- , a campainha – alertou Dougie à sua irmã.
- Ah sim, obrigada – Dougie é o irmão mais velho de .
Na realidade, Dougie é o único irmão, mas convenhamos, ele é popular na escola e muito bonito, até demais. Ambos têm a mesma idade, assim, sendo gêmeos, mas incrivelmente nem tão parecidos. Logicamente, tinham a mesma fisionomia, aspectos, mas como irmãos normais, com anos de diferença, não gêmeos. , uma das melhores amigas de , tinha uma grande queda (ou diríamos tombo) pelo irmão da amiga, mas não admitia. Fingia, escondendo o sentimento, e alegando que não amava ninguém, e que nunca iria gostar. Queria ser independente, odiava ter de depender de qualquer pessoa. Portanto, negava para si mesma, ignorando o coração que batia mais forte a cada palavra que trocava com aquele que, por muitos anos, dominou e pertenceu á seu coração.
caminhou até a porta, abrindo-a e deparando-se com suas amigas: , e . São melhores amigas desde a infância, podem ter suas diferenças, exatamente por isso às vezes causando discussões desnecessárias, mas são inseparáveis. Afinal, que amizade verdadeira não há brigas e discordância? Faz parte. Naquele dia, por exemplo, tinha prometido fazer uma noite de pijama em sua casa, e lá estavam as quatro, com o objetivo de se divertir sem perturbações quando ouviram a campainha novamente.
- Hey, você chamou mais alguém? - questionou, estranhando. Abraçou seu ursinho de pelúcia, e encolheu-se na cama, encostada à parede.
- Não... Um minuto – saiu do quarto e paralisou no primeiro degrau da escada. Avistou seu irmão com Danny, Tom e Harry, cujo são seus melhores amigos. Quando o olhar de Danny encontrou o de , o coração da pobre garota disparou, por um instante pensando que iria desmaiar. Sorte que fora apenas uma impressão. nunca foi de se apaixonar facilmente por homens. Ela já havia sofrido o suficiente por amor, pois na maioria, eles eram idiotas o bastante para magoá-la, mesmo sem nem perceber. Mas Jones não parecia ser igual a todos. Porém, as aparências enganam, e ela tinha muito medo de se machucar novamente. Além de que, não sabia na realidade, o que ele sentia por ela. Tinha certeza absoluta que era somente amizade.
- Hey, o que fazem aqui? – perguntou descendo as escadas e indo em direção à eles.
- Ué, eu os chamei pra passarem a noite aqui, esqueceu? - Dougie perguntou, esquecendo-se do fato da irmã ter memória fraca, e logo foi arrastado para um canto.
- Mas você esqueceu também de que hoje é minha noite do pijama? – ela perguntou séria.
- Ah, calma... Nós não vamos atrapalhar você, eu juro.
- Promete? - perguntou em dúvida, pois sabia que realmente eles não a deixariam em paz nem um segundo. Não era a primeira tentativa.
- Prometo, agora... O que vocês vão fazer? Só dormir? – Dougie perguntou sarcasticamente, sabendo obviamente a resposta.
- Haha, dormir? Nem te conto o que vamos fazer - fez cara maliciosa.
- Hey pode apagando esse fogo no rabo, tô de olho em você. - Dougie fechou a cara. Era incrível, quando seus pais viajavam, ele parecia tornar-se responsável pela irmã, mesmo praticamente não havendo diferença de idade.
- Eu estou brincando, bobinho - beijou o rosto do irmão e foi pra sala, cumprimentou os amigos com um breve aceno, e subiu direto com pressa pro quarto onde estavam as amigas.
- Então, quem era? - perguntou cruzando os braços.
- Os meninos - respondeu com tranquilidade, se sentando na cadeira do computador.
- Que meninos? - franziu a testa, de repente acordando. O tédio era tanto que ela já estava quase hibernando.
- Danny, Tom e Harry, dã - bateu na própria testa, cansada da lerdeza das amigas.
- TOM? FLETCHER? - estava quase tendo um ataque pulando em cima da cama.
Pelo que deu para notar, é totalmente apaixonada pelo Tom. Eles já ficaram algumas vezes, mas nada, além disso. A relação deles começava, e terminava ali mesmo. Mesmo porque, nunca demonstrou perto dele o quanto o amava, pensava que ele só gostava dela como uma amiga normal, pois nunca tentou transformar essas ficadas em algo mais sério.
