null e null estavam naquelas típicas reuniões de trabalho, nas quais as famílias não têm opção de querer ou não ir.
null achava uma ótima idéia ter ido à reunião. Ela havia acabado de terminar um namoro no qual se dedicou muito, e não gostaria de ficar em Londres naquele final de semana para que as pessoas ficassem enchendo o saco com perguntas do tipo: “Você tá bem?” ou até mesmo tirando sarro: “E aí, como vão você e o Martin?”.
null tinha uma banda e não estava com a mínima vontade de gastar o tempo que ele tinha para ensaiar, Estava ali fazendo nada de bom, ou melhor, não fazendo nada, já que nem jogar aqueles joguinhos de celular ele podia. Porque seu celular tinha sido confiscado por sua mãe, já que ele não tinha ido bem nas matérias.
Até aquele momento nenhum dos dois se conheciam, mas null teve a grande idéia de ter uma crise de choro no meio daquela reunião e saiu correndo para fora do auditório. No meio do caminho, esbarrou em null, que quis ajudar a garota, mas ela somente saiu correndo. null saiu atrás da garota, primeiro porque ele havia a derrubado no chão e depois que não estava a fim de ficar ali mesmo.
- Hey! - disse null chamando a atenção da garota que estava sentada em um banco, do lado de fora, bem ao lado da entrada – O que aconteceu? – e sentou ao lado dela.
- Nada de muita importância. – disse ela limpando as lágrimas que escorriam de seus olhos – Somente uma pessoa que não deveria estar chorando.
null tinha mania de se abrir mais com desconhecidos do que com conhecidos. Se você pensar bem, é muito melhor, a pessoa desconhecida nem sabe quem você é, vai te ver uma vez só na vida, é o melhor jeito para desabafar.
- O que quer que seja, o melhor jeito de curar é conversando, vai, como é o seu nome? – perguntou null.
- null, e o seu? – perguntou ela.
- null, mais me chame de null! – disse ele animado e estampando um lindo sorriso no rosto.
null começou a chorar novamente. Martin era a única pessoa que conseguia sorrir para ela e fazer com que ela retribuísse, e ela não sabia por que, null se parecia um pouco com Martin nesse aspecto.
- Calma, null! – disse null – Posso te chamar assim né? – ele perguntou meio receoso.
- Prefiro ! - disse null sorrindo por causa do jeito de null, mas ainda sem parar de chorar.
null a abraçou e logo em seguida sussurrou em seu ouvido.
- Chora, , assim tudo passa.
null se sentiu muito melhor ao ser abraçada por null. Ela não sabia o que era, mas null passava pra ela um sentimento que a acalmava por dentro e que tocava lá no coração, nunca havia sentido algo assim por alguém, nem mesmo por Martin. null tinha mania de se apaixonar pelas pessoas que a ajudavam nos momentos difíceis, por mais que ela não os conhecesse muito bem, como no caso de null.
Após esse memorável acontecimento, null e null viraram amigos inseparáveis e não se desgrudaram mais. Mas como sempre, por trás de uma grande amizade há um grande amor, um se apaixonou pelo outro.
Estavam em uma festa, e tanto as amigas de quanto os amigos de null sabiam do sentimento que ambos compartilhavam.
- Ai! Parem com isso – null falava para as amigas que tentavam empurrá-la para cima de null.
E com null não era diferente.
- Poxa! Se vocês querem tanto que eu fale com ela, deixa que eu chego! – disse ele já irritado com a atitude dos amigos.
- Então vai lá, Romeu! – disse um deles desafiando null, que coçou a cabeça.
Ficou um em cada canto, até que null viu que assim não podia ficar e pediu para conversar com sua amiga, que aceitou.
- , sabe como é, você sabe muito bem que eu não sei enrolar né? E...- null tentava falar, mas null foi mais rápida e o beijou.
null já estava acostumado com o jeito prático da amiga de lidar com esse tipo de coisa, mas mesmo assim ficou um pouco assustado.
A partir dali o que era apenas uma amizade virou vício.
Vício era pouco para os dois, só não moravam juntos por causa da idade, mas se não fosse por isso já estariam casados, e com certeza já estavam juntos a tempo o bastante para isso. null tinha as chaves da casa de null e vice-e-versa. A única coisa que os faziam brigar era ciúmes, nada mais.
null já estava cansando daquilo, era muito tempo juntos. Dois anos com uma pessoa só não era pra ela, mas ela amava null e ela sabia que se eles dessem um tempo ele terminaria com ela, e não era bem isso que ela queria, só queria se divertir um pouco.
null estava em frente a casa de null, pegou as chaves da porta que estavam em seu bolso e a abriu cautelosamente. Queria fazer uma surpresa para ela.
