Uh, uh darling, who needs love?

 Capítulo 1

'Okay, então a gente se encontra amanhã' disse ele beijando a menina a sua frente.
'Claro' disse ela sorridente.
Vendo o menino se afastar pensou em ir para casa também. No caminho de casa, pensava em tudo o que estava acontecendo com a sua relação entre ela e . Não estava nem acreditando que estava saindo com o garoto mais popular e cobiçado do colégio. Um sorriso apareceu em seu rosto ao pensar no menino.

'Mãe! Cheguei!' Gritou a menina abrindo a porta de casa. Ninguém respondeu. Começou a subir as escadas, mas no caminho encontrou um garoto descendo.
'A mamãe não está em casa' Disse David sem parar de descer.
'Foi pra onde?' Disse a menina parando e olhando preocupada para o garoto.
Sua mãe vivia doente e sempre acabava indo pro hospital. O garoto se virou para e disse sorridente
'Visitar a tia Selma. Volta daqui três dias' ficou aliviada e continuou a subir as escadas até chegar ao seu quarto.
Pensou por um momento enquanto fechava a porta atrás de si
"EU FIQUEI COM O , MEU DEUS!" deu um pequeno berro de felicidade e se jogou na cama.
Só pensava nele e, nesses pensamentos, acabou cochilando. Acordou com um berro do outro quarto.

'YEAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! EU VENCI!' Disse , um dos melhores amigos de David, irmão de .
'Dude, cala a boca' disse James rindo da dancinha tosca que estava fazendo.
'É, dude, se acalma... Isso só foi sorte!' Disse David.
'Isso não é sorte... É experiência' disse recebendo uma almofadada de David e, James.
'Hey, dá pra falarem baixo?! Tinha gente dormindo, sabia?' Disse meio sonolenta entrando no quarto de seu irmão com uma das boxers do garoto e uma blusinha branca básica.
'Ow, foi culpa do aqui se te acordou!' Disse James apontando para o amigo.
'Err... Foi mal aí!' Se desculpou meio sem graça.
'Dá próxima lembre que tem damas dormindo no quarto do lado antes de gritar' disse rindo.
Os meninos riram também, um pouco encabulado.
'Alguém quer pizza?'
'EUUUUU!' Disseram, ou melhor, gritaram os três meninos juntos levantando os braços.
'Okay, to indo ligar' disse a menina rindo e, saindo do quarto fechando a porta.
'Dude, desde quando tua irmã ta hot desse jeito?' Disse desligando o vídeo game.
'Man, ela sempre foi hot, você que nunca percebeu!' Disse James sorrindo.
'Manera, ela é minha irmã viu?! Se vocês dois aí fizerem algum mal a ela vocês vão se ver comigo!' Disse David apontando para os dois a sua frente.
'Relaxa, você acha mesmo que eu vou fazer algum mal a ela?! E, além do mais eu to com a Olívia' disse todo se achando, já que Olívia era uma das garotas mais bonitas do colégio. Bonita? Não. Apenas tinha peito, bunda e um cabelo loiro oxigenado.
'Por isso mesmo não deveria estar falando assim da ! Pôô, você tem a Olívia! Todo cara quer uma menina assim!' Disse James se levantando do chão e indo a direção a porta. "Ou não..." pensou .
Olívia com certeza não era a menina ideal. Na verdade era uma chata, apenas estava com ela por diversão. E que diversão.

Capítulo 2

Todos estavam no sofá comendo a pizza e vendo filmes. Já dava para perceber que todos estavam bêbados, pois riam por tudo e não falavam nada com nada.
'Povo, to indo pro quarto porque senão... Ai, cacete' disse David tropeçando na escada fazendo os outros três se matarem de rir.
'Ohhh, amor, cuidado!' Disse num tom totalmente gay correndo para socorrer David que estava caído na escada rindo. levantou David e, foram subindo num jeito gay da coisa até o quarto do irmão de .
'Melhor eu ir também' disse a menina se levantando do sofá. James vendo que a garota estava parada em pé e, piscando várias vezes, resolveu perguntar:
'Hey! Ta bem?' Disse o garoto preocupado.
'T-ta, ta tudo bem sim, eu só estou um pouco tonta' disse fechando os olhos e colocando uma mão em sua testa.
'JAAAAAMEEEEEES! SOCORROOO!' A garota gritou ao abrir os olhos e se deparar com uma... 'BARAAAAATAAAAAAAA! JAAAMEEES, MATAAAA!' Disse correndo para o sofá e subindo em cima ainda um pouco tonta.
'CADÊÊ?! AONDEE?! NÃO TO VENDO NADAA!' Gritava o garoto um pouco desesperado pra encontrar a criatura que assustava a garota.
De repente, James pula no sofá gritando mais alto que 'BARATA!!' , embora bêbada, percebeu o quanto James gritava como mulherzinha e ao, perceber isso, James voltou a se comportar como homem e procurou algo para matar a barata. Achou uma das havaianas de David e a arremessou-a direto na barata, que foi esmagada. Fim da barata. James faz cara de choro.
'Eu gostava dela. ' Disse. olhou para ele e se jogou em seus braços.
'Meu herói! Merece um prêmio!' James levantou uma sobrancelha pensando o quanto estava bêbada, mas isso não era motivo para uma recompensa, ainda mais do jeito que ele imaginava.
'Ah é? Qual meu prêmio?' James perguntou curioso.
'Esse. ' aproximou-se tanto de James, que podia sentir sua respiração.

Capítulo 3

'Larguei meu chinelo aqui em algum lugar... '
David entra na sala e não percebe o casal entrelaçado, que se separa imediatamente.
'Está ali no canto' James aponta para a cova da barata assassinada pela Havaiana.
David pega o chinelo, procura o outro e sobe a escada, deixando os dois sozinhos novamente. desaba no sofá ainda com o sorriso no rosto. Pelo contrário, James, desabando no sofá ao lado, encara , imaginando o que quase acabaram de fazer. Não sabendo se estava movida pela bebida ou pela vontade, a menina passa uma perna por cima de James e senta em seu colo. Imediatamente, James coloca a mão na cintura de , que se inclina para frente, dando um beijo no pescoço do garoto, deixando-o excitado. A garota mexia no cabelo de James, que se segurava para não fazer nenhuma besteira. "Dude... irmã do seu amigo, ele não faria o mesmo com..." James pára e pensa em Melissa, sua irmã mais nova, que namorou David escondido por meses. Curvou-se então para , deitando-a no sofá, e deu um beijo em , que não negou. A intensidade do ato aumentava cada segundo e James não conseguia mais se segurar.
Desabotoou a própria camisa, sem parar de beijar a boca de . A menina parou o beijo e olhou para um James ofegante que a pegou pela cintura, fazendo-a novamente sentar em cima dele, enquanto ela própria tirava a blusa de seu corpo.
' ! Preciso de sua ajuda! O ta vomitando pelo meu quarto inteiro' Gritava David, de boxers, no topo da escada, de um modo que a cena dos dois na sala era escondida apenas pela parede.
rompe o beijo ofegante e olha pra James sem camisa e de olhos fechado. Levanta-se e recolhe a blusa do chão. Sobe para ajudar . James fica sentado, do mesmo jeito com sorrisinho no rosto. "Essa mina vai me deixar louco." Recolhe suas coisas e sobe também.

Capítulo 4

 entra correndo no quarto de seu irmão e vê de quatro [N/A: o.O sim, de quatro, mas não pensem merda xD] vomitando muito.
'James e David, vão pegar alguma coisa pra limpar tudo isso! Porque em vomito eu não mexo!' Disse a menina indo à direção de que estava de joelhos no chão e, o pegando pelo braço.
'Enquanto vocês limpam aí eu vou pro banheiro dar um banho no ... ' Disse inocentemente, fazendo os três encararem ela maliciosamente.
'Que é?! Eu vou dar banho nele com roupa... Ah, David depois empresta uma roupa pra essa criatura' disse apontado para que estava apoiado nela.
'Se é que você diz... Vem James, minha dona de casa preferida!' Disse David indo para cozinha pegar os panos de chão.
James por sua vez não ficou muito confortável em saber que ia dar banho no . James sentia realmente algo por aquela garota.
'Xuxu, cadê você pra me ajudar a pegar essas vassouras?!' Gritou David lá da cozinha que dava pra área de serviço.
"Eita, ta mais bêbado que eu o.O" pensou James
'Hum, quer ajuda pra levar o moleque que bebe demais pro banheiro?' Perguntou pra menina.
'Não, eu agüento. Vai lá com o seu xuxuzete. ' Disse ela rindo indo em direção ao banheiro.
E, lá foi James para seu xuxuzete David, como se referiu.
' , tu é pesado sabia?!' Disse ela largando o menino no chão e, ligando o chuveiro. Ele ficou lá, sentado no chão apreciando a beleza da menina... A bunda. [N/A: pô, a sua bunda tava na cara dele, o que eu posso fazer?!] Ele balançou a cabeça para afastar os pensamentos maquiavélicos que ele tinha em mente de fazer com a garota.
'Vamos, tire a blusa, as meias, a calça... ' ia dizendo quando foi interrompida pelo garoto.
'Resumindo você quer que eu fique pelado, certo?' Disse ele se aproximando da garota.
' ! Não, eu só quero que você fique de boxers. Não quero molhar a sua roupa... E ainda essa que eu amo tanto!' Disse ela deixando escapar e, logo depois colocando as mãos em sua boca.
'Sério que você ama essa roupa?' Disse ele já tirando a camisa.
'S-sim... ' Dizia ela perdendo a fala em ver aquele abdômen.
'Vixe, o zíper emperrou... ' Disse o garoto tentando abrir o zíper da calça mesmo sabendo que não estava emperrado e, estava fazendo isso só para provocar .
'Tá nada ! Quer ver?!' Disse a menina se aproximando de abrindo o zíper e, logo depois o botão.
Só depois disso parou pra raciocinar que estava tão próxima de que suas respirações se misturavam. 'Eu só quero avisar... Eu não uso cueca. ' Disse ele sussurrando no ouvido dela.

Capítulo 5

 parou por um instante ainda com as mãos na calça de . Levantou os olhos e encontrou os olhos que ela sempre havia achado lindos. "O que eu to fazendo? James, e ? No mesmo dia?" pensou o quanto isso era estranho, mas não pode sentir um incrível desejo ao ver o tanquinho de ali, pronto para ela... não resistiu aos encantamentos de e beijou o fortemente, de um modo que eles caíram no chão do chuveiro ligado, ensopando as roupas que usavam. tirou a blusa da menina, deixando ela de lado no Box, enquanto ela passava a mão pelo corpo dele. [N/A: u.u] chegou ao cós da calça de , e passou direto, fazendo dar um gemido de satisfação. levantou-a encostou-a na parede, tirando seu jeans e o sutiã. A menina não o impediu, dando um gritinho abafado pela água que via sob seus corpos. estava a abaixar a calça de quando um grito no corredor a fez parar.
' ? Por que vocês estão demorando? O quarto está limpo!' David berrava.
encara ofegante e recolhe suas roupas, veste-as de qualquer jeito e sai do banheiro molhada, esbarrando dom David ao passar por ele no corredor, em direção ao seu quarto. 'Pronto. Ele está limpo! ' Disse, antes de se trancar no quarto.

Capítulo 6

 ao fechar a porta se encostou a ela e, deslizou até o chão, fazendo-a se sentar. Abraçou seus joelhos e, pensou "O que estou fazendo?" deixando uma lágrima cair. ainda não estava acreditando no que havia acabado de acontecer. David e James o viram saindo do banheiro com uma cara de confuso.
'Dude, what happed?' Perguntou David.
'É, man, parece que você também encontrou uma barata!' Disse zoando da cara de .
'Não aconteceu nada. ' Disse acordando do transe e, dando ombros e, indo para o quarto já limpo. David olhou desconfiado para , sabia que havia ocorrido alguma coisa lá no banheiro.
'Hey, foi impressão ou a tua irmã tava molhada?' Perguntou James quase sussurrando.
'Se foi impressão, somos dois que tivemos. ' Falou David seguindo até o quarto.
James ficou lá parado pensando no que poderia ter acontecido.
'Hey, já ta tarde, vai ficar aí parado?!' James queria saber o que estava acontecendo com .
Aquilo que havia acontecido na sala o fez com que o que sentisse pela garota aumentasse.
'Terra, para meu xuxu! Acorda James!' Disse David fazendo James acordar com do seu transe.
'Err... Oi?! Ah, eu vou à cozinha pegar um copo de água' Disse James mentindo, iria para o quarto da menina para perguntar o estava acontecendo.
'Traz pra mim também!' Disse David fechando a porta de seu quarto.
 estava em sua cama deitada de lado chorando baixinho para que os meninos não ouvissem, até que ouvindo alguém bater na porta. Enxugou suas lágrimas rapidamente e, foi abrir a porta.
'Hey. ' Disse James pela fresta que havia aberto.
'Hey... ' Disse ela como resposta.
'Ta tudo bem?' Perguntou James, mesmo olhando por aquela fresta dava pra ver que a menina havia chorado.
'Sim... ' Parou por um momento e, pensou porque mentir. 'Na verdade não.' Disse olhando para baixo.
'Posso entrar?' Perguntou ele e, a menina abriu a porta como resposta.
'Claro. ' Disse ainda olhando para baixo e, fechando a porta.
'Vem cá. Diga-me, o que ta acontecendo' disse o menino puxando para perto.
'N-nada... Eu só não estou me sentindo bem... ' Disse ela o abraçando.
Queria colo, alguém que a protegesse. Afinal, algo não estava bem. Normalmente eram as amigas dela que faziam esse tipo de coisa, não ela.
'Precisa de algo?' Disse olhando no fundo dos olhos da garota.
'Sim' respondeu 'O quê? Me fala que eu pego ou faço.'
'Fica aqui comigo esta noite. Estou mal, preciso de companhia. ' Disse ela olhando para os próprios pés.
'Fico... Mas o que o seu irmão vai pensar?' Disse ele lembrando do que David havia falado quando disse que a garota estava hot.
'... Não sei... ' respondeu ela ainda olhando para os pés.
'Quer saber. Dane-se ele. Não é ele que está mal, não é?' Disse ele pegando no queixo da garota para olhar em seus olhos.

Capítulo 7

 queria muito beijar, agarrar e, fazer coisas não comentáveis [N/A: u.u] com James naquele momento mesmo não sendo certo. Ela estava com o ! Não, ela não poderia. Seu cérebro estava girando até que sentiu os lábios de James nos dela. não resistiu ao sentir a língua do garoto passando em sua boca. Acabou cedendo.
Abriu sua boca para que desse passagem a língua de James. O beijo ficava cada vez mais intenso. James segurava firme na cintura da menina e, ela passava a mão em suas costas. Depois de algum tempo parados em pé começaram a se mover até a cama da menina. mordia os lábios de James fazendo-o gemer. James a deitou na cama e, tirou sua camisa sem parar de beijar o pescoço da garota.
'James... ' queria tentar falar, mas não conseguia, estava sendo bom demais.
James partiu do pescoço para o colo. Ele a queria muito, esperava esse momento desde a primeira vez que a viu.
'James... Não... ' Ia dizendo entre gemidos.
Tudo estava muito bom, mas não podia. O menino parou na hora e, encarou a garota. Os dois estavam com a respiração falha.
'James, agora... Não. ' Disse a menina tentando recuperar o fôlego.
Ele balançou a cabeça como um sim. Deitou ao lado de e, ficou com a cabeça encostada no colo da menina enquanto ela mexia nos cabelos dele.
'James... Desculpe... ' Disse ela olhando para o teto.
'Não... Não precisa. Eu que me apressei. Eu que tenho que me desculpar. ' Disse olhando para a menina que ainda fitava o teto.
'Desculpa... Eu só não estou preparada... ' Disse agora olhando para o garoto que a olhava.
'Eu espero o tempo que for... ' Disse ele beijando a bochecha da menina fazendo-a sorrir.
Ela não sabia se estava fazendo o certo. Mas estava gostando. Nesse tempo que estava com James nem lembrava quem era o ser chamado .

Capítulo 8

Passara uma semana depois do acontecimento de ter ficado com três garotos no mesmo dia. tentava não pensar muito no acontecimento. David e estavam se divertindo tanto jogando vídeo game e falando besteiras que nem perceberam a falta de James naquela noite.
No dia seguinte os garotos perguntaram pra onde ele tinha ido. Mentiu, disse que voltou pra casa e, logo de manhã foi para lá para ver como as coisas estavam. No dia após, e se encontraram as escondidas e ele disse que iria ter muitas lições por isso não a veria por alguns dias.
Em uma bela quinta-feira foi andando pra casa e, resolveu pegar um atalho pelo parque. [N/A: não, eu nem pensei na chapeuzinho vermelho!] Estava feliz naquele dia, não sabia bem o porquê, mas estava feliz.
'Ouch... Merda de galho. ' Disse à menina que havia acabado de tropeçar em um galho seco, caído no chão e ralado seu joelho. Olhava para os lados pra ver se havia alguém ali para ajudá-la.
Não havia ninguém a não ser ela. Estava começando a ficar assustador aquele lugar vazio. Até que ouviu umas pessoas conversando. "Oba, alguém!" Se animou ao ouvir as risadas. Viu um casal distante a sua frente. A menina ficava virando de um lado pra outro, pois as árvores não ajudavam muito pra ver quem estava lá. "Opa! Gente se agarrando! Quem será que são?" Pensou ela um pouco curiosa. Inclinou-se para a direita e, percebeu um menino. Muito conhecido por acaso. Reparou na cor dos cabelos, na forma do corpo, e... Não podia acreditar no que estava vendo! Tentou pensar que fosse outra pessoa desconhecida, mas não... Era ele mesmo.

Capítulo 9

"Como pode?" disse ainda olhando beijar uma garota, passando a mão pelos seus cabelos, como fazia com ela. levantou e cambaleando um pouco, saiu do parque pelo lugar donde entrou. Tentava em vão conter algumas lágrimas. "Eu mereço isso?" perguntava-se em silêncio. Lembrou por um breve momento do ocorrido em sua casa envolvendo dois garotos. Chegou a sorrir, mas olhou rapidamente para trás, e percebeu que ainda podia ver os dois por entre algumas árvores e arbustos.
Sentou num banquinho mais afastado e se pôs a pensar, quando chegou a uma conclusão: ela só fazia merda. Ficava com o menino mais popular da escola e com os amigos do irmão; comia três pedaços de pizza e se arrependia. Não estudava para a prova mais difícil de química do ano. Essa era ela: uma menina inconseqüente de 16 anos, sem carteira de motorista e mesada de vinte reais.
Abaixou a cabeça e ficou assim por um tempo até perceber o estado do joelho ralado: estava sangrando e um bocado infeccionado. A cena a deu ânsia.
"Tudo bem contigo?" disse uma voz conhecida.
"Ah. Você" olhou para com uma expressão de dor e felicidade no rosto. Por que ela estava feliz em vê-lo? "Eu caí e dei uma raladinha no joelho" falou, apontando para o machucado.
"Bem, não quero te assustar, mas isso parece a cara da menininha do Exorcista" disse, com uma cara de medo e nojo. "Vem, vamos resolver isso" puxou pelo braço, apoiou-o em seu ombro e disse para ela ir pulando.
Os dois saíram do parque. Quando passaram pelo lugar onde havia ficado com a menina desconhecida, eles não estavam mais lá.

Capitulo 10

 levou para sua casa, uma vez que era a mais perto do parque. Fez um curativo na menina que passou o dia lá. Conversaram sobre coisas banais, jogaram videogame e comeram pão de queijo. No fim do dia, David buscou a irmã.
A sexta feira amanheceu nublada. Os pais de e David deixaram um recado na secretária eletrônica dizendo que houve um problema com a tia deles, e que tiveram que ficar mais tempo do que o previsto fora. tomou aquilo como boa notícia. Decidiu não ir na aula e morgar em casa o dia inteiro. E o fez. Caiu na cama e só acordou às 13h com a campainha tocando. "Deve ser o David" pensou. Seu irmão sempre esquecia de pegar a chave, consequentemente, ficava trancado pra fora até alguém abrir a porta pra ele.
"Surpresa!" sorriu quando abriu a porta, levantou um saco de papel "Comida chinesa. Você tá melhor? Fiquei preocupado." rompeu pela sala e sentou no chão, na frente da TV.
"Estou ótima. Sem dores. Você daria um ótimo médico, " sentou do lado dele.
"Sim, eu seria um ginecologista" disse e fez uma carinha sapeca. sorriu e deu tapa de leve na coxa de .
O menino virou para , que sorria largamente. Como ele amava aquele sorriso. curvou-se um pouco a ponto de encostar a ponta do nariz na bochecha de . A garota sentiu o perfume de e reconheceu-o como sendo o presente que ela havia dado no aniversário dele no ano passado. Ela não resistiu a isso. Colocou a mão no queixo do menino e virou-o bruscamente, encostando seus lábios e começando o que seria um beijo intenso. já não estava se importando o que era certo ou errado. Depois do que viu no parque, ela queria mais era ficar com alguém. Ela tinha esse direito. Direito de ser feliz com quem quisesse. E o corpo de era justamente a felicidade que ela queria naquele momento. Ele não pensava em nada, a não ser como era bom sentir os corpos assim tão perto. Era tão bom sentir o hálito dela, o cheiro, a respiração...
"David pode chegar a qualquer momento" disse entre suspiros
"Ele vai ficar na escola até de noite" disse, retomando o beijo. "Por que acha que eu vim aqui cedo?" Os dois riram.
'E a Olívia?' perguntou.
Ela sabia que estava saindo com a menina.
'Terminamos.' disse, puxando-a para mais perto. deitou a menina no chão, e não impediu, apenas trouxe o garoto para mais perto de si. Não queira parar aquilo por nada. A garota beijava o pescoço de enquanto desabotoava a camisa da escola que ele usava. , por sua vez, descia o zíper da calça de . Os dois estavam ofegantes e ansiosos. tirou as próprias calças e o deixou levantar sua blusa, deixando-a apenas de calcinha e sutiã.
"Hoje eu estou usando cueca" sussurrou no ouvido de , que deu uma risadinha.
Como ele amava aquela risadinha. Ele beijou o pescoço dela, e foi descendo até os ombros, donde abaixou uma das alças do sutiã, repetindo o processo no outro ombro, e deixou que ela mesma desabotoasse nas costas. Quando a peça caiu no chão se juntando às outras, sentiu tremer. Ele percebeu que aquilo era tão especial para ele quanto pra ela. O garoto beijou-a com voracidade enquanto ela tirava suas boxers. Trocaram de posição, ficando ela em cima dele, de modo que podia encarar os olhos de diretamente.
Ela não entendia porque estava fazendo aquilo. Mas era muito bom e ela não havia intenções nenhuma de parar. Ela tirou a última peça de roupa que faltava e gemeu alto quando pressionou os dois corpos. Isso fez o menino sorrir por trás dos cabelos suados. Os dois se beijaram intensamente enquanto aumentavam a velocidade dos movimentos que faziam. fazia a garota gemer alto. Como era a primeira vez dela, tudo que ele fazia era uma gostosa novidade.
Por fim, gemeu alto e beijou-a de uma forma totalmente diferente. Era um beijo realmente apaixonado. Ele virou de lado, soltando o corpo de , que ofegava. Seria difícil qualquer coisa superar aquele momento. A menina ficou olhando o teto por um instante, apenas curtindo o momento. Virou para o lado e viu se levantar e seguir para o banheiro. Ela mesma se levanta, cata as roupas do chão e vai para seu quarto. Coloca uma roupa qualquer e senta na cama.
'O que aconteceu?' pensa, passando as pontas dos dedos sobre os lábios.
Embora ela não se achasse preparada para isso, mas não estava nem um pouco arrependida. então entrou no quarto de boxers e, com um sorrisinho, sentou na cama ao lado da menina.
"Acho que precisamos conversar" disse, encarando o chão do quarto. pensou no que poderia dizer. Quer dizer, o que se diz depois de fazer algo assim como um dos melhores amigos que você tem?Então ela decidiu. O que ela queria não necessitava de palavra alguma beijou violentamente , que retribuiu. Foi a vez de empurra-lo para o chão. A menina tirou as roupas que acabara de por e subiu em . Beijou o no pescoço e foi descendo. Fizeram tudo de novo. Duas vezes. Quando se faz algo, fica fácil repetir.

Capítulo 11

 e estavam envolvidos pelos lençóis da cama, apenas sentindo a respiração um do outro, com alguns beijos ocasionais. estava muito ofegante, enquanto aos poucos recuperava o ritmo normal da respiração.
"O que vamos fazer em relação a isso?" disse dando um beijo na testa da menina.
"Nada. Para mim está bom assim" disse, levantando e procurando novamente as roupas,e ao encontra-las, vestiu-se.
" ... você sabe que..." disse pulando em pé e vestindo suas boxers.
" . Você foi o primeiro. Já é o suficiente para mim." sorriu.
Ela sabia que o menino não podia resistir ao seu sorriso
"Eu..." foi interrompido pela campainha. Os dois se entreolharam e correram escada a baixo para atender.
"Vai! abre a porta" David disse batendo de leve na porta. olhou para nervosa.
O garoto entendeu e começou a procurar na sala suas roupas. Achou-as e vestiu-as.
"Até que enfim!" David entrou e deu um beijo na testa de .
" Como foi o seu d... ?! Você por aqui?O que houve com suas calças; elas estão abertas, dude. " David olhou de para .
Olhou a sala que estava bagunçada
"Alguém me diz o que aconteceu aqui? Você trouxe o almoço dela?" e se encararam e fitaram o chão.
"É"
"Ok." David subiu as escadas para seu quarto e olhou de relance para o quarto de .
Algo estava errado. Havia uma troca de roupa e lençóis no chão e, debaixo de um travesseiro no pé da cama havia...
" , o que houve aqui?" David entrou na sala, encarando e estáticos.
"Eu já disse, vim tra..." começou
"E como você explica isso?" David mostrou duas embalagens de camisinhas abertas.
"Bem..." Começou .
"E o estado do seu quarto? E da sala?" David estava gritando.
abaixou os olhos. Se soubesse quando ele chegaria ela teria arrumado as coisa. A verdade que o tempo que ela com passou voando e agora olhando pela janela percebera que já era noite.
"E então ?" David estava claramente irritado; ele era uma pessoa calma e estruturada, mas quando se tratava da irmã mais nova, ele perdia a cabeça.
"Cara, eu não vou mentir pra..." foi interrompido por um soco no estomago dado por David.
O garoto dobrou-se e caiu de joelhos. gritou e tentou socorre-lo, mas David bateu no menino de novo, nessa vez no rosto. tenta acalmar David, mas ele continua socando de uma tal forma que o menino não conseguia se defender. Quando enfim conseguiu deter David, estava em estado lamentável. O olho esquerdo estava quase impossibilitado de ser aberto, o nariz sangrava e da boca escorria um filete de sangue. O menino estava com uma mão no peito e outra no estomago. David preparava-se para uma outra investida, mas colocou-se no meio.
"David..." começou
"Como você pode, ? Você não tem noção do que fez? Acha que isso é mais um joguinho na vida? Isto é sério."
"Eu sei..."
"Com o ? Mas... vocês são amigos, porra!" David chegou perto de "Você era meu melhor amigo, cara, como você pode fazer isso?"
Agora David assumia a expressão de quem está prestes a chorar
"Saia daqui. Não apareça na minha frente, se não te arrebento" disse por ultimo, subindo as escadas, parando em frente ao quarto de e depois dirigindo-se ao seu.
ficou uns minutos tentando digerir a situação. Resolveu ir falar com David. O irmão dela era muito protetor. Haviam passado por uma infância difícil entre as mudanças de escola e as internações da sua mãe, e a única coisa fixa que os dois tiveram era um ao outro. Mas agora ela tinha dezesseis anos e David não podia mais proteger do mundo lá fora.
'Posso entrar?' bateu levemente na porta e entrou com o consentimento do irmão, que estava a ler algo no livro de história.
'Que foi?' David estava claramente nervoso com a situação. caminhou até ele e o abraçou. Ele também a abraçou e ficaram juntos por um tempo. 'Desculpa tá? Eu estava nervoso. Você sabe você é a única coisa que eu tenho. Não posso te perder para ninguém. Eu quero que você pense antes de fazer as coisas. Não quero que você se arrependa por que... Com essas coisas, , não adianta se arrepender. ' entendeu perfeitamente o que David fez. Era tudo por ela.

Capitulo 12

 A manhã de sábado estava maravilhosa. Chovera a noite toda e não havia uma nuvem sequer no céu. acordou quando os primeiros raios de sol bateram em sua janela. A menina se levantou e tomou um banho. Colocou uma roupa descente e saiu, antes de tomar café. A manhã estava bonita demais para se deixar levar. Já passava das dez quando percebeu que estava razoavelmente perto de onde morava.
' !' disse, pulando em cima da amiga. era da idade de e morava a dois anos numa república com mais três meninas, as quais todas era amiga.
tinha dezessete anos e era uma menina feliz. Havia saído de casa porque os pais não aceitavam seu namoro nem seu namorado, , embora ele fosse uma ótima pessoa. estava lá porque fora expulsa de casa aos dezoito anos, uma vez que os pais não aturavam mais a garota, que podiam chamar de delinqüente (ela bebia muito e constantemente faltava às aulas, chegando a repetir o 2º ano do colégio). A gota d'água foi quando ela saiu para ir numa festa e voltou duas semanas depois, com uma tatuagem nas costas e um piercing na língua. Claro que a partir do momento que ela se mudou tornou-se um pouco mais responsável, sendo a oradora da sala na formatura e empregada do mês no McDonald's (onde trabalhava à oito meses) seis vezes. Já , saiu de casa porque quis. Era a mais velha da republica e, aos vinte anos, era a 'mãe' das meninas de lá. Sempre recorriam a ela pra pedir dinheiro, contar segredos ou chorar o rompimento com o namorado.
'Que foi?' perguntou. Não parecia muito feliz por ser interrompida em seus sonhos.
'Caiu da cama?'.
Não era do feitio da estar acordada em um sábado as 10h, imagina então estar de bom humor. sorriu e disse que o dia estava lindo e blábláblá. percebera que a menina estava mais feliz que ultimamente. Quando deixou a casa das meninas, onde passaram a tarde toda vendo filmes, a noite já estava alta, por volta das 8h e, só após sair, percebera que não comeu nada o dia inteiro e que estava faminta. Sendo assim, andou por algumas ruas até achar uma sorveteria [N/A: não é comida, mas serve] e entrou. Pegou a carta de sabores e decidiu quase de imediato.
'Moço, quero uma bola de brigadeiro... '
'Eu tenho duas, não é de chocolate, mas serve' Disse uma voz conhecida se apoiando no balcão.
'Oh! !' encarou o amigo [N/A: só isso?].
'O que você faz aqui?'
'Vim dançar macarena. Esquece. Tava com fome e não tinha comida na minha casa. ' disse numa risadinha. O menino morava com o pai, que esquecia frequentemente de ir ao supermercado, fazendo com que tivesse que procurar comida na rua.
'Tudo bem contigo?' perguntou olhando para o garoto.
A surra que o irmão de havia dado no menino se refletia nos inúmeros hematomas e cortes pelo corpo do menino. Quando o perguntavam, dizia que havia caído da bicicleta.
'Bem.' O menino sorriu. 'Tô aqui com o James, comendo Banana Split [N/A: uma banana e duas bolas de sorvete, Dani] e tomando coca. Vem com a gente' concordou com a cabeça e foi se sentar perto dos meninos.
'ah, olá James, tudo bem?'. James apenas acenou de leva com a mão e voltou a tomar o sorvete. não pode não pensar se ele sabia do que havia acontecido entre ela e .
A conversa (se poderia chamar de conversa dizendo coisas sem sentido, rindo desesperadamente e James tomando sorvete) se desenrolou por algumas horas a fio, até que a porta da sorveteria abre com um estrondo e entra David. É claro que o relacionamento de David e deveria estar abalado pra sempre (ponha-se no lugar de um deles), mas a amizade dos dois superou o momento vivido. Os três sentados na mesa se levantaram, enquanto David andava na direção de . Podiam esperar uma nova cena violenta, mas aconteceu o contrario. David abraçou como se não se vissem a anos.
'Tudo bem, xuxuzete?' Todos riram.
Passaram mais alguns minutos conversando animadamente, até que uma menina da idade deles chegou perto e disse que precisariam fechar. Todos se levantaram, com exceção de David que ficou estagnado na cadeira, como se estivesse hipnotizado. A menina mandou um sorriso e saiu de volta para o balcão. David se levantou e a seguiu.
'Alcanço vocês depois' Disse, sumindo atrás do balcão.
'Ele não cresce?' James perguntou indignado.
, e James caminhavam silenciosamente pelas ruas desertas da cidade. Já passava das onze e estava muito quente. Deixaram James em casa e os que sobraram voltaram a andar, parando numa pracinha perto de uma casinha para alugar. Sentaram em um banco mais afastado da rua. Teriam de conversar uma hora ou outra.
'Então... ' começou a dizer, olhando para os pés
' ' olhou para o menino e deu um beijo de leve nos lábios dele. 'Eu não me arrependo de nada, sabe? Foi muito... Bom. Mesmo'.
'É. Foi mesmo' disse um pouco sonhador. 'Mas, e agora? Só... Amizade?' pensou um pouco.
Era estranho.
'É. Para mim serve.' viu um traço de infelicidade no rosto de .
'Mas isso não significa que não podemos repetir. Nunca ouviu falar de amigos que se beijam?' sorriu.
curvou-se e beijou intensamente a boca do menino, que retribuiu. O garoto rompeu o beijo, levantou e puxou pela mão. Os dois correram para a casa para alugar ali perto.