- É, você ouviu bem, não é surda. Agora pare de pular na minha cama antes que você quebre a coitada - disse, ligando o computador e espreguiçando-se na cadeira, desequilibrando-se e quase caindo. teve um ataque histérico, adorava rir da desgraça dos outros.
- Ok, agora que a já teve mais um de seus ataques, o que faremos?- perguntou entediada, olhando pro teto, que no momento lhe parecia muito interessante de se avaliar.
- Música? - perguntou animada.
- YEEEAH! - Disseram as três juntas e correram invadindo o computador de , procurando alguma música agitada e ligando o som no último volume.
Enquanto isso, na sala...
- Então, o que a queria? - Harry perguntou se jogando no sofá.
- Nada demais, é que as meninas estão aqui - Dougie disse se sentando do lado e ligando a TV.
- O QUE? - Tom berrou.
Mais uma coisa a se reparar: e Tom adoram fazer um escândalo.
- Calma, Fletcher, pra que gritar? - Danny disse estranhando o que o amigo tinha feito. Na verdade, Tom só fazia escândalo quando era em respeito a .
- Calma? Danny, você sabe o que isso quer dizer? - Tom tinha acabado de falar, quando uma música alta começou a tocar fazendo a casa chegar a tremer. Danny, entusiasmado, entrou no clima e se controlou para não sair dançando. - Viu? É disso que eu falei - Tom fez cara de emburrado.
- Calma cara, você está assim por causa da - Harry disse pondo a mão no ombro do garoto.
- ? O que ela tem a ver com isso? Ela é minha melhor amiga...
- Amizade colorida - Dougie disse enquanto trocava de canal.
- Dude, ela não quer nada comigo, vocês não percebem?
- Quem disse isso? Vocês nunca namoraram. Você não sabe o que ela sente - Danny disse indo até a janela, olhando para o céu. Começou a refletir e pensar sobre sua própria frase. Ele poderia relacioná-la a duas outras pessoas, que ele conhecia muito bem. Mas estava completamente confuso. Respirou fundo, suspirando e só então notou as nuvens negras carregadas de chuva formando-se no céu. - Cara, acho que o mundo vai cair.
- Do mesmo jeito, acho que entre a gente só rola amizade... Nada mais - Tom bufou desanimado.
- Você nunca vai saber se não tentar - Dougie falou parando num canal de clipes, apesar de não conseguir ouvir a música direito, pela outra que tocava em tom altíssimo.
- Falando nisso, olha quem fala, você está mais encalhado que eu, e tem um monte de garota correndo atrás feito loucas.
- Estou encalhado porque eu quero, e porque já tenho alguém em vista
- Oh, e quem seria? - Harry intrometeu-se na conversa.
- Segredo - Dougie disse por último antes de ver tudo se apagar e ouvir gritos.
Enquanto isso, no quarto, as meninas dançavam felizes, pulavam na cama e faziam o maior barulho, até que viram a luz acabar e , e começaram a berrar desesperadamente.
- Gente... Gente... - tentava falar em vão, enquanto as amigas nem ligavam e continuavam a gritar. – GENTE! - alterou o tom de voz berrando mais alto que elas, fazendo-as pararem bruscamente. – CALMA, VOCÊS NÃO MORRERAM, O MUNDO NÃO VAI ACABAR, UM DIA TALVEZ, MAS NÃO HOJE, EU ACHO!
- Ajudou muito - tentava achar alguém no escuro, tateando tudo que vinha pela frente.
- Alguém vem comigo lá em baixo?
O Silêncio.
- Ai, vocês são muito medrosas, mesmo - abriu a porta com cuidado e desceu a escada, esquecendo dos últimos degraus e caindo da escada. Dougie ouviu o tombo e saiu correndo em direção ao estrondo.
- Hey, você está bem? - Dougie perguntou agachando diante à que estava sentada na escada, esfregando a mão nos joelhos.
- Estou... Eu acho – Dougie forçou os olhos a enxergá-la.
- Vem, eu te ajudo a levantar - ele estendeu a mão e ela pegou levemente, levantando.
