E aqui estou eu, mais um dia nesta sala MINÚSCULA do hotel. Ah é, eu trabalho em um dos hotéis mais chiques de Londres, Hotel Peaceful Sight. Muitas pessoas falam que trabalhar nesse hotel é super legal, que deve ganhar bastante dinheiro essas coisas, tudo mentira. Quer dizer, eu até gosto de trabalhar aqui, fiz muitos amigos, como a Hayley. A coisa que me desamina a acordar todo dia e vir trabalhar é saber que meu chefe o Mr. Heckles existe, é obvio que ele existe, se não eu talvez nem estaria trabalhando aqui, mais justamente ele precisava ser meu chefe? Eu juro pra você que ele é louco, mas quando eu falo isso ninguém acredita em mim, ou me ouve. Um dia eu fui limpar a sala dele e o encontrei correndo de um lado para um louco gritando: “Me solta! Me solta!”. Detalhe: não tinha ninguém na sala a não ser eu. Ao me ver ele se jogou na cadeira para fingir que nada estava acontecendo, eu apenas dei um sorriso como resposta e fui limpar a sala. Desse dia adiante eu tenho quase certeza que ele vê fantasmas, fadas, duendes esse tipo de coisa.
E como você pode perceber, eu também sou muito mal educada, nem me apresentei. Me chamo , mas podem me chamar de , sou camareira do Hotel Peaceful Sight, estou na faculdade de Direito e tenho 19 anos. Gosto de ouvir música, ir ao cinema, sair com meus amigos, zoar as pessoas. Coisas que todo mundo gosta de fazer, sou uma pessoa bem normal. Na verdade estou trabalhando para poder pagar a faculdade e porque meu pai mandou, ele falou que agora que eu não moro mais com ele tenho que aprender a me virar. Legal né? Legal saber que seu pai não se importa com você, isso só ajuda. Ta bom, talvez eu esteja exagerando um pouco, mas só um POUCO. É melhor eu voltar ao trabalho se não vou ser despedida, e se isso acontecer, to morta.
‘Mrs. , pode levar esses senhores ao quarto na cobertura por favor?’ Mr. Heckles me perguntou com cara de superior.
‘Pode deixar.’ Me virei e peguei as malas para colocar em um carrinho. Que por sinal eram muitas para apenas quatro garotos. ‘Podem me acompanhar por favor?’ E os guiei ao elevador.
Eram muitos bonitos, as pessoas ficavam os olhando como se fossem famosos. Como tinha acabado de me mudar para Londres estava por fora das coisas. Uma coisa que não contei, nasci no Canadá e apenas o ano passado me mudei para cá. Moro em um bom apartamento, tem o tamanho ideal para uma pessoa isolada como eu morar. E é perto do hotel e da faculdade. Segurei o elevador para entrarem e percebi que um ficou para trás.
‘Seu amigo não vai subir agora?’ Perguntei a eles.
‘Não sei, vamos ver. ! Você num vem não?’ Um deles perguntou ao menino.
‘Vão subindo tenho que esperar a Jackie.’ E o menino que parece se chamar fez uma careta ao pronunciar o nome da mulher.
Subimos em silencio, quer dizer, pelo menos eu estava quieta já os outros três estavam bem animados. Os entreguei a chave do apartamento mais luxuoso do hotel.
‘Se precisar de qualquer coisa é só ligar para a recepção. Me chamo , se precisar de qualquer coisa é só chamar.’ E fiz joinhas com as mãos.
‘Pode deixar.’ Um respondeu com joinhas também. ‘Qualquer coisa eu sou , aquele pulando na cama é o e aquele no telefone com a namorada é o . O outro acho que você já sabe, é o .’ Dei um sorriso e fui para o elevador, tenho a impressão que já os vi em algum lugar.
Iria voltar para o hall do hotel, sempre tem uns idiotas que fazem questão de sujar as menos/cadeiras. Se eu tivesse permissão iria mandar cada um lamber a sujeira que fez. Ai vocês falam: “Nossa , que coisa horrível!” É mesmo, tem que aprender pô! Você acha que é fácil deixar tudo brilhando pra depois de 10 minutos um retardado ir lá e sujar de novo? Num é fácil não fi. Eu sei que sou paga pra isso, mais se facilitassem eu não iria reclamar.
Cheguei no hall e passou por mim ao lado da tal Jackie. Ele apenas deu um sorriso de lado, como se fosse a obrigação dele. Vi a porta do elevador se fechar e me lembrei da onde eu os conhecia.
‘Mcfly!’ Gritei chamando a atenção de todos. ‘Que? Nunca assistiram De Volta para o Futuro não?’ Tentei disfarçar, afinal se fotógrafos aparecessem na porta eu estaria morta.
Meu expediente já estava acabando, iria sair mais cedo hoje, tenho que preparar as coisas pro natal. Eu amo essa época do ano! Apesar de que fica impossível de comprar os presentes, o hotel sempre lota, mas isso a gente releva. Natal rules dude!
Fui a mini-sala me trocar, coloquei uma calça jeans simples, uma blusa vermelha de mangas que ficavam apenas quatro dedos abaixo do meu ombro, meu cinto que não saio sem ele nunca e meu all star preto, meu companheiro de aventuras. Hayley ia me acompanhar nas compras de natal, odeio ir as compras sozinha, é a pior coisa. Ela foi a primeira a falar comigo assim que comecei a trabalhar, e hoje é uma das minhas melhores amigas. Também tem o Damien, ele é gay e tem orgulho disso. Cara, ter um amigo gay é a melhor coisa! É muito emocionante, você pode conversar de garotos com ele, fazer compras sem que ele fique de saco cheio. Eu convidei esses dois para morarem comigo, não queria ficar sozinha aqui. Só que eles falaram um NÃO de cara, é, acho que eles não gostam de mim ou coisa assim. Mas tudo bem, eu superei isso e agora estamos mais unidos do que nunca. Infelizmente, amanha tudo isso vai mudar, os dois resolveram voltar para a cidade onde nasceram, resolveram me abandonar. E o mais legal disso tudo é que já vão os dois direto me abandonar, se fosse um de cada vez tudo bem, eu entenderia. Mas os dois de uma vez? Já ta forçando né.
Fui direto para o shopping, não quis passar em casa pois eu sei que não iria sair mais de la se entrasse. Combinei de me encontrar com Hayley na praça de alimentação, e “surpreendentemente” encontrei Damien no shopping, uma coisa muito rara entende? Ele estava sozinho; sem querer ser chata, mais eu acho que ele ouviu minha conversa com Hayley sobre vir ao shopping hoje após o trabalho. Ai como ele não queria ficar sozinho em casa veio nos encontrar aqui “acidentalmente”.
‘Damien! Que surpresa te encontrar aqui!’ Falei dando um gole no meu milkshake.
‘Haha, muito engraçada você. Só para sua informação eu vim aqui com meu primo que está na cidade, ele quer comprar umas coisas chatas para a namorada. Cara, to de saco cheio de fazer compras.’
‘O QUE? VOCÊ de saco cheio de fazer COMPRAS? Calma , respira fundo. O QUE VOCÊ FEZ COM MEU AMIGO?’ Fingi estar surpresa. ‘Já sei, você mudou de sexualidade. Só pode ser isso.’
‘Até parece. Eu só estou de saco cheio dele. Ele é o cara mais chato do universo. Não, espera...você é a pessoa mais chata do universo. É minha filha, agora você tem concorrência viu. Abre os olhos.’ E deu leves tapas no meu ombro.
‘E você é o cara mais gay do universo.’ E demos risadas.
‘É, eu sei bem.’ E jogou os cabelos (que não tem) para trás. ‘Olha, a pessoa mais paty do mundo está vindo.’ E apontou para Hayley. ‘Ganha até da Paris Hilton.’
‘Não exagera bofe.’ Hayley falou. ‘Oi gente! Tenho uma novidade, adivinhem.’
‘Você vai me dar um barco.’ Damien falou com os olhos brilhando.
‘Você vai fazer companhia pra mim quando eu for atravessar o oceano nadando, com destino ao Brasil.’ Foi minha vez de falar.
‘Não. Queria muito realizar o sonho de vocês. É uma coisa BEM melhor.’
‘E existe coisa melhor do que ganhar um barco?’ Damien perguntou.
‘Na verdade sim. Estou indo hoje a noite para Califórnia.’
‘Tá agora, a coisa legal por favor.’ Falei fazendo gestos com a mão para que ela continuasse a falar.
‘É isso. Estou tão feliz! Vamos comprar as coisas agora, porque eu também tenho que comprar presentes.’
