Uma República da pesada!


Escrita por: LaLá
Betada por: Lêe

I

Ele estava realmente nervoso! Não era para menos... Estava se mudando, deixando os pais, largando tudo pela banda. Mas ele precisava disso! Era o seu sonho e também seu futuro.
null observava a casa à sua frente. Não seria tão ruim assim... A casa era bonita! Um laranja discreto, se é que isso pode existir, e detalhes de azul. Era uma casa grande e com janelas estranhas. Uma delas estava fechada, com uma cortina preta. A do lado estava meio aberta e era cheia de adesivos e sua cortina era de florzinhas e já estava um tanto suja e rasgada. Embaixo havia uma que estava toda aberta, não tinha cortina e lá dentro se podia ver vários pôsteres pendurados e um violão antigo. A última, que ficava um pouco mais distante das outras, estava fechada e a cortina era azul-bebê.
null desistiu de esperar por nada e tocou a campainha.
Do outro lado da porta, quatro meninas que até o momento estavam comendo pipoca e assistindo ‘A casa de cera’, babando em Chad Michael Murray e tremendo de medo se assutaram com o barulho:
- AAhh! Quem será? – perguntou a mais nova, que estava com a bacia de pipoca na mão.
- Deixa de ser boba! Pela sua cara parece até que daqui a pouco um maluco entra aqui e vai transformar a gente em cera! – disse outra, dando um pedala na amiga.
- Por que ao invés de ficar aí brigando vocês não vão atender, hein!? – disse a mais velha, que continuava vendo televisão.
- Ok! Eu vou – disse a última se levantando da poltrona e ouvindo novamente a campainha. Sua voz era suave, porém baixa e fraca. Ela olhou pela janela e em seguida para as amigas – É o novo garoto!
Logo depois, foi abrir a porta ouvindo as amigas perguntarem se ele era bonito e qual seria sua altura.
- Oi… É… eu sou o novo…
- É, eu sei – Ela disse olhando para o chão e abrindo mais a porta para que o menino entrasse.

A recepção foi calorosa. Sim, o menino era realmente bonito. Sua pequena franja caída sobre os olhos, o sorriso que derretia corações…
- null null! – disse a mais velha, sorrindo e piscando para o garoto.
- null null! Mas pode me chamar de null! – disse a garota com a bacia de pipoca na mão. Ofereceu pipoca ao garoto que recusou e voltou a se sentar se concentrando novamente no filme.
- null null! E essa é nossa mascote: null null, a null! – disse apontando para a garota que havia aberto a porta.
- null null! Bom, vocês podem me mostrar a casa?
- Ah, claro null! Vem comigo! Acho que elas estão concentradas demais na televisão.
- Tudo bem! – disse o menino, sorrindo. Ele havia gostado daquela garota. Ela era muito simpática e pelo jeito, a mais organizada. Começou a pensar a que quarto ela pertencia.
Ela começou a subir as escadas com null ao seu lado. null não gostara muito da garota, ela parecia depressiva e muito boba.
Aos poucos, null foi mostrando a casa para o menino.
- Bem, como somos poucos, ainda não precisamos dividir os quartos, e essa é a melhor parte! Juro que eu não agüentaria dormir em um quarto como o da null!
- Por quê? – perguntou o garoto, rindo.
- Ela é super desorganizada! E só dorme no escuro!As cortinas são pretas! – dizia null abrindo a porta de um quarto. – Esse é o seu quarto null!
- Pode me chamar de null! E você pelo jeito gosta muito do claro.
- Eu gosto de ver as estrelas a noite! – respondeu a garota, dando um meio sorriso e se retirando do quarto.
Sim, então a janela sem cortinas era a de null!
- Bom, espero que goste! Arrume suas coisas e desça! Vamos conversar, ok?! – disse null, como sempre, simpática.
- A null é sempre assim?
- Como? Estranha? – fez uma pausa, sorriu e continuou – Você vai gostar dela null! Confie em mim! – disse por fim, saindo do quarto.
null começou a desfazer as malas, pensando que aquele seria o começo de uma grande história. A primeira coisa que faria seria ligar para os meninos e combinar de se encontrarem.
- Eu gosto mais de lasanha, mas o problema é lavar a louça depois! – dizia null enquanto a galera almoçava.
- E você null? Sabe fazer alguma coisa do tipo? Porque aqui a gente tem que se ajudar! – disse o Sr. Peterson, dono da república. Era um viúvo sem filhos muito solitário, por isso resolveu compartilhar a casa, e além do mais, adorava os adolescentes, adorava cuidar deles...
- Sim! Claro Sr. Peterson! Eu vou ajudar – respondeu o garoto, sério.
- Ah, que isso null! Chame ele de Pete! – ria null.

Depois de conversarem muito, null já se sentia bem melhor. Era como uma nova família! Ainda estavam se conhecendo, mas não seria nenhum problema viver com aquelas pessoas.
Depois do almoço, ele resolveu ligar para os amigos. Sentou-se pela primeira vez no sofá-cama que havia na sala e discou o número da casa de null.
- Alô – a voz de null surgiu do outro lado.
- Hey dude! É o null! Como vocês estão?
- Dude! Que saudades! Estamos bem! E seus pais quiseram ficar naquela cidadezinha mesmo!?
- Sim, se apaixonaram por lá! Aff... as piores férias que já tive! Mas eu vou ficar aqui na república! Dude, tem umas meninas aqui...
- Hot?
- Não! Seu safado! Elas são legais! Simpáticas!
- Sei, sei… E quando a gente vai conhecer elas?
- Amanhã na escola ué! Elas estudam no mesmo colégio que a gente!
- Ah! Legal! Ta bom! Então a gente se vê amanhã dude!
- Tchau!


II

- AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH DUDEE!!! QUE SAUDADE! – gritavam quatro garotos, pulando um em cima de outro, logo que null chegou.
- E aí seus gays?! – dizia o menino, dando um pedala em cada um dos amigos.
- Cara, você não sabe o que aconteceu... Essas BI-CHO-NAS me encheram o saco as férias inteiras!!! Além do mais, não conseguimos compor muita coisa! – disse null fazendo uma expressão triste.
- Ahh, nem vem null! A gente não compôs porque faltou você! – disse null, abraçando null.
- É, você sabe que a gente não é nada sem você! – completou null.
- Céus! O que é isso? – perguntava null um pouco mais atrás, observando a cena.
- Amizade, amiga! Hello! – respondeu null, deixando a amiga um pouco desconcentrada.
- Hey meninas, vamos falar com eles. O null não tinha dito que tinha amigos tão lindos! – disse null observando um deles, que abraçava o ombro do amigo e sorria.
- Eu não vou! – respondeu null.
- Aff... larga de ser boba! – gritou null, pegando na mão da amiga e a puxando para ir falar com os meninos.
Eles as observavam chegando. null sorria, vendo que null estava com cara de quem estava odiando estar ali. Ele adorava garotas tímidas e nervosas!
- Hey meninas! Esses são meus amigos. null, null e null!
- Oi! Sou null null! – disse cumprimentado cada um com um beijo no rosto.
- null!
- null!
- null!
As outras meninas seguiram a amiga, sorrindo. Só null estava com raiva. Aquilo só deixava null mais interessado. “Essa garota é tão… tão… fofa!”.
- Ah, não acredito! Vocês têm uma banda? – dizia null, um tempo depois, em uma das mesas do refeitório.
- Sim! Eu sou o baixista! – disse Dougie, todo sorridente!
- Ninguém te perguntou nada Poynter! – disse Harry dando um pedala no garoto.
- A gente ainda ta no começo! – disse Tom.
- Mas mesmo assim! Isso é incrível! A nossa amiga null toca violão, não é null?! – disse null sorrindo para a amiga.
null null sempre fizera de tudo para ver suas amigas bem. O que ela mais amava na vida depois de seus pais, eram suas amigas. E ela sabia que null null sempre fora desajeitada com os garotos, tímida, estranha… Por isso sempre dava um jeito de colocar a garota para conversar.
- É verdade null!? Queria poder te ouvir tocar um dia! – disse null, animado.
- Ixii... Isso aí vai ser difícil! Ela nunca toca perto de ninguém que não seja nós! – disse null, toda poderosa.
- Ah, nem vem ! Eu tenho certeza que ela tocaria para os meninos não é null!? – perguntou null novamente.
A menina acenou com os ombros um “Talvez”.
- Então é por isso que está aqui null? Pela banda? – perguntou null.
- Sim. Na verdade, meus pais foram para uma cidadezinha do interior nas férias. Eu fui junto e odiei aquele lugar, mas eles adoraram e quiseram ficar por lá mesmo. Vim terminar os estudos e depois nós vamos em busca do futuro da banda! – respondeu o garoto, orgulhoso de si.
Ficaram um tempo em silêncio até que null perguntou:
- Mas e vocês? Do que gostam?!
As meninas olharam umas para as outras e gritaram juntas:
- Brigadeiro e Caipirinha!
- O que é isso? – perguntou o garoto indignado.
- Na verdade, eu sou do Brasil. Meus pais ainda vivem lá, por isso estou na república. Caipirinha é uma bebida brasileira deliciosa! As meninas já provaram e gostaram! O brigadeiro é como chocolate, só que bem mais gostoso! – disse null, sorrindo para o garoto. Seu conceito de que ele era o mais bonito não havia mudado desde aquela manhã.
- E será que um dia eu vou provar?
- Uhhhhhhhhhh! – disseram algumas das pessoas que se encontravam na mesa, olhando a cara de galanteador que null fazia.
- Será que um dia eu vou ouvir a banda? – rebateu a garota, com a mesma expressão no rosto. Mais gracinhas da galera.
- Ok! Trato feito! A gente toca e você faz isso aí pra gente experimentar! – disse o garoto estendendo a mão. Eles apertaram a mão em forma de acordo.
- CAIPIRINHA E BRIGADEIRO! Não é “isso aí”, como você falou! – disse null nervosa. – Essa comida é preciosa garoto! Vê se respeita! – terminou e todos deram risada.
Até o fim do período daquele dia, aquela turma não se largou. Sempre foram somente as meninas juntas na escola, mas agora elas tinham companhia. E uma ótima companhia!


III

null já estava se acostumando com aquela casa e como era sempre o segundo a acordar, o café sempre estava pronto.
- Hey null! – disse o garoto, aparecendo na porta. Uma semana depois de ter chegado à republica e a cada dia se surpreendia mais com null.
- Bom dia! – Ela disse, seca como sempre.
- Você bem que podia me dar um bom dia mais animado, não acha?
- Pára null! Não tô a fim de bla bla bla hoje!
- Qual o problema? Dormiu mal? – perguntou o menino juntando-se a ela na mesa, para o café da manhã.
- Não! É a lição! É a matéria! Eu não to entendendo nada! E aquela bruxa da professora de química parece me odiar.
- Ah, nem vem! Não tem como te odiar!
- Chega de elogiozinhos null! Isso é sério!
- Quer ajuda? Eu posso te ajudar! Não sou um gênio, mas talvez…
A menina mordeu o lábio inferior e acenou um “não” com a cabeça. Depois, levantou-se e pegou a caixa com cereais de chocolate e despejou um pouco em uma tigela, colocou o leite e entregou ao garoto, que agradeceu. Depois ela voltou a se sentar e eles ficaram quietos até alguém aparecer na porta.
- Acordados tão cedo por quê? – perguntou null.

null pensou por alguns instantes e concluiu: era fim de semana! Não haveria escola! Pra que estava acordada?!
- Ain! Céus! Esqueci que é fim de semana!
null ria.
- E você Mr. null!?
- Tô acostumado. Sempre acordo cedo! Até nos fins de semana! Senta null. – disse o garoto, puxando uma cadeira para que ela sentasse.
- Nossa, tenho tanta coisa para fazer. Os meninos vêm hoje aqui para experimentar a caipirinha e o brigadeiro! Você me ajuda a fazer null?
- Sim. Claro!
Depois, um por um, os outros moradores da casa foram aparecendo. Mr. Peterson, como sempre, saiu para a sua caçada. Geralmente a casa ficava vazia nos fins de semana e Mr. Peterson não reclamava se as meninas resolvessem dar festinhas, desde que não matassem ninguém, não se embebedassem a ponto de ter como alcoólico e deixassem a casa do jeito que estava no momento em que ele saiu, não teria problema algum!
Não era uma festa o que estava marcado para aquele dia, era só uma reunião a fim de por em prática o trato feito por null e null, uma semana antes, na escola.
Depois que tudo estava pronto, resolveram jogar vídeo-game. null fazia piadinhas de que garotas não sabiam jogar vídeo-game, porém, no final, quem ganhou foi null. De lavada!
Alguns gritos de vitória para null, e em seguida, a campanhia tocou. Claro, os convidados!
- Hey dudes! – disse , sorridente.
- E aí ! – disse null entrando e os meninos entraram em seguida.
- Quero só ver se isso é bom mesmo! – disse null para null, num tom que só os dois ouviam.
- Deixa a null te pegar falando assim… Caipirinha e brigadeiro! Não é “isso aí”, como você falou! – os dois riram - E quero só ver se você toca bem mesmo!
Ele piscou para ela e se dirigiu para o sofá-cama como todos os outros.
- Ótimo! Vão ficar todos sentados aí enquanto eu, a escrava aqui, vai pegar as coisas sozinha?!
As meninas olharam umas para as outras e fizeram um “sim” cínico com a cabeça, enquanto null abria a boca, não acreditando naquilo.
- Eu vou com você null! – disse null, rindo.
Eles foram até a cozinha e pegaram uma bandeja cheia de brigadeiro. null havia deixado eles até mesmo com as forminhas.
- Uau, null! É uma boa cozinheira! – disse null, sorrindo.
- Sim, claro! Já posso até casar! – disse e piscou para o garoto, rindo.
- Sei, sei. – Ele fez uma pausa e olhou para a bandeja – Isso parece bom.
- Você vai ver quan... – parou de falar quando viu que o menino já havia pegado um e praticamente engolido! - null null!!!!!!!!!! Não acredito que você fez isso!
- Ah, calma fofa, foi só umzinho! Nossa, isso é muito bom – disse pegando mais um.
- Ah, nem vem null! Pára! – Ela disse e depois pegou a bandeja da mão do menino, que saiu correndo para a sala gritando que a null era a melhor cozinheira do mundo.
Depois de alguns SEGUNDOS, a bandeja estava vazia e a situação era essa: null null no banheiro, null null todo lambuzado de chocolate [N/A: Uiii imaginaa um Mcboy todo lambuzado de chocolatee! *pervertida*], null null ainda comia o último brigadeiro, que ele tinha lutado para conseguir arrancar das mãos da cozinheira e null null ria alto e cantava uma música desconhecida.
- Ó céus! O que é isso? – perguntou null, incrédula.
- Eu sempre achei que chocolate animava, mas o null parece estar bêbado! – disse null, levantando uma sobrancelha e admirando o menino.
- O null roubou meu último brigadeiro!!! – choramingava null.
- Gente, acho que o null tá passando mal – disse null voltando da cozinha com a caipinhinha nas mãos e 8 copos.
- Também, a quantidade de brigadeiro que ele comeu, não era para menos. CAIPIRINHAA!!! – gritou null.
- Ahh não ! Agora não! – tentou dizer null, mas já era tarde demais... Cada um já tinha um copo em mãos e null voltava do banheiro correndo para pegar o seu.
- AHHH, acho que isso vai dar merda! – disse null.
- Eu também acho! – confirmou null.
- Ah gente, relaxa e aproveita! Olha, é como uma festinha de boas-vindas para mim!
- Cala a boca null! – disse null rindo, porém pegando o copo que o garoto oferecia.
- CARA, ISSO EH MUITO BOOOOOM – Dougie gritava, virando um copo.
- VIRA, VIRA... – os amigos batiam palmas vendo ele virar o copo.
- OK gente! – disse null entrando no clima e pegando um copo. – FESTA NÃO É FESTA SEM MÚSICA! – ela disse e em seguida pegou um CD antigo e colocou no rádio.
- Aff... que música é essa null??? Eu não conheço essa línguaa! – disse Harry, levantando a sobrancelha.
- Calma meu caro Judd! Esse é um CD de forró BRASILEIRO! – respondeu a garota.
- FORRÓ!??!?!?!?!?! – gritaram todos.
- E o que é isso? – perguntou null.
- Vem cá que eu te mostro.
- UHHHHHH! – a galera vibrava.