- Não tem ninguém aqui além de nós? - perguntou olhando pros lados, tremendo por dentro.
- Não, meus pais foram viajar, só voltam acho que mês que vem – deu de ombros.
- Pra onde eles foram? - , nada curiosa.
- Itália... Miami.
- Uau! Que chique.
- É, mas, então, vem comigo ver o que aconteceu? – Ofereceu estendendo a mão novamente.
- Vamos - pegou na mão do menino, ambos sorriram felizes, pena não poderem ver.
- Dude, as meninas estão muito quietas, será que morreram? - Danny perguntou levando um pedala de Tom.
- Vamos vê-las - e assim foram até o quarto delas.
Chegando lá, bateram na porta e ouviram alguém os mandando entrar. Vendo que eram os meninos, simplesmente agarrou Harry, abraçou Tom e pulou no colo de Danny. Às vezes o medo nos faz ter atos que nunca faríamos se estivéssemos conscientes.
- Hey, o que houve aqui? - perguntou Harry, mais assustado com as garotas tremendo, do que com a escuridão.
- Falta de luz - respondeu, acalmando-se.
- Sim, isso eu vi, mas por que esse espanto todo? - perguntou Danny olhando nos olhos de , que brilhavam.
- O que você acha? Nós temos pavor de escuro, dã. - respondeu com ironia, nervosa.
- Bom, estamos aqui para salvar vocês, então - Tom disse com orgulho.
- Certo, heróis. Mas o que faremos agora? - perguntou , dando-se conta de que permanecia no colo de Danny, e desceu envergonhada.
- Brincadeira do compasso? - perguntou Tom, incrivelmente animado.
- O QUE? - os quatro berraram repentinamente, e ficou quieta com o espanto deles.
- Ué, Tom tem razão. Se for pra ficarmos parados olhando um pra cara do outro, vamos fazer alguma coisa – de preferência, emocionante e amedrontadora.
- , minha querida amiga, você lembra o que acontece? - questionou, tentando manter a paciência, e convencê-la de mudar de ideia. Sim, as quatro já haviam estudado sobre espíritos e brincadeiras perigosas. Elas têm medo, porém, gostam do assunto.
- Do que vocês estão falando? - Harry perguntou, boiando, quase afundando na conversa.
- Harry, bebê – esse era o apelido que havia dado pra ele, eles se tratavam com carinho, e não guardava o que sentia por Harry. - Brincadeira do compasso envolve espíritos, e sabe, não é muito legal.
- Então a gente brinca da brincadeira do copo, dizem que é legal - disse Danny extremamente inocente, que mal sabia do que estavam falando. olhou pra Danny, não estava nem um pouco a fim de aturar a lerdeza dele, e lhe deu um tapa na cabeça.
- Danny, brincadeira do copo também envolve espíritos e os casos são piores – explicou, enquanto o observava reclamar pela cabeça dolorida.
- Vai, vamos parar de papo e vamos, eu quero brincar logo! - disse batendo palminhas, animada enquanto os outros procuravam um compasso, uma folha e uma lanterna.
- Quem é você e o que aconteceu com minha ? - perguntou Danny no maior estilo Harry Potter.
- Haha, sua? - foi se aproximando de Danny, rindo.
- Sim, você é a minha pequena, lembra?
- Como eu esqueceria? - entrelaçou seus braços ao redor do pescoço do garoto, abraçando-o apertado.
*Flashback*
6 anos atrás, ambos com 10 anos...
- Vamos ver quem vai mais longe? - Danny perguntou, enquanto se balançava no balanço.
- Não! Eu vou cair de cara no chão e você vai preparar meu enterro - falou, sabendo que na verdade, Danny gargalharia pela desgraça.
- Calma - Danny segurou a mão da garota, delicadamente. - Confia em mim? - encarou seus olhos, não tinha como dizer não.
- Confio - disse ela engolindo a seco.
- Então vamos... 1, 2, 3, e... JÁ! - Danny saltou do balançando, caindo na areia e em cima dele, rindo demais, até que seus olhares se encontraram.
- Danny... – ela sussurrou, timidamente.
- Hm...
- Você é meu melhor amigo – um sorriso angelical brotou instantaneamente nos lábios de Danny.