Capitulo 13

  Os primeiros raios do dia apontavam no céu quando chegou em casa. Logo ao entrar, deu se conta que David estivera demasiado ocupado para sentir sua falta. Havia roupas jogadas pela sala e escadaria acima, até o quarto de Dave. deu uma risadinha escandalosa. Foi pro seu quarto e tentou dormir um pouco. Acordou quando o telefone tocou no andar de baixo.
‘Dave?’ saiu do quarto, um pouco estabanada (leia-se um pouco bêbada e totalmente sonolenta). ‘Atenda o telefone?’.
reparou com uma cena estranha. As roupas que antes estavam espalhadas sumiram e a casa estava impecavelmente limpa. Na cozinha, uma pilha de panquecas com geléia repousavam placidamente sobre a mesa. O telefone parou e mandou um dedo pra ele.
Foi para a cozinha e, ao pegar o copo, percebeu um recado na geladeira.


Mãe e Pai voltam à noite
Fui levar a Gabi em casa. Arrume seu quarto.

Dave


sorriu. Então as roupas eram da Gabi. E era bom que os pais voltassem. Começava a sentir falta deles.
Subiu e tentou arrumar seu quarto. Havia desde papel de doce no chão até roupas em cima do armário. A menina, por fim, jogou tudo de baixo da cama ou dentro do armário. Sorriu com a própria arrumação. Sentiu-se uma dona de casa.
Como não tinha mais nada a fazer, decidiu buscar um álbum de fotos para ficar olhando, gastando tempo, diga-se de passagem.
As fotos eram guardadas no quarto dos pais, no 3º andar da casa. Desde pequena, sempre adorou o quarto dos pais. Era um cômodo espaçoso e as paredes tinham uma tonalidade azul que lembrava o mar. Era calmante.
A menina entrou e não pode não se lembrar da infância passada lá.
A família não sempre morou lá, essa é a verdade. e David nasceram em uma pacata cidadezinha do interior, e por lá viveram até os quatro anos de David (enquanto tinha um). Desde então, passaram por três cidades pequenas e, no inverno do ano em que David completara onze anos, chegaram a Londres e se mudaram para a casa em que hoje eles viviam.
O motivo pelo qual houve todas essas mudanças de cidade fora condição de saúde da mãe da e Dave. Diagnosticada um pouco depois no nascimento de , a mãe deles tinha um problema no coração irreparável. Vivera tanto tempo por sorte.
Era por isso que e Dave eram tão unidos. Quando crianças, a mãe passava mais tempo internada do que em casa, e o pai sempre estava com ela. e David eram crianças, mas aprenderam a se virar sozinhos e, como era a única certeza que tinham, ficaram mais apegados que unha e carne.
Mas os dois eram jovens e não podiam fazer tudo sozinhos, por mais que tentassem. Não podiam, por exemplo, cozinhar nada que não fosse miojo. Por isso, passaram a maior parte da infância comendo num fast food do lado de casa ou cop noodles. quando pequena tinha medo de trovões. Quando chovia, chorava muito. Um dia, David descobrira que no quarto dos pais o barulho dos trovões era mais fraco e desde então, os irmãos passavam os dias chuvosos juntos, no quarto dos pais comendo cop noodles e bebendo coca-cola. lembrou disso ao ver uma foto de Dave tirada por ela mesma, alguns anos a trás. O menino estava apoiado na janela do quarto dos pais olhando a chuva. A foto é claro, estava imperceptível para as outras pessoas, que a considerava apenas um borrão. Mas para ela era um retrato da infância.
Ficou vendo as fotos antigas até que um som no andar de baixo a fez sair de sua nostalgia.
‘Dave!’ gritou e abraçou o irmão, que subia a escada para o quarto dos pais.
David deu um sorrisinho amarelo e sentou do lado de , quando chegaram ao local que antes a menina estivera vendo as fotos. Passaram alguns momentos assim, até que começara a chover. Parecia incrível que isso acontecesse bem naquela hora, enquanto os dois recordavam a infância. Deram um sorriso mutuo, guardaram as fotos e decidiram fazer algo para comer.


Ao chegar à cozinha, os dois constataram que deviam fazer compras, uma vez que nos armários só tinha caldo de carne. Colocaram um casaco, pegaram guarda-chuvas e saíram para o mercado, que era a algumas quadras de casa.
A chuva os impedia de conversar, não que existe algo muito importante para se dizer. Era estranho, mas sentia que algo estava para acontecer. De repente, uma lágrima saltou de seus olhos, mas logo fora confundida com a chuva.
A menina não sabia o porquê ficara assim tão de repente, mas se agarrou a David, que a abraçou de volta fervorosamente.


Enquanto David pagava a compra (que não passava de alguns cop noodles, doritos, refrigerantes e revistas) percebera que a noite já havia caído. Era estranho, pois pra ela, ainda faltava muito pro dia acabar.

‘Sai Dave!’ entrou em casa pulando nos sofás, fugindo de um David ensopado pela chuva. O menino correu e por fim agarrou a irmã, que caiu de costas no sofá. se esquivou do abraço do irmão e foi tomar um banho. Ficou bem uns quinze minutos debaixo do chuveiro. A água era quentinha e agora a menina brincava com alguns penteados esquisitos que fazia com o cabelo enquanto tocava um CD que a extinta banda de seu irmão havia gravado. David, e alguns amigos, como o namorado de , , tiveram a algum tempo uma banda, que fizera até a sucesso, tocando em alguns pubs e eventos escolares e festas. Gravaram caseiramente algumas musicas — como aquela que ela ouvia, I wanna hold you. A banda, embora um pouco famosa não vingou, pois era difícil superar as sabotagens de James, que não havia sido convidado para a banda e acabara por ser um ciumento potencial. saiu do banheiro, colocou uma roupa qualquer –no caso, um short e uma camiseta, porque, embora chovesse, fazia muito calor- e desceu para a sala no intuito de comer um cup noodle, mas deu de cara com Dave tocando as primeiras notas de uma musica composta por ele mesmo, Brown Eyed Girl. não se lembrava da última vez que ele havia pego em Bob, o violão. Talvez por causa das aulas do cursinho, Dave estivesse muito ocupado. O menino passava muito tempo em seu quarto estudando, pois queria passar na faculdade de medicina local. Meta também almejada por James, mas este não fazia nada além de cabular as aulas que conseguia e dormir nas que não. Os dois freqüentavam o mesmo cursinho, na escola de e as amigas e , respectivamente segundo e terceiro ano ( repetira o 3º ano, que agora refazia).
Os dois ficaram cantando e tocando até que a campainha tocou. foi atender dando uns saltinhos.
‘James!’ viu o menino molhado e mordeu o lábio. Ele ficava bem encharcado.
‘Olá. Será que o Dave está? Eu precisava pegar um....’ deu passagem e James entrou acenando com a cabeça para a menina. Atravessou o hall e falou rapidamente com David, sentado no chão. Os dois subiram até o quarto de Dave.
preparou um cup noodle e sentou no ultimo degrau da escada. Ficou mexendo no macarrão sem muita vontade de comer. Olhando pela janela, percebia-se que eram, no mínimo, muito tarde. A chuva ainda batia contra a vidraça e a lua estava alta no céu. Era muito difícil ver o satélite no céu de Londres, mas naquela noite parecia que o Lua resolvera tomar conta do escuro.
começava a se preocupar com os pais que não chegavam.
‘Tá tudo bem?’ James sentou do seu lado na escada. No seu colo tinha um livro de gramática [N/A: viva à gramática!]. A menina se virou para James. O menino tinha traços muito bonitos. Certo, não era o cara mais lindo do mundo, mas ele sabia expressar qualquer sentimento através de um sorriso. passou a mão pelo rosto de James e concordou com a cabeça.
‘E você?’ perguntou, recebendo uma risadinha do menino. Ele se levantou e rumou a porta.
‘Você nem vai abrir para mim?’ James perguntou, fazendo um sinalzinho com a mão. A menina se levantou e, enquanto ela se dirigia para a porta, James reparou na short da menina. A verdade é que James sempre achara um pedaço de mau caminho, mas o ‘Código da Amizade’ era claro: amigo não fica com irmã de amigo, e respeitando isso, não muito ao pé da letra, James não tentava coisas feias com a menina, tirando o episódio descrito mais atrás.
Quando chegou na porta, reparou no olhar de James. Ela mordeu um lábio.
‘Ok. Acho que até amanhã, né?’James chegara na porta e se apoiou na parede.
‘É’ encarou o chão.
‘Bye’ James já saia.
‘Espera aí!’ correu e deu um selinho no menino. Depois voltou para casa. Ela adora a cara de bobo de James. adorava brincar com ele.

‘Quer?’David entrou no quarto de . A menina estava sentada na cadeira da escrivaninha lendo alguma revista velha, sem prestar atenção. Já eram onze horas e os pais não haviam chegado. David se aproximou e ofereceu Doritos para a irmã, que pegou um punhado e colocou na boca.
David sentou no chão e pegou uma das revistas de espalhadas pelo quarto. Começou a ler uma, dando risada sempre que lia algo que ele classifica-se com coisas ridículas femininas, tipo ‘unhas do verão’. lia uma entrevista com alguém até que ouviu o celular do David tocar no banheiro, onde estava carregando.
O menino saltou e foi atender. acompanhou-o, na esperança de ser alguma notícia de seus pais. David disse mimicamente que era o pai depois, abaixou o tom até que não entendesse nada o que dissesse que não passava de um sussurro.
‘O que aconteceu?’ perguntou, aflita.
David parecia encarar o nada.
‘Nossa mãe está internada. Parece ser grave’.

Eram quase dez da manhã quando sentiu surtir o efeito calmante do chocolate quente que havia tomado na noite passada. Ela e David se recusaram a ir para a aula até terem notícias da mãe. O pai não ligara mais e havia pedido carinhosamente para que eles não ligassem freneticamente ou fossem ao hospital, pois deixava a mãe deles muito nervosa. Não havia, porém, entrado em detalhes da condição de saúde da mãe deles na noite passada, o que deixava Dave e mais nervosa.
A menina estava deitada a quase uma hora no gramado da frente da casa. Estava com um pouco de sono, é verdade, mas os pensamentos aflitos não saiam de sua cabeça.
Era quase começo de inverno londrino e por isso, se encontrava agasalhada na grama. Ela olhava fixamente o céu a procura talvez de neve.
A menina olhava aquela imensidão agora cinza e começava a filosofar quando escutou um carro se aproximando. Saiu se seu transe e percebeu que era o carro da família. Sentiu uma dor no peito, algo parecido com uma mão a apertando o seu coração. A dor se intensificou quando viu o pai sair do carro, sozinho. Onde estava sua mãe? não pensou muito. Correu casa à dentro, esbarrando em David no caminho de seu quarto.
Entrou, bateu a porta num estrondo. Encostou na porta e deslizou até o chão. Algumas lágrimas desceram silenciosamente pelo rosto da menina. se sentiu inútil. Por que chorava? Não tinha certeza de nada e talvez seja por isso que o choro era tão incontrolável. ‘ ?’ David bateu de leve na porta. O irmão sabia que ela estava encostada ali. ‘Podemos conversar?’O menino tinha uma voz um tanto chorosa. segurou um grito e deixou Dave entrar. O garoto sentou do lado dela e, não se contendo, a menina voltou a chorar.
David não se manifestou por algum tempo, apenas quando olhou para ele, quase que suplicando uma resposta, o menino não confirmou apenas com um aceno de cabeça.

 Capítulo 14


Dizem que, quando morremos, a vida passa diante de nossos olhos.
tirou a conclusão de que, quando se perde alguém tão próximo, o mesmo acontece.
A menina estivera deitada na sua cama olhando o teto e escutando musicas, que tinham o objetivo não cumprido de animá-la, como, aliás, tinha feito todos os dias daquela semana. Na quarta de manhã, dia do velório de sua mãe, só saíra do quarto porque e foram buscá-la. Mas, desde então, enfurnou-se no quarto e de lá só saía para ir no banheiro uma ou duas vezes ao dia. Não comia nada, talvez por uma vez ou outra ela tenha comido uma bala que encontrara no bolso da sua blusa.


Na manhã de sexta-feira, acordou às 6h e decidiu ir para a escola. Em uma semana, era o primeiro dia que fazia sua rotina escolar. Sentia-se, por mais estranho que podia parecer, feliz. Havia sonhado com o dia em que a mãe a levara pela primeira vez à praia. Aquele dia tomava como o melhor de sua vida. A menina calçou seu all star e foi para a escola.


Quando você está pensando demais em algo, parece que todo mundo está pensando com você. Os professores dão matérias que tem algo a ver com seus pensamentos e até o sorvete que você compra do sorveteiro da esquina parece dar um significado à sua vida.
Todos pareciam profundamente sentir por sua perda. As amigas não desgrudavam de um minuto se quer. Colocaram a conversa em dia e passaram a matéria que havia perdido.
Às vezes faziam a pergunta que mais odiava: ‘você está bem?’. A menina concordava. , a amiga mais chegada de percebia que, de vez em quando, a amiga queria chorar ou bater em alguém, mas a felicidade retornava lentamente à face de .

Por outro lado, tinha que conviver com o pai que provavelmente nunca se recuperaria. Ele vivia com os olhos parados e em pensamentos vagos. Todo o seu cotidiano virou algo mecânico: trabalho, casa, trabalho. Algo automático.
David preferia ignorar o fato.


E a esse pé foi que as foi levando as coisas. Numa sexta feira, a cerca de um mês do fim das aulas, chega empolgada na sala de história. e conversavam algo sobre o trabalho de geografia de que, em vez de falar das placas tectônicas, era algo parecido com um documentário sobre a cultura dos chineses.
me convidou para sair!’ dizia como se espera-se a vida inteira por aquilo.
olhou para sem entender.
‘Mas, , você e o namoram a quase o que... Dois anos? Vocês já saíram milhões de vezes. ’
‘Mas é que eu acho que dessa vez acho que ele vai me pedir!’ pulava. Em seu aniversário de dezoito anos, à duas semanas, ela havia visto no blazer de um anel. Um anel de noivado. Desde então, ela aguardava o pedido do namorado.
O professor entrou na sala e correu pra fora, para a sua própria aula.
começou a comentar algo que não ouvia. A menina estava olhando acenar para ela pela janelinha da porta. retribui e começou a prestar atenção na aula.


Às vezes tinha vontade de chorar, em vez disso, saía com as amigas ou corria em volta do quarteirão. Ela decidiu que havia chorado demais por isso e que era melhor para todos - melhor para alguns do que para outros, mas que era o melhor. lembrava dos dias em que a mãe não conseguia se levantar da cama e logo pensava onde ela estaria agora: em seu protótipo de ‘paraíso’, onde todos os que morrem vão, existe cachoeiras e afins. Ela preferiria sua mãe nadando em um lago de águas cristalinas do que em casa fazendo inalação.

Naqueles pensamentos que se encontrava naquela tarde com e no cabeleireiro. ia sair com aquela noite e queria que fosse a mais especial, assim, e foram arrastadas (uma vez que eram as mais próximas de no momento) para lá.
As duas meninas ficaram lendo revistas velhas (uma, inclusive, anunciava a 3ª temporada de Friends inédita na Inglaterra) enquanto fazia tudo o que lhe convinha.
olhou inquieta para o relógio. combinara de encontrar-se com ela s e já se atrasara vinte minutos. Ignorou esse fato e voltou a ler sobre o casamento de algum famoso.
‘Pronta!’ estava com o cabelos escondidos por um boné. Obviamente queria fazer surpresa.Saíram do cabeleireiro e foram para a casa das meninas.


‘Essa não!’ gritou quando saiu do closet com uma blusinha no mínimo decotado. encontrara as meninas na saída do cabeleireiro e agora ajudava escolher a roupa para o encontro de logo mais junto com , e .As quatro estavam espalhadas pelo chão do quarto de , comendo pipoca e assistindo alguns seriados.
‘Não!’ gritou de novo, agora porque usava uma mini-saia jeans. A menina odiava que e amiga usasse esse tipo de roupa quando estava com , pois acreditava que todos os garotos são tarados pervertidos.
mandou um dedo para e entrou no closet pela décima vez.
‘Perfeita’ conseguiu dizer, com a boca cheia de pipoca. corou. Estava com um vestido acima do joelho, preto básico com detalhes vermelhos e com a sandália Prada de .
As meninas ficaram de queixo caído quando soltou os cabelos. Tinha cachos perfeitos e o cabelo estava ligeiramente mais claro.
‘Quer casar comigo?’ disse, imitando a voz de , um tanto fanha. jogou um sapato na amiga, que gritou de dor.
‘É a campainha?’ perguntou aflita. A campainha tocou e Juliana foi correndo atender. colocou um brinco e uma gargantilha e disse, procurando a bolsa:
‘Me desejem sorte!’E saiu, descendo desesperadamente.
‘Não faça nada que eu não faria!’ disse, do alto da escada.
riu descontroladamente.
, não existe nada que você não faria.’ , ofendida, atirou o balde vazio de pipoca na menina.


Por volta das oito, chegou em casa. Ficaria com suas amigas, mas decidiu ir para a sua própria casa com receio de David fazer alguma coisa. Desde a morte de sua mãe, David começara a estudar com um possuído [N/A: frase roubada da Mariana, créditos], algo que achou que fosse uma válvula de escape para seus sentimentos atrofiados [N/A: frase roubada de um romance shakesperiano, créditos]. abriu a porta e viu a casa vazia e seria silenciosa, mas ouviu um som no andar de cima. Subiu sorrateiramente e percebeu que o som vinha de seu quarto.
“Pronto, agora tem um ladrão roubando meus CD’s” pensou consigo mesma. abriu a porta com um chute e deu de cara com , de boxers, comendo cereal e dançando Green Day.
A menina achou estranho, quer dizer, você não ficaria no mínimo intrigada com o fato de estar no seu quarto dançando Holiday? Só que e ela tinham tido uma relação tão legal nos últimos tempos que nem se importou com a cena de com sua boxer de oncinha.
Os amigos haviam ficado preocupados com Dave e, como o garoto não pedia nenhuma ajuda/ atenção/ carinho, estes decidiram por passar mais tempo com David, caso ele precisasse. , em especial, ia quase toda tarde na casa de e David e, como Dave passava horas a fio estudando, ficava conversando futilidades com . Algumas vezes vinham além dele James e outros, como ( , e Dave foram companheiros de banda, então, ainda tinham alguma amizade) todos acabavam tirando Dave de seu tupor de estudos e faziam lualzinho [N/A: Me refiro a sentar na frente de casa e tocar violão de dia com algo (como um casaco) fingindo ser uma fogueira e coletar moedas].
‘Como foi seu dia?’ jogou a mochila num canto e deitou na cama observando comer seu cereal. Os dois haviam conversado muito durante a semana e viraram quase melhores amigos. Nada de agarração entre eles, alguns beijos, mas nada a mais.
‘Bom’ sorriu, mostrando seus dentes um tanto sujos. riu e atirou uma almofada no menino, que desviou rapidamente.
‘E... , não se sinta ofendido, mas por que você está sem roupa?’ A menina mordeu o lábio, com medo da resposta do garoto.
‘Estou de cueca, que é roupa' fez uma cara de 'você entendeu para o menino, que continuou 'É que hoje é o último dia antes do inverno. Quero aproveitar o calor enquanto posso’. dizia aquilo como se fosse tão claro quanto a tabuada do dois, independente de estar quase dez graus lá fora.
A menina concordou com a cabeça.
...sério, agora nós precisamos conversar.’ ficou sério de repente. sentou na cama e bateu no lugar ao seu lado, chamando o menino, que obedeceu.
‘Diga.’
deu uma suspirada.
‘Você quer ir no baile da minha formatura? Sabe, eu não ligo para bailes, mas é que minha mãe quer muito que eu vá’ dizia aquilo quase como justificando. ‘E se alguém tem que ir comigo, prefiro que seja você’.
...’ ia dizer algo, mas o menino adiantou-se e deu um beijo na menina.
‘Por favor?’ disse baixinho, no pé da orelha da menina.
‘Claro , eu vou no baile com você’.


‘Pai?’ bateu na porta do quarto dos seus pais, agora no singular. Não obtendo resposta, entrou e encontrou o pai na cama, dormindo. Era isso o que ele fazia desde a morte da esposa: trabalho-cama.
A menina então saiu do quarto. Sabia que uma hora ele teria que sair daquela fossa. Foi pro quarto do irmão, onde encontrou o mesmo escrevendo na parede.
‘O que tem de janta?’ David perguntou, olhando para a irmã.
‘O foi ver’
‘E o é cozinheiro agora?’David parecia indignado.
‘Você não sabia? é agora nossa governanta. Inclusive perguntou se pode ter um aumento’.
David deu uma gargalhada.
‘A gente está pagando algo para ele?’
‘Você já olhou sua carteira?’ perguntou. Dave correu para contar seu dinheiro enquanto a menina descia sorrindo.
Chegou à cozinha e achou pendurado numa cadeira, olhando no armário.
‘Não tem comida’Disse, por fim.
‘Tem cup noodles’.
‘Não. Você comeu o último no café-da-manhã’.
se lembrou do fato e concordou. Certo, era sábado à noite e não tinha nem caldo de galinha em casa [N/A: na fome extrema, você pode lamber o caldo de galinha, certo?]. Sendo assim, alguém teria que comprar comida.
‘Vá comprar comida’ mandou o fazer, por final.
‘Não! Eu já limpei a sala!’O menino revoltou-se.
‘E eu limpei meu quarto!’
‘Mas é o seu quarto, !’
‘Mesmo assim!’
parecia vencido e já ia subir para colocar uma roupa, mas parou, deu meia volta e sentou no sofá da sala.
‘Você não vai?’ colocara as mãos nos quadris como uma mãe mandando um filho ir tomar banho.
‘Não! Eu não moro aqui!’ disse, vingativo. esquecera que o menino só dormia e comia lá e, revoltada, saiu para comprar mantimentos.

Capitulo 15


‘Merda’ comparava os preços de refrigerantes e constatou que não poderia comprar oito engradados de Red Bull.Sendo assim, pegou alguns genéricos de Red Bull e procurou dentre os corredores do supermercado comida.
A menina ia virando no corredor de ‘higiene’(pois precisava comprar xampu) quando viu uma pessoa que, segundo ela, havia esquecido: .
‘OMFG’ pensou. O menino estava com alguém que parecia ser a mãe dele. não soube o que fazer. Desde o dia que ela o viu beijando outra, eles não se falaram; às vezes na escola eles se trombavam e saia correndo ou a chamava no MSN e ela não respondia.
colocou o capuz e, andando de costas, trombou em alguém.
‘Desculpe ...James!’ encarava o amigo que segurava uma revista e tomava um suco.
‘Hey’ James disse, com um sorriso. ‘Comprando a comida pro inverno?’
olhou para o carrinho de supermercado que ela levava onde havia red bulls, algodão e pipoca de microondas.
‘Estou fazendo as compras’ respondeu. ‘Me ajuda?’
James concordou e junto de compraram tudo que faltava na casa da menina. Na hora de pagar, James começou a zombar dos produtos escolhidos pela menina.
‘Pra que taaaaaanta coisa?’James empacotava tudo.
‘São coisas básicas, James.’
‘Esmalte é básico?’
rolou os olhos.
‘Sim, é essencial.’
‘Sopas instantâneas?’O garoto fez cara de assustado.
‘Por quê? Você nunca comeu sopas instantâneas? É normal, tá?’
, é normal comer sopas instantâneas, mas comprar vinte de quinze sabores diferentes é loucura.’ O menino não entendia.


Os dois caminhavam para a casa de . James havia se oferecido para ajudar a garota com as compras.
‘Pronto!’ James colocou os sacos que levava na soleira da casa. ‘Entregue’.
‘Obrigada’ colocou a chave na fechadura e virou para se despedir do menino quando sentiu os lábios dele nos seus. James a beijava fervorosamente e ela não o impedia, apenas acompanhava o ritmo do beijo que se intensificava. Era tão bom estar ali com ...
? Era James que estava ali! se separou de James, que estava com os lábios vermelhos. Como ela pensava em um garoto enquanto estava com outro?
‘Eu preciso ir’ deu um ultimo selinho em James, chutou as coisas para dentro de casa e fechou a porta.
Indo para as escadas, encontrou (ainda com suas boxers de oncinha) deitado no sofá ouvindo iPod. Quando a viu, o menino sorriu.
‘Você só fode minha vida!’ gritou e subiu as escadas, deixando sem entender.


‘Droga!’ havia entrado no banheiro, tropeçou e caiu num tênis jogado no chão. A menina bateu a cabeça na beira da banheira, nada sério. Mas ela começou a chorar. Pela banheira? Não. Pelo imenso galo que agora tinha na cabeça? Não.
Ela não entendia porque aquelas coisas aconteciam com ela. Por que ela estava pensando em ?
?’ Em meios aos seus soluços, pôde ouvir batendo na porta. ‘Abre aqui’,
A menina engatinhou até a porta e abriu-a. entrou sentou no chão como a menina.
‘Está tudo bem?’ passou a mão no rosto da menina, que concordou com a cabeça. De repente, ela não sentia mais vontade de chorar. Tudo era mais fácil quando estava com . Pensando bem, porquê tudo era mais fácil quando estava com ?
queria saber o porquê. Foi até e o beijou. O menino ficou assustado, mas não parou o beijo e avançava cada vez mais. A menina queria saber se, estando com ela também pensaria em outro menino.
A resposta foi negativa.
queria saber porque se encontrava novamente naquela encruzilhada amorosa. , James e sempre confundiam a cabeça dela.
Não pensou em nada. Com , naquele momento, tudo parecia tão certo.


Alguém bateu na porta.
Eram batidas fracas abafadas pela chuva forte que caía lá fora.
abriu os olhos lentamente e vasculhou o quarto atrás de luz. Eram quase oito horas de domingo e estava extremamente escuro. A menina saiu da cama, quase tropeçando em , que dormia num colchão no meio do quarto. O garoto babava no travesseiro e estava aparentemente sem roupas. sorriu e foi atender a porta.
‘Que?!’A menina abriu uma frestinha na porta e viu David do outro lado.
‘Telefone’ David estendeu o aparelho sem fio para a irmã, que agradeceu e fechou a porta.
‘Alô?’ disse baixinho no telefone para não acordar.
! VOCÊ NÃO SABE!’ berrava do outro lado da linha.
‘O que aconteceu?’ gritou, fazendo se revirar no colchão, mas sem acordar.
pediu a ! Eles vão se casar!’
‘CASAR?’ berrou e fez acordar, assustado.
‘YEAH! Vem aqui, estamos comemorando!’ desligou e começou a dar uns pulinhos.
‘O que aconteceu?’ perguntou assustado.
foi até o menino e deu um beijo estalado nele.
e vão se casar!’ sussurrou para . A menina levantou e foi procurar uma roupa para vestir enquanto virava para o lado e voltava a dormir.
‘OH MY GOD!’ acabara de entrar na república das amigas. As meninas tinham improvisado uma festinha: havia bexigas brancas na casa toda e algo que lembrava serpentina de carnaval tomava conta das paredes. As garotas em si, estavam sentadas no chão no que chamaram de bufet: doces em geral, amendoim e um bolo coberto com chatilly, que combinava com o resto da decoração.
Todas foram abraçá-la e mostrou seu anel de noivado: nada menos que um diamante 18kl [n/a: tá, eu posso ter viajado agora o.O].
As meninas ficaram papeando sobre o casamento de . Parecia tão irreal que a amiga fosse se casar! Ela tinha dezoito anos e uma vida inteira pela frente.
‘Gente, eu amo ele.’ disse por fim. Amor... Isso o que importa certo? ‘E não vou parar de estudar, nem ele, vou para a faculdade de arquitetura, ele para música. Vamos morar juntos e, quem sabe, quando acabarmos a faculdade teremos um casal de filhos legítimos e cinco africanos adotados.’Deu para perceber que começava a pensar em coisas...estranhas.
‘Ok...ok... mas eu quero organizar a festa! Você me deve isso!’ colocou o dedo em riste perto de .
‘Ninguém mais poderia cuidar disso, .’
‘Eu vou preparar a parte mais legal: a despedida de solteira!’ gritou. A menina não acreditava em casamento, mas acreditava em festas e diversão.
‘Eu quero preparar os convites! Sempre foi meu sonho fazer um convite de casamento’ escrevia no ar como se escrevesse.
‘E eu?’ se sentiu realmente excluída. Achava que a única coisa que sobrara fora se casar com .
s virou e olhou profundamente nos olhos da amiga. ‘Queria que você fosse minha madrinha de casamento’
O rosto de se iluminou.
‘Pra valer? Você quer mesmo?’
‘Com certeza. E se o pudesse te acompanhar...’
?’
‘O e ele são amigos. E quer gente melhor que o para entrar contigo?’
‘Não. Eu aceito ser sua madrinha. Com prazer’
‘Hey! Também quero!’ atirara uma almofada em em protesto.
‘Me recuso a ser aquelas noivas que tem um monte de madrinhas. Vai ser só a e minha prima.’
‘Então tá né...’ disse ‘ Você não vai ser convidada para meu casamento!’
, você já disse que não vai se casar’ replicou.
‘Ah! É verdade. Mas mesmo que eu fosse!’


se atirou no jardim. Haviam bebido um pouco mais do que devia na festinha de e tivera que praticamente se arrastar até em casa.
O mundo girava sobre um chão instável. A cabeça doía.
‘Você está bem?’ David sentou ao lado da irmã.
‘Defina bem’ e Dave sorriram.
contou para David sobre o noivado de e . Para falar a verdade, David não parecia surpreso.
‘Eles uma hora ou outra iriam acabar se casando, . Eles são o tipo de casal que são românticos o suficiente para viveram felizes para sempre.’
‘Certo’ realmente não conseguiria responder muito mais que isso.
‘Ok. Então eu preciso ir. Vou encontrar uma amiga’
‘Amiga?’ levantou um pouco a cabeça.
‘A Gabi... A gente anda... Saindo. ’Dave falava pausadamente e com um certo receio na voz.
‘Certo. Não volte muito tarde, ok?’ disse, recebendo um beijo na cabeça do irmão.
‘Não conte com isso.’O menino disse, antes de sair.

 Capítulo 16


‘Vermelho? Você vai a uma formatura ou a um cabaré? ajudava a achar um vestido para a formatura de enquanto ajudava com algumas lições.
Era quarta-feira da última semana de aulas e as meninas faziam as últimas provas e, entre elas, passavam tardes no shopping, como aquela.
‘Sabe , ficar me criticando aí não está resolvendo muita coisa. A formatura é no sábado e nem vestido eu tenho!’
estava desesperada. Naquela semana havia recebido o convite que dizia que o traje da festa deveria ser social chique e, com isso, acabou com os sonhos de de ir de jeans e all star.
‘Desculpa, . Que tal...’ mexia descontroladamente nos cabides, deixando alguns caírem no chão. ‘Esse? Não... esse aqui!’ estendeu um vestido para . Era comprido, chegando até o chão, azul escuro, quase preto. Era um de frente única, deixando com cara de pervertida.
...’
! Você tem que arrasar! Mas sem aparecer muito porque, afinal, a mãe do vai estar lá.’ empurrava para o provador. ‘Mas isso não significa que você não possa ter um pós-party.’
‘O quê você está insinuando?’ gritou de dentro do provador.
‘AH! O Danny... bem, ele é um brotinho.’
Brotinho? ultimamente tem arrumado gírias idosas.
‘O quê você acha?’ saíra do provador com o vestido.
A menina estava deslumbrante. Não tinha palavras o suficiente para descrevê-la.
‘Sério, eu tenho que parar de ver vocês desse jeito, todas linda, senão me apaixono’ comentou.
‘Então?’
‘Moça!’ chamou uma vendedora ali perto ‘É esse aqui. ’

As duas agora rodavam o shopping em busca do sapato ideal. começava a se irritar com , pois esta não se decidia se iria querer um sapato preto ou azul. Haviam achado uma loja onde tinha sapatos lindo e quase em um preço descente, onde estavam agora. Só que encontrou dois pares de sapatos e não se decidia qual iria querer.
‘E aí?’ acabara de voltar à loja. Fora comprar um milkshake de Ovomaltine, para ver se aliviava o stress.
andava pela loja, tentando sem sucesso descartar algum deles por ser desconfortável.
, eu não sei... Moço, deixa eu ver aquele azul de novo...?’
‘O Prada?’O vendedor consultou a pilha de caixas.
‘Não.’
‘O azul purpurinado?’
‘Não.’
‘O que tem detalhes em preto?’ O vendedor começava a se irritar.
‘Não! O que tem uns trequinhos em cima da tirinha e umas coisinhas...’
‘ESSE!’ jogou o sapato no chão, a frente de e do vendedor, quase o quebrando.
‘É!’ calçou-o feliz.
‘Vai ser esse?’O vendedor perguntou, cansado. Era quase sete da noite.
‘Não sei... agora estou em dúvida entre os três...’
‘CHEGA!’ gritou, derrubando o milkshake. ‘ Moço, ela quer os três! Eu pago!’
‘Obrigada , mesmo.’
‘Não fiz isso por você! Eu quero ir embora!’ pagou pelos sapatos, pegou as sacolas e saiu deixando sem entender.

‘Hey!’ disse entrando em casa. Não havia ninguém para responder.
A menina fechou a porta e subiu para seu quarto, parando na cozinha para beber um copo de água.
‘OH MY GOD’ deixara o copo cair. Havia um homem na cozinha que ele não reparara ante.
‘Calma! Sou eu, James!’O menino falou. De fato, era James.
respirou fundo.
‘O que você está fazendo aqui no escuro?’ perguntou cautelosa.
‘Eu...hã...bem....’ James aparentemente não arrumava palavras para descrever o que ele fazia ali.
‘James! O que foi? Aconteceu alguma coisa?’ perguntava, agora nervosa.
‘Não! Não, é que... Eu queria saber o que está acontecendo com a gente.’O menino se aproximou de , deixando pouco espaço entre eles. ‘É que hora você parece tão a fim e outra simplesmente... não parece’ James agora passava a mão no rosto de . O menino podia não ser o mais garanhão do mundo, mas ele sabia mexer com as mulheres.
‘James, eu....’ pode quase sentir os lábios de James nos seus quando a luz da cozinha é acesa, separando os dois quase que imediatamente.
‘Oi família!’David entrou na cozinha com , trazendo consigo algumas sacolas e muitos livros.
‘Oi!’ passava a mão no rosto. Era muito bom ter dois “brotinhos” como e James a fim dela, mas era muito complicado lidar com a situação. Ainda mais porque eles eram amigos e amigos do irmão dela.
, terminaram as provas?’ Dave perguntou, sentado em cima da pia comendo uma maçã.
‘Termiram sim. E... gente, eu vou subir, tenho que guardar o que eu comprei’ já ia saindo, sendo interrompida por , que parou a sua frente.
‘Algo errado?’ O menino perguntou aos sussurros, enquanto olhava os traços de .
‘Nada.’ mordeu o lábio. Era tão bonito ver preocupado com ela. ‘Depois eu falo com você, ok?’A menina desvio-se de e subiu para o quarto.

