Segredos e diferenças.



Capítulo um:


- Ele disse pra ela sair da frente e acabou. –dizia Juliette Moore, enquanto andava com Fiona Yard apressada. Elas realmente achavam que teatro era a melhor coisa a se fazer quando se era dona de belas pernas e olhos azuis como os delas. Elas entraram no auditório e eu passei direito. “Patéticas” pensei assim que minha visão ficou limpa. Eu não tinha nada haver com elas, elas eram lindas, maravilhosas, perfeitas... E queriam ser atrizes. E quem eu era? Mais uma na fila do transplante de coração que talvez nunca chegue. Se elas dormissem com o diretor, talvez pudessem mudar o nome das animadoras de torcida.
- Eu não sei se uso rosa ou azul hoje à noite. –Fiona dizia, quando elas haviam aparecido novamente, para meu tormento, do outro lado do auditório.
- Oh, pense com calma. Isso é muito importante. –Juliette respondeu parecendo inteligente.
Ah, sim. É bem mais importante do que tentar fazer uma boa prova de relações públicas, como se elas tivessem capacidade pra isso.
Na maioria das vezes me chamam de Cabeção. Ou -do-dever-de-casa. Ou “a garota que empresta o dever”. É assim que a minha classe me conhece.
Depois que Kat foi embora, eu me tornei mais idiota do que sempre fui.
Mas oras! É perfeitamente normal se não gosto de usar tanta maquiagem como elas. Vejam Juliette: Se alguém lhe esbofetear, em vez de sangue, a única coisa que sairia era o pó de arroz que ela põe na cara. Normal, quando se falava de Juliette Moore era perfeitamente normal.
- Oi querida! Chegou cedo hoje. –minha mãe disse, pondo a mesa do almoço. Sorri e subi rápida. Tranquei-me no quarto sem a mínima vontade de comer. Se conheço minha mãe, ela iria bater na porta, me ameaçar dizendo que se eu não almoçasse, não iria poder ganhar a mesada, mas nunca funcionava. Se eu não queria comer, eu não ia comer. Era fácil fugir da escola quando queria, mas fugir dos meus pais era mais difícil. Antes, eu tinha a Kat pra ligar e xingá-los bastante quando dava vontade, mas agora nem isso. Eu tinha a eterna vontade de jogar maldições nos pais dela por terem a levado embora para o Canadá.
Mas o que a Inglaterra tem de mais? Eu pensava.
Era esse o problema, não tinha nada de mais. Londres poderia ser atrativa para turistas, mas pra mim era a mesma porcaria todos os dias e não tinha nada de atrativo. Eu queria abandonar tudo e ir morar em Vermont, infelizmente as toxinas que nós ingerimos todos os dias impedem meus pais de pensarem melhor no assunto.
Irmãos? Até esse aperreio a vida me tirou. Sou filha única e alguns gostam disso. Quando se tem milhões de amigos para ocupar o espaço que os irmãos deixam vago. Não tenho mesmo irmãos. Meus pais acham me ter já foi um sacrifício e era difícil tentar ter outro filho. Eles diziam isso quando eu tinha quatro anos e vivia pedindo um irmãozinho. Minha professora de Biologia diz que dez minutos é muito tempo, em dez minutos pode-se fazer um filho. Pena que eu não a conhecia quando queria um irmãozinho.
- , abra a porta! O almoço está na mesa! –dito e acontecido. Minha mãe estava esmurrando a porta atrás de alguma reação da minha parte em relação à comida. Não queria comer, não ia comer. Eu estava depressiva demais pra isso, eu só queria curtir mais a minha solidão e lembrar que os garotos não se aproximariam de mim depois do treino de futebol daquela tarde.
Certo.
E daí que eu jogo futebol? Nós os arrasamos, ganhamos de seis a um e eles ainda se acham melhores jogando. Não mesmo. O St. Paul era um bom colégio, se nós tirássemos os meninos idiotas e as meninas fúteis ele seria interessante. Só sobrariam os nerds, as meninas da lição de casa (EU!), o pessoal maluco por cinema e os músicos. O resto nós podemos jogar fora.

- Joga isso pra cá, ! –uma Chiara Johnson pedia à . Estávamos no treino e eu estava esgotada. Queria ir pra casa, descansar e ler Stephen King. Meu cérebro perecia.
- Cale a boca e jogue sua tonta!
- SE VOCÊ LARGASSE A BOLA UM SEGUNDO!
- Você é muito fominha, !
- Se passasse a bola para algumas de nós!
Pronto. Quando elas queriam era daquele jeito. Começaram a se bicar e logo estavam brigando do lado de fora do colégio.
- Dava pra vocês calarem as bocas? –a capitã do nosso time, Ingrid Latrell disse. As garotas abaixaram a cabeça e se posicionaram novamente, retomando o treino por mais longos vinte minutos.
Eu adorava futebol, mas estava cansando de tudo à minha volta muito rápido depois que Kat havia ido. Que merda de vida estava levando?
- . Você está bem? –eu me virei e dei de cara com . Eu balancei a cabeça afirmativamente e esbocei um sorriso idiota.
- Acho que sim.
pegou sua bolsa e enfiou as coisas dentro.
- Parece abatida.
era a rabugenta. Algumas pessoas a repudiavam. Ela sempre detia alguns infratores por ser monitora dos intervalos. Ela apreendia jogos estranhos e certos tipos de ‘brinquedos’ que mais pareciam instrumentos de tortura. Nunca nos falávamos, mas ela não era daquelas que eu fazia questão de odiar.
- Eu estou bem, acredite. Cansei dessa rotina. É só isso. –respondi enfiando meus pertences na bolsa.
- Soube da Kat. Imagino como você deve estar. –ela disse compreensiva. Ela era a primeira pessoa que parecia se importar comigo desde que Kat se fora.
- Ela era minha melhor amiga. –eu respondi com os olhos perdidos. Eu e Kat costumávamos passar a vida juntas, não era fácil me separar dela daquele jeito.
- Eu nunca tive amigas pra perder então eu não sei como é essa sensação. Na realidade eu sempre tive inimigos. E gosto disso, acredite. –nós rimos e nos calamos por um segundo.
- Você se inscreveu pra presidente do grêmio? –eu perguntei e afirmou com a cabeça.
- Sim. Eu pretendo mudar certas coisas. O clube de maquiagem é uma perda de tempo. Apenas garotas idiotas que não tem o que fazer se reúnem e trocam batons e lápis. –ela revirou os olhos. – Patético.
Eu a observava interessada. era do tipo revolucionária. Queria fazer justiça e tinha certeza de que estava fazendo o certo. Nós conversamos por mais um tempo e depois ela me convidou pra ir a casa dela na sexta. Ia ser interessante.

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Assunto: Solidão, solidão...


Haiô!
Baby, quanta saudade.
Dia igual aos outros. Sem tanta vantagem. Por que eu nunca te encontro no Messenger? Arranjou amigas baladeiras e esquece dos nossos projetos de sempre? Eu me acostumei a ser segundo plano na vida de todos, não se preocupe.
Hoje eu conversei com a megera maior, . E ela é superlegal. Convidou-me pra ir a casa dela na sexta e eu acho que vai ser muito legal.
Mande notícias!
Confúcio dizia que é mais fácil responder do que perguntar.


xx

+++


Eu me correspondia com a Kat de vez em quando por e-mails, mas ela estava mais sumida do que Osama. Nesses casos eu me deitava na cama e ouvia Extreme. Se eu chorasse talvez as coisas pudessem melhorar.

Capítulo dois:


A sexta chegou e eu estava mesmo esperando por isso. Não tinha feito nada a semana inteira e o fato de ter me chamado para ir a casa dela parecia tentador.
- Mas olha só! Alguém uma vez me ensinou que não se pode juntar os restos, se não a lixeira fica tão cheia que transborda. –Juliette disse enquanto eu e passávamos juntas pelo corredor fazendo Fiona rir. estreitou os olhos e tomou a frente, ela adorava brigas.
- Que incrível você dizer isso, Juliette. Você e Fiona andam tão juntas! –eu arregalei meus olhos e caí na gargalhada. me puxou e nós saímos rindo do que ela tinha acabado de dizer.
- Inacreditável! –eu dizia.
- Rárárárá! Sou ótima nisso.
Nós entramos na casa dela e largou sua bolsa na mesa. Eu fiz o mesmo com meus pertences.
- Quer um suco? –ela perguntou enquanto eu olhava os mínimos detalhes da casa dela. Afirmei com a cabeça e parei o olhar sobre o enorme quadro de natureza morta. Era tão...
- Grande. –eu murmurei, pegando o copo que entregara. Ela sorriu.
- Minha mãe adora natureza morta. Não se assuste se você encontrar um gato empalhado na cozinha. –ela advertiu. De repente a expressão dela mudou e ela pôs seu copo na mesa.
pigarreou.
- , este é meu irmão Jason. Jason, essa é minha amiga . –ela disse.
- Oi. –eu falei, mas não houve resposta.v - Tudo bem. Ele não quer falar com você por que com certeza é imatura aos olhos dele. – ralhou e eu olhei para o que ele estava segurando quase enfiando nos olhos. Era um livro.
- Muito bom este aí. Mas eu prefiro a coleção 32 de Tony Tonner. –eu falei. Ele abaixou o livro e virou para me olhar pela primeira vez.
- Você lê Tony Tonner? –perguntou como se custasse acreditar.
- Sim. –respondi segura. Ele balançou a cabeça afirmativamente e sorriu.
- Bom saber que minha irmã arranja boas companhias. –disse. pôs as mãos na cintura e estreitou os olhos. Eu sorri.
- Ele é um mandão, chato. –ela disse e me puxou. –Vem, . Vamos subir.
Nós subimos as escadas e logo estávamos no quarto de . Era normal. Tinha apenas uma cama, um armário, um guarda-roupa e duas estantes. Além da escrivaninha cheia de papéis.
- Me lembra o meu quarto. Só que no lugar nos gibis e mangás você pode encontrar diferentes tipos de livros. –eu disse divertida. riu e sentou no chão, indicando o lugar onde eu sentaria.
Aquela tarde ia ser agradável.

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Assunto: Hobahoba hubaibana.


Menina!
O Canadá é demais.
Também estou morta de saudades, estou esperando meus pais saírem para amordaçar Joanne e trancá-la no banheiro. Assim poderei te ligar.
Amiga do tipo ? Nunca imaginei. No desespero a gente faz qualquer coisa.
Rárárárá! É brincadeira, daquelas bem maldosas que só eu sei fazer. Ainda não arranjei amigas novas e estou sem notícias.
Queria que você estivesse aqui.
Beijos e doces de banana caramelados que eu sei que você morre de nojo.

Kat
xx

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Kat e Joanne nunca se deram muito bem. Joanne achava que por ser mais velha não tinha que dar nem oi para Kat. Ela costumava namorar um daqueles rapazes populares que a gente sabe que nunca vai chegar perto, . Ele já havia namorado Juliette e este era o motivo do racha que Joanne tinha com A-monga-Moore. E é claro, nós ficávamos do lado de Joanne, apesar dela fingir que não nos conhecia. era do tipo fabuloso, que tinha um monte de amigos esquisitos que falavam em outra língua. Segundo Joanne, eles tinham uma banda e o som deles era ótimo. Kat era louca pra ouvir, mas sua irmã nunca a deixava ir aos ensaios. E foi naquele dia, que eu estava na casa de Kat e foi visitar Joanne... Mas não, ele não estava sozinho. Mais três rapazes entraram pela porta quando estávamos vendo Dawson’s Creek na sala. E eu bati o olho nele, foi como se estivesse vendo o irmão mais novo do Leonardo DiCaprio [N/A: Mode TJ Watts on]. Ele era bem mais fabuloso do que , era com certeza mais legal. nunca falava com a gente, sempre passava e não dava a mínima. Ele só lembrava de nós quando queria água ou queria que nós cedêssemos a TV pra ele assistir com Joanne. Legal, também nunca nos notava. Ou melhor, nunca me notava. Eu era mais nova, mas e daí? Minha mãe é mais nova do que o meu pai!
Eles eram quatro. , , e . Apenas falava conosco e dava oi. Os outros passavam e não viam nada. Ele sempre oferecia chiclete quando tinha e era bem legal. chutava o gatinho de Kat e era muito mau com ele. Eu prendia a risada quando ouvia o chiado do bicho levando o chute. Kat morria de chorar, mas Joanne não fazia nada. Ela não ia contrariar o amigo do namorado.
Joanne também era popular. Mas era mais velha e não adiantava de nada, ela não acreditava ser irmã de Kat.
- Ela não é minha irmã. –Joanne dizia. Quando ficamos mais velhas, aprendemos a responder.
- Oh claro, ela foi criada com as cobras da Amazônia. –Kat respondia.
Completamos quinze e Joanne continuava a nos esnobar, mesmo ela tendo apenas dezesseis. Fazia questão de não nos apresentar seus amigos, para ela nós éramos sempre as pirralhas que faziam barulho na hora da novela dela.
Quando Kat e Joanne foram embora eu podia ver solitário e os rapazes o consolando nas mesas do refeitório. sempre acenava mostrando ser gentil e lembrar que era apenas um ano mais velho que eu. Nós ainda conversávamos e criávamos laços de amizade quando tínhamos chances.
Quando estávamos no clube das artes ele sentava do meu lado e podíamos conversar. Ele era bastante engraçado às vezes.
- Oi !
- Olá garota, como vai?
- Mais ou menos. Lembra do gato da Kat?
- Sim... Aquele que o detestava porque amava roçar nele... O que houve com o gato?
- Ele morreu. Acho que ficou triste com a mudança. Não gostou do Canadá.
- Oh! Que dó! vai amar esta notícia. A Kat deve estar péssima. Tem notícias dela?
- Sim, trocamos e-mails. tem falado com Joanne?
- Eles se falam direto. O detesta quando ela fala de algum cara novo... Sabe como é. Joanne é bonita e tal...
- Eu sei.
Eu sempre ficava com vergonha de perguntar sobre o ao . Talvez ele me achasse muito idiota ou tola de achar que poderia haver alguma coisa entre e eu.
- ...
- Diga!
- Como está o ?
Ele sempre me olhava de esguelha e sorria, mas não comentava nada.
- Ele vai bem. Eu acho. Aqueles caras são alienígenas, não se deve perder o tempo com eles, segue o meu conselho.
era ótimo no quesito “pergunte e obterá uma resposta robótica”. Era simpático.

Dezesseis é o auge.
Quando eu completei dezesseis as pessoas pareceram se importar mais comigo e me notar mais. Meus pais já não eram tão cuidadosos como eram aos quinze e eu já me via mais madura. Mas nada de avanços na área .
Okay que ele era do último ano, mas não tinha importância. Nós poderíamos superar tudo! Afinal, um ano não é NADA! Eu não trocava palavras com ele, isso parecia assustador. Bem, nenhum dos garotos populares falava comigo. Só .
Ele era simpático.
Eu estava bem admirando de longe e obtendo informações idiotas por , mas tinha que fazer algo para tornar aquilo mais tolo ainda.
No sábado ela me ligou cedo, dizendo que nós precisávamos nos encontrar que ela tinha que dizer algo sério. Fomos ao café local.
- Desembucha. –eu disse, ao ver que ela mexia as pernas, aflita.
- Ai, é que eu não tenho cara pra começar a dizer isso...
- , não enrola. Diz logo!
- Sabe, a sua amiga Kat... A irmã dela. Joanne. Era superpopular, não era? – perguntou receosa.
- Sim, era sim. –respondi, esperando o próximo passo.
- E aquele namorado dela... O ... Tem um amigo...
Eu senti meu coração dar três saltos de uma vez só. Não podia ser o ...
- . . – continuou. Eu me senti aliviada. Era ... Mas, quem? ? Eu arregalei os olhos.
- , é malvado com bichinhos de estimação! Você tem gatos? –eu disse desesperada. balançou a cabeça afirmativamente.
- Tenho. O nome dela é Ika. – disse meigamente.
Mas por que infernos ela teria que ter um gato? Não podia ser um cachorro?
- Ele odeia gatos! Ele vivia chutando o gatinho de Kat! –eu exclamei. arregalou os olhos e coçou a cabeça, recuperando seu temperamento comum.
- Ah, mas isso é o de menos. Do gato eu cuido depois. –de repente ela parecia não adorar tanto se gato como pareceu adorar.
Mas isso não era tudo.
- E eu quero me aproximar dele. –ela disse tomando um gole do milk shake.
- Ah sim, claro. Você vai conseguir se aproximar dele. –eu disse ironicamente. Ela arqueou uma sobrancelha.
- Eu consigo. Sou presidente do Grêmio Estudantil, eu posso bem falar com qualquer um que eu quiser sem ser chutada fofa, eu tenho imunidade diplomática em todas as panelinhas do colégio. – disse ajeitando o cabelo. Eu não lembrava dessa parte.
- Eu queria poder falar com o . –eu choraminguei. – Mas o único deles que me responde é o . E eu ainda penso que ele me acha uma otária.
bufou.
- Autoconfiança é o que te falta . Pensa positivo. Tipo, eu tenho dezesseis e o tem dezessete, isso é legal.
- Ele está no terceiro ano. –eu dizia, como se quisesse acordá-la de um sonho patético. parecia confiante demais.
- E nós no segundo, isso não é nada mesmo!
Nada para nós. Mas pra eles era o mundo. Eu não sabia como faria para se aproximar de , mas seria interessante. Se ela conseguisse, eu poderia ficar mais próxima de .