- Você também é a minha... Eu amo você, pequena. - sorriu mais ainda, se era possível e deu um beijo estalado no rosto dele.
- Eu também te amo, muito. - ela murmurou e se deitou no peito dele. Após alguns minutos, acabou adormecendo, olhando o céu, o mar, as estrelas, e ouvindo o coração de Daniel bater numa velocidade, que ela nunca sentira antes.
*Flashback off*
- É, pelo visto teremos que esperar a luz voltar sozinha, não tem jeito - Dougie disse já desistindo. Olhou pela janela, e percebeu que sua casa não era a única apagada.
- Então vamos voltar - disse já saindo, quando Dougie a puxou pelo braço, assustando-a.
- Não... Vamos ficar mais um pouco aqui – fez biquinho, com uma cara de cachorro sem dono.
- Pra que? O que faremos aqui?
- Conversar?
- Sobre o que? - sorria, apenas pela presença de Dougie ali com ela.
- Sobre a vida...
- Você sabe que a minha vida não é nada boa... E a única maneira que tenho de me divertir e esquecer completamente de meus problemas é vindo pra cá - disse tristemente, desabafando. Ela sofria muito com a família, não era uma das pessoas mais felizes desse mundo.
- Ah sim, me desculpe, eu tinha esquecido. Então... - ele fez uma pausa e voltou a encará-la. - E o amor? - Ele perguntou com certa dúvida e ela congelou. Nunca tinha se sentido assim, como ela falaria sobre amor com ele ali? Sempre que a perguntavam sobre esse assunto, ela obtinha sempre a mesma resposta. Ela nunca se apaixonou. Mas será que essa era realmente a verdade? Pois ali, diante de Dougie, as palavras simplesmente sumiram de sua boca, e ela travou.
- Er, amor? – gaguejou, coçando a nuca para disfarçar o nervosismo. - Você sabe que eu nunca me apaixonei e nem pretendo me apaixonar.
- Será mesmo? - ele ficou desconfiado. - Tem certeza que não sente NADA, nem um pouquinho, por ninguém? - ele foi se aproximando lentamente, até colar seus narizes. Desvia o olhar dos olhos da garota, e da boca dela, em dúvida de qual lhe parecia mais atraente. Já conseguiam sentir a respiração um do outro, e estremeceu.
- Dougie... - Ela não conseguiu falar mais nada, pois foi interrompida pelos lábios dele. Era um beijo com uma junção de medo com amor. Finalmente, ela sentiu algo estranho, diferente de tudo que havia sentido antes. Era o amor, algo que ela nunca sentiu e ele fazia com que isso existisse.
- Bom... Vocês têm certeza de que querem fazer isso? - perguntou Harry, temendo. Não que ele acreditasse inteiramente naquela brincadeira, mas não estava com um bom pressentimento.
- Por mim a gente desiste agora mesmo - disse levantando as mãos, quando viram a porta se abrir repentinamente. As meninas iam começar a gritar quando eles puseram a mão na boca delas, impedindo tal ato.
A porta foi abrindo vagarosamente, até ser escancarada. estava com o coração disparado, quando viu a folha branca ser arrastada. Arqueou a sobrancelha, apesar da escuridão, tinha noção de que ninguém estava segurando-a. Ela estava andando pelo chão, sozinha. Com uma velocidade mínima de ser reparada, tanto que seus amigos, atentos demais á porta, nem perceberam tal fato. Ela fechou os olhos com força, e quando os abriu, a folha estava de volta em seu lugar habitual. Rezou que fosse somente o vento, ou então, sua imaginação.
- O que está havendo aqui? - Dougie perguntou deparado a vários olhares amedrontados.
- Ah, são vocês? - Tom perguntou aliviado.
- Não, é um espírito - disse se sentando com os amigos.
- fantasminha – brincou.
- Então, voltando ao assunto, eles querem fazer a brincadeira do compasso e eu não quero, poxa – disse implorando, cogitando a possibilidade de convencê-los com sua carinha.
