Era um quarto de hotel. Último andar. “Oh famosa
cobertura”. Ela observava o final da tarde através
da grande janela de vidro, sentada naquela cama de casal
‘king size’, que o quarto oferecia. O sol ainda
não começara a se pôr, mas em alguns
minutos começaria, o céu já estava
naquele tom roxo-laranjado. Do seu quarto era possível ver a
torre Eiffel e seus visitantes, que eram minúsculos por
causa da distância. Pensou pelo que passou durante o dia e
resolveu tomar um banho, como se a água fosse levar embora
todas as suas preocupações. Ter que aturar quatro
horas seguidas, sem intervalos, de reunião não
fora uma tarefa fácil, mas sim cansativa, ainda mais com a
voz estridente e aguda de sua chefe, que, aparentemente, a
única coisa que sabia fazer na vida era reclamar e botar
defeito em tudo quanto é acontecimento dentro de sua
própria editora. Mas não reclamava, gostava do
seu trabalho, era jornalista, ganhava até mais do que um dia
sonhou em ganhar como salário e ainda podia viajar pelo
mundo para realizar seu trabalho com mais profissionalismo, como hoje,
chegara em Paris poucas horas antes da tediosa reunião.
Lavava cada parte do seu corpo com leveza e cuidado, queria que a
água levasse embora cada mínimo detalhe de sua
frustração com a famosa Sra. Carolynn. Deixou a
água corrente cair em sua nuca enquanto respirava o perfume
de jasmim do sabonete que espalhava pelo corpo. Quando
começou a se sentir mais leve ela desligou o chuveiro, o
vapor quente da água subitamente deixou de existir, o que
fez com que ela se arrepiasse por causa do frio e puxasse a toalha que
estava pendurada no Box para por em volta do seu corpo e se aquecer
enquanto se enxugava. A tolha era macia como veludo. Enxugava o corpo
com calma, não fazia questão que o tempo passasse
rápido.
Quando terminou de vestir seu pijama de seda escutou a barriga roncar.
Estava com preguiça de comer, mas sabia que precisava,
afinal passou o dia sem uma alimentação
sustentável e era possível que, se não
comesse, pudesse acabar desmaiando no simples ato de por os
pés no chão na manhã seguinte.
Observava o cardápio enquanto ligava para o restaurante do
hotel. Pediu o que lhe chamou atenção, Spaghetti
Integrali Vegetariani, um prato italiano. Era o que ela
gostava, massa e ainda os vegetais. Mesmo estando em Paris,
não fez questão de pedir uma comida da cozinha
francesa. Foi até o frigobar do quarto após pedir
o jantar, observou três garrafas de água e o
champagne francês. Pegou uma das garrafas de água
e sentou-se à mesa esperando pelo jantar que não
demorou a chegar.
Acordou na manhã seguinte com o som do telefone, ela pediu
à recepção que a acordasse no
horário. Eram sete horas. Teria mais um, realmente, longo
dia com a Sra. Carolynn pegando no seu pé com
matérias sobre isso e matérias sobre aquilo.
Apenas desejava que a mulher calasse a boca e a deixasse pensar com
calma enquanto escrevia.
- - • - -
Fora deixado acordar sozinho mais uma vez. Queria saber
porquê os amigos sempre o deixava na mão na hora
de acordar para trabalhar, seja o trabalho ensaiar, escrever mais
músicas ou até mesmo verificar o som da
aparelhagem para o futuro show. Encarou o relógio e percebeu
que não era tão tarde quanto pensou que fosse.
Espreguiçou-se, passando as mãos pelos
lençóis macios da cama do hotel. Foi tomar banho,
não sabia o que iria fazer pelo resto do dia, era apenas
questão de encontrar-se com os amigos para decidirem, a
menos que os próprios já tivessem tomado alguma
decisão, afinal apenas ele não estava
lá para compartilhar os horários que seriam
cumpridos.
- - • - -
Enquanto caminhava pelo corredor, ela ajeitava as coisas dentro de sua
bolsa e segurava algumas pastas do trabalho, não conseguia
prestar atenção no caminho que tomava. Ele
abotoava sua camisa, com o casaco por cima, e cantarolava qualquer
coisa que vinha em sua mente. Foi quando se esbarraram. Com tanta
força que ela caiu no chão e ele caminhou alguns
passos para trás na busca do equilíbrio. Ficaram
assustados. Todas as folhas voaram das pastas. Alguns dos objetos que
estavam na bolsa dela também caíram no
chão. Ele ficou com o botão que tentava abotoar
durante o caminho na mão.
- Desculpa! – Eles pediram ao mesmo tempo. Soltaram uma
risada em seguida. Não tinham ficado estressados um com
outro. Sabiam que, talvez, o dia poderia ser pior.
Ele chegou próximo dela, que estava ajeitando os
papéis dentro das pastas, e ajoelhou-se para ajuda-la.
Não trocaram uma sequer palavra após terem pedido
desculpas um ao outro. Nada passou de olhares trocados. Enquanto ele
juntava os papéis em uma única pilha e a
observava, ela deixou o sorriso tomar conta de seu rosto, como resposta
ao olhar do garoto. Ele era bonito. Tinha um olhar penetrante e fora do
comum. Entregou a pilha de folhas que fez à ela, que as
ajeitou dentro de uma das pastas e agradeceu. Ajudou ela a levantar e
caminharam até o elevador. Estavam no
quadragésimo quinto andar esperando o meio de transporte,
que parecia uma lesma, entre os andares chegar. Fizeram uma parada na
metade do caminho, alguma família, provavelmente de
férias, precisava, assim como eles, do elevador. Entraram e
posicionaram-se exatamente entre os dois, que agora ficaram separados.
No térreo, ele observou que a garota saía do
prédio com pressa de chegar em algum lugar. Hesitou, por
isso não conseguiu chamá-la para alguma conversa.
Nem conseguiu perguntar seu nome. Sendo assim, resolveu tomar seu rumo
ao espelho do lobby do hotel, para ajeitar seu disfarce antes de sair
pelas ruas de Paris e encontrar-se com os amigos que estariam na
rádio, esperando para mais um programa ao vivo.
- - • - -
- Como assim não perguntou pelo nome dela? –
exclamou
incrédulo, esse era o garanhão dos quatro amigos,
sempre se saía na melhor com as mulheres. – Essa
é a primeira coisa que se faz quando se encontra com uma
mulher tão bonita quanto você diz, num acidente
desses.