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Assunto: Idéias idiotas.


Oh Deus, só faltava essa agora.
inventou de se aproximar de (Ela acha que seus QI’s são iguais e quer tentar contato com o desconhecido). Eu não sei onde isso vai dar. Que coisa.
Minha mãe agora quer me fazer de cobaia pra experimentar as novas receitas dela e meu pai quer pintar o meu quarto de roxo berrante. Eu lhe disse que eu não sou nenhum tipo de Winnifred pra ele tentar me fazer parecer horrenda, embora esse nome não seja ruim. Vou batizar minha primogênita de Winnifred em homenagem a esse momento.
Eu ainda espero notícias boas.
Adoro-te.


xx

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Assunto: Winnifred rules.


Baby...
Você tem problemas com paredes e quartos roxos, e eu tenho problemas sociais sérios. Na verdade encontrei uma amiga sim. E ela é uma graça, Heleonora. Mas ela quer que eu a apresente a um garoto bonitão que eu nem sei o nome.
Isso é péssimo.
Eu tenho que te ligar. Joanne não sai do computador um segundo. Ela parece não conseguir ficar sem escrever para um segundo. Por falar em , como vai o galão inglês que te faz suspirar? Mande notícias suas com . Mande lembranças à , ele sempre falava comigo.
Beijos e mais banana.

Kat
xx

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Capítulo três:


Aquele sábado estava com cara de ser um sábado monótono.
Fui ao café com , mas depois voltamos para casa e aqui eu fiquei. Vendo filmes antigos naquela seção cafona de TV a cabo. Até que minha mãe disse que encontrou com e a mãe dela no supermercado e elas combinaram um chá na próxima semana. Talvez pudesse ser legal. Desde que Kat havia ido embora eu pensava se poderia substituí-la. Talvez não, mas eu passava bons momentos com , nos dávamos bem demais.
- , você tem visita. –minha mãe chegou à sala de TV dizendo e logo eu vi um parado; sorridente bem à minha frente. Eu não entendi. Como assim, o que ele queria? Na minha casa? ? Eu levantei confusa e sorri.
- Oi! –disse surpresa. Ele sorriu e sentou do meu lado.
- Garota, como está? –ele perguntou. Simpático, como sempre.
- Bem. Entediada e você?
- Vou bem! –ele respondeu e olhou para o vaso de flores no centro.
- E então, o que posso fazer por você? –eu perguntei. Ele não tinha ido até ali em vão.
- Ora, eu fiz uma visita menina! Eu preciso querer algo pra isso? –ele perguntou comicamente ofendido. Eu neguei com a cabeça e ele continuou. – A gente às vezes conversa bastante e é bem diferente dos papos que eu tenho com os meus amigos e isso é legal, sabe. Fazer amigos diferentes às vezes. E a gente pode ajudar, sabe. Os amigos. Quando nós vemos que eles precisam.
Eu não estava entendendo aonde ele queria chegar.
- O que você quer dizer? –eu perguntei.
- . Eu sei que você é afim dele. Ele diz que não fala com as meninas do segundo, mas você é especial, sabe? A maioria das meninas da sua sala não são como você. Seu modo de pensar te faz ser diferente de todas as garotas do segundo que eu já conheci. – disse. Eu estava estranhamente aliviada ao ouvi-lo dizer aquilo.
- Uau. Você dizer isso faz eu me achar importante.
- Mas você é ! É isso que eu tô querendo dizer. Eu posso te dar uma forcinha com o , se ele te conhecer, ele vai ver que você não pensa apenas em batom como a Juliette ou a Fiona!
, você merece um beijo!”. Era por isso que ele era simplesmente DEMAIS!
- , você não sabe o quanto é especial, sabe? –eu disse e ele sorriu. – É um ótimo amigo.
Ele levantou.
- Felizmente eu posso dizer o mesmo de você. Então, eu vou indo. Tenho ensaio. –eu tinha esquecido que eles tinham uma banda.
- Ah! –eu estapeei minha testa. – Kat era maluca pra ver um ensaio de vocês, Joanne nunca a levava.
- Que pena que ela foi embora. Bom, mas você pode ir comigo ver o ensaio. Ninguém mais nos vê ensaiando desde que Joanne foi embora.
Lembrei do recado que Kat tinha mandado pra , mas na hora, fiquei mais extasiada com o convite.
- Eu posso até ir, mas tem dois poréns. –eu disse.
- Diga. – estava pronto para ouvir.
- . Ela aposta fichas no . –ele sorriu e eu continuei. – Eu tenho medo de ir ao ensaio e eles me tratarem mal, não sei.
fechou a cara.
- Eles podem ser otários, mas nunca que eles iam te tratar mal; menina, nunca mesmo. E ainda mais uma garota como você! E é claro que você pode levar a . –ele disse e eu sorri.
- A Kat mandou lembranças pra você. –eu disse e ele ergueu as sobrancelhas, enquanto eu pegava meu casaco e abria a porta.
- Quando falou com ela? –nós saímos.
- E-mails. Escrevemo-nos todos os dias. Bem, quase todos os dias. –eu expliquei. deu um murmúrio de compreensão e nós continuamos andando.
Chegamos à casa de e ela atendeu a porta meio confusa ao ver sorrindo e acenando pra ela.
- , este é . , esta é . –eu disse. Eles se cumprimentaram e continuou sem entender. – Vamos ao ensaio da banda deles? –eu perguntei e ela ficou mais perplexa ainda.
- Ensaio de quê aonde? –ela parecia abobalhada.
- O ensaio! Da minha banda, vamos. Eu estou convidando você, , vamos! – disse. Ela arregalou os olhos e os esfregou. estava mesmo falando com ela?
- Sim, eu vou. Um segundo. –ela pegou o casaco e saiu. – Pronto, podemos ir.

Sim, eles tocavam bem. Até que tocavam bem demais, mas... Eu me sentia estranha lá. Não sabia como se sentia, mas eu estava morrendo.
nos apresentara , e . Assim que entramos, apontou pra mim e disse:
- A amiga da Kat! –correu e me abordou. – Tem notícias de Joanne?
Eu neguei e ele pareceu desapontado. Eu disse a que ficava muito mal ao vê-lo chutando o gato de Kat e começou um infinito sermão sobre respeito aos animais. pareceu ficar assustado.
Com eu falei pouco. Ele me deu oi, perguntou se eu tinha gostado do som e pronto. Acabou aí. No fim das contas, feio atrás de nós, perguntar os resultados.
- Bem... – começou. – não falou direito com ela e pareceu compreender que animais não são bolas de futebol.
bufou.
- Completamente. Eles são dois otários. Não fiquem cabisbaixas meninas, vocês são maravilhosas. Haverá oportunidades de sobra. – disse nos consolando. Eu sorri.
- Obrigada pelo convite .
- Apareçam mais vezes! –ele disse. Eu sorri.
- Apareceremos sim!
Nós fomos embora e no caminho, começou a atirar.
- Ele disse que o gato fedia e ficava roçando nele! Ele disse que já havia avisado para tirarem o gato de perto, como ninguém tirava, ele tinha que agir da forma dele! –ela parecia estar disposta a compreender que detestava gatos.

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Assunto: Alôôô!


Alô!
Terra chamando Kat!
Onde você se meteu Katherine? Quero saber mais notícias sobre o Canadá.
Conversei com meu pai sobre Vermont quando terminar o colégio. Ele pareceu entender que um dia eu vou ter que seguir meu caminho. disse que quer ir para Vermont comigo e quem sabe nós não podemos te seqüestrar? Rárárárá!
Sobre ... nos convidou pra ir ao ensaio deles e eu conversei com ele. Mas ele não se importou, apenas perguntou se eu havia gostado do som. Super duper não acha? Hilário.
Bom, só isso. Saudades, muuuitas saudades.
Beijos com aquele doce de goiaba que você detesta. E não me mande mais bananas (eu tenho ânsias).


xx

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Assunto: Alôôô!


Banana!
Eu conheci um rapaz... Mas que rapaz! Ele é primo de Heleonora. Santo Deus, se eu soubesse o que o Canadá tinha para oferecer...
Mesmo que eu encontrasse CEM Kurts que nem ele eu não ia querer sair daí e te deixar, banana.
Mas sobre o Kurt, ele é uma graça.
Mais bonito do que o Jared Padalecki, se servir.
E não desista de , ele se acha. Mas no fundo pode ser uma pessoa legal. O máximo que já tive dele foi uma fita adesiva que pedi pra ele pegar no armário. Estava ao lado dele. Rárárárá.
Mandarei noticias e a ligação!
Beijos sem banana com ânsias.

Kat
xx

Capítulo quatro:


A semana começaria uma maravilha, se não fosse a minha grande mãe e mais uma das suas grandes idéias. “Nós vamos costurar, ! Vamos fazer um vestido pra você!” Argh! Como se eu estivesse mesmo interessada em um vestido. Se eu jogar um moletom em mim tá tudo certo e nós podemos sair pra onde você quiser.
Mas a minha mãe é teimosa e lá vai a posar de manequim pra sua mãe fazer um vestido. Coisa melhor pra fazer? Imagina; bem na hora tava passando Dawson’s Creek.
Eu e Kat costumávamos assistir Dawson’s Creek e nos imaginarmos divididas entre Pacey e Dawson. Joanne sempre passava na frente da televisão e desligava, dizendo que ‘pirralhas tem que assistir a vila sésamo’. Argh! Irmãzinha mais nojentinha que a Kat foi arranjar. Todas as vezes que nós estávamos nos arrumando pra sair, a Joanne aprontava alguma e a Kat tinha que se arrumar novamente. Mas certas vezes ela podia ser legal... Quando brigava com , ela alugava filmes teen, pra chorar, e fazia brigadeiro. Nós todas comíamos chorando. Rárárárá. Mas agora nem isso eu tenho mais. Contentar-me em costurar com a minha mãe talvez... Eu ainda tenho a pirada da .
- Fala. –eu atendi ao celular, entediada.
- ! ! Câmbio! –eu franzi a testa.
- ? –perguntei confusa.
- SHHHHHHHHIU! Fala baixo! –ela sussurrou. Eu bufei.
- Você tá bem?
- Nós vamos até a Hampstead. –ela voltou a sussurrar.
- Claro que vamos, mas... Pra quê?
- vai até lá hoje. Nós também vamos. –ela disse. HÃ? Eu levantei do sofá na hora.
- FICOU MALUCA?
- Não. Ele vai até lá depois da escola, e nós vamos.
- Eu não quero seguir os passos deles, .
- Ué! Nós somos pessoas, podemos muito bem ir à Hampstead!
- Mas na maioria das vezes, apenas quem aparece por lá é o pessoal descolado...
- Nós somos muito descoladas, amiga; muito descoladas. Fique certa de que vamos depois da escola. Câmbio e desligo. –ela desligou. Eu encarei o telefone e desliguei. estava bem? Ela queria que nós seguíssemos ? Eu pensei... Se ia, também ia. A proposta poderia ser repensada.
Eu mal podia esperar pra ver e discutindo sobre gatos novamente.

Eu cheguei ao colégio e fui direto pra sala deixar as minhas coisas. Último dia de aula chegando fazia a escola estremecer. Essa era a última semana de aula depois das provas e todos estavam planejando as melhores férias do ano. Detalhe que eles sempre planejam as melhores férias. Eu tinha treino antes da aula e fui ao vestiário me trocar e me juntas às outras meninas. Elas estavam planejando táticas.
- A gente marca o imbecil do Harris! –Brianna Davis falava com vigor.
- O Harris não! O Portland! Stuart Portland merece morrer pelo que ele fez à Tatiela jogo passado! – disse apontando uma garota com as pernas arranhadas calçando o tênis.
- ÉÉÉÉ! –as meninas entoaram animadas. Nós começamos a gritar.
- VAMOS ACABAR COM ELES NO PRÓXIMO JOGO! –Brianna gritou. Todas as meninas concordaram gritando mais, até que Ingrid saiu do vestiário e nós fomos atrás. Os garotos estavam lá, postados em suas posições para começarmos o treino em conjunto. Mesmo que fosse treino, era questão de honra ganhar deles.
- Preparadas pra perder? –Stuart perguntou. Ingrid tomou a frente.
- Preparados pra chorar? –ela perguntou. Stuart gargalhou e logo todos os meninos começaram a gargalhar também. Ele murmurou algo e apontou pra Brianna. Ela tomou a frente.
- Falou comigo? –perguntou bruscamente.
- Não. –Stuart ergueu as mãos. – Vocês estão muito nervosas.
Eles deram mais gargalhadas. Ingrid largou a bola e pisou nela.
- Vamos decidir isso no campo.
O treinador chegou e ficou no meio.
- Quando eu apitar... –ele disse e logo depois, soou o apito.
O jogo começou.