Rodamos o shopping inteiro para tentar achar uma loja que prestasse. Quando achamos, praticamente nos ajoelhamos e beijamos a entrada. Reviramos a loja inteira para acharmos a roupa perfeita para usarmos no natal. Damien comprou uma calça jeans meio desbotada, uma camisa social rosa claro e ia usar um tênis simples. Hayley comprou um vestido preto básico. Eu comprei uma blusa preta com uns desenhos em vermelho e branco, com uns brilinhos, pode parecer brega mais num é, até que é bonitinha; comprei também uma calça jeans preta que fica justa nas minhas pernas. Logo depois, nós fomos comer, eu estava faminta! Todos falam que como muito, acho que isso não tem NA-DA a ver, mas tudo bem. Comi meu super lanche com dois hambúrgueres, cheio de maionese e essas coisas e voltei para casa, toda sozinha. Foi uma looooonga despedida de Hayley, mais aqui estou eu, viva para contar história. Vou sentir muita falta dessa menina, foi a primeira que eu conheci no trabalho e desde então somos melhores amigas. Eu sei que ela vai vir me visitar (se não vir ela sabe muito bem que eu vou a pé até a casa dela e a trago arrastando). Damien também é outro que me abandonou e vai embora. Acho que quando pequena fiz algo muito ruim para estar sendo castigada desse jeito, não é possível.
Cheguei em casa, joguei minhas coisas na primeira mesa que vi, fui tomar um banho, estava precisando relaxar. Ao acabar o banho fui para a cozinha pegar alguma bolacha (sim, vou comer de novo E DAÍ? Não é minha culpa se faço a digestão muito rápida). Depois fui para sala ver o que estava passando, era uma terça, então ia passar Supernatural! Não perco por nada nesse mundo. Sam e Dean = FIT! Depois de uma hora contemplando a beleza dos dois resolvi dormir.
Capitulo 2 – 19 de Dezembro.
No dia seguinte acordei cedo porque meu chefe mandou. Teria que chegar no hotel uma hora antes que o normal, e geralmente em um dia normal eu chego as sete da manhã. Quase o xinguei ele me dar essa noticia trágica. Me levantei com a maior dificuldade, escovei meus dentes e coloquei uma roupa qualquer, uma calça jeans, blusa regata branca, meu cinto, meu tênis e um casaco camuflado e sai andando. É, meu carro estava na oficina.
Cheguei no hotel, que estava deserto. Até agora não entendi qual a razão pra chegar tão cedo. Vi Damien quase dormindo em cima do balcão e como eu sou uma amigo SUPER legal fui acorda-lo.
‘BOM DIA BELA ADORMECIDA!’ gritei em seu ouvido.
‘Quem?’ Se levantou num pulo e quase derrubou os papéis que estava no balcão. ‘? O que você ta fazendo aqui? Também te mandaram chegar mais cedo?’
‘Não, eu vim agora porque quero trabalhar que nem uma condenada.’ Ele se espantou. ‘É claro que não né! O Mr. Heckles me mandou vir mais cedo. Não sei porque. Ta tão tranqüilo hoje. Vou me trocar, vamos comigo.’ E fomos nos trocar.
‘Já sei o que a gente pode fazer. Me siga.’ E me puxou fortemente.
Me levou a um quarto vazio, onde uma hospede estava. Ela havia saído bem cedinho e ia voltar apenas a noite. Deixei meu carrinho de limpeza ao lado de fora e entrei. Ele queria que eu provasse as roupas afinal, que mal faria? E lá fui eu provar um vestido preto, longo e super chique. Peguei um colar e o coloquei. Fui me olhar no espelho, e tenho que falar, tava super legal. Coube direitinho em mim. De repente ouço passos se aproximando, pensei que era Damien mais ai me lembrei que ele estava no banheiro. Me virei e dei de cara com um garoto, aquele da banda Mcfly.
‘Oi? Entrei aqui pra poder falar com a camareira e...’ Ele me viu toda desesperada, concerteza pensou que eu era a hospede do quarto. ‘Uou! Você esta muito linda.’
‘Brigada.’ Falei sentindo meu rosto corar.
‘Nunca te vi por aqui, ta bom que eu cheguei ontem. Mas nunca te vi.’
‘Você tem certeza?’ Perguntei. Era impossível, ele sorriu para mim no dia anterior.
‘Tenho. Como poderia poder me esquecer desse seu rosto?’ Cara, que falso. ‘Já sei, hoje tenho a tarde de folga, você vai comigo tomar um café.’ Até que não seria uma má idéia, eu também estava com a tarde livre e não ia fazer nada.
‘Por mim pode ser. Me encontrei no hall do hotel as quatro e ai vamos.’ E sorri.
‘Tudo bem então. Até as quatro.’ Sorriu e saiu. ‘Ah, eu sou e você seria a?’ Ele voltou do nada.
‘, mas pode me chamar de se quiser’. Sorriu mais uma vez e saiu.
Essa tarde seria bem...diferente. Faz tempo que não saio, meu trabalho e a faculdade dificultam um pouco. Faz tempo também que não tiro férias ou um dia de folga, como esta chegando o natal resolvi tirar um dia pra mim. Preciso relaxar, estou muito estressada ultimamente. Acordo, venho trabalhar, depois do trabalho tenho que ir para a faculdade e quando volto pra casa estou morta de cansaço. Não tenho tempo nem para respirar direito.
Coloquei minha roupa novamente e fui limpar os quartos, e um deles era a suíte que o Mcfly estava. Estava um pouco desarrumado mais nada que uma camareira eficiente como eu não consiga arrumar. Os travesseiros estavam do lado oposto da cabeceira, tênis e toalhas por todo lado, as malas estavam arrumadas e por incrível que pareça, o banheiro estava em ordem. Fiquei mais ou menos meia hora arrumando o quarto. Ai vocês me perguntam: “Cara, você é lerda? Ou não sabe limpar?” E eu te respondo: “Lembrem-se que estou na maior suíte do hotel e eles também não ajudam na questão limpeza.”
Ao acabar fui chamada por meu chefe, coisa que quase nunca acontece. Ele me chamou para falar que vou ter que trabalhar até mais tarde, que meu dia de folga já era, esses tipos de coisa que não agradam a ninguém. Só que, por incrível que pareça, fui chamada pra saber que estou de folga até dia 23. E isso é bom, muito bom. Não vejo a hora de nunca mais precisar voltar para esse hotel e trabalhar. Sou como uma escrava aqui. E hoje também que tudo vai piorar, Damien foi embora, não foi aquelas despedidas porque ele estava atrasado para o vôo, como sempre. Pelo menos ele me prometeu ligar todo dia pra gente ficar no telefone durante, no mínimo, duas horas. Somos um pouco exagerados.
Olhei meu relógio e vi que já era cinco pras quatro. Me desesperei, corri pra sala onde estava minhas roupas e me troquei o mais rápido que podia. Vesti uma calça jeans básica, meu cinto, minha blusa do Ramones e meu all star, pronto. Olhei para o relógio mais uma vez e vi que já era quatro e cinco, não corri, já estava atrasada mesmo, que diferencia ia fazer chegar um minuto atrasada. Avistei várias meninas gritando no hall, só podia ser ele que estava lá. Ou não. Vai que a rainha resolveu dar uma passada no hotel? Vai saber. Ouvi uns gritos falando: “!” É, acho que não verei a rainha pessoalmente tão cedo. Fui caminhando lentamente até onde ele estava, não quis atrapalhar o momento, então sentei no sofá mais perto e fiquei esperando. Ele era bem atencioso com as fãs, e eu acho isso super fofo. Ao perceber minha presença, ele falou que ia sair mais depois voltaria, as meninas falaram que tudo bem, e que estariam esperando. Caminhou até mim, me levantei, sorrimos um para o outro e ele fez um gesto com o braço para sairmos. Ele passou seu braço pela minha cintura, estranhei, mas não digo que não gostei. Ouvi as meninas falarem: “Quem é aquela?” “O que ela está fazendo com ele?” E isso foi tão emocionante. Pode parecer idiotice, mais quem nunca sonhou em sair com alguém famoso e ser xingada pelas fãs? Pois é, eu assumo, já sonhei, to realizando meu sonho e a sensação é boa. E não! Não é por interesse, como muita gente deve pensar.
‘Desculpa te fazer esperar. É que você sabe, fãs, autógrafos, fotos, abraços....’ se explicava.
‘Que isso!’ Abanei com a mão. ‘Deve ser duro a vida de alguém famoso. Eu entendo.’ E dei um sorriso, e fui correspondida.
‘É, um pouco corrida. Mas eu pelo menos consigo fazer tudo que eu gosto. E acho que isso é o que mais importa. Não é?’
‘É claro! Se você num fizer coisas que gosta, vai virar um chato. Pelo menos você acha algum tempo na sua agenda. Já eu, praticamente não paro em casa. E quando isso acontece eu prefiro ficar assistindo um filme com meus amigos do que sair.’
‘É tão bom reunir com os amigos e ficar falando sobre besteira. Lá em casa a gente só da festas, mas em um dia tranqüilo a gente gosta de ficar jogando vídeo-game ou assistindo um filme.’
Apenas sorri e continuei andando. Fomos a uma lanchonete que fica no centro da cidade, um lugar bem agradável. Quando chegamos vimos alguns fotógrafos tirarem fotos. Isso é tão engraçado, você nunca se imagina saindo de um lugar e do nada aparece alguém tirando fotos suas. Quer dizer, os famosos como estão acostumados, mais pra nós, simples mortais, não. Entramos, nos sentamos no fundo e fizemos os pedidos.