- Pelo menos ela está hospedada no mesmo hotel que
nós estamos. – Ele deu de ombros.
- Vocês entram no ar em cinco minutos. – Uma jovem
com sotaque francês os avisou.
- - • - -
- E então, o que você vai fazer? –
perguntou.
- Esperar, certo? Ele pode ter um rosto familiar, mas eu nem, ao menos,
sei o nome do príncipe dos olhos
. – Ela
respondeu, sonhadora.
- Como não sabe? Ele não se apresentou?
Não fez nada?
- Me ajudou com o que eu deixei cair no chão. –
Agora ela abriu um sorriso.
- Ao menos é cavalheiro. Está hospedado no mesmo
hotel, certo?
- E provavelmente mesmo andar.
- Ótima oportunidade para entrar no quarto errado.
– Ela fez uma cara, supostamente, sexy.
- Ai,
! Para de pensar
coisas. Anda, temos uma Carolynn para enfrentar.
- - • - -
Conseguiu um pedaço da tarde de folga. A mulher chegou no
hotel para retirar sua chave na recepção e
dirigiu-se para o bar, próximo a entrada do hotel.
- Ouviu falar do assassinato no hotel ao lado? – A bartender
perguntou ao perceber a cara de espanto da mulher ao ver a quantidade
de policiais rondando pela rua e pelo hotel.
- Não. – Tomou um gole da água que
pediu.
- Alarmaram um bom pedaço da polícia francesa e
estão revistando todos os homens solteiros.
Lembrou-se do garoto com quem se esbarrou pela manhã e
pensou se ele estaria acompanhado de alguém.
- E você? Está acompanhada? – A
bartender perguntou após algumas horas de
conversação sobre o crime. Desviou o olhar da
cliente para a porta. – Ah, meu Deus. – Disse como
se fosse derreter.
- O quê? – Virou o rosto para a porta e viu ele.
Aquele mesmo com quem se esbarrou pela manhã. Ele acabara de
ser interrompido pela polícia, queriam revista-lo. Sorriu
para a bartender, que caia em pedaços pelo garoto sem ao
menos perceber que policiais o interrogavam.
- Vous êtes seul, monsieur?
(Está sozinho, senhor?) – Um policial perguntou,
em francês, enquanto outro passava a mão pelo
corpo do garoto, sem censura, buscando por alguma pista, revistando
ele. Ele, por sua vez, levou as mãos ao ar e olhou para
frente, os amigos já tinham voltado para o hotel, ele foi o
último a voltar, encarou ela. Olhos fixos um ao outro. Sem
ao menos piscar. Os policiais perceberam o contato dos olhares.
– Vous êtes accompagné?
(Vocês dois estão juntos?)
Percebendo que ele não entendia uma sequer palavra do que os
policiais diziam, ela tomou uma iniciativa.
- Oui, monsieurs, il est avec moi. (Sim, senhores,
ele está comigo) – Virou o rosto para o garoto.
– Venha. Aonde passou o dia todo? Pensei que tivesse
entendido o horário! – Fingia brigar com o
“marido” para se livrar dos olhares suspeitos dos
policiais.
- -
• - -
- Obrigado. – Dentro do elevador ele agradeceu. Ela apertou o
botão do quadragésimo quinto andar.
- De nada. Que andar?
- O mesmo. – O mesmo silêncio da manhã
tomou conta do elevador. O silêncio estranho, que fazia ambos
se sentirem constrangidos. – Erm... – Ela virou o
rosto para ele. –
.
, ou apenas
. – Ele
esticou a mão para a garota.
-
.
, ou apenas
. –
Observou o botão que faltava na camisa do garoto, sorriu e
apertou a mão dele.
- Ah, mas isso é, realmente, ótimo! –
disse quando
chegaram ao andar dos seus apartamentos e viram mais um policial
rondando pelo corredor.
- Deve ter um por andar. Anda, vem! – Ela pegou na
mão dele, como se fossem namorados, e o levou para seu
apartamento, sem, ao menos, decidirem se eles iriam para o apartamento
dele ou dela.
Fechou a porta atrás de si enquanto ela largava a bolsa por
cima de uma das cadeiras da mesa que tinha no quarto e tirava o casaco.
pôs o
ouvido contra a porta para tentar escutar alguma coisa, mesmo que isso,
provavelmente, não aconteceria. Lembrou dos amigos.
- Eu queria saber como
,
e
vão sair
dessa. – Pensou alto.
- Quem?
- Ah, uns amigos meus. – Sorriu simples. Ela assentiu e foi
até a janela. Como no dia anterior, já era final
de tarde. Enquanto abria as cortinas, esperava poder ver o mesmo
céu de ontem... e viu. Parecia tudo tão calmo
lá em cima. As luzes começavam a acender pouco a
pouco.
caminhou
até
, ficou em
pé ao lado dela. – Do meu quarto não se
tem essa visão. É realmente bonito aqui.
– Ele tentava puxar assunto, mas a garota parecia silenciosa,
parecia não querer conversa.
sentou-se na cama
e
tirou os sapatos. – Olha, se você não
estiver gostando da minha companhia, eu posso sair, vou pro meu quarto
e te deixo aqui sozinha. – Ele parecia chateado, mas sabia
que não tinha motivos. Eles não se conheciam. Ela
soltou uma risada bufada, como se estivesse tirando com a cara do
garoto.
- Como? Com o policial ali fora? Que te viu entrando no quarto comigo
pensando que nós fossemos um casal?
- Ah, é. –
parecia ter
esquecido tudo o que acontecera com ele na entrada do hotel.
– Mas então, o que vamos fazer? Eu não
te conheço e você não me conhece, mas
deve estar pensando que eu sou uma matraca que não sabe
calar a boca. – Ela encarou as pernas, estava sentada, e
soltou uma risada. Olhou para o garoto que ainda estava
próximo a janela.
- Sente aqui. – Ele apalpou a cama, mostrando onde ele
poderia sentar. Na frente dela. Esticou a mão e sorriu.
– Muito prazer, meu nome, como você já
sabe, é
, ou
, descendente de
, brasileira...
– Ele pareceu espantando. – O quê?
- Brasileira.
- É. Moro em Londres desde os 18 anos, sou jornalista e
estou aqui em Paris para aturar minha chefe, Sra. Carolynn –
Fez voz fanha ao falar o nome da chefe -, em milhões de
reuniões que parecem durar o dia inteiro. Essa sou eu. E
você? – Ele riu do jeito ‘cara de
pau’ que ela se apresentou agora.