- AGORA ABAIXEM A MORAL OTÁRIOS! –Chiara gritou quando entrávamos no vestiário pulando e comemorando. Havíamos vencido o jogo. Um garoto passou pela porta do vestiário e berrou:
- NÓS FACILITAMOS! SE A BRUTA DA BRIANNA DAVIS NÃO TIVESSE MACHUCADO O KEITH NÓS TERIAMOS VENCIDO!
Brianna levantou do banco e escancarou a porta, encarando Stuart.
- FALOU COMIGO DE NOVO OTÁRIO? –ela perguntou empurrando-o. Stuart bateu na parede e empurrou Brianna de volta.
- Você é garota, mas parece homem, então eu posso te socar! –ele a empurrou mais vezes e ela caiu no chão. Stuart pulou em cima de Brianna, mas ela o socou primeiro. Eles começaram a brigar no corredor. Foi engraçado. Os rapazes queriam separar, mas nós queríamos atiçar. Mas como sempre, o zelador chega pra estragar.
- SEPAREM! SEPAREM! SEUS ANIMAIS O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? –o zelador perguntou. Stuart levantou com a boca cortada e Brianna só estava suada.
- Ele me provocou! –ela apontou pra ele.
- Então quem começou fui eu? –Stuart se defendeu.
- Claro que foi imbecil! –Ingrid Latrell disse. – Nós todas estamos de prova que ele provocou a Brianna.
- Elas são companheiras, não acredite nelas! –o zelador pegou Stuart pela gola da camisa.
- Vamos Portland. Mais uma visita ao diretor vai te fazer bem.
Stuart foi levado pelo zelador e nós gargalhamos. Os garotos bufaram e foram embora.
- E aí, tá a fim de ver aula? – perguntou. Eu neguei.
- Sem a mínima. Vontade de ‘estudar’ na biblioteca?
Ela sorriu e nós fomos para a biblioteca, ‘estudar’.
Nós entramos sorridentes e silenciosas, mas eu acho que é coisa do destino mesmo... Ou eu estou fadada à desgraça ou à glória, por que estava sentado a uma mesa com e . Eu prendi a respiração e fiz menção de sair, mas me impediu e eu tive que entrar.
É o seguinte: Quem entra naquela biblioteca chama a atenção de todo mundo que estiver lá. Por que a porta tem um sino e é tudo muito silencioso. Quem entra é visto. E eu não queria ser vista. Não por , e .
empurrou a porta empolgada e eles nos viram. Eu fiquei esquelética, estupefata, totalmente envergonhada. Não sabia por que. me cutucou e deu seu melhor sorriso pra . Ele acenou e nos chamou pra ir até lá. continuou me cutucando sem deixar de sorrir.
- Nós não vamos. –eu sussurrei.
- Claro que vamos. –era tarde demais, ela estava me empurrando até eles. Eu fingi um sorrisinho e fui empurrada. Chegamos até lá e começou a falar.
- Oi! –ela cumprimentou. puxou uma cadeira pra ela sentar. Mas, apenas uma.
- Senta aí! –ele disse, sem deixar de olhar pra ela. sentou e olhou pra mim. Nenhum deles falou comigo. Nenhum deles sorriu pra mim ou puxou uma cadeira pra otária da sentar. Eu fiquei em pé, esperando terminar de paquerar . “Certo” Pensei. “Eles não me querem aqui, eu vou saindo...” Eu juntei minha insignificância e sai de lá sem que notasse, abri a porta devagar e sai antes que o maldito sino tocasse. Sai andando pelos corredores até encontrar um banco que tivesse um bebedouro do lado. Finalmente encontrei um perfeito. Tinha até umas pinturinhas de florzinhas do lado. Sentei e lembrei que tinha uma barra de cereais na bolsa. É ótimo comer quando se está triste. O não tinha nem olhado pra minha cara! Abri a barra bruscamente e enfiei na boca sentindo que eu ia ser um terror pro resto da minha vida. Eu nunca ia beijar ninguém, eu nunca ia namorar ninguém. Eu era a garota mais idiota da minha classe. Eu olhei de novo para as pinturas na parede e constatei que eu estava na parte do infantil.
- Droga. –disse e engoli a barra de cereais. – Nem pra sofrer eu presto.
Eu joguei o papel no chão e deitei no banco, tentando esquecer que era uma porcaria. Ouvi passos se aproximando, mas que se danasse. Não estava nem aí se o diretor me suspendesse. não me notava e isso já era ruim demais.
- Hey garota. Você está bem? –eu levantei ao reconhecer aquela voz e dei um sorrisinho pra , que sentava no banco ao meu lado.
- Não. –disse derrotada.
- O que aconteceu? –ele perguntou parecendo interessado. Olhei pro teto, cansada.
- Ah, eu estava na biblioteca com a e , e estão lá. chamou pra sentar com eles, mas nenhum teve a coragem de olhar pra idiota aqui e chama-la pra sentar com eles também. –eu terminei, catando outra barra de cereais na bolsa.
- Rá! Isso não é motivo pra você ficar triste. –eu achei a barra e enfiei na boca, olhando de uma maneira absurda.
- Não é motivo? -enfiei a barra com tudo na boca. – Clarro que é motxivo! Ele nem me notxa sserá que é compreensível? –eu disse com a boca cheia. sorriu.
- Tudo isso por causa do ? Ah, ele não merece isso. – disse sorrindo. Eu fechei a cara e levantei.
- Não , você não vai conseguir me animar. –eu levantei e peguei as minhas coisas, decidida a ir pra sala.
- E você vai ficar aí chorando pelo ? Que falta do que fazer... Escuta, eu não quero ir pra sala. Quer jogar War? –ele perguntou. Eu parei de andar e virei.
- Não vai me animar. –eu disse fria. Ele ergueu as mãos.
- Claro que não! Eu não quero te animar, só quero jogar War. Vamos? A gente joga na sala dos Matletas, não tem ninguém lá hoje. –ele disse. Eu estreitei os olhos e pensei que War seria uma boa.
- Tudo bem; vamos.
Ele sorriu e nós fomos jogar.

+++


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De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para: katherinemayer@fastnet.co.uk
Assunto: Babaganuche.


Kaaaaaaaaaaaaaaaaaaat!
Como vai?
Eu não vou tão bem assim... Eu e fomos à biblioteca hoje e , e estavam lá. chamou para sentar com eles, mas nenhum me chamou pra sentar. E eu fiquei lá com aquela cara de tacho. Saí da biblioteca irritada, mas depois encontrei o e ele me chamou pra jogar War. Apesar de dizer que não queria que me animasse ele conseguiu me animar.
O é ótimo.
Mande-me notícias suas com o Kurt e como vai o Canadá.
Beijos e mais beijos.


xx

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De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: na área!


Helôôôôu!
Acorda pra vida amiga!
Pede ajuda pro , talvez ele te marque alguma coisa entre você e . Não perde tempo! Em vez de ficar chorando e comendo porcarias que eu sei que você faz.
Então, entre eu e Kurt está tudo MARAVILHOSO! Ele é um doce. E a mãe dele cozinha muito bem.
Eu ainda não consigo encontrar um gatinho novo, Boris era único. Aquele bruto do deve estar muito feliz.
Muito amor;

Kat
xx

Capítulo cinco:


Eu queria esquecer o episódio da biblioteca como Kat havia sugerido e partir e pedir ajuda a . Afinal, ele já tinha se oferecido pra me ajudar a tempos.
Cheguei em casa depois do colégio. Eu saí de lá sem falar com ; não estava a fim de ir à Hampstead seguir os passos de . Antes que minha mãe me chamasse pra almoçar eu subi como um foguete e me tranquei.
Olhei para a capa do meu CD favorito do Pearl Jam e não pensei duas vezes antes de colocar.
Eu pensava se comer mais e mais quando estava chateada era certo... Tipo, não me nota. Disso todo mundo tá cansado de saber e notar. Mas... É daí? Eu só tenho que sentar; chorar e lamentar mais ainda a desgraça da minha vida. É isso aí; por que eu não posso ser como as outras meninas? Elas são bonitas, femininas, andam no salto e cheias de pó de arroz, aquelas maquiagens carregadas. Unhas enormes, pernas bonitas, barriga seca... Se eu fosse assim, com certeza ia me notar. Era bem mais fácil quando Kat estava aqui. Quando nós conversávamos com os meninos ela falava a metade do tempo e eles não tinham como perceber quão nervosa eu estava. Se Kat estivesse aqui, ela ia fazer uma transformação daquelas em mim. Ela ia arrumar um jeito trevoso de me notar; mas como ela não está aqui... Eu poderia deitar na minha cama e ouvir Eddie cantar sem parar, mas eu posso arranjar um jeito bem melhor de resolver essa situação. É só fazer de conta que Kat ainda está aqui.
- O que ela faria... Se estivesse aqui? –eu me perguntei. Cocei a cabeça e depois levantei da cama. – Com certeza ela ia querer que eu chamasse a atenção dele pela beleza.
Se reparava apenas nas mais bonitas, eu poderia me esforçar e ser um pouco mais glamurosa. Resolvi ligar pra .
- ?
- ?
- É o meu nome. Escuta... Que tal fazermos uma transformação?
- HÃ? EU E VOCÊ?
- , fala baixo...
- Tá, desculpa. Transformação? Como assim?
- Se a Kat estivesse aqui, ela ia arranjar um jeito do olhar pra mim, e esse jeito seria através da beleza, então... Será que eu posso ficar mais bonita?
- , amiga... Você é linda. Se o não te liga, ele é um otário. –ela disse. Eu suspirei.
- Esquece que ele é um otário. Eu gosto do , . Eu estou realmente disposta a fazer isso.
- Você vai parecer sabe o quê? Uma cópia da Juliette Monga Moore; e você sabe, nós sabemos; isso não é legal.
- ... Eu juro que pensei que você fosse me apoiar.
- Ficaria honrada em fazer isso. Desde que não fosse uma idéia tão estúpida como essa. –ela disparou. Estúpida? Era a única idéia que eu tinha, será que ela conseguia pensar numa melhor?
- Tudo bem, muito obrigada pela excelente ajuda. –eu desliguei o telefone sem ouvir uma resposta dela. Eu queria pensar.
É... Talvez fazer uma transformação não fosse o melhor jeito de resolver as coisas. E qual seria então? Será que havia um jeito melhor? Eu estava pensando demais em apenas . Ele devia ter posto algum tipo de poção maligna no meu suco enquanto eu estava alheia... Mas... “Oh, ; cale a boca”.
Eu desci as escadas apressada. Eu tinha que sair daquela mesmice.
- Querida? Aonde vai? –minha mãe perguntou da cozinha. Eu peguei o casaco na sala e pus, ainda restava um friozinho lá fora.
- Não sei.
- vai com você?
Eu suspirei.
- Não. Não se preocupe, eu volto cedo. –eu abri a porta e estava pronta pra sair.
- ... –ela chamou. Eu fechei os olhos e parei. Ela sabia que tinha algo errado. A minha mãe sempre sabe quando tem algo me incomodando, mas a verdade é que nem sempre ela ajuda. Quando ela tenta, acaba me deixando pior do que eu estava e isso que tudo o que eu não precisava.
- Mãe?
- Você está bem?
Eu não gostava de mentir pros meus pais, mas quando se tratava da minha auto-estima, eu podia abrir uma exceção.
- Sim. Só quero sair um pouco. –eu saí antes que ela pudesse me dizer mais alguma coisa.
Eu adorava ir ao King of Juice quando queria pensar. E lá eles serviam um suco maravilhoso. Ir até lá sozinha não era de menos, afinal, as pessoas já estavam acostumadas a me ver sozinha mesmo.
Entrei e o local estava meio vazio. Não tinha muita gente, no máximo umas três pessoas. Fui até o balcão e pedi aquele suco divino de uva que eles têm e depois que entregaram, eu fui sentar numa das mesas que ficavam encostadas à parede. Era mais difícil as poucas pessoas que estavam ali me verem.
Eu tinha que fazer milhares de exercícios de biologia e álgebra; por isso, tinha levado meu fichário pra aproveitar a solidão do lugar.

Logaritmo... Módulo... Funções... Isso tudo complicava muito a minha cabeça. Biologia eu desenrolava na facilidade, mas álgebra...
- A matemática te deixa louca? –eu ouvi aquela mesma voz que sempre aparece quando eu estou enroscada com alguma coisa. Eu sorri e fitei um com as mãos nos bolsos, parado me olhando.
- Você tem o dom de aparecer quando eu preciso de ajuda, não é? –eu perguntei sorrindo.
- Jura? –ele gargalhou. – Isso é bom?
- Pode ser. Anda rapaz, senta aí! –eu disse, puxando a cadeira pra ele sentar.
- Então precisa de ajuda em... –ele pegou o caderno e olhou. - Álgebra?
- Não... Na verdade não é isso...
- Me deixa adivinhar? –ele fez cara de pensativo. – ?
Eu sorri e abaixei a cabeça.
- Não precisa responder, isso diz tudo.
Ele sabia o quanto eu gostava de . Eu achava louco, mas era verdade. Ele me transmitia alguma coisa diferente... Eu me sentia diferente quando ele estava perto. Era muito louco.
- O que ele fez?
- Não. não fez nada. Esse é o real problema, ele não fez nada. –eu disse e sorriu.
- Você ainda quer sair com ele?
- Qualquer garota obcecada por um cara sonha com isso. –eu ouvi outra voz conhecida e revirei os olhos.
- Qual foi, andou me seguindo? –eu perguntei. sentou ao lado de e sorriu pra ele.
- Na verdade sua mãe fez questão de dizer que você tinha saído e possivelmente tinha vindo até aqui. Eu segui o palpite dela e verifiquei.
Eu revirei os olhos mais vezes.
- Querida, eu só vim aqui por que estava preocupada com você. Não me importa mais se você quer sair ou não com o . – tomou um gole do meu suco e depois voltou a me olhar. – Na verdade me importa sim. Se você quer sair com ele, faça isso direito.
Ela se virou pra .
- , será que você poderia arrumar um encontro pra ela?
Eu arregalei os olhos sem entender o que estava tentando fazer. Primeiro ela diz que continuar com isso era estúpido e depois tenta me ajudar? ficou desconcertado.
- Ahn... Dá sim. Só falta saber se não vai ter algum encontro... Ou se ele... Hum... Vai aceitar. disse receoso. Eu suspirei e tomei meu suco da mão de antes que ela acabasse com ele. Eu recolhi as minhas coisas e levantei da mesa.
- Okay gente, vocês não precisam fazer isso. O não vai querer sair comigo e eu preciso esquecê-lo. –eu saí do King of Juice antes que um deles me impedisse, mas eles vieram atrás de mim.
- ! Espera! –eu olhei pra trás, cansada.
- Pessoal... Eu estou enfurnada ali há horas e eu só quero ir pra casa e escrever um e-mail pra Kat. –eu disse e voltei a andar. Ia pra casa, tomaria um banho, iria ver Dawson’s Creek e depois iria verificar minha caixa de entrada no e-mail.

+++


Caixa de entrada (2)
De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Holá!


!
Como estão as coisas por aí? Nossa; por aqui eu nem te conto... Lembra do Kurt? Pois é, nós estamos meio que brigados. Ele diz que eu passo mais tempo com a Heleonora do que com ele. Mas não é verdade, isso não é verdade mesmo.
Mas e você? Como estão indo as coisas com o ? Vocês já saíram?
Ainda não? UAU, , eu nunca pensei que você fosse demorar tanto pra se resolver com o tapado amigo do .
Eu vou indo, Joanne quer usar o computador.
Beijos, beijos... Com banana que você não ganha há tempos.

Kat
xx

Caixa de entrada (1)
De: itamidamme@worldnet.com
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: .


Ahá! Pensou que era mesmo o ? Seu coração palpitou e você teve ânsias? Não mesmo. É o . RÁ, RÁ. Perdão, mas é que eu pedi seu e-mail pra e ela me passou.
Bem, eu vou sair com meus amigos na sexta (amanhã) e disse ao que ia levar uma garota pra ele. E adivinha quem? Vai se preparando guria, amanhã você vai sair conosco.
Beijos.


xx
Capítulo seis:


me ligou assim que eu recebi o e-mail de , não me deu tempo de responder. Eu estava tão eufórica! Desci as escadas às pressas e atendi.
- Alô!
- !
- ! O que houve?
- me chamou pra sair! –ela berrou. – Ele me convidou pra sair amanhã!
estava maravilhosamente feliz. Eu sorri.
- Que bom. Mas o acabou de me mandar um e-mail dizendo que eu ia sair com eles amanhã.
- Então! Por que essa voz?
- Ah... Não sei. Talvez medo. Quem sabe o goste de mim? Mas quem sabe ele me deteste?
Eu estava realmente confusa. Se a Kat estivesse aqui ela ia me xingar e chutar a minha bunda me chamando de perdedora.
- , realiza. Acorda pra vida, fofa! – disse com um ar engraçado.
- Acordei. Amanhã, nós não vamos ao colégio. Vamos fazer um banho de loja!
- Vamos gazear?
- Vamos.
- Legal! Sempre quis fazer isso. Vejo-te amanhã.
- Tchau. –eu desliguei e subi correndo. Ia ser demais.

