There's always something in the way
Autora: Amanda Costa
Beta-reader: Mariana Lorandi
Revisada por: Brille

There's always something
In the way
There's always something
getting through
but it's not me
It's you

- Você não pode me culpar. Eu nunca consegui me aproximar e a culpa é sua.
- Não estou te culpando. Só não sei por que você acha que fui eu que atrapalhei.
- Como não sabe? Toda vez que eu tentava me aproximar, você fugia. Eu nunca escondi de você o que eu sinto, e eu sei que você também sente algo por mim.
- Eu só... Não sei por que eu faço isso. Acho que eu tenho medo.
- Medo do quê? De me amar tanto quanto eu amo você?
- , pára. Você sabe que não é isso...
- , por favor, esquece o . Se não deu certo com ele, é porque não era pra dar. Não se feche para a vida só porque seu último relacionamento não funcionou.
- O que importa também? Você já está feliz agora, não é? Não tem que se preocupar comigo...
- Não fale assim. Do jeito que você diz, até parece que eu te rejeitei.
- Por isso que eu não acredito no amor. Você fica aí, falando que me ama, mas já encontrou outra.
- Você está sendo injusta. Eu te esperei por muito tempo. Eu só... cansei.
- Eu te perdi, não foi?

abaixou a cabeça com um olhar triste. Desde sempre ela soubera dos sentimentos de , e não conseguia negar que também sentia algo muito forte por ele. Mas parecia que com eles nada dava certo. Ou namorava, ou namorava, ou outra coisa acontecia. Sempre havia algo no caminho. O universo conspirava para que eles nunca ficassem juntos. Agora estava sozinha de novo, e tinha uma namorada.

***

Sometimes ignorance
rings true
but hope is not in
what I know
not in me
It's in you


Fazia três semanas que eles não se falavam. Isso nunca tinha acontecido antes. Desde que tinham se conhecido, e não passavam mais do que dois dias sem se falar. Um não conseguia ficar longe do outro. Mas agora era diferente. estava deprimida e magoada, e estava com seu orgulho ferido. Ela já estava ficando quase louca com o silêncio dele. Não estava acostumada a viver sem . As paredes pareciam sufocá-la, e Londres já não era mais seu lugar preferido no mundo. Ela só queria ir embora. Queria esquecer. Achou que a melhor solução era voltar para casa. Mas não podia ir assim, sem se despedir. Não teria coragem de ir falar com ele, mas podia deixar um bilhete.

"Havia sempre algo no caminho
Mas não era você
Era eu...

Podíamos botar a culpa nos nossos relacionamentos ou nas coisas que aconteciam ao nosso redor, mas não era isso. Era eu...
Eu sempre te amei tanto, que o medo de te perder era maior do que a minha vontade de estar ao seu lado. Fui covarde, eu sei.
No final, acabei te perdendo do mesmo jeito, e não pude aproveitar o amor que você podia me dar. Sinto muito. Sinto por ter criado essa barreira entre nós.
Te amo agora, assim como já te amava antes, e te amarei para sempre! Adeus, .”

releu aquela carta milhares de vezes antes de colocá-la embaixo da porta de . Ficou tentada a bater, para ver seu rosto uma última vez, mas, novamente, a covardia venceu. No final, talvez fosse melhor esquecer.

It's all I know

I find peace when

I'm confused
I find hope when
I'm let down
not in me
But in you


Ocupar a cabeça com coisas fúteis havia sido o único modo que tinha encontrado para esquecer de , mas não estava ajudando muito. À noite, ela deitava a cabeça no travesseiro e ficava lembrando de seu sorriso e de tudo que ele havia lhe dito.
“Eu nunca consegui me aproximar e a culpa é sua”. Essa frase ficava ecoando em sua cabeça. Como podia ter sido tão burra? Tudo que ela mais temia que acontecesse tinha acontecido, e ela era quem tinha causado isso. Por mais que tentasse retomar sua vida, o peso por ter perdido o amor de sua vida a afundava. Não conseguia ir em frente, e nem resolver o que tinha ficado para trás.

I hope to lose myself
for good
I hope to find it in the end
not in me
In you
In you
in you

Fazia cerca de um mês que não saía de casa. Tinha tirado férias e nem sequer atendia ao telefone. Nos últimos dias, ele não parava de tocar. Ela não sabia quem era, e nem queria saber. Ela havia se perdido em seu mundo e não estava disposta a deixar mais ninguém entrar. Acordou com um humor especialmente ruim num domingo de manhã. Estava chovendo. O telefone continuava a tocar insistentemente e ela não agüentava mais. Atendeu.