Sexta à tarde. , , e tomavam sorvete na frente da escola, apenas esperando o resultado final do período de e .
‘Não sei o que estamos fazendo aqui, porque é óbvio que vocês passaram..’ proclamou, depois de jogar o palito do sorvete no lixo. ‘Poderíamos estar vendo um filme ou fazendo limpeza de pele, sei lá.’
As outras encararam . A menina reclamava esporadicamente que necessitava fazer uma limpeza de pele.
‘OK! Mais cinco minutos e nós vamos no cabeleireiro, do lado tem um lugar que faz limpeza de pele, .’ jogava uma pedrinha na calçada. ‘ Eu preciso fazer alguma coisa no cabelo de qualquer jeito’.
O reitor passou pelas meninas naquele instante, dizendo que os resultados já estavam expostos. As quatro levantaram e foram correndo vê-los.
‘Ah! Que novidade! A foi a primeira da turma.’Disse disse ironicamente.
‘E eu fiquei de recuperação de espanhol...’ falou, sem se importar muito. ‘Não vou poder viajar nas primeiras semanas de férias’.
‘OH! Mas e a nossa viagem para a Holanda? A gente planeja isso a uns seis meses!’ fez uma cara de irritada.
‘Não é minha culpa que eu sou meio burra, entende?’ sempre respondia em nome de sua inteligência.
‘Vamos adiá-la, . Porque afinal vocês têm que me ajudar com as coisas do meu casamento.’ sorria. Era muito bom ter a ajuda das amigas.
‘Certo. Podemos ir agora?’ perguntou.
‘Okay!’


e estavam no cabeleireiro enquanto e faziam limpeza de pele.
já começava a se irritar com a rotina de ir no cabeleireiro e prometera não ir ali até o fim do ano. Por volta das seis, as meninas se encontraram em uma pracinha ali perto e começaram a jogar conversa fora, como sempre faziam. Foi só quando escureceu que todas decidiram voltar a suas respectivas casas.
, posso falar uma coisinha com você antes?’ aproximou-se da amiga e sussurrou no ouvido dela.
‘Claro! O quê aconteceu?’A garota perguntou.
, eu não sei como contar para meus pais que eu vou me casar’ tinha umas lágrimas nos olhos.
sabia que desde que saíra de casa, sua relação com os pais não era a mesma.
‘Calma! Você é a filha deles acima de tudo. É só dizer com jeitinho...’
ia dizendo enquanto observava e se afastarem dela e de .
‘Você poderia ir comigo e com o contar para eles? Por favor?’ quase suplicava.
‘Eu vou, . E vai ficar tudo bem, eu prometo.’
As duas sorriram e começaram a caminhar de volta para casa.


. . MENINA! ACORDA!’David gritava com , tentando acordá-la.
‘O que aconteceu?’ acabara de cair da cama. David começou com um acesso de risos controlados pelos tapas de .
Era sábado de manhã. A menina havia chegoado no outro dia e capotado na cama.
ligou. Avisou que vem se trocar aqui. Disse que está tentando se safar das fotografias típicas de baile’David ria.
‘Ok... ele disse que horas viria?’ tentava se levantar, algo dificultado pela luz fraca, porém ofuscante, que entrava pela fresta da janela.
‘Ás seis’
‘E que horas são?’ agora procurava por seu celular.
‘Uma da tarde. Por quê?’
‘UMA? Dave, por que você deixou eu dormir até a uma da tarde?’
‘Oras, sexta é dia de lavar o cabelo e sábado é dia de dormir.’
encarava o irmão. O menino saiu depois de alguns segundos.
Começou a pensar no que fazer.Tinha que tomar banho, secar o cabelo, fazer a maquiagem e escolher o sapato. Tudo em seis horas, uma vez que iriam sair de casa às sete.
A menina começou escolher o sapato.


! Entre, dude’David abriu a porta para , que segurava um daqueles protetores de terno.
‘Fecha a porta! Rápido!’ se escondeu atrás do sofá.
‘O que foi? Fugindo da polícia?’David perguntou, fechando a porta,
‘Pior. Da minha mãe.’ rastejou até as escadas, que ficavam fora de vista das janelas.
‘Ela está atrás de você?’
‘Bem, xuxuzete, ela marcou um café da manhã com as amigas para conhecerem o filho formando dela, depois me obrigou a ir a sessão de fotos, da onde eu fugi antes mesmo de entrar. Ela não estava junto, mas já deve ter sentido minha falta.
‘Okay. Então vai se trocar logo. A está no banho’.


‘Pode entrar’ terminava de abotoar o a camisa e pôr o terno quando bateram na porta. Estava se arrumando no quarto de Dave, enquanto trocava-se em seu próprio quarto. Não a havia visto ainda, mas David pode garantir que ele estava maravilhosa.
‘Hey’ entrou, envergonhada. Não era comum ela se vestir daquele jeito perto de .
O garoto ficou sem reação alguma. estava linda, sexy... qualquer adjetivo não seria o bastante para descrevê-la.
‘Hey’Conseguiu dizer por fim.
‘Amei seu terno, .’ foi até o menino e beijou sua buchecha.
‘Gostou? É Armani’ Ele sorriu.[N/A: Extras de Just My Luck, com o Danny ] ‘Pronta?’
‘Pronta’. deu o braço para a menina e saíram do quarto. A cena era digna de um casal de Hollywood.
Os dois desciam as escadas quando Dave bateu uma foto.
‘EI!’ protestou.
‘Você realmente achou que eu ia deixar passar em branco esta cena, xuxu? Engano seu. Isto aqui vai para sua mãe’ Dave apontou para a câmera.
‘Traidor!’ gritou para David enquanto pegava a chave do carro e saia para a noite.


A festa não era no ginásio da escola. Foi escolhido um buffet no centro velho da cidade. O lugar era maravilhoso e, naquela noite fria e sem estrelas, a iluminação externa parecia fazer uma áurea em volta do lugar.
ficou maravilhada. Chegou a imaginar seu casamento ali.
‘Vamos?’ estendia a mão para ela.
O garoto estava mais lindo do que nunca [N/A: se isso for possível, claro]. Os cabelos estavam arrepiados e a roupa que ele vestia lembrava um agente secreto. não pode deixar de reparar que o menino usava um novo perfume.
Os dois entraram no salão. Não estava vazio nem cheio: perfeito. logo avistou sua família e sorriu. Eram apenas naqueles momentos em que todos se uniam e não brigavam.
! Quanto tempo!’ A mãe de beijou as faces da menina. Elas já se conheciam de londa data, desde as peças de escola em que interpretava Hércules ou Charles Bovary. ficava uma gracinha de túnica, costumava a dizer.

A cerimônia fora linda. Não é preciso dizer que os pais de ficaram emocionados de o filho, enfim, ter terminado o colegial.
O baile em si fora a parte que mais gostara. Nem ou costumavam dançar, mas naquela noite arrasaram. O pai do menino chegou a dizer se houvesse premiação de rei e rainha do baile, já estava no papo.
‘Quero ir embora! Está tarde. Vamos?’ abraçou por trás. A menina consultou o relógio que marcava quase três horas. Estava elétrica, mas os pés já começavam a doer.
‘E seus pais?’ levantou e pegou seu sobretudo.
‘Foram para a casa da minha mãe.’ sorriu. Sempre tivera a esperança que mesmo depois do divorcio tudo se resolvesse entre eles.
‘Okay. Vamos’


‘Posso dormir na sua casa hoje?’ encostou a cabeça no banco e olhou para pelo espelho.
‘Claro, mas por quê?’
‘Só não quero ir para casa, cansei de ficar lá.’Os dois riram.
Pararam na frente da casa de , agora vazia. Era um sobradinho com um jardim na frente. O menino morava ali com o pai, então não havia necessidade de ser grande.
‘Sobe lá para meu quarto enquanto eu procuro algo par comer’. falou ao fechar a porta da casa.
‘Certo!’ subiu correndo as escadas.


‘Devo perguntar?’ chegou em seu quarto e encontrou pulando em sua cama com uma camiseta e uma boxer suas.
‘Ah! Você sabe que eu amo a sua cama!’ parou de pular e pegou uma das canecas que segurava. ‘Eu também amo o chocolate quente que você faz’
‘Ok, né.’
tomava em silêncio seu chocolate enquanto procurava algum pijama.
‘OLHA! !’ se levantou da cama e puxou até a sacadinha do quarto. ‘Está nevando!’ sorria. Os dois não percebiam o quanto estava frio devido ao aquecedor interno da casa.
...’ abraçou e deu um selinho nela.
‘Sim?’ mordeu o lábio. Nunca os dois ficavam só no selinho.
‘Nada, esquece.’ deitou na cama, que era de casal. Estava só de boxers mas não ligava. ‘Vamos dormir?’
‘Ok.’ deitou do lado de .
As horas custavam a passar e não consiguia pregar os olhos.
?’ passou a mão no rosto da menina, que abriu os olhos.
‘Hum?’A menina chegou mais perto de .
‘Quer namorar comigo?'

 Capítulo 17



...’
agora estava completamente acordada, sentada na cama, olhando para . O menino tinha uma expressão calma no rosto. ‘Você sabe que... que tem o...’ Ela não podia falar em James. Nem ele nem David tinham percebido que o menina estava a fim de . ‘O David.’
A cabeça de rodava. Parecia que tudo ali dentro estava se mexendo.
A menina estava confusa. Não sabia o que fazer. Não podia destruir o coração de , mas não podia fazer James sofrer.


, eu... amo você’
sentou-se na cama e segurou as mãos da menina, agora um pouco inseguro. ‘E faria qualquer coisa para ficar com você. Viajaria quilômetros a pé, escalava a montanha mais alta do mundo. Qualquer coisa. O amor que eu sinto por você é maior do que eu mesmo pensava.’
se aproximou de , até a ficar poucos centímetros dela.
não tinha reação. fizera uma declaração para ela. Talvez fosse a coisa mais bonita que alguém já dissera para ela.
Mas tinha James. Sempre teria James.
Mas queria ficar com . Ao menos naquele momento, queria ser dele, e apenas dele. ‘ ? Quer namorar comigo?’ repetiu a pergunta, um pouco choroso.
‘Claro!’ pulou no pescoço de , que devolveu o abraço. Os dois ficaram trocando carinhos e quando o céu já tomava uma coloração mais clara, dormiram, nos braços um do outro.

observava dormir a algum tempo. Tudo nela era perfeito, até um restinho de sombra azul nos olhos combinavam com a pele dela.
‘Hey’ passou a mão pelo rosto da agora namorada.
A menina sorriu. Não disse nada. Só o fato de estar ali com era o suficiente para ela.

caminhava pela rua coberta pela luz do sol poente. Acabara de sair da casa de .
Aproveitara bem o dia com o namorado.
Era tudo diferente agora. O beijo parecia mais apaixonado, o toque mais sensível.
Até o pôr do sol parecia mais romântico. havia se oferecido insistentemente para levar a menina em casa, mas ela preferiu andar.
A neve da noite passada cobria as ruas, mas não estava tão frio. O céu estava limpo, o que indicava que não haveria uma nevasca tão cedo.
deu-se conta que estava perto da casa das amigas. Decidiu dar uma passadinha lá antes de voltar para casa. Ultimamente, sua casa era o único lugar que queria estar.

A menina apertou a campainha depois de forçar a porta e não dar em nada.
Normalmente as meninas deixavam a porta destrancada.
! Quanto tempo!’Disse o namorado de , . sorriu. O menino estava mais bonito do que nunca. Além da beleza, também era educado. tinha sorte de ter alguém como ele.
A garota entrou na casa e avisou que estavam fazendo uma brincadeira no quintal. Desprevenida, foi até o lugar indicado.
‘CUIDADO!’ gritou para , mas foi tarde demais. A menina tinha levado uma bola de neve na cabeça.
A atiradora, , ria. Era quase uma tradição na primeira nevasca do ano elas brincarem de guerra de bolas de neve. Nada oficial, mas sempre esperado.
Ficaram brincando por muito tempo e depois de e montarem um boneco de neve, tomaram chá feito por . Ficaram jogados pela sala conversando besteiras aleatórias até que perceberam que e haviam dormido no sofá. Era uma cena fofa.
olhou o relógio e constatou serem onze horas. Realmente estava tarde.
Despediu-se das amigas acordadas e foi para casa.

A menina cantarolava baixinho.
Alcançou sua casa quando o sino de uma igreja próxima bateu doze vezes.
Procurou rapidamente por David e seu pai, não achando ambos. Subiu para seu quarto, tomou um banho rápido e colocou uma roupa mais quente.


foi para a sacadinha de seu quarto. A menina adorava ficar olhando pela sacada a rua. O bairro em que moravam não tinha muito movimento, mas era por isso que gostava.
‘Ei! Psiu!’ ouviu alguém a chamando. Olhou para baixo e viu James.
‘James!’ surpreendeu-se com a presença de James. A última vez que o vira, fora na cozinha da sua casa onde quase se beijaram.
‘Desce aqui!’
‘Você está louco? Está muitoo frio!’ gargalhava. James era o tipo de pessoa que te faz rir sem fazer nenhuma piada.
... preciso te entregar uma coisa!’ James tirou de trás de si um buquet de rosas. surpreendeu-se. Por que James estava lhe dando flores?
‘James...’ começou a dizer.
, eu sei que não sou o tipo de pessoa com quem você teria um relacionamento, mas...’ James parecia muito nervoso ao pronunciar aquelas palavras. ‘Quer namorar comigo?’
Agora entrava em desespero.
‘James! Eu não posso namorar com você... Sinto muito.’
‘Por quê?’ James parecia inconformado. ‘Por causa do David? Aposto que ele entenderia... Eu... gosto muito de você.’
‘Eu não posso namorar contigo porque eu já estou namorando com o fechou os olhos e apoiou a cabeça nas mãos. Sabia que estaria acabando com o coração de James.
?’ O garoto perguntou indignado. Jogou as flores no chão e sentou. O ? O que ele tem que eu não tenho?’
‘James...’
‘Ele beija melhor que eu?’
‘Não, não é isso...’
‘Ele é melhor que eu?’
‘James, me escuta...’ pensou em descer para ir falar com o garoto, mas ele parecia muito irritado.
‘Então o que é?’
‘Eu gosto mais dele, só isso.’ A menina tinha lágrimas nos olhos.
James levantou. O menino começou a andar em círculos, passando a mão nos cabelos.
‘Isso não fica assim.’James disse isso para . Saiu revoltado, pisando nas rosas que havia trazido.
desesperou-se. Da sacada do quarto, dava para perceber que James ia para a casa de .
A menina saiu correndo de casa atrás de James. Temia pelo que ele podia fazer com seu namorado.


A menina corria pelas ruas. A cada minuto tentava ligar no telefone de e James. Nenhum atendia.
parou para de se localizar e recuperar o fôlego. Assim que James partiu, correu para alcançá-lo. Sem sucesso, decidiu ir para a casa do namorado, tentar impedir que algo acontecesse. A menina corria rápido, mas James tinha uma boa vantagem em tempo.
Dobrou a última esquina que separava a rua da casa de da avenida principal.
A rua estava silenciosa, como, na verdade, sempre foi. localizou rapidamente o sobrado de e correu para lá.
Ela parou e sentiu uma pontada de medo.
A porta da casa de estava aberta.
James chegara antes dela.

 Capítulo 18

estava parada enfrente à casa de . Tinha medo de entrar e encontrar o que não queria.
Tomando coragem, entrou.


A primeira coisa que viu foi e James separados apenas pelo sofá. James estava visivelmente irritado e tinha uma mistura de incompreensão e ingenuidade no rosto.


‘James, me escuta...’ foi até James, mais próximo da porta, e colocou a mão em seu ombro. O menino tremeu.
...’
‘James,você sabe que eu te adoro. Sabe o quanto é especial para mim...’ falava aquilo acreditando mesmo nas palavras. ‘Mas agora eu estou com o e... Eu amo ele. ’
James tirou a mão de de seu ombro e deu alguns passos para trás, esbarrando numa mesinha e derrubando um copo que ali estava, quebrando-o. O menino recolheu um pedaço copo.
‘Por quê?’James sussurrou, chegando um pouco mais perto da menina.
‘Não sei, James, mas é isso...’ levantou os olhos para o rosto de James. O menino tinha os olhos marejados. ‘Solta isso, James, por favor?’ colocou a mão no copo quebrado que ele segurava.


James soltou a mão da menina e avançou para , que desprevenido, cai no chão.
James apontava o vidro para ele. Foi atacar o menino mas errou o alvo, uma vez que apareceu na frente do namorado para defendê-lo, recebendo a investida de James.


... eu não quis...’James jogou o vidro para um canto e ajoelhou-se perto da menina.
‘Vá embora, James. Só isso.’ empurrou ele com o pé. ‘Vá.’
James passou a mão nos cabelos e saiu, fechando a porta atrás de si com um estrondo.
virou-se para , que limpava um filete de sangue da boca.
‘Você está bem?’ engatinhou até ele.
‘O que foi aquilo?’ abraçou a menina.
‘O James dando um ataque de ciúmes.’ olhou para , que não entendia nada. ‘ O James estava a fim de mim. Ele foi à minha casa e me pediu em namoro e quando eu disse que estava com você, ele surtou.’
fazia carinho na cabeça dela, parecendo não ter ouvido?
?’
‘Você me ama mesmo?’
sorriu. Parecia que daquela vez ela não tinha nenhuma confusão na cabeça para responder qualquer pergunta.
‘Amo’.
segurou o braço de que havia sido cortado por James. Era um corte realmente grande, mas não era profundo.
‘Vamos limpar isso. ’
ajudou se levantar e foi pegar curativos no banheiro.
‘Verdade, você vai ser médico. ’ sorriu ao se lembrar daquela brincadeira.
‘Sim, ginecologista. ’ voltou e começou a fazer um curativo até que profissional.



passou aquela noite na casa de . De manhã, o menino levou para casa.
‘Certo. Aqui o príncipe deixa a princesa’ sorriu ao dizer aquilo. Deu um beijo, beijo de verdade, em e voltou a andar para casa.
A menina ficou a observá-lo se afastar e entrou em casa.
‘Onde você esteve? Fiquei feito louco te procurando...’ David levantou do sofá assim que pôs os pés na casa. Parecia que ele não havia dormido nada de noite. ‘O que houve com seu braço?’
foi para a cozinha, seguida de perto pelo irmão.
‘Ai meu Deus, a história começa...’ E começou a contar a história. A menina não agüentava mais contar aquilo e quase decidiu escrever o acontecimento para que, quando perguntasse, ela pudesse mandar quem perguntou ler o que ela havia escrito.
‘James?’ David parecia surpreso. ‘Por que só os meus amigos dão em cima de você?’
‘Não sei, mas deve ser porque quando pequenos, tomamos banho juntos’ E era verdade. ‘Mas, mudando de assunto, o que tem para comer?’
‘Cup Noodles’ David olhou para a menina. ‘Eu vou falar com o James’E preparava-se para sair de casa.
‘NÃO! Já presenciei muita violência! Se quiser falar com o James vai ser pelo telefone!’ disse. David olhou assustado para a irmã e foi para seu quarto.


‘Sério?’ falava no telefone com há quase três horas. Era segunda-feira, aquele tipo de dia entediante. Nevava, o que tornava impossível a saída de casa. ‘Alô? Alô?’ As luzes apagaram e o telefone ficou mudo. Era o que faltava, a energia caíra.
... A energia caiu, fica calma aí’David entrou rapidamente no quarto e desceu as escadas.
‘Okay...’ deitou na cama.
Odiava segunda-feira. E se não parasse de nevar, não daria para ela ir na recuperação de Espanhol. Não que ela se importasse muito em ir, mas cada dia perdido com aquilo era um dia a menos de férias para aproveitar.
‘Aqui’ David chegou no quarto e entregou uma vela acesa para a menina. Mesmo sendo três da tarde, estava escuro. ‘Você não vai no negócio de Espanhol?’
‘Se parar de nevar...’ olhou para a janela. Era muito bonito ver a cidade coberta de neve. David saiu do quarto e a menina pegou um livro para ler. Não era do tipo que lia, mas na falta do que fazer... ‘Okay, o que eu leio? Harry Potter? Não... já irritou...’ consultou sua prateleira de livros. ‘Já sei!’ A menina foi até a cama e pegou uma daquelas revistas de fofoca. ‘Perfeito.’
?’ David entrou no quarto e sentou no chão.
‘Yeah?’ respondeu sem tirar os olhos da revista.
‘O que você faria se eu me mudasse para a América?’ David disse aquilo em um sussurro quase inaudível.
‘Como?’ sentou na cama e fitou o irmão. Dave tinha uma expressão cansada e ainda sim bonita.
‘Eu recebi a resposta de uma faculdade dos Estados Unidos, . Eles me deram uma bolsa para estudar lá, tudo pago.’ David se aproximou da menina. ‘E eu acho que eu vou para lá.’
Aquilo não poderia estar acontecendo. Quando enfim se acertava com o irmão decide ir embora?
‘Dave... mas você não queria passar na faculdade aqui perto? Para justamente não se afastar da família?’
‘Sim, mas é...’ David respirou fundo. ‘É que não tem mais nada que me prenda aqui, sabe? Eu ficava aqui pela nossa mãe, pela vida que eu levava, pela minha popularidade na escola...E agora eu não tenho mais isso, sabe?’
‘E por mim? Você não ficaria por mim?’ ajoelhou no chão ao lado do irmão.
‘Você não precisa mais de mim, . Você não é mais aquela menininha que tinha medo de trovão.’ David abraçou a irmã. ‘Você mostrou-se muito mais forte do que muita gente. Em relação a tudo.’ O menino olhou a irmã.
‘E se acontecer alguma coisa?’ deixou uma lágrima rolar pelo seu rosto.
‘A gente vai estar a uma chamada telefônica de distância.’ David sorriu e beijou o alto da cabeça da irmã.
Embora fosse uma grande mudança, parecia que tudo ia ficar bem.
‘Parou de nevar. Vá para a escola.’ David soltou a irmã e saiu do quarto.


‘E para a próxima aula façam os exercícios 7 e 8 da apostila...’A professora ia dizendo quando bateu o sinal.
‘Até que enfim!’ saiu da sala em disparada. Pior do que aula nas férias é aula de recuperação de Espanhol com a pior professora.
saiu do prédio e foi andando pelo pátio da escola quando avistou andando de um lado para o outro perto do portão.
!’ deu uma corridinha até a amiga.
! Preciso urgente falar com você.’ agarrou o braço da amiga.
Andaram alguns metros e entraram numa lanchonete.
...’
‘O dia não está lindo?’ sentou em uma das mesinhas perto da janelas e pôs-se a olhar a paisagem.
‘O que houve?’ estava preocupada com a amiga.
‘Só pensei que podíamos tomar um café juntas! Faz tempo que não te vejo...’
‘Eu fui na sua casa ontem.’ colocou uma mão em cima da de .
‘O que foi que aconteceu? Confie em mim.’
olhou para e a menina pode perceber o desespero no olhar da amiga.
‘Eu... eu não contei uma coisa para vocês.’ começara a chorar disfarçadamente.
‘O quê?’
‘Na noite em que o me pediu, a gente... eu e ele...’ agora chorava descontroladamente.
‘O que aconteceu?’Daí entendeu que ela e haviam dormido juntos. No segundo sentido da palavra. ‘Ele fez algo que você não gostou ou... ?’
enxugou algumas lágrimas.
‘Não, o é perfeito, mas é que... nós fizemos meio no calor do momento, entende? E você sabe que eu pretendia fazer isso depois de casada, mas foi o momento.’ A menina olhou para baixo. ‘E a gente não usou... a gente não usou proteção... entende?’
olhou um pouco envergonhada para .
chamou um garçom e pediu um café para ele e um outro para .
Quando o garçom trouxe o pedido, continuou o relato.
‘E, como eu nunca havia feito aquilo antes eu não tomava nada, sabe? E eu... acabei esquecendo de tomar no dia seguinte...’ A menina bebeu o café. ‘E, era para eu ter... era para ter vindo.... eu deveria ter...’
não conseguia completar a frase.
Mais uma vez, era óbvio o que acontecera. Ou o que não acontecera.
‘Mas às vezes atrasa! É normal...’ comentou... ‘Pode ser coincidência’
‘Nunca atrasou para mim...’ fechou os olhos e respirou fundo. ‘Eu fiz um teste, deixei em casa, ainda não vi o que deu. Vim te ver, acho que é contigo que posso conversar mais...’
bebeu o café.
‘Eu acho que estou grávida’ disse.

 Capítulo 19


‘Grávida?’ cuspiu um pouco de café no chão. Seria uma situação engraçada se não fosse um tanto desesperadora.
voltou a olhar a paisagem coberta pela neve.
‘Eu não sei o que fazer. Eu deveria ter feito... melhor, não deveria ter feito nada.’ terminou o café e ia se levantando quando se desequilibrou e caiu. ajudou-a imediatamente a pôr-se de pé.
, deixa eu te ajudar. ’ sorriu para a amiga.
, eu tenho dezoito anos! Não posso ter um filho! Quero dizer, mesmo que eu tenha passado na faculdade, é muito cedo!’ tinha razão.
As duas saíram do café e começaram um passeio pelas ruas de Londres. È muito interessante que, quando se mora em uma cidade tão maravilhosa quanto Londres é, não se visita tudo aquilo que turistas do mundo inteiro vem só para ver.
pensou naquilo quando passaram perto de um dos parques mais famosos da cidade.
‘Você já contou para o ?’ e sentaram em um banquinho do lado de fora do parque.
‘Não. Você é a primeira pessoa com quem eu falo. ’ esboçou um sorriso. ‘Sabe, quando eu era mais nova e sonhava com casamento, uma família... Eu pensava que minha mãe e meu pai estariam me apoiando nisso tudo. ’ olhou para a amiga. ‘Se eu for ter este bebê, preciso que eles estejam do meu lado. ’ abraçou a amiga. Deveria estar fazendo um ano que não se falavam e começava a se sentir sozinha no mundo longe dos pais.
‘Eu tenho uma idéia. ’ olhou nos olhos. ‘A gente vê o resultado e, independente do que der, vocês vão falar com seus pais.
‘Vocês? Você disse que ia comigo!’ meio que sorriu.
‘Eu sei. Mas isso é o tipo de coisa que você e o seu noivo tem que fazer sozinhos. ’ percebeu que estava prestes a sair correndo. ‘Mas se você quiser, eu espero do lado de fora e é só me chamar. ’
As meninas se levantaram e foram caminhando calmamente até a república.


‘Me espera aqui? Acho que eu tenho que ver isso sozinha... ’ disse para antes de entrar no banheiro, onde havia deixado o teste.
sentou no chão e esperou.
As duas estavam sozinhas ali, com exceção de que dormia num dos quartos. Aparentemente, fora fazer compras e trabalhar.
‘E aí?’ perguntou assim que esta abriu a porta.
‘Deu positivo’ murmurou. ‘Positivo, como eu digo isso para o ?’ pegou o próprio celular e discou o número de , que atendeu rapidamente. A menina pediu para ele vir para a república o mais rápido possível.
‘A gente fala com ele com jeitinho. ’ pôs a mão no ombro de .
chegou alguns minutos depois.
‘O que aconteceu?’ Chegou próximo de Thaís, que desatou a chorar. ‘Amor, o que aconteceu?’
abraçou e mostrou o teste positivo.
‘Isso significa que...?’ não entendeu.
, eu tô grávida’ limpou algumas lágrimas e olhou para a amiga, que ainda estava presente.
‘Isso é fantástico!’ abraçou a menina com força.
‘Fantástico? , nós temos dezoito anos! Como vamos cuidar de uma criança? E a nossa faculdade? Eu teria que trabalhar de dia, cuidar de um bebê à tarde e estudar a noite! Não daria certo, ...’
segurou o rosto da namorada e deu um beijo em seus lábios. ‘Para tudo a gente dá um jeito. Eu irei trabalhar com meu pai na firma dele. Nós iremos estudar em uma faculdade aqui perto, invertemos os turnos, mas amor... ’ abraçou a menina. ‘A gente dá um jeito. ’
‘Você é perfeito, sabia?’ beijou . ‘Te amo.’
‘Eu também te amo.’ beijou a namorada de novo.
‘Hey!’ disse, de um canto do corredor. ‘Ainda temos a fase 2 para cumprir.’

A casa —ou mansão, como preferir—dos pais de ficava numa área um pouco afastado do centro. No caminho, havia várias áreas desocupadas nas quais algumas árvores estavam crescendo descontroladamente e alguns bichinhos viviam. comparava aquele caminho com a estrada para o inferno.
Não que os pais da menina fossem as piores das pessoas. Eram apenas pais que queriam o melhor para a filha. Na época em que começou a namorar , este não estava ligando muito para a escola. E isso fazia do menino, aos olhos dos pais de , um vagabundo. Mas ele não era.
‘Tenho mesmo que ir junto? Eles vão bater em mim com o taco de críquete. ’ comentou, levando um tapa de . O clima já estava um pouco mais descontraído.
Mais alguns metros e chegaram até uma mansão típica de um conto de fadas. Portão brando e o que seria um jardim maravilhoso no verão. Havia um chafariz em forma de um elefante e uma escada que levava até a porta de entrada.
‘E você abandonou tudo isso pelo ?’ perguntou, recebendo olhares fuziladores de e .
‘Okay, é agora. ’ apertou a campainha e segurou forte a mão de .
‘Pois não?’ Uma empregada vestida em uniforme a caráter veio atender ele.
‘Vim falar com Austin e Olívia, eles estão?’ disse um pouco vacilante.
‘Quem deseja?’
‘Sou a filha deles. ’ disse essa frase um pouco envergonhada. A criada entrou na casa saindo um pouco depois e abriu a porta.
‘Eles estão a sua espera. ’ , seguida por , atravessaram o portão.
... Você me espera?’ perguntou e recebendo uma resposta afirmativa da amiga, continuou. ‘Me deseje sorte. ’
‘Você não irá precisar.’ disse, antes de e começarem a subir as escadas.

Já passara uma hora e ainda estava sentada na calçada. Consultava seu relógio com certa freqüência.
A menina se encolheu. Estava realmente muito frio. Começou a vasculhar a paisagem esperando ver algum lugar onde pudesse comprar um café. Sem sucesso, levantou e caminhou alguns metros e finalmente achou um bar.
‘Eu quero um café’ Ela disse para um garçom mal humorado. O homem deu o café para ela em um copo térmico e ela pagou, saindo logo em seguida.
Não sentindo muita vontade de voltar para seu posto à frente de casa dos pais de , mandou uma mensagem para a mesma avisando que estaria em algum lugar.
passava sem ligar muito para as lojas. Foi apenas em uma galeria que ela se interessou. Talvez fosse por causa do aquecedor.
A galeria era pequeninha, com umas trinta lojas no máximo. Mas era o suficiente para , que não procurava por nada, apenas queria andar um pouco.
A menina andou um pouco e parou na frente de uma vitrine e sorriu.
Exposta ali tinha uma boxers de zebrinha.
Ela tinha que comprar aquilo para .

‘Como foi?’ pulou do sofá quando viu entrar.
A menina havia voltado para a república das amigas assim que comprara o presente para e agora discutia sobre E.R. com .
‘Foi tudo ótimo!’ abraçou . ‘Eles ficaram tão empolgados com a idéia de ter um netinho que até convidaram o para um jantar em família!’
‘E se ofereceram para pagar nossa Lua de Mel para o Caribe!’ completou.
‘Pára tudo!’ gritou ‘ O que vocês quiseram dizer com netinho?’ , e se entreolharam.
, amiga minha...’ sentou perto da amiga. ‘ Eu estou grávida.’ olhou de para .
‘Ah! Cara, isso é demais para mim! Só falta a dizer que está namorando o !’
‘Ahn... eu esqueci de comentar isso também...’ encarou e . ‘Eu estou namorando o .’
‘Pronto! Só falta você chegar e dizer que vai ter um mini !’
‘Bem...’ começou, de brincadeira.
saiu irritada.