‘Cara, às vezes é um saco você não poder sair normalmente sem se encontrar com um fotógrafo. Certo que eu nem ligo muito, mas irrita quando você quer conversar, comer tranqüilo com alguém que gosta e tals. Ai no outro dia já inventam coisas idiotas. Acredita que um dia inventaram que minha prima era minha nova namorada?’ Ele falava inconformado.
‘Deve ser um saco mesmo. Principalmente quando inventam coisas sem noção.’ Falei dando um gole de água.
Ficamos conversando por horas, temos muitas coisas em comum. Gostamos das mesmas bandas, por exemplo. O garçom retirou nossos pratos, mas continuamos conversando.
‘Estava muito bom.’ Falei dando meu ultimo gole de água.
‘Que bom que gostou. Podemos repetir isso sempre que quiser.’ Ele falou se sentando mais próximo de mim.
‘Cla-claro.’ Gaguejei. Eu sou uma besta.
Seu rosto foi ficando cada vez mais próximo do meu, eu conseguia sentir seu perfume doce, e me arrepiei vendo ele tão proximo. Seus lábios levemente encostaram aos meus, sua boca era macia. Um beijo suave que foi se intensificando a cada segundo. Não foi um beijo logo e nem um beijo muito curto, mas teve o tempo suficiente para confundir minha cabeça toda.
‘Desculpa por isso, é que...’ Ele começou a falar, mas eu o interrompi.
‘Sem problemas. Acontece nas melhores famílias.’ Ele sorriu e me deu um selinho. Desde quando ele é tão fofo e lindo desse jeito? ‘É melhor irmos né?’
‘Claro.’ Nos levantamos e andavamos em direção a porta quando uma menina de mais ou menos 15 anos nos parou pedindo um autógrafo a e me pediu para tirar uma foto dela com ele. Eu como uma menina muito educada tirei, não parava de fazer caretas o que deixava a situação engraçada. Depois a menina pediu um abraço a ele, só via um grande sorriso na boca da menina, afinal, tinha acabado de conhecer do Mcfly.
‘Acho muito legal a relação que você tem com as fãs.’ falei.
‘Alguém dá banda tem que ser o legal né.’ Ri com isso. Cara, como eu sou patética. ‘Não, to brincando. É que eu fico pensando, imagina se eu vou conhecer alguém que eu admiro e essa pessoa simplesmente me ignora? Deve ser decepcionante.’
‘É, eu entendo bem isso. Uma vez os caras do Simple Plan se hospedaram no hotel, quando fui falar com eles para pedir um autógrafo eles simplesmente fingiram que eu não existia.’
‘Sério?!’ Ele perguntou surpreso.
‘Não. Na verdade eles foram bem simpáticos. São bem engraçados também, acho que eles entram pra minha lista dos famosos mais legais que conheci.’
Saímos do local, vimos uns fotógrafos bem discretos. Ah, detalhe: estavamos de mãos dadas. Não que eu me importe, muito pelo contrário, eu gosto. Mas seria estranho se eu visse algo comentando sobre isso nos jornais e essas coisas. Ai, olha eu. Só sai uma vez com o cara e já penso que vou tá no jornal no dia seguinte. To falando, eu sou a patética-mor.
A caminho do hotel conversamos de tudo e mais um pouco. É tão bom conversar com alguém que tenha o mesmo gosto que você, isso me deixa feliz. Isso ficou idiota, mas é verdade.
‘Hey, o que você vai fazer hoje a noite?’ Ele me perguntou, estávamos ainda dentro do carro.
‘Que eu saiba, ficar mofando, quem sabe assistindo um filme?’ Falei.
‘Então você irá a uma festa comigo. É na casa do de um amigo meu. É hoje as nove da noite. A gente se encontra no hall do hotel.’
‘Por mim tudo bem. Mas eu não vou atrapalhar?’
‘É obvio que não. Na verdade não é uma festa com várias pessoas. Só vai ser a gente mesmo, e os meninos levarão suas respectivas namoradas. E você irá comigo.’
‘Então ta, nos encontramos aqui no hall as nove.’ Falei.
‘Não vai para seu quarto agora não?’ Ele me perguntou. Esqueci completamente que não moro no hotel.
‘É...ahm...vou ficar aqui em baixo um pouco para respirar sabe.’
‘Bom, tudo bem. Daqui a pouco te encontro.’ Ele me deu um selinho e foi em direção ao elevador, acenando para umas meninas que ainda estavam o esperando na entrada.
O tempo passou realmente rápido, quando fui ver no relógio eram oito horas e eu ainda nem tinha tomado banho! Como iria me arrumar em apenas UMA hora? Impossível, simples. Corri contra o tempo, é tudo que eu tenho para dizer. Fui para o banho o mais rápido que pude, e fiquei o menor tempo que pude, apenas 15 minutos. Surpreendente não? Corri para o quarto, eraM oito e meia. Ai você me pergunta, “e fez o que com os dez minutos?” Ai eu te respondo que corri até minha casa que nem um louca, derrubei coisas de uma senhoras, pisei na merda do cachorro e quase cai em um bueiro. Também, Não tinha nenhuma plaquinha avisando “BUEIRO ABERTO, FAVOR DESVIAR.” Eles pensam que eu sou o que? Uma vidente? Quem me dera. Mais tudo bem, chega de baboseira. Coloquei uma roupa simples, calça jeans, uma sandália preta e uma batinha preta também. Precisava secar meu cabelo, não queria chegar na festa com meu cabelo como se fosse uma cachoeira. Iam pensar “Ta com sede? O cabelo da tem água suficiente, é só ir só lá e pegar.” Ta, não teve graça, mas estou falando a verdade.
Quinze para as nove. Ainda tenho que me maquiar, e não sou muito experiente nessa área. Passei corretivo, um pouco de base, sombra bem fraquinha, um lápis, gloss e um perfume doce, não muito forte. Fiquei pronta as nove em ponto. Coisa mais surpreendente ainda. Normalmente eu me atraso uns dez minutos por ai. Bati meu record, que orgulho.
Sai correndo de casa em direção ao hotel. Bati outro record meu, cheguei em apenas cinco minutos. Acho que deveria montar meu guiness book particular, contendo apenas meus records. Cheguei e vi tirando fotos com as três fãs que se encontravam por ali. Será que ele não cansa de ficar dando autógrafos? Ele me viu o esperando no balcão da recepção, despediu-se das fãs e veio ao meu encontro.
‘Ola moça!’ E me deu um beijo na bochecha.
‘Ola moço. Está muito bonito hoje hein.’ Falei o analizando.
‘Digo o mesmo de você.’ Sorrimos um para o outro. ‘Me acompanhe por favor.’ E ele fez gesto com o braço indicando o lugar.
‘Você fica muito engraçado falando desse jeito. Nunca imaginei você falando assim.’
‘E você fica muito normal né? Mais tudo bem, vamos logo. Venha.’ Falou pegando na minha mão e me levando até o carro. ‘Pode entrar madame.’ Abriu a porta do carro.
‘Muito obrigada, você é um cavalheiro.’ Demos risadas um do outro, era muito engraçado falar assim como se fossemos amigos a anos, sendo que haviamos nos conhecido essa tarde.
O assunto a caminho da casa do amigo de nunca acabava, parecia que a gente não conseguia parar de falar nem por um segundo. Todas as vezes que saia com alguém sempre em alguma hora não encontrava mais assunto para falar, mas com não. É diferente. E eu gosto disso. Muito.
Chegamos a uma casa grande, tinha um jardim enorme na entrada. Percebi que fomos os ultimos a chegar, já estava lotada a casa. Quando eu digo lotada eu quero dizer que tinha umas 8 pessoas nela. Como falou, era uma festa só para amigos mesmo. Ele estacionou o carro, abriu minha porta e então seguimos em direção a casa. O barulho estava alto, não sei como os vizinhos não reclamaram. abriu a porta e com a outra mão segurou a minha, senti uma sensação estranha, mas boa. Ao entrarmos percebi que todos os olhares se voltaram para nós, ou seja, eu uma completa estranha ali, morri de vergonha. Mas tudo bem.
‘! Até que enfim você chegou cara!’ Um menino de cabelo bicolor gritou vindo em nossa direção. Tenho a leve impressão que já o vi em algum lugar, só não sei aonde. ‘E veio acompanhado, ta crescendo hein garotão! Prazer, James Bourne. O dono da casa.’
‘Prazer, .’ É claro que eu já tinho o visto! Ele é simplesmente o ídolo da minha priminha que é viciada em musica. HAHA. Vou poder jogar na cara dela que eu fui na festa do James Bourne e ela não. Eu não sou má, apenas não sou muito chegada a essa minha prima e tenho vontade de mata-la toda vez que a vejo. Simples assim.
‘Eu sou o Steve Rushton, o cara que está dando a festa.’
‘Oi.’ Falei tímida.
‘Aquele é Chris, o que está voltando da cozinha com duas cervejas na mão é Dave e o que apareceu do nada de trás do som é o Danny. Provavelmente você já conhece os outros.’
me apresentava.