- Não, já está tudo pronto, agora vamos - disse e fez um círculo com o compasso, escreveu os números de 0 a 9 e as letras do alfabeto no círculo e deu o compasso pra . Aquela imagem do papel se mexendo sozinho estava a perturbando, e o que mais queria, era distância dele. , com medo, viu que não tinha saída. Sentou-se, colocou apenas o polegar no compasso e começou a rodar o compasso em sentido horário e viram o compasso rodar sozinho.
- OLÁ - O compasso mexeu, apontando pra estas exatas letras.
- Oi. Qual o seu nome? – pôs o compasso nas letras, formando a frase.
- Billie - olhou pros amigos que faziam gestos pra ela continuar. Respirou fundo, sem imaginação.
- Quantos... Anos... Você... Tem ?
- 19.
- Uau, da nossa idade, será que ele era bonito? - Perguntou , levando um pedala de Dougie.
- Ah, não sabe fazer pergunta inteligente? - Harry pegou o compasso sem deixá-lo cair e continuou. - Como você morreu? – Todos ficaram com olhos arregalados, admirados com a pergunta tão rude e direta.
- Eu... Me... Suicidei - sentiu uma sensação ruim, mas que logo passou ao Dougie a abraçar e beijar seu pescoço.
- Onde... Você... Mora?
- Aqui... Nesta... Casa - se apavorou e abraçou Danny, assim como fez com Tom. - Nesse... Exato... Momento... Com... – o compasso ficou alguns segundos parado, antes de formar a palavra seguinte: - vocês - nesse momento, Harry deixou o compasso cair e, vendo aquilo, começou a chorar. A chuva apertou, raios e trovões caiam e ela chorava mais.
- Hey, o que houve? - Perguntou Harry a abraçando e acariciando seu cabelo, numa tentativa de fazê-la acalmar-se.
- Dizem... Que quando deixam o compasso cair... Acontece algo ruim - disse ela entre soluços.
- Gente, calma, não vai acontecer nada - disse até que ouviram barulho, parecia de porta, mas era diferente, como alguém se aproximando.
- Tem certeza? - Dougie disse a puxando pra longe da porta. Tom num impulso correu e fechou a porta, se escondendo com os outros.
- Príncipe... Nós vamos morrer? - perguntou quase chorando pra Tom, ela era muito apaixonada por ele e não aguentava vê-lo ficando com outras, ela sempre acaba deixando escapar alguma coisa, ou algum apelido carinhoso.
- Não, princesa. Eu estou aqui com você, para te proteger - disse Tom abraçando-a e beijando sua cabeça, coisa que fez sorrir, mas algo a distraiu.
Os oito estavam jogados no chão, encolhidos em qualquer canto da parede, quando viram a cama ranger. Olharam instantaneamente, e se desesperaram. A coberta da cama começou a ser puxada lentamente, como se alguém estivesse puxando-a propositalmente, sendo que não havia ninguém, além deles. Ou ao menos era o que pensavam. Um estrondo soou em seus ouvidos, e imediatamente direcionaram o olhar à parede, deparando-se com arranhões. Elas decorriam pela parede com uma pressa incrível, que eles mesmos não conseguiam acompanhar. Os arranhões faziam um som insuportável, formando uma frase. Ao lê-la, gritou, entrando em choque.
Na parede, estava escrito “Vocês não estão sozinhos”. levantou, sem pensar, e abriu a porta sendo comandada pelo cérebro em desespero. Danny chamou-a preocupadamente, e correu atrás da garota, sendo seguido por todos os amigos, mas que pausaram bruscamente ao chegar na escada, onde encontraram na porta principal, dentre a passagem da cozinha para a sala, uma sombra negra, estendendo o braço para eles. Num piscar de olhos, a sombra sumiu assim como surgiu. Do nada.
Meia hora depois, ninguém havia esquecido o que tinha acontecido, mas não ouviram mais nada nem ninguém, e a luz havia voltado. Então, resolveram fazer alguma coisa, tentar esquecer tudo aquilo. A frase na parede havia desaparecido, sem nenhum risco deformando-a.
- Então, o que faremos? - perguntou cruzando os braços.
- Voltamos à nossa noite do pijama? – perguntou inutilmente.
- Não, já não tem mais graça - disse ainda em transe. Aquelas imagens não saiam de sua cabeça, de maneira alguma.
- E mesmo porque ainda estamos com medo. - completou, apertando Tom contra seu corpo.