 Capítulo 20


‘Acho que eu vou me casar de verde. O que vocês acham?’ mexia nos cabides da loja.
Era segunda feira e ela havia decidido começar a procurar o vestido de casamento e levara e junto para escolherem a roupa dos padrinhos.
‘Maravilha...mas....’ ia dizendo. já havia dito na última hora que ia se casar de roxo, azul e preto.
‘O que o quer dizer é que é melhor você usar branco mesmo.’ disse, antes que o namorado falasse alguma bobagem.
‘Okay...’ foi para um outro lado da loja.
se sentou em uma cadeira. Estava cansado, uma vez que estavam na loja a quase seis horas. Puxou para perto de si.
‘Sabia que eu senti sua falta essa semana?’O menino disse no ouvido de .
Passou-se uma semana desde os últimos acontecimentos. decidira começar os preparativos para o casamento e, como madrinha que era, tinha que ajudar. Sendo assim, ela não tivera muito tempo para aquela semana.
‘Também.’ virou e deu um beijo no menino.
voltou.
‘Gente, desculpa interromper o momento agarração... Mas é que eu escolhi meu vestido!’
pulou e mostrou um vestido branco que carregava no braço.
‘Lindo mesmo’ disse, sem entusiasmo. ‘Posso ir para casa?’
‘Pode! Depois que você escolher seu terno e a o vestido dela...’ recolheu o vestido ‘Vou pagar.Quando terminar, quero que vocês dois tenham escolhido, ok?’
riu da cara que fez e pegou um vestido rosa para experimentar.
‘Vai escolher alguma coisa logo, !’ mandou. ‘Coloca essa aqui’Estendeu um terno preto para o menino.
‘Eu tenho que por isso?’ não respondeu, dando apenas um selinho no garoto e foi para o provador.
A menina ia trancar a porta atrás de si quando entrou.
o que você quer?’ ia dizendo. colocou o dedo perto da boca, pedindo silêncio.
O menino se aproximou de e beijou a boca dela. A menina tremeu.
começou a beijar o pescoço da menina e dar alguns pequenos chupões. passava a mão por debaixo da camiseta de .
‘Posso te contar um segredo?’ sussurrou para .
‘Pode’
‘Eu estou usando a boxer de zebrinha’ mordeu o lábio. Ele sabia mexer com ela.
baixou um pouquinho a calça do menino para confirmar. Sim, elas estavam lá.
encostou na parede e começou a puxar a camiseta dela para cima.
?’ bateu na porta no provador.
colocou a blusa e abriu a porta.
‘Hã...’ olhou e descabelados.
‘Não pergunte’ disse, saindo do provador.
‘Eu.... estou indo.’ saiu da loja apressada.
e se olharam.
‘Quer tomar um sorvete?’ perguntou.
‘Eu tinha outros planos para nosso dia. Você podia conhecer minha boxer nova...’ abraçou a menina. ‘Mas pode ser.’
e estavam no parque tomando sorvete no parque. Estava frio e um resto de neve permanecia na calçada, mas sim, eles tomavam sorvete. Existem várias vantagens de tomar um bom picolé no frio: não tem fila para comprar, demorar muito para derreter e ninguém fica te secando para seu sorvete cair.
Mas enfim, os dois estavam lá tomando sorvete parecendo um casal.
‘Eu já disse que te amo?’ perguntou, olhando para .
A menina sorriu. Sim, ele já havia dito que amava ela múltiplas vezes. Mas ela não se cansava nunca daquelas palavras.
deu um beijo na namorada. Sabe, desde que começaram a namorar, não mudou muito desde a época da pura amizade. Certo, agora eles podiam fazer o que eles faziam antes sem se esconder. pegou um pouco de sorvete e lambuzou a cara de . O menino tentou revidar e os dois começaram a brincar de pega-pega. conseguiu pegar a namorada quando esta já estava dentro do parque. Os dois caíram na grama e começaram a rir. Trocaram alguns beijos e a coisa começava a ficar quente quando empurrou para o lado.
‘O que foi?’ perguntou, segurando a mão de .
‘O James’ A menina apontou para uma árvore não muito distante dali, onde James estava sentado segurando seu violão. sentiu a ferida do braço arder.
Não sabia qual seria a reação de James ao vê-la com . Só evitara a catástrofe do outro dia porque fora acertada no lugar de .
‘Devemos ir falar com ele?’ chegou perto da .
Aquela era uma boa pergunta. Será que depois de o amigo do seu irmão ter tentado sem sucesso bater no seu namorado você deveria falar com ele?
‘Não sei.’ abraçou .
Neste momento, James olhou na direção do casal. O menino levantou e foi na direção deles e ao se aproximar fez o que nenhum dos dois previra.
‘Oi.’Falou.

 Capítulo 21

A menina e ficaram sem reação.
Esperaram tudo de James, menos um ‘oi’.
‘E aí xuxu, como está?’ disse, batendo no lugar ao seu lado, como se pedindo para James se sentar ali.
encarou o namorado. James tentara matar ele, sendo um pouco trágica, e ele age normalmente.
‘Oi James!’ disse.
James sorriu para ela. Só pelo sorriso que ele deu, pode perceber que ele ainda estava apaixonado por ela.
‘O que vocês estão fazendo?’ James perguntou, começando a dedilhar algo no violão.
‘Nada. Estávamos numa loja e agora viemos para cá.’ disse. ‘E você?’
‘Estava tentando compor alguma coisa.’ James pegou um pedaço de papel e estendeu para e .


I was always picked last for teams,
I wore my sisters jeans,
I was a loser kid.
And the teachers didn’t care,
They just left me sitting there,
I don’t know what i did
But since then,
How the tides have turned,

Cos i used to be the loser kid,
Who always ran away and hid.
No one took the time to know me,
The kick me sign was always on me.
Now everyone wants to know,
What I do and where I go,
At least I know they wont forget me,
Cos i live with miss mackenzie.


‘Está muito bom’ devolveu o papel para o amigo. ‘Muito bom mesmo. Vai fazer uma banda é?’
‘Não. Eu só acordei inspirado.’ James voltou a dedilhar algo no violão.
‘Quer ajuda? Para compor?’ perguntou. virou para ela.
‘Mesmo?’James perguntou.
‘Mesmo?’ sussurrou.
‘É. Quando o e os outros tinham a banda eu escrevi algumas letras.’ disse, pegando o papel das mãos de James.’ e James se entreolharam.
‘E eu posso te ajudar com a melodia.’ pegou o violão de James.
‘É, pode ser’


Os três passaram a tarde escrevendo e tocando. Era mágico como as diferenças e fatos passados não eram lembrados enquanto estavam tocando ali. Criaram coisas boas, para falar a verdade. Fizeram duas músicas e fizeram a promessa de que um dia ela iam ser tocadas nas rádios.
Iluminados pelos agora acesos postes de luz, tocava enquanto James cantava e batia palma.
‘Crianças, está tarde.’ Um policial munido com uma lanterna chegou ao local onde as ‘crianças’estavam.
Os três levantaram e foram andando para a saída do parque.
‘Podíamos continuar a compor.’Disse , olhando para o chão. ‘Podíamos fazer um lualzinho lá em frente de casa. Daí o Dave também pode participar’
‘Por mim tudo bem.’ James pegou o violão. ‘ ?’
‘Depende. Vai ter comida lá?’ sorriu.


Já passava da meia-noite e , , James e Dave ainda tocavam no jardim da casa de . Era uma cena um tanto quanto nostalgiante.
Os quatros realizavam aquele lualzinho bem antes de tudo acontecer. Bem antes de se apaixonar por , ter um caso com e ter James aos seus pés.
Era o tipo de coisa que fica. Tipo de coisa que contamos para os netos.
‘Não! É sol, , sol!’Dave gritava com e todos riam. confundia o acorde de sol com o de ré [n/a: aff, como ele consegue?] e todos caiam na risada.
‘Eu sei.’ arrumou o violão na perna. ‘Vamos tocar?’
‘Okay.’James preparou a voz.


It's more than a habit
I'm more than an addict
I'm parked here outside of you door
Know you never lock it
Got your keys in my pocket
Lights all out
But I know for sure I am ...

Ten steps away from you
From you and him
Redemption, it that a sin?


James olhou para enquanto cantava aquilo. Dave e , concentrados nos violões, não perceberam.


I'd never run him over
I wouldn't wanna dent my car
I'd never rip your throat out
Cos that could leave a nasty scar
So I'm gonna go out
Get drunk with my friends
Try to get myself outta this funk
I'd never screw my life up
Because of how sick you are

Naquele instante, parecia que James cantava aquilo para ela.


se levantou e entrou em casa.
Subiu direto e entrou no banheiro. Abriu o chuveiro e entrou, de roupa e tudo.
?’ bateu na porta. ‘O que houve?’
saiu do box e abriu a porta.
‘Que foi, amor?’ abraçou a namorada. deu um beijo em . Por que tudo parecia tão perfeito quando estava presente?
‘Nada. Eu me senti um pouco mal, só isso.’ deu um beijinho na bochecha do garoto. ‘Você ainda quer que eu conheça sua boxers de zebrinha?’ sorriu e abraçou .
A menina empurrou o garoto para o chuveiro ligado, entrando logo em seguida. começou a beijar a boca da menina e a tirar as roupa molhada dela.
‘Eu já disse que te amo, né?’
Desta vez, foi que disse.

 Capítulo 22

Aviso:Como são vários eventos, vou dividir o capítulo em parte A, B e C.

 Parte A


‘Ganhei!’ fez uma dancinha engraçada assim que ganhou de Dave no videogame. Estavam ele, Dave e passando a tarde na casa de . Era uma das últimas tardes juntos, uma vez que David partiria para os USA ainda aquela semana.
‘Certo... agora eu tenho que ir mesmo, xuxu’David se levantou e recolheu as coisas que estavam espalhadas pelo quarto de . ‘A gente se vê amanhã, certo?’ afirmou com a cabeça e perguntou para se ela ia com o irmão.
A menina, com cara safada, disse que não.[N/A: :D]
‘Okay, eu te levo até a porta, xuxu’ disse, saindo do quarto atrás de David.
, que estivera deitada na cama de , começou a fuçar nas coisas em cima da mesa. A menina não era ciumenta nem nada, mas era bom dar uma verificada porque, afinal, era desejável.
Encontrou coisas diversas em cima da mesa, desde papel de doce até peças de roupa e sapatos sem par.
Mas ela deteve sua atenção em um envelope pardo que estava cuidadosamente guardado entre dois livros.
A menina verificou que não voltara e pegou envelope.
Tratava-se de uma carta, percebeu logo. Leu o conteúdo.
, o que você acha de a gente sair para jantar?’ entrou no quarto e olhou para a namorada. virou-se para . A menina chorava.
‘O que foi, amor?’ tentou abraçar a menina, mas esta se esquivou.
‘Quando você pretendia me contar sobre isso?’ mostrou a carta. se mostrou surpreso.
, eu...’
‘Quando você pretendia me contar que ia para Cambridge?’ não continha as lágrimas.
A carta que ela lera era da Faculdade de Cambridge. Não era só uma carta, era a aceitação de para estudar lá.
Não seria grande coisa se Cambridge não estivesse a quilômetros de distância de Londres.
, o que eu queria dizer...’ chegou perto de , que sentou na cama. ‘Que se você não for eu não vou.’[n/a: quer uma coisa mais fofa?]
A menina encarou o namorado. tinha uma lágrima escapando do canto do olho esquerdo.
‘Você largaria a escola por mim?’ enxugou algumas lágrimas.
‘Eu faria tudo por você, já não disse isso?’ abraçou .
É em momentos como esses que diferenciamos quem gosta da gente e quem nos ama.



‘David?’ entrou em casa e procurou pelo irmão. ‘Pai?’
Por incrível que pareça, encontrou o pai na sala, sentado no sofá encarando o nada.
O homem olhou para ela. se ajoelhou perto do pai e sorriu.
‘Tudo bem contigo?’ O pai confirmou com a cabeça. Chegou até a esboçar um sorriso.
A menina abraçou-o. Sabia o quanto ele sentia pela morte da mulher, mesmo depois de quase seis meses.
‘Pai, você sabe que o David está indo para os Estados Unidos?’ perguntou. O pai não se moveu.
A menina se levantou e fez uma coisa que nunca esperou fazer.
‘Pai! Seu filho está indo embora!’ O homem virou o rosto para filha. ‘Mamãe morreu, mas você ainda tem a gente!’A menina subiu as escadas.
Bom, embora um pouco estressada, dissera o que sentia a muito tempo.
A menina deitou na cama e colocou um CD para tocar. Não estava nem na faixa cinco e já dormira profundamente;

 Parte B


?’ Dave acordou a irmã.
A menina olhou pela janela e viu que era dia.
E ela começava a odiar aquela parte do dia.
‘Quais são nossos planos para hoje?’ Perguntou, olhando o irmão que rodava pelo quarto.
‘Você precisa me ajudar a comprar algumas coisas. Então nosso dia vai ser enterrado no shopping.’ David fez uma cara de poucos amigos. Talvez não existisse pessoa que abominasse mais um shopping que Dave. ‘E quero que esse programa seja só nosso, ok? Então sem ou amiguinhas piradas’
‘Ok!’ A menina disse, antes de expulsar o irmão do quarto para se trocar.
Desde que David dera a notícia que viajaria à América há quase vinte dias, os irmãos tinham saído todos os dias juntos, com exceção dos dias em que passava com ou com as amiguinhas piradas.
‘Pronta?’Dave apareceu no quarto dez minutos depois. escolhia um sapato.
‘Pronta’ E os dois saíram.


‘Vermelho ou azul?’David mostrava uma camisa para .
‘Já disse! Tem que ser a rosa’ apontou para uma terceira camisa, ao lado da vermelha e azul.
David virou para a irmã e contra gosto, pegou a tal camisa rosa. O menino dissera que precisaria de uma camisa social e desde então implicara que tinha de ser rosa.
Os dois estavam num shopping qualquer fazendo as compras necessárias dais quais David dissera, que incluía tênis, casaco de frio até barrinhas de cereal light, que ele temia não ter nos EUA.
‘Próximo item?’ disse, depois deles pagarem pela camisa.
‘Presente de casamento do .’David suspirou. Como ele e mantinham um tipo de relacionamento a longa distância, ele teria de comprar um presente de casamento.
‘Algo em mente?’ parou na frente de uma loja de sapatos.
‘Não sei, meias?’ Arriscou. É, o ideal de presentes de David eram estranhos.
‘Você daria meias a alguém que esta se casando?’ A irmã perguntou, abismada.
‘Eu normalmente dou CD’s, mas como pode ser que a mulher dele não goste do mesmo tipo de música...’ David parecia muito inteligente fazendo aquele tipo de conclusão.
ignorou o comentário e entrou em uma loja. Começou a procurar algo que pudesse servir como presente. Parou em frente à sessão de bebês. Sim, agora era ali que teria que comprar presentes para .
‘Eu sei o presente ideal para eles.’


‘Um carrinho de bebê?’ David olhava a sessão. ‘Você não havia me contado que eles pretendiam ter um filho...’
‘É porque eles não pretendiam.’ disse na forma mais natural possível.
‘Então, qual é o melhor?’David perguntou, apontando para alguns carrinhos.
olhou para os prováveis escolhidos. Eram a maioria igual, diferenciando apenas na cor e no preço.
‘É menino?’ O menino perguntou, colocando um carrinho no chão.
‘Ahn... não sei. Ninguém sabe.’ olhou para os lados.
A menina deu uma volta pelo lugar e parou na frente de um carrinho verde e azul, com um ursinho de babador estampado.
‘É este.’ Ela disse, quando o irmão se aproximou.


‘Mais alguma coisa na lista?’Eram nove horas e agora e David andavam pelo centro de Londres. Estavam carregados de sacolas e estas começavam a irritar .
‘Não.’ David disse, sentando em um banco. ‘Acho que agora está tudo certo.’
chamou um táxi e os dois foram para casa.

 Parte C


Era sábado. Um sábado frio e sem graça.
Seria um dia comum. Mas não, não era.
David, e estavam no aeroporto. Era a despedida.
‘Que horas é o seu vôo?’ perguntou, voltando com um café para ele e para .
‘Onze.’ David se ajeitou na cadeira e passou a olhar os aviões que pousavam através da janela.
olhou o irmão. Ele não falara quase nada desde que saíram de casa. Sabia que no fundo ele não estava muito querendo ir.
‘Que horas são?’David olhou para , que contava moedas.
‘Dez e meia.’ O menino disse, assim que ouviram uma voz chamando pelo auto-falante o passageiros do vôo com destino aos Estados Unidos. Era o vôo de David.
O menino se revirou na cadeira e pegou o passaporte. Voltou a olhar pela janela.
‘Dave?’ cutucou o irmão. ‘Você não vai?’
‘Vou esperar a segunda chamada’
olhou para , que deu de ombros.
Dez minutos mais tarde, a mesma voz anunciou a segunda chamada para o vôo.
‘Está na hora.’David levantou e pegou a mala. deu a mão para e todos foram para o embarque.
‘Dave...’ disse, assim que entraram na fila.
‘Sim?’ David olhou para a irmã sorrindo.
‘Ainda dá tempo.’ mostrou o relógio. ‘Você pode desistir de ir pra América e ficar aqui, com a gente.’
David abraçou a irmã, enquanto ficava olhando a distância.
‘Você sabe por que eu estou indo, né?’ Dave perguntou, olhando nos olhos marejados da irmã.
sabia. Ela sabia que ele fazia aquilo para ter um futuro.
‘Sei sim.’ soltou o irmão e virou para . ‘Você pode comprar chiclete?’
concordou e foi na lojinha ali perto comprar o tal.
‘E aquela menina com quem você estava saindo?’ tentou lembrar do nome. ‘A Gabi?’
David olhou para o chão e deu uma risadinha tímida.
‘Ela também vai.’O menino disse.
desta vez ficou surpresa. A fila andou um pouco.
‘Prometa-me que você não vai fazer uma família lá.’ disse, meio na brincadeira, meio acreditando no que dizia.
‘É claro. Você sabe que minha família está aqui, com você.’ agora começara a chorar. ‘Hey, . Não chora.’
abraçou o irmão.
‘Eu não quero que você vá.’A menina disse, entre soluços.
Ela o conhecia desde muito atrás. Talvez em suas lembranças, fosse a primeira de quem se recordaria.
Eles eram muito unidos, é verdade. Construíram naqueles dezesseis anos um laço mais forte do que muitos demoram a vida inteira e não chegam perto de conseguir.
‘Eu preciso ir.’ David disse, também não segurando as lágrimas.
‘Então, você promete?’ soltou-o. ‘Promete que não vai ter filhos e tal com a Gabi lá?’
O menino sorriu para a irmã.
‘Você promete não fazer o mesmo com o ?’ bateu de leve no braço dele.
‘Claro.’ Disse, abraçando que acabara de voltar com os chicletes.
Chegara a vez de Dave embarcar. O menino abraçou .
‘Se cuida, xuxu.’David soltou .
‘Você também, dude.’
‘E não faça nada de errado com minha irmã.’David alertou.
‘Isso eu já não posso garantir.’ disse, segurando a mão de .
A cara de David não pode ser descritas por palavras.
...’ David abraçou pela milionésima vez. ‘Se cuida okay?’
‘Ok...’ segurou a mão dele enquanto o mesmo passava pelo portão de embarque.
E, quando a porta fechou, começou a chorar silenciosamente.
No meio daquele salão, com milhares de pessoas, começou a sentir sozinha pela primeira vez na vida.

 Capítulo 23


A pedido de , deixou a menina na frente da casa das amigas.
Logo que entrou, percebera a concentração das amigas que estavam todas na sala, sentadas no chão em frente a mesinha de centro. Discutiam algo.
'O que houve?' perguntou, sentando entre e .
'A foi ao médico hoje' disse, mexendo em alguns papéis. 'E o médico disse que o bebê está com seis semanas.'
olhou para , que segurava a foto do ultra-som.
'Não é bonitinho?' perguntou para as amigas, que concordaram.
Começaram a comentar a provável data de nascimento do bebê, quando a campainha tocou. logo se levantou e foi atender a porta.
Parado ali, havia um homem com uma entrega para . assinou o recibo e pegou a caixa, que era grande, por sinal.
A menina agradeceu o entregador e fechou a porta atrás de si. Colocou a caixa no meio da sala, ao lado de .
A menina contemplou a caixa, tentando adivinhar o conteúdo. Quando cansou da brincadeira, começou desembrulhá-la.
'Meu Deus' disse assim que o presente de Dave, o carrinho de bebê, apareceu no chão da sala.
Não era o tipo de coisa que as pessoas ficam contempladas, mas era o tipo de coisa que uma futura mãe fica emocionada. Era o primeiro presente para o bebê que ganhava.
A menina não tinha palavras. Quando leu no cartão que era de David, lançou um olhar significativo para , que compreendeu.
Naquele instante, entrara na casa [N/A: Já deu para perceber que ali era meio 'A casa da Mãe Joana'?].
mostrou o presente e abraçou a noiva. Talvez fosse mais emocionante para aquilo do que para .
Ninguém percebeu no momento, mas o menino e tinham os olhos embaçados.

>
O casamento de era exatamente uma semana antes do Natal, data escolhida pela história dela com , que se conheceram em uma ocasião semelhante.
As meninas, sobretudo e , estavam correndo para preparar os últimos detalhes da festa. Assim, passava menos tempo lembrando-se de seus problemas e aproveitando melhor o tempo com , que também estava ajudando.

' ?' disse, abraçando a menina por trás.
'Sim?'
'Você vai querer o quê de Natal?' O menino perguntou, soltando e ajudando ela a carregar algumas pastas.
'Serve você embrulhado para presente?' A menina brincou.
A verdade é que faltavam cerca de dez dias para o Natal e ela não havia feito nenhuma compra. Teria que arrastar alguma das amigas com ela para comprar os presentes.
e entraram na casa da menina e despejaram as pastas na mesa da cozinha. desabou em uma cadeira e apoiou a cabeça na mesa.
Já era noite e, às vésperas do casamento, todo tempo era muito pouco. Ainda mais os preparativos, como o buffet, eram tratados todos por e uma vez que não poderia se estressar com nada, segundo .
'Você vai fazer o que amanhã?' perguntou sentando ao lado de , que virou o rosto para a menina. O garoto tinha uma expressão cansada, já que ajudara o dia inteiro.
'Tenho que pegar o terno do e o meu...' Dizia. Parecia já cansado ao relembrar o que deveria fazer. beijou-o. O menino era mesmo fantástico.
levantou-se e se dirigiu para a porta da casa.
'Aonde você vai?' A menina perguntou, seguindo-o.
'Para casa. ' passou a mão no rosto. 'Tenho que dormir... '
abraçou o menino.
'Você pode dormir aqui, se quiser'
'Me convidando para dormir aqui?' disse enquanto a menina o puxava para o quarto. 'Vou achar que nosso compromisso está ficando sério.' Brincou.


O dia começou frio como previsto. A neve caía suave sobre as ruas de Londres, se amontoando nos galhos de árvores já ricamente enfeitadas para o feriado de Natal. Jovenzinhos saíam com seus casacos pesados de casa para irem brincar na rua com outras crianças. Anjos, bonecos, guerras de neve. A alegria era evidente ali, afinal, era quase Natal.
Mas, para alguns que agora subiam os degraus da Westminter Abbey, uma das igrejas mais lindas de Londres, a felicidade não era apenas por causa do Natal.
O estalar dos sapatos ecoava nas paredes detalhadamente decoradas. As vozes se fundiam com o soar do Big Ben, que anunciava agora as seis da tarde. Todos pareciam animados e conversavam: mulheres, sentadas nos bancos, comentavam sobre o vestido da noiva; outros falavam sobre o que poderia vir a seguir. Apesar de alguns estraga-prazeres, a maioria fazia votos de felicidade.
O padre se aproximou do altar, passando os olhos por todos aqueles que já estavam presentes. Ajeitou os óculos no alto do nariz e examinou o livro de assinaturas.
Alguém anunciou que o noivo chegara. Os murmúrios se intensificaram e as pessoas correram para tomar seus devidos lugares.
Em meio à organização dos convidados, um vulto usando um vestido vermelho atravessou o corredor da igreja, segurando a bainha do vestido. Apressou-se em direção ao primeiro banco, onde outras duas jovens a olharam e uma delas disse:
'Finalmente, ! Já achávamos que você não viria!'
sorriu, sentando-se educadamente ao lado de . Não era nem preciso falar que jamais perderia o evento.
Minutos depois, quando as vozes baixaram-se até um quase silêncio total, uma música suave começou a tocar e as portas da igreja se abriram.
Todos prenderam a respiração, enquanto a primeira visão de aparecia ali.
Ele estava divino num smoking azul-marinho. Os cabelos, milagrosamente, estavam arrumados para trás, deixando o rosto do rapaz em evidência. Um sorriso entornava seus lábios bonitos, e quem olhasse no azul profundo de seus olhos jamais poderia negar que ele era o pirralho homem mais feliz.
Acompanhado de sua irmã, ele adentrou a igreja. Todos estavam de pé, observando-o caminhar pelo corredor. , e sorriram, vendo-o sorrir de volta. A alegria era tão intensa que poderiam até tocá-la com a ponta dos dedos.
passou pelos convidados cumprimentando-os com acenos de cabeça leves, os lábios curvados até as orelhas sempre presentes.
Quando passou pelas meninas, piscou, quase que agradecendo por elas estarem ali. Elas retribuíram o piscar, assegurando que não havia problema e que tudo daria certo.
Ele se postou no altar, as mãos juntas sobre a barriga, ansioso. Engoliu em seco, tentando não demonstrar o nervosismo. Oras, era apenas seu casamento! Que grande coisa!
Oh, grande coisa sim. Era a mulher que ele amava e que esperava um filho dele. Estava para dar o maior passo da sua vida, e o seu coração batia rápido como as asas de um beija-flor. Seus olhos ficaram úmidos, e ele mordeu o lábio.
Os padrinhos vinham chegando. As meninas localizaram e , que eram o segundo casal vindo. Ela estava belíssima num vestido índigo, com os cabelos presos num coque no alto da cabeça. Ele estava de preto, com uma gravata branca. Ambos sorriam, e acenaram discretamente pelas amigas quando passaram por elas.
Com todos os padrinhos postados em seus devidos lugares, os convidados voltaram a se sentar. tinha os olhos marejados, enquanto e não conseguiam tirar o sorriso das bocas.
A espera pela noiva não demorou mais do que dez minutos. A porta se abriu em uma pequena fresta, fazendo todos novamente se levantarem. segurou o braço de , tremendo.
A visão foi linda. Alguns chegaram a exclamar "Veio abençoá-los um anjo!", quando apareceu à porta. O vestido era longo e tinha detalhes e fitas em um bege claro, tom idêntico ao das pérolas bordadas na cintura dela. Em seu pescoço, havia uma correntinha prateada em forma de borboleta. Seu rosto estava igual ao de uma princesa. Maquiada com ar de quem nunca poderia ser ferida, parecia irreal; a felicidade se refletia em seus olhos.
O queixo de caiu e, ao ver, deu uma risadinha. a censurou baixinho, mas acabou sorrindo também.
Entrelaçando o braço com o do pai, ela começou a caminhar pelo extenso caminho entre as fileiras de bancos. Por onde passava, elogios surgiam. De fato, nunca Londres vira alguém tão bela.
Quando pararam ao altar, o pai da moça entregou a mão da filha a , que sorriu, ainda quase choroso. Ela sorriu mais do que nunca quando receber um beijo do pai na testa.
Em sussurros, antes de o padre começar a falar, eles trocaram os mais sinceros votos de "Eu te amo".
Enquanto o padre falava, as pessoas observavam atentamente os noivos. Os olhos de não desgrudavam do sacerdote, como se ela fosse surtar se olhasse para . Ele já olhava para ela pelo canto dos olhos, seus olhos brilhando.
E então, o momento dos votos chegara.
'Eu, ...'
'Eu, ...'
'... aceito ...'
'... aceito ...'
'...para amá-lo e respeitá-lo...'
'...até o último dia da minha vida.'

E as alianças. Tão belas quanto a face deles. Os dedos as receberam como o coração deles recebia aquele momento único.
'Pode beijar a noiva.'
E o beijo foi o mais honestamente repleto de amor. Amor que agora era perante Deus.
Enquanto o padre fazia a bênção final, limpou as lágrimas dos olhos e murmurou:
'Tá na hora do arroz!'

A festa não estava menos bonita do que o casamento na igreja.
Fora alugado um salão para a ocasião, que agora estava decora em branco e bege. Via-se nos pequenos detalhes, desde a louça até a banda, que tocava, a dedicação de .
Haviam alguns casais na pista de dança e outros sentados, como era o caso de e , acompanhados por e .
Eles conversavam animadamente sobre o casamento e sobre as festas que estavam por vir.
ria de uma piada quando seu celular vibrou. Discretamente, para não estragara agitação da mesa, se levantou e atendeu um pouco mais afastada.
'Alô?' Atendeu.
' ?' James disse, do outro lado da linha.
A menina espantou-se com a ligação e com a voz alterada de James. Parecia que ele estava bêbado ou coisa assim.
'Está tudo bem, James?'
Uma pausa.
'Você pode vir aqui?' O menino perguntou, dando uma risada. 'Preciso de você.'
olhou para a mesa donde acabara de sair. contava uma piada para e .
Pensou um pouco. James realmente parecia precisar dela.
'Já estou indo.' Disse, desligando o telefone.
A menina voltou para a mesa, parando atrás de e sussurrou no ouvido dele.
'Preciso ir.'
'Onde? A festa não terminou ainda...' virou-se para a namorada.
'Eu...' parou de falar. 'Vou dar uma volta. Tomar um ar. Depois eu volto.'
O menino olhou para ela.
'Quer que eu vá junto? Está tarde...'
'Não, amor, eu vou sozinha.' interrompeu-o e saiu, dando um beijo no garoto.
Saiu sorrateiramente da festa e chamou um táxi.
Pela voz, James havia bebido mais do que algumas cervejas.
temia que ele fizesse alguma besteira.

bateu na porta. Havia chegado ao apartamento de James. O menino morava num daqueles condomínios de luxo londrinos e, como frequentemente os pais viajavam com sua irmã menor, James tinha a casa só para si, o que resultava boas festas ou preocupação, como era o caso. bateu de novo. Como não houve resposta, forçou a porta e descobriu que estava aberta. Entrou no apartamento. O lugar era bonito. Amplo e cuidadosamente decorado, o apartamento parecia um anuncio de revista.

 Capítulo 24


A menina correu os olhos pelo local e nada de James. Vistoriou a cozinha e o banheiro sem sucesso. Começava a se desesperar quando, vindo do andar de cima, um som de algo quebrando fez suas atenções se voltarem para a escada. Subiu e seguiu para o quarto de James.

>
Entreabriu a porta e viu James na ampla sacada do quarto. entrou sorrateiramente.
'Hey.' Disse, fazendo James voltar sua atenção para ela. O menino sorriu e colocou a garrafa de cerveja que segurava no chão.
'Você veio!' Ele abraçou-a. pode sentir o cheiro da bebida e concluiu ao ver dois engradados de cerveja recém-abertos que James estava um pouco bêbado.
'Claro que vim.' soltou o amigo, que se dirigiu para a sacada e fitou o céu londrino.
A menina sentou na cama de James e passou a observar o menino.
James havia emagrecido alguns quilos. Tinha olheiras profundas e cabelos despenteados. O ar cansado não colaborava, apenas denunciava algumas noites sem dormir.
'Sabe...' O menino disse, depois de algum tempo de silencio. 'Deve ter algo acima desse céu todo...'
olhou para ele. Pode perceber que uma lágrima corria pelo rosto dele.
'O que quer que seja que exista ali... ' James apontou para o céu. 'Deve ser melhor do que aqui. '
A menina estranhou aquela afirmação. James apoiou-se na sacada e sentiu a brisa emaranhar seus cabelos.
Começou a chorar descontroladamente, sentando no chão. correu e abraçou-o. James molhava seu casaco com as lágrimas e abraçava-o apertado.
' ...' James virou para , encarando-a. 'Se você não me quiser...'
'James...'
'Se você não me quiser... se você disser que não me ama...' James fechou os olhos e levantou-se. 'Eu não tenho motivos para viver.'
olhou para o menino.
'Você é tudo para mim.' James voltou e ajoelhou ao lado da garota. 'Eu gosto de você bem antes de o olhar-te. Eu faria qualquer coisa que ele diz fazer. Pagaria qualquer promessa por você, linda... por você.'
A menina chorava. Sabia daquilo tudo. Mas era a que ela amava. Nunca poderia fazer algo que fizesse ele sofrer.
'James... Eu estou com o . ' Chegou perto do menino e colocou a mão no rosto dele. 'Eu amo ele. '.
James segurou a mão dela e sentiu o perfume da garota. Não entendia porque ela o trocava por .
'Sem você eu não razão alguma para existir...' James ressaltava aquilo que havia dito anteriormente.
fechou os olhos e desejou que aquilo não tivesse acontecendo.

'Se você não me ama... Ao menos seja minha por esta noite. ' James beijou o rosto da menina.
A menina aceitou quando James beijou delicadamente seus lábios. Sabia que se recusasse, James seria capaz de pular daquela sacada.


Os dois se beijavam. Mas não era como se ambos se desejassem.
As roupas caiam ao lado da cama conforme eram retiradas. Mas não com se aquilo fosse realmente necessário.
E, quando James deitou exausto ao lado de , não foi alegria ou algo parecido que ela sentiu.


Ela apenas sentia culpa.


 Capítulo 25


olhou para o lado.
Teve uma imensa vontade de chorar ao ver as costas nuas de James. Verificou se ele dormia e recolheu suas roupas do chão.

Ainda era escuro quando saiu do prédio. Procurou seu celular na bolsa e, quando achou, constatou que era duas horas da manhã e que havia já ligado quatro vezes.
A menina achou melhor ir para casa. A festa ainda devia estar acontecendo, mas achou melhor não ir para lá.


Quando a menina chegou em casa, sentiu um aperto no coração.
Sabia que havia traído . Sabia que aquilo podia estragar sua relação com o menino, mas ela não teve escolha. James era capaz de fazer qualquer besteira se ela não tivesse feito o que fez.
Subiu as escadas e foi para o quarto de David. Era naquelas horas que mais sentia falta do irmão. Sabia que ele não apoiaria o que fez, mas ele estaria ali.
Deitou na cama do irmão e desatou a chorar.
E chorando, dormiu pesado ali mesmo.

>
O celular tocara mais de uma vez, percebera. Jogada em um canto do quarto, a bolsa vibrava. A menina levantou e pegou o aparelho. No visor, o nome de James piscava. pensou em atender, mas as lembranças da noite anterior invadiram sua cabeça e a menina sentiu as pernas fraquejarem.
Desligou o celular e foi tomar um banho.

' ?' estava do lado da cama da menina.
Assustada, levantou e sentou-se.
'Tudo bem contigo, ?'
A menina queria contar tudo para , naquele momento, mas teve medo do que ele achasse.
'Sim...'
'Você não voltou para a festa... fiquei preocupado.' passava a mão pelo rosto da menina.
'Eu... me senti meio mal... Vim para casa.' Mentiu. 'Mas agora eu estou melhor.'
'Mesmo?' beijou carinhosamente a bochecha de .
A menina concordou e deu um selinho no namorado, abraçando-o.
Ficaram algum tempo em silêncio, quebrado por palavras de .
'Você sabe que pode contar comigo para tudo, né?
Uma lágrima correu silenciosa pelo rosto da menina.
Sim, ela sabia.