‘Oi!’ Todos disseram em coro.
‘Ola!’ Disse já me acostumando com as pessoas presentes.
‘!’ gritou vindo me dar “oi”. ‘Tudo bom?’
‘Oi . Ta tudo bem sim e você?’
‘Tudo ótimo! Quero que você conheça uma pessoa. Vem cá.’ E me puxou, olhei para e falei que já voltava. Ele sorriu e foi falar com James e Steve. Me levou para o sofá, onde estava , e uma menina desconhecida para mim. ‘Da licensa , . , quero te apresentar a menina mais importante pra mim. Sem tirar minha mãe, irmã, essas coisas. , minha namorada. Pequena, essa é , a nova namorada do .’
‘Eu não diria namorada, mas eu sou . Prazer.’ Logo simpatizei com ela. Era bem normal, assim como eu.
‘E eu sou , mas me chama de . Mais fácil e prático.’
‘Oi !’ falou.
‘Oi !’
‘Oi !’ falou dessa vez.
‘Oi ! Tudo bem com vocês?’
‘Opa!’ Os dois responderam.
‘Gente, cadê a e a ?’ perguntou.
‘Elas foram no banheiro fazer coisas de meninas.’ respondeu. ‘Ali elas! AMOOOOOOOOOR! Vem cá!’ Uma menina de cabelos encaracolados chegou e deu um beijo nele. ‘Essa é , acompanhante do .’
‘Oi! Sou , mas me chame de por favor.’ Ela respondeu.
‘! ! Agora é minha vez. Essa é , a minha namorada.’ falou orgulhoso.
‘ não, .’
‘Prazer! Então, não. Prefiro mesmo.’
Depois de eu saber o nome de todos, fiquei conversando com , e . , e foram conversar com os outros.
‘Então , o que faz da vida?’ perguntou.
‘Estou estudando, estou na faculdade de Direito.’ Respondi.
‘Sério? Que looooooouco!’ falou animada. ‘Deve ser tão legal estudar direito.’
‘Deve, mas , para você seria impossível completar o curso. Você não tem cérebro para isso. Desculpa te falar isso amiga.’ “consolava” a amiga.
‘Muito obrigada . Obrigada MESMO.’ fazia caretas ao responder.
‘, amanha eu e as meninas vamos ao cinema com os meninos. E você e o vão viu?’ falou.
‘Por mim tudo bem. Agora tem que ver se vai querer sabe? Mais ou menos que horas?’
‘Acho que lá pelas cinco da tarde. Depois a gente ta pensando em ir a algum pub.’ falou.
‘Tá bom então, eu falo com ele ai eu ligo pra vocês.’ Peguei o telefone de todas.
‘Madames, licença. Vou roubar a de vocês.’ chegou de surpresa e nos assustou.
‘, você é maluco? Quase me matou de susto menino! Mais eu te perdôo porque eu sou muito legal. E amanha todos nós vamos no cinema e depois a um pub. E você e a vão. Agora pode levar ela.’ falou.
‘Sim senhora.’ E fez um gesto exagerado. ‘Vem, vamos.’ Pegou minha mão e me levou a um lugar desconhecido.
Fomos a varanda onde havia uma namoradeira e foi lá que nos sentamos. O lugar não era muito iluminado, mais iluminado o suficiente para vê-lo. Era lindo o local, o jardim era bem cuidado, umas luzes formavam um caminho para uma pequena fonte.
‘Que lindo aqui.’ Comentei.
‘Muito. Perfeito para ficar com quem a gente gosta, não acha?’
‘Aham. James tem sorte em ter essa casa. Devem haver muitas garotas atrás dele.’
‘É, o James é um galinha.’ Ele riu.
‘!’ E dei um leve tapa em seu braço.
‘Que? Só estou falando a verdade.’ Ele falou colocando seu braço em meus ombros e me aconchegando em seu corpo. Encostei minha cabeça em seu peito e também o abracei. ‘Eu acho que sorte de ter te conhecido sabia?’
‘É? Eu tenho pena de você, me aturar não deve ser fácil. Mas eu também tive a sorte de te conhecer.’ Nos olhamos, ele me deu um selinho e depois beijou o topo de minha cabeça. E ficamos abraçados olhando o céu estrelado.
O resto da festa foi normal, todos beberam demais e agora tirem suas próprias conclusões do que aconteceu.
Capítulo 3 – 20 de Dezembro.
Na noite anterior, havia me deixado em casa lá pelas 3 da manhã. Conclusão: dormi até as 3 da tarde. 12 horas completas. Na verdade fui acordada com o telefone, porque por mim eu continuava dormindo numa boa. Era uma das meninas, .
‘Pode levantar dessa cama, se arruma porque a gente vai pro shopping com os meninos daqui a pouco.’
‘Mais , o cinema é só as cinco da tarde.’ Reclamava sonolenta.
‘Eu sei, mais a gente quer dar umas voltas sabe? Se divertir.’
‘E é para isso que vamos pro pub depois num é?’
‘Larga de ser preguiçosa e vamos logo. Todos já estão aqui, daqui a pouco vamos nos encontrar com você no parque na frente do hotel. Daqui a meia hora para ser mais exata. Tchau. beijos.
E desligou. Demorei alguns segundos para assimilar o que ela acabara de falar. Levantei, fui direto para o chuveiro. Me apressei, tinha que escolher minha roupa, e tomar um bom café da “manhã”. Comi panquecas, existe coisa melhor do que comer panquecas? Não, pois é. Tinha que lavar uma pilha de louça, cara, odeio lavar a louça. Deixei para mais tarde, tinha que correr para o hotel já que eu “moro” lá.
O caminho foi tranqüilo, só que teve um problema. Como cheguei um pouco atrasada e eles já estavam me esperando, perceberam que não sai do hotel para me encontrar com eles. Okay, me ferrei. E agora?
‘! Aqui óóóó!’ e faziam gestos exagerados com as mãos fazendo sinais para eu vê-los.
‘Menos meninos, menos.’ Cheguei falando.
‘Cara, da onde você surgiu? O hotel é ali e você veio de lá. Ou, você é uma pessoa famosa lá no Brasil...’
‘Canadá.’
‘Canadá, como eu disse, e não contou pra gente?’ perguntava curioso.
‘Na verdade, eu fui... ahm... eu fui na padaria! Isso! Eu fui na padaria.’ Me senti orgulhosa, pela quinta vez na vida tinha conseguido achar uma resposta tão rápida.
‘Padaria? Num tem nenhuma padaria aqui perto.’ falou e os outros afirmaram.
‘Não?!’ Falei assustada. Pronto. Vão descobrir que sou uma mera condenada aqui do hotel e me jogar na rua pros carros passarem emcima de mim. ‘Claro que tem, uma a dois quarteirões daqui.’ Chutei. Eu vou lá saber se tem ou não?
‘AHH! è verdade, tem uma a dois quarteirões daqui. A “Butter or Butt Bakery”’ E todos fizerem um “Ahh!” como se estivessem esquecidos. ‘A gente já passou na frente.’ esclareceu.
‘Como vocês esqueceram? Dããã!’ Falei, tinha uma padaria que chamava Butter or Butt Bakery? Credo, até eu inventaria um nome melhor. Mais tudo bem. ‘Bom, tudo esclarecido. Vamos então?’ Todos concordaram e foram andando até dois carros estacionados. Fui atrás, até que senti alguém me puxando.
‘Hei, hei. Bom dia para você.’ falou me dando um beijo.
‘Bom dia lindo.’ E fomos andando abraçados até o carro.
No carro em que fui estava dirigindo, eu no carona e atrás e . Fomos ouvindo 30 Seconds to Mars. Muito legal a banda por sinal. Chegamos rapidinho, e como os carros estavam estacionados longe do shopping tivemos que ir andando. Novidade não? Cara, sou muito burra, isso era uma coisa meio que obvia. Então, relevem. Entramos no shopping e já um grupinho de sete meninas os reconheceram e foram falar com eles. Eu e as meninas nos afastamos e fomos olhar algumas lojas e esperar eles sentadas no banco conversando. Eles são super atenciosos com as fãs, como eu disse anteriormente. Ou não, não lembro. Isso é tão legal né?
‘O jeito como eles tratam elas é tão interessante né? Tem sempre um idiota que não quer ser atrapalhado quando sai e ignora ou mal trata a fã.’ Comentei.
‘Tambem acho. Estou acostumada com isso, e não me importo muito. Sim, as vezes é um saco porque eu quero aproveitar a tarde livre do e vem uma menina e tals. Mas eu não posso fazer nada, afinal, num é minha culpa me apaixonar por um cara famoso e gostoso.’
‘Mais gostoso que o MEU não é não, querida. E disso eu tenho certeza. Olha como ele é assediado.’ E apontou para o trio de meninas que não saiam de perto de .
‘O ganha de lavada dos três. Só tenho isso a declarar.’
‘Sou mais o hein. Sem querer tirar.’ Falei. Começamos a conversar animadamente e nem percebemos que os meninos estavam vindo para podermos ir ao cinema.
‘Vamos meninas?’ falou.