- Bom, eu, como você, também, já sabe,
me chamo
, mas, na verdade,
têm mais nomes entre o nome e sobrenome, mas eu estou com
preguiça de falar eles... – Ela riu. – O
quê?
- Todas as palavras extras, que você disse não
querendo dizer seus outros nomes, você poderia ter usado
para, justamente, dizer seu nome completo.
- Agora já é tarde demais. Nasci em
, na Inglaterra,
mas
moro em Londres e... – Não sabia se falava o
verdadeiro motivo de estar em Paris, que logo explicaria sua
profissão.
- E... –
parecia curiosa
com
o que o garoto iria dizer.
- Você não tem cara de que seja uma daquelas
fãs loucas que vão berrar até as
cordas vocais ficarem gastas.
- Mas eu posso fazer isso, se você quiser.
- Por Deus, não! – Ele gargalhou de leve do jeito
cômico da garota que acabara de conhecer. –
Continuando, sim?
- Fique à vontade. – Ela assentiu.
- E estou em Paris por que tenho uma banda...
- Ahá! Sabia que te conhecia de algum lugar! - Ela passou a
mão livre pelos cabelos. – Desculpe, pode
continuar.
- McFLY, é a banda.
- Mais alguma coisa?
- Hum, acho que não. – Sorriu. Ainda estavam de
mãos dadas. Ficaram sem jeito e se soltaram num
rápido ato.
- Eu vou... Vou tomar banho.
- Claro.
- Pode assistir TV, se quiser.
- Obrigado.
Ela entrou no banheiro e encostou-se à porta ao fecha-la,
escorregando até o chão. Estava com as pernas
trêmulas. Respirou fundo e foi ligar o chuveiro.
No quarto, ele escutou o chuveiro ser ligado e ficou pensando em como
conseguiu se meter numa situação dessas. Quer
dizer, ele sabia, mas ainda não acreditava que estava
sentado em uma cama, assistindo TV em um quarto de hotel de Paris sem
ao menos saber realmente quem era a mulher que acabou de conhecer. Bom,
sabia seu nome e sua profissão e ela o salvou de uma,
provavelmente, grande confusão. Ela era bonita. Tinha os
cabelos
e os olhos...
Agora ele ficou confuso, pela manhã aqueles olhos
estavam
tão escuros que pareciam ser pérolas negras, mas
agora pela tarde eles estavam incrivelmente claros.
A porta do banheiro abriu e de lá saiu
, uma
com cabelos
molhados, com perfume de jasmim e vestindo a camisola rosada de seda.
Caminhou até a cama. Eram passos leves, passos de bailarina.
Sentou-se ao lado dele. Ele ficou paralisado.
- Quer tomar banho?
- Quê? – Ele saiu do momento de transe.
- Queres tomar um banho? – Sorriu.
- E colocar a mesma roupa depois? O problema não
é nem a roupa, o problema é... Você
sabe.
- A cueca.
- É.
- Lava a cueca no banho e depois me dá ela, tem secador no
banheiro.
- HAHA, fala sério. – Ele riu irônico.
- To falando a verdade. Ou então fique com a cueca usada.
- Não, vou ficar com a primeira opção.
– Ela gargalhou. – Tá rindo do
quê?
- Nada.
caminhou
até o banheiro e fechou a porta, sem trancar. Viu o sabonete
de jasmim de
e percebeu de onde
vinha perfume dela. Procurou por outro sabonete pelo banheiro e viu, em
cima da pia, o sabonete que o hotel oferece à todos os
hóspedes.
-
! – Ela
estranhou o chuveiro ainda não ter sido desligado, mas foi
até o banheiro.
- O quê? – Perguntou do outro lado da porta.
- Entra.
- Mas tu ainda tá tomando banho.
- Entra! –
entrou no banheiro
e
viu a cueca dentro da pia. Teve que rir. – Por que
você só RI?
- Porque é uma situação
engraçada. Quer dizer - Ela torceu a cueca e ligou o secador
-, eu nunca imaginei que eu estaria secando a cueca de um cara que eu
mal conheço. – Ele terminava o de enxaguar o
cabelo. Desligou o chuveiro e riu.
- Um dia você vai se casar com alguém, eu acho.
– Enrolou a toalha na cintura e saiu de dentro do Box.
- Mas quando esse dia chegar, eu vou conhecer meu marido,
não acha? – Virou seu rosto, encarou o
tórax nu e molhado do garoto. Voltou a
atenção para o secador, antes que fizesse algo de
errado. Ele ficou parado atrás da menina.
- É um certo “treino” secar a cueca
alheia. – Ela gargalhou mais agora. Olhou para o espelho
embaçado. Na borrada imagem refletida ela percebeu que a
mão de
ia em
direção do corpo dela. O garoto tocou, com sua
mão úmida, o ombro nu dela.
sentiu um
arrepio
passear pela sua espinha e virou seu rosto, como se fosse apoia-lo na
mão de
, mas apenas
acariciou a mão. Voltou a prestar
atenção no secador.
- Pronto. – Alcançou a cueca para o garoto e saiu
do banheiro, deixando ele trocar de roupa sozinho.
voltou a
assistir
TV. Nem ela sabia o que estava passando de interessante naquele canal,
estava apenas pensando naquele garoto dentro do seu banheiro. Ele saiu
de lá escancarando a porta, deixou escapar pela
mão, sem querer. Ela encolheu as pernas, de susto, quando a
porta bateu com força na parede.
- Merda! – Ele exclamou. Estava usando apenas a samba
canção e a blusa que faltava um botão.
– Desculpa. – Caminhou até a cama e
aconchegou-se na ponta da mesma, ao lado de
. –
Então – ela virou o rosto da TV, que mudava de
canal freneticamente -, durmo onde? Você provavelmente
não quer um estranho dormindo ao seu lado. – Ela
pensou. Não tinha nada contra aquilo, mas preferia se
prevenir.
- Eu achei estranho, mas tem um colchonete dentro do armário.
- Sério? – Ele falou indo até o
armário. – Por que diabos um hotel teria um
colchonete dentro do armário? –
tirou o colchonete
do armário e esticou na frente do corpo.
- Vai saber. Talvez saibam que duas pessoas que nunca se viram na vida
um dia resolvam dormir num mesmo apartamento de hotel. – Ela
deu de ombros rindo indo ajudar ele ajeitar o colchonete
próximo da cama.
Ela foi deitar na sua cama enquanto ele pegava uma coberta que,
também, tinha no armário.