 Capítulo 26


Aqueles últimos dias até o Natal se arrastaram.
Para , o dia passou a ter trinta horas e não conseguia aproveitar nenhuma delas. Passava metade do dia dormindo e a outra procurando presentes.
Ela e as amigas sempre faziam festas particulares, no quintal da república das meninas. Porém, aquele ano, foram convidadas para uma festa na praia, tipo lual. Como nenhuma tinha planos para passar o Natal com a família, aceitaram de imediato.
Era uma festa organizada por um garoto conhecido delas, Johnny, que trabalhava na sorveteria que iam sempre.


As meninas estavam animadas, até porque era a primeira vez que iam todas numa mesma festa.
, e tentavam arrumar algo para se vestir enquanto passava um tempo com .
Naquela última semana, evitava falar com James e mantinha seus pensamentos longe da noite em que ficou com o menino. Amava , então era melhor nem comentar o assunto.
'Vamos?' disse, pegando a chave do carro. 'Temos que pegar a e o .'
O casal, que estava em lua-de-mel no Caribe, voltou um dia antes. e ficaram de pega-los na casa dos pais de .
levantou de onde estava sentada e correu atrás do namorado.



Eram onze horas.
e dançavam animadamente na pista de dança improvisada na praia.
Havia umas cem pessoas na festa, a maioria se conhecia, tornando a comemoração um tanto particular.
e se juntaram às amigas e começaram a dançar qualquer que fosse a música.
A verdade é que a festa de Natal estava mais para uma balada adolescente, mas a intenção é que conta.
'Hey' aproximou-se de e pegou-a pela cintura, afastando-a do grupo das amigas.
O menino beijou intensamente a namorada.
'Que foi isso?' perguntou, dando um selinho no menino.
'Nada.' saiu, deixando boba.
Naquele instante, viu que James a olhava de longe.
E o mais importante: James estava ali e ela nem percebera.
sentiu o estômago embrulhar.
' ?' Johnny, o anfitrião da festa colocou a mão no ombro da menina.
'Sim, Johnny?' virou para o amigo.
'São dez para meia-noite. Deveríamos fazer uma contagem regressiva ou coisa assim?'
pensou um instante.
'Seria divertido. '
Até organizar todo mundo já eram cinco para a meia-noite.
Quando a contagem regressiva terminou e as pessoas começaram a gritar confraternizando com os outros, abraçou e e vieram falar com eles.
Foi uma breve conversa, pois pegara no colo e iam em direção ao mar, que naquela hora deveria estar morno.
'Um dia eu quero que a gente esteja assim. ' disse, beijando a bochecha de .
'Assim como? Molhados?' riu.
olhou o céu.
'Não, boba. Casados.' beijou a namorada.
Não era um beijo comum. Era algo significativo.
'Posso te dar o seu presente?' O menino perguntou.
corou. Esquecera de trazer o presente de .
'Ah, , eu me esqueci de trazer o seu... ' começou, sendo interrompida por .
'Não tem importância.' O menino sorriu e, do bolso do casaco, tirou uma caixinha e entregou para .
A menina ficou observando a caixinha branca de laço prata. Suspeitava o que tinha ali.
'Eu sei que estamos a namorando a uns dois meses mas...' aproximou-se da namorada. 'Eu amo você, . Mas do que eu amei alguém minha vida toda... e sei que somos novos e... se tivéssemos mais idade eu te pediria em casamento, acho, mas por enquanto...'
puxou o laço da caixinha que entregara para e abriu o embrulho, revelando duas alianças de prata.
'É um par de alianças de compromisso, .' parecia encabulado. 'Eu não quero que nosso relacionamento fique informal, sabe? Quero que isso... ' apontou para as alianças. '...seja a certeza que um dia teremos mais que um namoro, okay?'
mordeu o lábio inferior. era bom demais para ela.
' ... eu não sei o que dizer...'
'Tudo bem.' O menino sorriu. 'Eu nenhum pedido ainda.'
'Então faça!' riu.
' , você aceita, futuramente, ser mais do que minha namorada?' pegou uma das alianças.
'Claro, .' sorriu, ao ver colocar uma das alianças em sue dedo.
'Já disse que te amo?' O menino perguntou beijando a mão de .
A menina sorria abobalhadamente. Ele dizia aquilo dez vez por dia, não deixando de ser verdadeiro nenhuma das vezes.
'Vou pegar algo para beber, okay?' Disse a garota, beijando o namorado e indo em direção a mesa de comidas.


tentava decidir entre as bebidas quando alguém chegou por trás dela.
'Bonito anel.' James disse, segurando a mão da menina.
assuntou-se.
'É... O me deu.' Disse virando-se para James.
O menino fez menção de beijá-la, mas ela desviou.
'Que foi, ?'
'James... Estou com o , você sabe disso...'
James apoiou as mãos na mesa, uma em cada lado da menina.
'Nossa outra não significou nada para você?' James perguntou, sussurrando no ouvido de .
'Sim. Um erro.' desviou-se de James, pegou uma cerveja e foi andando em direção de quando James pegou a mão da menina.
'Como você pode fazer algo assim comigo?' James aproximou o seu do rosto de . Era possível um sentir a respiração do outro.
'Eu não estou fazendo nada contigo.' afastou-se. 'Eu estou com o ... Ele está me esperando... Depois a gente se fala, okay?'
A menina saiu, não esperando a resposta de James.
O menino observou ela se afastar e pegou uma cerveja em cima da mesa.
'Isso não fica assim.' James murmurou para si mesmo, dando um gole na cerveja.


'Olá Sr !' acabara de entrar na casa de . 'O está?'
'Sim, querida, lá no quarto dele. ' O pai do menino apontou paras escadas.
agradeceu e ajeitou o presente dentro da caixa.
A menina encostou o ouvido na porta e pode ouvir duas vozes gritando. Abriu devagar e encontrou e James jogando videogame.
' !' disse, jogando o controle no chão e indo beijar a menina.
'Cuidado.' Ela disse, desviando de e apertando contra o corpo a caixa colorida que levava consigo. 'Ontem eu não pude te dar seu presente, então eu o trouxe hoje.'
entregou o embrulho para o menino que fez uma cara de surpreso. Sentou no chão e, de dentro da caixa, tirou um filhotinho de cachorro.
'Eu não sabia o que te dar... daí eu vi esse cachorrinho...' sentou do lado de , que fazia carinho na cabeça do filhote. 'E achei sua cara. Até dei o nome de Jr.'
olhou para James que olhava a tela em pause do jogo. O menino voltou os olhos para e sorriu.
'Adorei!' beijou a namorada e segurou Jr no colo.
O cachorrinho era um labrador dourado filhote. A carinha dele era tão fofa quanto o próprio original.
'Vou mostrar para meu pai. Já volto.' saiu do quarto com o cachorro no colo.
e James se olharam. Era realmente estranha aquela situação
' .' James soltou o controle do videogame e foi até a direção da menina.
'James?' tentou agir o mais naturalmente possível.
Naquele instante voltou.
'Hey James, você já chamou ela para ir junto?' sentou no chão entre os amigos e soltou Jr pelo quarto.
'Não... ainda.' James olhou para . 'Chamei o e uns amigos para ir lá em casa na virada do ano... você tá convidada, .'
A menina ficou sem reação. James fazia aquilo de propósito, pensou.
'Ahn... é que eu e as meninas planejávamos...'
'Tudo bem, leva elas junto.' James insistiu. 'Aproveita e chama o ... não fui no casamento dele...'
James mordeu o lábio.
'Por favor, !' abraçou a menina. 'Quero passar a virada do ano contigo!'
olhou para o namorado e beijou a testa dele.
'Está bem. Eu vou.'
Os dois meninos sorriram.


'Com certeza!' pulava no sofá.
foi até a casa das amigas para convidá-las para a festinha na casa de James.
'É, pode ser.' folheava uma revista de turismo.
'Posso levar o , certo?' estava varrendo a casa. A barriga já começava a aparecer.
'Vai ser muito bom.' sentou nos degraus da escada e começou a tirar o papel da parede. 'O James é um pão.'
'Um pão?' perguntou rindo.
'É.' sorriu.
A menina achava James bonito?
Todas começaram a discutir a beleza dos amigos e conseguiu por um momento esquecer James e .
As meninas ficaram conversando aquilo até tarde. A noite caiu e começara a chover.
olhou a chuva bater no vidro. Involuntariamente, começou a pensar no que faria se descobrisse o que fez.
Teve uma imensa vontade de chorar, mas segurou as lágrimas. Ultimamente havia chorado muito. Era hora de expressar seus sentimentos de outra forma.
Pegou o celular e mandou um singelo 'Eu te amo' para .
Às vezes, poucas palavras dizem mais do que milhões de gestos.

Era véspera de ano-novo.
olhava para o teto pensando em sua resolução de ano novo.
Era comum ela e suas amigas fazerem esse tipo de coisa, mas naquela ano em específico ela não tinha idéias do que escrever.
Pensou naquelas típicas coisas 'emagrecer' e 'limpar o quarto' mas não fazia sentindo nenhum.
Decidiu largar o bloquinho que segurava e ir dar uma volta. Às vezes isso ajudava.
Colocou uma roupa quente, porque embora não nevasse, um vento gelado bagunçava os cabelos da menina.
Algumas lojas ainda estavam abertas aquela hora do dia. Era de manhã, mas em véspera de feriado, eram pouco o comércio que abria.
Logo mais, teria que ir até a casa de James e passar algumas horas vivendo naquela mentira que ela criou na noite em que passou com ele.
A menina sentou num banco e observou duas crianças brincarem nos vestígios de neve que ainda permanecia na calçada. Ela sabia que teria que contar para o namorado e sabia que na festa daquela noite, James iria dar indiretas para ela.
aconchegou-se mais no casaco. Não entendia porque sempre se envolvia nestes triângulos amorosos. Não entendia porque as pessoas se afastavam dela.
A menina perguntou as horas para uma senhora que passava ali perto. Era meio-dia e, embora tivesse vontade de passar o dia sentada naquele banco com seus pensamentos, se levantou e passou andar no meio fio da calçada. Devagar, fez o caminho para seu lar. Teria realmente que ir à casa de James.
A menina colocou as mãos no bolso e descobriu seu mp3 ali. Percorreu as músicas e colocou uma qualquer para tocar.
Chegou em casa e logo foi para seu quarto. Ultimamente, seu quarto passou a ser o único cômodo que visitava na casa.
Tirou o casaco e as luvas e procurou algo para vestir aquela noite.
'Dude!' James abriu a porta do apartamento e e entraram.
A casa tinha umas vinte pessoas presentes e estava decorada com bexigas brancas e azuis.
Era tudo muito simples, mas gracioso.
olhou para James. O menino parecia feliz [n/a: eu diria nenhum pouco psicopata... mas esquece :D].
'Dude!' entrou na casa segurando a mão de e se dirigiu até a mesa de comidas.
' !' se levantou do sofá e foi até a amiga. não tinha percebido, mas as amigas estavam ali conversavam com alguns meninos
' !' abraçou a amiga. As duas ficaram conversando. Quer dizer, ficava ouvindo comentar o quanto James era lindo.
'Que horas são?' perguntou para , assim que ela começou a falar das nádegas de James.
'Dez. Ainda está cedo...'
concordou e, antes de que pudesse dizer qualquer coisa, James pegou-a pela mão e arrastou-a até a cozinha.
' ' James olhou para a menina. podia pensar que ele estava bêbado, mas ele estava mais sóbrio do que nunca.
A menina tentou desviar, mas James prensou o corpo dele contra o dela, impedindo que ela passasse.
'James, deixa eu ir...' foi interrompida por um beijo de James.
empurrou James para longe.
'Você é louco James?' abaixou o tom. 'E se o entra?'
James voltou a se aproximar.
'Aí ele pode ficar sabendo o que você fez, .'
não podia acreditar no que ouvia.
'O que você fez?' Naquele instante entra na cozinha comendo uma cereja.
'Nada...' foi até o namorado e deu um selinho, puxando ele já para longe da cozinha.
' ...' James chamou o amigo que imediatamente virou. 'Por que você não pergunta onde a sua namorada estava depois da festa de casamento do ?'
olhou de para James.
'Ela disse que passou mal e foi pra casa...' olhou profundamente nos olhos de .
'Por que não pergunta onde ela esteve realmente?' James pegou uma uva da fruteira. Ele dizia aquilo como se não fosse nada.
olhou para James. Voltando os olhos para , a menina pode perceber que ele tinha medo da resposta.
' , onde você esteve?' aproximou-se da menina.
abaixou os olhos. Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.
'Eu... eu...'
'Deixa eu te ajudar.' James se aproximou do casal. ' , ela estava aqui comigo...'
A menina olhou para James. Não sabia que chorava ou socava o menino.
'Ela dormiu comigo.' olhou para James, que falava. 'No sentido de pegação da palavra...'
não tinha reação.
O cuco na sala cantou onze horas.
O menino virou o rosto para .
'É verdade?' segurou o rosto de . A menina não respondeu.
'Quem cala consente. ' James disse, de cima do balcão.
olhou para o chão e depois saiu, sem dizer nada.
' ...' correu atrás de , mas ele já havia saído do apartamento de James.
A menina voltou para a cozinha e disse para James.
'Eu te odeio!' Deu um tapa na cara do menino e saiu atrás de .
A menina andou pelas ruas desertas e frias de Londres. Fez o caminho que normalmente o menino fazia pra casa, na esperança de encontrá-lo e explicar.
Claro, o que ela fez não tinha explicação, mas não podia deixar o menino que ela ama deixá-la sem nem tentar convencê-lo do contrário. Chegou até a casa de e bateu na porta.
Não demorou muito e o menino abriu a porta. Os olhos dele estavam inchados e um tanto vermelhos. Era óbvio que havia chorado no caminho de volta.
' ... eu...' fez menção de entrar.
' .' saiu de casa e fechou a porta. 'Não dá. Falamos-nos depois.'
' , deixa eu...' tentava explicar.
'Só... vá embora.' se aproximou da menina. 'Vá embora. Por favor.'
O menino voltou para casa e fechou a porta, deixando sozinha na soleira.

Quando o sino de uma catedral bateu doze vezes, anunciando o Ano Novo. sentou na calçada.
Sentia que havia perdido o amor da sua vida.

 Capítulo 27



' ! Ficar trancada no quarto na adianta nada!' estava sentada no chão diante da porta trancada do quarto de .
escutava a amiga falando do outro lado. Não prestou muita atenção nas palavras da menina e voltou a encarar o teto.
'Se é assim, eu vou arrombar!' disse mais alto.
olhou para a porta e levantou -se destrancou, deixando passagem para entrar em seu quarto.
Era a segunda semana do ano e parecia que não limpava aquilo desde o Natal passado. A verdade era que a menina não tivera muito ânimo de sair do quarto desde os últimos acontecimentos.
'Hey.' disse, enquanto voltava para a cama e se enfiava debaixo dos cobertores.
percebera que emagrecera alguns quilos e que andava chorando muito.
Ela sabia o que havia acontecido. Não dava razão par ela ou para James, mas precisava encarar o que havia feito.
' ... você precisa sair deste quarto! Faz uma semana que você não sai de casa!' olhou os olhos vermelhos da amiga. 'Eu sei o que aconteceu, mas...'
'Mas o quê?' sentou na cama. 'Eu devo agir normalmente? Devo esquecer que... eu perdi o ?'
'Eu sei que é duro, mas a vida não é só isso.' parecia indignada. 'O mundo não gira em torno de !'
estava irritada.
'Eu amo ele.' disse simplesmente.
'Então faça algo!' puxou da cama. 'Ou você vai falar com ele ou bola pra frente!'
'Eu... não estou preparada para falar com ele...' sussurrou.
'Okay! Então deixe passar mais alguns dias e... Vá falar com ele!' percebeu que sorrira. 'Enquanto isso, eu e as meninas temos planos.'
'Planos?' perguntou enquanto a puxava para fora do quarto.'


'Holanda?' perguntou, comendo um pote de cereal.
Ali na cozinha da casa dela estava , e . As amigas estavam ali com a missão de tirar de casa.
'É! Não era essa a viagem que a gente planejava tanto?' pulava de felicidade.
'É! Pensamos em ir esta semana e ficar uns quinze dias, que tal?' perguntou, olhando para . 'Vai ser legal, . Mesmo.'
pensou um pouco no assunto. Sim, seria interessante.
'Okay...' disse em meio dos vivas das amigas.


'Pegou tudo?' empurrava a própria mala e a de .
Era sexta-feira e as meninas estavam no aeroporto para pegar o avião para a Holanda. Era aquela viagem que elas planejavam desde o ano passado e que , e decidiram fazer naquela época para fazer tentar esquecer um pouco os acontecimentos.
'Nha, acho que sim...' disse, subindo uma das escadas rolantes. 'Eu ainda não entendi porque a não vai com a gente.'
virou para a amiga e deu um peteleco na orelha dela.
'Já disse trocentas vezes que ela e o estão ocupados procurando um lugar para morar.' entregou a mala para .
concordou e saiu da escada e entrou em um saguão. Como ainda era férias, havia muita gente indo e vindo de viagem, portanto estava lotado o aeroporto.
'Eu vou ver se encontro as meninas... fica aqui, certo?' perguntou.
'Não! Quero comprar doce!' apontou para uma lojinha ali perto.
'Você é uma criança mesmo...' A menina disse enquanto corria para comprar doce.


'Onde elas estão agora?' se perguntou, saindo da loja alguns minutos depois, com uma sacola e a boca cheia de chiclete.
A menina percorreu os olhos pelo salão e não achou nenhuma das amigas.
Começou a procurar as meninas e, arrastando a mala, não obteve muito sucesso.
pegou o celular e tentou ligar para a , mas não atendeu.
pragueja contra as amigas quando avistou alguém sentado não muito distante.
estava sentado em uma daquelas cadeiras de plástico, ouvindo iPod e aparentemente indiferente para com a presença de ali. Na verdade, ela não pareceu ter notado que estava ali.
A menina ficou a olhar por alguns instantes. Não podia ser ele, quer dizer, era muita coincidência.
virou-se para . A menina pensou em sair correndo e se esconder em algum lugar com medo que ele viesse brigar com ela, mas ele sorriu,
Ele sorriu, com aquele sorriso que ela amava tanto. Como aquilo poderia ser algo ruim?
foi até e sentou no lugar ao seu lado que, por milagre, estava vazio.
'Hey' disse, tirando um fone do ouvido.
'Hey, como você está?' perguntou. Arrependeu-se logo depois, com medo da resposta.
'Bem, na verdade. ' se ajeitou na cadeira.
Os dois ficaram um tempo em silêncio.
'O que você está fazendo aqui?' perguntou.
'Vou para Cambridge.' disse, meio encabulado.
sentiu o mundo desabar em cima de sua cabeça.
'Cambridge?' perguntou incrédula.
'É... Quando eu recusei a proposta eles...' virou para com um brilho diferente nos olhos. 'Me convidaram para passar um fim de semana lá, para ver como é. '
sorriu um pouco falsamente.
' Que...' olhou para um lado e teve vontade de chorar. 'Bom.'
'É... E o que você está fazendo aqui?' perguntou, oferecendo um fone do iPod para . 'Não acredito que seja para comprar chiclete.'
riu e ofereceu o saquinho de doce para , que pegou alguns chicletes.
'Vamos para a Holanda. Eu e as meninas.'
concordou com a cabeça.
Conversavam animadamente, parecia que nada havia ocorrido.
Eram velhos amigos em uma conversa cotidiana.
contava algo para quando o celular da menina tocou. pegou rapidamente e no visor piscava o nome de James.
O menino ligava sempre para ela, mas a menina nunca o atendia.
'É o James?' perguntou, obviamente chateado e com um pouco de raiva na voz.
deu um sorrisinho e guardou o celular no bolso. Ficaram em silêncio por um tempo.
'Atenção, primeira chamada para o vôo 782..'
'É o meu vôo.' disse, pegando a mochila e colocando-a nas costas. pediu o fone do iPod e estendeu-o.
A menina demorou para soltar o fone. Vira algo na mão de que a fez sentir um calor.
ainda usava a aliança de compromisso.
sorria enquanto o menino se afastava.
Ainda havia alguma esperança para eles?

 

 Capítulo 28


'A gente deveria fazer mais isso' disse, pagando o café.
'Isso o quê? Tomar café?' perguntou, sentando na mesa junto com e .
'Não.Viajar todas juntas' rebateu, dando um pedala na amiga. 'Foi tão divertido.'
Aquele era o último dia delas na Holanda. Haviam curtido bastante, apesar da chuva e do frio.
'É. Mas da próxima vez quero ir para algum lugar quente.' disse.
As meninas riram. reclamara a viagem inteira do frio.
'Vamos?' puxou pelo braço. 'Ainda temos que arrumar nossas malas.'
'Tudo isso por causa das malas, ?' brincou, fazendo ficar vermelha.
As meninas haviam conhecido uns meninos no hotel em que ficaram e meio que encontrou um namorado de inverno.
e acompanharam as outras duas para fora do café. Estava um dia até que bonito e o sol parecia que ia aparecer.
andava um pouco afastada das amigas. Estava preocupada com sua volta para Londres. Não sabia como iria tratá-la. Se bem que naquele dia no aeroporto ele foi bastante... Amigo seu.
O seu celular tocou. nem precisou pegar o aparelho para saber que James ligava. O menino ligava todos os dias e tinha vontade de socá-lo toda vez. Não atendia nenhuma ligação e o garoto continuava a ligar.
'James de novo?' perguntou, se aproximando de .
'Sim...' escutou o celular parar de tocar. Sorriu.
As meninas se juntaram e foram conversando até a entrada do hotel, quando enrubesceu ao ver seu namoradinho. O menino estava acompanhado de um amigo, no qual obviamente colocou os olhos.
As meninas se encararam e puxou e as duas foram conversar com os meninos. e decidiram subir para o quarto.
'Você deveria também tentar arrumar um caso.' disse, tentando ligar a TV.
'Por que eu faria isso se eu tenho o...' parou de falar e escondeu o rosto num travesseiro.
'Hum... quer dizer que a está a fim de alguém?'
pulou na cama de e começou a usá-la de cama elástica.
'Me conta!' disse, assim que se cansou.
'Você não iria querer saber.'A menina disse, indo até o frigobar e pegando um refrigerante. 'Quer dizer, é melhor você não saber.'
Não é preciso dizer que com aquela declaração ficou mais curiosa.
'Eu quero! Independente de qualquer coisa' A menina disse, escorregando da cama e sentando no chão do quarto da amiga.
'Mesmo?'
'Certeza'
'Okay, se você realmente quer saber...' disse, entrando no banheiro e passando a gritar de lá. 'Eu fiquei com o James.'
Um silêncio desagradável tomou conta do quarto por uns instantes.
'Que James, ?' disse, levantando do chão sentindo-se um pouco tonta.
'O James, . Seu amigo, ou ex-amigo. Companheiro de aventuras do seu irmão.' dizia aquilo com uma simplicidade que fazia querer se jogar da janela.
'Você beijou ou fez não sei o quê com o James depois do que ele armou para cima de mim?' estava alterada e gritava. Para ela, James havia armado aquela cena na casa dele no Ano Novo.
'Foi na festa na casa dele.' ouviu a menina que acabara de ligar o chuveiro. 'Estávamos bêbados, todo mundo tinha ido embora e...'
tampou os ouvidos como por reflexo. Não podia acreditar no que ouvia. Sentia sua pressão cair e decidiu sair dali.
Bateu a porta atrás de si e percorreu o corredor até o fim, entrando no quarto em que ela e dividiam. Sentou na cama da amiga e sentiu as pernas cederem.
Não podia acreditar no que a amiga fizera. estava mal. acabara com ela por causa de James e foi e...
não queria saber o que eles fizeram. Chegava a ter nojo de James.
Despejou seu peso no colchão macio. Estava cansada, embora não passasse do meio-dia. Olhou para o quarto e sentiu-se mais cansada ao perceber que teria trabalho para arrumar as malas.
Virou para o lado e adormeceu.

 

'Então ele disse que ia me ligar assim que chegasse em Londres...' Dizia , sentando ao lado de no avião. A menina contava tudo sobre o que acontecera no dia anterior enquanto dormia
Era verdade que a menina havia dormido demais. Havia deitado na cama aquela hora e acordado apenas às 3 am, aproveitando para socar tudo na mala e esperar para pegar o avião às 7.
não dormira no quarto e se estivesse prestando atenção, descobriria que a amiga não tinha feito nada pervertido e apenas jogara pôker com seu amiguinho a noite inteira.
' , você está me ouvindo?' disse, cutucando a amiga que encarava as nuvens pela janela.
'Hum?' virou assustada para .
'O que foi? Você está estranha...'
' ...' fitou os olhos da amiga. 'Você sabia que a ficou com o James?'
mordeu o lábio.
'Não.' A menina parecia incrédula. 'Ela ficou? Mesmo?'
concordou com a cabeça e voltou a olhar o céu enquanto tentava digerir a informação.

A duas semanas do inicio do ano letivo, estava mais desanimada do que nunca. Haviam voltado de viagem no dia anterior mas desde o dia em que encontrou no aeroporto é que ela não tinha notícias do menino. Seu coração doía só de pensar que ele poderia ir para Cambridge e sair de sua vida para sempre.
A menina encostou a cabeça na janela do quarto de David. Era ali que ela ia para tentar refrescar a cabeça.
Alguns raios de sol despontavam por trás das nuvens.
sentiu-se entediada. Era talvez o primeiro dia de sol naquele inverno e a menina estava enfurnada no quarto do irmão se lamentando pela amiga e pelo ex-namorado. É, falando desse jeito parecia pior do que realmente era.
deixou o quarto, desceu as escadas e saiu de casa.
Sentia-se muito bem em sair. Londres era linda aquela época do ano.
A menina sentiu vontade de tomar sorvete e, por sorte, havia uma sorveteria dali alguns quarteirões. Foi saltitando [n/a: sim, imagine-se saltitando] até o estabelecimento e, quando percebeu, fazia o caminho que ela e faziam para ir naquela sorveteria. Sorriu. Será que voltariam a fazê-lo?
Dobrou uma esquina e, como estava mais distraída que o normal, trombou em alguém.
'Desculpe senh... !' disse, radiante ao perceber que trombara em , que estava passeando com o cachorrinho que ela havia dado para ele.
' !' parecia surpreso e, para felicidade de , um tanto feliz.
O menino pegou o cachorrinho do chão e começou a fazer carinho nele.
'Ele está lindo!' disse Como você. Pensou.
A menina foi fazer carinho no bichinho e este se assustou.
'É... acho que ele não se lembra de mim.' sorriu encabulada.
'Então eu apresento vocês!' brincou. ' Jr, esta é sua mãe...'
sorriu e pegou seu "filho".
' ...' começou, depois que ela devolveu Jr.
'Sim?'
'Acho que precisamos conversar.' abaixou a cabeça. 'Posso passar na sua casa lá pelas... nove?'
'Claro...' concordou, embora tivesse medo da conversa.
'Então, até.' disse, mordendo o lábio.
'Até.' disse, já dando meia-volta.
' , espera....' correu atrás da menina e, quando ela virou, deu um beijo de leve em seus lábios.
fechou os olhos com o toque de .
O menino soltou e voltou a andar com Jr, deixando pasma e sozinha na rua.
voltou a andar sentindo-se mais feliz do que há muito tempo.
Mal conseguia esperar para ver de novo, fosse para ter uma conversa séria ou para ver seu mais novo "filho".

 Capítulo 29



demorou a chegar em casa.
O sorvete escorria pela sua mão e por diversas vezes pingara em seus sapatos. Mas ela não se importava. Podia chover canivetes ou um circo passar ao seu lado que seus pensamentos não se desviaram nem por um instante de .
A menina jogou o resto do sorvete na pia e passou os dedos lentamente sobre os lábios. Podia sentir até agora o toque de .
saiu de seu transe alguns minutos depois. Olhou a cozinha, onde se encontrava, e percebeu que não estava suja.
A menina achou estranho, afinal, havia passado um tempo fora e a única pessoa que estava na casa era seu pai, que não lavava louça ou fazia qualquer outra coisa há muito tempo. esboçou um sorriso: o pai enfim tentava continuar com sua vida?
Ela começou a andar pela casa e dar um jeito em tudo.


Eram oito horas e encontrava-se sentada em frente à porta de casa. A menina olhava o relógio a cada cinco minutos e cada segundo parecia uma eternidade. Lutava para não roer as unhas da mão mas o nervosismo era muito.
Quando a campainha tocou às 8h45, deu um salto e desesperou-se..E se a odiasse? E se...
Não. Ele beijou-a. Isso significava algo, certo?
' !' disse, abrindo a porte.
O menino sorriu e entrou logo em seguida.
'Tudo bem?' Ele perguntou, sentando-se num sofá na sala.
'Tudo...' mordeu o lábio. 'Quer beber alguma coisa?'
'Uma... água.' disse, meio embaraçado.
'Meu pai não está em casa.' sorriu e cruzou os braços.
'Então cerveja.' O menino abriu um sorriso e sorriu junto.
ficou observando a menina ir para a cozinha. Sentiu o coração bater mais forte, daquele jeito que apenas ela conseguia fazer. Sabia que poderia, se realmente quisesse, ter qualquer garota na escola. Qualquer uma daquelas meninas que qualquer um daria um rim para tocar. Mas com não era apenas coisa física. Adorava passar horas conversando besteiras ou tomar sorvete no parque. Amava, sobretudo, o jeito da menina de ser. Não era como as outras que passavam horas escolhendo o sapato ou a maquiagem. era única.
'Aqui' disse, entregando a bebida para o menino.
' ...' começou, encarando os olhos de , que brilhavam. 'Eu estou aqui para...'
O menino levantou do sofá e começou a andar pela sala. Parecia um tanto nervoso. Parou em frente de e ajoelhou-se.
' ...'
'Você sabe que uma hora ou outra precisaríamos conversar sobre isso e... Eu deveria estar bravo e talvez nunca te perdoar...' não conseguia olhar para . 'Mas eu nunca conseguiria fazer isso, , porque eu te amo.'
O menino voltou os olhos para . A menina fez menção de falar mas colocou um dedo em riste em frente aos lábios dela.
'Todos dizem que eu deveria nunca mais olhar para sua cara, porque você me traiu mas... Eu nunca, em hipótese alguma, faria isso. Não posso dizer que seja porque nunca conseguiria viver sem você, porque eu conseguiria, mas eu não quero passar minha vida sem você. Sabe, você é a parte boa do meu dia.'
sorriu marotamente. não tinha palavras para descrever o que sentiu ao ouvir aquilo. Era mais bonito do qualquer 'eu te amo'.
'Então, se você estiver a fim de recomeçar, a gente tenta de novo.' sentou no sofá ao lado da menina.
observava os olhos marejados de . Não pensou muito e beijou-o.
'Isso é um sim?' perguntou, entre os beijos.
'E alguma vez eu disse não para você?' A menina disse, aproximando um pouco mais os corpos dos dois.
deitou a menina no sofá e começou a beijar o pescoço dela. não reagiu, não disse ou fez nada. Por que com tudo parecia tão perfeito?
' ?' disse, deitando ao lado dela no sofá. A menina virou-se para ele em sinal de que prestava atenção. 'Me faz um favor?'
'Claro.' se aconchegava nos braços do namorado.
'Nunca me deixe, okay?'
'Nunca, . Nunca,vou te deixar.' deu um beijo na bochecha do garoto.

As coisas não podiam estar melhores entre e . Parecia que nada havia acontecido entre e James.
Naquele sábado, estava indo encontrar em uma loja próxima à casa do menino para comprarem o material para o ano letivo.
A menina estava totalmente desanimada para o começo das aulas. Afinal, não estaria na mesma escola que ela e seria cada vez mais difícil se encontrarem.
'Bom Dia!' disse, atendendo o celular. Era do outro lado da linha.
desligou o celular alguns minutos depois. cancelara o encontro, pois teria que sair com os pais. A menina ficou desapontada mas assim poderia encontrar as amigas, já que fazia quase uma semana que não se viam.
Decidiu pegar um atalho pelo parque. Adorava estar ali.
Aproveitou a brisa quente e a sombra de uma árvore para descansar. Ficou um tempo ali e, quando quase adormecera encostada em uma árvore, alguém a cutucou.
' !' James estava gritando no ouvido de e cutucando-a. Parecia realmente preocupado.
Quando recuperou-se do susto, desviou-se de James e pôs-se a andar em direção a casa das amigas sem dizer uma única palavra para James.
'Eu sei que você está um pouco brava...'Começou o menino.
'Pouco?' virou-se para James.
'Okay, eu sei que eu errei, sei que fiz...' James encarava os pés.
'Merda?'
'Sim, mas eu preciso muito da sua ajuda. Por isso eu te ligo todos os dias.'
'E como você sabia que eu estava aqui?'
'Te vi entrando no parque.' James disse na maior simplicidade.
'Okay, mas vai arrumar outro para te ajudar, certo?' voltou a dar as costas para o menino.
'É sobre a .' virou para o menino. Mesmo a menina tendo ficado com James, ainda era a amiga dela. 'Aconteceu uma coisa.'