Fomos de mãos dadas até o balcão para comprar pipoca. Os meninos ficaram encarregados desse trabalho, enquanto nós, meninas, procuraríamos por um bom lugar para se sentar. Escolhemos um lugar um pouco acima do meio do cinema, ideal. Fomos assistir “ E Se fosse Verdade” ou algo do tipo... MUITO lindo o filme. O final eu quis matar a mulher, mas depois voltei a trás. O filme acabou, e estavam chorando, são muito emotivas.
Saímos do cinema, demos um role pela cidade e fomos ao Pub mais famoso da cidade. Estava lotado para variar, mas como ficamos no vip não estava tão lotado para a gente. Isso é uma das vantagens de ser famoso.
‘Meninas, vamos comigo ao banheiro?’ perguntou. Ela estava mais feliz que o normal. Concordamos com a cabeça.
‘Que foi? Aconteceu alguma coisa?’ perguntou preocupada.
‘Aconteceu sim.’ Arregalamos os olhos, enquanto ela ria de nossas caras. ‘O acabou de me dar essa aliança de compromisso.’ E mostrou o anel para nós.
‘Você ta NOIVA?’ perguntou.
‘Anel de COMPROMISSO e não de NOIVADO. Num ouviu não?’
‘Que lindo!’ Falei.
‘Cara, que lugar para ele te dar um anel hein. Mais é lindo do mesmo jeito.’ falou.
‘Na verdade foi no cinema, só que não falei para vocês antes pra num parecer a idiota feliz.’
‘Eu quero um anel também pô.’ comentou baixinho.
‘Pede pra ele.’ sugeriu.
‘CLAAARO! Vou chegar nele e falar, , compra um anel pra gente. O mínimo que vai acontece é ele fugir de mim.’
‘Ou não.’
‘Não começa . Vamos voltar logo.’
Saímos e fomos a mesa onde estávamos. Conversamos a noite inteira e voltamos para casa as duas. E não bebemos muito. No dia seguinte os meninos tinham um show para fazer, tinham que estar dispostos pelo menos.
Capítulo 4 – 21 de Dezembro.
No dia seguinte acordei, e vi que estava em um lugar totalmente diferente da minha casa. Quando eu disse que voltamos para casa esqueci de esclarecer que eu e as meninas dormimos todas na casa da . Mas isso é detalhe. Percebi que só eu estava no quarto, provavelmente as meninas já haviam se levantado e estavam em outro lugar. Fui atrás delas, primeiro fui na cozinha, um lugar bem provável de encontra-las. E eu acertei. Elas estavam conversando animadamente e estava fazendo algo para comer. Ela é a única que sabe cozinhar das três.
‘Bom dia meninas.’ Falei entrando na cozinha e me sentando na primeira cadeira que vi.
‘Até que enfim acordou a bela adormecida!’ falou.
‘Eu dormi bastante tempo assim?’
‘Nem tanto. Só te falo que deu tempo pra gente arrumar a casa toda.’ falou.
‘SÉRIO?!’ Perguntei assustada. Odeio ser a ultima acordar na casa dos outros, acho estranho.
‘Não, é que a adora aumentar as coisas. Nós acabamos de acordar, e como você estava dormindo como um anjo resolvemos não acordar.’ colocou um waffle para nós em cada prato. É, realmente ela sabe cozinhar.
‘Cara, ixo tá... realmeentxi boum!’ falou mastigando o “pequeno” pedaço que acabara de colocar na boca.
‘, isso foi realmente nojento. Eu acho que a gente não precisava saber o que acontece com a comida quando mastigamos. É melhor deixar a imaginação fluir nessas horas.’ falou.
‘Vixi! Então to vendo que isso nunca vai acontecer com você . Para ter uma imaginação é preciso ter um cérebro e você...bem...’ comentou e fez cara de que não ligou.
‘Ouvido Seletivo Mode On.’ Foi sua resposta pra .
‘CARACA! O QUE É ISSO?!’ Gritei e fiz com que as outras engasgassem. Foi engraçado, muito engraçado.
‘Que foi menina? Quer me matar?’ falou respirando fundo, tentando se acalmar.
‘Olha isso aqui.’ E mostrei o jornal a elas.
“Homem vê marido com outro homem e...”
‘Calma, tem algo errado nisso. Quanto homem!’ falou examinando.
‘Não é só isso que tem de errado anta. Olha a noticia de baixo.’ Falei.
“Foram flagrados ontem à tarde, os meninos do Mcfly no shopping, indo ao cinema com suas namoradas. (20), estava com , já namoram há dois anos e parece que esse relacionamento vai longe. (21), estava com , sua amada há três anos, já que se consideram casados, de acordo com o proprio . (21), estava com e parece que eles selaram esse relacionamento de um ano e meio com um anel de compromisso que ele deu a ela ontem em um pub, após o cinema. (19), que não estava namorando ninguem, apareceu ontem de mãos dadas com uma menina misteriosa, que pelas nossas fontes se chama . Todos pareciam estar se divertindo bastante e muito felizes. Ao lado direito, uma foto eles de mãos dadas com suas respectivas namoradas entrando no cinema. É meninas, infelizmente os Mcboys parecem já ter donas.”
‘Que que tem?’ perguntou como se isso fosse coisa mais normal do mundo.
‘Como eles descobriram meu nome?! E você fala como se isso fosse a coisa mais normal.’
‘Mais isso é normal. Acho que estamos acostumadas a aparecer nessas revistas de fofocas. Temos até profiles no myspace que foram feitos em nossa homenagem.’
colocava mais um pedaço de seu waffle na boca.
‘Calma, você se acostuma com isso rapidinho. Agora come vai.’ enfiou um pedaço enorme de waffle na minha boa.
‘Gente, tenho que ir embora.’ Falei me levantando da mesa, levando meu prato/copo para a pia e lavando-os.
‘Ahhh! Por que? Fica ai, a gente pode alugar uns filmes e tals.’ falou.
‘Não posso, tenho que ir.’ E subi para pegar minhas coisas e deixando falando sozinha.
‘Mais por que você num fica?’ perguntou quando voltei com minhas coisas arrumadas.
‘Porque o vai me ligar pra gente fazer alguma coisa a tarde.’ Falei com um sorriso bobo no meu rosto.
‘UHHH! Ta ficando sério o negocio hein?’ falou e a respondi mostrando a língua e indo embora.
Fui caminhando tranquilamente até o ponto de táxi mais próximo. Não sou louca (o suficiente) de ir andando da casa da até a minha, isso porque ela mora do outro lado da cidade. Fiquei pensando no que disse, será que estava ficando sério o negocio entre mim e ? Ou para ele eu seria só mais um das milhares de mulheres que ele beija durante o ano? É melhor não ficar pensando nisso, se não eu vou morrer de tanta curiosidade. Vou pensar em outra coisa, como borboletas! Há tantas delas! Com diferentes cores, uma coisinha tão bonita. Dariam um belo cartão postal!
Cheguei em casa pensando em aprofundar meus conhecimentos sobre as borboletas, irei pesquisar mais sobre elas. Tomei um bom banho, estava precisando. Estava esperando ligar, se ele ligar também né. Decidir assistir TV enquanto esperava, estava passando FRIENDS. Cara, Joey e Chandler são os melhores! Sempre me divirto com as mesmas piadas, mesmas idiotices. Eles são pra sempre. Estava me divertindo vendo Chandler socar Joey na cabeça, que estava protegido por bolhas quando meu celular começou a tocar.
‘Alo? ? Oi. Tudo bem sim e você? Hoje eu não vou fazer nada não. Então espera ai, vou tomar banho, você vai passar aqui, vamos fazer alguma coisa a tarde e depois já vamos direto para o show? Okaaay. Então daqui...meia hora a gente se encontra no hall do hotel. Ta bom, beeeeeijos.’
Bom, tenho que tomar banho, me arrumar para durar até vai lá saber que horas em apenas meia hora. Eu consigo. Vamos lá. Primeiro achar uma roupa boa e útil. Calça jeans, bata preta e uma rasteirinha preta que eu comprei ano passado e nunca usei. Ela até que é bonitinha, tem uns brilinhos e tals. Da pro gasto pelo menos. Agora correr para o banho e depois me trocar e depois me maquiar.
Meu banho foi rápido até, me troquei facilmente e na hora de maquiar complicou um pouco. Não sabia o que servia pra que. Coloquei qualquer coisa, até que não ficou ruim. Olhei no relógio, 5 minutos atrasada. Tenho que ir até o hotel entrar pela porta dos fundos, da muito trabalho. Mas o que não faço pelo ?
Corri, corri e corri. Corri mais um pouco para não chegar muito atrasada. Quer dizer, mais atrasado do que eu tava. Dessa vez não bati em ninguém, não cai no bueiro. Sorte. Avistei a porta dos fundos e corri mais uma vez, só falta eu ter esquecido a chave em casa. Procurei na minha bolsa, não estava achando e estava entrando em desespero. Por sorte Jeff apareceu e eu pude entrar com a ajuda dele. Fui para a entrada do hotel e não vi . Apenas algumas fãs histéricas, gritando que nem loucas. Do nada elas correram para perto do elevador quando Pink apareceu. Ah sim, ela havia acabado de se hospedar no hotel. Agora sim eu achei ele, estava sendo engolido por outros fãs. Isso não soou bem, mas não achei melhores palavras para descrever o momento.