“Um, dois, um, dois, um dois”

- Aiii! – Ele pisava no pé dela.
- Calmaaa.... Olha... me gira agora, ok null?
Ele deu uma viradinha na menina e começaram a dançar mais no rítmo.
- Remexe null! – a menina dizia e ele rebolava enquanto ouvia a galera rindo.
- Eu querooo!!!!!! – gritavam todos.
Em poucos segundos, o CD do Calypso fazia a galera dançar... “ISSO É CALYPSOOO”
- Hey, dança comigo? – perguntou null para null.
A menina mais uma vez fez que “não” com a cabeça.
- Ahhh, por favor! – Ele insistia. Pegou na mão dela e começaram a dançar. [N/A: Ok, eu sei que forró não é muito romântico, mas imaginem uma das mÚsicas calminhas do Calypso.]
Os dois se movimentavam conforme a música. null podia sentir a respiração da menina em seus ombros. Ela temia olhar nos olhos dele, temia olhar para ele, temia ficar com ele, temia se apaixonar por ele. Ela não agüentaria sofrer de novo.
- EIIII... EU TENHO OUTRA IDÉIA!!!!!!!!!!!! – gritou null, animada. – Vamos para a rua!
- Fazer o que na rua? – perguntou Danny, desinteressado.
- Como o que? Vamos passear, dar uma volta... Sei lá! Ainda são três da tarde e a gente aqui boiando! – respondeu a menina.
Todos concordaram e então saíram a caminho da RUA! Começaram a andar todos juntos, sorriam e faziam brincadeiras uns com os outros durante o trajeto.
- Eu só queria descobrir aonde a gente vai!
- Ah, pára null! Você é um gay mesmo hein! Só faltava colocar as mãos na cintura e parar feito uma estátua no meio da rua! Típico de mulher!
- Como é que é null?? – disse null, parando como uma estátua no meio da rua, com as mãos na cintura, do jeito que null havia dito.
- Ai ai, calma null, olha: eu só estou dizendo que as mulheres fazem isso!
- Nem vem null... Você disse como se fosse um tipo de frescurite feminina!
- Mas é exatamente isso! Digo... – ele tentou se explicar quando percebeu que null corria em disparada atrás dele.
- Ahhhhhh! null, eu quero correr atrás dele também! – disse null, seguindo os amigos.
- Ai meu Deus, foi uma péssima idéia! – dizia null para os outros, enquanto caminhavam em busca de algum lugar para se sentar. Já estavam andando fazia muito tempo e estavam todos cansados.
- Ah, não null! Eles estão se divertindo!
- É verdade! E eu vou me divertir também com eles! – disse null correndo em direção aos amigos que estavam um pouco mais à frente: em uma praia!
- AAAAAAAAHHHHHHH!!!! Pára null!!!! – gritava null enquanto o garoto a pegava no colo e corria em direção à água.
Enquanto isso, null, null, null e null sentavam-se no murinho da praia e observavam os amigos jogando água uns nos outros. A sorte deles era que estava calor!
- Que casal bonitinho! - disse null vendo null e null pulando uma onda, abraçados.
- É verdade! A null e o null combinam! – disse null sorrindo.
- null, você é muito melosa! E parece que arrumou um parceiro não é?! – disse null rindo.
- É isso aí! Toca aqui null! – disse a garota estendendo a mão para que o menino batesse.
- Eu acho que a gente devia dar uma festa! – disse null, de repente.
- Quando? Por quê? – perguntou null.
- No próximo fim de semana. Para reunirmos alguns casais.
- Como é que você pretende fazer isso null?? – perguntou null se levantando e tirando a blusa para ir mergulhar.
- Vocês verão! – Ele finalizou.
- Hey null, vem comigo. – perguntou null estendendo a mão para que a menina fosse mergulhar também.
Desta vez ela aceitou. Ela disse SIM! Não tinha somente balançado a cabeça como fazia. null ficou feliz ao ver isso! Então saíram de mãos dadas, correndo para o mar.
- Outro casal – disse null, se virando para null.
- É... Aii que coisa mais linda! Dá vontade de apertar não é?! – disse ela rindo.
- Ah, claro! Aperta você porque o null eu não aperto não! – disse null olhando feio e fazendo que não com o dedo. – Só posso apertar o null! – terminou com uma voz de gay.
null ria feito uma louca. Sentou-se na areia e começou a juntar um montinho de terra. Enquanto isso, null a observava indignado.
- Vem – Ela disse para ele.
- O que você tá fazendo?
- Vem faxê castelinho de aleia cumigu null?! – Ela perguntou com uma voz de bebezinho.
Ele ria enquanto se jogava na areia ao lado dela e a ajudava a fazer o castelinho. Cada traço de null fazia null sorrir. O jeito como ela fingia ser uma criança o admirava. Ela imitava bem.
- Você poderia ser atriz, sabia!? – Ele disse num impulso.
Ela soltou uma gargalhada e disse:
- É o meu maior sonho sabia!?
Ele sorriu, maravilhado! Ela era realmente cativante!
Quando já estava entardecendo, eles resolveram voltar, haviam passado um dia especial, juntos na praia, rindo, brincando, mas já estava na hora de voltarem para casa…


IV

- Tédio, tédio, tédiooo...
- Aiii nem fala null! Eu tô cansado de ficar sem fazer nada!
- Pleno domingo e a gente aqui, vendo pela milésima vez Tristão e Isolda!
- Ainnn null e null! Vocês já estão me irritando com isso!!! – gritou null levantando do sofá.
- Ah , não é por nada não, mas está realmente muito chato! – disse null, que estava sentada na poltrona.
Ouviram a campanhinha tocar.
- Eu atendo! – disse null que já estava de pé.
- Heeey! – gritaram os meninos todos juntos.
- Meu Deus! – disse a menina abrindo a porta para que eles entrassem.
- Ai galera, eu adoro Tristão e Isolda! – disse null olhando para a TV. – Posso sentar aqui com vocês? – perguntou, apontando um lugar ao lado de null.
- Claro! – respondeu a menina.
Ele se sentou muito próximo a ela, de modo que seus corpos se encostavam e eles podiam sentir o calor um do outro percorrendo a pele. Quando ouviram todos fazendo bagunça na cozinha, perceberam que estavam á sós.
- Ei, null… Você não sabe fazer brigadeiro não?! – perguntava null lá da cozinha.
- Ah null!!!!! Páraaaaaa! – gritava null, correndo pela cozinha.
- Dude, eu tô com fome!
- É isso aí! A gente veio pra comer! – diziam null e null.
- Eu só quero ver vocês quebrarem tudo aí em cima! Ai o Sr. Peterson vai ficar um fera! null null!!!!!!!!!!!!!!! – gritava null, correndo atrás dos amigos que ainda disputavam um pedaço de torta!
- Ahhhh, o null vai me matar!!!! null!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – gritava null, do andar de cima.
De repente, null e null, que escutavam tudo atentamente, ouviram uma porta batendo, null gritando, uma bacia caindo no chão, null e null pulando no andar de cima...
- Nossa! Eu acho que eles estão fazendo a maior BAGUNÇA! – disse null com medo.
- Relaxa null! Depois eles arrumam tudo!
- OK, mas não acho que a gente vá conseguir assistir o filme com essa barulheira.
- Tudo bem! Eu já assisti mesmo – disse null ouvindo gritos no andar de cima e mais uma vez batidas de portas.
- AQUI SÓ TÊM LOUCOS! – disseram os dois juntos.
Então, seus olhares que até o momento não haviam se encontrado, cruzaram-se.
- A gente sobrou – disse ele, com uma voz fina, olhando para a garota.
Por um instante, ela pensou estar se aproximando dele. Por um instante, ele pensou ver um sorriso em seus lábios e estar a ponto de beijá-lo. Porém, isso não aconteceu.
- E aí galera, vamos fazer o quê? – perguntou null, sentando-se próximo.
- Eu não sei – respondeu null, voltando do quarto. – Ainda tenho que estudar química! – e bufou, sentando-se.
- Ei, eu prometi te ajudar, esqueceu?! Vamos lá! Pega suas coisas que eu te ajudo. – disse null para a menina.
Ela o olhou, desconfiada, mas depois resolveu ceder. Seria pior se ela fosse mal na prova, já que sempre fora a melhor aluna da sala, e além disso, null a deixava feliz.
- Tudo bem – respondeu, subindo as escadas para pegar as coisas no quarto.
null estava jogando vídeo-game, empolgada, ganhando de null.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHH GANHEI DE NOVOOO!!! – Ela gritava.
- Nem vale null! Você roubaa!
Ela mandou a língua para ele e se sentou novamente esperando o próximo rival. null olhou para ela. Quem sabe?! Só uma partidazinha não mata! A menina fez sinal para que ele sentasse ao seu lado e começaram a jogar.
Vinte minutos depois, e lá estava null, olhando para seu “professor” ganhar animado de mais um rival! Ela estava sentada, fingindo estudar, sozinha em uma mesa na sala de estar vendo tudo de longe. Como null ria com os amigos, como ele dizia que era um “gatão”! Como ele gritava com null que tinha deixado a bacia de salgadinhos cair e sujar tudo...
- Caramba seu desastrado! Você é demente null? O Sr. Peterson vai matar a gente! – dizia ele apontando o dedo na cara do amigo, que levantava a sobrancelha e se abaixava para limpar a bagunça. null deu uma pequena risada com aquilo, pelo menos null sabia que o Sr. Peterson não gostava de ver bagunça!
Enquanto isso, ela pensava naquilo que sempre pensara: nunca seria boa o bastante! Ele deveria até mesmo ter uma namorada! Ela nunca seria boa o bastante para ele! Porque é óbvio que ele estava fora do alcance dela. Ela sabia que estava perdendo tempo, pois ele nunca seria dela e ela sabia que nunca seria boa o bastante para ele!
Ela tinha que fugir dali. Não agüentaria ver aquilo. E porque estava pensando tanto nisso?? Só porque ele tinha prometido que a ajudaria e não ajudou?
Então ela saiu correndo, subiu as escadas. Estava decidida a tirar seu violão do aposento! Ela precisava tocar o que sentia.
null, que até o momento estava conversando com as outras meninas e null sobre a “festa” que dariam no próximo fim de semana, reparou que a amiga corria escada acima, mas por mais que quisesse ir falar com ela, sabia que null gostava de ficar sozinha nesses momentos. No dia seguinte null prometeu que falaria com ela.

Depois de mais alguns minutos de vídeo-game e BAGUNÇA, a coisa que mais acontecia naquela casa, null teve que tomar uma atitude. Precisava conversar com null e com aquele monte de gente lá, ela nunca conseguiria!
- GALERAAA... SEGUINTE! VOU TER QUE EXPULSAR VOCÊS! O SR. PETERSON JÁ DEVE ESTAR CHEGANDO E SE ELE VER ESSA BAGUNÇA A GENTE MORRE, CERTO?! – disse a garota, gritando, para que todos pudessem ouvir.
- Você ta expulsando a gente null?? – perguntou null, cabisbaixo.
- Sim, null! Ela está! Mas antes, todo mundo ajudando a arrumar essa bagunça ok?! – disse null, ajudando a amiga.
- Isso mesmo! – disse null, pegando vassouras e panos para começar a arrumação.
Entregou uma coisa para cada um e eles começaram a arrumar tudo. Aquela casa estava realmente uma zona!
Foi só neste momento que null notou a falta de null, e também só nesse momento lembrou que tinha de ajudar a garota.
- Ai meu Deus! – gritou ele.
- O que foi, dude? – perguntou null.
- Nada, esquece null! Eu já volto ok?! – disse null correndo escada acima e deixando null sem entender nada.
- O que houve? Fugindo do trabalho? – perguntou null chegando perto dela.
- Você quer a verdade null?? – perguntou null, olhando para ela, com uma cara tristonha.
- Eu não sei se você percebeu quando null subiu correndo as escadas.
null pensou por alguns instantes. Estava entendendo e não sabia por que, mas sentia um prazer imenso em dividir o que sabia com null.
- null, eu vi. Ele tinha dito que a ajudaria, mas estava jogando vídeo-game.
- Exatamente.
- Mas eu conheço a null e ela não iria gostar se ele fosse falar com ela agora. Era melhor esperar até amanhã.
- Sim, mas foi mancada do null! – disse null, olhando para o chão.
- É...

Um tempo depois, os garotos foram embora.
- Ahhh, enfim paz!
- Que isso ?! Até parece que você não se divertiu! – disse null, sentando-se ao lado da amiga.
- Eu não! Aqueles garotos são infantis, isso sim! Poucos se salvam!
- Sei, sei... – disse null, revirando os olhos. – Os únicos que prestam são null e null não é?!
- null!??!?!?!?!?! – gritou null se retirando da sala e subindo para seu quarto.
null ao ouvir aquilo se assutou. Será que a amiga estava a fim de null?!

null já estava a algum tempo pedindo que null abrisse a porta, mas a garota estava muito concentrada em seu violão para QUERER abrir a porta. Por fim, null desistiu e foi para seu quarto, que era ao lado do da garota.
Lá de dentro, sentado em sua cama, o garoto podia ouvir as cordas que a menina dedilhava e pequenas frases que ela cantava junto com a música.
- ‘Cause obviously, he’s out of my league, I’m wasting my time ‘cause he will never me mine, and I know, I never will be good enough for him…
null respirava fundo. Se aquilo não era para ele, sentia muito, mas se fosse realmente para ele, era a coisa mais linda que ele já ouvira e também a coisa mais linda que já haviam feito para ele. Adormeceu, ouvindo a garota tocar outra musica que ela parecia gostar muito. “I miss you” do Blink 182.

Segunda-feira. Dia de escola! Era a primeira terrível coisa que chegou aos pensamentos de null naquela manhã. Mas logo em seguida um pensamento que parecia ser pior invadiu sua mente: null estava gostando de null! E para maior desespero: ela havia sonhado com isso. Sonhado com null! Mas a péssima manhã de null ainda queria piorar: null, uma de suas melhores amigas estava mal. E ela precisaria achar forças para ajudar a amiga.
- Bom dia! – disse null para null logo que a menina apareceu na porta da cozinha.
- Cadê a null?? – a garota perguntou estranhando.
null sempre era a primeira a acordar, null sempre era a segunda, mas depois que null chegou, ele passou a ser o segundo. Então, pelo costume, null já deveria estar acordada e fazendo um enorme prato de cereais de chocolate com leite para ela e para null, já que o garoto também adorava esses cereais.
- Não sei! Ainda não acordou! – Ele disse tristonho – E acho que hoje eu vou ficar sem cereais de chocolate com leite.
- null - a garota soltou um risinho – Você pode muito bem fazer seus cereais!
- Não quero! Quero que ela faça! E quero que ela venha comer comigo!
null e null respiraram fundo juntos e ela continuou:
- null, você sabe que errou ontem não é? Ela estava te esperando para ajudar.
- Eu sei null! Dormi mal ontem, a minha manhã está estragada então, por favor, sem sermões! O Sr. Peterson chegou ontem muito tarde e ainda foi me acordar para “conversar”.
- Conversar sobre o que?
- Ah, sei lá... Ele queria saber se eu estou gostando e tudo mais.
- Hum... E o que você disse?
- Que sim é claro! Mas, olha... Eu tô adorando ficar aqui com vocês sabe, eu estou me divertindo pra caramba, tenho certeza que os meninos também... Só que...
- Só que, o que null?! – perguntou a garota, chegando perto dele.
- Eu não sei.
Ela pegou na mão do menino e sorriu. Talvez ele estivesse arrependido pelo que fez com null, e isso era bom pois ele mesmo falaria com ela e ficaria tudo bem!
- Vá falar com ela null! Ela precisa saber que você fez sem pensar.
- Mas o que eu fiz não tem desculpa null!
- Eu sei, mas muitas coisas na vida não têm desculpa! Ela vai te entender! Ela não é um monstro null!
- Eu sei – disse o garoto, sorrindo.
Ele deu um abraço em null e subiu as escadas em direção ao quarto. Falaria com null na escola, mas agora tinha que se arrumar.