 Capítulo 30

'Certo. Quer dizer que a está hospedada na sua casa?' disse, afastando-se da porta do apartamento de James. O menino concordou com a cabeça e fechou a porta.
sentia-se enjoada por estar ali, mas o fazia pela amiga. Afinal, ainda era sua amiga, independente di que fez ou deixo de fazer.
'Ela está no meu quarto.' James disse, se jogando num dos sofás. 'Vá lá.'
A menina olhou desconfiada para James e subiu as escadas correndo, chegando no quarto do menino. Bateu de leve na porta e, na falta de resposta, entrou sem consentimento.
A amiga estava dormindo na cama de James. Envolvida por diversos cobertores, aparentava um ar doente.
'Hey.' sentou do lado de e a viu se mover e acordar. Ficaram em silêncio, afinal o último momento junto delas não foi dos mais agradáveis. ' , precisamos conversar.'
A menina passou a mão nos cabelos. percebeu então que ele havia pintado-o de um roxo escuro.
'Não, . Eu não sou boa em conversas.' se levantou da cama e foi para o banheiro lavar o rosto. 'Sabe, se eu fosse boa em conversas, eu não teria saído da casa dos meus pais.'
olhou a amiga. James falou que ela havia recebido um telefonema dos pais que informavam que estariam se mudando para a França. No mesmo dia, ela foi despedida do trabalho e pegou uma gripe.
Tudo resolvível, mas o fato era que os pais de queriam dar uma segunda chance à família, então a convidou para ir com eles.
' . Me desculpe pelo que eu fiz com você. Em relação ao James.' olhou para os pés, indo para a sacada. 'Mas acabou que eu... estou gostando de verdade do James.'
' , tudo bem.' sorria disfarçadamente. 'Estou com o de novo e, embora eu deseje um monte de destinos trágicos para o James, eu quero que você seja feliz. Então fique com ele. Quando ele quer, ele é uma pessoa maravilhosa.'
'Mesmo?'
'Yeah. E em relação ao seu trabalho, você consegue um melhor.' levantou e abraçou a amiga. 'Vamos esquecer esta briga, okay?'
concordou com a cabeça.
'Vamos, tenho que ir ver as meninas.'


'Okay. Te vejo no cinema às oito.' confirmou e desligou o celular. Era a segunda semana de aulas e como agora estava no terceiro ano, matéria não acabava mais e ela quase não tinha tempo para passar com , que tentava arrumar uma vaga na faculdade local. Naquele dia em especial, o menino ligara para ela e os dois combinaram de sair de noite.
caminhava lentamente para casa. Pensava nas lições e testes que tinha ainda aquela semana, incluindo o exame da auto-escola. Só de pensar naquilo, a cabeça doía.
Chegou na porta de casa e começou a procurar as chaves na mochila.Quando achou, entrou em casa assuntando-se com o próprio pai e mais três homens de terno como ele conversando alegremente na sala.
'Querida! Que bom que você está aqui.' O pai de deu um beijo suave no alto da cabeça da menina.
conseguiu esquivar-se da rodinha após cumprimentar os homens e descobrir que eram colegas de trabalho do seu pai. Ainda não assemelhara a alegria do pai quando este entrou na cozinha, após acompanhar os amigos à porta.
'Pai?' perguntou, em meio a uma mordida de seu sanduíche.
'Sim, querida?' O homem voltou sua atenção à filha, sentando-se ao lado dela.
'O que... você está bem?' mudou a pergunta ao perceber o pai sorrir para ela. Um sorriso verdadeiro.
'Tenho ótimas notícias para você, querida. Ótimas.' O homem saiu da cozinha. pode ouvi-lo subir as escadas e bater a porta do quarto no terceiro andar. A menina voltou a comer o sanduíche enquanto ele não voltava.
'Aqui!' Disse o pai, voltando e colocando um envelope branco em cima da mesa.
apanhou tal envelope desconfiada. De dentro, tirou duas passagem com destino aos Estados Unidos.
'Meu Deus!' deu um pulo e abraçou o pai. 'Vamos visitar o Dave?'
A menina morria de saudades do irmão. Embora conversassem toda semana, ela sentia muita falta dele.
'Sim, claro mas...' O homem pegou um copo d'água assim que o soltou.
'O que foi? Vamos passar as férias lá?' Os olhos de brilhavam. Sempre fora seu sonho viajar para a América e ir nas famosas praias e ruas comerciais.
'Melhor ainda, querida.' O homem voltou e sentou na cadeira ao lado da qual estava sentada.
'O quê?' sorria marotamente. Não tinha mais idéias do que podia se fazer nos EUA.
'Recebi uma oferta de trabalho para a filial da empresa que está sendo aberta em Nova Iorque.'
olhou para o pai e tentou processar a informação.
' , querida, vamos nos mudar para o Estados Unidos!' O homem disse, dando um abraço na menina.

 

 

 Capítulo 31


'Mudar para os Estados Unidos?' olhava o nada.
'Sim, querida.' O pai voltou a se levantar e andar pela cozinha em círculos. 'Eu estou querendo dar uma nova chance para nossa família e como o Dave está lá, acho que seria bom para todos mudarmos para lá.'
tentou raciocinar de forma correta. Era possível que aquilo estivesse acontecendo? Bem quando estava tudo bem entre ela e ?
'Você já aceitou a oferta?' Perguntou a menina, por fim.
'Não, precisava saber o que você achava. Eu seria transferido no meio do ano... Então tenho até julho para dar uma resposta.' O homem sorriu. 'Pensa e me diz o que você acha, certo? Eu sei que é uma grande mudança... mas é para o bem de todos, acredite.'
O homem saiu deixando sozinha e confusa.


'E a aula?Como foi' perguntou depois de dar um beijo na namorada. Era noite e estavam no cinema como combinado.
'Ruim. Você não estava lá.' respondeu, sendo levada por para dentro da sala do cinema. 'Posso saber o que vamos assistir?'
suspirou e sentou numa das cadeiras, fazendo com que sentasse na exatamente ao seu lado.
'Pode sim.' O menino virou e beijou a testa da namorada. 'Hoje tem sessão dupla de filmes não muito novos, então....'
O garoto foi interrompido pela projeção que começara.
'Vamos assistir Titanic e Batman .'
sorriu e voltou os olhos para a tela. sabia juntar os gostos dela com os dele. Isso o fazia melhor do que aqueles namorados que apenas cumprem as vontades das meninas.
'Quer pipoca?' ofereceu, com a boca cheia da mesma.


'Não, mas o Batman é sexy.' protestava enquanto tomavam sorvete. Era tarde e os dois estavam numa pracinha sentados no balanço.
'Não é não. Ele usa uma... roupa toda apertadinha.' protestava, fazendo gestos exagerados e explicativos com as mãos.
'Mas é sexy roupas apertadinhas.' olhou para que ria.
'Duvido que você me acharia sexy com uma roupa menor que eu e com lycra '.
'Experimente, querido .' disse, saindo do balanço e caminhando para fora da praça. primeiramente acompanhou-a com o olhar e depois se levantou e a alcançou.
' ...' abraçou a menina por trás e mordeu a orelha dela.
'Sim, querido ?'
'Quer viajar comigo para Manchester?' sussurrou esta parte no ouvido da menina.
'Viajar? Com você?' soltou-se de e encarou o menino com um brilho esperançoso nos olhos.
'Yeah. Eu estou indo para lá esse fim de semana para visitar minha tia que teve um filho...De novo.' mordeu o lábio. 'E como meus pais não vão poder ir comigo... Queria que você fosse.'
sorriu e beijou o namorado.
God, como ele era perfeito.
'Eu quero ir, sim.' mordeu o lábio inferior do menino durante um beijo.
'Sério?'
'Yeah.' soltou a boca de e olhou o céu. 'Tem alguém na sua casa?'
olhou curioso para a menina. Sorriu e consultou o relógio.
'Não. O que você quer fazer?'
'Bem...' envolveu o namorado em um abraço. 'Eu quero fazer algo que me aqueça.'
'Tipo...sexo?' perguntou, desentendido.
'Não. Fondue.'

Os dois entraram na casa de aos tropeços. Haviam brincado de pega-pega o caminho inteiro até ali, e tentava salvar-se de .
'Certo! Trégua!' gritou, entrando na cozinha. 'Quero fazer meu fondue!'
'Faça, ué.' disse, subindo para o quarto.
examinou o lugar. Os armários estavam cheios, o que significava que alguém havia feito compras e, como nem nem seu pai faziam tal atividade, a garota pôde concluir que os pais do namorado estavam em uma situação boa, já que a mãe dele fez compras para casa.
A menina achou o aparelho de fondue quase que esquecido atrás de um monte de panelas. Depois de lavado, preparava um fondue de queijo sozinha, já que havia desaparecido.
'Você tem certeza que não quer fazer outra coisa?' O menino perguntou, aparecendo na cozinha com suas boxers de oncinha.
olhou para o corpo de e mordeu o lábio. Com , ela era capaz de fazer qualquer coisa.
'Assim é golpe baixo, .' A menina disse, tentando prestar atenção no queijo que ela derretia.
'Eu não estou fazendo nada...' Disse, chegando por trás da namorada e dando um beijinho na nuca dela. 'É você que me altera aí toda lambuzada de...queijo.'
virou para e começou a beijá-lo. Era demais para ela o garoto daquele jeito e ela não fazer nada. Os dois foram para sala aos beijos e deitaram no sofá, começando assim com uma sessão de carinhos.
'Não atende.' disse enquanto beijava , assim que o celular dela tocou.
'Eu preciso.' soltou-se de e procurou o celular na bolsa.'Alô ?'
Alguns segundos se passaram até que dá um pulo do sofá, ajeitando as roupas.
' ? Que houve?' perguntou assustado.
'Aconteceu alguma coisa com o bebê da . Eu preciso ir no hospital...' disse, procurando na bolsa dinheiro para um táxi.
'Eu te levo. Deixe-me por uma roupa e...' subiu direto para o quarto e em menos de cinco minutos depois, saíram os dois para o hospital.

 Capítulo 32

'Não acredito que o ligou para você.' Disse , incrédula, da cama do quarto. 'Eu ainda vou bater nele.'
sorriu e entrou no quarto enquanto saia a procura de .
'O que aconteceu, ?' puxou uma cadeira e sentou-se perto da cama da amiga.
'Nada. O é meio neurótico.' sorriu. 'Eu disse que estava me sentindo mal e ele me trouxe correndo para cá.'
'Ele gosta de você, só isso.' ria.
'Não! Ele é louco! Estou te dizendo, ele é neurótico em relação a esse bebê.' sorria e se alterava um pouco. 'Para você ter uma idéia ele quer arrumar uma cadeira de rodas para eu não ter que ficar circulando na nossa nova casa.'
'Então vocês já arranjaram um novo lar?' se levantou e andou pelo quarto.
'É...' estava claramente encabulada. Ainda não acreditava aquela situação, embora boa. De qualquer modo, estava muito feliz.
As amigas ficaram conversando. Pelo motivo escolar, elas não haviam se falado já há algum tempo. colocou à parte da viagem que ia fazer com no fim de semana e contou dos planos que ela e tinham para a casa nova.
'Já decidiram o nome do bebê?' perguntou, abrindo a janela do quarto.
'Na verdade não sabemos ainda se será menino ou menina.' olhou para a porta que acabara de ser aberta, entrando no quarto e . A menina fez uma cara de nervosa para , que se encolheu num dos cantos do quarto.
e observavam aquela cena se segurando para não rir. Estava claro ali quem era o homem da relação de e .
Os dois saíram sorrateiramente do quarto quando começou a explicar para algo sobre feminismo.
'Quando a gente se casar...' começou, abrindo a porta do carro. 'Não me trate assim, certo?'

Quarta-feira a tarde encontrava-se no Departamento de Trânsito londrino, onde iria fazer seu exame para conseguir sua tão esperada licença de motorista.
Ali, sentada na cadeira de espera para o exame, fez um balanceamento da sua vida.
A última vez que parou para pensar na sua vida, ela tinha acabado de ralar seu joelho de uma forma ridícula. Desta vez, encontrava-se numa situação totalmente diferente. Começando, ela era uma garota que faria dezessete anos ainda aquele mês, com quase uma carteira de motorista em mãos, um namorado lindo e inteligente [N/A: não tão inteligente... isso não vem ao caso :D] e com uma mesada de 50 libras. Certo, de seis meses até ali tinha subido na vida.
'Número 461.' Uma voz anunciou e verificou que aquele era seu número de inscrição. Respirou fundo e rumou até a porta. Era um momento importante, certo?

'Licença temporária para direção doméstica.' lia, deitado na cama, segurando a carteira de motorista de .
A menina tinha ido direto do Departamento de Trânsito para a casa do namorado a fim de comemorar.
'É! Vou pegar minha carteira oficial na segunda.' disse, deitando ao lado de . 'Não é um máximo? Vou poder dirigir na viagem para Manchester! '
sorriu amarelo.
'Certo, , querida, eu nunca vi você dirigir, mas não quero arriscar minha vida...' parou de falar quando fez uma cara semelhante a qual fez para . 'Okay. Você pode dirigir um pouco.'

'Não! Raiz quadrada de 156 não é doze, !' tentava explicar para a amiga um exercício de Matemática. 'Por isso o exercício deu 7 em vez de 19.'
fazia uma cara de entediada para .
'Okay, .' fechou o livro e voltou a olhar o céu. Era sexta-feira de manhã e as meninas esperavam o sinal bater para poderem entrar na aula. 'Então, o que você vai fazer no seu aniversário?'
fez uma cara pensativa. Era verdade que não tinha pensado muito em planos para seu aniversário, embora soubesse que ia passá-lo com e as amigas.
'Não sei ainda, .' tomou um gole de suco e pegou a agenda. 'Ainda tenho quinze dias para pensar. Eu estou preocupada mesmo com o que vou dar de presente para o .'
e faziam aniversário na mesma semana, com diferença de três dias. Na verdade, 362 dias, pois nascera quase um ano antes da menina. Por causa desta proximidade dos aniversários, e quase sempre comemoravam juntos.
'Dê qualquer coisa, oras.' resmungou, levando um pedala da amiga. 'E por falar em ...'
apontou para o outro lado do pátio, de onde um menino vinha caminhando lentamente.
' ?' perguntou, aproximando-se. 'O que você está fazendo aqui?'
O menino tirou os óculos de sol e encarou a namorada.
'Vim te buscar. Temos que viajar.' disse, acenando para e puxando pela mão.
' , hoje é sexta. Vamos viajar no fim de semana, lembra?' protestava.
'Primeiro.' virou-se e deu um beijo apaixonado na namorada. 'São quase quatro horas de viagem. Segundo...' O menino voltou a puxar a menina até a esquina. 'O fim de semana começa na sexta para mim.'
mordeu o lábio e seguiu o namorado. era surpreendente.
'Vamos! Temos que pegar suas coisas e sair antes das seis!' dizia, andando abraçado à namorada.
'Seis da tarde? Mas então por que você veio me raptar da escola?' A menina tentava entender.
'Para aproveitarmos melhor nosso dia, oras.'
'E seis da tarde não é muito tarde? Vai estar escuro e no escuro tem gente malvada e bandidos.' parecia assustada.
'Tudo bem. Eu te protejo.' fez uma pose de galã.
'E quem vai me proteger de você?' perguntou, parando no meio da rua.
olhou para a menina, sorrindo. Voltou e deu um beijo na menina. Os dois voltaram a andar rumo à casa de .
Aquela viagem iria ser inesquecível.

 Capítulo 33

'E aí, já chegamos?' perguntou, se revirando no banco e esfregando os olhos. Olhou pela janela e constatou que a noite já tinha avançado muito e que, provavelmente, dormira desde a saída de Londres. ' , não está tarde?'
O menino dirigia calmamente, batucando alguma coisa no volante.
'Tudo bem, querida. Tenho tudo sob controle.' sorriu e mandou um beijo no ar para a namorada, que voltou a olhar pela janela. Tentava lembrar da tarde que passaram juntos, arrumando as malas e falando besteira. Às vezes, pensava que o que ela vivia com não passava de uma miragem, um conto de fadas. Era bonito demais, perfeito demais para a vida real. Mas quando ela começava a se beliscar para acordar daquele sonho, seu príncipe encantado aparecia.
'Quer comer alguma coisa?' Ele perguntou, sorrindo e mudando de pista. A menina concordou e logo os dois estavam num posto à beira da estrada.
O lugar era bonitinho e puxou-a para dentro. O menino realmente estava com fome.
, depois de pegar um sanduíche e um suco, sentou-se numa mesa próxima à janela, enquanto terminava de se servir. A menina estava cansada e a viagem já demorava mais do que o planejado. Olhou o céu através da janela e percebeu que algumas pesadas gotas de chuva caiam no chão e no vidro do local.
'Hey.' sentou na frente da menina e começou a devorar sua coxinha.
' ?'
'Hum?' O menino virou seus olhos brilhantes para a menina, num sinal que estava ouvindo.
'Não estamos perdidos, estamos?' perguntou, dando ênfase à palavra perdidos.
fez uma cara de enjoado e terminou de engolir a coxinha.
'Eu não diria perdidos...'
'Você diria o que?' tentava manter a calma, mas a idéia de passar a noite num lugar desconhecido não lhe agradava muito.
'Bem... fizemos um desvio de rota.' abriu a lata de refrigerante. 'E não sabemos como voltar para a rota original.'
deu um gole no refrigerante e sorriu. Ele parecia tão feliz e seguro do que fazia que não tinha como ficar brava com ele.
'Vamos ter que passar a noite num hotel?' perguntou, dando uma outra mordida no sanduíche e apontando para fora, mostrando que a chuva se intensificava.
virou a cabeça em direção da janela e observou as gotas caírem. Depois de dirigir por horas a fio, aquela cena era relaxante.
'Yeah. Acho que teremos.' virou a latinha de refrigerante e se levantou, dando um beijo na testa da namorada. 'Pegue mantimentos. Vou ao banheiro.'
A menina viu se afastar em direção do banheiro e levantou-se. Foi até a sessão do lugar que tinha produtos à venda, no estilo mini-mercado, e começou a escolher o que poderia levar como mantimento. Havia balas, chocolates, refrigerantes e coisas com algum valor nutricional, como bolachas e sucos. observou tudo e pegou uma enorme variedade de produtos, já que não sabia o que tomava por 'mantimentos.'
O menino voltou, pagou, e os dois saíram correndo do estabelecimento para se salvarem da chuva. Entraram no carro, um pouco molhados e deu a partida.
A viagem a partir dali transcorreu de forma calma. e conversavam animadamente dos planos para a viagem quando avistaram uma pousada ao lado da estrada. Os dois estavam cansados portanto não pestanejaram ou pensaram antes de aceitar um quarto por uma noite.
'Até que é bonitinho.' disse, entrando no quarto e caindo na cama de casal que existia no cômodo.
sorriu e tirou o casaco largando em um canto e pulando na cama ao lado da namorada.
'A gente sai amanhã e encontramos o caminho.' O menino disse, dando um leve beijo em e encostando a cabeça no travesseiro.
'E se a chuva continuar?' perguntou, passando a mão nos cabelos de , que já estava de olhos fechados.
'Se continuar a chover nós passamos o fim de semana inteiro aqui.' O menino abriu um olho e sorriu. 'Eu, você, a cama e um chocolate quente.'
sorriu e deitou também.
Assistiu cair rapidamente em um sono profundo e logo se juntou a ele, dormindo abraçada ao menino.


'E a Bela Adormecida acorda.' disse voltando os olhos para , que acabara de se espreguiçar. O menino sorriu largamente e voltou a se debruçar na janela. Estava de boxers, tomando café e observando alguns pingos de chuva caírem do telhado. 'Dormiu bem?'
levantou, ainda com sono e consultou o relógio.
'Dormi sim.' A menina se levantou e abraçou . 'Que horas a gente volta para a estrada?'
'Na hora em que você comer e tomar banho.' O menino virou-se e beijou a testa da namorada. 'Vai logo que não temos o dia inteiro.'
sorriu e sentou-se na mesa onde havia um café-da-manhã esperando por ela. Comeu pouco e logo já saía do banho.
A verdade é que estava ansiosa para chegar em Manchester e conhecer o resto da família de . Sim, era muito cedo para pensar em apresentação oficial à família para casamento, mas sentia que aquele momento, de conhecer os tios do namorado, era sim algo memorável.


Perto do meio-dia, deixaram o hotel rumo a Manchester. Munida de um mapa, dirigia feliz da vida, enquanto dormia no banco ao lado.
Quando em fim apareceu uma placa indicando Manchester a alguns quilômetros, gritou feliz, acordando para a novidade. O menino abriu os olhos e fez um joinha com a mão.
'Agora próximo farol à esquerda.' dizia, assim que entraram na cidade.
concordou e fez o caminho, parando numa casa amarela.
'É aí?' perguntou, soltando o cinto.
'É sim.' Os olhos de brilhavam. Ele praticamente foi criado em Manchester, portanto voltar ali depois de alguns anos era emocionante. 'Vem. Quero te apresentar uma pessoa que tenho a certeza de que você vai adorar.'
seguiu para fora do carro, surpreendendo-se pelo fato dele não entrar na casa amarela, mas sim apertar a campainha de uma outra casa ao lado.
'Quem...OH MY GOD' Uma menina loira veio atender a porta e deu um grito, surpreendida por ver ali. ' !'
A menina correu e abriu o portão, dando o abraço apertado em .
'Hey!' disse, depois de livrar-se dos braços da menina. ' , esta é a Wendy [N/A: Nome retirado do Peter Pan :D].'
'Oi!' Wendy cumprimentou . 'Namorada, certo?'
concordou com a cabeça. A menina parecia ser divertida e logo estavam os três comendo bolacha na sala da casa dela.
As conversas eram nostálgicas. descobriu que, na época em que morou em Manchester, Wendy e ele eram amigos e vizinhos, brincando no quintal um do outro. divertia-se muito com as histórias constrangedoras que Wendy contava do namorado e logo Wendy e estavam conversando sobre , embora este estivesse sentado ao lado.
Praticamente passaram a tarde toda ali e apenas quando a noite caiu é que resolveram visitar os tios de . Despediram-se e e foram para a casa ao lado, prometendo voltar no dia seguinte.


'Então você já terminou a escola?' A tia de perguntava, enquanto carregava Henri, primo recém-nascido de .
O menino concordou com a cabeça e olhou para o relógio, pela centésima vez.
'Bem, que tal irmos, ?' perguntou, já levantando.
estava prestes a concordar quando a tia de interrompeu.
' , querido, antes você pode ir até a padaria ali na esquina para mim?' E antes que o menino pudesse negar, completou. 'Obrigada, traga dez pães.'
O garoto olhou desconsolado para que sorriu. saiu, deixando , Henri adormecido e a tia de sozinhos na sala.
'Então, como foi a viagem?' A mulher perguntou para , servindo-se de mais café.
'Excelente.' afirmou. 'E acabei de conhecer a Wendy...'
'Sim, a Wendy.' A tia disse animada, como se falasse da própria filha. 'Ela é um amor de pessoa.'
'Sim, verdade.'
'Pena que ela e o terminaram o namoro...'
virou-se assustada para a mulher, que bebia o café em pequenos goles. De repente, sentia repulsa de . Por que a primeira pessoa que ele apresentou na cidade onde foi criado fora a ex-namorada?
Era possível que ele ainda sentisse algo por ela?
Ou pior, ela por ele?

 Capítulo 34

As duas mulheres ficaram em silêncio até a porta voltar a abrir, com aparecendo na casa com um saco de pão.
mandou um breve olhar para o menino, logo depois voltou a ver o bebê dormindo em seus braços.
'Vamos? Antes que esta mulher me acorrente à cadeira?' sussurrou ao seu ouvido.
A menina concordou, muda, com a cabeça e entregou para a tia de o filho. Não fez questão de se despedir e seguiu para o carro. Abriu a porta e entrou, esperando o namorado ir dirigir.
'O que foi?' perguntou, debruçando-se na janela aberta ao lado de , ainda fora do carro.
'Nada.' A menina disse, no tom mais doce possível. Sorriu. 'Em que hotel iremos ficar?'
levantou e coçou a cabeça.
'Na verdade, pensei em ficamos na casa da Wendy... Assim economizamos dinheiro e podemos ficar mais um dia, que tal?'
'Claro!' disse, forçando novamente a postura de que estava tudo bem. Ficar na casa da ex. Perfeito. Pensou, irônica.
O casal apertou a campainha e mais uma vez a menina loira atendeu sorridente, conduzindo-os para dentro.


'Onde iremos dormir?'Perguntou , se levantando da mesa e terminando de tomar seu vinho.
Estavam na mesa ele, , Wendy e seus pais e, após um jantar familiar, todos já estavam cheios e relaxados pelo vinho servido. Estava na hora de dormir, embora não fosse tão tarde.
'Bem, acho melhor ficarem no quarto de hóspedes, assim ficarão mais confortáveis, sim?' Pronunciou o pai de Wendy, limpando do bigode um pedaço de peixe [N/A: e aqui meus agradecimentos à minha mãe, por fazer peixe e eu ser vegetariana =D].
Na mesma hora a mãe de Wendy virou-se para seu marido e reprimiu-o com um olhar.
'Bem, mas eles não podem dormir juntos, correto?' Olhou para e , acreditando que, bem, eles nunca tivessem realmente feito mais do que segurar na mão um do outro.'Acho melhor a dormir no quarto dos hóspedes, para ficar mais à vontade, certo querida?'
concordou com a cabeça e já puxando a mão de , para irem dormir juntos.
'E o podia dormir com a Wendy. Ele dormia lá quando pequeno, lembra disso, filha?' A mãe de Wendy completou, olhando para a filha de modo carinhoso.
virou para o namorado, esperando que ele dissesse algo, mas o menino apenas sorriu encabulado e piscou para ela.


Já passava da meia-noite e ainda encontrava-se acordada, olhando o teto e pensando. Ainda estava de toalha do jeito que havia saído do banho. Estava com a cabeça muito cheia para lembrar de por roupa.
Embora soubesse, ou desconfiasse, que amava ela, ele ainda sim era um garoto e as atitudes dele ultimamente eram um pouco suspeitas.
Wendy era bonita. Sim, ela era. E era ex-namorada de e estavam dormindo no mesmo quarto. O que poderia acontecer?
sentou-se e tentou tirar aqueles pensamentos da cabeça. Começa odiar aquele lugar, aquelas pessoas... Por que a mãe de Wendy achou suspeitos ela e dormirem juntos e nenhum pouco estranho a filha e o menino dividirem o quarto?
Será que tinha cara de pervertida?
assustou-se quando viu a portar abrir e estava prestes a gritar quando apareceu, de pijama, com um caneca.
'Um chocolate quente pelos seus pensamentos.' O menino disse, estendendo a caneca que segurava para .
'Sei lá.' A menina mentiu. Não queria realmente dizer o que passava na sua mente para não brigar com . 'Eu queria passar mais tempo com você. Essa viagem era nossa, né?'
concordou silenciosamente com a cabeça e beijou a boca da namorada.
sentiu um calor quando tocou-a. Podia-se passar horas, meses ou anos, mas o garoto continuaria a ter aquele efeito delicioso sobre ela.
O menino intensificou o beijo colocando uma mão na nuca de e outra no final das costas dela. A menina brincava com os cabelos dele, embaraçando do jeito que ela gostava, enquanto os dois deitavam-se na cama e cobriam-se com o lençol florido.
'A gente pode fazer isso?' sussurrou no ouvido de , fazendo-o suspirar.
'Em silêncio, sim.' respondeu, juntando mais os dois.
Os dois se beijavam intensamente e rolavam na cama. Enfim, de frente um para o outro, colocou a mão na barra da própria camiseta a fim de tirá-la quando alguém bateu seguidamente na porta e abrindo-a, sem esperar uma resposta.
' ?' Uma voz conhecida, a de Wendy para ser mais exata, chamou o menino que no susto caiu no chão ao lado da cama. 'O que vocês estão fazendo?'
'Conversando.' apressou-se em dizer, levantando e ajeitando o pijama. 'O que você está fazendo?'
Wendy examinou o quarto, a cama e o casal antes de responder.
'Só vim avisar que você deixou o fogo ligado na cozinha...E que já está tarde. Boa Noite.' Disse, por fim saindo do quarto.
, já de pé, rumou para a porta e mandou um beijo no ar para a namorada que sorriu debilmente.
sentou na cama e estava a amaldiçoar Wendy quando seu celular tocou. Sem nem ver o identificador de chamadas, atendeu o celular sonolenta. Antes que pudesse dizer alguma coisa, a voz familiar de fez-se presente.
'É um menino!' gritava do outro lado da linha. 'Eu vou ter um menino!'

 Capítulo 35

'Um menino, é?' perguntou, passando a mão livre na cabeça. Agora estava totalmente acordada.
'È!' , do outro lado da linha gritava histericamente sob protestos de alguém. 'Descobri pela manhã e... Só consegui falar contigo agora! Meu Deus vou ter um menino!'
gritou por mais alguns segundos e o telefone de desligou. É claro, havia ficado sem bateria.
sorriu e jogou o telefone do outro lado da cama. Se levantou e procurou alguma roupa nas malas para usar naquela noite fria. Após vestir um moletom qualquer, seguiu pela janela e deixou a brisa noturna arrepiar seus cabelos. Estava estressada e Wendy não lhe saia da cabeça. Sentia que algo podia estar acontecendo. Era uma intuição.
A menina calçou um chinelo e saiu do quarto com a xícara que anteriormente havia trago com chocolate quente, que agora estava quente. Foi até a cozinha a fim de esquentar o leite, passando pelo corredor do quarto de Wendy, tentada a abrir a porta e verificar o que os dois estavam fazendo. Certo, mal havia se passado vinte minutos que o garoto havia deixado o quarto de , mas por própria experiência, a menina sabia que muita coisa podia acontecer em vinte minutos.
tirou aqueles pensamentos da cabeça. Não deveria pensar aquilo de . Ela confiava nele. E muito.
Voltou a andar rumo à cozinha. Olhando o relógio numa das paredes do corredor, descobriu ser uma e meia. Estava tarde e não tinha nenhum pingo de sono. Chegou à cozinha e ouviu alguns murmúrios. Alguém mexia em algo ali. Seria um ladrão? Por causa da hora, estavam todos dormindo e apenas ela estava acordada.
Entrou no cômodo sorrateiramente. Ninguém a percebeu e pela escuridão era difícil identificar quem estava ali. Só sabia que estava na parede. Andou até o interruptor e, hesitante, acendeu a luz.
Quase imediatamente, desejou não ter saído do quarto.
Parados a menos de cinco metros, e Wendy estavam, no mínimo, se agarrando.
, a começo, não teve nenhuma reação a não ser deixar a xícara que segura se espatifar no chão impecável da casa de Wendy.
' ...' começou, se aproximando de ,que desviou imediatamente.
'Não toque em mim.' disse, já com os olhos marejados e com um tanto de raiva. Olhou uma última vez para e saiu da cozinha a passos largos, sem deixar de perceber um sorriso cínico de Wendy.


' .' batia insistentemente na porta do quarto de hóspedes, onde havia se trancado assim que saiu da cozinha. A menina arrumava a mala de qualquer jeito. Estava voltando para casa.
olhou para a porta. Sabia que tentaria se explicar. E sabia, acima de tudo, que ela própria já havia feito coisa pior, com James, da última vez em que ela e haviam se separado. Mas o cúmulo foi e a prima estarem se agarrando na cozinha, publicamente, após o garoto ter dito que a amava.
olhou para o quarto para ver se não havia esquecido nada. Não queria deixar nada naquele lugar. Abriu a porta e deu de cara com , sentado contra a parede, sorrindo marotamente.
'Aonde você vai?'O garoto perguntou, apontando para a mala na mão da menina.
passou por ele sem responder. Quase correndo, foi até a sala e chegou na porta, sendo impedida por de abri-la. O garoto colou uma mão na maçaneta, em cima da de .
'Deixe-me explicar.' fitou os olhos extremamente brilhantes do menino. 'Um minuto.'
'Eu gostaria de ouvir sua explicação. Queria realmente saber o porque você estava quase... Estava beijando aquela garota.' tinha raiva na voz e não conseguia olhar diretamente para .
' , quando você e o James...'
'Não ouse terminar esta frase.' virou os olhos vermelhos para . 'Não acredito que você está usando um golpe tão baixo.'
A menina empurrou para o lado e conseguiu abrir a porta. Olhou a rua e já andava para atravessá-la quando gritou.
'Eu te amo!'
ficou estancada na rua.
'Não, . Você não me ama. Suas palavras são vazias. Não sabe o que está dizendo.' E voltou a andar, deixando sozinho no frio da noite.


Por volta do meio-dia chegou à casa das amigas. Havia viajado a madrugada inteira e, sobretudo, chorado a madrugada inteira. Sabia que, talvez, aquilo que fez não tivesse volta. Sabia que talvez não tivesse mais para si.
Decidiu ir para casa das amigas. Precisava naquela hora delas acima de tudo e realmente na queria ficar sozinha em casa.
Rumou para a porta que estava aberta. Entrou pausadamente e dirigiu-se para a sala.
'Olha! Já voltou?' perguntou, virando-se no sofá para ver a amiga e enchendo a boca de pipoca.
sorriu e afirmou com a cabeça, querendo voltar a chorar. Deixou a mala num canto e foi para a cozinha.
'Hey.' Disse, ao ver e James brincando de jogar alguma coisa um no outro.
Os dois se viraram surpresos com a presença da amiga.
'Tudo bem?' Pergunta , lambendo o dedo, sorridente.
'Tudo.' afirma, pegando um copo num dos armários.
'Estou atrasada. Tenho trabalho.' consultou o relógio. 'Te vejo depois.'
A menina deu um beijo em James e saiu dando um tchau para .
'Então.' James começou, olhando para . 'Isso é estranho, né?'
'O quê?' perguntou, dando um gole de seu suco.
'Eu e . Você e .' Sorriu. 'E nós conversando normalmente.'
sorriu. Era verdade.
'Sim. Então quer dizer que você e a estão juntos...?'
'Yeah.' James disse encabulado. 'Eu realmente gosto dela, sabe? Estamos namorando.'
viu James abrir um sorriso e não pode deixar de sorrir junto.
Ficaram em silêncio.
' .' James se aproximou de . 'Desculpa.'
'Por o quê?' A menina sentiu uma pontada no peito.
'Por ter feito você sofrer. Por quase ter te tirado do .' O menino abaixou a cabeça e encarou o chão. 'Por querer uma mulher que eu não podia ter. Você e o se amam. Não deveria ter me metido nisso.'
começou a chorar silenciosamente. Apenas a menção do nome de a fazia lembrar do que passou.
'O que foi, ?' James perguntou, afastando uma mecha de cabelo do rosto de menina.
'Eu e o ... A gente...' soluçava. James abraçou a menina, que começou a chorar abertamente pela primeira vez aquele dia.
O menino entendeu o que havia acontecido sem a menina emitir nenhuma palavra. Abraçou-a mais forte.
'Às vezes não é para ser. Às vezes as coisas não são para acontecer.' James disse, mexendo no cabelo da menina.
limpou o rosto com a manga da blusa. Será que ela e não eram para ficarem juntos?