‘Oi.’ Ele falou com um sorriso de derreter qualquer uma.
‘Oi.’ E me deu um leve selinho.
‘Vamos?’
‘Claro!’ E fomos andando de mãos dadas até a rua. ‘Pra onde?’
‘Você verá.’ Adoro mistérios. Andamos bons minutos, sem chegar ao destino final.
‘Você tem certeza que sabe onde está indo?’ Perguntei depois de um pouco mais de meia hora andando de carro.
‘Não. Mas eu prometo que vou achar um lugar. Você vai ver, confia em mim.’ E deu uma piscada.
‘Confiar, eu confio. Só que daqui a pouco você vai fazer um show caso não se lembre.’
‘Merda. Tinha esquecido completamente. Daqui a pouco eu tenho que ensaiar com os meninos. Tudo bem, eu consigo resolver isso. Vamos ver, Onde a gente poderia ir?’
‘Que tal se a gente tomasse um sorvete e depois fossemos para a arena?’
‘Até que não é uma má idéia. Tem uma perto da arena que é super boa. Acho que você vai gostar. Caso não goste não faz mal, afinal você estará comigo’ E deu um olhar convencido.
‘Ai desculpa então senhor-não-sou-convencido. Vamos lá então.’
Chegamos na sorveteria, um lugar amplo mas com poucas pessoas no local. Pedimos nossos sorvetes e ficamos conversando até dar a hora para irmos à arena. Quando chegamos a arena tinha algumas poucas fãs do lado de fora, os meninos já estavam no palco ensaiando e , e estava na platéia conversando.
‘Vou lá ensaiar. Depois a gente se encontra, okay?’
‘Tá bom.’ E me deu um beijo.
Fui em direção das meninas, que não perceberam que tinha chegado. Estavam conversando animadamente e quando me viram me aproximando delas gritaram que nem uma loucas.
‘! Pensei que não vinha mais!’ falou. ‘Calma ae gente, tenho que ir ali no banheiro já volto. Foi mandando beijos no ar para , que estava retribuindo enquanto os outros meninos davam risadas.
‘, como você é nova na área tenho que te informar uma coisa ultra secreta.’ falou.
‘Tudo bem, podem falar.’
‘Amanha todos nós vamos a um restaurante comemorar uma coisa que ainda não aconteceu. Vai acontecer amanha mesmo.’ falou. Os meninos já tinha saído do palco, daqui a alguns minutos os portões iriam se abrir e começaria o show.
‘E eu posso saber o que é?’
‘O negocio é o seguinte...’ E contou.
‘Sério? Que mágico!’ Me animei com o que acabei de ouvir. estava voltando do banheiro e fomos em sua direção.
‘Onde vocês vão?’ Ela perguntou.
‘Caso não tenha percebido, os meninos já foram para o camarim e nós estamos indo lá. Daqui a pouco abre os portões.’ explicou.
‘Ah.’ Foi tudo que falou.
Fomos em silêncio para o camarim, estava animada com o que acabara de saber. Vai ser uma coisa muito radical, mas legal e lindo ao mesmo tempo. Eu e as meninas ficamos no camarim uma hora e meia, antes de ir para a frente do palco aproveitar o show. É duro ser Vip, viu. Na verdade não, é foda poder fazer o que quiser só porque você tem um crachá escrito “All Access” nele. Os meninos iriam entrar em alguns minutos, as meninas (fãs) estavam gritando “Mcfly! Mcfly!” sem parar.
‘Você ta caidinho por ela. Não adianta falar que é só curtição.’ falava ajeitando seu instrumento.
‘Não viaaaaaja dude.’ respondia.
‘Eu concordo com o , tá apaixonado por ela. Até que vocês formam um belo casal sabia? Apesar dela ser super hot e você um palito.’ falou.
‘ apaixonado! apaixonado!’ brincava o amigo.
‘Haha. Vamos logo faze o show que a gente ganha mais.’
‘Quer impressionar ela né? To sabeeeendo!’ brincou pela “ultima” vez e recebeu um belo dedo do meio de . Ele não sabia o que estava acontecendo, toda vez que estava com seu estomago se mexia, como se houvessem borboletas nele. “Será que eu estou me apaixonando pela ?” Foi a ultima coisa que pensou antes de entrar no show e ver sorrir para ele.
Capítulo 5 – 22 de Dezembro.
O show havia sido fantástico. Os meninos pulavam bastante, gritavam, faziam piadas (como sempre fazem) e até chamaram algumas meninas para subir no palco. Fizeram uns passos de dança, não levam muito jeito para isso, mas pelo menos tentaram.
A tarde recebi uma ligação do hotel falando que eu teria que trabalhar amanha, um dia antes do Natal. Ninguém merece, mas fazer o que? É melhor eu ir do que perder o trabalho e depois morrer de fome na rua. Alem de ter que trabalhar amanha, teria que aparecer no hotel a tarde para resolver algumas coisas. Conclusão: não poderei passar à tarde com que me convidou para ir ao parque.
Fui para o hotel e resolvi o que tinha que resolver. Até que foi bom eu ter ido, recebi um aumento e terei o horário mais flexível. Isso é bom, muito bom.
Tinha que me arrumar para ir ao restaurante, onde me encontraria com as meninas e com os meninos. Hoje seria uma noite muito especial, uma noite de muita festa. Pelo menos é o que eu acho. Fui tomar banho, me encontraria com , , , e no restaurante, e chegariam atrasados por razões desconhecidas.
Me encontrei com o povo no restaurante, fomos nos sentar.
‘Prontos para hoje a noite?’ perguntou.
‘Por que? Para esse tipo de coisa precisa alguma preparação antes?’ perguntou assustado e levando um tapa de .
‘Claro que não né seu bobo.’ E deram um beijo. Longo beijo.
‘UOOOU! Chega de putaria por aqui por favor.’ falava tampando os olhos de .
‘, sou grandinha o suficiente, obrigada. Cadê o e a hein?’
‘Calma , daqui a pouco eles estão aqui.’ Falei.
‘E ai cambada?’ chegou abraçado de .
‘E ai ? Demoro hein.’ falou.
‘Culpa dessa menina aqui ó.’ E apontou para . Se sentaram e logo pedimos as comidas e as bebidas. E quando tudo chegou foi fazer seu discurso. ‘Gente, atenção por favor.’
‘? Se ta maluco?’ perguntou envergonhada.
‘Calma ai linda. Tenho que falar uma coisa MUITO importante.’ E respirou fundo antes de começar. ‘, você sabe que é tudo pra mim né?’
‘Acho que sim.’
‘Pois é, você é. Mas não é isso. Eu quero dizer que todos esses anos juntos com você me fez perceber que você é tudo que eu quero na vida. Pra sempre. Nunca quero me separar de você, e se isso acontecesse, não saberia o que seria de mim. Por isso quero que aceite o que vou dar. , você aceita se casar comigo?’ tirou uma caixinha de seu bolso, e a abriu mostrando um anel de diamante.
‘, você está falando sério?’ Ele apenas concordou com a cabeça. ‘É claro que eu aceito!’ E se beijaram.
‘UHUUUUUL!’ Os meninos gritaram e nós batemos palmas.
‘Isso foi muito lindo .’ falou.
‘Um dia, quero ser pedida em casamento assim, de um jeito bem romântico.’ falou com brilhos em seus olhos.
‘Isso foi uma indireta?’ perguntou.
‘Quem sabe?’ E lhe deu um beijo.
‘, quando você me pedir em casamento vai ser que nem o fez?’ perguntava.
‘Casamento?’ se assustou. Todos nós rimos da cara que ele fez.
‘Vamos no parque agora?’ cochichou em meu ouvido.
‘Agora? Mas e o ? E a ?’
‘ e , meus parabéns! Desejo muitas felicidades para vocês dois. Só que infelizmente eu e temos que ir agora. Então é isso ai.’ me esperou para me despedir dos dois.
‘, AHHHH! Você vai casaar!’ Gritava com ela.
‘EU SEEEEEEEEEEI! Não é mágico?’ Ela perguntava, e dava para perceber a feliocidade em sua voz.
‘, parabéns cara! Vai ser muito feliz com essa coisa aqui.’ E nós nos abraçamos.
Fui com até o carro, iríamos no parque. Fazer o que? Não sei ainda. Só sei que se estiver com , tudo fica legal. O parque não estava muito cheio, mas havia alguns casas nos bancos, crianças brincando com os pais ou amiguinhos.
Mesmo estando com me fizesse esquecer dos problemas, minha consciência estava pesando cada dia mas que passava sem contar a ele quem eu sou de verdade. Odeio mentir para as pessoas, estou decidida, vou contar a ele hoje. Agora.
‘Ahm...?’
‘Sim?’
‘Preciso te contar uma coisa. Eu na verdade...’