V

A escola nunca fora a melhor parte da vida para nenhum dos indivíduos dessa história, pelo contrário, eles só iam à escola por pura obrigação, mas desde a chegada de null na república, as coisas tinham mudado um pouco, já não era tão entediante...
Na hora do intervalo, cada um se ocupava de algo. null e null sempre se ocupavam de encher o saco um do outro:
- Eu queria saber por que você come tanto?! – perguntava o garoto a ela enquanto pegavam a comida.
- null, sou eu que vou comer certo?!
- Eu sei, mas é que a maioria das garotas da sua idade morre de medo de ficarem gordas! É legal ver que você não ta nem aí pra isso – respondia ele sorrindo.
- Ótimo null! Come também! – dizia ela enfiando um pedaço de salgado na boca do menino.
Eles riam um da cara do outro enquanto falavam besteiras ou ficavam observando os outros.
null e null, se ocupavam em se bater. Sim, era soco pra lá, tapa pra cá... Pareciam crianças. Crianças felizes eu diria.
- null! Você não têm escrúpulos! Que coisa ridícula! Tira esse palito do nariz.
- Ah, null não enche! Eu sei que você me acha mó gatão de qualquer jeito.
- Gatão?! Você?
- Claro! – e piscava para ela – Mas olha só, tem alguma coisa nesse seu refrigerante... Deixa eu ver...– e corria com o refrigerante da garota nas mãos.
- null! Eu vou te matar seu moleque!
- Vem, vem, quero ver se você consegue! – ele dizia, com um sorriso malicioso e se afastando da garota.
- Ah, agora eu te pego! – Ela gritava correndo atrás dele e derrubando tudo o que via pela frente.
Na maioria das vezes eles terminavam se batendo ou fazendo cócegas um no outro. Às vezes, essas cócegas não terminavam bem! Se é que vocês me entendem...
null, null, null e null sempre ficavam assistindo a bagunça de null e null ou vendo null e null conversarem sobre coisas bem, digamos, estranhas. Eles nunca foram muito de conversar e null estava começando a achar que aquela galera era muito infantil para ela. Porém, naquele dia, tinha algo estranho no ar... null precisava conversar com null, mas não sabia como e nem quando faria aquilo! Decidiu falar com a garota naquele momento. Estavam todos entretidos com alguma coisa, então ele precisava falar com ela.
null por sua vez não queria conversa. Tinha ignorado null o dia inteiro e estava começando a pensar que ele nem notara quando o garoto pôs suas mãos sobre os ombros da menina e a chamou para sair dali. null sentia um frio imenso na barriga e vontade de sair correndo dali, ou então vontade de abraçá-lo. Ela não sabia por que, mas tinha vontade de beijá-lo.
- null a gente precisa conversar!
A garota acenou um “sim” com a cabeça como sempre fizera.
- Sim? Quer dizer, você não vai me chutar e me mandar pra’quele lugar?!
Ela mais uma vez acenou um “não” com a cabeça. null olhou para null que via tudo do banco perto da quadra, onde estava sentada com null observando e reclamando dos jogadores de futebol. A garota sorriu para ele e fez sinal para que ele fosse conversar com null. Ele pegou na mão da garota e a levou até o jardim da escola onde ficavam os mais nerds e sentou-se em um banco com a garota.
- null, o que está acontecendo? – perguntou null vendo null e null saírem.
- Ora, ora null! É a primeira pergunta interessante que você faz hoje! – dizia a garota, rindo.
- É por causa de domingo né?! – perguntou o menino sério.
- Sim, null! – disse ela, parando de rir e olhando novamente nos olhos dele. Aqueles olhos a deixavam com tanta segurança. Ela se sentia bem. Era um olhar carinhoso e que brilhava como a luz do sol num entardecer do campo. null se sentia em casa e tranqüila perto de null...
- Ele está estranho – o garoto quebrou o silêncio.
- Por quê?
- Ele nunca faria isso por alguém sabe?! Tipo, ele magoou ela e ele esta se desculpando agora. O null null de antes não se desculparia com garota alguma! – dizia null, novamente sorrindo.
- Sabe null, eu acho que ela o cativou.
- Captived by the way you look, tonight the light is dancing in your eyes, your sweet eyes! - null cantava estalando os dedos e se movendo como se dançasse.
null estava maravilhada. O menino realmente tinha talento. Ele parecia ser um príncipe, e isso a preocupava. Como poderia existir alguém tão perfeito? Teria que encontrar algum defeito nele. E logo.
- Que lindo null! – Ela dizia com a mão na boca. Estava prestes a agarrá-lo a qualquer momento – Ei, você ainda me deve a banda tocando! Eu já fiz o brigadeiro e a caipirinha! E TE ENSINEI A DANÇAR FORRÓ! COISA QUE NEM EU SABIAA! – eles riam lembrando-se da cena.
- Ok, Ok... No próximo fim de semana a gente toca tudo bem?! Mas eu nunca vou esquecer do null dançando forró… Muito hilário!
Os dois riam abobalhados.
- E você, null?? – perguntou a menina, ficando séria e o observando.
- Eu o que?
- Você faria esse tipo de coisa para alguma garota? – perguntou ela, em tom de superioridade.
- Me desculpar, voltar atrás... Coisas assim? – ela afirmou com a cabeça e ele continuou – Se a garota valesse a pena, com certeza eu faria.
- Humm... E que tipos de garota valem a pena para você? – ela sorria vendo que o menino ficava envergonhado.
- Garotas como... – ele parou por um instante. – Como você, null! – terminou, ficando muito vermelho e reparando que a menina também ficava vermelha. null começou a se aproximar da garota, esperando por um beijo. Ela também se aproximava e sorria, tentava olhar nos olhos dele, mas tinha medo que seu coração saísse pela boca de tão forte que ele batia.
null encostou as mãos na bochecha da menina, que segurou a mão dele, fazendo carinho. Colocou suas próprias mãos no rosto dele e apertou as bochechas... [N/A: Se no seu caso for o Tom isso tem que incluir a covinhaa!!!] Ele era macio. Suas respirações se encontraram formando um só ciclo. Olharam-se nos olhos, a ponto de sorrirem um para o outro...
O sinal tocou e null e null apareceram:
- Aii, vamos logo pra sala! Eu quero ir pra casa... Isso é entediante! – dizia null, bufando!
- Ahh, cala a boca garota! Você que é entediante! – dizia null vindo logo atrás.
null e null viraram-se rapidamente e ainda com a respiração falha, levantaram-se e foram junto com os amigos para a sala.
- Aii, null, eu não agüento mais esse menino! – dizia null, baixinho para que só as duas pudessem ouvir.
- Ah, , parece mais que você tá apaixonada!

- null, olha, tá tudo bem! Desculpa ta! Eu sei que não deveria te colocar nos meus problemas, eu posso muito bem estudar química sozinha! – dizia null, sem pensar no que falava.
- null pára! Eu quero te ajudar. Eu me ofereci pra te ajudar! Eu vou te ajudar! – gritava null. A menina olhava estática para ele e estava prestes a chorar - null, me desculpa tá legal?! Eu não devia ter te deixado! Você não merecia aquilo. Desculpa ta?! Eu quero te ajudar... – continuou o garoto, esperando alguma resposta.
- null, ninguém gosta de mim. Eu sou a “estranha” da turma. Não preciso de pena, nem dó! – Ele levantou o olhar e os olhos dos dois se encontraram – Eu - não - preciso - de - você! – disse a menina, devagar e compreensivamente, depois saiu correndo para dentro da sala.
null a observou ir embora. Ele tinha que ir atrás, não queria deixar null! Ele estava disposto a conseguir se aproximar da garota nem que fosse a última coisa que tivesse que fazer, mas não naquele momento. O sinal havia acabado de tocar e ele precisava ir para a sala se não quisesse ficar com falta.

null tivera um péssimo dia. Os únicos momentos que a deixavam felizes eram os que ela passava perto de null. Ela não tinha e nem queria mais esconder isso de si mesma. Estava se apaixonando... E ele era tão fofo! O jeito como sorria ou falava bobagens perto dela. Ela se sentia bem, mas precisava saber o que estava acontecendo com null. Estaria a amiga apaixonada por null?!
A tarde da garota estava entediante. Mas uma vez, a república estava quieta, silenciosa... A ausência dos meninos agora causava tédio. No andar de baixo se encontravam null, null e null que conversavam sobre os preparativos para a festa de sábado e também sobre o fim de semana na praia que estava programado desde o começo do ano pelas meninas. Era aniversário de null e a garota queria um fim de semana na praia com as amigas, mas agora estava disposta a aceitar os meninos, como se fosse um grande esforço para ela.
Já no andar de cima, null estava sentada em sua cama, tocando violão como sempre e null no quarto do lado a ouvia. Ele não agüentava mais! Precisava ir até lá, cantar com ela, tocar com ela...
Pegou o violão que continuava guardado desde o dia em que o garoto havia chegado e foi até o quarto da menina.
Ela o olhou, estranhando. Voltou a olhar para o violão e dedilhava cordas que nem ao menos ela tinha noção de quais eram, só queria que o perigo saísse dali, queria que null null, por quem ela estava se apaixonando, saísse dali.
- Eu não vou sair daqui se é o que quer – disse ele, chegando perto e sentando-se ao lado da menina – Quero tocar com você null!
Ela não disse nada, apenas ouvia o menino tocando alguma música que ela não conhecia. Ele a olhou sorrindo e começou a cantar:

Well I met this girl, just the other day,
I hope I don't regret, the things that I said now
And when we're laughing and joking with each other now, I’m glad I met this girl
She didn't walk away,
I think she was impressed and was having a good time,
And when we're laughing joking with each other,
Spending all our time together...

When she walks in the room my heart goes boom!
Ba ba ba ba ba da ba,
I tried to take her home but she sad,
You're no good for me...

She's got a pretty face, such a lovely name,
I don't want my friends to see, they might take her away from me,
She's one I won't forget, in a long long long time,
Now I really want the world to see,
That she is the one for me,

When she walks in the room my heart goes boom,
Ba ba ba ba ba da ba
I tried to take her home but she said:
You're no good for me!

The first time that I saw her she stole my heart,
And if we were together, nothing could tear us apart,

When she walks in the room my heart goes boom
I tried to take her home but she said: you're no good for me

When she walks in the room my heart goes boom,
Ba ba ba ba ba da ba
I tried to take her home but she said you're no good for me

Ba ba ba ba ba da ba


null ria, afinal ela não sabia o que fazer. null cantava e fazia caretas deixando um brilho inconfundível nos olhos da menina.

- Hey garota, quando você passa na sala meu coração faz booomm! – disse ele sorrindo.

- Ok, . Seguinte, semana que vem a gente vai para a praia. A nossa festa de sábado pode ficar só entre nós mesmo e a básica caipirinha de sempre! Chega de tirique-tique, só uma coisa básica, vocês não acham? Eu acho que a gente deveria só ficar por aqui mesmo e assistir fil...
- Shiu null! Meninas, tem alguém tocando violão! E não é a null! – disse null no andar de baixo.
- null!!!!!!!!!!! – disseram as três ao mesmo tempo.
As meninas começaram a subir as escadas nas pontas dos pés e olharam para o quarto de null que estava com a porta aberta. Discretamente, elas se encostaram na parede ao lado da porta para escutarem null tocando.
- Aii, null, eu não sei nem o que falar! A música é linda!
- Você também é linda princesa! – disse o garoto sorrindo e fazendo a menina corar.
- AAAAHHHH QUE COISA MAIS FOFAAAA!!!! – disseram as meninas entrando juntas no quarto!
- A null tá muito vermelha! – disse null pulando em cima da amiga, que estava ainda mais vermelha por saber que as meninas haviam escutado tudo.
- AAAHHHH AMIGAAA! TÁ PODENDOOO! – gritou null pulando em cima da amiga também!
- Hey null você toca muito bem! – disse null chegando perto do menino. – Conquistou a gata! – continuou num tom que só os dois ouvissem.
- Não sei não null,mas to chegando lá! –disse ele piscando para a amiga.
- PESSOAL CHEGUEI!!! E PRECISO ALMOÇAR! – gritou Sr. Peterson do andar de baixo.
Rapidamente, todos desceram e se sentaram à mesa para a chamada “refeição em conjunto”, porque somente naquele momento todos estariam juntos.
Sr. Peterson falava sobre suas aventuras mirabolantes em uma das caçadas e todos riam das “verdades bem verdadeiras” que o Sr. Peterson contava.
null olhava null e null olhava null. Se alguém souber qual o último número existente me avisem, pois era esse o tamanho do sorriso dos dois! [N/A: =DDD que coisa fofaa... Mas, kdê eu e meu favee?! =// Callllmaa gentee... prometo que vai melhorando! ;)]

Terça-feira. Rotulado por “dia da preguiça” para os habitantes de uma república da pesada! null, como sempre, fora a primeira a acordar:
- BOM DIAA! – disse null sorrindo para a garota enquanto ela comia seus fabulosos cereais de chocolate com leite. Ela se levantou, foi até o garoto e o beijou na bochecha. “OWW, NÃO! EU NÃO ACREDITO QUE ELA FEZ ISSO!”, pensava null. Aquela foi realmente uma atitude inédita da parte de null null.
- Bom dia null – Ela ainda disse bom dia!
Pegou mais uma vez a caixa de cereais e o leite e colocou em um prato entregando ao garoto. Os dois comiam em silêncio, até que null entrou na cozinha, se espreguiçando e dizendo:
- Bom dia cambada! Hoje é o dia da preguiça, então a gente vai ficar aqui e fazer nada a tarde toda ok?!
- Que tal se a gente chamasse os meninos null? – perguntou null.
- ÓTIMA IDÉIA! – respondeu a menina.

Depois da escola, foram todas para a república, talvez não fosse uma tarde tão tediosa!
- Ok! O que você prefere: sorvete de limão ou de creme? – perguntava null à null enquanto eles estouravam pipoca para a galera.
- Hummm, creme! – respondia o menino, pegando a panela e chacoalhando um pouco. – OOOOOUUUUCCCCHH! – gritou o menino.
- null! O que houve??? – perguntou null chegando mais perto e vendo o dedo do menino inchado.
- Droga! Me queimei! – dizia o menino enfiando os dedos na boca. null ria da cena.
- Por que você ta rindo?! Acha mesmo engraçado!?
- Ah, null, mas você lambendo esse dedinho foi hilário!
- Ahhh é?! Quer ver só?! VOU TE PEGAR! – gritou ele correndo atrás da menina pela cozinha inteira.
- PÁRAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – gritou ela, virando-se de frente e segurando a camisa do menino.
Ele parou violentamente e caiu por cima dela. Os dois se olharam por alguns segundos e desataram a rir. Riam tanto que quando a crise passou, a barriga doía e ficaram lá, caídos no chão, um ao lado do outro.
- null… - disse a menina, se virando para vê-lo de lado.
- Oi...
- Vem comigo, eu dou um jeito nesse seu dedo!
- Ok!
Os dois se ajudaram a levantar e null pegou o kit de pronto-socorro no armário. Virou-se para null e avisou que doeria um pouco. Ela passou uma pomada e depois pediu que ele segurasse uma garrafa de água gelada. Ele a observava, “Ai céus, como é linda!”, pensava.
- null, nós vamos tocar no sábado!
- Ok! Mas vocês já sabem que só estaremos nós aqui não é!? Ninguém mais.
- Então a pessoa que eu mais quero que me veja tocando estará aqui.
- Ui, Ui, Uiii null! Quemm?
null fez biquinho e fez sinal de “não” com a cabeça.
- Não conto! Você vai descobrir – disse ele piscando para ela.
null chegou a pensar que pudesse ser ela. “Ah, mas que besteira... Deve ser a null”, pensava a garota. Pensava errado.


VI

Enfim chegava o fim de semana. A animação na república estava a todo vapor, afinal, as meninas ouviriam pela primeira vez a banda.
null arrumava o último quarto da casa para colocar os instrumentos e quando null, null e null chegaram, eles terminaram de arrumar o som e a bateria.
Harry pegou suas baquetas, sentou-se no banquinho e esperou a contagem de Danny:
- 1, 2, 3, 4!

Went out with the guys
And before my eyes
There was this girl and she looked so fine
And she blew my mind
And I wish that she was mine
And I said 'hey wait up 'coz I'm off to speak to her'

And my friends said
(You'll never get her, you'll never gonna get that girl. . .)
But I didn't care
'Coz I love her long blonde hair
And love was in the air
And she looked at me
And the rest was history
Dude you're being silly 'coz you're never gonna get that girl
And you're never gonna get that girl

We spoke for hours
(She) Took off my trousers

Spent the day laughing in the sun
And we had fun
And my friends they all looked stunned
Dude she's amazing and I can't believe you got that girl

And my friends said
(She's amazing, I can't believe you got that girl. . .)
It gave me more street cred
I dug the book she read
How can I forget
That she rocks my world
More than any other girl
Dude she's amazing and I can't believe you got that girl
And I can't believe you got that girl

She looked incredible
Just turned 17
I guess my friends were right
She's out of my league
So what am I to do?
She's too good to be true

But three days later
Went 'round to see her
But she was with another guy
And I said 'fine'
But I never asked her why
And since then loneliness has been a friend of mine

And my friends say
(Such a pitty, I'm sorry that you lost that girl. . .)
I let her slip away
They tell me every day
That it will be okay
'Coz she rocks my world
More than any other girl
Dude it's such a pity and I'm sorry that you lost that girl


- ÊÊÊÊÊÊ… QUEE LIIIIINDOOO!!!! – gritavam as meninas, batendo palma para eles.
null saiu correndo e abraçou null, que sorria, vendo que a menina não o odiava tanto assim.
- Seu bostinhaaa! UHAuahuHAhHA... Foi liindo! – dizia ela, sorrindo.
- Bostinha null?! Não tem apelido melhor não?! – perguntava ele sem graça.
- Não!
- Aiii, gentee... Agora chegou a hora de comeeer!!!!! – gritava null para que todos ouvissem.
Saíram todos para a sala, esperando que, como sempre, null e null buscassem as coisas.
- E aÍ, o que você preparou desta vez? – perguntou ele, chegando perto da menina.
- Lasanha! – disse ela sorrindo, depois olhou para baixo.
- null, você descobriu? – perguntou ele, segurando o queixo da menina para que ela o olhasse nos olhos.
- O que null?
- A pessoa que eu mais queria que me visse tocando? – Ele disse com uma cara fofa, chegando perto da menina, muito, muito, perto da menina.
- Ah, null, sabe, eu não sei se essa é uma boa pergunta pra se fazer... – enquanto ela falava o menino a segurava pela cintura, virando-a para si. A garota tremia – Ah, talvez seja a null?! Ou não... Bem, pode ser um GAROTO null!? – null passou suas mãos pela cintura da menina. Ela ria sozinha, enquanto ele a apertava e sorria maliciosamente – Bom, porque se puder eu acho...
- Hey garota! Eu só quero que você fique quieta, porque essa é a parte da história que a gente se beija! – disse ele, selando seus lábios nos dela.
null a beijava como nunca havia beijado ninguém. Apertava a cintura da menina enquanto ela passava as mãos pelo rosto dele suavemente. Os dois se olharam por um segundo e sorriram. Ela apertou forte a bochecha do menino que exclamou um “ai” baixinho e voltou a beijá-la. Ela bagunçava os cabelos dele e ele mordia os lábios dela. Os dois estavam em perfeita sintonia. Nenhum erro, nenhuma falha.
Quebraram o beijo, já sem fôlego e sorriam como nunca. null mordeu a bochecha do menino e respirou fundo.
- HEYYYY... A NOSSA LASANHAA!!!! - null gritou da sala.
- Eu acho melhor a gente ir – disse a menina pegando os pratos e esperando que ele pegasse o resto das coisas.
- Ok! Mas isso não termina aqui Senhorita null!
Ela ria e caminhava em direção à sala.