 Capítulo 36

'Vamos para a sala? A está assistindo um filme que parece ser interessante.' James disse, soltando do abraço e puxando a menina para sala.
correu e pulou no sofá, assustando e fazendo James rir.
'Que lindo. Vocês se entenderam!' disse, jogando uma jujuba na amiga.
'É. O James não é uma pessoa tão ruim quando não quer.' riu. 'E aí, como vai a vida?'
'Bem, bem. Você perdeu a prova de espanhol na sexta.' disse e deu de ombros.
'E as meninas?'
'A arrumou um emprego temporário numa loja chique aí.' James disse, orgulhoso da namorada.
'E a foi promovida à gerente.' encheu a mão com jujuba e continuou a olhar o filme. 'O e a arrumaram uma casa aqui perto.'
'E aqui, tudo bem?'
Surpreendentemente, olhou para James e os dois ficaram encabulados.
'Devemos contar para ela?' perguntou para James, que balançou a cabeça confirmando.
'Contar o quê?'
'Bem...' endireitou-se no sofá, desligou a TV e colocou o pote de jujuba em cima da mesa de centro. 'A nossa república... sabe essa casa onde você está? Bem, ela vai terminar.'
olhou para a amiga sem acreditar.
'A vai morar um tempo com os pais na França...' Começou James.
'...E a vai morar com o , a decidiu arrumar uma casa para ela e, bem, não posso arcar com tudo sozinha.' completou. 'Estou voltando para casa.'
continuava sem entender.
' , tá todo mundo querendo dar uma segunda chance para a família. Ou começar uma nova.' conclui. 'Estamos querendo acertar as coisas.'
Silêncio.
Era estranha aquela cena. Por todo o tempo que a república sobreviveu, ótimos momentos foram vividos ali. sorriu e abraçou a amiga.
Era hora de mudar.


Não foi muito tarde quando voltou para casa. James a deixou na porta e depois de uma longa conversa, os dois quase se entenderam. O garoto parecia ter mudado e realmente queria acreditar naquilo.
Abriu a porta e logo depois de largar sua mala num canto do hall, viu seu pai assistindo algum programa esportivo na TV.
' , você chegou.' O pai afirmou, abrindo um sorriso. 'Como foi a viagem?'
A menina sentou na poltrona ao lado do pai e sorriu. Não sabia informar ao pai como foi a viagem.
Depois de alguns instantes e notícias depois, o pai desligou a TV e virou-se, sério, para a filha.
'Com fome?' Perguntou.
A menina, então, percebeu que não havia comido nada o dia todo.
'Morrendo.Vamos pedir uma pizza?'
'Estava pensando em sairmos para jantar. Que tal?'
Mesmo estranhando o pedido, aceitou e logo os dois saiam para a noite londrina.


'E a escola?' Perguntou o pai, dando mais uma garfada em seu macarrão.
'Ah. Eu perdi uma prova de espanhol e provavelmente vou ficar de recuperação este semestre.' sorriu.
'Tudo bem. Quem precisa de espanhol? Falamos inglês, de qualquer jeito.'
Ficaram em silêncio mais um instante e, depois de pedirem as bebidas, o pai pigarreou alto.
'Algum problema?' perguntou, levando o garfo à boca.
'Detesto fazer isso com você, querida, mas preciso perguntar.' O pai limpou a boca com um guardanapo. 'Você já se decidiu se vai querer ir para os Estados Unidos ou ficar aqui em Londres?'
pousou o talher num canto do prato e começou a pensar em tudo que aconteceu nos últimos dias e, sobretudo, naquele mesmo dia. Pensou em como deixara em Manchester e que as amigas estavam voltando para casa.
Pensou, sobretudo, como sua vida mudara no último ano, embora ela mesma não mudou nada. As coisas só passaram e ela foi levada junto.
É . Talvez aquele fosse o momento dela mudar por si mesma.
'Acho que devemos ir para os Estados Unidos.' disse, em um meio sorriso e voltando a comer.


procurava por um tênis.
Ela havia voltado da aula aquela quarta-feira e largado o seu em algum lugar da casa, o qual agora não lembrava.
A menina havia levantado aquele dia com o intuito de passear por alguns pontos da cidade que ela visitara uma única vez. Se fosse sair daquele país, queria visitar mais uma vez toda aquela cidade.
Encontrado o tênis, de baixo da mesa da cozinha, terminou de se arrumar e procurou por seu celular. Não via o aparelho desde a ligação de , quando ainda estava em Manchester. Acabou por descobri-lo na mala de viagem, ainda feita, num canto do quarto. Olhou para o visor indicando quarenta e cinco chamadas não atendidas e algumas mensagens não lidas. De , óbvio. Não deu atenção e colocou o celular no bolso.
Abriu a porta de casa e, distraída, quase tropeçou em algo na soleira da porta.
Era , sentado e sorrindo em frente à porta de .

 Capítulo 37

'Hey' disse dando um breve aceno com a cabeça, ainda sorrindo.
olhou em volta e pensou em suas possibilidades. Podia sair correndo para fugir do menino ou podia sentar e conversar.
'Oi.' Ela disse, sentando ao lado de na soleira.
'Olha, ...' Ele começou, encarando o chão. 'Eu vim pedir desculpa. O que eu fiz pode ter sido imperdoável, mas você tem que entender...'
'Eu entendo.' olhou para o menino. 'Mas não significa que tenho que aceitar. Eu sei de tudo e... Bem, passamos por muita coisa e tudo me leva a pensar que não fomos feitos para ficarmos juntos. Não como namorados.'
tornou a olhar para a menina, com uma expressão triste. Já estava esperando que ela terminasse com ele, mas não daquela forma.
'Não como namorados.' Ele repetiu, agora extremamente interessado em uma formiga que passava entre seus pés.
'Ainda podemos ser amigos, certo?'
'Claro.' Ele sorriu. 'Os melhores.'
E então estendeu o dedo mindinho em sinal de amizade. Antes de responder ao gesto, pensou em quanto aquilo significava. Estava terminando um relacionamento com um garoto que ela amava para tornar-se a melhor amiga dele. Sorriu e estendeu o dedo, apertando o de . Ela fazia aquilo por ela. Era hora de seguir em frente.
'Onde você está indo?' O menino perguntou, olhando demoradamente.
'Para o parque.'Disse, levantando-se.
'Que um acompanhante?'
sorriu.
'Claro.'


O Hide Park é um dos parques londrinos mais famosos, situado na região central da cidade. mal conseguia lembrar qual fora a última vez que visitara o parque. Agora, acompanhada de , brincava de esconde-esconde, como fazia aos cinco anos.
Aproveitaram para fazer uns piqueniques improvisados, comprando na hora dois cachorros-quente e refrigerantes.
Deitados na grama, os dois observavam as nuvens e comentando coisas aleatórias. Não pareciam namorados ou amigos. Eram duas crianças.
'Ainda não entendi porque você quis vir ao parque.' comentou, dando uma última mordida no sanduíche. 'Você nunca foi muito chegada a longos passeios na natureza.'
fingiu estar ofendida e olhou para o céu. Será que devia contar para que estaria se mudando dali três meses?
'Ah...' Ela começou, espreguiçando-se. 'Eu senti vontade... Ando com algumas vontades estranhas nestes últimos tempos...'
olhou assustado para ela.
'Você pode estar grávida.' Ele sorriu.
'Sim, claro. Você seria o pai e teríamos que nos casar e fugir para a Sibéria.'
'Eu topo.' disse, abrindo um sorriso maior ainda.


Já anoitecendo, os dois caminhavam contentes e falantes para casa. Mal lembravam-se que não namoravam mais.
'Você não me disse ainda porque quis visitar aquele parque.' disse, parando em frente de , num momento.
'Já disse, .Não tem um motivo.' tentava desviar. 'Fazia tempo que eu não ia lá, tava com vontade...'
mordeu o lábio e olhou para um casal, distante, que andava de mão dada.
'Mentira, .' Voltou os olhos para ela. 'Suas orelhas ficam vermelhas quando mente. Elas estão assim agora.'
Foi a vez de encarar os sapatos. Não sabia como dizer. Mas, por outro lado, não podia mentir. Não para ele.
' .' voltou a andar, desviando do menino que a acompanhou.
'Sim?'
A menina chegou na esquina e encostou-se em um poste [N/A: poste amigo! Ignora gente...] e cruzou os braços. A noite começava a ficar fria.
' , eu vou me mudar.' mordeu o lábio e encarou os olhos brilhantes de .
'Para onde? Para o subúrbio de Londres? Porque você não precisa ficar assim, tem metrô...'
'Vou para os Estados Unidos.'
Por um momento, a respiração acelerada dos dois e alguns carros que passavam eram os únicos sons que se ouviam naquela esquina.
'Por culpa minha?' sentia a respiração falhar. 'Como assim?'
'Não...Eu tenho que ir entende? ' olhou para longe. Na verdade, por parte era por culpa dele.
'Eu não entendo...' começou. 'Estão te obrigando?'
'Não. Eu faço isso por mim... E pela minha família.
'Nada que eu fizesse faria você ficar, faria?'O menino abaixou o tom de voz e olhou um carro passar, do outro lado da rua.
pensou.
'Não mesmo.
O menino sorriu, com uma tristeza estampada nos lábios.
'O que você vai fazer no seu aniversário?' Perguntou, abalando . Ela ia embora e ele perguntava os planos para dali dois dias. 'Se é seu último aniversário aqui. Vamos fazê-lo valer a pena.'
'Não sei o que eu vou fazer.'
'Sem idéias?'
'Nenhuma.'
tirou do bolso um chiclete e colocou na boca.
'Deixe comigo. Eu vou planejar alguma coisa que você não vai esquecer.'
sorriu e continuou a andar. Agora, estava tremendo de frio.
parou e sem dizer nada, tirou o casaco e colocou na menina, que não pestanejou.
Sabia que, não importa onde ela estivesse, a protegeria. De qualquer forma. Em qualquer lugar.
E sempre.

teve um pesadelo àquela noite, depois que a deixou, com um beijo na testa, em casa.
Sonhou com tudo. Desde a perda de sua mãe até o pedido de , em sua noite de formatura. Sonhou com quando passou a noite com James até quando entregou a aliança de compromisso para ela, prometendo que um dia seriam mais do que namorados.
Quando acordou, assustada, pensou no que estava fazendo.
Sabia que a amizade, principalmente a das amigas, superaria qualquer oceano, qualquer terra.
Mas o amor também superaria?

 Capítulo 38

Acordada pelo seu pai, que enchia o quarto de balões roxos, a sexta-feira começou agitada. Era seu aniversário, não
O presente que deu a si mesma foi não ir a aula. Passou a manhã arrumando o guarda-roupa, a fim de achar algo para usar de noite. Afinal, deveria estar planejando levá-la em algum lugar.
Por volta das onze, saiu de casa e foi dar um jeito no cabelo. Fazia um bom tempo que não cortava o cabelo, que começava a ficar mais comprido que da Rapunzel.
Assim que voltara do salão, agora com o cabelo mais arrumado e com as unhas feitas, começaram as ligações. Na família de era comum parentes, mesmo aqueles que você mal sabe quem são, ligarem e cumprimentarem.
Já eram quatro horas da tarde quando a menina pode tomar um banho. Estava contente, pois acabara de receber a ligação de David.Acreditava que o principal motivo por estar se mudando era toda a saudade que sentia do irmão.
Ligou o chuveiro e ficou imaginando, enquanto a água corria, o que aprontara para aquela noite.


'Pronta?' entrara no quarto da menina, sorridente. 'Para você'
Estendeu para um ramalhete de rosas. A menina sorriu.
'Você é um amor.'E deu um beijo no rosto dele. 'E então? O que você preparou para meu aniversário?'
sorriu marotamente e sentou na cama da menina.
'Primeiro tenho que conversar com você.'
tremeu.
'Não! Não é nada muito sério...' apressou-se em acalmá-la. 'É que uma parte do evento que eu preparei para esta noite... Bem, eu havia já preparado quando estávamos namorando... Mesmo assim, sei que você vai gostar muito.'
'Okay. Sem problema algum.'
Os dois trocaram sorrisos.
'Vamos?' O garoto levantou-se e estendeu a mão para .
A menina aceitou e saíram do quarto.


'Já chegamos? Vou estragar meu salto se tivermos que andar mais uma quadra.' reclamou, vendada e agarrada ao braço de .
'Não se preocupe.' ficou em frente a ela e tirou a venda de seus olhos. 'Aqui estamos.'
sorriu, boba.
' , estamos no lugar certo, porque...'
Os dois estavam em frente à sorveteria, aquela mesma que os dois passaram parte de suas tardes nos últimos anos.
'É aqui.'
abriu a porta e puxou para dentro. Acendeu a luz e os amigos deles pularam e disseram 'Surpresa!'.
sorriu novamente. Aquilo era demais.


A festa foi bem típica de . Tirando o fato de não ter nada alcoólico, em respeitoà que não podia tomar, e que James e não estavam lá.
O salão, antes cheio de cadeiras e mesas, agora estava vazio com exceção de algumas almofadas jogadas pelos cantos para o pessoal se sentar. No balcão, comida, bebidas e ameaçando fazer strip.
Um pouco antes das onze da noite, começou a tocar algumas músicas, com seu violão antes trazido. As meninas, como , cantavam alto e freqüentemente erravam a letra, causando uma enxurrada de risos.
'Agora, eu queria tocar uma versão acústica de uma música... E queria oferecer à nossa aniversariante... Mas antes de você começar a se achar, ...' se interrompeu quando a menina já começava se achar. '...Você precisará dançar essa música com alguém. Homem, de preferência.'
sorriu para , antes de jogar uma almofada nele, concordando. Olhou para os amigos. Não tinha muitos meninos lá, mesmo que tivesse, ela sabia quem escolheria.
' , me acompanha nesta dança?' Ela perguntou, levantando-se.
O menino, surpreso, levantou junto.
'Tem certeza?'
'Por que não teria?' Ela perguntou, colocando uma mão no ombro dele.
'Porque você pode não resistir aos meus encantos depois dessa música.' Ele sorriu. ' , pode começar.'
colocou uma mão na cintura da menina e a outra segurou a mão dela

Did you get scared standing alone in the crowd?
Você ficou com medo ficando sozinho na multidão?

Did you give up when I was nowhere to be found?
Você desistiu quando eu não pude ser encontrado?

Did you get tired of being left all alone?
Você se cansou de ser deixado sozinho?

Do you feel better now that you're on your own?
Você se sente melhor agora que esta por conta própria?


encostou a cabeça no peito de , escutando cantar e logo reconhecendo a música.

There's nothing without you
Não existe nada sem você

The days once had are through
Os dias que tive passaram

I'm lost, broken, confused
Estou perdido, quebrado e confuso...

But I won't give up on you...
...mas eu não desistirei de você

Tonight
Esta noite.


sentiu o perfume da menina, e suspirou.

All I see is your face now on everyone else
Tudo que vejo é seu rosto em todos os outros

And now I know how scared you were all by yourself
E agora eu sei como você ficou assustado estando sozinho

When the phone rings do you ever hope that it's me?
Quando o telefone toca você espera que seja eu?

Do you ever dream of a day when we will still be?
Você sonha com um dia em que ainda seremos 'nós'?


Ela segurou mais forte no ombro do menino, com medo de as pernas cederem.

There's nothing without you
Não existe nada sem você

The days once had are through
Os dias que tive passaram

I'm lost, broken, confused
Estou perdido, quebrado e confuso...

But I won't give up on you...
...mas eu não desistirei de você

Tonight I'll lie here all alone
Esta noite estarei sozinho.


A platéia, se pudessem ser chamados assim, pararam para ver a cena.

Wondering what our future holds
Perguntando o que nos aguarda no futuro

And if my life should fall apart
E se eu desmoronasse

Would you still care?
Você ainda se importaria?

Would you still care?
Você ainda se importaria?


lutou contra a vontade de chorar. Não sabia se era por causa da letra da música, da voz de ou por estar tão perto e ela não conseguir levantar a cabeça para beijá-lo.

There's nothing without you
Não existe nada sem voc
ê
The days once had are through
Os dias que tive passaram

I'm lost, broken, confused
Estou perdido, quebrado e confuso...

But I won't give up on you...
...mas eu não desistirei de você


olhou para . E agora ela sabia que aquela música era para si. O menino puxou os corpos para mais perto, a ponto dele ouvir as rápidas palpitações do coração dela.

Tonight
Esta noite.


acabou a música e os outros bateram palmas, em quanto e se soltavam e ele sussurrava no ouvido dela.
'Não esta noite.'
E voltava a sentar ao lado de .

'Obrigada por terem vindo.' gritou, vendo ao longe as amigas irem embora.
Virou-se para , encostado num muro mordendo um canudinho.
'Você me leva para casa?' perguntou, encostando-se no muro ao lado de .
'Ainda não. Nossa noite ainda não terminou.' sorriu. 'Vem.'

'Não abre os olhos ainda.' puxava para fora do táxi.
' , se você continuar a tampar meus olhos esta noite eu vou ficar cega.'
Ele riu.
' , eu sei que é um pouco clichê, mas eu precisava fazer isso, já que você vai embora. Melhor, você precisa ver isso. Pode abrir os olhos.'
abre os olhos, excitada.
' ! Estamos num píer. E eu estou vendo o mar, eu já vi o mar antes sabe...'
'Vira para o outro lado, .'
vira e dá de cara com uma das mais bonitas vistas que já teve.
London Eye é um dos mais disputados pontos turísticos da cidade de Londres, com uma das melhores vistas da cidade.
'Eu nunca tinha visto a London Eye. Não tão de perto.' disse, quase num murmúrio.
'Bem, agora você vai ter a oportunidade de andar nela.' sorriu, segurando a mão da menina, com força. 'Vamos?'
'Mas... deve ter uma fila enorme para andar aí!' consultou o relógio no pulso. 'Já são quase meia-noite! Eu não sabia que a roda fica aberta até tão tarde!'
riu.
'Não fica. Digamos que eu dei um dinheiro para o vigia deixar a gente andar um pouco.'
'Mesmo?' disse, dando um pulo. 'Vamos andar sozinhos?'
balançou a cabeça confirmando, ganhando uma abraço da menina.
'Vamos?' Perguntou.
Os dois sorriram ao mesmo tempo e correram ao encontro da roda-gigante.


Era meia-noite. Podia se ouvir o som de alguma sino bater doze vezes, enquanto os dois viam a toda iluminada Londres pela cabine.
'Obrigada, , pelo melhor aniversário que eu já tive.' disse, dando um abraço apertado em .
O menino deu um beijo no topo da cabeça de e, ainda abraçado voltou a olhar a cidade iluminada.
Suspirou.
Podia ter a cidade toda aos seus pés, mas não podia ter a mulher que ele amava junto a ele, de verdade.
Abraçou-a mais forte.
'Amo você.' Sussurrou, para . 'E não desistirei de você essa noite. E nem nunca.'
soltou o menino e olhou profundamente nos olhos apaixonados dele.
A menina precipitou-se e beijou com carinho.
E a cidade os viu selaram o amor deles com um verdadeiro beijo.

 Capítulo 39

encarava o teto do seu quarto.
Virou de lado e pode ver uma foto sua e de , tirada há alguns anos atrás, e não pode não sorrir.
A noite passada fora ótima. Não apenas pelas maravilhosas surpresas que o garoto preparou para seu aniversário, mas pelo desfecho da noite: um beijo no topo da London Eye.
Não aconteceu nada além disso, mas não podia negar que, quando trouxe ela quando o dia já estava clareando, a coisa que mais queria era pedir para o menino subir para seu quarto e passar o dia com ela.
Levantou-se da cama e andou pelo quarto, se acostumando com a claridade. Ouviu seu telefone tocando em algum lugar entre suas roupas jogadas no chão. Perdeu a ligação e pode perceber que havia mais de cinco ligações perdidas.
Todas elas eram de .
Colocou o celular na mesinha ao lado da cama e saiu do quarto, descendo as escadas rapidamente e indo para a cozinha. Imediatamente sentiu falta do seu pai, que não estava em lugar nenhum da casa. fuçou nos armários procurando algo para comer. É claro que ela não achou nada, além de um pote de geléia vencida.
'Bem, ainda não quero pegar infecção intestinal e... Hey!' colocou o pote em cima da pia e olhou para os convidados, que acabaram de entrar na cozinha.
'Bom dia, querida!' abraçou a amiga com força. 'Eu e James viemos te desejar parabéns pelo seu aniversário... Sabemos que foi ontem, mas...'
'Não achamos que seria confortável irmos, sabe? Por causa da minha situação com o .' James interrompeu, fazendo uma cara de infeliz.
'Sim, sim. Obrigada gente.' sentou em uma cadeira e colocou a cabeça na mesa. 'Vocês não trouxeram nada para mim?'
'Ahn... eu ia levar para o trabalho estes Donut's...' disse, abrindo uma caixa que James carregava.
'Serve!' pulou da cadeira e pegou uma das rosquinhas.'Que foi? Eu to com fome.'
Justificou-se, ao ver James fazendo uma cara de assustado.


Conversaram até o final da manhã, quando puxou James para irem para o trabalho dela.
deu tchau para os amigos e fechou a porta, com um sentimento de vazio dentro de si.
Não sabia onde estava o pai, que devia ter saído para algum lugar, precisava comprar comida e ainda tinha que conversar com sobre a noite anterior. Sobre a maravilhosa noite anterior.
Sorriu bobamente e voltou a subir as escadas para seu quarto, agora para colocar uma roupa para poder ir comprar algo para comer. Colocou uma calça e uma blusinha qualquer e saiu de casa.
Fechou a casa e viu, no jardim, que a caixa de correio estava explodindo. É, fazia bem umas duas semanas que ninguém mexia lá. Foi até lá e pegou as correspondências, percebendo, assim, que havia um pacote para ela, enviado por David.
Sorriu mais uma vez. Sabia que aquele pacote era o presente que ela ia dar para , amanhã.


'Suco? Não. Açúcar? Tá. Cera para casa? Quem precisa disso?' procurava pelos corredores do mercado o que precisava para casa.
Já estava no último corredor, quando ouviu uma voz bem conhecida.
' !'
virou para trás a tempo de ver um ofegante se aproximar.
' !' A menina olhou-o recuperar o fôlego. 'Você está me seguindo?'
riu deliciosamente.
'Não, não. Eu queria muiiito falar com você. Eu tenho uma novidade!' Disse o menino feliz.
'Pode dizer.' pegava alguns cup noodles.
'Minha mãe esta grávida!' Ele pulava. 'E ela e o meu pai vão se casar!'
o olhava sem entender.
'Meus pais fizeram as pazes, .' explicou. 'Eu estou feliz, dude.'
Era visível a felicidade do menino. abraçou-o apertado. Sabia o quanto ele queria aquilo.
'Eles já marcaram a data, para daqui um mês.' dizia, empolgado. 'E, se não for pedir muito, eu queria que você entrasse comigo. Sabe, eu vou ter que ficar do lado dos meus pais, no altar...'
'Claro, , eu faço isso sim...' sorria junto com o menino.
'Certo, certo. Preciso ir, ainda tenho metade da cidade para avisar disto!' beijou o rosto da menina e saiu, correndo, mas antes de chegar na metade do corredor, voltou para junto de .
'Já tava esquecendo.' Ele começou. 'Será que você pode passar lá em casa, amanhã de noite? Meus pais vão fazer um jantar para o meu aniversário e eu queria que você fosse. Pode ser?'
sorriu e balançou a cabeça, concordando, um minuto antes de desaparecer pelo corredor a fora.  

Capítulo 40

O resto da tarde foi passado em casa, gastando o tempo em que não passava dormindo pensando em ninguém mais do que .
O menino estava radiante, nas palavras de . A notícia do casamento dos pais e a vinda de um irmãozinho realmente fizeram comemorar. E ficava feliz por ele. Era uma coisa mútua: quando estava feliz, ela estava feliz.
Não demorou muito para a noite chegar e dormir até a manhã seguinte.


Alguém ligava no celular de . A menina percebia isso, ainda deitada e sonolenta debaixo das cobertas quando o telefone começou a tocar. Tentou ignorá-lo, sem sucesso, e acabou por levantar e ir atender o aparelho.
Não chegou a tempo e, junto com a ligação perdida, havia uma mensagem de texto. De ninguém mais do que .
Na mensagem o garoto confirmava o encontro em sua casa mais à noite.
A menina olhou pela janela e viu o céu escuro e o presságio de chuva.
Sorriu bobamente e começou a vasculhar o armário em busca de alguma roupa para usar de noite. Não queria deixar claro para que a noite passada fora maravilhosa para ela e nem que ainda ela o queria de volta.
Pensando isso ela lembrou do que ela ultimamente havia pensado. De que ela e não eram feitos um para o outro e que no máximo eles se faziam sofrer.
E ela estava cansada de sofrer. E ela não iria mais ter nada com .
Era o que ela pensava enquanto pegava uma calça jeans.


'Você é pontual.' disse, sorrindo e abrindo a porta. 'São oito da noite em ponto.'
entrou e deu um beijo na bochecha dele.
'Seu presente.' Ela disse, entregando o embrulho que ela havia pegado da caixa de correio, agora embrulhado. 'Considere com meu e do Dave.
'Do xuxuzete?' perguntou abrindo o pacote e gritando de alegria. 'Um PlayStation 3? Como?'
'Ele ganhou num bingo da faculdade... Mas ele disse que não tinha tempo para isso e então lembramos-nos de você.'
admirava seu novo vídeo-game e sorria bobo.
'Obrigado!' disse ele, dando um selinho em .
Houve um momento de silêncio.

'Desculpe-me eu esqueci que não estávamos namorando mais...' Desulpou-se .
fez um gesto de 'deixe para lá' e só então reparou no terninho preto que usava.
'Você está muito elegante, .'
'Obrigado' Disse, formalmente. 'Meus pais querem tirar uma foto minha assim. Não sei o por quê.'
'Falando neles... Onde estão?'
'Foram buscar minha avó em... dude, está chovendo forte para caramba!' apontou para a janela, onde pingos fortes batiam incessantemente. Quase ao mesmo tempo a luz apagou na casa toda.
'Era o que me faltava.' disse, irritado. 'A luz acabar é o fim. Droga de chuva! Deve ter dado um curto por aí.
'Mas não estamos sozinhos, veja só.' apontou para a escada, de onde Jr descia balançando o rabo.
'É ele tem medo de tro...' Um trovão relampejou lá fora e se encolheu no sofá.. '... de trovão como você.'
'É... Sabe, , eu...'
Os dois se encararam. mantinha os o punhos cerrados e encolhia-se no sofá. Um trovão relampejou lá fora e a menina voltou a tomar um susto.
'Tá tudo bem?' perguntou, sentando-se ao lado dela no sofá. E arriscando uma aproximação, colocando uma mão mais perto dela
'Eu tenho que pedir desculpa, ...' virou-se e segurou a mão do menino e sorriu, um pouco encabulada. 'Eu fiz uma besteira com você, acabando com nosso namoro... daí você fez um aniversário maravilhoso para mim e... hoje no seu aniversário estamos presos na sua casa no escuro. Sinto-me em divida com você.'
'Você não me deve nada, só você estar comigo é o melhor presente que eu poderia ganhar.' Ele sorriu docemente, daquele jeito que a fazia perder o fôlego. se debruçou sobre e deu um suave beijo perto da boca dela. Perigosamente perto.
sentia seus sentimentos explodirem dentro de seus peito e suas pernas tremiam diante do toque de . A menina pensava em se afastar, precisava fazê-lo... Mas seus músculos não a acompanhavam e imediatamente depois de voltar a se sentar normalmente, ela virou-se para ele e beijou seus lábios doces.
Era difícil lembrar naquele momento, enquanto os dois corpos eram juntados quando a abraçou, nos problemas que eles tinham. Era como se os lábios se encaixassem em um quebra-cabeça perfeito.
deitou a menina no sofá e beijou-a mais intensamente. mal podia agüentar a pressão que seu coração fazia sobre seu peito. Era muito, tanto para um quanto para o outro.
'... tem certeza? Se eu continuar... eu não paro mais...' disse, soltando e levantando-se. Passou a mão na cabeça e ainda no escuro sabia que ele a olhava.
A menina levantou-se e abraçou-o o apertado.
'Pode ser errado...' E terminou a frase com mais um beijo.


Dizem que apenas duas coisas nunca se esquecem de uma pessoa amada: sua primeira e última noite. Todo o resto o tempo faz questão de apaga, aos poucos.
soube que aquela afirmação era verdade aquela noite.
Quando guiou-a para seu quarto e, delicadamente, a colocou sobre sua cama, ela soube.
O menino beijava cada pedaço da pele descoberta dela, abaixando lentamente a alça da blusa que ela usava. Ela soltou a gravata vermelha que ele usava e logo a ela companhia faziam as outras peças de roupas de ambos.
beijou carinhosamente a boca de , que retribuiu, dando o sinal para ele continuar.
Posicionou-se em cima dela e logo começou a movimentar-se, abafando seus próprios gemidos no ombro de . A menina fechou os olhos e mordeu o lábio inferior. A cada movimento mais forte de ela suspirava e juntava mais os corpos.
Quando ele gemeu mais alto, acompanhado por ela, os dois se abraçaram e deixou uma lágrima rolar doce por seu rosto.
Ela sabia que aquela era a última noite deles. A última vez que se completavam daquele jeito especial.
Ela sabia, mas não queria acreditar que estava o deixando a escapar por entre seus dedos.

Capítulo 41

" querido, desculpe a mamãe o papai. A chuva alagou Chelsea e tivemos que ficar na casa da vovó. Segunda comemoraremos seu aniversário, sim? Ah, coitada da , ela deve ter ido embora cedo, não é? Convidemos ela para ir em casa depois. Ligue para ela para falar do casamento, não se esqueça! Bom, é só isso , mamãe te ama!"

sorriu ao término da mensagem da sua mãe na secretária eletrônica espreguiçou-se, derrubando um pouco de leito do cereal que tomava em seu peito nu. Era cedo, e o calor da segunda-feira o fez acordar cedo e andar pela casa apenas com suas boxers vermelhas. É claro que o verdadeiro motivo de estar feliz era alguém que descia a escada com o cabelo emaranhado e já vestida.
'Bom dia, flor do dia!' Ele disse, quando ela passou e entrou na cozinha. 'Que foi?'
abriu a geladeira e pegou o suco. Parou e olhou para .
', você sabe o que fizemos foi um erro. Um dos grandes.' A menina disse, com a voz falha e a cabeça baixa.
O menino passou a mão nos cabelos e sentou-se à mesa da cozinha.
'Olha, , não sei o que você acha, mas eu achei... que foi a coisa mais certa que eu já fiz. Sei que você quer que sejamos apenas amigos... mas eu te amo. De verdade. E vou tentar manter isso controlado, mas ... Saiba que eu te amo.'
colocou a caixinha em cima da bancada da pia e olhou para o menino. Olhou para os olhos que por vezes acreditava ser seu único porto seguro.
'É melhor eu ir.' Disse.
tentou fazê-la parar, mas a menina já tinha saído da cozinha e da casa.


'O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos.' Dizia , batendo o lápis na mesa enquanto olhava distraída pela janela. 'Você está me ouvindo?'
'Uhum? Ah, eu gosto de mamão sim.' respondeu anotando qualquer coisa no caderno.
se aproximou de e falou baixinho no ouvido dela.
'É o , certo?' Perguntou hesitante. 'Faz mais de uma semana que você não fala com ele, né?'
suspirou e fechou o caderno, começando a batucar o lápis na mesa.
'É... uma semana que eu não vejo ele, desde que eu saí daquele jeito da casa dele... Mas se eu não o fizesse, provavelmente eu ia querer ficar com ele de novo e...' A menina parou assim que olhou para um menino que lia o jornal do dia. 'Ei, você! Vem cá.'
O menino abaixou o jornal e olhou para os lados, procurando quem havia dito aquilo. Reparou em e acenou. Andou em direção à ela e corou assim que a menina sorriu,
'Me empresta o jornal?' Perguntou imediatamente. O menino fez cara de emburrado e entregou o jornal para , indo sentar-se assim que o bateu o sinal
', eu sei que você quer evitar esta conversa, mas precisamos conversar sobre...'
'Isso pode esperar! Olhe!' sorriu e apontou para a parte de trás do jornal. 'O All-American Rejects vem para cá! Ai meu Deus, depois de três anos idolatrando eles, eu poderei ver um show deles! E daqui apenas duas semanas e dois dias!' Ela disse, jogando o material na mochila e saindo correndo da sala de aula.
'Agora ela sabe matemática...' reclamou, vendo a amiga cair numa das escadas e voltar a correr.

'I'll keep you my dirty little secret...' cantava lendo uma reportagem qualquer no jornal. Distraída, bateu o braço num poste e, depois de xingá-lo, viu que alguém a esperava, sentado na calçada, em frente à escola.
A menina sorriu quando o levantou-se e veio em direção sua direção. Pelo menos o menino não estava bravo com ela.
'Lendo jornal? Esta não é uma cena muito freqüente.' Ele disse, apontando para o papel que segurava.
'Na verdade, eu tava vendo que vai ter um show do All-American Rejects aqui em Londres...' Sorriu, voltando a andar sendo acompanhada por .
'Então sua banda preferida vem para cá.' sorriu. 'Quando?'
'Daqui duas semanas e dois dias!' parou no meio da rua e mordeu o lábio.
'Show único?'
'Sim, é o único show no Reino Unido antes de iniciarem a turnê pela América Latina... Por que?'
'Daqui duas semanas e dois dia é o casamento dos meus pais... e você tinha dito que iria comigo...'
deixou o sorriso desabrochar e forçou uma risadinha.
'Ah, eu vou entrar com você na Igreja, . O show nem é tão importante para mim... Vai ter outros, certo?' sorriu forçadamente.
O menino olhou em volta dos dois.
'Eu sei que você não quer conversar sobre a gente, eu entendo. Mas podemos conversar sobre qualquer outra coisa? Não te vi durante a semana inteira... Pode ser? Tem um café ali... podemos bater um papo em quanto nos enchemos de cafeína e comida sem nenhum valor nutricional. Vamos, vai ser divertido.
olhou o garoto e sorriu, agora verdadeiramente.
'Claro, vamos.'
E os dois saíram sem dizer muito, curtindo o vento rasante da tarde.