No dia seguinte, passou na minha casa bem cedo. Nós íamos para o centro naqueles salões maravilhosos que te transforma toda e íamos passar o dia lá. Só iríamos sair na hora de irmos encontrar os rapazes da Hampstead.
- Será que eles vão fazer um black power em mim? – perguntou interessada. Eu a olhei assustada e ela arqueou as sobrancelhas, sorridente. – Sempre quis ter black power.
Eu balancei a cabeça e nós continuamos andando, até chegar ao salão mais badalado. O El Modez. Todas as garotas queriam ser transformadas lá e poucas conseguiam. Nós íamos ser graças à reserva que a mãe da havia feito.
- Louanna, querida! – disse, dando dois beijinhos na dona do salão, chiquerrérrima. – Nós vamos sair com garotos hoje, portanto, vocês tratem de nos deixarem maravilhosas.
Louanna apenas balançou a cabeça afirmativamente e em segundos estávamos sendo cuidadas pelas cabeleireiras mais in do momento.
Fizemos unha, cabelo, pernas, maquiagem, roupa... TUDO. Não ficou faltando nada e quando ficamos prontas estávamos irreconhecíveis. me olhou e abriu a boca.
- ! Cadê você, garota frígida e envergonhada? Você está um arraso! –ela disse. Eu pus as mãos na boca.
- ! Onde está a rabugenta mais nojenta do colégio? Você está um arraso!
Nós rimos e olhamos no relógio.
- Oh meu Deus, combinei com de três da tarde, são três e quinze! –nós saímos apressadas do salão agradecendo pelo milagre feito.
Corremos até a Hampstead e chegamos ao Point, o bar aberto que combinamos de nos encontrar. sorriu ao ver se aproximar e levantou para ver o quanto ela estava bonita.
- Uau. –foi só o que conseguiu dizer. Ela sorriu e eles sentaram. me olhou e eu sorri. Ele devolveu o sorriso e levantou, para me cumprimentar.
- Você está incrível. –ele sussurrou pra mim.
- Espero que também ache. –eu disse sorridente. abaixou a cabeça e pareceu mofar o sorriso. Ele ergueu a cabeça de repente e indicou a mesa em que e estavam sentados, olhando pra mim abestalhados.
- Ele está ali. – disse com uma expressão totalmente diferente. Em um segundo ele parecia ter perdido o entusiasmo que tinha quando sorriu pra mim.
Eu sorri pra ele e esperei que ele me levasse até lá. Porém, deu um sorriso fraco e foi andando até a mesa de e .
- , esta é a . , este é . – disse e sentou ao lado de , perdendo o olhar na rua movimentada logo em seguida. deu um sorriso e puxou uma cadeira para eu sentar ao lado dele. Eu fui até lá e sentei.
Ninguém imaginaria quão nervosa eu estava. Eu tremia e minhas mãos suavam... Eu só esperava que não notasse esse nervosismo idiota.
- Oi. –ele disse, mostrando seus dentes brancos. Eu o mirei mais uma vez, só pra lembrar de como ele era perfeito.
- Oi. –respondi.
- Então, você faz segundo ano? –ele perguntou, passando o braço pelos meus ombros. Eu estremeci, mas me mantive quieta.
- Faço sim. Nós já fizemos Clube das artes juntos ano passado. –eu disse e ele deu uma tapa na própria testa.
- Mas é claro! Eu sabia que te conhecia de algum lugar. Eu detesto o clube das artes, a melhor coisa que fiz foi sair de lá. –ele disse com certo alivio. Eu sorri, falsamente. O clube das artes era dema-ais! Como ele podia detestar? E além do mais, foi lá que nos conhecemos... Bem, na verdade isso não conta pra ele.
- Então, me fala... O que você gosta de fazer no colégio? –ele perguntou.
- No colégio? Adoro matar aula na biblioteca.
Ele riu.
- Também gosto de fazer isso. Na maioria das vezes eu... – ia dizendo, mas foi interrompido por uma rajada loira que cegou meus olhos por instantes. Era Estefani Lion. Terceiro ano; garota mais bonita da sala deles.
vacilou.
- Esté! –ele disse, levantando da cadeira sem lembrar que eu estava ali. Em uma fração de segundo, ele e Estefani foram descendo a rua até sumirem de vista.
Acreditem; por dois minutos a minha boca não quis fechar. Como ele tinha me deixado ali plantada e saído com a loiraça?
- Se for sair com o é melhor se acostumar com isso. – disse, com a cabeça apoiada no braço, que estava em cima da mesa. estava na mesma posição: Com a cabeça na mesa. Os dois pareciam estar cansados e tristes.
Eu revirei os olhos.
- Posso me juntar a vocês? –eu perguntei. Os dois balançaram a cabeça afirmativamente e eu apoiei minha cabaça no braço; em cima da mesa.

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De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para katherinemayer@fastnet.co.uk
Assunto: Point nada point.


Hey canadense.
Eu não te contei que saí com hoje? Claro que não, acabei de chegar. saiu com ... Bem, na verdade eu, e ficamos com as cabeças deitadas na mesa do bar apenas vendo o movimento e curtindo nossa solidão.
Você pergunta: “E o ?”.
Aí é que está. Lembra da Estefani-gostosona-Lion do terceiro ano? Foi só ela passar que ele me deixou plantada lá. Pode crer, ele foi idiota a ponto de fazer isso. Mas eu relevo. Quando nós chegamos, arrasantes no local do encontro, o ficou empolgado ao me ver, sorriu e tal, mas quando eu lembrei que ia sair com , ele pareceu ficar triste, não sei... Ele não se entusiasmou mais.
e estão se entendendo. Eles marcaram de sair novamente amanhã depois da aula e eu tenho certeza de que eles vão ficar saindo e eu vou perder outra amiga.
E você? Como está? Brigou com Kurt? Mas que mal hein... Isso passa. Pelo menos você tem um namorado pra brigar.
Aquele doce de goiaba; vingança pelas bananas.


xx

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De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Alô! desligada!


Hello Banana! Acorda pra vida desligada!
Apavora esse , nota mais no ! Sabe, eu sempre achei que ele seria perfeito pra você. Ele é fofo!

Kat
xx

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De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para: katherinemayer@fastnet.co.uk
Assunto: Amigos.


Katherine, eu e somos ótimos amigos, assim como ele e .
Nunca haveria possibilidades ou vontades entre nós, entende? Agora eu acho melhor a senhora parar de pensar asneiras e ir ver Dawson’s Creek!
Beijos e beijos.


xx

Caixa de entrada (1)
De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Amigos.


Eu entendo, sabe? RÁ, RÁ, RÁ, RÁ!
Eu e Kurt estamos indo bem, fizemos as pazes. Sabe né?
Então, vou indo.
Mais beijos e bananas.
Amo-te.

Kat
xx

Capítulo sete:


Nota mental: Arrumar um par para o baile URGENTE!
Isso mesmo, estava na semana no baile de primavera e estava uma correria só naquele colégio. As lideres de torcida organizadoras do evento estavam malucas e os jogadores estavam com os músculos doendo de tanto carregarem coisas pesadas. Eu achava bem feito. Eles viviam se mostrando com aqueles braços infláveis. Seria ótimo se estourassem.
Todos estavam apressados procurando por um par e eu esperava sinceramente que me convidasse. Segundo , disse que ele ia me convidar.
Aliás, e estavam saindo juntos. Ótimo, minha amiga arruma namorado e eu não. Era tudo o que eu precisava no momento.
Minha mãe continuava querendo costurar um vestido pra mim e eu realmente queria um; mas eu queria comprar e não queria que ela costurasse. Eu não queria, eu precisava de um vestido lindo. Eu ia ter que ficar linda pra não me abandonar por nenhuma Estefani da vida.
- Eu quero um vestido maravilhoso! – dizia. – me convidou pra ir ao baile com ele, então... Nós vamos juntos!
Eu revirei os olhos.
- Claro que não, , imagina! –eu ironizei. Ela mostrou a língua enquanto entravamos na sala pela primeira vez em duas semanas. Era aula de Física e eu não me importo em ver aula de Física. Muito boas, as aulas.
Pena que são muito demoradas.
Quando terminamos a aula, era o intervalo. Eu e passávamos todo o tempo na biblioteca, folheando revistas velhas, esperando o tempo passar, mas naquele dia nós decidimos ir ao refeitório como gurias comuns.
- Quer comer? –eu perguntei a ela.
- Só quero achar o . –ela respondeu olhando entre as mesas. Eu cocei a cabeça, achando que a relação daqueles dois ia me dar dor de cabeça. Finalmente nós avistamos , sentado com seus habituais companheiros. me puxou até lá, correndo e eu tive que ir. Ela sentou ao lado de e logo eles começaram a infinita conversa de sempre. Eu cruzei os braços e fiquei olhando o nada, ainda em pé. Olhei pra trás e vi uma mesa vaga, não pensei duas vezes antes de ir. Sentei e comecei a tamborilar os dedos, na falta do que fazer.
- Por que não foi sentar conosco?
- Não queria incomodar.
- Não incomoda.
- Nenhum de vocês pareceu querer que eu sentasse lá.
- Não é verdade.
- Não, imagine só que calúnia! Sempre que chega e fala com ninguém se dirige a mim. Ninguém.
- Isso não é verdade.
- Okay então, me prove o contrário. Na biblioteca, qual de vocês falou comigo?
Ele estava realmente desconcertado. Não havia resposta. Ele sabia que estava errado.
- Tudo bem, mas você deveria ter sentado conosco.
- Eu achei melhor sentar sozinha.
Silêncio por alguns segundos.
- Você tem acompanhante pro baile?
- Não. –eu ainda não o fitava. Estava imensamente irritada.
- Então... Gostaria de me acompanhar? –ele perguntou sereno. Eu parei de tamborilar os dedos e o fitei. Não era possível. estava mesmo me convidando pra ir ao baile? Um sorriso involuntário surgiu.
- Está falando sério?
Nós nem estávamos saindo, só havíamos conversado umas três vezes!
- Estou sim. Então, você aceita?
- Sim! Sim, eu aceito. –eu respondi sorridente. Ele sorriu.
- Ótimo, então no sábado eu te pego às seis? –ele perguntou.
- Tudo bem. –eu disse e voltou para a mesa de seus amigos; eu saí do refeitório.
Entrei no banheiro e olhei meu reflexo no espelho. Era uma garota feliz e com um sorriso enorme. Mas incrivelmente feia. Não deixava de me achar horrível... Como uma guria feia como eu poderia ir com ao baile?
- Rárárárá! Ele disse que jamais convidaria a Juliette pra ir ao baile! –Fiona entrou no banheiro com Keyla Davidson às gargalhadas. Eu fingi que estava vendo algo no celular e fiquei ouvindo a conversa delas.
- Jura? Então ele vai comigo? –Keyla perguntou esperançosa.
- Claro que vai, eu fiz a cabeça dele pra ele desistir de convidar a Juliette. Ele vai contigo.
Mas olha que situação! Fiona e Juliette são praticamente siamesas, como Fiona pode estar sendo tão falsa com a amiga? Eu fechei o celular e saí do banheiro rapidamente.
Voltei para o refeitório e não encontrei mais ninguém lá. E o sinal não havia nem batido. Olhei ao redor e estava tudo vazio. “Onde se enfiaram todos?”.
De repente, assim, do nada; surgiu um garoto, Thimoty, da minha classe, berrando como um louco:
- BRIGAAAA! BRIGAAAAAA! NO CAAAAMPOOO! –o resto de pessoas que saía do corredor do banheiro foi correndo para a quadra, ver a tal briga. deveria estar lá, então eu também fui.
Chegando ao campo, eu me deparei com toda a escola reunida num circulo apertado, tentando ver que dois rapazes se digladiavam no meio, entre aplausos e gritos. Eu revirei os olhos e fui voltando para dentro da escola. Estava vazio, com certeza o diretor havia acabado de saber da briga, pois ele corria em direção ao campo. Eu prendi os cabelos num rabo de cavalo e fui voltando para a sala lentamente. Aquilo ali ia demorar. Sempre que acontecia uma briga dessas, o diretor mandava todos sentarem na arquibancada e começava um sermão que tomava todas as aulas, sobre respeito, amizade e na maioria das vezes ele nos mandava fazer uma atividade como redações ou coisas desse tipo. Era um saco e eu não estava nem um pouco a fim disso.
- Mas que saco, por que nem quando eu tenho amiga eu deixo de ser sozinha? –eu disse pra mim mesma, andando. – Ah, ; por que todas elas têm namorado e se dão bem com meninos, e você é a idiota da história...
- Ahá! Falar sozinha é o primeiro sinal de insanidade!
Eu virei pra atrás e vi que vinha logo atrás de mim. Eu sorri e esperei ele me alcançar, depois nós voltamos a andar juntos.
- Também fugiu do sermão do diretor? –perguntei.
- Ninguém merece quando ele começa. – disse.
- Pode crer.
Nós andamos por alguns segundos, calados. Eu senti o clima meio tenso... Estranho, por que todas as vezes que eu e conversávamos era super legal, super descontraído, nós dois falávamos e tal. Mas àquela hora eu estranhei.
- Soube que te convidou pro baile. –ele disse, finalmente. Eu fitei o chão, pensativa e respondi:
- É verdade.
- E você aceitou; claro. –ele deu uma risadinha aguada.
- É, aceitei. Você tem par?
- Não. Mas não me importo com isso sabe... Ter um par não é totalmente obrigatório. também não tem par. – disse, cruzando os braços. Exatamente naquele instante, uma onda de frio tomou conta dos corredores; foi instantâneo. Nós nos entreolhamos assustados.
- Sentiu isso? –perguntei.
- Senti sim. – respondeu.
- Que estranho...
- Você tem notícias da Kat e da Joanne? –ele perguntou, ainda parecendo sem graça.
- Sim, nós trocamos e-mails. Ela está bem. –eu respondi. Com todo aquele clima eu estava acanhada de dizer algo como sempre dizia. Espontâneo. Chegamos à minha sala.
- A gente se vê. – disse somente e foi andando, depois de dar um sorrisinho. Eu sorri, acenei e entrei na sala. Aquele dia estava começando a me deixar maluca.

- E eu disse que não ia haver problemas, que a Ika não ia roçar nele, mas ele disse que só entrava se eu prendesse a gatinha, vê se pode?
Eu e estávamos indo a pé pra casa aquele dia. O carro de estava quebrado e ele também teve que ir a pé com os amigos. Desde que tínhamos saído do colégio, não parava de falar sobre . Era fato que ela estava apaixonada, oficial. Mas... Sabe, enche o saco. E eu estava mais rabugenta naquele dia. Precisava sair e conversar com meu irmão mais velho... Mas, aí é que está.
EU NÃO TENHO IRMÃO MAIS VELHO!
Cara, eu estava mesmo fadada à desgraça. Que porre de dia insuportavelmente mais que isso com certeza.
Entrei em casa irritada e fui pra cozinha.
- Mãe; quero almoçar. –eu disse decidida. Minha mãe me olhou assustada e pôs a mão na minha testa, medindo minha temperatura. Já que o dia estava ao contrário e eu sempre fugia do almoço...
- Queridas! –meu pai exclamou, entrando na cozinha. Meu pai em casa na hora do almoço? Definitivamente o dia estava ao contrário.
- O que você faz em casa tão cedo, querido?
- Houve alguns problemas...
Eu subi com o prato que minha mãe havia feito e me tranquei no quarto. Inferno de dia. Eu queria mesmo ter um irmão mais velho, daqueles que implica contigo todos os dias. Esses são ótimos quando nós estamos mal.
Minha mãe gritou da sala que alguém tinha telefonado pra mim e eu desci pra ver quem era.
- Alô. –atendi com um tédio enorme.
- Banana?
Eu ergui o corpo e arqueei as sobrancelhas.
- Kat Goiaba?
- EEEEEEEEEEEEU!
Eu soltei uma gargalhada.
- OH MEU DEUSSSSSSSSS KAAAAAAAT!
- OOOOOOOOOI!
- Deus, que saudaaaaaaaaaade! Como você tá?
- Ótima! Melhor que nunca e você?
- Bem, estou vivendo o dia do contrário. Está tudo ao contrário hoje.
- Ai amiga, como assim?
- Bem, depois de ter uma conversa bastante fria com o , meu pai em casa no almoço, nós voltando a pé pra casa e eu e vendo aula...
- Nossa. Realmente a coisa tá feia por aí banana.
- Nem me fale.
- E o ?
- AH! Convidou-me pra ir ao baile com ele! E eu aceitei; óbvio!
- AI QUE TUDO!
Nós conversamos por mais alguns minutos e ela teve que desligar. Outro país...

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De: itamidamme@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Desculpas.


Hey garota.
Perdão por hoje. Eu tava meio idiota. Mas, quer ir ao King of Juice hoje? Eu tenho umas novas iradas.
Responde hein.


xx

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De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para: itamidamme@fastnet.co.uk
Assunto: Desculpas.