- Vai dormir agora? –
perguntou
observando
ela pelo canto do olho.
- Acho que sim? Tem algo de interessante pra fazer, porque parece que
vai chover e eu odeio chuva à noite.
- Odeia chuva de noite? É a melhor coisa pra dormir.
– Ele pegava o travesseiro que ela alcançava para
ele ajeitar sua “cama”.
- Na verdade é medo dos relâmpagos, raios,
trovões e medo de escuro às vezes. É
um trauma de infância. Uma vez caiu um raio na casa na frente
da casa em que eu morava, quando eu tinha 5 anos. Desde lá
isso se tornou um trauma.
- Caramba. Mas não te assusta, nada vai acontecer.
– Caminhou até o outro lado da cama, onde
se preparava para
dormir. - Boa noite. – Ele desejou dando um beijo na testa da
garota ao perceber que ela já estava se ajeitando por
debaixo da coberta.
- Boa noite,
. – Ele
sentiu os pelos da nuca arrepiarem ao escutar ela falar seu nome. Soava
tão bem. Queria que aquilo repetisse, pra toda vez ter a
mesma sensação.
Durante a madrugada a chuva começou. Eram duas e trinta e
sete quando
foi acordado por
um
toque em suas costas, junto com um gemido, como se alguém
estivesse se escondendo de algo perigoso. Ele se virou e viu
se encolhendo
próxima ao seu corpo após um trovão,
que por sinal fez um estrondo. Soltou uma risada bufada.
- Já entendi.
- Não ri da minha cara. – Ela escondia o rosto no
peito do garoto a cada trovão que escutava.
- Não vou rir da sua cara. O problema é que
é engraçado ver você, uma mulher
já feita, com medo de trovão.
- Ah! –
soltou um grito
quando percebeu que o raio caiu próximo do hotel e tudo
lá fora escureceu.
- Isso é o que o seu medo provoca. –
falou
abraçando
, que estava
mais
assustada do que antes. – Vem cá, esse colchonete
é meio desconfortável para uma pessoa como
você, não acha? – Ela olhou nos olhos do
garoto que refletiram o clarão do relâmpago,
deixando os olhos
mais claros ainda.
Escondeu o rosto de novo. – Assim você me lembra
uma avestruz, só esconde o rosto.
- Há-há-há! Queridiiinho. –
Puxou as bochechas dele.
- Ai, ai, ai, pára! Não puxa com força.
- Descul... – Soltou mais um gemido e escondeu o rosto no
peito dele de novo. Ele a abraçou com mais força.
- Eu vou repetir a pergunta: esse colchonete é meio
desconfortável para uma pessoa como você,
não acha?
- Eu vou ficar sozinha na minha cama e ter que bancar a avestruz, como
você diz, no travesseiro.
- Vem, - ele se levantou do colchonete – quando
você dormir eu volto pra minha posição
inicial de ‘colchoneteiro’. – Ela riu e o
acompanhou até a cama. Ambos deitaram naquela cama
‘king size’ e ele a cobriu. – Vai ficar
calma?
- Vou tentar. – Mais um relâmpago caiu do lado de
fora fazendo com que ela se escondesse em
, mas dessa vez o
impulso de querer se esconder foi muito forte, ele perdeu a
força no braço em que estava apoiado e caiu no
colchão com
por cima de seu
corpo. Olhou nos olhos dele enquanto aproximavam os rostos.
-
. –
Ele
parecia sem ar.
-
. – Ela
suspirou.
Os lábios colidiram. Ela colocou as mãos no rosto
do garoto enquanto, com uma mão, ele aprofundava o beijo e,
com a outra, acariciava as costas dela. Ambos sentiam que era um beijo
violento, porém cauteloso. As línguas brincavam
uma com a outra. Os lábios dele eram macios, os dela
pareciam mel. Parecia vício. Foi bem recebido e
correspondido com vontade. Segurou a cintura dela com mais
força. Ela desceu a mão até o samba
canção que ele usava e ficou por lá,
apenas provocando o garoto que soltava leves gemidos de prazer. Na sua
vez,
foi escorregando
sua
mão, que estava na cintura, pela coxa de
, acariciava o
corpo da garota. Foi puxando de vagar a camisola rosada dela
até a cintura, onde parou junto com o beijo. Se encararam e
sorriram, não deixaram que nenhuma palavra tomasse conta
daquele momento. Ela fechou os olhos e esperou, esperou que ele a
beijasse de novo. De repente,
a puxou pelo
cabelo
e virou-a na cama, deitando-se sobre ela. Colocou as mãos
nas pernas dela, fazendo com que os corpos se encaixassem e ele pudesse
ter mais controle da situação. Sentiu ela tremer
com o toque dele. Tirou a camisola dela.
Olhando nos olhos de
, ele sutilmente
tirou o samba canção, ela pôde sentir
que ele pedia por aquilo.
mordeu o
lábio inferior e sorriu quando sentiu as mãos
dele tirando sua própria calcinha.
Ao sentir ele entrando em seu corpo, soltou um gemido de prazer. Agora
nada importava ou sequer existia, nem mesmo os trovões
lá fora faziam ela ter sentimento algum fora o
êxtase. Escorregou as mãos para as costas de
, onde as unhas,
às vezes, o arranhavam, sem querer. Ele estava sendo gentil
com ela, não queria machuca-la, manteve a velocidade num
modo em que ambos não paravam de sentir aquilo que pareciam
tanto querer. De repente,
despencou ao lado
de
. Ele a
abraçou ao perceber o clarão do
relâmpago, pensando que ela pudesse estar sentindo algum medo.
- Ainda está com medo?
- Não mais. – E sorriu, roubando um selinho do
rapaz que a aconchegou ainda mais em seus braços logo
rendendo-se ao sono.
• this is just the first met...