‘, tenho que te falar isso. Você é uma pessoa muito especial pra mim.’ Ótimo, assim fica bem mais fácil de contar. ‘Eu sei que pode ser um pouco cedo demais, mas eu acho que eu..ahm...que eu te amo.’
‘, eu também te amo.’ E deu um sorriso. ‘Mas antes...’ Fui interrompida pelo dedo dele que me fez parar de falar.
Ele me deu um beijo suave, que foi se intensificando cada vez mas. Não tive coragem de contar a ele que era empregada do hotel que ele estava hospedado. Fiquei com medo que depois ele me ignorasse ou pior, sentisse vergonha de mim. Depois de nos beijar fomos ao carro, ele estava me levando para algum lugar que eu não sei falar agora.
Ele parou na frente do hotel, descemos. Me guiou até o elevador, e apertou o número que levava ao seu andar. Fomos nos beijando enquanto subíamos, chegamos ao andar e entramos no quarto. Logo após que fechou a porta começamos a nos beijar, novamente, um beijo agressivo mas suave ao mesmo tempo. Se isso for possível. Fomos nos beijando até o quarto, e logo nos deitamos na cama.
‘Não farei nada que não queira.’ Ele falou, preocupado comigo.
‘Eu quero.’ Permiti que ele continuasse.
Capitulo 6 – 23 de Dezembro.
Acordei com o sol batendo em meu rosto, olhei para o lado e vi dormindo tranquilamente. Minha vontade era de ficar ali com ele a tarde toda. Parece que cada dia que passa ele fica mais lindo, de qualquer jeito. Olhei para o relógio, vi que estava atrasada para o trabalho. Levantei da cama delicadamente para não acorda-lo. Vesti a roupa do trabalho, e coloquei o colar que ele havia me dado ontem, um colar de pérolas. Dei um selinho em sua boca e sai do quarto.
-#-
‘Não, não. Volte essa fita. Tenho certeza que vi uma empregada daqui usando meu casaco de peles.’ Jackie falava olhando as fitas de segurança do hotel. ‘Ai está ela!’
‘Você tem certeza que é seu casaco?’ Mr. Heckles perguntou.
‘Absoluta! Você acha que eu não reconheceria meu próprio casaco?’
‘Fique calma, irei chamar....’
‘Hei! Olha ela aqui de novo! Olhe bem o colar que ela está usando. Concerteza ela roubou de algum hóspede.’ Jackie falou ao olhar a câmera da recepção.
‘Vamos resolver isso agora mesmo. Mr. Smith, chame a Mrs. para a minha sala agora por favor.’
‘Pode deixar, senhor.’
-#-
‘Eu sei que cheguei atrasada, mas não é minha culpa.’ Tentava me explicar para a nova recepcionista. Quem ela pensa que é pra ficar mandando em mim? Nunca a vi na minha vida e ela chega dando ordens. Se fosse minha chefe tudo bem, mas como num é deveria ficar calada.
‘, o Mr. Heckles está te chamando na sala.’ Matt me avisou.
‘Ótimo! Não posso chegar dez minutos atrasada e já me ferro!’
‘Não é por causa disso não. Na verdade, ele pensou que você estava trabalhando.’
‘Oba! Estou ferrada sem saber o porque.’
Fui até a sala dele tentando descobrir o que tinha feito, pensei desde quando comecei a trabalhar aqui mas não achei nada. Bati na porta e quando entrei vi Jackie e Mr. Heckles me olhando de baixo para cima. Estranhei, o que Jackie estava fazendo ali?
‘Me chamou Mr. Heckles?’ Perguntei.
‘, você poderia me explicar isso?’ E me mostrou as fitas. Fiquei boquiaberta. ‘O que significa isso?’
‘Senhor eu posso me explicar.’
‘E o que você estava fazendo saindo do quarto do com aquele colar?’ Jackie me interrompeu.
‘Ele me deu!’
‘Ele deu esse colar de perolas para você? Uma simples funcionaria do hotel?’ Assenti com a cabeça. ‘Tem algo estranho nisso. Vou chamar ele aqui. Já volto.’
Ao sair ficamos todos em silencio. Não sabia o que falar. entrou sem entender o que estava acontecendo, não estava com coragem de olhar para ele.
‘? O que está acontecendo aqui?’
‘Me desculpe , por não falar a verdade para você.’ Foi a única coisa que consegui falar.
‘Ela foi pega saindo de seu quarto com um colar de perolas.’ Jackie explicava.
‘Mrs. , o que tem a falar sobre isso?’ Olhei para todos presentes na sala.
‘Nada senhor.’
‘Então já sabe o que vai acontecer. Arrume suas coisas e sai pela porta dos fundo por favor.’
‘Okay.’
‘Não se esqueça de deixar seu crachá na portaria.’ Assenti com a cabeça. Sai sem olhar na cara de ninguém, a vergonha era maior. Mas pude perceber me olhando sem entender nada. Mais lerdo não existe. Um lerdo que eu amo.
‘Então , depois podemos almoçar juntos.’ Jackie se atirava a ele.
‘Jackie, se não deu certo quando tentamos. Por que tentar de novo? Você sabe que para mim você é uma amiga. Só isso.’ Ele falou e saiu da sala.
Fui direto para a portaria, não tinha nada meu no hotel. Deixei meu crachá com David, o porteiro, me despedi dele e sai pela porta dos fundos. Não estava me conformando com a idéia de ser uma desempregada, sem meus amigos, tinha , e mas depois do que acabara de acontecer, provavelmente elas nem olhariam para minha cara. Ao sair do hotel percebi alguns homens “escondidos” com sua câmeras fotográficas esperando por alguma noticia. Nem liguei, afinal o que eles conseguiriam comigo? Quando estava a mais ou menos sete metros do hotel percebi uma movimentação vindo atrás de mim, estranhei e olhei para ver o que estava acontecendo. Vi correndo em minha direção. Apenas virei a cara e continuei andando, não estava com condições de falar com ele. Ouvi ele gritar meu nome, mas ignorei.
‘! Por favor, você pode me explicar o que houve la dentro?’ Ele me alcançou e ficou segurando meu braço para que não fugisse.
‘, por favor, me solte.’
‘Antes me explica o que aconteceu..’
‘Você não percebeu não?’ Falei e continuei andando.
‘!’
‘, você não percebeu que eles me chamaram de ladra? Que eu trabalho no hotel em que você está hospedado? Que eu não sou a pessoa que você pensava que eu fosse?’ Falei com meu olhos cheios de lagrimas. ‘Tentei te contar ontem a verdade, mas não consegui falar mais nada depois que você falou que me amava.’ Continuei.
‘Pelo menos me responda uma coisa. Você sentiu algo quando estava comigo?’
‘Claro que senti ! E eu ainda sinto. Agora tenho que ir. Adeus.’ Me virei para ir embora, e os fotógrafos não paravam de tirar fotos. Eles não tem vida não?!
Cheguei em casa arrasada, meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Mal cheguei em casa e o telefone tocou. As noticias correm rápidas mesmo. Atendi e era uma das meninas, conclui que elas queriam saber o porquê de eu ter feito tudo aquilo sem contar a verdade.
‘? Você está bem?’ perguntava. ‘Você está no viva voz com as outras meninas, só para avisar.’
‘Ah, oi meninas.’ Falei desanimada. ‘Sem querer ser chata, mas queria dormir um pouco. Não queria falar com ninguém.’
‘Não tudo bem, a gente entende. Só ligamos para saber o que o fez.’ falou.
‘Ele só perguntou se eu senti algo quando estávamos juntos. Só. Depois foi para o hotel.’
‘Cachorro! Bom, vai dormir. Mais tarde liga pra gente caso queria conversar.’ falou.
‘Pode deixar. Tchau.’ E desliguei.
Passei o resto do dia deitada na cama, dormindo, procurando emprego. Queria ter alguém aqui comigo, odeio ficar sozinha nessas situações. O melhor a se fazer é comer. Pedi pizza de calabresa (não existe coisa melhor), dois litros de coca só pra mim, e descobri que aqui em casa tem um pote de sorvete. Estou feita.
Quando ia começar a comer a campainha começou a tocar.
‘?’ Abri a porta e dei de cara com ela. E de repente surgi de trás dela. ‘?’ E , por sua vez, surgiu de trás dela. ‘? O que vocês estão fazendo aqui?’
‘Ué, viemos ver como nossa amiga esta. Não pode?’ falou entrando em casa.
‘Claro que pode, mas como vocês descobriram meu endereço?’
‘Os meninos estão no hotel que você trabalhava, e quando a gente foi lá conversar com eles, principalmente o pedimos o endereço de sua casa. Simples assim.’ falou.
‘E eles deram numa boa?’ Assentiram com a cabeça. ‘Ótimo saber que quando algum “estranho” pedir o endereço de casa eles vão dar. Isso vai me deixar mais segura.’ Ironizei.
‘É claro que falamos que éramos suas amigas, e eu mostrei uma foto nossa. Aquela do jornal sabe?’ mostrou o pedaço de jornal amassado.
‘Ah sim. Querem comer?’
