ele não a olhava mais nos olhos. Decidiu virar-se para ver o que estava acontecendo, e encontrou o seu noivo com uma arma. Havia um sorriso estampado em seu rosto. Ela ficou sem reação. Será que ela deveria gritar? Não, estava demasiado fraca para fazê-lo. Deveria se colocar na frente de seu amante, impedindo o seu noivo de atirar? É, talvez fosse uma boa idéia se ela tivesse pensado sobre o assunto antes. Seu noivo já havia atirado.
Nessa hora, suas forças estavam à zero. Mal conseguia se manter em pé. Não, isto não estava acontecendo; não pode estar morto! Sua perna cedeu e ela caiu no chão, desmaiada.
Dois dias haviam se passado desde a morte de . Era o dia do casamento de . Ela estava dentro do carro, à porta da igreja. Era um dia nublado, feio. Dia perfeito para um desastre de casamento. Não queria fazer isso, mas ela sabia que tinha que fazer. Algumas lágrimas escorriam lentamente sobre o seu rosto. Era agora; abriu a porta do carro e entrou na igreja.
O casamento estava chegando ao fim, agora era a hora de colocar as alianças.
,”, Hector dizia radiante. “Te entrego esta aliança como prova de meu amor...”
Mas ela não estava mais ouvindo. Só conseguia pensar em . ‘Por que eu estou fazendo isso?’, pensou. Não, ela não é obrigada a se casar com o Hector. Tinha que achar um jeito de sair dali. Mas como?
Hector pisou em seu pé, fazendo-a acordar de seus pensamentos. Olhou para a porta da igreja, e viu que todos estavam a encarando. Olhou para Hector, enfiou a aliança brutalmente no dedo dele, murmurou um “assassino” e saiu correndo da igreja.
Correu o mais rápido que pôde, até chegar à porta do cemitério. Procurou por todos os caixões, até finalmente achar o de . Jogou o buquê em cima da lápide e achou um pequeno pedaço de madeira cortante no chão. Colocou a mão dentro do vestido e pegou o medalhão que lhe dera pouco antes de morrer. Abriu-o, beijou a foto que havia dentro e pegou a madeira do chão. Fez um corte no pulso esquerdo, e o sangue começou a sair rapidamente. Com o próprio sangue, começou a escrever na lápide.
& . e Hector, até que a MORTE nos separe.”, mas até aí ela já havia perdido muito sangue. Não tinha mais forças para nada. Cambaleou e caiu no chão, morta.


FIM


N/A: Essa é a minha primeira fic, então é MUITO importante pra mim saber a opinião das leitoras. Por favor, mande um e-mail para mim depois dizendo o que você achou da fic. O e-mail é laisqs@gmail.com. Obg :]



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