- Sim, vocês precisam dos seus heróis - disse Tom sorrindo, tentando confortá-la.
- Eu estou com fome, alguém vem comigo? - perguntou Harry disfarçadamente olhando para , como se a estivesse convidando.
- Eu, eu! Vamos. – puxou Harry pra cozinha, por um momento esquecendo-se da sombra.
- Eu vou por alguma música lá na sala, sei lá, ver se animamos. Dougie vem junto? - sorriu maliciosamente.
- Lógico - E foram. , Tom, Danny e se entreolharam, desanimados.
- Erm... Eu vou... Vou... Tom, nós precisamos conversar. - disse decidida, na tentativa de fazê-lo compreender suas intenções.
- Conversar? – mas, infelizmente, ele não entendeu.
- É... Discutir a relação - ela piscou, brincando. - Vem - e puxou ele pra fora do quarto.
- E nós? - Danny perguntou olhando pra e acariciando seu braço delicadamente.
- Ficamos aqui - ela suspirou e foi pra janela, observar a chuva ainda cair forte.
Na cozinha....
- O que vai querer comer? - Harry perguntou olhando a geladeira, à procura de algo interessante.
- O que você comer eu como.
- Sorvete? - Ele pegou um pote de sorvete, oferecendo-a.
- Aham! - Ela sorriu e pegou duas colheres. - Huum... Isso daqui está bom! - disse sorrindo.
- É, mas pode ficar melhor - disse ele segurando a cintura dela.
- É? Como? - Ela sorriu fingindo que não sabia o que aconteceria. Mas realmente ela não entendia, ele nunca deu TANTA bola pra ela, porque daria agora? Mas ela deixou pra pensar naquilo depois, queria aproveitar o momento ao máximo.
- Assim - ele a puxou pra mais perto ainda e a beijou profundamente, a cada segundo o beijo ficava melhor e mais profundo.
- Huum, gosto chocolate - ambos sorriram e voltaram a se beijar.
Na sala...
- Meu deus, não sabia que você tinha tantos CDs - disse observando a estante lotada de CDs, DVDs, livros, entre outros.
- Esqueceu que eu tenho uma banda e amo música? - Dougie, Danny, Tom e Harry tinham uma banda chamada McFly. Era o maior fã de música, eclético, gostando um pouco de todos os estilos.
- Olha, Magic Box – riu levemente. - Você gosta?
- Erm, minha irmã – mentiu. - Quer ouvir?
- Lógico, estou com vontade de dançar - ele sorriu botando o cd. Começaram a dançar desajeitadamente, na verdade, Dougie só a acompanhava com o olhar, como ficava bela dançando. Até que o vibrar do celular dela o despertou.
- Alô? Dave? Oi, tudo bem? Ah sim, festa? Está bem, passa amanhã na minha casa, xuxu? Ok, então até amanha – despediu-se com um sorriso estampado no rosto, e um Dougie com a cara completamente fechada.
- Olha, tem amizades coloridas - Dougie desviou o olhar.
- Que lindo, Poynter com ciúmes?
- Ciúmes? Só acho estranho, você que diz que não gosta de ninguém... Não parece verdade - disse e cruzou o braço.
- Mas eu gosto de alguém sim - ela sorriu e foi se aproximando dele ainda dançando.
- É? Desse Dave? - Ele finalmente olhou pra ela, mas ainda com um olhar duvidoso.
- Não, do cara que me beijou hoje, nessa mesma casa - disse e botou os braços em volta do pescoço dele. - Conhece?
- Hm, acho que não, mas esse cara é um cara de sorte - ele sorriu encostando sua testa na dela.
- E você não imagina como – ela colocou os lábios num doce e suave beijo.
Nas escadas, escondidos...
- Haha, engraçado, todo mundo se beijando, e só eu aqui - disse invocada, cruzando os braços e bufando.
- Como assim? - Tom acordou do transe, batucando no corrimão da escada.
- Como assim, Tom? Eu não consigo entender, todos aqui têm pares, menos eu. Eu até poderia ter, mas o meu par não quer ficar comigo, não adianta e eu já percebi isso, ele não me ama - se segurava para não deixar as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
- Se esse seu par é quem eu penso, você está muito enganada, porque... Ele te ama, só não tem coragem de demonstrar isso - Tom disse entre risos, nervoso.