‘Aham! Estamos morrendo de fome! Aquele hotel não tem NA-DA!’ falou.
‘Sabe, eu trabalhava naquele hotel.’ Falei.
‘Foi mal, mas eu estou falando a verdade. Acho que vou dar a dica de melhorar na parte de alimentação.’ Todos demos risadas.
Elas ficaram até tarde em casa, tentando me animar um pouco. Estava precisando exatamente disso.
Capitulo 7 – 24 de Dezembro.
O dia seguinte não foi muito animador. Tinha que procurar alguns empregos, e eu não estava nem um pouco animada com isso. Levantei e tomei um bom e demorado banho. Precisava relaxar um pouco. As meninas ficaram de ligar caso fossem fazer alguma coisa SEM os meninos. Se eles fossem eu fugiria sem ser notada. Encontrei um lugar com o emprego perfeito. Em uma gravadora, que por sinal é a mais famosa da Inglaterra. Marquei a entrevista e fui direto pra lá. Se tudo der certo, vou ser ajudante de algum empresário.
Estava na sala de espera, assistindo tv. Era um programa onde vários artistas iam, se apresentavam (caso fosse uma banda) e depois responderiam perguntas da platéia. Um programa interessante. Justin Timberlake iria no programa, e isso fez o meu dia. Ha, ha.
-#-
No camarim, estavam a banda Mcfly e suas namoradas. Estavam conversando animadamente antes deles entrarem no ar.
‘Eu ainda não acredito que você fez isso.’ comentava.
‘O que vocês querem que eu faça? Não fui eu quem mentiu!’ respondeu e logo depois deu um gole em seu red bull.
‘O que você fez foi a coisa mais idiota do mundo.’ falou e todos concordaram.
‘Ta bom, ta bom. Chega de lição de moral por hoje. Já basta da minha mãe ontem a noite.’
‘Se você realmente a amasse, não ligaria pelo que ela era.’ falou e deixou quieto.
‘Daqui a um minuto vocês entram meninos.’ Fletch, empresário dos meninos, os chamou.
-#-
Estava olhando fascinada para Justin quando de repente o apresentador anunciou que teria uma banda surpresa no programa. Quem será que era?
‘E com vocês, a banda misteriosa! Mcfly!’ O apresentador falou.
Ao ouvir a palavra “Mcfly” gelei, fiquei sem reação. Começaram a tocar seu novo single “All About You” e cada palavra que ouvia, meu coração batia mais forte. Olhava para e pensava como era possível alguém ficar mais bonito a cada dia que passa.
Quando acabaram de tocar foram para o palco do lado, onde responderiam as perguntas.
‘Oi meninos, eu me chamo Gabriela. Sou do Brasil e queria saber quando vocês vão fazer show lá.’
‘Bom, a gente gostaria de ir ao Brasil o mais rápido possível.’ falou.
‘E não só para fazer shows não! Ouvimos dizer que as mulheres brasileiras são gostosas!’ falou animado.
‘E claro, pelos fãs também, que são muito importantes.’ disse.
‘Muito bem, agora você garoto.’ O apresentador apontou para um menino.
‘Oi, me chamo Chuck e gostaria de saber o que vocês acham da mídia falando da vida pessoal de vocês. Se interfere em alguma coisa...’
‘Bom... é meio complicado isso, mas você acaba se acostumando.’ falou. Não conseguia olhar para nenhum lugar, a não ser para ele.
‘É uma merda, mas fazer o que? As revistas, jornais, televisão vivem para isso né?’ falou.
‘Sua vez menininho.’ O apresentador falou.
‘Oi, sou Lucas. Minha pergunta é para o . Você não acha que as pessoas cometem erros, mas merecem uma segunda chance? Principalmente se ela fez algo totalmente idiota, que não mudaria o que você sente por ela?’ Fiquei boba ao ouvir o que esse menininho de uns dez anos perguntou.
‘Ahm... É claro que elas merecem. Se você ama essa pessoa.’ Foi tudo que ele respondeu.
‘Por hoje é só pessoal! Amanha teremos os meninos do Son of Dork e do Linkin Park no estúdio! Nos vemos amanha. Tchau, Tchau!’ Ele sorriu, encerrando o programa.
Será que o que ele falou foi de coração? Que ele estava sendo verdadeiro? Fui chamada para minha entrevista. Acho que a resposta para minha pergunta, nunca vai chegar.
-#-
Eles foram para o camarim para poderem se encontrar com suas namoradas.
‘Meninas, preciso conversar com vocês.’ falou chamando-as para um lugar mais afastados. ‘Quero que vocês façam isso.’ E contou.
‘Pode deixar, nos vemos daqui a pouco.’ falou e deu uma piscadinha.
-#-
Minha entrevista havia corrido muito bem. Falaram que eu tinha chances de conseguir o emprego, que mais tarde ligariam para falar a resposta. A coisa é bem rápida mesmo.
Estava saindo da gravadora quando recebi uma mensagem de falando para nos encontrarmos na Starbucks.
Fui direto para Starbucks, e quando cheguei vi logo , e sentadas conversando algo que devia ser segredo. Afinal estavam cochichando. Cumprimentei e nem deu tempo de pedir um café ou comer um muffin, elas me levaram logo para um lugar que me parecia um estúdio. Estranhei, mas melhor não contrariar né? Estava tudo escuro, estranhei mais ainda. Elas me mostraram um lugar para sentar. Que me parecia de frente a um palco.
Estava esperando, e acenderam as luzes, menos as do palco e quando a banda começou a tocar foi iluminando cada um até chegar nele. Estavam tocando “All About You” que acabou virando minha musica preferida, desde então. Ao acabar, largou seu instrumento e foi ao microfone falar algo.
‘, eu sei que te magoei de alguma forma. E eu quero pedir desculpas por tudo que eu fiz. Você sabe que eu te amo, e sempre te amarei. Um menino hoje de manha me fez perceber que todos merecem uma segunda chance. E bom, eu concordo com ele. E essa musica, ela diz tudo.’ falou descendo do palco e vindo em minha direção. Me levantei, com os olhos cheios de lágrimas.
‘Isso foi lindo .’ E o abracei forte. Não queria solta-lo nunca. Queria sentir sua presença para sempre ao meu lado.
‘Você me desculpa por tudo?’ Ele perguntou, olhando profundamente em meus olhos.
‘É claro. Eu te amo, como não poderia te perdoar?’ Sorri, e ele fez o mesmo, limpando as lagrimas que caiam no meu rosto.
‘Eu te amo um tantão assim, ó.’ Ele abriu os braços o máximo que podia. Depois me abraçou esmagando-me, e me beijou. O melhor beijo existente na face da Terra. E é MEU! TIREM OS OLHOS!
The End
Ai *-*
Minha segunda fic, e isso é MUITO emocionante. Primeira fic? Searching for Fun, Finding Love . É minha e da Ju, ela tbm tem fics aqui. (making memories e the sweetness of a nickname)
BOM, quero agradecer a Deus, por me fazer existir. Obrigada. Minha família, sem ela eu não seria NA-DA. Minha família é foda, só tenho isso a declarar. Meus super-fodásticos amigos. Ju, Karol e o Lu principalmente. Por não me fazer desistir dos meus sonhos (o.o), por estarem sempre comigo quando eu precisava, por me zuarem, por tudo. Tudo mesmo. Fantastic Four ´till the end! Love ya!
AH! O Luccas tbm tem fics aqui @_@. E eu recomendo ao cubo a ler. Midnight e Not So Good, Not So Bad! VÃO CORRENDO LER! o/
Mcfly tbm é bom agradece né? Sem eles eu não teria feito essa fic. (ou teria, posso muito bem usar outra banda. como o simple plan. Depois eu falo deles, calma ae.) Dougie, meu palito de dente. Danny, nós somos especiais (palavras de ju), por isso somos irmão. Tom e Harry, é isso ae. Não, zuera. Tom e sua super covinha que deixa qualquer uma babando, obrigada. Harry, seu gostoso. (sorry judds, apenas falando a verdade.)
Simple Plan, man (of the hour hour! HJIODFOIFJIODSJFD). Eu amo tanto vocês. Brigada por tudo, mesmo fazendo eu ficar no aeroporto para nada durante cinco horas. Brigada por fazer o melhor show da minha vida. Obrigada por existirem.
FRIENDS. Caaaaaaaaara, existe coisa melhor? NÃO! Eu sei, sou o Joey então...How you doin´? HUDISHFUIAHSUIFAS ai cara, como eu sou foda.
Nota mental: parar de falar “cara” e “foda”.
Eu não sei mais o que falar. Acho que é isso ae.
Me senti uma super-star escrevendo o agradecimento pro cd. Coisa que um dia irá acontecer, não duvidem disso. Vou ter uma banda com a Ju, vamos ser famosas mundialmente e vamos lembrar de cada pessoa que parou e leu nossas humildes fics.
AH! Leitoras. O que eu seria sem vocês? Vai saber? Vai que ninguém lê essa fic. Mas obrigada por quem lê. Muitíssimo obrigada.
Comentem por favor.