Vou agradecer todas vocês que leram (er oO) e dizer que tem
continuação :D
na verdade eu nem sei o que dizer, porque essa fic foi escrita ano
passado e eu não tinha feio nenhum agradecimento nela, tipo,
era uma das minhas primeiras fics e foi a primeira que eu finalizei
(óbvio, Rafaela, é short fic! só um
retardado e débil mental não terminaria um short
fic) UHFOSADIFHUOIFHAOSDFHIUAH ta certo... acho que
é isso. se quiserem elogiar, xingar, reclamar, comentar,
etc, mandem um e-mail, ou apenas pensem o que acharam. ENFIM, fiquem
à vontade, a fic é para vocês, right? (:
Era um quarto de hotel. Último andar. “Oh famosa
cobertura”. Ela observava o final da tarde através
da grande janela de vidro, sentada naquela cama de casal
‘king size’, que o quarto oferecia. O sol ainda
não começara a se pôr, mas em alguns
minutos começaria, o céu já estava
naquele tom roxo-laranjado. Do seu quarto era possível ver a
torre Eiffel e seus visitantes, que eram minúsculos por
causa da distância. Pensou pelo que passou durante o dia e
resolveu tomar um banho, como se a água fosse levar embora
todas as suas preocupações. Ter que aturar quatro
horas seguidas, sem intervalos, de reunião não
fora uma tarefa fácil, mas sim cansativa, ainda mais com a
voz estridente e aguda de sua chefe, que, aparentemente, a
única coisa que sabia fazer na vida era reclamar e botar
defeito em tudo quanto é acontecimento dentro de sua
própria editora. Mas não reclamava, gostava do
seu trabalho, era jornalista, ganhava até mais do que um dia
sonhou em ganhar como salário e ainda podia viajar pelo
mundo para realizar seu trabalho com mais profissionalismo, como hoje,
chegara em Paris poucas horas antes da tediosa reunião.
Lavava cada parte do seu corpo com leveza e cuidado, queria que a
água levasse embora cada mínimo detalhe de sua
frustração com a famosa Sra. Carolynn. Deixou a
água corrente cair em sua nuca enquanto respirava o perfume
de jasmim do sabonete que espalhava pelo corpo. Quando
começou a se sentir mais leve ela desligou o chuveiro, o
vapor quente da água subitamente deixou de existir, o que
fez com que ela se arrepiasse por causa do frio e puxasse a toalha que
estava pendurada no Box para por em volta do seu corpo e se aquecer
enquanto se enxugava. A tolha era macia como veludo. Enxugava o corpo
com calma, não fazia questão que o tempo passasse
rápido.
Quando terminou de vestir seu pijama de seda escutou a barriga roncar.
Estava com preguiça de comer, mas sabia que precisava,
afinal passou o dia sem uma alimentação
sustentável e era possível que, se não
comesse, pudesse acabar desmaiando no simples ato de por os
pés no chão na manhã seguinte.
Observava o cardápio enquanto ligava para o restaurante do
hotel. Pediu o que lhe chamou atenção, Spaghetti
Integrali Vegetariani, um prato italiano. Era o que ela
gostava, massa e ainda os vegetais. Mesmo estando em Paris,
não fez questão de pedir uma comida da cozinha
francesa. Foi até o frigobar do quarto após pedir
o jantar, observou três garrafas de água e o
champagne francês. Pegou uma das garrafas de água
e sentou-se à mesa esperando pelo jantar que não
demorou a chegar.
Acordou na manhã seguinte com o som do telefone, ela pediu
à recepção que a acordasse no
horário. Eram sete horas. Teria mais um, realmente, longo
dia com a Sra. Carolynn pegando no seu pé com
matérias sobre isso e matérias sobre aquilo.
Apenas desejava que a mulher calasse a boca e a deixasse pensar com
calma enquanto escrevia.
- - • - -
Fora deixado acordar sozinho mais uma vez. Queria saber
porquê os amigos sempre o deixava na mão na hora
de acordar para trabalhar, seja o trabalho ensaiar, escrever mais
músicas ou até mesmo verificar o som da
aparelhagem para o futuro show. Encarou o relógio e percebeu
que não era tão tarde quanto pensou que fosse.
Espreguiçou-se, passando as mãos pelos
lençóis macios da cama do hotel. Foi tomar banho,
não sabia o que iria fazer pelo resto do dia, era apenas
questão de encontrar-se com os amigos para decidirem, a
menos que os próprios já tivessem tomado alguma
decisão, afinal apenas ele não estava
lá para compartilhar os horários que seriam
cumpridos.
- - • - -
Enquanto caminhava pelo corredor, ela ajeitava as coisas dentro de sua
bolsa e segurava algumas pastas do trabalho, não conseguia
prestar atenção no caminho que tomava. Ele
abotoava sua camisa, com o casaco por cima, e cantarolava qualquer
coisa que vinha em sua mente. Foi quando se esbarraram. Com tanta
força que ela caiu no chão e ele caminhou alguns
passos para trás na busca do equilíbrio. Ficaram
assustados. Todas as folhas voaram das pastas. Alguns dos objetos que
estavam na bolsa dela também caíram no
chão. Ele ficou com o botão que tentava abotoar
durante o caminho na mão.
- Desculpa! – Eles pediram ao mesmo tempo. Soltaram uma
risada em seguida. Não tinham ficado estressados um com
outro. Sabiam que, talvez, o dia poderia ser pior.
Ele chegou próximo dela, que estava ajeitando os
papéis dentro das pastas, e ajoelhou-se para ajuda-la.
Não trocaram uma sequer palavra após terem pedido
desculpas um ao outro. Nada passou de olhares trocados. Enquanto ele
juntava os papéis em uma única pilha e a
observava, ela deixou o sorriso tomar conta de seu rosto, como resposta
ao olhar do garoto. Ele era bonito. Tinha um olhar penetrante e fora do
comum. Entregou a pilha de folhas que fez à ela, que as
ajeitou dentro de uma das pastas e agradeceu. Ajudou ela a levantar e
caminharam até o elevador. Estavam no
quadragésimo quinto andar esperando o meio de transporte,
que parecia uma lesma, entre os andares chegar. Fizeram uma parada na
metade do caminho, alguma família, provavelmente de
férias, precisava, assim como eles, do elevador. Entraram e
posicionaram-se exatamente entre os dois, que agora ficaram separados.
No térreo, ele observou que a garota saía do
prédio com pressa de chegar em algum lugar. Hesitou, por
isso não conseguiu chamá-la para alguma conversa.
Nem conseguiu perguntar seu nome. Sendo assim, resolveu tomar seu rumo
ao espelho do lobby do hotel, para ajeitar seu disfarce antes de sair
pelas ruas de Paris e encontrar-se com os amigos que estariam na
rádio, esperando para mais um programa ao vivo.
- - • - -
- Como assim não perguntou pelo nome dela? –
exclamou
incrédulo, esse era o garanhão dos quatro amigos,
sempre se saía na melhor com as mulheres. – Essa
é a primeira coisa que se faz quando se encontra com uma
mulher tão bonita quanto você diz, num acidente
desses.