Aceito! Vamos ao King of Juice hoje tomar aquele suco maravilhoso de uva. Também tenho umas novas da hora pra ti. A Kat me ligou!
Te encontro lá em meia hora.
Até.


xx

Capítulo oito:


Era visível que estava perturbado quando conversamos no colégio. Mas depois nos encontramos no King of Juice e foi como se nada tivesse acontecido.
- Eu quero um milk shake de morango que eu não tomo faz séculos. –eu disse quando entramos.
- E eu quero um suco de banana com aveia e aquelas coisas bem estranhas que deixa o suco melhor ainda. – disse, enquanto nos dirigíamos até o balcão pra fazer os pedidos. Quando recebemos os copos, fomos sentar.
- E aí, conseguiu um par? –eu perguntei.
- Não. Mas não faz mal... –ele levou o canudo à boca.
- Parece que estamos perdendo nossos amigos. e não se largam mais.
riu.
- Rárá, que ciumenta. Deixa os dois serem felizes.
Eu revirei os olhos.
- Por que não é você que está perdendo a amiga! –eu exclamei.
- não larga dela! – ergueu os braços. Eu ri.
- Mas você tem e . –eu rebati. Ele se dirigiu ao copo novamente.
Nós conversamos bastante. Foi bom passar a tarde tomando suco com , coisa que eu não fazia havia séculos. Mas, eu volto pro desespero do meu vestido de baile. Eu não sabia o que usar, minha mãe queria costurar pra mim, eu não sabia o que usar, minha mãe queria costurar pra mim, eu não sabia o que usar... Ai, ai. Isso girava a minha cabeça.
E durante toda a semana eu ouvi Fiona e Keyla conversaram escondidas aos sussurros na sala, quando Juliette dava às costas. Eu fiquei até curiosa pra saber com quem Keyla ia ao baile, que Juliette tanto queria.
- Esse pessoal popular é muito falso. Só rola falsidade na amizade deles... E que amizade hein. – dizia no intervalo daquela sexta-feira fria.
- Pois é cara. Não sei como conseguia conviver com elas. – disse me entregando um copo de refrigerante.
- Hey! – exclamou. Nós gargalhamos e continuamos falando da falsidade dos populares do colégio. E eles eram realmente muito falsos.
- A grande verdade é que eles tentam ser melhores; uns que os outros. Nunca que uma amizade vai dar certo desse jeito. – disse.
- Eu também penso assim. Se uma pessoa quer ser amiga da outra, tem que ser companheiro e tal. Não rival. –eu disse. E era verdade. A amizade que rolava entre Juliette e Fiona não era amizade. Talvez Juliette fosse muito mais ingênua do que todos pensassem.
- Elas sempre brigam quando chega à época das votações pra Rei e Rainha do baile. – disse enquanto tirava uma mecha do meu cabelo dos olhos.
- É verdade! Sempre tem um racha entre as duas. – lembrou.
- E no dia do baile elas fazem as pazes. – revirou os olhos. –Não tem coisa mais idiota pra se fazer. Essas duas são malucas.
- Tudo bem, mas o assunto de hoje vai ser Fiona e Juliette? –eu perguntei. ergueu as mãos .
- Oh, não se preocupe, eu também não estou muito a fim de ouvir sobre elas.
Nós rimos.
- Você tem falado com a Kat? – perguntou.
- Sim! Ela me ligou e tal, foi super. –eu disse. soltou um pigarro e eu olhei pra ele. –Sim ? –perguntei. Ele ergueu as sobrancelhas.
- Eu? Ahn... Nada. –deu um sorrisinho e nós desatamos a rir novamente.
- É que o nosso bichinho de estimação tá meio avoado hoje. – bagunçou os cabelos do amigo, que resmungou alguma coisa.
- Hoje? Cof, cof; posso corrigir? Obrigada. – pigarreou. –Todos os dias. Na verdade, o é avoado.
Ele levantou a cabeça.
- Hey! Isso é uma grande calúnia sobre a minha pessoa, eu não admito que andem falando mal de mim por aí! –ele deu um soco de leve na mesa. Nós rimos novamente.
- Calúnia? Onde? – fingiu estar procurando algo pelo refeitório. Nós rimos mais uma vez, mas nessa hora o sinal tocou. Entreolhamos-nos.
- Alguém tá a fim de voltar pra sala? – perguntou meio sombrio.
- Eu não. – disse.
- Nem eu. – também disse.
- Resumindo, ninguém quer. Então, vamos para a sala do terceiro andar de fininho, sabe? A antiga sala dos matletas. – disse. Eu levantei.
- Vamos jogar War?
- Não, hoje nós vamos jogar um outro jogo... Muito interessante. –ele respondeu. Todos se calaram e fitaram . Eu cocei o nariz.
- Que jogo?
- Mentira. É de baralho. Eu vi um filme, adorei o jogo, e agora vamos jogar. –ele afirmou.
- Então vamos. – disse e todos nós seguimos , pelos caminhos ‘ocultos do prédio’.
Nós subimos as escadas nas pontas dos pés pra ninguém perceber que estávamos cabulando aula e logo chegamos àquela sala dos matletas. Entramos e esperamos que dissesse alguma coisa.
- Então, nós vamos nos sentar formando uma roda e eu explico o jogo. –ele sentou e nós fizemos o mesmo. tirou um baralho do jogo e distribuiu nove cartas pra cada um. Ele sorriu parecendo satisfeito e começou a explicar:
- O objetivo do jogo é se livrar de todas as cartas que você tem na mão. Vejamos... –ele pegou duas cartas e pôs no centro da roda. –Eu tenho dois ases aqui... Alguém tem que dizer ‘mentira’ se acharem que eu não tenho dois ases. O jogo é assim, desafio. Se eu disser que tenho dois ases e na verdade ter um três e um rei e alguém me acusar dizendo ‘mentira’, eu levo todas as cartas que estão no meio da roda, mas se eu realmente tiver dois ases, a pessoa que acusou leva as cartas. –ele explicou. -Entendido?
- Mentira. – disse. franziu a testa e sorriu de leve.
- O quê é mentira? –ele perguntou.
- Você não tem dois ases, é mentira. – repetiu. gargalhou e pegou as duas cartas, mostrando a todos nós. E era mesmo mentira, não eram dois ases, eram um seis e um sete.
- Muito bem, o aprendeu! Hey ; pegue aquela lousa pra mim cara! –ele pediu e pegou o quadro pra , estendendo dois gizes de cera pra ele. –Eu vou anotar quantos pontos nós fazemos, e vamos acumular pela semana. A pessoa que tiver menos pontos até o dia do baile, vai se ferrar bonitinho. Todos os outros vão pensar em um castigo cruel.
soltou um gritinho.
- Aaaau! Adorei isso, vamos começar! –ele disse olhando pra .
- Tenho uma rainha e um cinco... –ele pôs no centro. Ninguém acusou. O próximo seria .
- Três e dois. –ele disse. Novamente ninguém acusou. O próximo seria .
- ás e ás. –ele pôs na roda. levantou e ergueu o dedo pra ele:
- MENTIRA SEU SAFADO!
Nós rimos e era realmente mentira. levou várias cartas. Continuamos jogando até cansar. O sinal tocou e nós não nos importamos.

- MENTIRA!
- AHAHAHAHAHAHA! SE FERROU! – pegou as últimas duas cartas e era verdade. Ela esfregou na cara de . – TOMA AÍ OTÁRIO!
Os risos irromperam a sala. abaixou a cabeça e pegou o bolo de cartas, que já estava bem grandinho. Era a minha vez. Eu puxei duas cartas.
- Sete e ás. –eu disse, esperando que alguém me acusasse, como todas as vezes. E até agora, eu não tinha dito nenhuma mentira e estava com a corda no pescoço. Era obrigatório mentir metade do jogo. Se ninguém me acusasse agora, da próxima eu estaria fora.
- Mentira. – disse simplesmente. Eu sorri e esperei que ele verificasse as cartas. E não era mentira. Sete e ás. socou o chão e pegou as duas cartas. Todos riram.
- Cara, não acusa mais ninguém. – disse; que estava com quase a mesma quantidade de . Ele riu aguado e esperou que jogasse. estava com apenas quatro cartas e estava perto de ganhar o jogo. Havia sido o maior pontuador.
- Rei e rainha. –ela disse. ergueu o dedo.
- Mentira . –ele disse e pegou as cartas sem mostrar. Era óbvio que era mentira. riu. Era a vez dele.
- Dois e sete. –ele pôs na roda. O cara parecia ter experiência no jogo! Ele conseguia enganar todo mundo. Ninguém acusou. Agora ele só tinha duas cartas. Era a vez de .
- Quatro e ás.
- Mentira. –eu disse. sorriu baixinho e mostrou. Quatro e rei. Era mentira. Ele pegou as cartas e era a vez de .
- Eu tenho dois dois. –ele disse. Ninguém acusou e era a vez de .
- Oito e nove. –ele disse sereno. Pela primeira vez ninguém o acusou e era a minha vez. Eu tinha que mentir.
- Dez e seis. –disse. ergueu o dedo.
- Sua mentirosa! É mentira! Você não tem seis! –ele disse. E era mesmo verdade. Eu tinha esquecido que no meio do jogo, eu tinha soltado uma exclamação sobre não ter seis. Sorri e peguei as cartas.
- Dois e ás. – disse.
- Mentira. – acusou. Como todas as vezes que ele a acusava, era mentira. Era a vez dele. Só tinha duas cartas.
- Rainha e três. –ele disse. Pela primeira vez em todo o jogo, alguém o acusou.
- É mentira. – disse. gargalhou, mas gargalhou tão alto que me deu medo.
- Bando de otários! É verdade! –ele mostrou. Rainha e três. Tinha ganhado o jogo. –HAHAHA! EU MENTI O JOGO INTEIRO! NINGUÉM ME ACUSOU! EU MENTI O JOGO INTEIRINHO! HAHAHAHAHA, SEUS IMBECIS! Anda , põe um palitinho do lado do meu nome, eu sou o vencedor do dia.
Não podia ser verdade! Ele havia mentido o jogo inteiro e ninguém o acusara.
Levantamos-nos da roda. Já estava escurecendo. Tínhamos passado o dia inteiro naquela sala?
- GENTE! JÁ ESTÁ ESCURO! – exclamou. pôs a mão na cabeça.
- Meu Deus, nós estamos trancados aqui! –ele exclamou. e escancararam a porta e desceram correndo. Nós fomos atrás e nos deparamos com a porta fechada. E se a porta estava fechada... As janelas e portas por todo o colégio estavam trancadas. escorregou no chão e ficou lá sentado. pôs as mãos na cabeça sem saber o que fazer.
- E agora? – perguntou.
- E agora que estamos trancados. Hoje é sexta... Então... – parou seu olhar sobre o piso. –TEMOS QUE TORCER PRA TER REUNIÃO DOS PROFESSORES AMANHÃ!
- Significa que vamos ficar trancados aqui? –eu perguntei.
- Yeah. – disse dando um soco no ar. – Isso é muito LEGAAAAAL! –ele berrou.
Todos olhamos indignados pra ele.
- Ficou maluco?
- VOCÊS QUE FICARAM! Isso é demais! Nós temos comida de sobra! Nós temos tevê, som, instrumentos, nós só não temos cama, mas temos tudo! E um colégio inteiro só pra nós! ISSO VAI SER DEMAIS! –ele berrou. Os garotos sorriram também.
- Não tinha pensado por esse lado! – exclamou. levantou e abraçou .
- Alô! Terra chamando vocês! – disse. – E as nossas mães? Vão pensar que morremos!
- Não se preocupe. Nós podemos dizer que vamos dormir uns nas casas dos outros.
- É uma boa idéia.
- Então... VAMOS NOS DIVERTIR!

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De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Paranranranran!


Hey Banana!
Iuhu! So sexy! Uh, paranranranranran! *Canta loucamente*
Como você está? Bem, eu estou ótima. Menina, você não sabe! Joanne fugiu de casa com um motoqueiro! Rárá! Papai e mamãe estão desesperados! Aposto que daqui a uma semana ela volta pra casa. Então, o que me conta?
Me escreve né?
Beijos e hum... Pêssego que você adora.

xx
Kat

Capítulo nove:


- TOM! ME LARGA! – berrava e pedia para que a colocasse no chão. Eu não parava de pensar na minha mãe. Tinha dito que ia dormir na casa de , mas... Eu me sentia mal em enganá-la. Não era justo. Mas tínhamos ficado presos e era melhor eu começar a me divertir igual aos outros. e estavam arrumando os instrumentos da sala de música. Eles iam tocar.
Eu estava parada de frente pra janela da sala de música. Não estava me sentindo bem mesmo.
- Hey. – disse, se aproximando. Eu sorri. –O que está fazendo?
- Eu? Ahn... Nada. Juro que nada.
- Tá triste?
- Mas por que estaria?
- Ah, não sei. Você... Quer ir pra casa? –ele perguntou receoso. Eu tossi. O era estranho às vezes. Ele ficava... Não sei; estranho.
- Não é isso. Eu fico pensando... Sabe, será que eu sou uma maçã do topo? Daquelas que nenhum vai subir e pegar? –eu perguntei idiotamente. arqueou uma sobrancelha e pôs as mãos nos bolsos.
- Maçã do topo... Sim, talvez você seja mesmo. Mas não, a segunda parte está errada, daquelas que nenhum vai pegar não. Você é a maçã do topo, lá no topo. E eu acho bem melhor ser uma maçã do topo do que ser uma maçã podre, que os caras acham mais fácil de pegar por que já estão no chão, não? Eles não querem subir até o topo e pegar as melhores maçãs. –ele disse.
- Então eu vou apodrecer no topo. –disse. coçou os olhos.
- Está enganada. As maçãs do topo nunca apodrecem. Elas ficam apenas esperando um cara corajoso o suficiente pra subir até o topo. –ele fez cara de pensativo. –As maçãs do topo pensam que há algo de errado com elas, quando na verdade, há algo de errado com os otários medrosos, que só se importam com as maçãs podres. As maçãs do topo são especiais. Elas são raras e justamente por isso, o cara que irá pegar a maçã mais alta, vai cuidar dela muito melhor do que um outro que cataria uma maçã podre. –ele terminou. Eu sorri.
- Então eu sou uma maçã do topo? –tornei a perguntar.
- Sim. Você é. - ele disse sorrindo suave e eu não pude deixar de sorrir. Okay, ele tinha um sorriso incrível. Eu suspirei e ouvir nos chamar, eles iam tocar.
[N/A: Machado de Assis roots].

Estava bem tarde, mais ou menos umas duas da madrugada. Eu não conseguia dormir de maneira alguma. Aquela situação era estranha. Eu cocei a cabeça e levantei. Nós tínhamos arranjado uns colchões e uns lençóis na sala da secretária. O que eles faziam lá ninguém soube. Olhei pra um lado e vi babar no próprio braço, olhei pro outro e e estavam dormindo abraçados. Não, não! Melhor: estava com a cabeça enterrada no peito dele, com o braço jogado no ombro de , e ele, estava segurando-a pela cintura, ou pelo menos pretendia. Que mão mais frouxa. Se eu fosse um cara, eu teria bem mais pegada. Olhei pra outro lado e vi que dormia de bruços e... Estava faltando alguém. Sim, claro, não estava dormindo. Eu levantei e apertei o casaco, estava bem frio. Encontrei sentado na porta da sala, abraçado com as pernas. Sentei ao lado dele.
- Por que você não está dormindo? –perguntei.
- Te faço a mesma pergunta. –ele rebateu. Eu ri.
- Não consegui dormir.
- Bem, nem eu.
Nós rimos. Silêncio por um tempo, até alguém conseguir falar.
- E aí, ansiosa pro baile?
- Muito. E você?
- Também. Vai ser legal.
Mais silêncio. Eu não sabia por que, eu me sentia melhor com o do que com o . Eu não entendia isso, mas com o , eu sabia que podia conversar, eu sabia que podia contar com ele. Coisa que não acontecia com o . sempre me esnobou, o não, ele sempre foi simpático, ele sempre foi amigo.
- Tá frio aqui, você não acha melhor nós irmos dormir? –eu sugeri. deu de ombros.
- Pode ir. Eu não vou dormir agora. Não se preocupe, é normal eu não dormir às vezes. –ele disse. Eu dei um beijinho na bochecha dele antes de levantar e entrar no quarto novamente. Certo, era muito bonito, ele era um doce, ele era demais, eu sempre havia gostado dele, mas... Tinha algo errado comigo.