Entrou na casa devagar e ao olhar para a sala, que era logo após a entrada teve um choque. null e “alguém” estavam se amassando no sofá.
Bom, null não tinha certeza de que era realmente sua namorada. A única coisa que ele tinha certeza era que tinha um casal se amassando no sofá e que eram pequenos demais para serem os pais da menina.
Conclusão: null estava chifrando null.
null saiu de lá do mesmo jeito que havia entrado, nuca havia passado por isso, e não sabia como deveria agir em uma situação como essas, então achou melhor sair dali e pensar em algo para fazer mais tarde.
- Amor!-null disse ao chegar no colégio.
- Oi. - disse null mergulhado em seus pensamentos.
- O que aconteceu?- disse ela com medo de que ele soubesse de algo.
- Nada não, gatinha. – disse ele puxando a garota pela cintura e a beijando.
- Cara, o que deu em você? - perguntou null – Tu tá muito estranho, cara.
- Poxa! Vou te dizer, dude!- null começou a falar – Eu acho que a tá me traindo.
- Uh! - disse null com cara de assustado – Por que você acha isso?
- Eu a vi com outro cara na casa dela. Dude, eu tô desesperado!- e passou as mãos pelo cabelo - Eu não sei o que fazer.
- Termina com ela!- null disse como se fosse óbvio.
- Mas...
- Dude, ela tá te usando!
null estava em casa com null, ou melhor, estava em cima do sofá se amassando com ele.
null mais uma vez estava em frente a casa de null, mas dessa vez era para terminar o namoro, ele realmente não tinha certeza de que queria fazer isso, mas era o certo.
Chegou em frente à porta, ele sabia que estava, mais ou menos, a uns dez passos de sua namorada e do cara com quem ela estava se amassando. Deu meia volta, ele não conseguiria entrar na casa dela e dar de cara com os dois.
Mas ele não queria deixar aquilo assim.Não mesmo.Ela iria ver o que é bom.
null estava constantemente pensando sobre o que ia fazer em relação a sua namorada. Não ia para a escola à dois dias, mas no dia seguinte, sexta-feira, teria prova, esse dia ele não poderia faltar.
Ele olhou para a escrivaninha e viu um caderno aberto com uma caneta em cima e teve uma idéia, e nessa ela iria ver que corno manso ele não é.
“null,
Até, mais ou menos, uma semana atrás eu não sabia que eu ainda estava em fase de crescimento, quero dizer, que minha cabeça, ou galhada como preferir, estava crescendo constantemente.
Isso é um pecado? Ou eu estou apenas sonhando?
Um outro dia vi vocês dois andando nas margens de um rio, e eu como estava constantemente te seguindo vi quando ele te puxou para mais perto, e eu vejo que é a hora de eu finalmente fazer o que eu tento pensei em fazer.
Talvez fazer algo que possa mudar a minha vida para sempre.
Mas iria adiantar? Não.
Diga pra mim, iria adiantar? Não.
Então eu posso ficar olhando vocês dois juntos, ou simplesmente ir embora.
Eu vou simplesmente sair e beber com os meus amigos, pra esquecer de tudo isso que esta acontecendo.
Mas não se preocupe, eu nunca iria atropelá-lo. Não sou idiota, isso iria estragar todo o meu carro.
Também não vou cortar o pescoço dele, isso iria estragar o que a coitada da mãe dele fez com tanto carinho.
Eu NUNCA iria estragar a minha vida para sempre.
Pelo quão doente você é.
Com amor,
null.”
null estava parada na frente de seu armário lendo o bilhete. “Não é possível!” ela pensava “Como ele decobriu?”, leu novamente o bilhete prestando mais atenção e viu a parte que falava sobre as chaves.
- Hum... – ela resmungou – Bom, agora que eu comecei e ele enrolou, eu termino, não é?
null saiu andando em direção ao pátio do colégio e avistou null e seus amigos conversando. A cada passo que dava sua raiva aumentava mais e mais, apesar de ela não ter motivos para guardar aquele sentimento.
- Satisfeito agora? – ela disse entregando a aliança que usava na mão esquerda e o bilhete meio amassado para null – Fique feliz e aproveite a vida, porque como você sabe a minha eu já estou aproveitando.
FIM
Nota da autora: eeebbbaaaaa...terminei mais uma fic, bom a única coisa que eu tenho pra fazer aqui é agradecer a Cine, que me ajudou com a fic, já que era a primeira fic q eu escrevi com a intenção de mandar pro addiction, e para minha amigas Boo, que me ajudou também com a fic, tanto quando eu não tinha mais idéias quando eu estava empolgada com umas idéias furadas.
Espero que tenham gostado!!