- Aii to satisteito! – disse null passando a mão na barriga.
- Também null, não tinha como não estar! Você comeu pra caramba! – disse null que já estava sentada no sofá-cama da sala junto com os outros, esperando que null terminasse de comer seu 3º prato de lasanha.
- É porque a null é uma ótima cozinheira! – respondeu ele, sorrindo.
- Ok Ok... agora o que a gente vai fazer?! – perguntou null.
- Que tal se a gente bebesse?!
- Ahh não! Nem vem null! – disse null fazendo sinal de não com o dedo – Depois a gente bebe... Que bando de alcoólatras!
- Ta. Então vamos pra praia? – perguntou null mais uma vez dando idéias mirabolantes.
- EU TOOOPOO! – gritaram null e null ao mesmo tempo.
- Ok, mas leva a cachaça... – disse null piscando – Hoje a gente vai soltar as galinhas! – disse ele com um sorriso idiota.
- Soltar a franga null! – disse null com ar de adulta.
null sempre fora assim. Por ser a mais velha, sentia-se superior a todos. Mas ela estava odiando muito null null, de modo que parecia que o ódio estava virando algo mais.
Saíram em direção à praia, felizes e saltitantes. Bem, nem tanto. Como sempre, null e null se batiam ou faziam cócegas um no outro:
- null, você tá me deixando sem fôlego! – gritava a menina.
- UUUUUUUUUUUUUUUUUUUHHHHHHHHHHHHHHHH null! O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO COM A GAROTAA AI ATRÁS? – zombava null que até o momento conversava com null sobre musica. Aliás, eles pareciam ter os mesmos gostos, e isso acabava forçando null a parar de esconder seu sorriso a cada palavra do menino.
- CALA A BOCA null! – berrava null, rindo e batendo em null ao mesmo tempo.
- Hey, não quer fazer castelinhos hoje? – perguntou null para null logo que eles chegaram à praia. Todos os outros já se encontravam fazendo alguma coisa: null, null e null estavam no mar, null e null estavam em um quiosque tomando sorvete e conversando enquanto null observava null no mar. “Idiota!” Pensava ela.
- Não! Desta vez eu quero ir pro mar – respondeu null sorrindo para null.
null levantou a sobrancelha e fez uma cara não muito boa.
- E você não quer que eu te acompanhe né?! – perguntou ele.
- Claro que sim! – disse ela, correndo e pegando na mão do menino.
- Ei, ei, calma... Aii não é melhor a gente ficar aqui não!? Deve estar fria!
- Deixa de ser uma BIXONA null! – disse ela piscando para ele, que rapidamente tirou a camisa e correu para a água com ela.

null ria de mais uma piada idiota que null contava. Estavam todos jogados na areia, às 2 da manhã, bêbados e ouvindo null contar piadas.
- Hum null, eu acho que as suas piadas não estão muito animadas não! – dizia null rindo.
Todos gargalhavam e gritavam. Não tinha mais ninguém por lá e somente duas pessoas não estavam bêbadas: null e null.
- Hey, hey! Eu tive uma idéia! – dizia null que estava muito animada.
- Conta , conta! - null dizia, batendo palminhas.
- Seguinte, a gente aposta corrida, aí quem ganhar vai ter que beijar quem perder!
- Ah, null isso é bobo! – disse null.
- EU QUEROOO!!!!! – gritavam os meninos.
- Eu acho que não é bobo não null! – respondeu a menina.
Todos se posicionaram lado a lado.
null olhava para null e sorria. Depois do beijo que eles tiveram, não conseguiam mais parar de se olhar.
- UM, DOIS TRÊS E JÁ! – gritou null correndo em disparada.
Alguns segundos depois, null e null disputavam o primeiro lugar. Eles correriam até o fim da praia. O caminho não seria enoorme já que não faltava muito, mas as meninas estavam ficando para trás.
null e null eram as últimas. Não seria ruim se null perdesse e null ganhasse, porém...
- null PERDEUUU!!!! – gritava Dougie, vendo que null acabava de chegar e a outra vinha se acabando de cansaço atrás.
- Ok, Ok, mas enfim, quem ganhou?! – perguntou ele logo que chegou. Queria saber quem ela teria que beijar...


VII

- Aff... Que droga! Eu não ganhei! – disse null nervoso pois o que mais queria era beijar null aquela noite.
- Cala a boca null! Não quero saber quem não ganhou! Vamos, digam, quem eu terei que beijar? – perguntou a menina, alterando a voz.
Enquanto isso, null sentava-se na areia. Preferia estar sentada caso recebesse a notícia de que uma de suas melhores amigas teria que beijar o cara por quem ela estava se apaixonando! “Por favor, que o null tenha sido lerdo e tenha perdido! Por favor...”. Pensava ela, com suas mãos cruzadas.
- null... - null perguntou num sussurro sentando perto da amiga – O que foi?! Por que ta tão nervosa?
- null, eu não sei por que, mas não quero que a null beije o null de forma alguma!
- O QUE? – disse a menina um pouco mais alto.
- Shiu, null. Deixa o null me responder! – disse null.
- Olha , foi você que inventou essa brincadeira, então não pode ficar com raiva. Pelo menos não foi uma garota! Tudo bem que pode se esperar de tudo dessa pessoa que ganhou já que ela é uma BICHONAA, mas...
- Hey null, vamos parando por aí, ok?! – disse null muito irritado, pois o que ele menos conseguiria aturar, seria beijar null.
- Você null!?
null gelou. Suas pernas tremiam e ela só conseguia pensar, além de que foi uma ótima idéia ter sentado, em como ele poderia?! Não! Eles tinham acabado de se beijar. Ela e null! E agora ele estaria beijando null, sua amiga... Na frente dela? Ah não, seria demais para ela.
- Olha, a gente vai pro mar ok!? Não estamos a fim de ver null null e null null se beijando! – disse null se levantando e puxando null com ela – Vamos para o mar amiga?! – disse ela sorrindo disfarçadamente.
null seguiu a amiga sem nem ao menos lembrar seu nome. Ela estava torturada e o pouco de álcool que tinha bebido estava fazendo muito efeito. Aquele tipo de efeito que te deixa completamente depressiva e te faz contar toda a sua vida para alguém que nem ao menos conhece.
As duas caminhavam sob o olhar de todos, inclusive o de null, que segurava um choro ardente e seu peito só de ver a cara que null fazia. Ela provavelmente nunca entenderia que aquelas eram as regras da brincadeira.
null aproveitou para salvar mais alguém. Pegou null pelo braço e o puxou junto a caminho do mar. Ele estava completamente bêbado para lembrar do que null falaria no dia seguinte.

null bebia mais e fazia desenhos na areia. Nem ao menos escutava o que null e null diziam.
- null, você está apaixonada?? É isso que está me dizendo?! – perguntava null vendo a amiga chorar e lhe contar tudo o que havia acontecido desde que achara null o mais bonito dos quatro – Mas null, você sempre teve paixõezinhas de leve e nunca tinha chorado por elas. Muitas não deram certo e eu nuca te vi como estou te vendo. Você precisava ver a sua cara. Estava muito branca. Chegava a dar medo.
- null, eu tô apaixonada de verdade – dizia a menina entre soluços. Imaginava null e null se beijando. Imaginava eles fazendo o que há poucas horas ela havia feito com ele.
null não entendia o desespero da amiga. Ela nunca havia visto null daquela maneira. Nunca na vida null choraria por qualquer homem se quer. Mas o que estava acontecendo afinal!? Ela estava realmente se apaixonando?

null se aproximava numa aceleração abaixo de zero. O que ele mais queria era fugir dali, correr junto com null para o mar e beijá-la mais uma vez. Aquele fora o melhor beijo de sua vida, daqueles que é impossível esquecer! Porém, ele tinha que fazer aquilo. Eram as regras do jogo. Maldito jogo! Afinal, por que ele correu tanto mesmo?! Pra que se esforçou para ganhar? Ah, sim... Tinha esperanças de que null perdesse. Mas não era ela a garota que estava na sua frente. Não era null null a garota que agora o beijava.
A língua de null se encontrou com a de null e o garoto achou que já estava indo longe demais. Separou o beijo num impulso e observou os amigos que riam e ao mesmo tempo corriam para o mar.
null e null se olharam. Depois, cada um seguiu para um lado. Ela juntou-se aos amigos no mar e ele foi para casa. Talvez fosse melhor conversar com null no dia seguinte.
Mas null não contava que no dia seguinte ficaria com a pior ressaca do mundo e nem ao menos conseguiria sair de casa, assim como todos os outros.


VIII

Mais uma vez, a manhã de null começou péssima, mas dessa vez estava MUITOO péssima. No dia anterior, ninguém havia saído da república, nem mesmo o Sr. Peterson que chegara logo cedo e deitara junto com os outros para assistir filme o dia inteiro. A ressaca matava null, null e null de dor de cabeça, porém, o que matava null era não conseguir parar de pensar em null e null.
Na manhã de segunda-feira, ela estava certa de que nada melhoraria e também de que nada pudesse piorar. Mas algo piorou.
Ao chegar à escola, seu olhar encontrou o de null que imediatamente se aproximou para cumprimentá-la. Ela não iria ser mal-educada na frente de todos. Cumprimentou o garoto e seguiu para as salas. Já null somente o fuzilou com os olhos e seguiu a amiga. Uma cena que deixou null com uma cara estranha e como se isso não bastasse, document.write(Dougie) null pegou nas mãos de null e de null e as grudou, como se fizesse um favor para o novo casal. Fez isso na frente de todos. null e null também. Dois dos que não gostaram nada desse novo “casal”.
- O que foi null!? Está apaixonado também? – perguntou null ao amigo enquanto eles entravam na sala. Seria aula de literatura, uma das poucas aulas em que o grupo se separava.
- Fica quieta null! A minha manhã está péssima, então, por favor... – respondeu o garoto sentando-se no fundo junto com as duas meninas, como era de costume.
null estava acostumado a fazer os trabalhos em dupla com null. Eles realmente estavam muito unidos e apaixonados. null já não tinha mais dúvidas quanto a isso ao ver a expressão nos olhos da garota cada vez que ela o olhava. Ele até o momento não entendia o porquê de estar ali com null, e a garota entendia menos ainda. O que ela mais queria era poder sentar junto com a galera com quem ela sempre sonhara em andar. Os mais velhos, os meninos que tinham motos. null precisava conversar com null e rápido, mas como faria isso?! null estava no seu pé e ele não conseguia explicar que aquilo fora só um jogo. Além do mais, para todos no grupo, era como se os dois estivessem ficando. “Oh céus, como eu queria que fosse a null!” Pensava o menino, ao olhar para a garota que se encontrava em sua frente.

- Não null! Eu não quero saber! Droga!! COMO É QUE ELE PODE?? – gritava null aos prantos no quarto em plena segunda feira à noite.
null e null se encontravam na sala, vendo TV junto com Sr. Peterson enquanto null lavava a louça do jantar.
- null, não grita! – dizia null tentando animar a amiga. Ela adorava muito null e sempre fora a melhor amiga dela, porém não sabia como dar conselhos sobre amor.
null e null ouviram os gritos da amiga e correram para o quarto!
Ao chegarem no quarto, perceberam que null estava chorando.
- O que houve amiga? – perguntou null sentando-se perto dela.
null correu para o banheiro desesperada e ficou por lá um bom tempo. null e null encheram null de perguntas, que obviamente, não as respondeu.
- Ela só ta triste galera, vamos tentar animá-la, ok?! – disse a menina.
- Ok – disse null vendo que a amiga saía do banheiro – GENTEE, EU TENHO UMA CONFISSÃO A FAZER! – gritou ela, fazendo com que null e as outras a olhassem.
- Diz null!!!! – diziam as outras duas.
- EU PRECISO CONQUISTAR AQUELE AMIGO GATOO DO NOSSO NOVO INQUILINOOO – Ela gritava desesperadamente, sem nem ao menos se importar de que este inquilino se encontrava presente.
null, que ouvia tudo da cozinha, correu para ver o que estava acontecendo e encontrou essa cena:
- Qual deles null!? Todos são lindos! – dizia null – Inclusive o inquilino.
null sorriu do outro lado da porta ao ouvir isso. Ele teria que entrar! Não agüentaria não ver a cara de preocupação das meninas ao vê-lo ouvindo aquilo.
- Aiiin null, cá entre nós, o null null é o mais lindo.
Nesse momento, null não agüentou mais. Abriu a porta e fez cara de “Ahn?!” para null que ao mesmo tempo ficou roxa de vergonha.
- Ok null, eu não vou contar isso pro null, mas que foi mais engraçado do que dançar forró foi.
null sorria pela primeira vez naquele dia. Se animá-la era o que os amigos queriam, estavam conseguindo.
- Ta legal, ta legal null, junte-se a nós – disse null – EU VOU ESQUENTAR ESSA REPÚBLICAA!!! – gritava ela, sem nem ao menos se lembrar de que Sr. Peterson estava na sala, assistindo TV.
- Ótimo null null, esquente a república, só tome cuidado para não esquentar demais e pegar fogo – disse ele aparecendo na porta e anunciando que estava indo dormir.
null fechou a porta logo que Sr. Peterson saiu da sala e olhou para null com aquela cara de quem esta prestes a aprontar.
Os dois pegaram o CD do Calypso que null tinha e colocaram no som.
Todos no quarto riam ouvindo Joelma gritando: CALYPSOOO!!!
- Papará, pararará! – cantava null junto com a música que ela já tinha até decorado!

“PAPARÁ, PARARARÁ... PAPARÁ, PARA PAPARARÁ”

Todos no quarto começaram a cantar. null pegou uma escova na cabeceira e começou a imitar a Joelma. Ela jogava os cabelos pro lado, assim como assistia nos DVD’s de null. Sim, null adorava ficar ouvindo as músicas típicas brasileiras e chegou a comprar o DVD do Calypso quando viu que suas amigas tinham “adorado”.
null falava para null imitar um guitarrista ridículo. Coisa que para o garoto era impossível, mas ele deu um jeitinho.
null puxou null pelo braço e as duas começaram a dançar.
Tanto que eu te imaginei,
te dei meu coração.


- Hey null, vem cá – chamou null, subindo em cima da cama.

Iludida pelo amor,
me perdi na paixão.


- Eu vou quebrar a cama ! – o garoto ria sem parar e tocava sua guitarra imaginária.

Quantas vezes eu tentei fazer você feliz
E os meus sonhos de amor você sempre não quis.


null aumentou o som e começou a cantar junto com null em cima da cama.

De que importa se eu chorar?
Se te amei se vou te amar,
mas você nunca me amou.


null se matava de tanto rir. Definitivamente, ela nunca encontraria amigos tão perfeitos. Até mesmo null era uma grande amiga...

Mas eu não vou desistir
Vou lutar pra conseguir
Encontrar outra paixão.


- PRO MEU CORAÇÃO!!!!!!!!!!!!!! – cantou null junto com a música, se animando também!

Não dá, não vou, não quero mais
Viver assim já não dá mais
Não quero mais você em minha vida
Preciso encontrar a saída...


null correu até null e começou a dançar com a menina.
- Você ainda vai ter que me explicar essa história! – disse ele no ouvido da menina, dando uma piscadela e girando a garota no ar.

Não dá, não vou, não quero mais
Viver assim já não dá mais
Não quero mais você em minha vida
Preciso encontrar a saída.


null correu mais uma vez e abraçou null, girando-a e beijando sua bochecha.

...pra te esquecer!


IX

null não conseguia dormir. Seus amigos tinham animado-a muito, porém mesmo assim, ela não conseguia dormir...
Sentou-se no batente da janela meio aberta e cheia de adesivos, com sua cortina de florzinhas e já suja e rasgada. Pensou que estava na hora de comprar outra, talvez uma toda preta como a de null...
Olhou para o quarto. Estava vazio. Há poucos segundos, seus amigos estavam ali fazendo a maior bagunça, mas agora ela estava mais uma vez sozinha. O que ela mais queria, era ter alguém para poder ligar a essas horas e ficar conversando besteiras até dar sono.
Ela tentava pensar em qualquer coisa que não fosse null. Já estava se irritando por pensar tanto no garoto. “Como as pessoas conseguem gostar de se apaixonar?! Isso é terrível!” Pensava ela, enganando a si mesma.
Nunca havia sentido tanto por alguém. Nunca um beijo só a fizera viajar...

Eu abro meus olhos
Eu tento ver,mas fui cegado
pela luz branca
Não lembro como
Não lembro o por quê
Deitado aqui está noite
Eu não consigo suportar a dor
E não consigo fazê-la ir embora
Não, eu não consigo suportar a dor.

Como isto pode acontecer comigo?
Eu cometi os meus erros
Não há lugar para ir
A noite se vai
Assim como eu estou desaparecendo Cansado desta vida
Eu só quero gritar
Como isto pode acontecer comigo?

Todos estão gritando
Tento fazer um som
Mas ninguém me ouve
Estou caindo em um precipicio
Estou por um fio
Eu quero recomeçar de novo
Então eu tento me apoiar em
Um tempo em que nada importava
Eu não consigo explicar o que aconteceu
E não consigo apagar as coisas que eu fiz
Não, eu não consigo

Eu fiz meus erros
Começou nenhum aonde funcionar
A noite vai sobre Como eu me estou desvanecendo afastado
Eu estou cansado desta vida
Eu quero apenas gritar:
Como podia isto me acontecer?