- Hey , passa essas caixinhas de suco pra cá. – pediu. lhe passou a caixinha de suco e enfiou um pedaço de sanduíche na boca. Eu estava comendo um daqueles pães maravilhosos que eu nunca comi, era exclusividade do pessoal do terceiro ano. E eu achava isso uma baita sacanagem. Os rapazes comiam aquilo todos os dias e nós tínhamos que nos contentar com alface. Não era à toa que eu nunca almoçava no colégio. Mas também não almoçava em casa.
- Vamos dar uma volta pelo colégio? Que tal o corredor que ninguém vai?
- Ótimo . Vamos lá.
Nós duas saímos, mas não tinha corredor nenhum. Nós sabíamos que não tinha, queria contar alguma coisa.
- Diz.
- . O ontem à noite... Ele me pediu em namoro oficialmente! –ela disse eufórica. Eu sorri. Era bom ver feliz.
- Que tudo! –exclamei e nos abraçamos.
- E você e o ? –ela perguntou.
- Que tem?
- Como estão?
- Ué, não estamos!
- Não? – perguntou com os olhos esbugalhados. Mas como assim não estávamos? Já era pra estarmos! Mas não estávamos.
- Não. Acho que só hoje, no baile. –eu respondi. Por falar em baile... Estava próximo demais e nem vestido eu tinha ainda! Na verdade... ERA SEM POUCAS HORAS!
- Vamos voltar? – sugeriu e nós voltamos.
Quando voltamos, nos deparamos com e em cima de uma das mesas do refeitório e e às gargalhadas. sorriu e sentou ao lado de dando tapinhas nas costas dele.
- Mas o que significa isso? –perguntei.
- Eles estão imitando os dançarinos da Madonna. – respondeu enxugando as lágrimas enquanto e desciam da mesa.
- E aí, vamos jogar mentira? – perguntou.
- É agora que eu vou ganhar de novo! AAAU! – disse dando uma pancada na mesa e levantando.
- Vai sonhando querido. – disse.
- Parou! Todos sonham e o ganha! – disse.
- Rá! Todos sonham e o ganha!
- Tsc, tsc, tsc. – disse. –Não. Esqueceu quem é o craque no jogo aqui? –ele sorriu e apontou pra si mesmo. –É o zusquinho aqui papai!
Nós gargalhamos e pôs as cartas na mesa.
- Vamos decidir isso NO TABULEIRO!
- ... É na mesa. – corrigiu.
- NA MESA! –ele disse como se não tivesse dito nada antes.
Ajeitamos-nos e ele distribuiu as cartas. Começamos o jogo. Era bem claro que ia começar cantando de galo. E começou.
- Bem, tenho três e dois. –ele disse.
- Mentira. – acusou. deu um sorrisinho e mostrou as cartas. Três e dois. bagunçou o cabelo dela zombando e coçou a nuca.
- A pessoa precisa ter peito pra me acusar e ter certeza disso rapá! –ele exclamou entregando as cartas à .
- Rei e dez. - disse.
- Mentira. – acusou sem nem olhar pra ele. deu um soquinho na mesa e pegou as cartas confirmando a mentira. O outro sorriu e olhou pra mim; era a minha vez. Uh, era uma das coisas que eu não gostava do Mentira.
- Três e cinco. –menti. Oh, ninguém me acusou. Eu era a pior do jogo e sempre me acusavam. Milagres acontecem.
- Oito e rainha. – disse.
- Mentira. – disse e pegou as cartas confirmando a mentira. E o jogo sucedeu desse mesmo jeito, como das outras vezes. Até que chegou a cartada final e como se ninguém soubesse...
- AHÁ! É VERDADE BANDO DE OTÁRIOS! Ganhei novamente. Põe outro palitinho aí!
ganhou o jogo pela segunda vez. Ele era craque em Mentira. Terminamos de jogar e ficamos por ali sem fazer nada, como de costume. Não fizemos nada. e estavam abraçados a um canto e eu estava deitada em uma das mesas do refeitório.
- Quem deita em mesa é morto. –eu ouvi a voz de .
- E maçãs do topo.
Ele sorriu.
- E maçãs do topo? Acho que não. Maçãs do topo ficam no topo. –ele respondeu e sentou-se à mesa, me fazendo sentar ao lado dele. sempre foi atencioso comigo, mas de uns tempos pra cá ele estava agindo de maneira estranha. E eu estava bem esquisita também; considerando que nós sempre nos demos bem mesmo Joanne deixando a mim e a Kat de fora de tudo. Nenhum daqueles que naquele momento eram nossos amigos, falavam conosco; apenas .
Achei melhor conversar com ele.
- ... –sentei e cocei a nuca.
- Quê? –ele perguntou. Eu pensei... Na verdade, o que eu ia perguntar pra ele?
- Erm... O baile é hoje! Vocês vão quebrar as janelas pra poder sair daqui mesmo? –perguntei sem pensar.
- Acho que sim. Ou então vamos dar um jeito de arrombar a porta de saída do vestiário das meninas, ela já tá meio bamba mesmo. –ele respondeu dando de ombros. É, era uma boa idéia.
- Legal. –eu murmurei e olhei pra . Era estranho... Eu sabia que gostava dele, sabia sim; mas eu me sentia melhor com . me fazia sentir algo que ninguém nunca me fez sentir, mas . Eu me sentia bem com ele.

- Nós vamos arrombar a porta bamba das meninas, vamos sair, nos arrumar pro baile... – parou de falar e olhou pra mim. –Eu vou te buscar e vamos voltar. Bem, vocês eu não sei, mas eu e ela temos o cronômetro ligado.
Eu sorri e cutuquei . Ele continuou cochichando com os amigos e eu e fomos conversar.
- Então, você tem vestido? –ela perguntou.
- Claaaaaro! –menti. Eu não tinha porcaria de vestido nenhum! Nota Mental: Providenciar um vestido assim que chegar em casa.
- Então não falta mais nada. –ela continuou sorridente. Eu sorri forçado e suspirei. Estava incrivelmente ferrada. Todos iriam estar bonitões, bem arrumados, roupas caras e chiques... E eu iria usar meus trapos diários. Ia ser o jeito.
Então, não pude pensar em nada mais nada menos do que cuidar da votação de Rei e Rainha. Sim, eu ia ficar atrás de uma mesa enorme e não precisava estar vestida a caráter. Só precisava estar vestida. Nunca gostei de baile mesmo.

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De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Alô?


? Minha banana, onde você está? Por que não respondeu meu e-mail? Se arranjou uma amiga a mais e agora está se divertindo na casa dela e se tornando usuária de drogas, por favor, não esqueça de mim na hora dos agradecimentos de reabilitação. Tá, esquece tudo o que eu escrevi.
Apenas responde meu e-mail.
Coraçãozinho Kat coraçãozinho coraçãozinho.

xx
Kat.

Capítulo dez:


- Agora está tudo certo, nós vamos sair e vamos nos arrumar pro baile. – disse enquanto dava a última machadada na porta do banheiro das meninas. Antes de quebrarem a porta, eles tinham explorado o lugar e vale muito à pena lembrar do olhar brilhante de e de suas palavras: “eu sempre quis vir aqui”.
Nós saímos do colégio um por um e abriu os braços.
- LIBERDADE!
- Agora vai dizer que você não achou legal comer o que só nós comemos! E de graça! – esfregou. o olhou de mau jeito.
- Não queira perder sua cabeça. –ela ameaçou e ele encolheu os ombros.
- Pronto, agora podemos ir pra casa. – disse e franziu a sobrancelha.
- Cara... Foi tão simples sair daqui. Por que não pensamos nisso ontem?
- Por que ontem nós queríamos ficar aqui, hoje não, está todo mundo desesperado pro baile inclusive a minha tchutchuquinha, então, nós temos que sair Skywalker. –o outro lembrou. pareceu satisfeito com a resposta e nós fomos embora. Bem, eu fui andando, foi com , e super apertados no carro de . Eu não quis ficar. Se eu fosse íamos todos morrer sufocados e nós tínhamos um baile logo em seguida.
Cheguei em casa e a minha mãe me abordou, com perguntas, e por que eu tinha ido dormir na do nada, e o que estava acontecendo... Ish... Eu entrei no assunto do vestido.
- Vestido? –ela perguntou. Eu sacudi a cabeça afirmando e ela coçou o nariz. –Você vai pra um baile?
- Sim! –eu respondi incrédula. Minha mãe sacudiu a cabeça negativamente.
- Não temos vestido.
Eu abaixei a minha cabeça e levantei do sofá, indo me trancar no quarto. Quem sabe ouvir R.E.M. ou algo que me deixasse bem deprimida. A voz do Micheal sempre me fez ficar mal.

- Filha... –minha mãe entrou no quarto. Eu levantei da cama e a vi entrar.
- Sim?
- Você vai ao baile? –ela perguntou; eu sorri e afirmei.
- Sim, eu vou. Mas não vou usar um vestido glamuroso ou coisa parecida... –eu sorri novamente vendo a minha mãe sair do quarto. –Se a Kat estivesse aqui ela ia dizer que... A KAT!

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De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Alguém chame a Scotland Yard.


É sério, perdida; quem souber de alguma coisa, por favor, telefone pra mim.

xx
Kat

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De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para: katherinemayer@fastnet.co.uk
Assunto: RE: Alguém chame a Scotland Yard.


KAT! OH MEU DEUS, PERDÃO! ME DESCULPAAAAAA, Eu fiquei trancada no colégio com , , , e . A gente tava jogando Mentira e nos empolgamos, trancaram o colégio e nós ficamos dentro. Perdão; só conseguimos sair agora pouco. Uh, dormir no colégio rocks so hard. E não precisa chamar a Scotland Yard fofa, eu estou bem.
Joanne fugiu com um motoqueiro? HAHAHAHAHAHA, isso é bem a cara dela. E por falar em Joanne, está bem craque em Mentira, ele venceu duas vezes o jogo. E tem o baile hoje à noite; dude, eu não tenho vestido. E adivinha só? Vou cuidar das votações, obviamente, serei a única sem um vestido, PORTANTO, a perdedora aqui vai ficar cuidando de papeizinhos. Ôr, ôr.
Coraçãozinho coraçãozinho Kat coraçãozinho.

xx
.

+++


Levantei do computador e fui procurar uma roupa qualquer. Certo, se eu não ia de vestido, eu ia com uma roupa qualquer. ia ficar tão decepcionado que nem ele mesmo ia conseguir se ver no espelho (?). Okay, , você está começando a delirar. Mas falando em ... Corri pra ver a hora. Meu queixo desabou e eu vi que eram seis horas. Uh, três minutos pra se arrumar e eu corri, eu fiz tudo em três minutos. Mentira, na verdade foram dez minutos. Penteei o cabelo como se fosse pro colégio e calcei o tênis.
- ! Tem um rapaz bonito te esperando aqui fora! –minha mãe berrou e eu me apressei.
- TÔ IIIINDOO! –berrei, mas só depois saquei que estava lá embaixo. Pus as mãos na boca e me estapeei. Eu estava muito estúpida. Pus meu relógio e desci... Mas não era quem estava lá. Eu franzi a testa e pulei o último degrau.
- ? –eu perguntei indo até lá. Ele sorriu. E o pior de tudo é que não estava vestido para o baile.
- ! Oi pra você também! –ele exclamou divertido. –Bem, nós vamos ao baile. Ou não vamos. –ele parecia estar escondendo algo.
- O que aconteceu? –perguntei. coçou a cabeça. Minha mãe olhava de mim pra ele sem entender nada.
- Você vai ao baile? Sabe, eu e estamos sem par, não estamos vestidos pra baile e não estamos com vontade de ir, sabe estávamos pensando em...
- Cadê o ?
estremeceu e acenou pra minha mãe sorridente.
- Oi! Senhora ! Como a senhora está? Bem, a senhora vai nos desculpar, estamos de saída. Vem . –ele me empurrou porta afora e sorriu novamente pra minha mãe; que continuava sem entender nada.
- QUER ME CONTAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO? –eu exclamei. saiu do carro e foi até lá, com a mesma cara de idiota de . Eles se postaram lado a lado, como se escondessem algo. Como não; eles estavam escondendo.
- Oi zusca! – cumprimentou.
- Oi. Agora me fala.
- Sabe o que é... É que o ... Ele... – começou.
- Ele tá bem? –eu perguntei assustada. sorriu.
- Rá, ele tá muito bem! –ele exclamou e levou uma cotovelada de , que voltou a sorrir amarelo.
- Ele... Não pôde vir.
- Por quê?
- POR QUE ELE FOI COM AQUELA LOIRA GOSTOSONA, COMO É O NOME MESMO? – exclamou, se vingando da cotovelada de . Hã? O que ele tinha dito?
- Como? –perguntei. virou a cara e repetiu.
- Ele foi com a Keyla Davidson.
Eu fechei os olhos. Sabe? Pra tentar absorver melhor o que ele tinha dito. Eu havia sido abandonada, era isso? Ôr, HOHOHOHO. Era verdade. tinha me largado. Eu pus as mãos na cintura e vi entrar no carro novamente. tocou o meu ombro.
- ; você pôs toda a sua confiança no . –ele disse.
- Claro , eu gosto dele! –exclamei. Ele abaixou a cabeça.
- Eu sei! Mas pô, desde que ele te deixou plantada lá na Hampstead eu saquei que não ia dar certo! merece alguém que seja como ele. Não, você esperava demais dele, não ia prestar! –ele exclamou. Ele estava tentando me ajudar, mas não estava funcionando, eu só pensava em como pôde.
- E o que você quer que eu faça ? Eu gosto do , eu não posso mudar isso. Ele me deixou plantada novamente, eu ia arranjar um vestido só pra sair com ele, eu estava me sentindo culpada por não ter um! Você sabe como é ser uma garota como eu e ainda mais sob pressão? Não, você não sabe. Eu não tenho vários amigos, a minha melhor amiga foi embora, a arranjou um namorado, e agora? Eu não tenho mais ninguém, , mais ninguém! –eu exclamei sentindo uma pontada no estômago. pôs a cabeça pra fora.
- Eu me sinto assim também... –ele abaixou a cabeça. –Mas eu tenho meus amigos. –ele saiu do carro e foi até nós. coçou o queixo.
- Você está errada. –ele disse. –Está errada! Escute, a Kat pode estar no Canadá, mas ela ainda é sua amiga e você pode contar com ela sempre! Amigos são aqueles que a distância não separa! E outra, é sua amiga! Não é por que ela namora o que ela vai esquecer de você, não! Terceiro, eu sou seu amigo. –ele disse e eu virei pra olhá-lo.
- Eu também sou! Tá, a gente se conhece a muito tempo e eu não falava muito contigo, mas você é uma boa pessoa guria, podemos ser bons amigos! – disse. Eu sorri pra ele e voltei a olhar pra .
- você é ótima. Eu sempre adorei você e a Kat, você sempre me aceitou com eu sou e eu tentava fazer o mesmo. Eu procurava te ajudar quando você precisava e tentava te alegrar. Você dizer que não tem ninguém é muita falta de consideração com todos nós. E não é por que o é um otário de não perceber a garota incrível que você é que você vai ficar pra baixo. Hey levanta essa cabeça! Olhe a sua volta, você tem muitos amigos, todos eles te adoram; todos eles querem você bem! –ele disse e eu sorri. Talvez ele tivesse razão. E... Por que eu me sentia cada vez mais estranha estando com ele? Eu não conseguia entender aquilo, eu... Eu nunca reparei nos olhos lindos dele. Nunca reparei no jeito meigo que ele sorri e nunca tinha reparado de outra maneira como é legal. Suspirei e pus as mãos nos bolsos.
- Obrigada . E... –olhei pra . –Obrigada .
Eles sorriram e voltou pro carro.
- Vem aqui, me dá um abraço. – me puxou pra um abraço. Oh meu Deus, o que era aquilo? Nem quando eu conheci minha barriga tinha tantas borboletas! Eu senti que era um abraço verdadeiro. Aquela coisa que você sente quando sabe que está certa e eu nunca tinha sentido isso. Mas era exatamente assim que ele me fazia sentir, segura. Eu sabia que ele não ia me fazer mal algum.
Separamos-nos e ele pegou na minha mão, apontando pro carro.
- E aí, tá afim de um role supimpa no meu calhambeque? –ele perguntou e nós sorrimos.
- SÓ SE FOR AGORA! –nós gritamos e buzinou alto. Entramos no carro e ele arrancou. Depois de sentimentais nós éramos baderneiros.
- E aí, baile? – perguntou.
- Baile! –eu e respondemos em coro.
Em dez minutos estávamos estacionados no colégio.
- Então, é o momento. – começou.
- Todos vão nos olhar feio, vão caçoar da gente e vão simplesmente não falar mais conosco, mas e daí? NÓS TRABALHAMOS E GANHAMOS O NOSSO DINHEIRO! [N/A: “Por que que tu fala assim de mim? Só por que eu pareço um pedreiro? Tudo bem, eu confesso, eu sou, mas e daí? Eu trabalho e ganho o MEU dinheiro!” xD Momento retardado].
explodiu em risadas e eu olhei pra sem entender. Ele sorriu achando que a piada tinha sido ótima e nós saímos do carro com um grito de de:
- VAMOS ARRASAR!
Entramos na quadra do colégio e logo entramos naquele clima de dança, festa, pessoas bonitas e nós esfarrapados. pegou um ponche e bebeu de um gole, pareceu ter incorporado um trotista da melhor qualidade; estava perturbando várias pessoas por onde passava. Eu apenas os seguida, rindo de tudo aquilo. Principalmente da hora que passou por Juliette Moore e ela estava sentada, sozinha, derrotada. Ele foi até e eu e o seguimos.
- E aí Jújú. Como está? – sentou e pegou as lata de refrigerante que estava na mesa dela. Juliette fungou e o olhou pegar seu refrigerante.
- Não estou bem . Se quiser pisar em mim, pode pisar. –ela adisse tristemente. olhou pra e depois pra mim. Sentamo-nos e fitamos uma Juliette bem triste.
- O que houve guria? – perguntou. Juliette suspirou mais umas vezes e apontou pra Fiona Yard.
- Minha melhor amiga me traiu. –ela disse ainda triste.
- A Fiona te traiu? Como? – perguntou incrédulo. Juliette deu mais umas olhadas pra Fiona e abaixou a cabeça.
- Ela não tinha motivos, sabe. Nós éramos amigas, nós não brigávamos com as pessoas, éramos populares simpáticas! –ela choramingou. –Mas ela... Não sei, se juntou com ela. –Juliette apontou pra Keyla Davidson e eu senti uma pontada na barriga. Vadia.
- Se juntou pra quê? –perguntei. Juliette esfregou os olhos. Eu senti uma pena dela; coitadinha. Juliette sempre foi chata e metida, mas era bem frágil e inofensiva; todos sabiam disso.
- Eu ia vir ao baile com um dos jogadores, sabe? Mas eu não queria, eles jogaram com as meninas e desrespeitaram-nas; todas estávamos dando gelo neles... –ela começou.
- É! Eu jogo futebol, eles foram uns otários! –exclamei. Juliette sorriu e continuou.
- Então, Fiona sugeriu que nós tentássemos com os do terceiro ano... E então, eu disse a ela que queria sair com . –ela disse. Eu suspirei e tentei me manter calma. – Estávamos tentando me fazer vir com ele, e ela disse que ele já tinha aceitado, mas... Ela começou a ficar estranha, ela estava muito grudada com a Keyla. Até que ela me comunicou que ele foi com a Keyla e falou um monte de horrores pra mim e... –Juliette estava confusa e estava enrolada com as palavras. Ela começou a chorar baixinho e olhou pra mim e pra com pena. Juliette estava muito mal mesmo. Então era sobre que Fiona e Keyla estavam falando no banheiro! Há... Elas iam ver só.
- Escuta Juliette, não chora. Eu tive uma idéia. –eu disse. Ela levantou a cabeça e me olhou.
- Tem?
- Tem? –meninos perguntaram. Eu sorri.
- Sim, tenho. Sabe, eu estou cuidando das votações, eu vou anunciar o Rei e a Rainha no palco. –eu disse com um olhar malicioso. entendeu e soltou uma gargalhada.
- Vamos abusar do microfone? – perguntou também entendendo a idéia.
- Sim. Vamos ensinar à Fiona e à Keyla que vadiagem não dá certo. –eu olhei pra Juliette. –Eu vou adulterar o resultado, você vai vencer. Garota; pega o microfone e detona.
Ela sorriu e me abraçou.
- , você é muito legal; muito obrigada eu nunca vou esquecer. –ela disse. e olharam feio.
- Hey, nós também estamos ajudando, Moore!
- Mas é claro. . –ela olhou carinhosamente pra ele e eu e lembramos que e Juliette tinham namorado por um tempo. Sorrimos e eu levantei.
- Vem , nós temos muito a fazer. –eu cutuquei. Ao mesmo tempo alguém me cutucou. Eu virei e dei de cara com .
- Hey garota, o que você está fazendo vestida desse... OH MEU DEUS, O QUE VOCÊS TRÊS ESTÃO FAZENDO VESTIDOS DESSE JEITO E CONVERSANDO COM ELA? –ela perguntou apontando pra Juliette.
- ! Que bom te ver também! – exclamou. –Cadê o ?
- Está com o . Na verdade, ele está mutilando o com palavras. – murmurou.
- Não fale de hoje. –eu apontei para a mesa das votações. –Tenho que ir. Trabalhos sabe? –olhei pra Juliette. –Você vem?
abriu a boca sem entender e Juliette me acompanhou até a mesa. Eu saí de lá e vi que ainda estava boquiaberta.