- Pelo menos ela está hospedada no mesmo hotel que
nós estamos. – Ele deu de ombros.
- Vocês entram no ar em cinco minutos. – Uma jovem
com sotaque francês os avisou.
- - • - -
- E então, o que você vai fazer? –
perguntou.
- Esperar, certo? Ele pode ter um rosto familiar, mas eu nem, ao menos,
sei o nome do príncipe dos olhos
. – Ela
respondeu, sonhadora.
- Como não sabe? Ele não se apresentou?
Não fez nada?
- Me ajudou com o que eu deixei cair no chão. –
Agora ela abriu um sorriso.
- Ao menos é cavalheiro. Está hospedado no mesmo
hotel, certo?
- E provavelmente mesmo andar.
- Ótima oportunidade para entrar no quarto errado.
– Ela fez uma cara, supostamente, sexy.
- Ai,
! Para de pensar
coisas. Anda, temos uma Carolynn para enfrentar.
- - • - -
Conseguiu um pedaço da tarde de folga. A mulher chegou no
hotel para retirar sua chave na recepção e
dirigiu-se para o bar, próximo a entrada do hotel.
- Ouviu falar do assassinato no hotel ao lado? – A bartender
perguntou ao perceber a cara de espanto da mulher ao ver a quantidade
de policiais rondando pela rua e pelo hotel.
- Não. – Tomou um gole da água que
pediu.
- Alarmaram um bom pedaço da polícia francesa e
estão revistando todos os homens solteiros.
Lembrou-se do garoto com quem se esbarrou pela manhã e
pensou se ele estaria acompanhado de alguém.
- E você? Está acompanhada? – A
bartender perguntou após algumas horas de
conversação sobre o crime. Desviou o olhar da
cliente para a porta. – Ah, meu Deus. – Disse como
se fosse derreter.
- O quê? – Virou o rosto para a porta e viu ele.
Aquele mesmo com quem se esbarrou pela manhã. Ele acabara de
ser interrompido pela polícia, queriam revista-lo. Sorriu
para a bartender, que caia em pedaços pelo garoto sem ao
menos perceber que policiais o interrogavam.
- Vous êtes seul, monsieur?
(Está sozinho, senhor?) – Um policial perguntou,
em francês, enquanto outro passava a mão pelo
corpo do garoto, sem censura, buscando por alguma pista, revistando
ele. Ele, por sua vez, levou as mãos ao ar e olhou para
frente, os amigos já tinham voltado para o hotel, ele foi o
último a voltar, encarou ela. Olhos fixos um ao outro. Sem
ao menos piscar. Os policiais perceberam o contato dos olhares.
– Vous êtes accompagné?
(Vocês dois estão juntos?)
Percebendo que ele não entendia uma sequer palavra do que os
policiais diziam, ela tomou uma iniciativa.
- Oui, monsieurs, il est avec moi. (Sim, senhores,
ele está comigo) – Virou o rosto para o garoto.
– Venha. Aonde passou o dia todo? Pensei que tivesse
entendido o horário! – Fingia brigar com o
“marido” para se livrar dos olhares suspeitos dos
policiais.
- - • - -
- Obrigado. – Dentro do elevador ele agradeceu. Ela apertou o
botão do quadragésimo quinto andar.
- De nada. Que andar?
- O mesmo. – O mesmo silêncio da manhã
tomou conta do elevador. O silêncio estranho, que fazia ambos
se sentirem constrangidos. – Erm... – Ela virou o
rosto para ele. –
.
, ou apenas
. – Ele
esticou a mão para a garota.
-
.
, ou apenas
. –
Observou o botão que faltava na camisa do garoto, sorriu e
apertou a mão dele.
- Ah, mas isso é, realmente, ótimo! –
disse quando
chegaram ao andar dos seus apartamentos e viram mais um policial
rondando pelo corredor.
- Deve ter um por andar. Anda, vem! – Ela pegou na
mão dele, como se fossem namorados, e o levou para seu
apartamento, sem, ao menos, decidirem se eles iriam para o apartamento
dele ou dela.
Fechou a porta atrás de si enquanto ela largava a bolsa por
cima de uma das cadeiras da mesa que tinha no quarto e tirava o casaco.
pôs o
ouvido contra a porta para tentar escutar alguma coisa, mesmo que isso,
provavelmente, não aconteceria. Lembrou dos amigos.
- Eu queria saber como
,
e
vão sair
dessa. – Pensou alto.
- Quem?
- Ah, uns amigos meus. – Sorriu simples. Ela assentiu e foi
até a janela. Como no dia anterior, já era final
de tarde. Enquanto abria as cortinas, esperava poder ver o mesmo
céu de ontem... e viu. Parecia tudo tão calmo
lá em cima. As luzes começavam a acender pouco a
pouco.
caminhou
até
, ficou em
pé ao lado dela. – Do meu quarto não se
tem essa visão. É realmente bonito aqui.
– Ele tentava puxar assunto, mas a garota parecia silenciosa,
parecia não querer conversa.
sentou-se na cama e
tirou os sapatos. – Olha, se você não
estiver gostando da minha companhia, eu posso sair, vou pro meu quarto
e te deixo aqui sozinha. – Ele parecia chateado, mas sabia
que não tinha motivos. Eles não se conheciam. Ela
soltou uma risada bufada, como se estivesse tirando com a cara do
garoto.
- Como? Com o policial ali fora? Que te viu entrando no quarto comigo
pensando que nós fossemos um casal?
- Ah, é. –
parecia ter
esquecido tudo o que acontecera com ele na entrada do hotel.
– Mas então, o que vamos fazer? Eu não
te conheço e você não me conhece, mas
deve estar pensando que eu sou uma matraca que não sabe
calar a boca. – Ela encarou as pernas, estava sentada, e
soltou uma risada. Olhou para o garoto que ainda estava
próximo a janela.
- Sente aqui. – Ele apalpou a cama, mostrando onde ele
poderia sentar. Na frente dela. Esticou a mão e sorriu.
– Muito prazer, meu nome, como você já
sabe, é
, ou
, descendente de
, brasileira...
– Ele pareceu espantando. – O quê?
- Brasileira.
- É. Moro em Londres desde os 18 anos, sou jornalista e
estou aqui em Paris para aturar minha chefe, Sra. Carolynn –
Fez voz fanha ao falar o nome da chefe -, em milhões de
reuniões que parecem durar o dia inteiro. Essa sou eu. E
você? – Ele riu do jeito ‘cara de
pau’ que ela se apresentou agora.