Eu cometi meus erros
Não há para onde fugir
A noite continua
Assim como eu estou desaparecendo
Estou cansado desta vida
Eu só quero gritar
Como isto pode acontecer comigo?


Untitled (Tradução)
Simple Plan

Aquele seria um novo dia para null. Ele estava disposto a finalmente conversar com null e estava disposto a explicar-se com null.
Acordou cedo e tomou seu café da manhã. Correu para a escola e ficou esperando que elas chegassem. Avistou Sr. Peterson com seu carro “poderoso” e em seguida, a galera cumprimentando-o.
Ele beijou as bochechas de null e viu null o olhar estranhando.
“Seu frouxo!” Disse o garoto, mas só mexendo a boca, para que ninguém ouvisse. Então, null deu um selinho na garota, que estranhou.
Para null aquilo era irritante. Ela virou-se e viu Brad, um dos motoqueiros da escola. O sorriso do garoto era cativante. O piercing no nariz, para null, era sinal de maturidade. Ela sempre fora gamada nos motoqueiros, mas com null na sua cola seria difícil. “Ok, hoje mesmo eu mando esse louco pros infernos.” Pensava ela.
- , vamos conversar? – perguntou null para ela, pegando em sua mão e a guiando para um dos bancos no jardim dos nerds.
- Com certeza null! – disse ela virando os olhos, numa expressão de: se toca garoto!
Os dois se sentaram em um dos bancos e ficaram lá observando os nerds...
- OLHA... – disseram os dois ao mesmo tempo.
- Começa você – disse ela. Com certeza null não ia se submeter a falar. Ele que dissesse. Ela só concordaria.
- null, nem eu e nem você queremos isso, certo?! Aquilo foi só uma brincadeira! Não temos nada a ver...
- null, deixa eu te dizer uma coisa… EU NUNCA TE PEDI PRA PEGAR NA MINHA MÃO E NEM ME DAR SELINHO OK!? – disse ela gritando.
- Hey, calma mocinha! Baixa o tom! – disse ele.
- Ok. Tchau! Já chega dessa palhaçada. – disse ela seguindo seu caminho para perto dos motoqueiros.
null ficou muito aliviado, agora só o que teria que fazer era procurar por null.

- Páraaaa null!!!!! Isso já ta irritando! – dizia null realmente irritada, pois o garoto não parava de atormentá-la…
Eles já estavam na hora do intervalo e a mesa estava silenciosa, pois null, null e null estavam calados. Somente se ouvia null e null se atormentando como sempre. null não tinha dado sinal de vida desde a hora da entrada.
null realmente adorava zoar com null, mas ele estava passando dos limites, e além do mais, a garota estava irritadamente preocupada com a amiga null que estava triste desde a noite passada. Ela não tinha engolido as desculpas de null de forma alguma.
- Vamos no banheiro comigo null!? – perguntou ela à amiga. Queria conversar com ela o quanto antes.
- Ok.
As duas saíram da mesa deixando somente null e os meninos lá.
- Hey gente, o que deu nela?? – perguntou null olhando para todos.
- null, eu acho melhor você conversar com ela. Ela pode ter ficado realmente chateada! – disse null tentando não ser direto a respeito de que null estava “louca” por ele.
- null, chama logo ela pra sair! – disse null, fazendo com que o garoto ficasse com uma cara estranha e todos os outros rissem.

- Anda, me diz logo o que está acontecendo?? – disse null irritada.
null a olhou como se a repreendesse por falar com tanta irritação.
- Tudo bem... - null respirou e continuou - null, eu pensei que a gente fosse amiga, sabe? Você sempre me contou tudo, mas por que você tá me escondendo dessa vez?
- null…
- Não null, não tem desculpa! Eu alguma vez contei seus segredos? Alguma vez dei mancada contigo? Nunca...
- null, eu tô muito triste! Por favor, não me deixa pior ok!? – disse a garota, abraçando a amiga.
null não se conteve. As lágrimas voltaram e ela voltou a se lembrar de null e null.
- null… - disse null apertando mais a amiga.
- Eu tô apaixonada null! Apaixonada de verdade...
null olhou para a amiga como quem diz: “Mas disso eu já sabia...”
- null, eu sei disso! Não sou boba! É só olhar pra você e você esta olhando pro null, e é só olhar pro null que ele tá olhando para você! - null pensou por alguns segundos e concluiu – Ahh, entendi... null!
null acenou com a cabeça e voltou a abraçar a amiga. “É, parece que a null não está apaixonada não... Ela esta amando!”, pensou null sabendo que dali para frente a história iria piorar, ou talvez melhorar...
Elas voltaram para a mesa e não encontraram mais ninguém.
- O SINAL JÁ TOCOU!!!! – gritaram as duas se desesperando e correndo para as salas, porém, null acabou trombando com alguém que vinha em sentido contrário.
- null, vem comigo por favor… - disse null para ela a pegando pela mão e não deixando escolha se não seguí-lo...
null voltou para a sala sorrindo. Agora sim a história melhoraria…

X

- null, droga!! A gente tem aula agora!
- Eu seiii null! Mas eu preciso falar com você.
Ele continuou correndo com ela, passou pelo pátio e se escondeu na quadra principal da escola. Uma quadra enorme onde ocorriam os jogos. A mesma quadra onde um dia os dois quase se beijaram...
- O que? – disse ela, sentando-se no banco ao lado dele. null nunca foi dessas garotas que perdoavam facilmente, mas pra ser sincera, null só tinha seguido as regras do jogo. Ele merecia ser ouvido e ela estava dando essa chance a ele.
- Você está com raiva de mim? – perguntou o garoto – Porque se estiver, sabe o que aconteceu lá na praia, certo?! null, eram as regras do jogo...
- E o que aconteceu na escola também eram as regras do jogo? – perguntou ela, sarcástica.
- Não!!!!! – Ele respirou fundo. Não adiantaria tentar explicar. Com as mulheres, ele deveria se colocar abaixo e pedir desculpas. Elas sempre estariam corretas.
Ela o olhou como se esperasse que ele continuasse. Ele voltou a olhá-la e continuou:
- Me desculpa. Só isso. Me desculpa. Eu adoro você, eu quero ficar com você.
null não “teve outra escolha” se não fazer o que queria, o que seu coração pedia. O coração falaria mais alto que a razão naquele momento...
Num impulso, ela abraçou o menino, que sorria feliz ao sentir novamente o calor de null. Um calor que além de aquecê-lo, o transformava no garoto mais feliz do mundo. O que estava acontecendo? Nem eles mesmos sabiam, só queriam aproveitar cada momento, queriam estar juntos, talvez por pouco tempo, talvez por muito, talvez eternamente... De que importa? O que importava era que o que estavam sentindo era bom e nunca tinham sentido antes. Era algo novo e agradável...
Começavam a cair leves pingos de água. Uma fraca chuvinha de verão. Eles se soltaram do abraço e se olharam.
Ela tocou o rosto dele de leve e o beijou na bochecha, percorrendo um caminho até a boca do menino...
Beijaram-se mais docemente dessa vez. Era um beijo fraco, porém firme. Era um beijo apaixonado. null tocava nos cabelos de null e ela nos dele, bagunçando-os.
Eles se separaram e mais uma vez se abraçaram. Agora já estavam molhados e com frio. Grudaram suas mãos como imãs e caminharam até o pátio do colégio, ouvindo o silêncio de algumas salas e o barulho de outras. Dane-se se alguém os pegasse cabulando aula e os punisse...

Enquanto isso, dentro da sala de aula, null tentava entender null:
- Hey, mas o que houve? Garota, o que eu te fiz? Me responde null null! – dizia ele, seguindo-a por todos os cantos enquanto ela entregava os trabalhos corrigidos aos colegas de classe. A sala estava uma zona.
- null, me deixa entregar os trabalhos, ok?!
Ele esperou até que ela terminasse e a seguiu para o lugar dela. Sentou-se na cadeira da frente e se virou para trás:
- O que eu te fiz?
- Nada! Exatamente isso: NA-DA! – disse ela. Nem null mesmo sabia por que estava falando aquilo, mas estava se irritando.O garoto não tentara nenhum tipo de aproximação além da que eles tinham.
null pensou no que os amigos tinham dito, mas ele estava começando a achar que null não queria nada com ele, afinal, ele era um crianção e bobo.
Para null, mesmo null sendo bobão e lerdo, ela achava aquilo fofo. Ela era uma criançona boba também. Só queria que o menino agisse. Ela estava cansada de fazer cócegas nele e nada mais.
- Vamos tomar um sorvete hoje? A gente pode conversar melhor – disse ele, com a certeza de que teria uma resposta afirmativa.
- Não null! Você é muito criança mesmo! Até parece que eu vou sair contigo! – disse ela se esforçando para não pular no pescoço dele.
Se null queria mesmo sair com null teria que suar! E muito, já que a menina era extremamente difícil. Mas ele não teve esse trabalho. Voltou ao seu lugar e por lá ficou, sozinho, pensando. Pensando numa estratégia para mexer com null. Pensando em um jeito de conquistá-la de vez. Pra que? Porque ele a adorava...

- Hey, o nosso plano de juntar um casal deu certo não é null!? – perguntava null naquela mesma aula, lá no fundão sentados um ao lado do outro observando a professora conversar com alguns alunos sobre o mal desempenho do trabalho.
- Casal null?! Quem? – disse ela indignada com a idiotice do menino ao dizer aquilo. Se ele queria falar sobre null e null, ele estava bem enganado.
- null e…
- NEMMM PENSE EM DIZER ISSO, OK?! – disse ela, tampando a boca do menino com suas próprias mãos - null... – ela continuou, abaixando a voz – O null e a null não são um casal, ok?! Aquilo foi só uma brincadeira. Além do mais, eu acho que o null combina mais com a null! – terminou ela tirando as mãos da boca do menino.
- Mas então a gente não conseguiu nada? Porque quanto ao null e a null eles só brigam agora!
- Yeah, mas a gente se divertiu. Valeu. Além do mais, vocês tocam muito bem e foi incrível ouví-los.
- Sério!? Você gostou mesmo null!?
- Uhum! – disse ela, sorrindo.
null ficou feliz. Estava aos poucos conquistando a amizade de null. O que ele não entendia era por que às vezes sentia vontade de beijá-la? E o que ele não sabia, era que estava conquistando algo além da amizade de null, e também não percebia que ela mesma estava conquistando algo mais do que a amizade dele.
- Hey null…- disse ele, depois de um longo tempo em silêncio.
- Oi... – Ela disse baixinho, como se seus pensamentos estivessem viajando. Eles estavam, mas não tão longe...
- Sabe, um dia desses você estava tocando uma música no violão... A letra era mais ou menos assim: ‘Cause obviously, he’s out of my league...
- Sei, sei...
- Então, eu terminei a melodia. Não sei se você vai gostar, mas eu acho que ficou legal. Claro que comigo cantando passou pro feminino...
- Acho que ela deve ter ficado bem melhor contigo tocando e cantando – disse ela, virando-se para ele e sorrindo.
Ele sorriu de volta e se sentiu feliz. Se a professora não estivesse lá, ele poderia jurar que a beijaria. Ele queria. Ela queria. Por que não?
null não entendia por que tais tipos de pensamentos chegavam em sua cabeça. Ele nunca sentira algo parecido. Nunca tinha pedido desculpas a uma garota. Ele nunca gostou tanto de ver uma garota sorrindo como ele gostava de ver null.

Aquela terça-feira tinha sido realmente extensa. Muita coisa acontecia num dia só. Porém, ainda na terça-feira à noite, a galera da república ainda tinha ânimo para conversar:
- Ah não null! Ele sempre teve ótimas atuações!
- Ah null, dá uma olhada nesse filme. Ele está péssimo.
- Eu concordo com o null! Não é porque o menino é bonito que eu vou dizer que ele é o melhor ator do mundo. Ele está péssimo nesse filme – disse null.
Estavam reunidos na sala, assistindo “A névoa” e comentando sobre Tom Welling e suas performances de Super-Homem, irmão mais velho rebelde, etc.
- Olha, fiquem assistindo, comendo, vão dormir, façam o que quiserem! Já conhecem as regras, certo!? Eu vou dormir – disse Sr. Peterson, dando um beijo de boa noite para as meninas e um aceno para null.
– Á propósito, esse cara é UM PÉSSIMO ATOR! – disse ele, por fim, subindo as escadas.
- Ahh, qual é Pete!!!! – reclamou null.
- Gente, alguém tá com sono? – perguntou null.
- Não! – responderam todos.
- Ok, então vamos para o quarto?
Todos confirmaram com a cabeça e subiram. null já estava se habituando a entrar no quarto das meninas. Eram como irmãos, mas elas sempre reclamavam quando ele entrava e mexia em algo. Fazer o quê? Meninas gostam de organização.
Subiram para o quarto de null e ficaram lá conversando.
null começou a pintar as unhas de preto. Preto?! null!? Não! A garota nunca pintava as unhas de preto. Para ela, isso era coisa de gente maligna...
- , você tá pintando as unhas de preto? – perguntou null à amiga.
- Sim null!!!! Por quê? Não pode é?!
- Hey, o que é isso null?! Você nunca gostou de esmalte preto. E a null só fez uma pergunta – disse null apontando o dedo para a amiga.
- null, abaixa esse dedo. Eu faço o que eu quero da minha vida ok!? Deu pra vocês entenderem isso?! Eu não quero ser empurrada a ficar com um garoto que eu só beijei por causa de uma brincadeira. Eu não quero ser empurrada a andar com vocês só porque a gente vive na mesma casa. Eu sou dona do meu nariz e faço o que quiser com ele, valeu!? – respondeu a garota, grossa. Depois, saiu do quarto batendo a porta atrás de si.

- Ok, só toma cuidado pra não fazer besteira com seu nariz, que aliás, é bem empinado – respondeu null à amiga, que já não a ouvia mais.
- Ok null, ela já saiu. Mas meninas, na boa, o que houve? – disse null estranhando.
- Sei lá! – responderam as outras, em coro.

Naquela quarta-feira, a galera estava com muito tédio. Estavam esparramados pelo chão da república, alguns ainda terminando de comer a pizza que tinham pedido, outros tocavam violão e outros apenas se olhavam. Apenas null estava trancada no quarto.
- CHEGAAA!!!! CANSEI DISSO! Eu preciso sair daqui! – disse null de repente.
- Vamos nessa então! – disse null levantando-se.
- Eu vou também, mas para onde? – perguntou null também se levantando.
- Ah, sei lá! Vamos aqui nessa pracinha da rua principal. A gente toma um sorvete. – respondeu a garota, se levantando e abrindo a porta.
- Ótimo – disseram os outros dois, seguindo-a.
- E vocês não vêm? – perguntou null.
- Ahh não! Pára! A gente vai ficar aqui fazendo algo pela banda já que vocês não estão a fim de compor! – disse null.
- É verdade dudes! Alguém precisa pôr essa banda pra funcionar – terminou null.
- A gente fica com eles null! Mas não se esquece de trazer a minha pipoca sagrada de sempre quando voltar! – disse null por fim.
Eles saíram de casa, em rumo à pracinha. Enquanto isso, null e null voltaram a tocar.
- Hey dudes, isso está ficando bom! – disse null sentando-se perto dos amigos.
- Yeah null! A null que escreveu a música! – disse null sorrindo para a garota.
- Mas você que está colocando a melodia! – disse ela piscando para ele.
- Ótimo! Me empresta o seu violão null!? - perguntou null.
- Claro – disse a menina passando o violão para ele e sentando-se de frente para os dois, junto com null.
Eles começaram a tocar “Obviously” e elas babavam no desempenho de artista que eles tinham.
Quando terminaram de tocar, elas aplaudiram e null abraçou null. null estranhou a atitude, mas deixou para perguntar para null, sua nova confidente, sobre isso depois.
- Hey, e o que a gente vai fazer agora? – perguntou null, deitando-se no sofá-cama.
- Que tal assistirmos um filme? – perguntou null, sentando-se ao lado da garota.
- Ai, ai... Isso é tão comum. Queria fazer algo diferente...
Eles ficaram quietos por alguns segundos até que null teve uma idéia:
- Gente, que tal se a gente fosse cozinhar?
- Ahh, fala sério null! A gente acabou de comer, e além do mais eu não sei cozinhar – disse null.
- Ah, mas a gente cozinha para a noite e tá na hora da senhorita aprender a cozinhar! – concluiu null puxando a amiga pelo braço até a cozinha.
Todos as seguiram para a cozinha e resolveram fazer um prato típico brasileiro, mais uma das especialidades de null null. Esse se chamava “bolinho de chuva”. null dava as instruções e os outros a seguiam. A única coisa que ela faria, seria fritá-los.
- Gente, isso está desanimado! Agora quem vai botar um som pra arrebentar aqui sou euuu!!! – disse null, correndo até seu quarto e pegando um CD do Green Day e colocando no som.
Imediatamente, começou a tocar “Minority”, e null subiu em cima de uma cadeira e começou a imitar Billie Joe cantando…

“I wanna be the minority,
I don’t need your authority,
Down with the moral majority,
'cause I wanna be the minority.”