- Interessante, acho que eu preferia que esse par se declarasse logo de uma vez e não me fizesse sofrer tanto - se levantou e fez menção de descer as escadas, quando sentiu alguém puxar seu braço virando-a bruscamente, não tendo tempo de falar nada, pois Tom a beijou.
No quarto...
- Danny... Dizem que quando deixam cair o compasso, algo de ruim acontece, e às vezes, o espírito fica na casa... - disse olhando pra chuva que caia através da janela.
- Calma, não vai acontecer nada - Danny abraçou-a por trás pela cintura, encostando o queixo no ombro da garota.
- É, mas nós não giramos o compasso de novo pra ele sair - e os dois olharam pro compasso. Realmente, estava jogado, caído na folha, ninguém mais havia ao menos encostado.
- , não há ninguém aqui e nada vai acontecer. Você confia em mim? - Danny virou-a para ele, e soltou o sorriso mais doce possível.
- Confio - um momento de silêncio reinou o quarto, até que quebrou o silêncio. - Danny... - chamou baixo, quase inaudível.
- Hm?
- Eu amo você - disse em dúvida, não sabia por que, mas ela tinha que contar isso. Já não iria agüentar por muito mais tempo guardar isso para si mesma.
- Eu também amo você... Amiga - ele engoliu a seco quando disse a última palavra, não sabia o porquê, mas tinha medo. Talvez não o amasse como ele a amava, e ele não queria perder uma amizade só por causa do que ele sentia.
bufou e se soltou dos braços do garoto
- Você não entende - ela disse quase chorando. Já era impossível de se controlar.
- O que eu não entendo? – Perguntou confuso, pousando a mão no rosto da garota que derramava lágrimas incompreensíveis.
- Nada, é melhor esquecer isso, esquece o que eu disse - disse ela já limpando as lágrimas.
- Eu não quero esquecer que você me ama, mesmo porque você não sabe como eu te amo.
- E como? - Ela perguntou já sabendo a resposta, pensou que ele iria dar um abraço nela ou coisa do tipo, mas não. Danny a puxou pra mais perto e a beijou, surpreendendo-a. Ambos sem reação, deixaram se levar pelo beijo longo. Podia ser o fim de uma grande amizade ou o começo de um novo amor.
Algum tempo depois, todos estavam dormindo no mesmo quarto até que acordaram na madrugada. Mais especificadamente, 3 horas da manhã.
- Eu tive um sonho tão estranho - disse Tom quando as luzes se apagaram novamente. Entreolharam-se bufando, e sentindo o clima pesar mais uma vez.
- Não foi sonho - disse engolindo a seco, e apertando-se contra Danny, que beijou o topo de sua cabeça, tentando protegê-la.
- Foi um pesadelo? - deu uma risadinha tentando acreditar que tudo aquilo não tinha acontecido, e fora apenas sua imaginação. Mas desistiu dessa ideia quando começou a ouvir passos vindos de cima, sendo que não havia nada lá.
- Mais que isso, realidade - Danny disse voltando a deitar e puxar consigo. A garota estava dura como pedra, e não conseguia pregar os olhos.
- Estranho - Harry disse na janela, atento aos outros prédios.
- O que? – Dougie questionou, pigarreando e sentindo a garganta seca ao ouvirem novamente os arranhões. Mas dessa vez, nenhum sinal de palavras nas paredes.
- Nos outros lugares há luz, só aqui que faltou - todos pararam para raciocinar, será que aquilo era apenas uma coincidência, ou realmente...
- Calma, não há ninguém aqui além de nós. Vamos ficar bem - tentava acalmar os amigos, em vão, pois também estava assustada, contudo, tentava não demonstrar.
De repente, ouviram alguém se aproximando cada vez mais e ouviram vozes, barulhos estranhos, o coração de todos disparou. Aos poucos, a porta foi abrindo lentamente, e as vozes mais intensas. Abraçaram-se fortemente e tentaram achar algum esconderijo ou fuga, até que a porta se escancarou e todos começaram a gritar, desesperados com o que se depararam.
Fim.
Por: Carol Rodrigues
Betado por: Leeh Rodriigues
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