- Bom, eu, como você, também, já sabe,
me chamo
, mas, na verdade,
têm mais nomes entre o nome e sobrenome, mas eu estou com
preguiça de falar eles... – Ela riu. – O
quê?
- Todas as palavras extras, que você disse não
querendo dizer seus outros nomes, você poderia ter usado
para, justamente, dizer seu nome completo.
- Agora já é tarde demais. Nasci em
, na Inglaterra, mas
moro em Londres e... – Não sabia se falava o
verdadeiro motivo de estar em Paris, que logo explicaria sua
profissão.
- E... –
parecia curiosa com
o que o garoto iria dizer.
- Você não tem cara de que seja uma daquelas
fãs loucas que vão berrar até as
cordas vocais ficarem gastas.
- Mas eu posso fazer isso, se você quiser.
- Por Deus, não! – Ele gargalhou de leve do jeito
cômico da garota que acabara de conhecer. –
Continuando, sim?
- Fique à vontade. – Ela assentiu.
- E estou em Paris por que tenho uma banda...
- Ahá! Sabia que te conhecia de algum lugar! - Ela passou a
mão livre pelos cabelos. – Desculpe, pode
continuar.
- McFLY, é a banda.
- Mais alguma coisa?
- Hum, acho que não. – Sorriu. Ainda estavam de
mãos dadas. Ficaram sem jeito e se soltaram num
rápido ato.
- Eu vou... Vou tomar banho.
- Claro.
- Pode assistir TV, se quiser.
- Obrigado.
Ela entrou no banheiro e encostou-se à porta ao fecha-la,
escorregando até o chão. Estava com as pernas
trêmulas. Respirou fundo e foi ligar o chuveiro.
No quarto, ele escutou o chuveiro ser ligado e ficou pensando em como
conseguiu se meter numa situação dessas. Quer
dizer, ele sabia, mas ainda não acreditava que estava
sentado em uma cama, assistindo TV em um quarto de hotel de Paris sem
ao menos saber realmente quem era a mulher que acabou de conhecer. Bom,
sabia seu nome e sua profissão e ela o salvou de uma,
provavelmente, grande confusão. Ela era bonita. Tinha os
cabelos
e os olhos...
Agora ele ficou confuso, pela manhã aqueles olhos
estavam
tão escuros que pareciam ser pérolas negras, mas
agora pela tarde eles estavam incrivelmente claros.
A porta do banheiro abriu e de lá saiu
, uma
com cabelos
molhados, com perfume de jasmim e vestindo a camisola rosada de seda.
Caminhou até a cama. Eram passos leves, passos de bailarina.
Sentou-se ao lado dele. Ele ficou paralisado.
- Quer tomar banho?
- Quê? – Ele saiu do momento de transe.
- Queres tomar um banho? – Sorriu.
- E colocar a mesma roupa depois? O problema não
é nem a roupa, o problema é... Você
sabe.
- A cueca.
- É.
- Lava a cueca no banho e depois me dá ela, tem secador no
banheiro.
- HAHA, fala sério. – Ele riu irônico.
- To falando a verdade. Ou então fique com a cueca usada.
- Não, vou ficar com a primeira opção.
– Ela gargalhou. – Tá rindo do
quê?
- Nada.
caminhou
até o banheiro e fechou a porta, sem trancar. Viu o sabonete
de jasmim de
e percebeu de onde
vinha perfume dela. Procurou por outro sabonete pelo banheiro e viu, em
cima da pia, o sabonete que o hotel oferece à todos os
hóspedes.
-
! – Ela
estranhou o chuveiro ainda não ter sido desligado, mas foi
até o banheiro.
- O quê? – Perguntou do outro lado da porta.
- Entra.
- Mas tu ainda tá tomando banho.
- Entra! –
entrou no banheiro e
viu a cueca dentro da pia. Teve que rir. – Por que
você só RI?
- Porque é uma situação
engraçada. Quer dizer - Ela torceu a cueca e ligou o secador
-, eu nunca imaginei que eu estaria secando a cueca de um cara que eu
mal conheço. – Ele terminava o de enxaguar o
cabelo. Desligou o chuveiro e riu.
- Um dia você vai se casar com alguém, eu acho.
– Enrolou a toalha na cintura e saiu de dentro do Box.
- Mas quando esse dia chegar, eu vou conhecer meu marido,
não acha? – Virou seu rosto, encarou o
tórax nu e molhado do garoto. Voltou a
atenção para o secador, antes que fizesse algo de
errado. Ele ficou parado atrás da menina.
- É um certo “treino” secar a cueca
alheia. – Ela gargalhou mais agora. Olhou para o espelho
embaçado. Na borrada imagem refletida ela percebeu que a
mão de
ia em
direção do corpo dela. O garoto tocou, com sua
mão úmida, o ombro nu dela.
sentiu um arrepio
passear pela sua espinha e virou seu rosto, como se fosse apoia-lo na
mão de
, mas apenas
acariciou a mão. Voltou a prestar
atenção no secador.
- Pronto. – Alcançou a cueca para o garoto e saiu
do banheiro, deixando ele trocar de roupa sozinho.
voltou a assistir
TV. Nem ela sabia o que estava passando de interessante naquele canal,
estava apenas pensando naquele garoto dentro do seu banheiro. Ele saiu
de lá escancarando a porta, deixou escapar pela
mão, sem querer. Ela encolheu as pernas, de susto, quando a
porta bateu com força na parede.
- Merda! – Ele exclamou. Estava usando apenas a samba
canção e a blusa que faltava um botão.
– Desculpa. – Caminhou até a cama e
aconchegou-se na ponta da mesma, ao lado de
. –
Então – ela virou o rosto da TV, que mudava de
canal freneticamente -, durmo onde? Você provavelmente
não quer um estranho dormindo ao seu lado. – Ela
pensou. Não tinha nada contra aquilo, mas preferia se
prevenir.
- Eu achei estranho, mas tem um colchonete dentro do armário.
- Sério? – Ele falou indo até o
armário. – Por que diabos um hotel teria um
colchonete dentro do armário? –
tirou o colchonete
do armário e esticou na frente do corpo.
- Vai saber. Talvez saibam que duas pessoas que nunca se viram na vida
um dia resolvam dormir num mesmo apartamento de hotel. – Ela
deu de ombros rindo indo ajudar ele ajeitar o colchonete
próximo da cama.
Ela foi deitar na sua cama enquanto ele pegava uma coberta que,
também, tinha no armário.