Os outros riam vendo a cena e depois, ele pulou da cadeira e agarrou null, dançando como se fosse forró. A garota ria, mas depois entrou no clima e dançou também.
null começou a correr atrás de null para dançar também. A menina viu que ele corria atrás dela então saiu correndo também pela cozinha inteira. Ela pegou um pouco de farinha de trigo em cima da mesa e jogou em null que gritou de raiva porque ela sujou seu cabelo.
- AAAHHHH, EU VOU TE PEGAR GAROTAAA!!!! – dizia ele correndo atrás dela por toda a casa.
null girava null enquanto a música acabava.
- BRAVOOO!!!! – gritavam os dois, rindo de suas próprias caras.
- Eu acho que somos loucos! – exclamou a garota, colocando as mãos sobre o peito e respirando para recuperar o fôlego.
- Então você ainda não viu nada, linda... – disse null pegando açúcar no pote. A garota, esperta, pegou um pouco de farinha também e eles começaram uma guerra, jogando açúcar e farinha pela cozinha inteira. De que importava? Estavam se divertindo muito e não quebrariam os braços arrumando tudo depois.
- Aiii null, eu tô toda suja!!! – reclamava a menina, rindo, quando se encheram da guerrinha.
- Ah, olha pelo lado bom meu amor, você está docinha agora! – disse null rindo.
Ela deu um leve tapinha no menino e o abraçou ainda rindo.
Ele a olhou nos olhos e sorriu. Ela estava cheia de açúcar e farinha pelo rosto, seus cabelos estavam bagunçados e mesmo assim ela era a garota mais linda do mundo para ele. null passou suas mãos de leve pelos lábios da menina, tirando um pouco da sujeira que estava ali. Ela respirava fundo. Era demais para ela. Não agüentaria mais. Se entregaria...
Ele se aproximou dela e sorriu.
- Sabe que eu acho que estou precisando de glicose? – ele disse próximo da boca da menina, fazendo-a sentir sua respiração já fraca.
- Ah é?! Eu to cheia de açúcar. Se servir...
- U-hum... Serve sim... – disse ele, por fim, selando seus lábios aos dela.
null segurou uma das mãos da menina sobre seu peito, beijando-a mais intensamente. Ela passava as mãos pelo cabelo do menino, que, antes arrumado, agora estava muito sujo e bagunçado.
Eles estavam felizes. O sangue percorria cada espaço de seus corpos os fazendo ficar quentes. Para eles, naquele momento, não existia mundo, não estavam em lugar algum e com mais ninguém. Porém, o que não sabiam era que estavam sendo observados...

null subiu as escadas correndo de null e ouvindo a música ainda tocar. Seus bolinhos logo queimariam, mas ela nem se lembrava disso.
Estava em um dos últimos degraus da escada quando null a agarrou por trás.
- Onde a senhorita pensa que vai!? – disse ele, virando-a para encará-la.
- Eu estou fugindo do lobo mau. Ele quer me comer. [n/a: Droga! Eu não achei frase melhor iuahuahuah, eu sei, isso ficou beem estranho!]
- Owww... Mas pode deixar, eu vou te proteger! Não vou deixar ele te comer!
- Não!?
- Não! – disse null acenando com a cabeça.
- Sabe que você esta sexy com toda essa farinha na cara!? – disse ela rindo.
- Ah, quer dizer então que eu só sou sexy assim pra você?
- Não null…
- Ahh, então eu sou sexy o tempo todo – disse ele, piscando.
- Ahh, cala a boca mocinho! Essa é a parte da história que você me beija esqueceu!? – disse ela, passando as mãos sobre os cabelos já desarrumados dele e o beijando.
Ele apertava a cintura da menina enquanto ela agarrava o pescoço dele. null subiu mais um degrau para ficar de frente com ela e a pressionou sobre a parede, passando suas mãos pela barriga da menina, ouvindo a música acabar e em seguida começar Basket Case.

“Do you have the time to listen to me whine
About nothing and everything all at once
I am one of those
Melodramatic fools
Neurotic to the bone
No doubt about it”


Dessa vez, eles se beijavam profundamente e ardentemente, de modo que suas línguas se movimentavam rapidamente e eles ficavam cada vez mais colados, de modo a parecer um só. Ele mordia o lábio inferior dela, depois quebrou o beijo e mordeu seu próprio lábio, observando o sorriso da garota. Ele simplesmente a abraçou forte, como se não quisesse perdê-la jamais.
- null – Ela disse baixinho – Eu preciso ver os bolinhos...
- Ah sim, os bolinhos, vamos.
Eles seguiram para a cozinha e viram null e null se beijando.
- Ainn, que coisa mais fofaa! – disse null no ouvido de null.
- Yeah... – Ele concordou.

- Owwwnnn my GODD!!! – gritou null da porta da cozinha. Ela já tinha esperado muito por isso. Os amigos não paravam de se beijar.
- Dude, essa cena foi muito fofaa!!! – exclamou null com uma voz irritante de gay.
- Aiii... – disse null se escondendo nos ombros de null e ficando muito vermelha.
null e null se aproximaram dos dois de mãos dadas. Não tinham mais o que esconder. Nunca tiveram o que esconder.
- Ok, os meus bolinhos de chuva devem estar torrando! – disse null rindo – Vocês três dão uma limpada na casa porque a gente fez muita bagunça e eu vou lavar essa louça e terminar os bolinhos ok!?
- Ok Chefia! – respondeu null, pegando panos e vassouras e entregando aos amigos.
Depois de toda a trabalheira de arrumar a casa, decidiram esperar por null, null e null assistindo algum filme.
- Tristão e Isolda!? De novoo?! – reclamava null.
- Eu gosto desse filme! – dizia null pegando o filme e colocando no vídeo. – Além do mais, acho que ninguém aqui vai assistir – terminou ele piscando para null, que ria, sentada no sofá-cama da sala.
- Gente, mudando de assunto... E a null? – perguntou null baixinho para que a garota não ouvisse, mesmo ele sabendo que ela não ouviria de qualquer jeito.
- Sei lá. Ta trancada lá dentro desde que a gente chegou! – respondeu null.
- Ela tá é cheia de frescura! – disse null irritada.
- Ah null, não fala assim. Está acontecendo alguma coisa…
- Sabe o que está acontecendo null?! Ela acha que é muito madura pra ficar aqui com a gente. Ela quer é ficar com os “drogados” da escola.
- São motoqueiros null!
- Dá no mesmo! Além do mais null, ela irrita! Está melhor assim...
null ficou inconformada com aquilo. Algo de estranho estava acontecendo com null.

- null!!!!!!!!!!!!!!! Me põe no chãaoo!!!! – gritava null no colo do garoto que corria pela praça com ela.
- null!!!!! Vamos voaaaaaaaaarrrr!!!!!!!!!! – dizia o menino começando a correr!
- VOCÊ É MALUCOOO!!!!!!!!!!!! – berrava ela, dando risada.
Enquanto isso, a cara de null assustava as criançinhas que por ele passavam. Ele estava sentado em um dos bancos, vendo o showzinho de null null e null null no meio da praça. Era ridículo o jeito como ele brincava com ela. Ela gostava mesmo de cócegas ou quem carregava ela de cavalinho nas costas... E ele era o único que podia fazer aquilo! Por que diabos null null estava com a null!?!?! A null dele. “A minha garota!” pensava ele.
Não agüentaria mais nem um segundo daquela cena. Se levantou rapidamente, tremendo de ciúmes e puxou null pelo braço. Se ele tivesse bebido pelo menos uma dose de tequila jurava que a beijaria, assim, do nada. Mas ele INFELIZMENTE não tinha bebido nada, então só a puxou pelo braço e disse:
- Vamos embora?! Isso aqui está chato!
- Aiii null, pára! Está muito divertido!
- Eu não estou achando nada divertido aqui! Eu quero ir embora!
- Hey, null, calma… Vamos embora então. – disse null seguindo o caminha de casa.
- Você só estraga as coisas não é null!? – disse null baixinho no ouvido do menino.
Ele a olhou com muita raiva e seguiu, bufando de raiva, atrás dos dois.



XI

Quando null e o resto da turma chegaram na República, viram null e null aos amassos e null e null se beijando um pouco mais comportadamente.
- Gente, eu não estou podendo com isso, então podem ir parando... – disse null fazendo uma voz frescurenta e tapando os olhos – Eu estou necessitada – terminou a menina.
- É verdade dudes, e desde quando vocês estão no amasso? – perguntou null sentando-se no meio dos casais que apenas davam risadas.
- Ah qual é?! Vocês chegaram muito rápido – reclamou null rindo.
- É verdade, poderiam demorar a eternidade que nós não iríamos reclamar – disse null rindo mais.
- Okay dona null, é assim que a senhorita me ama? – disse null com mais voz de frescura ainda.
- Oh, null, vem cá chuchu. Se ela não te ama a null aqui te ama – disse null abraçando a amiga.
- Ta vendo, a null é a única que me ama aqui.
- Ah, nem vem null, eu te adoro também – disse null abraçando a menina.
Enquanto eles se abraçavam, o sangue de null subia para a cabeça, o fazendo ficar vermelho de raiva.
- EU TAMBÉM TE AMO null null.
A menina o observou com um olhar de raiva que nem ela mesma entendia. Talvez porque achasse que null nunca a amaria. Ela subiu correndo as escadas em direção ao quarto deixando os amigos a ver navios na sala.
- Meu Deus o que deu nela? – perguntou null olhando para null.
- Por que você olha para mim? Você acha que eu sou o culpado? Eu só disse que a amava – disse null correndo em direção a porta e batendo a mesma atrás de si ao sair da república.
- Meu Deus, o que deu nele? – perguntou null, dessa vez olhando para null.
- Droga, por que está olhando para mim? Vamos embora null! – disse null com calma.
Eles se despediram das meninas e foram para casa. null e null continuaram assistindo filme e null foi até o quarto conversar com null.

Quando null chegou no quarto, viu null chorando e ouvindo músicas tristes do The Beatles. Ela não entendia o que estava acontecendo com a amiga. A dois dias atrás ela dizia que estava gamada por null e quando o garoto diz que a ama ela simplesmente fica triste.
- null o que houve? – perguntou null sentando perto da amiga.
- Eu não sei.
- Como não sabe null???
- Eu não sei null, só sei que eu estou com raiva do null. Eu não sei, sabe... Eu devia estar feliz, não é?! – Ela fez uma pausa e null acenou que sim com a cabeça.
- Mas eu não estou! Eu estou com raiva dele e eu não sei por quê!
- null, me responde uma coisa… Você gosta dele?
- Gosto.
- Ele acabou de dizer que gosta de você. Está tudo perfeito você não acha?
- Não! Está faltando alguma coisa... Ele tem que provar que gosta realmente de mim. Ele tem que me fazer acreditar nele! Ele tem que me merecer, sabe?!
- Ótimo null, você está certa, mas lembre-se: deixe ele se explicar, porque se você não o deixar falar o que precisa, você pode sofrer muito... Às vezes, o segredo de tudo é o diálogo. Assim como eu e o null! – então ela olhou para baixo, ainda esperando que a amiga desse os parabéns...
- Aiii... Amigaa... Desculpaa... Eu nem falei nadaa... Ai, que droga! Eu sou uma péssima amiga isso sim... PARABÉNS!! Você e o null fazem um casal muito fofo… - e abraçou a amiga.
- null… - disse null baixinho como se contasse um segredo – Dorme aqui comigo? – perguntou ela dando risada.
- Poxa null, faz tempo que você não pede isso hein?! Achei que já tinha perdido o medo do bicho papão – disse ela rindo.
As duas deram risada e relembraram histórias a noite inteira... Fazia muito tempo que não conversavam tanto, porque afinal, null sempre fora mais amiga de null.

Quinta feira. null acordou feliz depois de quase uma semana tendo péssimas manhãs. Ela até cantava enquanto estava tomando banho.
- Hey null, desse jeito você vai gravar um CD filha. Só não demora muito porque estamos atrasadas pra aula – disse null batendo na porta do banheiro e em seguida descendo para tomar café.
- Ah, pára null! Os cereais com chocolates já estão acabando! Desse jeito não vai sobrar pra mim.
- Ah, vem cá que eu te dou os cereais de chocolates, baby! – disse ele, piscando.
- AI- QUE- MERDA – dizia null entrando na cozinha e vendo null e null juntos – Eu não acredito que eu vou ter que conviver com isso – disse a menina pegando uma cadeira e sentando no meio dos dois. [n/a: Gaby... INCONVENIENTEE!!! By: Vitor! Aauhauhauhauha, Ok, vocês não vão entender... voltando à históriaa...]
- Ah, qual é null!!- reclamava null.
- Ah null, até parece que eu, euzinha precisando de beijo na boca, vou ficar vendo suas ceninhas com a null!- dizia a menina dando risada.
- Ohh null, você quer que eu chame o null?
- Ai null, pára! Eu consigo coisa melhor…
- Não era isso que você dizia ontem à noite - disse null entrando na cozinha.
- null… - ia dizendo null quando ouviram a buzina do Sr. Peterson os chamando para ir para a escola.
- Vamos null… - chamava null.
Eles esperaram a menina por longos minutos.
- Ei maturidade em pessoa, você demorou dessa vez... – dizia null para a amiga.
- Escuta aqui null...
- Escuta aqui nada, vamos embora – disse null abraçando null e entrando no carro.
“Pa-té-ti-cos!!” Pensava null seguindo-os até o carro.
- , o que está…
- Me deixa em paz null.
null ficou pensando que não deixaria daquele jeito. Ela iria se vingar de null e null. Se dependesse dela, aquele romance terminaria antes que pudesse começar.

null nunca fora uma menina má. Pelo contrário, podia ser bem mandona e metida às vezes, porém sempre ajudou as amigas em tudo. O que estava acontecendo com ela? Ninguém na verdade sabia, mas havia alguém que estava se preocupando com ela. E muito... null null não desistiria até conversar com null e descobrir o que estava havendo. Logo que a galera chegou à escola, ele pediu para conversar com a menina, que rapidamente recusou. Mas quem disse que null desistiu?
- Qual delas é a sua favorita? – perguntava null à null enquanto eles observavam uma pasta cheia de grandes atores e suas peças que a garota tinha. Lá estavam todos os ídolos dela como: Jennifer Grey, Nicole Kidman, Johnny Deep, Hayden Christensen...
Eles estavam sentados em um dos jardins da praça principal da cidade, na mesma que null, null e null estavam no dia anterior. Estavam lá já fazia um tempo, logo que a galera saiu da escola partiram todos para essa praça, menos null.
- Eu não sei... Todas são incríveis! O jeito como elas cantam e se expressam no palco, você sente o que elas sentem sabe?! Elas fazem com que você se tele-transporte para um mundo novo, um mundo ideal, um mundo que eu nunca vi e agora eu posso ver e te dizer...
- Ahh, você gosta de Aladin né?! – dizia o garoto, rindo.
- Sim null!!! Não estou brincando… É uma das minhas peças favoritas! E A Bela e a Fera também.
- Um dia eu vou te levar para passear no meu tapete mágico, ta bom?! – dizia ele, dando um selinho nela.
- Você já me leva pra passear nesse seu tapete null. A gente ta passeando nele agora, está vendo?
- Ahn?! – perguntou o menino, como se achasse que ela fosse louca.
- Olha... – disse ela, pegando nas mãos dele e colocando em volta de sua cintura.
Ela fechou os olhos e imaginou sobrevoar o Brasil com null. O menino no começo não entendeu o que ela estava fazendo, mas depois entrou no clima e fechou os olhos também.
- null, vamos dar uma descidinha ta?
- Ok.
Eles se curvavam para baixo como se realmente estivessem descendo. Aquela era uma ótima sensação... Era real. Era verdade. Eles estavam sobrevoando o Brasil, e null apontava o Cristo Redentor para null. Eles sorriam. Ficavam muito bem juntos. Para quem passasse ali eles estariam loucos, mas para eles, estavam fazendo o melhor passeio de suas vidas: UM PASSEIO PARA O MUNDO DA IMAGINAÇÃO.

Olha eu vou lhe mostrar...
Como é belo este mundo...
Já que nunca deixaram o seu coração mandar
Eu lhe ensino a ver todo encanto e beleza
Que há na natureza num tapete a voar

Um mundo ideal
Um privilégio ver daqui...
Ninguém pra nos dizer o que fazer
Até parece um sonho

Um mundo ideal
Um mundo que eu nunca vi
E agora eu posso ver e lhe dizer
Estou num mundo novo com você
(e eu num mundo novo com você)

Uma incrível visão nesse vôo tão lindo...
Vou planando e subindo para o imenso azul do céu

Um mundo ideal (feito só pra você)
Nunca senti tanta emoção (pois então aproveite)
Mas como é bom voar viver no ar
Eu nunca mais vou desejar voltar

Com tão lindas surpresas (com novos mundos pra seguir)
Tanta coisa empolgante
Aqui é bom viver só tem prazer com você não saio mais daqui

(um mundo ideal)
Um mundo ideal
(que alguém nos deu)
Que alguém nos deu (feito pra nós)
Somente nos só seu e meu.


Disney – Aladin.