Capítulo onze:


E então, sentei-me a mesa e comecei a olhar as pequenas cédulas embaixo de um porta papéis bem bonito. Balancei a urna e me certifiquei de que estava abarrotada de cédulas. Olhei pra Juliette e sorri.
- Muita gente já votou, mas... Não se preocupe. Isso a gente resolve. –eu levantei da mesa, peguei todas as cédulas, a urna e a chave. – Vamos lá para dentro da escola. Vou chamar e , eles vão nos ajudar. Aliás, você vai chamá-los, vai lá!
Juliette se apressou e segundos depois ela voltou com os dois para irmos. De repente eu parei meu pensamento sobre aquela situação. Eu estava mesmo armando pra Fiona e Keyla junto com Juliette? Juliette Moore, garota mais monga do colégio inteiro? Bem, pra mim; pois para os garotos ela era ótimos peitos. Só isso, pois Juliette não conseguia tirar C nem em Filosofia. Eu sempre me achei boa demais pra esse tipo de gente. Aliás, eu sou boa demais pra eles. Eu penso muito, sabe? Eu penso até na crise da baixa idade média. Mas chega de pensar por um tempo, eu estava mais preocupada com , mas como foi um perfeito idiota, eu poderia voltar a pensar, mas... O problema estava bem aí, no meio. Eu não poderia pensar na crise da baixa idade média ou no tratado de kioto, por que eu estava pensando em . Há minutos atrás, ele havia sido um amor. Deixou-me pra cima, me fez perceber que não merecia o meu humor.
E além do mais, ele era tão bonitinho, sempre esteve do meu lado; nunca havia me deixado na mão. Seção ‘adore o ’ ON. Vamos à Oprah e ela vai nos dizer o que fazer. Não, no meu caso nem a Oprah ia poder me dizer o que fazer. Por que todos estavam acostumados com a porcaria do meu fanatismo pelo , e se eu chegasse dizendo que de uma hora pra outra estava querendo agarrar o iam me chamar de louca. Não, não. ; é melhor você sentar no sofá e ver a Oprah pela tevê. Mas naquele momento, eu tinha coisas mais importantes pra fazer.
Como detonar Fiona Yard e Keyla Davidson na frente de todo o colégio.
- ? – perguntou estalando os dedos na minha cara.
- Tira isso do meu rosto! –eu exclamei e ele suspirou.
- Nós estávamos começando a achar que você tinha partido pro estado vegetativo do nada. –ele disse. Eu revirei os olhos. Os garotos podem ser tão otários às vezes.
- Você é uma graça . –ele riu.
- Rá, você também . – disse. E os garotos podem ser idiotas também.
- Então, nós vamos abrir a urna ou não? – perguntou. Juliette parecia estar tensa.
- Relaxa menina, não vamos fazer nada de mais.
- No mínimo seremos suspensos.
- Ou quem sabe teremos nossas unhas arrancadas brutalmente...
- !
- Ué, me disseram que Tara Mignoteth teve suas unhas arrancadas por que adulterou o resultado da votação uma vez... – explicou.
- Por isso que ela vive de luvas! –Juliette exclamou. Eu e bufamos. Ele me cutucou e sussurrou:
- E é por isso que eles combinam.
Nós olhamos pra e Juliette cochichando empolgados e sorrimos. Eu olhei pra ele e senti como se lagartos estivessem sapateando no meu estômago. Era sério. Como eu sempre disse e repito: Nem me fez sentir assim.
- ... –disse.
- Quê? –ele perguntou.
- Como as pessoas fazem pra demonstrar que gostam de uma outra pessoa? –perguntei. [N/A: Cathy Hopkins, obrigada].
coçou o queixo e voltou a me olhar.
- Com palavras, presentes... Eu acho que com amizade. Respeito, carinho. E presentes. –nós rimos. –E mais que isso, sabe?
Eu sabia do que ele estava falando. Nós nos concentramos na votação e terminamos antes do que pensávamos.

- Agora eu vou subir naquele palco e vou anunciar que você venceu. Você pega o microfone e desabafa. Amiga, um desabafo rochedo sempre acaba com qualquer uma. –eu disse como se fosse amiga de Juliette há anos. Ela sorriu e me deu um abraço.
- Obrigada . Eu não vou esquecer do que vocês estão fazendo por mim. –ela disse. e fizeram uma careta emocionada e nós rimos.
- Agora vamos deixar de coisa, que eu vou subir naquela coisa ali e vou falar umas palavrinhas. –eu disse e subi no palco, me direcionando ao DJ e dizendo que ele tinha que abaixar o som. Ele abaixou e logo todas as luzes do salão se viraram para mim. Eu até me senti meio Julia Roberts naquele momento.
- Oi! Rênrên. –eu disse sem graça. As pessoas abriram suas bocas e aí sim, eu fiquei sem graça. –Bom, eu vou anunciar o rei e a rainha do baile. –aí sim as pessoas começaram a gritar e aplaudir. Eu sorri. –Okay, vocês podem calar as bocas agora.
As pessoas voltaram a me olhar e eu sorri novamente. Era uma situação idiota, que coisa mais absurda! Mas eu estava com tanta raiva de que eu tinha que pôr pra fora de alguma maneira.
- Então, eu queria chamar ao palco as três indicadas. A Fiona Yard, a Keyla Davidson e a Juliette Moore! –salva de palmas. –E agora, os indicados a rei. Stuart Portland, Micheal Gataway e... –eu tossi. – .
Que porcaria. Eu que estava pretendendo não olhar pra cara dele... Impossível. Ele subiu com os outros dois indicados e sorriu pra mim. Eu virei à cara e peguei o envelope de rei.
- Vamos ao resultado de rei. –Aquela sim era a hora de gritar. Eu arregalei os olhos e forcei um sorriso. –Rênrênrên... –é; meus sorrisos forçados sempre são uma desgraça. – E o vencedor é . –eu disse automaticamente, e as pessoas bateram palmas e gritaram. pegou o microfone da minha mão e começou:
- Eu gostaria de agradecer aos meus companheiros de hoje e sempre, aqueles que votaram em mim. Eu gostaria de agradecer à minha linda acompanhante de baile... –ele me olhou. HÃ? MAS QUE SAFADO! E AINDA TINHA CORAGEM DE FINGIR QUE TINHA ME LEVADOAO BAILE! Eu olhei pra Keyla Davidson e ela tinha a mesma cara de reprovação+confusão+QUE SAFADO! continuou:
- Gostaria de agradecer também àquela garota especial que me fez ter forças pra não desistir de tudo. Sabem? Momentos difíceis. –ele disse e eu pude ver que todas as garotas do salão estavam olhando carinhosamente. O que ele tinha que todas elas se apaixonavam por ele? Rá, inclusive eu. Mas esse detalhe a gente esquece. E naquele exato momento, ele olhou pra mim. Eu não tive outra reação.
- Ahn? –é; foi a minha reação. sorriu.
- Obrigado , por ter sido meu apoio em todos os momentos. Eu realmente gosto de você. –ele disse. Eu franzi a testa. Hã? Mas de que apoio ele estava falando? Naquelas circunstâncias eu devia bater nele, isso sim. Que safado. Ai, , eu nunca pensei que ia dizer isso, mas você é um safado. Keyla também devia estar pensando a mesma coisa. E o olhar de , , , e Juliette? Rá, eles não estavam entendo nada. Assim como eu.
- Espera aí, por que você está agradecendo? Querido, em vez de beijinhos e abraçinhos você merece tapinhas e murrinhos! –eu disse num sussurro para que só ele ouvisse. fez uma cara meio culpada e voltou sua atenção para o microfone.
- Então, é só. Obrigado. –ele me entregou o microfone e desceu do palco rapidamente. Eu olhei pra e ele sacudiu a cabeça negativamente. Eu sorri.
- Rênrên, o não é fofo? –perguntei ironicamente. – Agora, o envelope de rainha!
O tal do TANDANDANDAN! Foi maior na hora. As garotas estavam comendo as unhas, mas Keyla parecia estar confiante. Abri o envelope e fingi estar surpresa com o resultado. Juliette sorriu.
- Oh meu Deus, Juliette Moore venceu! –eu disse. e caíram na risada e Juliette pôs as mãos no peito, também fingindo estar surpresa. Ela pegou o microfone, a coroa e eu dei uns passinhos pra trás.
- Bem... Estou bem surpresa com essa vitória. Eu juro que achava que a... Minha querida amiga do peito ia vencer. –ela disse apontando pra Fiona, que riu sonsa. –Mas eu acho que o destino é mais justo. Eu sempre fui amiga dela, mas ela nem sempre foi minha amiga. –Juliette já estava começando a chorar. Eu prendi a risada e olhei pra , que já ria abertamente. Fiona franziu a testa e pareceu não entender o que Juliette estava dizendo:
- Ela... Ela armou contra mim, sabem? Ela me traiu! Ela e a Keyla! Elas duas me fizeram colocar uma máscara de palhaça bem enorme! E conseguiram, e sou a palhaça do dia, mas não, o feitiço virou contra o feiticeiro, eu venci amor. Eu sou a rainha, e quer saber? –ela olhou pra Keyla. –Pode ficar com o , ele já não vale mais nada pra mim. Com licença. –Juliette me entregou o microfone e eu olhei estupefata.
- AEEEHHH! – e eram os únicos que aplaudiam entusiasmados. Eu sorri e fui ao palco novamente.
- O crime não compensa. HAHAHA. Tchauzinho. –coloquei o microfone no lugar e disse ao DJ que podia aumentar o som. Desci e estava agarrado com Juliette, suspendendo-a e dizendo que ela tinha detonado.
- DETONOU! DETONOU!
- ME PÕE NO CHÃO! –Era o que ela conseguia dizer. sorriu.
- Ela fez direito? –ele perguntou.
- Sim, sim. Fez direitinho. E sabe, acho que já ganhei a noite, eu quero voltar pra casa. –eu disse vendo , e se juntarem a nós. foi direto cumprimentar Juliette.
- AÊ MANINHA, ARRASOU! –ele exclamou. Ela sorriu.
- Ah, eu sei, obrigada.
foi até mim.
- E aí, ainda quer meter o cacete no ? –ela perguntou e eu vi que ele se aproximava.
- Total. –eu disse cerrando os dentes e gargalhou, depois foi para o lado de . chegou perto e sorriu. - Que você quer? –perguntei bruscamente.
- Você não está com raiva, está? –ele perguntou. Mas... Mas... AI QUE RAIVA! Que otário, e ainda perguntava se... Uh, respira, respira !
- Mas é claro que não, meu amor; olha se quiser, eu aceito até uma grupal na sua casa, que acha? –perguntei. arregalou os olhos e percebeu a ironia. – Panaca.
Eu saí de perto. Sim, ele era tão lindo; mas era tão idiota...
Eu queria sair do salão, aquele lugar estava me sufocando. Precisava voltar pra casa e ver a reprise de Dawson’s Creek.
- Ei, ! Espera aí! –eu olhei pra trás e vinha vindo. Eu esperei. –Espera, eu tenho uma coisa para você.
Ele mexeu nos bolsos e tirou um papel de dentro.
- Lê em casa. –eu peguei o papel e olhei pra ele com um carinho enorme. Ele era muito legal.
- Obrigada .
- Quer que eu te leve? –ele perguntou.
- Não precisa, eu vou de táxi. Ainda tem vários por aqui essa hora. –eu disse. Ele sorriu e abaixou a cabeça.
- Seu plano deu super certo. Foi ótimo. A cara do ... RÁRÁRÁ!
- Pode crer!
Nós rimos, mas depois sentimos aquela maldita falta do que falar. Odeio quando isso acontece. levantou a cabeça e sorriu mais uma vez. Adorava o sorriso dele.
- A gente se vê amanhã então? –ele perguntou.
- Nos vemos? –perguntei.
- Você que diz. –rimos novamente. –Okay, vai lá.
- Tchau. –disse.
- Tchau. –ele respondeu. Dei as costas e fui andando com uma estranha sensação de que estava dando lugar a uma outra pessoa no meu coração.

+++


Caixa de entrada (1)
De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: A sirene tocou por aí?