- ALÔ?!
- É... ?
- ?
- Oi, minha linda! Como você está?
- Nossa... Não acredito que seja você. Eu tô com tanta saudade...
- Eu também. Não paro de pensar na sua carta um minuto sequer.
- Ah, ... Me desculpe... Não devia ter escrito aquilo... Eu...
- Não, não... Foi perfeita! Eu queria muito que você tivesse dito tudo aquilo antes de...
- É... Eu sei. Infelizmente eu não tive coragem pra fazer isso e te perdi...
- Hum... Eu... tenho que desligar.
- Se foi por causa do que eu falei, sinto muito, , não queria te deixar constrangido.
- Não tem nada a ver com isso, é que eu preciso mesmo desligar. Posso te ligar depois?
- Claro que pode! Vou ficar esperando!
- Ok então, tchau!
- Tchau, !

estranhou a atitude de . Ele estava tão frio com ela que ela nem se tocou que não tinha dado seu número pra ninguém de Londres. Como ele tinha conseguido? Ela ficou remoendo o modo como ele a havia tratado. Ao invés de ficar feliz por ter ouvido sua voz, ficou ainda mais deprimida. Se já tinha certeza de que o havia perdido, agora então esta verdade estava escancarada na frente de seus olhos.

It's all I know
it's all I know
it's all I know

O telefone parecia ter desistido de . Ele não tocava mais. Parecia mudo. Ela havia testado milhares de vezes para ver se estava tudo ok, e estava. não ligava. começou a entrar em pânico. Começou a pensar que ele havia se assustado com o que ela tinha dito, ou então que tinha desistido de vez dela, ou que tinha se tocado que ela não merecia sequer sua atenção. Ela ficou três horas rodeando o aparelho antes de cair exausta no sofá. Dormiu quase imediatamente. Acordou assustada ao ouvir o barulho da campainha. Levantou toda mole e se encaminhou para a porta. Abriu e quase caiu pra trás quando viu ali, de pé na frente de sua porta, encarando-a.

- Precisamos muito conversar, você não acha?
- Aham... E... e... entra.

olhou em volta da sala de antes de sentar no sofá. Notou que tudo estava fora de lugar. não era assim, o que estava acontecendo com ela?

- Você está bem?
- Ah, claro! Por que a pergunta?
- Sei lá... Você está com uma cara abatida... E...
- Não, eu não estou bem. Eu sou uma imbecil e não sei lidar bem com isso.

não respondeu. Não sabia como agir naquela situação. Esperou tanto por aquilo que, agora que estava acontecendo, não sabia o que fazer. Os dois ficaram em silêncio, até que resolveu tomar uma atitude. Não podia perder essa chance. Não podia perdê-lo de novo.

- , eu sei que o que eu fiz foi errado e que fiz você esperar muito tempo, sem tomar uma atitude. Se eu pudesse mostrar o quanto eu me arrependo, eu faria isso, mas eu não posso. Só posso te dizer que eu errei, e que se pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente. Uma vez você me disse que a culpa de nós não estarmos juntos era minha, e eu não queria admitir isso. Mas você estava certo. Eu sempre colocava uma barreira entre a gente, por medo, por covardia.
- Se você tem medo, por que tá me falando isso agora?
- Porque eu não quero te perder...

começou a chorar. Não se importava com o fato de estar fazendo isso na frente de . Perdia o chão quando ele não estava com ela. Sua vida não tinha sentido. Sentiu ele se aproximando e tentou secar as lágrimas.
Quando a mão dele tocou o seu queixo, foi como se o seu coração tivesse parado. Ergueu o rosto e encarou os olhos dele. Eram os olhos mais lindos que já tinha visto.

- Sempre há tempo para consertar as coisas que estão erradas, .
- Me perdoa, por favor.
- Eu não preciso te perdoar. Eu te amo!
- Também amo você, . Muito!

Ele passou as mãos em volta da sua cintura e a puxou para um beijo. sentiu como se tudo estivesse encaixando. Todo o vazio que ela sentia em sua vida estava sendo preenchido por . Era isso que faltava. Esse “um” que ela precisava. Era .

There's always something in the way
there's always something getting through
but it's not me
It's you
It's you
It's you

FIM

Agora vem as famosas observações !! Primeira coisa: Claro, espero que vocês tenham gostado. Nunca tinha feito songfic antes, então se ficou um lixo, please, não sejam más comigo !!! uauauaua

Segundo: a música que serviu de inspiração é do Switchfoot, e se chama You. Eu aconselho a todo mundo que não ouviu ainda, ouvir ela, porque é maravilhosa.

Terceiro e último, pra não ficar chato: Tenho que agradecer de novo a Mari, porque ela foi ótima !!! Betou a fic muito rápido, quando eu fui ver já tava lá, prontinha no meu e-mail. Valeu Mari, você é um amor.

E comentemm... quem não comentar vai ficar com a maldição da verruga na ponta do nariz !!! uauauaua

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