- null, você já sentiu isso alguma vez?
- Não. Nunca null!
Ele somente a olhava. Queria dizer algo, talvez dizer que a amava, mas não o fez. Tinha medo. Medo de que não fosse isso realmente o que estava acontecendo.
Ele passou as mãos pelo rosto dela, apertou as bochechas da garota, que sorriu, aproximando-se dele e o beijando. Mais um daqueles beijos que parecem ser o último...
A cada beijo, a cada toque e a cada segundo ao lado dele, ela sentia-se melhor. Era felicidade demais... Parecia nem caber em seu peito... Seu sorriso nunca fora tão grande e a falta dele agora seria o fim do mundo.
- Quer saber? Eu acho que você vai ser a melhor atriz do mundo! Melhor do que todas essas!!! – disse ele, apontando para a pasta de ídolos da menina.

- Ei, onde estÁ o null!? – perguntou null, olhando para todos os lados da praça.
- Pra você! – disse null, arrancando uma florzinha da praça e entregando à null logo que ela se virou para encará-lo de novo.
- Ah null, isso não vale! Você roubou a pobre plantinha!
- Ahh... Eu só queria te agradar, fofa!
- Aii... Não faz esse biquinho... Assim eu não agüento.
- Olhaaa... O que é isso Dona null null?? A senhorita era a mais comportada dessa turma!
- Ta vendo! Olha o que você faz comigo... – disse ela, rindo.
Ele piscou para ela e a puxou pela cintura. Ela agarrou no pescoço dele e se beijaram, mais intensamente do que se pode imaginar.
null pegou na mão da menina e caminhou até um banquinho na praça. Eles se sentaram abraçados e ficaram observando null e null brigarem um pouco.
- SAIIIIIIIIIIIII!!!!!!!! DÁ PRA VOCÊ ENTENDERR??? – gritava null, socando null que tentava conversar com a menina.
- Porra null! O que houve? Dá pra você me explicar??
- null... – Ela tentou falar, mas não tinha o que falar. Ele não tinha feito nada – Você me machucou aquele dia na escola! – arrumou uma desculpa rapidamente.
- Ahh, é por isso? ME PERDOAAA ENTÃO! – disse ele, se ajoelhando e pegando nas mãos dela.
- Desde quando você é tão cavalheiro? Nem vem.
- null, eu só estou tentando conversar com você! É muito pedir que você me escute?
Ela pensou por um momento e ficou quieta. Apenas sentou-se na grama e ficou lá. Calada.
- null, eu gosto de você! – disse null, sentando-se ao lado dela.
- O que você quer? Aquilo? – perguntou ela, apontando para um casal que se beijava na frente dos dois.
- NÃO! – disse ele virando-se de frente para ela e pegando em seu rosto, gesto que fez null sentir um frio na barriga – Eu quero isso... – disse ele apontando para null e null.
- Eles se amam – disse null como se fosse a maior novidade do século.
- Sim.
- null, você não me ama.
- Como você sabe?
- Tem que provar isso – disse ela se levantando e seguindo para o carrinho de sorvete.

- null… - chamava null, tocando a campainha da república.
A garota atendeu a porta, com raiva.
- Eles não estão aqui! – disse ela, já tentando bater a porta na cara dele.
- Ah, não, mas eu vim falar com você – disse null segurando a porta e entrando na casa.
null o olhou estranhando e o deixou entrar. Ela sentou-se no sofá-cama olhando para a TV ligada em qualquer canal e esperou que ele dissesse algo. Mas ele não disse nada.
- Então o que você vai falar? – perguntou ela, irritada.
- Nada. Mas se você tiver algo para me contar...
A garota bufou e se afundou ainda mais no sofá.
- , qual é a sua banda favorita? Aii, pelo amor de Deus não diga Calypso!!!
Ao ouvir aquilo, null não se conteve e ao ver a cara que null fazia de nojo para Calypso. Ela teve que rir.
- Aii, só a null pra ter essas idéias de Calypso viu!!! Não, eu não gosto de Calypso! Eu gosto de Blink 182, Alanis Morissette... – então ela olhou para ele, esperando se teriam ou não mesmos gostos – Falei besteira?
- Que isso ! Você não diz besteira. Quem não ama Blink 182?? E eu adoro a Alanis também.
Ela deu um sorriso. Um sorriso que nem sabia por quê.
- Hey, o que acha da gente sair um pouco?
- Pra onde? – perguntou ela, se empolgando, mas em seguida voltando a se afundar no sofá – Já esta tarde null... O Sr. Peterson chega daqui a pouco.
- Tudo bem. Mas eu vou te fazer companhia até ele chegar, já que aquela turma não volta tão cedo. null e null não querem que ele descubra que estão juntos...
- Por quê?
- Pode encher o saco entende?
- Uhum! – Ela fez uma pausa e continuou – Vamos jogar então? Batalha Naval?
- Legal.
Eles pegaram as folhas e começaram a jogar. null estava ganhando de lavada, porém null não tinha a mínima concentração no jogo. Na frente dele tinha coisa melhor para se olhar. O sorriso que null dava quando ganhava, e o brilho que ela tinha nos olhos fazia null querer perder cada vez mais. Só para vê-la sorrir.
- Uhulll!!!! Ganhei de novooo!!!! Você é péssimo null!!!!
- Ahh, é assim é?? Legal então. Vou te provar que eu não sou tão ruim assim... Aposta?
- Fei-to! – disse ela, com um sorriso vitorioso – Já ganhei! – concluiu.
- Um beijo – disse ele estendendo a mão para a garota – E se você perder, faz o que quiser comigo!
- Uuhh, gostei disso! – disse ela apertando a mão dele em forma de acordo.
Eles começaram a jogar e aparentemente null estava ganhando.
- Sabe, eu nunca tenho sorte com essas coisas. Sempre tenho que beijar um idiota no fim da história! – disse ela, dando risada.
- Ahhh dona null null, a senhorita está me chamando de idiota???? – disse null fazendo uma cara de espanto.
– Ahh, agora você vai ver... VAI ME IMPLORAR PRA TE BEIJAR E EU NÃO VOU FAZER ISSOO-O – disse ele, rindo ainda mais.
- Oww nullzinhooo! Não fica assim não... – disse ela fazendo biquinho.
null deu as coordenadas finais do jogo e acabou ganhando.
- Ahhh, eu não acreditooo! – disse null, fazendo biquinho.
- Vem, vem... – disse null a chamando com o dedo indicador.
- Nãããããããããããããoooooooooooooooo!!! – disse ela, se levantando do sofá para correr.
- Vem cá mocinhaa! – disse ele, puxando-a pela cintura e caindo em cima dela no sofá-cama – Você não vai conseguir escapar, eu sou muuuuiiittoooo mal! – disse null piscando e se aproximando da menina – Eu só fico com receio por ter que pegar baba do null, mas se é você...
- Você não vai parar com isso não? – disse ela, bufando.
- Ah, vou...
Ela puxou o menino pela camiseta e o beijou profundamente. Suas línguas se movimentavam rápido e o mundo parecia não existir.
null apertou a cintura da menina e colou os dois corpos ainda mais. null colocou suas mãos dentro da camisa do garoto e arranhava as costas dele com suas unhas, agora grandes e pretas. Ele subiu suas mãos até o cabelo da menina enquanto ela agarrava o pescoço dele.
Ficaram um bom tempo se beijando ardentemente até ficarem sem fôlego. null quebrou o beijo e olhava fixamente para null, que sorria e dava pequenos selinhos na menina.
- Isso foi bom – disse ela, passando suas mãos pelo rosto do menino.
- É... – disse ele, saindo de cima dela e se sentando mais uma vez.
Ela o seguiu fazendo o mesmo e ouviram alguém bater na porta. null se recompôs e foi atendê-la.
- Chegamos!!! – disseram os outros, entrando em casa.
- Hey null! Você está aqui! Vamos embora? – perguntou null ao amigo.
Despediram-se e foram embora. Desta vez ninguém estava com fome, ninguém quis ficar conversando. Seguiram cada um para seu quarto, muitos felizes, outros preocupados e outros confusos...

Uma semana havia se passado. null e null estavam vivendo a plena paixão em sua forma mais intensa. Estava sendo incrível! null e null não estavam diferentes.
null já não sabia o que fazer para conquistar null, mas ele nunca desistiria, disso todos tinham certeza.
null não fazia mais parte da turma. Agora a garota só pensava em jeitos de sair com os garotos mais velhos, coisa que ela ainda não tinha conseguido. Quanto a null?? Ora, esse estava confuso... E apaixonado... E traumatizado... E desiludido... null simplesmente havia fingido não conhecê-lo e nunca ter beijado-o, e isso o magoava! O magoava mais do que tudo. Depois daquele beijo, ele não esquecia mais a menina, mas o que fazer? Ele não poderia competir com os “motoqueiros”, ou os garotos mais velhos como ela costumava chamar.
- null, vai com a gente pro sítio no feriado? – perguntou null à menina.
Estavam na república, como sempre, fazendo nada! Os meninos tinham decidido ensaiar algumas coisas para a banda e por isso foram para a casa de null.
- Não null! Até parece que vou estragar meu feriado ao lado de vocês! O Brad me chamou para sair queridinha.
- Ah, sei, sei... Ele chamou sim... – respondeu null, irônica.
- Escuta aqui garota, cuida da sua vida, que da minha cuido eu, falou?! – disse null empurrando a menina.
- HEY null!!!!! Chega, tá legal? O Pete não vai deixar você ficar aqui sozinha! – retrucou null, segurando as duas para que não se batessem.
- Ah null, não se preocupe. Eu dou um jeitinho. Além do mais, SOU A MAIS VELHA! E a favorita do Pete!
- null, ele não tem favorita escutou?! E se enxerga garota! Só porque você é mais velha quer dizer que é dona do mundo?? – respondeu null se soltando dos braços de null.
- DO MUNDO NÃO! MAS DE VOCÊ SIM!
- VOCÊ NÃO É MINHA MÃE SUA IDIOTA!!!
- ABAIXA ESSE TOM PRA MIM!!!! IDIOTA É VOCÊ!!!!! – gritou null, partindo para cima da outra.
- Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... ELAS VÃO SE MATAARR!!!! null, null, null!!!!!!!!!!!!!!!! – berrava null sem saber o que fazer e vendo suas amigas se batendo no chão da sala.
null desceu correndo as escadas e se deparou com null esbofeteando null.
- null!!!!!!!!!!!!!! – berrou a menina, a puxando de cima da outra, que sangrava.
- EU VOU TE MATARR BAIXINHA!!!!!!!!!!!!
- CALA A BOCA null!!!!!!!!!!!! – disse null, derrubando a menina no sofá - null, você tem merda na cabeça? – perguntou ela, agora num tom mais baixo.
null subia com null para o quarto e null cruzava os braços, olhando de cara feia para null.
- Essa garota ainda me paga null! VOCÊS TODOS AINDA ME PAGAM POR ISSO! – gritou ela, correndo para seu quarto.
- A GENTE TE PAGA POR QUE?????????? – gritou null num tom que null ainda pôde ouvir – O que a gente fez? – desta vez a garota não ouviu mais.

- O que aconteceu null!?!?!?!?! – perguntava null, ajoelhando-se sobre o chão e segurando as mãos da menina, que ainda chorava e estava cheia de cortes na testa.
- A null brigou com ela null, eu já disse – disse null – Tenta acalmar ela... A gente não conseguiu! – terminou, saindo do quarto.
null sentou-se ao lado da menina na cama e passou seus dedos pelo rosto dela para enxugar as lágrimas.
- A gente era tão amiga null! Eu não sei o que aconteceu! – dizia null, soluçando.
- Meu amor, eu to aqui, tudo bem… Pára de chorar! Vai ficar tudo bem null. Ela vai pensar na burrada que fez e vai vir falar contigo...
Ele abraçou a garota que finalmente continha as lágrimas e parava de chorar.
- Olha, se você quiser, eu posso imitar o guitarrista do Calypso de novo – disse ele rindo e piscando para ela.
Ela deu uma gargalhada e disse:
- Não null. Prefiro você assim.
- Ah, qual é… Você não gosta do Calypso?? Ohhh meu Deus!!!! – Ele se levantou e abriu a porta do quarto, gritando - null!!!!!! A null não gosta de Calypso!!!
null ria de dentro do quarto, vendo como ele era bobo, e como ele sendo mesmo tão bobo, ela o adorava.
Ele fechou novamente a porta e se aproximou dela. Sentou-se de novo na cama e a beijou. Ele apertou a cintura da menina e aumentou o ritmo do beijo.
Eles estavam quentes! Podiam sentir todo seu desejo naqueles toques. Ao mesmo tempo em que se beijavam, iam deitando-se na cama... null ficou por cima de null. Suas respirações pesavam ficando falhas e suavam desejo por seus poros. As mãos dele passavam fortemente no corpo dela. Ele apertava a perna da menina e ela segurava no cós da calça dele. Seus cabelos já bagunçados caiam sobre o rosto dela. Ele beijava o pescoço dela e mordia de leve sua orelha.
Quando em um empurrão ela interrompe e diz:
- Chega! É melhor pararmos por aqui...
- Uhum – concordou null, sem conseguir respirar direito.
- Interessante... - null falava consigo mesma do outro lado da porta. Ela tinha achado um jeito de acabar com aquele casalzinho rapidinho…
null voltou para seu quarto e logo ouviu null ir para o dele também.


XII

- O QUEE????????????????? – gritaram todas as meninas para Sr. Peterson.
Estavam todos os moradores da república no sítio que Sr. Peterson tinha alugado para passarem o feriado. Inclusive null, que não conseguiu escapar já que o Sr. Peterson tinha algo importante à conversar com todos. E ele já tinha tudo preparado: como contaria, onde contaria... Ele sabia como as meninas iam reagir.
- Ah, legal... Qual o nome dela? – perguntou null, o único que não ficou pasmo com a idéia de uma nova moradora.
- null null!!!!!!! – disse null dando um leve tapa no garoto e logo em seguida tentando disfarçar os ciúmes.
- Meninas, é uma nova companheira! – tentava explicar Sr. Peterson.
- Pete... Não!!!!!!! Já chega de garotas! Os quartos vazios acabaram e a gente não esta nem um pouco a fim de dividir quarto com ninguém! – reclamou null.
- Olha, eu garanto que vocês vão gostar dela! É uma garota inteligente, moderna... Ela vem da França!
- Uhhh... Mercy Bocu! Ah, cherry... EU ODEIO FRANCESAS!!!!!!!!!! – gritou null que já estava irritada e agora só de pensar em ter que suportar outra idiota naquela casa... Era o fim!
Sr. Peterson estava desiludido... Coitado! Mas no fim das contas, as meninas e null querendo ou não, teriam de suportar a nova garota. Ela já estava à caminho.

- FERIADO ESTRAGADO! É só o que eu posso dizer – disse null entrando na república. “Pelo menos de volta a casa… null, null, null... É a primeira coisa a fazer...” pensava a menina. Subiu correndo para o quarto e ligou para o garoto, pois já não estava mais agüentando de saudade!
- Hey Pete, em que quarto ela vai ficar? – perguntou null sentando-se no sofá ao lado do Sr. Peterson.
- Eu não sei ...
- Ela tem que ficar no quarto da mais velha. Pelo menos assim a mais velha pode TALVEZ dar um bom exemplo à ela – disse null, enfatizando o “talvez” – OU TALVEZ NÃO. SÓ A ENSINE COMO BATER NAS AMIGAS! – terminou a garota, sob o olhar fulminante de null.
- Ah?! Como? – perguntou Sr. Peterson, vendo null subir as escadas em direção ao quarto e não o responder.
Ele olhou para null, que simplesmente deu de ombros como se não soubesse de nada e seguiu para seu quarto. Enfim olhou para a garota ao seu lado que mudou de assunto:
- Então Pete... Eu tenho uma coisa pra te contar...
- Ah null, null… Não pode ser amanhã? Eu estou cansado!
- Não Pete. Garanto que você até mesmo me repreenderá por não ter contado antes.
- Estou ficando preocupado... O que houve?
- Bem... Tem duas pessoas aqui nessa república que...