? Legal, a sirene deve estar tocando.
Confúcio sempre dizia que era melhor esperar do que remediar. Mas eu já estou remediando. Eita. Errei de ditado. RARARARA! QUEM SE IMPORTA? Hey, olha, eu estou lendo um livro supermaneiro! E eu acho que a história é completamente IDÊNTICA a que nós estamos passando agora. Depois te passo o nome se quiser, mas as personagens, elas inventam títulos de livros bem estranhos e autores mais estranhos ainda, vou te dizer olha:
‘No ventilador’ de Tasck A. Gora.
‘Mordidas de cachorro’ de Nokalk Anhar.
HAHAHAHA. Por que eu sempre racho de rir com essas porcarias? Bem, Confúcio diz que: quem diz todas essas coisas que dizem que eu digo?
Te amo bambina.

xx
Kat

Caixa de saída (1)
De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para: katherinemayer@fastnet.co.uk
Assunto: RE: A sirene tocou por aí?


KAAAAAAAAATTT! Nossa; quanto tempo! É; perdão por não ter estado em contato esses dias, é que eu estive fazendo coisas HIPER legais. Depois de ficar trancada no colégio, e me arrastaram para o baile e, ficamos amigos de Juliette Monga Moore; mas ela não é tão monga. E é super legal quando quer. A Fiona fez uma sacanagem com ela, e a gente ajudou. Foi muito legal ver a cara do quando ela disse que ele não valia mais nada. E por falar em , ele me largou. Não foi me buscar pro baile e foi com Keyla Davidson. Idiota. Mas ele já teve o que merecia agora eu só preciso abrir o papel que me deu. ... Eu to me sentindo bem estranha em relação a ele. Mas sobre isso a gente conversa depois.
Confúcio dizia que: Um homem sem escova de dente parece miserável.
E AMEI seus títulos de livros. HAHAHAHAHA. Confúcio diz que fantasiar é melhor que esperar, mas você já chegou à parte do remediar, então abstrai.
Te amo muchomucho.

xx
.

Capítulo doze:


Entrei em casa sem fazer barulho, minha mãe já estava dormindo e meu pai devia estar cochilando na poltrona do quarto. Bebi um pouco de água e depois subi. ar um banho frio nas circunstâncias em que me encontrava ia ser ótimo. Falar na frente do colégio inteiro, ouvir falar porcarias, ajudar Juliette e depois me dar conta de que é bem melhor que é sacrifício. Troquei de roupa e me joguei na cama, pegando o papelzinho que me entregara. Era um pedaço de papel comum, mas não tão comum assim... Estava escrito:

-

"Mulheres são como maçãs em árvores. As melhores estão no topo. Os homens não querem alcançar essas boas, porque eles têm medo de cair e se machucar. Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de conseguir. Assim as maçãs no topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, ELES estão errados...
Elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar... Aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore".

É um autor brasileiro chamado Machado de Assis. Sabe, eu andei lendo algumas coisas dele na internet esses dias, e poxa, ele é o cara. Machadão Rocks so Hard. Hahahaha. Mas, pensei só em você quando li este aqui. Pensei que você ia gostar se eu escrevesse. Por que é exatamente assim. pega as do chão, as podres. Ele nunca vai conseguir te alcançar, você é bem superior a ele.
Então é isso;
Beijos, beijos, abraços e mais abraços.

xx


-

Estava escrito. Eu pisquei os olhos algumas vezes e esfreguei e fiz de tudo pra ver se não estava fantasiando. Não estava; tinha mesmo escrito aquilo. Ho, só podia ser sonho. Eu não podia esperar mais nada dele. Por que se esperasse, ia me surpreender. merecia estar onde estava; sabem? não, eu ainda não conseguia pensar em como eu tinha me apaixonado por ele daquela maneira. Talvez por ele ser muito bonito e por ele ser autoconfiante. É; talvez fosse mesmo por isso. Pisquei os olhos mais uma vez e adormeci.

- !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! –eu acordei com o berro. WHATTHEFUCK...
- Mas que merda...? –eu levantei assustada e olhe pra com gorro, cachecol, pulôver, e mais um monte de coisas sem esquecer da cara de boba, o sorriso infantil e a empolgação.
- ESTÁ NEVANDO! VAMOS, VAMAS! LEVANTA VAAAAMOS! OS RAPAZES ESTÃO AÍ FORA NOS ESPERANDO, LEVAAANTA! –ela berrava. Eu olhei pela janela e estava mesmo nevando. E nevava muito. Dei um pulo e pedi pra ela esperar. Não se podem perder dias de neve. Ah, significava que o Natal estava chegando. OH, O NATAL ESTÁ CHEGANDO! Sai do banheiro e estava pronta num minuto. Nós saímos da casa e lá estavam , , e com pranchas de snowboard, esquis, pedaços de madeira e etc.
- OOOOOOOOOEEEEEEEEEEEEEE! –eu gritei assim que os avistei. ergueu os braços e foi correndo em minha direção encenando uma emoção. Abraçamos-nos por fim e ele me suspendeu. Mas que mania ele tinha de fazer isso!
- Oi! – disse. Eu sorri.
- Grande . –respondi. Ele apertou a minha mão e voltou sua atenção pra . se aproximou, meio quieto. Eu revirei os olhos.
- Oi. –ele disse receoso.
- . –eu respondi. Ele tinha um olhar ainda meio cabisbaixo.
- Eu... Ah, desculpa por ontem e por aquele dia lá em Hampstead. É que... Sabe; eu sou meio impulsivo, eu faço as coisas assim... E... E... Eu não ia te chamar pro baile se não quisesse ir com você! E... E... A Keyla disse que queria ir comigo... Ela é bem bonita sabe... E... –ele estava bem desconcentrado e confuso. Eu dei um sorrisinho. Afinal, era um fofo.
- Pode deixar cara. Eu não vou te matar. –eu disse. Ele ergueu os olhos.
- Jura? Então, nós podemos...
- Opa! Não, nós podemos conversar e ser amigos. Uma é pouco, duas já é demais. Não sou otária . –eu disse firme. Ele sacudiu a cabeça afirmativamente e apertou a minha mão.
- Bom saber que você me perdoa, . –ele disse e saiu. Eu sorri mais uma vez. Ah... Ele era tão legal, coitadinho.
- Cuidado com as recaídas. –uma voz disse atrás de mim. Eu virei com certeza de que sabia quem era.
- Oh não, isso é fora de cogitação. nunca mais. HAHAHAHA.
Ele também riu.
- Vamos sentar ali? –ele indicou uma rocha bem lapidada, acho que foi posta justamente pra servir de banco. Nós caminhamos até lá e eu nunca tinha reparado em como o meu bairro ficava bonito quando nevava. Acho que era por que eu sempre passava Natal na casa dos meus tios.
Pronto, estávamos sentados, vendo e brincarem na neve e e fazerem anjos. Não queria olha pra . Talvez despertasse um EU interior que eu desconhecia, sei lá. Nunca se sabe.
- Ei... –ele me chamou. Eu olhei imediatamente. –Leu o recado?
Ah... Sim, claro , eu adorei! E sabe, que bom que você acha que eu sou uma maçã do topo; e, talvez, você seria o cara corajoso a subir? Não, esquece, desculpa, eu sou uma idiota. Não, eu não disse isso. Mas era pra ter dito.
- Sim, li. –eu disse apenas. ; se mata.
- E aí? Que achou? –ele tornou a perguntar. Achei estupendo!
- Nossa, adorei. –o que estava acontecendo comigo que eu só conseguia dizer aquelas frases menores? balançou a cabeça e voltou a olhar a brincadeira sem graça dos outros. Ah, será que ele estava se arrependendo de ter me entregue um papel com dizeres tão... Ah, AH, eu estava estragando tudo... Achava melhor sair dali antes que eu dissesse que... LORO QUER BISCÔITO... É; uma vez eu disse algo parecido na frente de um garoto. A minha sorte foi a Kat me salvou, mas a Kat não estava ali, então...
- Já volto. –eu corri e agarrei o braço da , puxando-a pra longe e ignorando os berros.
- Tá maluca? –ela perguntou limpando a roupa.
- Sim, eu tô. Na verdade estou bem louca.
- Que foi?
- .
- Que tem ele? –ela perguntou. Eu fiz uma careta, justamente pra ela compreender o que eu estava querendo dizer. E deu certo, pois fez uma careta maior ainda.
- AHHHHHHH, QUAL FOOOOOOOOI? –ela perguntou berrando. –Agora é o ?
- , não fala assim! Eu tô aqui tentando me libertara e você fica me tirando! –eu exclamei ao ver rir.
- Relaxa. E... Ele também tá a fim de você? –foi bem direta.
- Disso eu não sei. Mas, eu venho percebendo que gosto dele há um tempo, sabe? Ontem à noite foi bem estranho. Bem mesmo.
fez uma cara de compreensão e tocou meu ombro.
- Foi parecido quando eu e o ficamos pela primeira vez. Era tãããão estranho. Talvez por que eu gostava dele e porque ele gostava de mim. –ela disse e milhares de coisas passaram pela minha cabeça. Coisas como: Será que o gosta de mim? Ou como: Oh meu Deus, ele só me quer como amiga.
- Mas no seu caso... Você é correspondida com certeza. Amiga, o é super atencioso, ele é companheiro, ele te ajuda... Quer namorado melhor que esse? –ela perguntou. Eu sorri. Ela tinha razão. era mesmo perfeito. –Agora para de sorrir e vai lá. Mostra todo o seu lado TJ WATTS! –ela berrou e eu caí na gargalhada. É; a TJ revolucionou o mundo das desamparadas quando venceu Noola, a garota alienígena e pegou o Steve Lovering. Se for pra ser assim okay, eu serei a TJ e será meu Steve. [N/A: TJ é a principal do livro que me serviu de inspiração].
Voltei pra rocha, com cuidado, devagar e sempre...
- Erm, foi mal ter saído daquele jeito. –eu disse, sentando. Ele abanou o ar.
- Que nada menina. Eu precisava pensar um pouco também. –ele disse. Eu senti uma coisa no estômago.
- Você é estranho.
- Okay, eu sabia disso.
Nós rimos e depois, a maldita falta do que falar de sempre.
- Detesto quando isso acontece. – disse por fim.
- Ôr, ôr; eu que o diga. –nós rimos novamente e ele remexeu no bolso.
- Tenho algo pra você.
- Outra? –perguntei e ele sorriu docemente. Levantou da rocha e estendeu a mão.
- Vem, vamos sair daqui. –disse. Oh, Man, quer matar a do coração filho? Por que ele tinha que pedir para sairmos de lá? Eu fiquei mais ansiosa do que qualquer hora que tenha se aproximado. Fomos andando até uma outra rua próxima dali e ele parou, ficando de frente pra mim.
- Não é nada de mais. É só algo... –ele me entregou uma pequena caixinha. -... Pra você lembrar... –eu abri, devagar, e sempre. -... Que pode contar comigo sempre que precisar. Eu vou estar aqui.
Um enorme sorriso se abriu no meu rosto e eu me deparei com uma bonita caixinha de música. Era de louça, muito bem desenhada e detalhada. Abri com cuidado, devagar e... E sempre. A bailarina dançava Elisa como em todas as caixinhas de música que eu tinha visto por aí. Era a única música que tocava. Não ia fazer mal, além de adorar a música, eu tinha ganhado de . Olhei pra ele.
- , é linda! –exclamei. –Obrigada.
Ele sorriu.
- Lembra quando você perguntou como nós poderíamos demonstrar que gostamos de uma outra pessoa? E eu respondi que com palavras e presentes, talvez? –ele me perguntou. Sim, claro que eu lembrava. Na verdade, era a única coisa que eu conseguia lembrar naquele momento. Deus do céu, onde eu estava com a cabeça que não tinha reparado nele antes?
- Eu lembro. –eu disse, sem conseguir deixar de sorrir. sorriu de leve e pegou na minha mão.
- Operação completa? –ele perguntou, se aproximando. Eu senti que o momento não poderia ser mais perfeito. Era o auge, era incrível!
- Com sucesso. –eu completei e ele sorriu, jogando uma mecha do meu cabelo pra longe do rosto, antes de encostar seus lábios suavemente nos meus. Se a Kat estivesse ali, ela ia aplaudir; mandar tocarem alguma música do Taking Back Sunday ou ia chorar, mas como a Kat não estava, eu me encarregava de fazer o momento se tornar melhor impossível.

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Caixa de entrada (1)
De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Hobahobahoba Ê!


E AÍ BANANA, Como tá?
Rá, eu tô fantabulosa. Eu e o Kurt conseguimos nos acertar de vez. Viva, viva, viva! E poxa, isso é super duper, por que ele é tipo, um deus. Mas tudo bem, me conte sobre o papel de . EEEEE, . Eu sabia que tinha algo aí. Eu sempre mandei você se ligar mais nesse rapaz. Ôr, ôr. já se foi, agora siga os conselhos de Confúcio e pegue-o amiga. Digo o .

xx
Kat

Caixa de entrada (2)
De: itamidamme@fastnet.co.uk
Para: spityoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Programa.


E aí belezinha. Como vai? Então, estive pensando, que tal ir ao King of Juice hoje? Eu comprei CDS novos, entre eles, Outkast e Blondie. Quer ouvir comigo? Vou levar o discman caso você queira. Te vejo lá em meia hora. Não estou perguntando, é uma afirmação. Modo imperativo. Significa que você vai.
Te amo um tanto assim... Muito.

xx


Caixa de saída (1)
De: spityoursoul@fastnet.co.uk
Para: katherinemayer@fastnet.co.uk
Assunto: Hobahobahoba LÁ!


Menina! Como vai minha canadense? Então, Kurt é um deus? Nunca subestime os poderes de Confúcio. Ele sabe dar conselhos. Bem, eu e estamos saindo, isso é ótimo. E sabe, ele me deu uma caixinha de música de presente, foi tão doce! E sabe, eu estou bem contente com tudo isso. e Juliette Moore voltaram a sair. Estou indo ao King of Juice com agora, mande notícias suas com Kurt.

xx


Caixa de entrada (1)
De: katherinemayer@fastnet.co.uk
Para: spiryoursoul@fastnet.co.uk
Assunto: Hobahobahoba HOBA ÊÊ!


É isso aí amiga, Confúcio sempre sabe de tudo. Eu disse que ia dar tudo certo sobre . Muitas sortes com ele, ele é duca. Amigo e namorado, o melhor tipo. Joanne voltou pra casa grávida. É; ela está passando maus bocados. Mas finalmente essa agonia vai acabar. Ela disse que sente falta de , mas agora Juliette o pegou de volta. Coitada da Joanne, ela está bem sozinha. Mas sim, aqui é sempre muito bom. Boas festas e bons amigos e bons garotos e etc. etc. etc. Mas nada disso tem tanta graça assim sem você. E eu descobri que você já leu o livro maravilhoso que eu estou lendo. Sabe, aquele fantabuloso que fala sobre a TJ e seu estranho modo de ver a vida e assim por diante. Mas okay, seu Steve é o e eu fico muito feliz por isso. Eu encontrei meu Tony Williams, estou bem contente. Kurt faz o tipo Tony. E então, mais uma vez, sorte com o , vocês são pombos juntos.

E finalmente a sacou que ela é superdemais pra se jogar aos pés de daquele jeito. E te valoriza; isso é o melhor de tudo.

Vou indo, tenho que fazer a minha mãe perceber que Joanne não pensa em seus atos em vez de xingá-la. Coitadinha, ela é meio retardada.

Muito amor, muita paz, muitos abraços e beijos.

Da sua amiga de hoje e sempre e sempre e sempre que te ama muito muito muito e muito e muito e muito e muito e muito... Oh, Katherine, cala essa boca.

xx
Kat


FIM

~

N/A:

Baseada no quarto livro da série de Cathy Hopkins: Mates, Dates and Sleepover Secrets. - E que fique claro que é uma adaptação.
Obrigada à Cathy, por criar personagens tão incríveis que me inspiraram tanto.
E eu dedico esta fic a uma grande amiga, que me jurou morte se eu não dedicasse pra ela. Helô, é pra você. HAHAHAHA.
Obrigada pelos elogios, pelo carinho, por tudo. Vocês são demais meninas. A tia Line aqui ama todas vocês. Kissu.

xx
Aline W.



Outras fics da mesma autora até a presente data (17-11-2006):
Rot
O Natal Através dos Dias
Lembranças de um verão bem estranho.



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