Capítulo 42


Várias conversas e dias depois, o casamento enfim havia chegado e na maior depressão eu-não-vou-ver-minha-banda-preferida, estava na casa de , trancada no banheiro esperando alguém dar por sua falta.
O casório havia sido na própria casa, especificamente no jardim, no maior estilo caipira possível, segundo . Foi lindo, com as pessoas chegando a chorar na hora dos votos dos noivos. Ao fim da festa , foi forçado a ir se despedir dos convidados, enquanto se esgueirou até o banheiro para lamentar-se. Não era algo que mataria por,mas o show do The All-American Rejects era algo que ela sempre quis. Era sua banda preferida e deixar de ir ao show era quase uma traição, segundo ela. Mas ela até que tinha se divertido no casamento, só que preferia estar em outro lugar. Nenhum pecado, certo?
', você poderia abrir a porta por um momento, por favor?' bateu de leve na porta, fazendo despertar de seus pensamentos. Arrumou os cabelos e abriu a porta devagar. estava sorrindo e a menina teve que se segurar para não pular em cima dele, uma vez que o garoto estava com aquele jeitinho de galã despojado, com a camisa social aberta nos primeiros botões e sem gravata.
'Oi' Ela disse, mordendo o lábio a ponto de fazê-lo sangrar.
'Vem, eu quero te mostra uma coisa.' E antes mesmo de responder o garoto puxou-a para fora do banheiro e conduziu-a pela casa. A menina surpreendeu-se com o tempo que passara no banheiro, já que a casa estava vazia assim como a mesa de bebidas.
levou-a até o sótão, possivelmente o único lugar da casa que não conhecia.
'Ai que coisa linda, !' A menina disse assim que entrou e o garoto acendeu a luz. O lugar estava iluminado por luzes amarelas e azuis e, embora estivesse um tanto bagunçado, a luz do luar que entrava pela clareira deixava-o com uma aparência extremamente romântica.
'É... estamos arrumando tudo aqui em cima... já que o bebê vai roubar meu quarto assim que nascer... Vão tirar meus pôsteres do Blink 182 para colocar quadros de bichinhos. Broxante.' sorriu, apontando uma cadeira para sentar, bem no centro do sótão.
foi para um canto e pegou seu bom e velho violão, aquele com o qual ele fazia os luaizinhos e tocava a tarde toda sem nenhum motivo.
'Aqui é lindo, . De verdade.'
'Ah! Mas não foi só isso que eu queria te mostrar...' O menino sentou no chão à frente dela. não pode deixar de pensar em como o luar iluminava perfeitamente o rosto dele. 'Desde que você me contou sobre o show do The All-Americans... e no fato de você não poder ir... bem, eu quis fazer algo para te recompensar...'
Ele sorriu.
'Eu... tentei tirar essa música no violão, não sei se tá muito boa... Mas você deve conhecer...
O menino se ajeitou no chão e começou com os acordes.

All the windows,
Swear to miss you,
And the doors are cell block tight,
Sweet sedation,
Sweep the issues,
And the clocks about to strike
Did it call you down,
Are you back just yet,
Waiting now please come set me free,
And the only sound is a minute left.

desviou-se do violão apenas por um momento para ver o sorriso estampado no rosto da menina ao reconhecer a música.

This could be, this could be the last time

It's a chance to fix mistakes,
One more for the last time,
Does it blow our dreams away,
Don't waste this chance with your smile
10 seconds left on this dial,
This could be the last time.

cantava baixinho, enquanto tocava e cantava para ela.

Along the staircase,
I dream to hear you,
And i whisper quiet though,
Space the thinking,
Space to scream to,
But the echoes sound like you,
Not the stars at night,
In a pitch black sky,
I don't know just wants to see you
But the time is right and it all meant price. ??

This could be, this could be the last time

It's a chance to fix mistakes,
One more for the last time,
Does it blow our dreams away,
Don't waste this chance with your smile
10 seconds left on this dial,
This could be the last time.

It's only us,
It's only now,
A simple wish,
It's so late tonight.

sentou no chão ao lado de .

This could be the last time,
Now I've made our last mistake
One more for the last time, (This Could Be) (This Could Be)
Does it blow our dreams away,(This Could Be) (This Could Be)
Don't waste this chance with your smile (This Could Be) (This
Could Be)
10 seconds left on this dial, (This Could Be) (This Could Be)
This could be the last time. (This Could Be) (This Could Be)
It's only us,
It's only now,
It's so late tonight.

terminou de tocar e parou por um minuto antes de voltar a falar alguma coisa. saiu de seu tupor. A menina se aproximou de , praticamente colando os rostos.
'Eu sei que não sou nenhum carinha bonitinho da banda...' Ele começou.
'Verdade. Você é melhor.' A menina encostou o seu nariz com o de . 'Me diz, teve um bom motivo para terminarmos, certo? Porque agora eu não lembro de nada para...'
Neste momento, a porta do sótão abre pesadamente, fazendo se assustar e se afastar.
'Olá !' Disse uma voz conhecida para ambos, que fez com que o estômago de embrulhasse.'
olhou para a menina antes de responder.
'Ah, oi Wendy...'

 Capítulo 43

Alguns instantes se passaram antes de alguém se pronunciar.
'Então, , não vai me dar um abraço, não?' Wendy perguntou, colocando as mãos na cintura e sorrindo.
olhou para a menina e depois para , que ainda encontrava-se sem reação ao seu lado.
'Acho melhor eu ir embora...' disse, levantando-se e ajeitando seu vestido o máximo que pode. O menino levantou-se também e fez menção de segurar o braço de . 'Não, . Eu tenho mesmo que ir. E afinal, vocês tem muito o que conversar...'
A menina desviou-se de e andou em direção à porta, esbarrando com força em Wendy no caminho.
'Por que ela está tão estressadinha?' Wendy perguntou, ingênua, assim que bateu a porta.

'E aí, o que você acha?' perguntou, limpando a testa suja de tinta.
Passou-se não mais que uma semana do dia do casamento dos pais de e não o via desde então. Era um sábado e havia a convidado para ver a casa que ela e iam morar. O menino estava pintando o quarto do bebê de azul, embora ele mesmo estivesse mais pintado que as paredes [n/a: Ui, sonho de consumo: McGuy pintado de azul *-*].
'Lindo! Mesmo, né ?' cutucou a amiga que não havia dito nenhuma palavra desde que entraram na casa.
'Muito azul. Posso me afogar aqui...' Ela disse, dando as costas e saindo.
olhou encabulada para , que tentava sem sucesso tirar tinta dos olhos.
'Liga não, . Ela anda um pouco... irritada. O livro diz que são os hormônios...' O menino olhava para o quarto sorrindo. 'É. Parece que vai ficar legal, não acha?'
A menina concordou com a cabeça.
'Se a não se afogar aqui antes disso...'

Perdida em seus próprios pensamentos, andou até em casa. Era um dia nublado e o céu londrino acusava uma tempestade não muito distante. Era uma boa caminhada da casa de até a sua, mas era possivelmente o único momento do dia em que poderia pensar um pouco, já que os trabalhos do 3º ano estavam acabando com todo o tempo livre dela.
E era até bom que ela não tivesse muito tempo livre. As amigas estavam ocupadas com a evidente mudança e, bem, ela não tinha um namorado para gastar suas horas vazias.
, aliás, era o grande item de suas filosofias.
A menina ficava pensado no que ele pensava sobre ela e, sobretudo o que Wendy fazia em Londres. Mesmo que ela jogasse toda a culpa do fim do relacionamento deles em , Wendy despertava nela um ódio indescritível.
E pensando em horríveis acidentes com Wendy que deparou-se com sentado na soleira de sua casa, com fones de ouvido e quase dormindo.
A menina sorriu. Quase esquecera como ele era lindo dormindo.
'Hey!' Disse, acordando . 'Deu de dormir na minha soleira agora? O que foi? A Wendy tá na sua cama?'
ficou vermelha de raiva e um tanto envergonhada. Estava querendo estrangular Wendy, mas a culpa não era de . Não toda a culpa.
abaixou a cabeça e pode jurar que ele estava prestes a chorara quando o menino levantou a cabeça com um sorriso.
'Não, não... Na verdade eu queria conversar.' Ele bateu no chão ao seu lado, querendo que juntar-se a ele. 'Por favor?'
A menina mediu as suas possibilidades. Olhou para o ex-namorado e sentou a seu lado. Afinal, uma conversa não mata ninguém, certo?
'O que foi?'
respirou fundo e se abanou.
'Primeiro... Eu não sabia que a Wendy ia vir em casa...' começou ele.
'Não quero saber dela. Sério, , e se você veio me dar mais uma das suas desculpas e blábláblás, eu não vou querer ouvir.'
'Eu quero te levar em um lugar.' Ele disse, de uma vez.
parou e olhou fundo nos olhos do menino. Aqueles olhos pareciam inspirar ela de alguma maneira.
'Onde?' a menina perguntou, encarando os sapatos.
'Segredo.' Ele disse, sorrindo, mas seu sorriso broxou ao não ser correspondido por . ', confia em mim, uma última vez.'
A garota levantou o rosto e esboçou um sorriso.
'Okay. Ligue-me'. Disse, levantando e entrando em casa

fechou a porta atrás de si e quase caiu no chão com a cena com a qual se deparou.
'Pai?' Ela perguntou, vendo o pai passar uma fita em uma caixa e colocá-la num canto com um monte de outras. 'O que você vai fazer? Doar todas as nossas coisas para o Exército da Salvação?'
O homem sorriu e desabou no sofá.
'Não, não. Embora no quarto do David tenha um monte de tranqueira que nem o Exército da Salvação iria querer...' disse, pensativo. 'Querida, eu estava começando a embrulhar as coisas, afinal falta praticamente de um mês para irmos para os Estados Unidos...'
Ele parou e começou a procurar algo numa caixa cheia de papel-bolha (n/a: cara, como eu amo papel-bolha...).
'Veja!' Entregou um papel para a filha, que pegou hesitante. Era um protótipo de um apartamento de luxo perto da 5ª Avenida. 'Esse é nosso futuro apartamento, querida! O que você acha?'
'É... legal, pai, mesmo....' disse, tentando disfarçar seu desânimo. Não contava que o tempo havia passado tão rápido e que dali a pouco tempo estaria deixando as terras inglesas para ir para a América.
A menina não estava feliz por ir. Até aceitaria numa boa se sua relação com estivesse boa, mas as coisas ficavam cada vez mais complicadas entre os dois.
A verdade é que ela queria ficar. Mas não podia simplesmente dizer para o pai que não estava mais a fim de ir.
'Tudo bem, ?' O pai perguntou, percebendo o rosto da filha.
'Tudo ótimo.' Disse, forçando um sorriso.
É. Teria que começar a forçar uns sorrisos por aí se quisesse que os outros acreditassem que estava realmente tudo bem.
O homem sorriu e voltou a embalar as coisas com papel-bolha. sentiu uma imensa vontade de chorar e saiu rapidamente para seu quarto.
Bateu a porta e deslizou até o chão. Uma lágrima fez menção de correr pelo seu rosto.
olhou para a mesinha ao seu lado e deparou-se com uma foto sua e de , tomando sorvete lambuzados.
'Você sabia que a culpa é sua, né?' Ela disse para a imagem de , que sorria. 'Você fode minha cabeça!'
A menina abaixou a moldura, impedindo a foto de ser vista.
'Bobo.' Disse, antes de ir para sua cama.


 Capítulo 44

As duas semanas seguintes arrastaram-se sem que tivesse nenhuma noticia de . Acreditava até que o menino havia esquecido dela. Mas foi em uma segunda feira monótona que ela vira que se enganara.
Havia sido arrastada por ate a secretaria do cursinho da escola para esta se inscrever. Era fim da tarde e, entediada em esperar a amiga se decidir entre curso intensivo ou extensivo, resolveu dar uma volta pelos corredores do lugar. Era bonito, com algumas pinturas que realçavam as paredes coloridas do local. Distraída, ficou a olhar umas fotografias estampadas que mal percebeu uma pessoa vindo em sua direção e acabou atropelando nele.
'Desculpe! Não te...-parou e olhou para o garoto na sua frente ajeitando os papéis que levava. Por mais impossível que fosse, estava parado perto de si, com óculos de aros redondos e uniforme azul do pessoal que trabalhava no cursinho. 'O que você faz aqui?'
sorriu abobado e um tanto constrangido.
'Bem... Eu trabalho aqui agora. Minha segunda semana.' disse orgulhoso.
'E qual e essa dos óculos fundo de garrafa?'
deu aquela risada gostosa que deixava boba. Terminou de arrumar as coisas que levava e ajeitou os óculos.
'Bem, é que de vez em quando eu não enxergo muito bem, sabe? Minha mãe diz que é a idade...' brincou.
Os dois ficaram um instante se olhando, até que chegou perto de falando alto.
'Oi !'- Ela disse assustada. olhou para , meio que perguntando a razão de o menino estar ali. 'Bem, eu e a temos que ir então… até mais.'
puxou a amiga e saíram pelo corredor.
'!'- gritou e imediatamente olhou para ele. 'Será que podemos sair esta noite? Para conversar e tal…'
'Claro. Passe em casa às oito.'
Sorriram e saiu arrastada por .


'E mais uma vez se desmancha nos braços de …' dizia, procurando comida nos armários da casa de .
Haviam acabado de voltar da escola, mal se falando. acreditava que não era um bom partido para e o contato com este apenas traria mais dor e sofrimento para a menina.
'Não é isso, . É que eu tento ser amiga dele, afinal namoramos por um tempo, somos amigos desde sempre e agora ele trabalha no cursinho da escola Ao menos posso tentar ter uma relação amigável com ele, certo?'
'Claro, claro. Desde que amigável para você não inclua agarrações eventuais.' achou um resto de batata e antes de abrir o pacote, percebeu o olhar nada amistoso de . 'O quê? Vocês por acaso não se beijaram na London Eye? Não dormiram juntos no aniversário dele? Quase ficaram há algumas semanas? , vocês não estavam namorando em nenhuma dessas situações e, ainda sim, quando me contou essas coisas você ainda tinha aquele olhar de apaixonada boba.'
sorriu e suspirou.
'Talvez eu ainda goste dele, , mas eu não posso mais ficar com ele. Eu tenho que ser feliz e… não sei, com o eu acabo me machucando. De um jeito ou de outro.'
pegou do pacotinho uma batata mofada, fez uma cara de nojo e jogou resto no lixinho da pia.
'Mas você era feliz quando estava com ele e só ficou machucada por causa dele quando terminaram. Pense nisso, talvez fosse para vocês ficarem juntos.'


, depois que saiu, passou a tarde arrumando as coisas de seu quarto em papel-bolha e colocando em caixas de papelão. Na parede, pendia um calendário com os dias remanescentes até a mudança e, de acordo o número diminuía, a menina começava a se conformar com a sua viagem para os Estados Unidos.
Sentou num canto do quarto, cansada. O aparelho de som tocava alguma música das paradas inglesas que a menina não sabia qual era. O telefone tocou em algum lugar do quarto, fazendo despertar do seu quase cochilo sentada à parede. Procurou no meio das coisas e acabou por achar dentro da gaveta de camisetas. Atendeu com pressa.
'? Hã… tudo bem? Eu sei que deve estar, desculpe eu te ligar, eu não devia ter ligado…' dizia do outro lado da linha, claramente perturbado.
'Sem problemas… Aconteceu alguma coisa com a ? Ou com o bebê?' perguntou, agora um pouco nervosa.
'Hã… não, quer dizer, na verdade, mais ou menos… A está pra ter o bebê e…'
'Já estou indo, ! Não faça nenhuma besteira! E não chore!' Interrompeu quando o garoto já começava a choramingar.
Desligou o telefone e tacou-o em qualquer lugar. Pegou a primeira roupa que viu pela frente e desceu a escada pulando dois degraus de uma vez. Chegou na porta e teve a surpresa de encontrar vindo em sua direção.
'! O que você está fazendo aqui?' Perguntou e antes do menino responder ela se lembrou. 'Íamos sair! Desculpe, mas é que a está tendo o bebê e…'
'Você precisa ir para o hospital. Sem problemas, eu te levo.' Disse o menino, apontando para o carro dos pais dele na esquina. 'Eu estou com o carro dos meus pais.'
concordou e seguiu até o carro.


'!' gritou, quando ela e entraram na ala da maternidade do hospital St. Louis. 'O que aconteceu?'
O menino estava com o cabelo arrepiado e com o olhar vago.
'Olá.' Disse olhando para e . 'O que você disse?'
repetiu a pergunta e acordou de seu tupor.
'Ah sim. Estávamos no supermercado e eu e ela começamos a discutir porque ela queria cerejas, só que não tinha cerejas, daí ela queria figo, só que estava muito caro e então ela começou a chorar e a bolsa dela estourou e foi uma bagunça que só.'

suspirou e consultou o relógio perto da recepção que marcava oito e quarenta.
'E agora ela está lá dentro com aquele bando de caras de jaleco há mais de uma hora e… eu não posso fazer nada.'
olhou para . O menino revirou os olhos e puxou da cadeira.
'Olha, você pode fazer algo sim.' mexeu no bolso de trás e pegou sua chave, colocando-a na mão de . 'Vai para sua casa , tome um banho e pegue umas coisas para o bebê e para a . Ligue para os pais dela e o seus e depois venha para cá. Se acontecer alguma coisa, te chamamos, mas ficara aqui se agoniando… não vai adiantar nada.'
concordou mudamente com a cabeça e acenou de leve, despedindo-se dos dois.
sentou-se e também o fez.
'Você não precisa ficar se não quiser.' Ela disse, olhando profundamente nos olhos de .
'Eu sei que não.' Ele encostou a cabeça na parede. 'Mas eu quero. Se é importante para você estar aqui, é importante para mim também.'
sorriu para o menino e encostou a cabeça em seu ombro. assustou-se com a demonstração de afeto da menina, mas deixou ela ficar ali e, conforme as horas avançavam, começou a fazer carinho no topo da cabeça dela, até que dormiu.

 Capítulo 45

caminhava pelos corredores extremamente brancos do hospital St. Louis, em busca do quarto de . Havia alguns minutos que o médico veio, com uma cara preocupada (embora tentasse em vão esconder isso) avisar que já se encontrava no quarto. acordou e ela fez questão de ver a menina enquanto ligava para .
parou no quarto 302, o qual tinha na porta o nome da amiga. Ansiosa, entreabriu a porta e pode ouvir os soluços de .
'?' Perguntou, entrando e fechando a porta atrás de si. A menina tinha os olhos molhados de lágrimas e os braços ocupados com um embrulho azul-claro.
olhou para e sorriu marotamente, enxugando o rosto com as costas da mão.
'Sabe, ...' Ela começou, enquanto aproximava-se da cama e sentava-se num banquinho ali perto. 'Eu nunca pensei que um dia eu ia amar tanto alguém como eu amo ele...'
Ela sorriu e mostrou o embrulhinho que levava no braço. Dentro, o bebê mexia-se lentamente, tentando achar uma posição mais confortável no colo da mãe.
'Eu amo demais meus amigos, minha família e o ... Mas ele...'
levantou-se e passou a mão pelos cabelos da amiga. Naquele momento, as duas compartilhavam de um sentimento único: amar alguém mais do que á própria vida.


Por volta das três da madrugada, quando já havia chegado há algum tempo, , e chegaram à sala de espera onde e esperavam. Conversavam baixo até dar um gritinho.
'Hei!' Disse. 'Como vai indo a República?'
, e se entreolharam, cúmplices.
'Na verdade... Às oito horas da manhã vai ser histórico.' Disse , olhando para as amigas. 'Vamos entregas as chaves.'
'É. Terminamos de nos mudar.' Terminou .
ficou pasmada até dar uma cutucada nela.
'E o que vai ser de vocês?' Perguntou.
'Eu achei um apartamento em Chelsea.' respondeu, revirando a bolsa em busca do celular que tocava. 'Não é muito grande e um pouco longe do meu trabalho mais é um lugarzinho só meu, entende?'
Então ela levantou e afastou-se, atendendo o celular.
'E eu estou indo de volta para a casa dos meus pais. Inclusive eles pintaram meu quarto de verde. Ta muito lindo, , você tem que ir ver!' completou.
sorriu para a amiga e olhou através da janela. Por mais feliz que estivesse pelas amigas, o fim da República marcava o fim de uma era. E a próxima fase da vida delas talvez não fosse tão boa quanto que a acabava.
'E você, ? O que vai fazer da vida?'
'Bem...' Suspirou. Olhando encabulada para . 'O James passou em Oxford e meus pais estão querendo que eu faça faculdade... Então estamos os dois indo para lá!' Ela parecia muito feliz.
sorriu e pensou consigo mesmo que aquele casal ia durar um bom tempo.
'Não fica triste !' disse, dando um tapinha de leve no ombro da amiga. 'Se a nossa amizade é para durar, vai durar. Lembre-se: o que é para ser, será.'


Não se passaram muitos dias até que e o bebê -que ainda não tinha um nome- saíssem do hospital. Tudo estava muito bom até aquele momento.
'E o nome da criança?' disse, sentada no chão da casa de e , com o bebê no colo.
'Estamos em dúvida entre Nicholas, Matthew, Charlie, Andrew, Mike...' Disse , numerando os nomes com os dedos.
Conversaram por mais uns minutos, e começou a abrir os presentes que ganhara. Como o bebê nascera algumas semanas antes do previsto, eram escassas as coisas que tinham para ele vestir, portanto os amigos fizeram uma vaquinha e conseguiram comprar um bom enxoval para o bebê.
A noite já caia e já começava a falar algumas besteiras quando interrompeu-o.
'Eu acho bonito Charlie.' Ela disse, com o bebê enrolado numa manta verde em seu colo, brincando com seu dedo.
Houve um silêncio até que respondeu com um sorriso.
'É o meu preferido.'
Ele engatinhou até ela e deu um beijo em seus lábios.
'Ah, cara, arrumem um quarto!' Disse , levantando-se e indo para a cozinha.


andava pela avenida ao lado de , a lua já alta no céu londrino.
'Está com fome?' Perguntou , depois de alguns minutos em silêncio. O menino negou e voltaram a andar.
Mais alguns momentos se passaram até que parou e segurou o braço de , fazendo-os ficaram frente-a-frente.
'Você vai mesmo?' Perguntou, com claras lágrimas nos olhos.
'Para casa? Sim, eu...'
'Para os Estados Unidos.' Ele disse, abaixando a cabeça e falando quase num sussurro.
Aquela pegou como um baque. A relação entre ela e estava tão distante e complicada que ela mal lembrava que havia contado para ele de sua partida, que era dali menos de um mês.
'Vou.' Ela disse, puxando o rosto dele para cima. 'Não posso decepcionar minha família, . Eu já disse que iria, não posso mudar de idéia. Não agora.'
assentiu com a cabeça e voltou a andar. Dobraram uma esquina e ele disse a :
'Podemos ir a um lugar?'
pensou um instante e consultou o relógio em seu pulso. Meia-noite.
'Essa hora?'
'É a melhor.' sorriu maliciosamente.
Ela concordou e foi puxada pela mão por , que acabara de chamar um táxi.


Passaram mais de duas horas no táxi, andando cerca de cento e cinqüenta quilômetros, até chegarem á uma cidade litorânea. pagou o táxi e saiu de mão dada com , que estranhava o comportamento do garoto, mas até que gostava.
comprou num mercadinho 24h um maço de jornal e marshmellows. apenas acompanhava e dava risada de algumas bobeiras que o menino fazia.
Por volta das cinco e meia da manhã, os dois foram (lê-se, arrastada) até a praia e, bem perto do mar que àquela hora estava quentinho, acenderam uma fogueira com os jornais anteriormente comprados por .
O sol começava a nascer no horizonte quando os primeiros marshmellows ficaram prontos. e conversavam esporadicamente vendo o astro-rei surgir no céu.
', por que você me trouxe aqui?' perguntou, olhando para , que mastigava furiosamente um doce.
'Você não gostou?'
'Adorei! Mas...'
'Queria que você visse uma última vez um nascer do sol.' Ele disse, tirando a camisa e jogando-a num monte de areia ao lado dele.
'Existe nascer no sol lá nos EUA também, você sabia né?' Ela perguntou, mordendo o lábio ao vê-lo ficar só de boxers, justamente a de oncinha, na sua frente.
'Mas este é o mais bonito do mundo.' Ele sorriu, estendendo a mão para a menina, que aceitou e logo os dois correram para o mar azul.

 Capítulo 46


O mês passou mais rápido do que normalmente passaria. terminava de encaixotar seus CD's enquanto ouvia alguma música antiga no computador. Ela havia achado, em uma pasta há muito esquecida no PC, músicas que ela não ouvia já há alguns anos. E aquilo não ajudava em seu momento nostálgico.
A menina fechou a última caixa e olhou pausadamente o quarto repleto de caixas. Era exageradamente estranho deixar aquela casa, aquele país...
Sentou em uma das caixas no centro do cômodo e suspirou. Não acreditava que estava deixando sua vida inteira para tentar reconstituir sua família a quilômetros de distância daquilo que chamava de casa. Não acreditava que estava deixando suas amigas, James, a escola, tudo para ir viver nos Estados unidos. Não acreditava que estava deixando .
Uma lágrima correu livre e gelada pelo seu rosto. Queria mais do que tido, ficar, mas era tarde demais para desistir daquela viagem. Sabia que se tivesse pensado melhor, ou pelo menos por um segundo, não teria dito 'sim' ao pai.
'Posso entrar?' perguntou, apenas com a cabeça para dentro do quarto, sorrindo. assentiu com a cabeça e ele entrou.
A menina limpou os olhos com as costas das mãos e sorriu de volta para ele.
'Como você está?' O menino perguntou, sentando numa caixa ao lado da qual estava sentada.
A menina olhou para o quarto mais uma vez antes de responder àquela pergunta.
'Eu...' encarou os sapatos e o carpete. '...Sinto muito, .'
O garoto surpreendeu-se com a resposta.
'Pelo quê?'
suspirou antes de continuar.
'Eu disse que jamais te abandonaria e é justamente isso que estou fazendo neste momento. Estou de deixando junto com nossa história, com nosso passado, para viver algo que nem certeza de que vai dar certo eu tenho. ' lutava contra as lágrimas para não começar a chorar. 'Desculpe. '
colocou a mão no rosto da menina, levantando-o de modo que seus olhares se encontraram tão profundamente que era possível a cada um enxergar a alma do outro. O menino sorriu, ainda que um pouco de dificuldade.
'.' O menino segurou a mão de com força. 'A culpa disso... de a gente, ter acabo, é minha, apenas minha. Você está fazendo a coisa certa, embora prefira que você fique comigo, aqui. Mas se não há outro modo, vai deste. A vida continua.'
ouvia tudo com uma extrema atenção. Tudo que dizia seria de conforto para ela.
'Você não me odeia?' Ela perguntou, receosa.
voltou a olhá-la nos olhos profundamente.
'Você pode não acreditar, mas eu te amo, mais do que amo a mim mesmo.' apertou a mão da menina com força. 'Eu nunca te odiaria. Nunca.'
sorriu. Mesmo depois de terminarem o que tiveram, ela continuou a sentir proteção nos braços de . Ele seria sempre seu porto seguro.
E por mais que tentasse desvencilhar seus sentimentos, sabia que continuava a amar aquele menino como nunca mais amaria alguém na vida.
soltou a mão de daniela e apontou para uma caixa.
'É esta a caixa com o resto das minhas coisas?' Perguntou.
A menina concordou, levantando-se e pegando um CD de cima do computador e colocou na caixa anteriormente apontada por . Pegou o durex e fechou-a.
Ela pegou a caixa.
'Pronto' disse, estendendo-a para o menino. 'Suas coisas.'
segurou-a e sorriu. Levantou e, com a mão na maçaneta, perguntou:
'Você pode passar na minha casa amanhã... antes de ir embora?' olhou para , que concordou no ato.


Chutando uma pedra pelo caminho, chegou à casa de logo após o nascer do sol. Não foi necessário apertar a campainha, já que ainda tinha a chave da casa dada por na época em que namoravam.
Entrou na casa sorrateiramente, uma vez que era provável todos ainda estarem dormindo. Chutou alguns brinquedinhos de cachorro até chegar às escadas e subi-las. Encarou a porta do quarto que conhecia tão bem. Abriu a porta com cuidado e pode ver ainda dormindo.
A menina sentou-se no chão, perto da cama, olhando o menino dormir calmamente. Do lado, o filhotinho que ela havia dado de Natal para , dormia pesadamente, chegando a roncar. Ela sorriu e ficou bem uns quinze minutos olhando os dois, tentando decorar os traços do menino. Queria lembrar de como o cabelo dele caía perfeitamente no rosto, como os olhos brilhavam quando feliz e, principalmente, queria lembrar-se da voz, aquela voz que a acalmava ou a fazia sorrir.
Quando despertou e percebeu que ela estava ali, sorriu e sentou-se ma cama. Outras coisas que queria lembrar era do sorriso e do corpo do menino.
'Está aí há muito tempo?' Ele perguntou, fazendo carinho no cachorrinho ao seu lado.
'Não muito.'
Os dois não conversavam muito. Aquele era provavelmente o último momento deles juntos e apenas a companhia um do outro era suficiente naquele momento. Era como se o tempo parasse naquele cômodo apenas para o encontro dos olhares deles: um olhar que era capaz de compreender o mais singelo detalhe um do outro.
levantou-se e se ajoelhou ao lado da menina. Antes que algum deles pudesse dizer qualquer coisa, beijou apaixonadamente , que em momento algum recusou. Era um beijo calmo e doce e mais do que tudo significativo. Era como o primeiro e último beijo deles. Naquele momento, nada era melhor do que sentir um o cheiro do outro e poder tocar-se sem medo.
'Esse é o fim?' perguntou, passando o indicador delicadamente sob os lábios rosados do garoto.
'Não precisa ser. ' beijou a mão dela. 'Não irá ser milhões de litros de água do oceano que vai diminuir um nada o que sinto por você agora. Agora e até...'
suspirou.
'... E até você voltar. Se você voltar. Se não, vou te amar deste jeito para sempre.' afirmou, comovido. Levantou-se e pegou na mesinha ao lado da cama um envelope pardo e entregou para a menina.
'O que...'
'É uma carta.' voltou a sentar na cama. 'Quando acabamos você disse que minhas palavras eram curtas e vazias. Eu escrevi isso para você. Entenda que tudo o que disse é verdade.'
encarava a carta sem abri-la. Arrependia-se de ter dito aquilo para o menino.
'Certo... Acho que é isso.' Disse , levantando-se e olhando para Jr, o cachorro, que agora tentava destruir o travesseiro do dono. Posso dar adeus para ele?'
afirmou com a cabeça e estendeu o animalzinho para a menina.
'Diga tchau para sua mãe.' O menino sussurrou e, como se entendesse, o bichinho latiu docilmente para , em seu colo.
Passados alguns minutos, devolveu o cachorro para e andou até a porta.
O menino abaixou a cabeça e encarou o carpete verde do quarto.
'Deixo aberta ou fechada?' perguntou, referindo-se à porta.
'Depende.' disse, ainda com a cabeça baixa. 'Você vai voltar?'
continuou a olhar para o chão por mais alguns minutos. Depois, voltou a olhar a porta entreaberta. Entreaberta.
Sorriu.

Sabia que aquele não era o fim.

Fim

XxX

Amores!

Eu não estou acreditando que acabou. Sério, depois de meses de trabalho (foram quase 8 meses..), de escrever em horários estranhos e tudo mais, a fic chega no fim. E eu reservo esta última n/a para agradecer às leitoras.
Primeiro, queria agradecer mil vezes à Dani Fênix, que meio que deixou eu tomar conta da Fic, fazendo com que eu ingressasse no universo das fictions. Provavelmente sem aquela noite no MSN em que ela perguntou se eu queria fazer o capítulo 3 da fic dela, eu nunca iria escrever uma história deste tipo. Tnks, Drew!
À seguir, queria mandar milhões de beijos às pessoas maravilhosas que eu conheci de alguma forma por causa desta fic: Pequena, Juu Barbie, Céci, Caah, Luh Assereuy,Bru Dugrey, Lauren, Pete e outras pessoas maravilhosas. Gente, essa história é pra vocês, viu?
Não podia esquecer de todas as meninas que comentam e lêem a fic, seja porque gosta ou porque não tem mais nada para fazer. Muito obrigada!
Agradecimentos à Ju Menta Panda (e outros sobrenomes XD) e à Babi, que leram desde o comeciiinho.

Então, gente, queria agradecer à cada uma, por ler, por suportarem meus dramas, os dias que eu não atualizava, suportarem também minhas n/a's, meu jeito bobo de escrever e tudo. Saibam que vocês também fizeram parte da fic, seja escolhendo nomes de bebês ou me influenciando no capítulo seguinte. Amei de todo coração fazer esta fic, que por um longo tempo foi minha vida. Mas acabou, e posso dizer que estou orgulhosa por ela. Porque, aliás, nenhuma história chega à 441 comentários se não for um pouco boa, né? E se quiserem 2ª, 3ª parte, farei por vocês.
Eu vou parar por aqui. Mais uma vez, obrigada gente.



Economizem eletricidade!
Sally J.

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