- Vai dormir agora? –
perguntou observando
ela pelo canto do olho.
- Acho que sim? Tem algo de interessante pra fazer, porque parece que
vai chover e eu odeio chuva à noite.
- Odeia chuva de noite? É a melhor coisa pra dormir.
– Ele pegava o travesseiro que ela alcançava para
ele ajeitar sua “cama”.
- Na verdade é medo dos relâmpagos, raios,
trovões e medo de escuro às vezes. É
um trauma de infância. Uma vez caiu um raio na casa na frente
da casa em que eu morava, quando eu tinha 5 anos. Desde lá
isso se tornou um trauma.
- Caramba. Mas não te assusta, nada vai acontecer.
– Caminhou até o outro lado da cama, onde
se preparava para
dormir. - Boa noite. – Ele desejou dando um beijo na testa da
garota ao perceber que ela já estava se ajeitando por
debaixo da coberta.
- Boa noite,
. – Ele
sentiu os pelos da nuca arrepiarem ao escutar ela falar seu nome. Soava
tão bem. Queria que aquilo repetisse, pra toda vez ter a
mesma sensação.
Durante a madrugada a chuva começou. Eram duas e trinta e
sete quando
foi acordado por um
toque em suas costas, junto com um gemido, como se alguém
estivesse se escondendo de algo perigoso. Ele se virou e viu
se encolhendo
próxima ao seu corpo após um trovão,
que por sinal fez um estrondo. Soltou uma risada bufada.
- Já entendi.
- Não ri da minha cara. – Ela escondia o rosto no
peito do garoto a cada trovão que escutava.
- Não vou rir da sua cara. O problema é que
é engraçado ver você, uma mulher
já feita, com medo de trovão.
- Ah! –
soltou um grito
quando percebeu que o raio caiu próximo do hotel e tudo
lá fora escureceu.
- Isso é o que o seu medo provoca. –
falou
abraçando
, que estava mais
assustada do que antes. – Vem cá, esse colchonete
é meio desconfortável para uma pessoa como
você, não acha? – Ela olhou nos olhos do
garoto que refletiram o clarão do relâmpago,
deixando os olhos
mais claros ainda.
Escondeu o rosto de novo. – Assim você me lembra
uma avestruz, só esconde o rosto.
- Há-há-há! Queridiiinho. –
Puxou as bochechas dele.
- Ai, ai, ai, pára! Não puxa com força.
- Descul... – Soltou mais um gemido e escondeu o rosto no
peito dele de novo. Ele a abraçou com mais força.
- Eu vou repetir a pergunta: esse colchonete é meio
desconfortável para uma pessoa como você,
não acha?
- Eu vou ficar sozinha na minha cama e ter que bancar a avestruz, como
você diz, no travesseiro.
- Vem, - ele se levantou do colchonete – quando
você dormir eu volto pra minha posição
inicial de ‘colchoneteiro’. – Ela riu e o
acompanhou até a cama. Ambos deitaram naquela cama
‘king size’ e ele a cobriu. – Vai ficar
calma?
- Vou tentar. – Mais um relâmpago caiu do lado de
fora fazendo com que ela se escondesse em
, mas dessa vez o
impulso de querer se esconder foi muito forte, ele perdeu a
força no braço em que estava apoiado e caiu no
colchão com
por cima de seu
corpo. Olhou nos olhos dele enquanto aproximavam os rostos.
-
. – Ele
parecia sem ar.
-
. – Ela
suspirou.
Os lábios colidiram. Ela colocou as mãos no rosto
do garoto enquanto, com uma mão, ele aprofundava o beijo e,
com a outra, acariciava as costas dela. Ambos sentiam que era um beijo
violento, porém cauteloso. As línguas brincavam
uma com a outra. Os lábios dele eram macios, os dela
pareciam mel. Parecia vício. Foi bem recebido e
correspondido com vontade. Segurou a cintura dela com mais
força. Ela desceu a mão até o samba
canção que ele usava e ficou por lá,
apenas provocando o garoto que soltava leves gemidos de prazer. Na sua
vez,
foi escorregando sua
mão, que estava na cintura, pela coxa de
, acariciava o
corpo da garota. Foi puxando de vagar a camisola rosada dela
até a cintura, onde parou junto com o beijo. Se encararam e
sorriram, não deixaram que nenhuma palavra tomasse conta
daquele momento. Ela fechou os olhos e esperou, esperou que ele a
beijasse de novo. De repente,
a puxou pelo cabelo
e virou-a na cama, deitando-se sobre ela. Colocou as mãos
nas pernas dela, fazendo com que os corpos se encaixassem e ele pudesse
ter mais controle da situação. Sentiu ela tremer
com o toque dele. Tirou a camisola dela.
Olhando nos olhos de
, ele sutilmente
tirou o samba canção, ela pôde sentir
que ele pedia por aquilo.
mordeu o
lábio inferior e sorriu quando sentiu as mãos
dele tirando sua própria calcinha.
Ao sentir ele entrando em seu corpo, soltou um gemido de prazer. Agora
nada importava ou sequer existia, nem mesmo os trovões
lá fora faziam ela ter sentimento algum fora o
êxtase. Escorregou as mãos para as costas de
, onde as unhas,
às vezes, o arranhavam, sem querer. Ele estava sendo gentil
com ela, não queria machuca-la, manteve a velocidade num
modo em que ambos não paravam de sentir aquilo que pareciam
tanto querer. De repente,
despencou ao lado de
. Ele a
abraçou ao perceber o clarão do
relâmpago, pensando que ela pudesse estar sentindo algum medo.
- Ainda está com medo?
- Não mais. – E sorriu, roubando um selinho do
rapaz que a aconchegou ainda mais em seus braços logo
rendendo-se ao sono.
• this is just the first met...
Vou agradecer todas vocês que leram (er oO) e dizer que tem
continuação :D
na verdade eu nem sei o que dizer, porque essa fic foi escrita ano
passado e eu não tinha feio nenhum agradecimento nela, tipo,
era uma das minhas primeiras fics e foi a primeira que eu finalizei
(óbvio, Rafaela, é short fic! só um
retardado e débil mental não terminaria um short
fic) UHFOSADIFHUOIFHAOSDFHIUAH ta certo... acho que
é isso. se quiserem elogiar, xingar, reclamar, comentar,
etc, mandem um e-mail, ou apenas pensem o que acharam. ENFIM, fiquem
à vontade, a fic é para vocês, right? (: