1.
Era 12 de Setembro, e tinha acabado de vir do Brasil. As férias de Verão tinham acabado, e ela estava prestes a entrar no segundo ano de faculdade em Londres.
ia a caminhar para a universidade para ter primeira aula do semestre. Estava a chover, ela estava com frio e com sono, já tinha deixado cair os livros no chão mais de uma vez, e estava com a maquiagem toda borrada. Ela achava que as coisas não poderiam piorar. Como ela estava enganada! Ela teve de encontrar , aquele idiota! Como ela o odiava! Claro que ele era lindo, com os seus olhos e cabelos . Mas ela odiava a sua maneira de ser irritante e convencido como se ele fosse o dono do mundo.
– , … – disse ele.
– Por favor, poupa-me das tuas idiotices que hoje não estou nos meus dias – respondeu ela, ficando cada vez mais irritada.
– Já te disse que ficas linda quando estás zangada?
– Vai à merda, ! – Dito isto ela passou por ele ignorando-o, como se ele não existisse. Mas para o dia ficar pior ela escorregou e deixou cair os livros todos no chão, outra vez, e molhou as fotocópias todas. – Porra! Mas será que este dia poderá piorar?!
e baixaram-se os dois ao mesmo tempo para apanhar as folhas e, sem querer, tocaram na mão um do outro. Eles, automaticamente, olharam um para o outro. As suas caras estavam a poucos centímetros de distância e ela pude ver como os olhos deles eram lindos. Não eram mais os olhos irritantes e convencidos que ela conhecia, mas uns olhos doces e carinhosos. olhava para os lábios dela e apercebeu-se que queria mesmo beijá-los. Passaram-se alguns segundos e ele apercebeu-se da estupidez que estava a pensar e desviou os olhos da cara dela e tirou a mão de cima da mão dela.
– Ai , sempre tão escaldante mas sempre tão fria. – ela corou e apercebeu-se que estava mesmo gelada, quer dizer, ela estava quase sempre gelada, fosse de Verão ou de Inverno. Ela, sem saber bem porquê, ofendeu-se e deu-lhe um estalo com toda a força que ela tinha (que, naquele momento, não era muita) e saiu de lá e voltou para casa a chorar. Chorava por ter perdido uma aula, por estar toda molhada e pelos homens todos a tratarem mal e acharem que ela não tinha sentimentos.
“Raios, ela ofendeu-se mesmo. Não lhe devia ter dito aquilo.” Pensou ele. “, o que raio é que ‘tás a pensar? Desde quando é que te preocupas se uma garota ofende-se ou não com o que lhe dizes? Devo ter batido com a cabeça, só pode!” 2.
Alguns dias depois, estava sentada numa esplanada a tomar café, com o seu computador portátil a fazer um trabalho para a faculdade, quando chegou um emplastro.
– Olá.
– Olá, , e adeus.
– Credo menina, – enquanto se sentava á frente dela. – isso são maneiras de se tratar um amigo?
– Olá , há quanto tempo! O que tens feito? – Disse ela, num tom sarcástico. – feliz?
– Oh sim, agora está melhor. – ironizou. – o que estás a fazer?
– Nada que te possa interessar.
Ele chegou-se para o pé dela para poder olhar melhor para o computador, aproximou a sua cara da dela para poder ver bem e reparou como os cabelos dela cheiravam bem, tinham a mistura de flores com um fruto qualquer que os tornava irresistíveis.
– , sai daqui que eu quero traba… - ela virou a cara e os dois ficaram se olhando com apenas uns milímetros de distância.
Ele não se conseguia controlar, ele tinha de a beijar! Ela estava exactamente com o mesmo pensamento.
Eles estavam aproximando-se com os lábios quase a tocarem-se quando…
– !! – Gritou uma rapariga meio histérica e feliz por a ver.
– Joan!! - Gritou , com quase a mesma histeria que a outra.
– Oh meu Deus! Há quanto tempo! Você está linda!
– Não tanto quanto você! – disse , ignorando por completo.
– E quem é este aqui ao teu lado? Não me digas que arranjaste um namorado e não me dizias nada!
– Ele não é ningu… quer dizer, eu não nam… – tentava desculpar-se quando levantou-se.
– Oi, sou o , o namorado dela, muito prazer. – Apertando a mão a Joana.
– DESCULPA!? – Gritou , horrorizada.
– Ai, , ele é tão fofinho, nem acredito que não me disseste nada.
– Ele não é meu n…
– Olha amiga, agora tenho de ir, depois encontramo-nos. Adeus!
– Mas Joan, ele não é meu namorado!
– Pois, pois – dizia a garota, não acreditando, enquanto piscava o olho a .
– Acho que ela gostou de mim – ironizou .
*Splash*. tinha acabado de bater com toda a força na cara de .
– Estás louca ou quê?! – Perguntava ele como se não soubesse a razão com que ela tinha-lhe batido.
– Idiota! – dizia ela enquanto levantava a mão para o bater de novo.
*enquanto isto, as pessoas que estavam na esplanada assistiam horrorizadas*
Mas conseguiu travar-lhe a mão, agarrando-a. Ela preparou-se para lhe bater com a outra mão, mas agarrou-a também a tempo.
Ele olhou-a com um olhar tarado.
– Idiota – disse ela. – larga-me!
Ele já não se conseguia controlar, tinha de beijar aqueles lábios e afundar as suas mãos nos seus cabelos. Aqueles cabelos estavam a deixa-lo doido. Se ele não os tocasse nos próximos segundos morria!
Então, nesse mesmo momento, ele encostou os seus lábios aos dela e admirou-se como aquela devia ser a única parte do seu corpo que não estava sempre gelada.
Ela deixou a língua dele passar e deixou-se envolver por aquele beijo doce. Ela sentia um misto de sensações, raiva com paixão, confusão com prazer, ela sentia de tudo!
Já ele, que sempre fora tão confiante, já não sabia o que estava acontecendo. Por que é que aquela garota o afectava tanto? Porque é que nunca tinha conseguido sentir antes o que estava a sentir naquela altura? Porque é que nenhuma outra boca tinha sabido tão bem como aquela? Nunca tinha sentido uns lábios tão suaves. E aquele sabor! Aquele sabor a morango e a Verão metia-o confuso. Mas o que é que ela tinha para fazer com que ele não se controlasse?
Ele largou-lhe as mãos e afundou-as nos cabelos dela, oh meu Deus. Como era bom! Ela chegou-se mais para ele e enrolou os braços à volta do pescoço dele. Era ainda melhor do que ela imaginava. Ela já tinha tido namorados, e não era virgem, mas ela já tinha tido sexo que não tinha tido metade da intimidade e do fogo daquele beijo!
Quando eles pararam, ofegantes, olhou nos olhos de e murmurou – desculpa. – Ele não sabia ao certo porque tinha dito aquilo, mas tinha medo que ela não tivesse gostado por ela ser tão perfeita e ele ter sempre sido um idiota e nunca ter reparado nela como estava a reparar agora.
estava confusa e sem saber o que fazer. Ela não conseguia raciocinar com aqueles olhos a olhar para ela. Ela pegou na mala e no computador e fugiu dali. precisava de um tempo sozinha, para pensar. Mas porque é que ele a tinha beijado? E porque é que ela tinha correspondido? E o pior de tudo: porque é que ela tinha gostado tanto?
3.
Passou-se uma semana e eles nunca mais se tinham falado pois tentaram evitar-se ao máximo, nem sequer olharam na cara um do outro.
Era Sábado de manhã, e estava a chover muito. estava a vir da universidade, pois teve de ir lá entregar um trabalho. Naquela semana as coisas estavam a correr-lhe muito mal, sentia-se sem vontade para estudar, estava com insónias e o pouco que conseguia dormir era com pesadelos, não conseguia deixar de pensar em e na estupidez que cometeu, estava deprimida. E, para piorar, teve de ir para casa debaixo de chuva com um monte de papéis nas mãos.
O caminho estava escorregadio e ela estava com dificuldades em andar e tropeçou, caiu, deixou cair os papeis na água e esfolou uns joelhos. achava que tudo e todos estavam contra ela. Sentou-se no chão, numa rua onde não estava ninguém, nem sequer passavam carros. Ela estava só, e começou a chorar, começou a chorar compulsivamente por já não ter forças para enfrentar a vida. Até que sentiu uma mão tocar-lhe no ombro.
– Hei, então? – Era . Tinha passado por ali e tinha-a visto naquele estado. – Então, linda? O que se passa?
limpou as lágrimas e ele sentou-se junto dela – Ohh , tudo me corre mal! Eu quero morrer – mas dito isto, ela começou a chorar novamente.
– Hei, não te preocupes, eu estou aqui – ela encostou-se a ele e ele passou o braço por cima do ombro dela e abraçou-a.
Ficaram assim, abraçados e imóveis, debaixo de chuva, sem dizer nada, não era preciso pois eles já não precisavam de palavras para se entenderem.
Momentos depois eles olharam nos olhos um do outro. Ela nunca havia reparado antes, mas já não via o rapaz confiante e convencido nos olhos dele. Agora via um homem com doce e com medo, sim, ela via medo nos olhos dele, ele tinha medo de aquilo não ser real e nunca mais poder ter aquela garota nos seus braços.
Agora, entre eles os dois, já não existia ódio nem raiva. Apenas paixão, desejo, carinho e amor. Eles queriam-se, e isso era mais do que óbvio.
Eles beijaram-se sem hesitação, como se aquilo fosse o que mais queriam na vida, e tinham a certeza disso. Beijaram-se não com desejo e desespero, mas com amor e cuidado. Quando os dois lábios se tocavam eles passavam a ser um só e já não havia a preocupação se o outro estava a gostar ou não, eles amavam-se, por isso sabiam exactamente o que o outro estava a pensar. E ali ficaram, debaixo de chuva, a beijarem-se apaixonadamente. O que era complicado tornou-se simples, o que era cinzento tornou-se colorido, o feio tornou-se bonito e o imperfeito perfeito.Eles demoraram exactamente 7 minutos a perceber que se amavam e que queriam ficar juntos para o resto das suas vidas. 7 minutos fora o tempo que aquele beijo demorara.
– Anda, vamos ao meu apartamento tratar desse joelho, é aqui perto – disse a apontar para o joelho arranhado de .
Ela assentiu com a cabeça, deu-lhe a mão e foram os dois para lá.
Quando chegaram lá o joelho foi esquecido, só havia eles os dois e mais nada. Ela chegou-se ao pé dele e beijou-o, não com cuidado, mas com paixão e desejo. Eles correram a casa toda em direcção ao quarto sempre a beijarem-se. As roupas molhadas voavam pela casa. Umas iam parar em cima do sofá, outras em cima de um candeeiro, houve uma sapatilha que foi parar em cima de uma mesa e um casaco que ficou agarrado ao lustro.
Eles chegaram ao quarto apenas em roupa interior e pararam de se beijar por um minuto, olharam um para o outro. Ele estava assustado, não porque não sabia se ela estaria a gostar, pois ele conseguia ler-lhe nos olhos que queria aquilo tanto quanto ele, mas porque não tinha a certeza se aquilo era real e iria durar.
sorriu-lhe, e ele pude ver como ela era linda, como tinha uns dentes e uma boca tão perfeitos. Ele retribuiu-lhe o sorriso.
Beijaram-se de novo, mas agora devagar e com calma outra vez. Ele pegou nela ao colo gentilmente e deitou a na cama. Deitou-se por cima dela a olhá-la nos olhos. Era a primeira vez que estavam assim, sozinhos e sem vergonha de exporem os seus sentimentos um ao outro.
Ele começou a beijá-la levemente, enquanto tirava o resto das suas roupas. Ela gemia de prazer. queria que aquilo durasse mais um bocado, ainda não ia acabar aquilo. Ele começou a acariciar-lhe aqueles cabelos que ele tanto gostava e sentiu o perfume deles, meu Deus, como era bom.
pensava como nunca se tinha sentido assim, sentia-se tão feliz. Olhava para ele e via como ele era bem feito, tinha uns olhos maravilhosos e profundos com ar de cachorrinho assustado. A boca era perfeita, os lábios eram quentes e parecia que quando se beijavam a língua dele sabia exactamente o que fazia. estava quente, não estava gelada como sempre costumava estar.
Só ao mínimo toque das mãos daquele homem ela ficava cheia de calor, pudera!
Ele começou a beijar-lhe o pescoço, desceu pelo peito, chegou a barriga, foi sempre descendo até chegar aos joelhos e voltou para cima. já não gemia, ela agora gritava.
Então ele entrou nela e tornaram-se num só. Os dois gritaram de prazer ao mesmo tempo.
caiu ao lado dela e afundou-se nos seus cabelos . Os dois adormeceram, profundamente, nos braços um do outro e só acordaram no outro dia de manhã.
Quando acordou, estava a olhar para ela. Deixaram-se estar assim por uns minutos. Ele deu-lhe um beijo no canto da boca.
– Amo-te – disse ele
– Amo-te – disse ela – nunca me deixes.
– Nunca deixarei.
iria amar mais do que amava a si próprio e nunca iria fazer nada para a magoar. E ela a mesma coisa.