- MAS O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDOO???????? – gritava Sr. Peterson naquela mesma noite.
- Pete, a gente não...
- Calada null!!!!!! Eu nunca pensei que você me desapontaria. Logo você...
- SR. PETERSON, O QUE A GENTE FEZ??? – perguntou null, também gritando.
- O QUE VOCÊS FIZERAM???? Ahh, não me faça rir null! QUE COISA MAIS RIDÍCULA!
- Pete... - null chorava desesperadamente. Eles iriam contar o que estava acontecendo, mas com calma... Eles nunca fizeram nada que pudesse deixar Sr. Peterson com tanta raiva!
- DROGA!!!!! PAREM DE GRITAAARR!!! A GENTE NUNCA GRITOU AQUI! – disse null, também gritando.
null dava seu melhor sorriso de vingança observando a confusão que tinha armado.
Estavam todos reunidos na sala ouvindo a pior bronca da história da república! Alguém tinha dito ao Sr. Peterson que null e null estavam se agarrando de noite na república. Pura mentira. Porém, o velho ficou muito nervoso e saiu gritando pela casa inteira acordando todo mundo.
- Eu ainda não entendi o que esta acontecendo aqui! – disse null, cruzando os braços.
- Você não sabe??? Não??? Não sabe null!?!??! – Ele fez uma pausa e puxou null pelo braço – Seus amigos estão fugindo das regras. Estão simplesmente esquecendo-se que elas existem. Diz null! Diz pra ela o que vocês fazem aqui de noite.
- Isso é humilhante! Pára Pete!!!!!!!!!!! – gritava null.
null sempre fora a mais comportada da casa, por isso tinha crédito com Sr. Peterson. Somente ela conseguiria “qualquer coisa” dele.
- null, eu não quero que você se intrometa nisso – gritava ele.
- ELES ESTÃO NAMORANDO! – gritou ela.
Sr. Peterson soltou null com força e o derrubou no sofá. Apontou o dedo na cara dos dois e disse:
- E por que eu ainda não sabia disso?? - null tentou falar, mas ele continuou – EU NÃO QUERO CENINHAS DE AMASSOS AQUI NESSA CASA. SE VOCÊ APARECE GRÁVIDA A CULPA É MINHA! – gritou ele apontando para null.
Sr. Peterson se sentou na poltrona e respirou fundo. Ele estava prestes a chorar. Amava aquelas garotas como se fossem suas filhas, e era demais descobrir que mentiram para ele e que uma delas estava fazendo ele nem queria imaginar o que com um garoto no quarto. E o pior: ele descobrira tudo isso pela boca de uma daquelas garotas. O que se podia chamar de traição.
Ele respirou fundo mais uma vez e levantou a cabeça, vendo null sentar em seu colo e o abraçar.
- Pete, eles estão namorando, mas eles não fizeram nada demais. Eu juro. Você confia em mim né? – disse ela baixinho.
- Eu já não sei se eu confio null! – respondeu ele se levantando e subindo para o quarto, desapontado.
Os outros continuaram na sala, em silêncio. Somente se ouviam os soluços de null que estava abraçada à null.
Imediatamente, null foi tentando subir as escadas de fininho, mas null foi mais rápida.
- O que você fez ??? – perguntou a menina puxando o braço da outra.
- TÁ VENDO null!!!! ISSO É TUDO CULPA SUA! ELE ESTÁ PENSANDO O QUE DE MIM AGORA?? – gritava null em meio a soluços.
- Isso é pra você aprender a respeitar os mais velhos! – respondeu null, esnobe.
- Você ta possuída garota! Escutou?! POSSUÍDA! – gritava null em vão, vendo que null subira as escadas em direção ao seu quarto.

Aquela era a semana de provas na escola. Não sobraria tempo para nenhum tipo de bagunça planejada naquela república e muito menos em outro lugar.
Naquela segunda-feira, o clima estava muito, muito pesado na república. Sr. Peterson estava rude, de cara feia e mal humorado. Aquilo deixara null assustado e com vergonha. Afinal, o que Sr. Peterson estaria pensando dele? E o que aconteceria com ele dali em diante? Era capaz de ser mandando para fora da república. Mas se isso acontecesse, não seria naquela manhã!
Ao chegarem à escola, viram null sumir entre as pessoas no pátio. Onde ela estaria indo ninguém sabia. Agora com suas unhas novamente pintadas de preto e seu lápis bem mais forte no olho, só poderia ser Brad e sua turma.
null estava triste. Desde a outra semana, quando null simplesmente o ignorou depois de beijá-lo. Ele não morreria por ela, nem voaria pelo mundo em busca dela, mas gostava dela! Odiava vê-la com aqueles garotos e suas enormes motos. Mas ele não tinha nada contra motoqueiros, certo? Ele tinha tudo contra motoqueiros que faziam null virar a vilã da história. E como ele contaria aos amigos que se apaixonara por ela? Logo agora, que ela era a “malvada” da turma.
Era exatamente isso que null null pensava ao ouvir as meninas e null contarem sobre o que havia acontecido na república. Tanto o que havia acontecido antes do feriado, quanto o que havia acontecido na noite anterior. Sim, era como se null já não estivesse em seu corpo. Mas por que ela teria feito aquilo? Por um garoto? Por uma nova turma?

- Hey, dude!!!!! Eu já sei o que fazer! – disse null virando para trás e conversando com null enquanto a professora passava a matéria na lousa.
- Do que você ta falando seu maluco? – perguntou null que estava viajando em pensamentos até null atrapalhar.
- Cara, acorda! Eu já sei o que fazer quanto a null!
- O que tem a null porra ?! – perguntou null nervoso.
- Aii, sem extress gatinho! – disse null fazendo voz de gay e apertando as bochechas de null que imediatamente deu um tapa no braço do amigo.
- Fala logo null! Pára de fazer doce!
- Cê tá estressado hoje hein amor! - null fez uma cara não muito boa e null continuou – Então, eu quero conquistar a null!
- Jura?!?!?!?! Dude!!!! Eu não sabia disso! Vocês não me contam mais nada também né?
- E você contou da null por acaso!?
- Continua... – disse null.
- Então... Eu quero conquistá-la!
- Você já falou isso merda!
- Dexa eu continuar, você não cala a boca!
- Não! Você que ta enrolando! Fala logo! O que vai fazer?
- Ta! A gente vai tocar uma música pra ela!
- A gente null ???
- null, presta atenção... A GENTE – disse ele apontando para null, depois para si mesmo e depois para null e null do outro lado da sala – É uma banda! Então a gente vai tocar...
null bufou e pensou ‘‘Relaxa, espera mais um pouco, na saída você quebra a cara dele!”
- null, fala, fala... – disse null se controlando.
- Daí, a música que a gente vai cantar pode ser uma nossa! Ou Happy Together, ou Hero...


XIII

- BONJUOR! – disse uma garota entrando na república.
Ela vestia uma saia prega vermelha muito curta, usava botas pretas de salto agulha, uma blusa branca que caía sobre seus ombros com detalhes bordados de preto e uma boina também vermelha por cima dos cabelos soltos, porém bem arrumados. Em seu pescoço se destacava uma correntinha de prata cujo pingente era um anjinho. A garota era bonita, isso ninguém podia negar! [n/a: anjinho? Logo, logo esse anjo cria chifres, uhauahhaahuahuahahuah!]
- AI MEU DEUS! – gritou null de susto.
A galera estava reunida na república, jogando e comendo, ou para os mais objetivos: FAZENDO NADA! Como sempre... Nunca na vida imaginariam que Sr. Peterson surtaria de repente e chegaria em casa com uma louca falando francês, ou talvez, um novo inquilino. “NÃO! NÃO PODE SER!” pensava null torcendo para que não fosse quem todos estavam pensando que seria.
- Ne me recevrez-vous pas?
- Ela é louca! – exclamou null ouvindo a menina falar coisas que não existiam, pelo menos não no vocabulário EXTENSO (se é que vocês me entendem) de null!
- PETE, VOCÊ DISSE QUE ELA NÃO VIRIA! – gritou null, com raiva.
- Eu não disse absolutamente nada! Não estava pedindo permissão para vocês! Eu estava afirmando que ela viria! – respondeu Sr. Peterson, nervoso. Pelo jeito, ele não esqueceria o episódio do dia anterior tão cedo!
– Eu estou indo trabalhar. Tenho certeza que vocês NÃO VÃO ARRUMAR CONFUSÃO! OUVIRAM? – gritou ele, batendo a porta e indo embora.
Todos ficaram se olhando como se fossem de planetas diferentes. “Que ridícula!” exclamava null ao ouvido de null.
- Comment allez-vous?
- Ahn?! – disse null com ignorância.
- DROGA GAROTA! Eu perguntei como vocês estão, é surda?? – disse a garota com mais ignorância e arrogância que se possa imaginar.
- Hey, quem você pensa que é pra falar comigo assim??
- Desirreé Depailler! E não estou ao seu dispor. Ao contrário, você está ao meu – disse ela empurrando null em cima do sofá.
null abriu a boca surpresa. Que tipo de louca a desafiaria em sua própria casa??
- Á propósito, vou ficar com o seu quarto, já que foi a primeira a levantar a voz para mim – disse a francesa, entregando sua pequena bolsa à null.
- Hey, Desirreé... Sou null null! Prazer. E uma dica: cuidado com essa garota, ela pode ser perigosa – disse null olhando com desprezo para null.
- Deixa de ser bobo! Você é lindo... Uma gracinha... Mas, eu sei me cuidar – disse ela piscando para ele e vendo a cara de indignação de null – Owwww... É sua amie? – perguntou apontando para null.
- Quê? – disse null, que não tinha entendido nada.
A garota deu uma longa gargalhada e disse:
- Namorada!
- SIM, SOU SIM! – disse null entrando no meio de null e Desirreé.
- Bon! Mas agora você mocinha, me diga onde é seu antigo quarto – falou, apontando mais uma vez para null que já estava vermelha de fúria.
- EU VOU TE MOSTRAR ONDE ESTÁ O MEU ANTIGO QUARTO SUA IDIOTA!
- HEY!!!!! null! Calma tá bom?! Ela acabou de chegar! Não vamos arrumar briga tão cedo! – disse null pegando uma das malas da francesa e a levando até o quarto que ela queria, que por sinal era o de null.

null, null e null se jogaram no sofá ao lado de null e os quatro bufaram juntos.
- ODIEI ELA! – disseram os quatro, também juntos.
- Gente, isso não pode ficar assim!!!! Eu não vou deixar ela se apoderar do meu quarto! – disse null se esquecendo que já não falava mais com aquelas pessoas.
- Eu sei , mas, bem que você mereceu! – disse null para a garota.
- Ah não! Não começa de novo, por favor! – disse null se levantando – Seguinte, a gente vai ficar na nossa, se ela começar com briguinhas a gente parte pra cima... – disse null
- Ok – concordaram os outros.

null apresentou a casa para Desirreé e pediu que a garota escolhesse o quarto que gostaria de ficar. Claro, já sabendo dos aposentos de cada um, decidiu ficar no quarto de null. “Vai ser ótimo irritá-la.” Pensava a garota, desfazendo as malas junto com null que se ofereceu para ajudar.
- Então Cher... De onde você veio? – perguntou a menina, sentando-se na cama e apontando um lugar para que null sentasse também.
- Do Brasil. Meus pais continuam morando lá. Eu vim por que o que mais quero é fazer faculdade de artes cênicas, e eu sei que têm ótimas faculdades por aqui!
- Oui! Théâtre! Que lindo! Gosta daqui?
- Sim, muito... Sabe, acho que você vai A-DO-RAR os amigos do null! Eles estão sempre por aqui, na república ou na pracinha... Ou fazendo qualquer loucura por aí.
- Frais! Isso é legal!
- Sim, eles têm uma banda! São incríveis!
- Oui? Sont-ils beaux?
- Ahn!?
- São bonitos?
- Sim, muito! – disse null sorrindo – Mas o null já é da null e o null é meu! – completou a garota piscando para a “nova amiga”.
A menina deu um sorriso e as duas desceram para almoçar. null, null, null e null não estavam com caras muito boas para a amiga! Eles não tinham gostado da francesa metida e null não podia ser nem louca de ser confidente da menina! Mas, mesmo que não tivessem gostado da menina, teriam de aturá-la!
- Você gostou da república Desirreé? – perguntou null tentando ser simpático.
Para null uma garota tinha que ser bonita, inteligente e muito simpática, qualidade que Desirreé não tinha! Apesar de bonita e parecer inteligente, a menina tinha uma expressão nojenta no rosto. Ela se sentia acima de todos...
- Oui! Esta casa é linda! – disse ela, sorrindo forçadamente.
- Que bom que gostou! – disse null, dando um sorriso mais forçado ainda!

- SOME DAQUI COM ISSO GAROTA! – gritava null, abrindo a porta de “seu” quarto e vendo o que Desirreé havia feito. Já estava de noite e Desirreé havia subido para o quarto e se trancado lá a tarde inteira.
Certo, certo, sejamos bem realistas, null null tinha os nervos à flor da pele, e ai de quem resolvesse invadir o espaço que ela tinha como dela! A garota não era má pessoa, nem mesmo vingativa como parecia, mas era bem nervosa!
A francesa colocou a mão direita sobre o peito, arregalou os olhos e abriu a boca, tapando com a mão esquerda e disse:
- Ce qui?
null se controlou para não rir. Aquela garota era a mais patricinha, fútil e imbecil que ela já tinha visto na vida! “Meu deus, dá pra ser mais frescurenta??” pensava null olhando para ela. Mas, no mesmo instante, viu seu quarto cheio de coisas rosas, seu guarda-roupa cheio de pompons e suas roupas todas jogadas em cima de sua cama! Sem contar com o cobertor da Penélope Charmosa que estava estendido sobre a outra cama que havia no quarto. A parede estava cheia de florzinhas coladas e a penteadeira cheia de maquiagem, chapinha e coisas que null nunca tinha visto na vida!
- AHHH NEM VEM COM SEU FRANCÊS DE MEIA TIGELA SUA METIDINHA FULEIRA! O QUE VOCÊ FEZ COM O MEUUUUU QUARTO??? – perguntou a garota, entrando mais no quarto e em seguida se arrependendo ao ver um globo de espelhos pendurado sobre o teto.
- CHER! Eu só decorei o quarto! – disse Desirreé com sua voz fina e com aqueles gestos exagerados – DO MEU JEITO! – gritou ela, agora sem a voz fina e sem os gestos. No lugar deles entrou um sorriso vingativo – E você vai ter que aturar!
- AHHH NÃO VOU MESMO DEPAILLER!!!!!!!!!!!
- Owwn... Vejo que decorou meu sobrenome bem rápido! Bom mesmo, porque ele é extremamente importante e não quero que você se esqueça dele!
null bufou. Pensou bem. Não adiantaria partir para cima dela, afinal a garota saberia muito bem como se defender! E null com certeza não teria ninguém para ajudá-la a se curar como null tinha.
Então saiu do quarto, vermelha de raiva. Bateu fortemente na porta do quarto de null, que atendeu assustada. Ela estava sentada na cama, lendo “Sonho de uma noite de verão” quando ouviu os gritou de null! Mas, a última coisa que ela esperava, era que null fosse até o quarto dela.
- O que foi ?!?! – perguntou ela abrindo a porta e vendo a cara de nervosa da amiga.
- EU NÃO VOU SUPORTAR ISSO! – disse null muito, muito nervosa. De tanto nervoso, a garota estava prestes à chorar.
null podia estar o quão chateada fosse com null, porém, sabia que a menina não fazia por mal.
- Entra ... Dorme aqui comigo hoje, ok?! Amanhã a gente vê o que faz.
null olhou para a amiga e pensou por um tempo. Seria melhor dormir com ela do que com aquela metida e “toda - rosa” que estava se apoderando do quarto.
- null, me desculpa... Por tudo. - null estava a ponto de chorar. Perdera seu quarto, acabaria perdendo os amigos para conquistar o gato de seus sonhos, e perdera algo que ninguém sabia…
null percebia algumas lágrimas se formando nos olhos da amiga, então a abraçou fortemente. Nesse ponto, as lágrimas de null escorreram de uma tal forma que fazia a menina chorar como um bebê.
- null, calma... Se você quiser, pode trocar de quarto comigo. Eu durmo com a Depailler!
Não era aquele o motivo do choro de null, mas mesmo assim a garota aceitou a troca. Ter que agüentar Desirreé não seria nem um pouco fácil.
null não quis fazer perguntas. Para ela, null estava com alguma frescura ou ataque de nervos. Ela deitou em um colchão e null em sua cama.
Mas, naquela mesma noite, null não estava conseguindo dormir. Ela se virava no colchão e até contava carneirinhos para tentar dormir, porém ela não conseguia. Num suspiro de cansaço, ela percebeu que null ainda chorava.
Qual seria o problema da amiga? Não é possível que tudo aquilo acontecesse só porque Desirreé roubara seu quarto. null não estava bem. Fato. Mas, mesmo querendo ajudá-la, null sabia que a menina nunca iria querer contar o que estava acontecendo para ela.

- Então está certo... A gente toca hoje para ela! – disse null, animado.
- Alguém avisou o null?? – perguntou null, levantando a sobrancelha.
- Eu avisei! – exclamou null, vendo os amigos chegarem na van de Sr. Peterson.
- Bonjour! – disse Desirreé mais uma vez. Só que agora ela estava cumprimentando ao resto da galera, ou seja, null, de quem ela gostou muito, null, ela até que o achou bonitinho e null, mas ela não achou nada de especial nesse.
Desirreé era esperta, sabia como confundir, mentir, arruinar, destruir, machucar, magoar e se vingar. Ela seria cautelosa com o que quer fosse fazer. Ela vivia de magoar aos outros...
- Ela é muito frescurenta! – dizia null rindo com null. Estavam sentados na quadra vendo o treino dos jogadores de futebol, como sempre.
- Ah null, o que é isso? Eu gostei dela! Ela é bem simpática – disse null, olhando do outro lado e vendo a garota conversar amigavelmente com um dos jogadores de futebol.
- Bem vulgar e patricinha você quer dizer... – disse null também observando a menina.
nulldeu de ombros. Uma hora ou outra todos mudariam de opinião sobre Desirreé, e além do mais, nem ela mesma sabia direito se Desirreé era legal ou não.
- Sabe null - começou a menina, virando-se para ele e entrelaçando suas mãos – Ontem a Desirreé escolheu ficar no quarto da null e você sabe como a é nervosa né?!
- Sei... – respondeu o garoto – Ela armou um escândalo?
- É. Porque a Desirreé fez uma decoração um tanto quanto extravagante no quarto.
null ria pensando na cena.
- Sim null, continue...
- Então a dormiu lá no meu quarto, comigo, mas ela não parava de chorar null. Ela chorou a noite inteira!
- Por que amor? Só porque a francesa pintou o quarto de cor de rosa?
null deu uma risadinha abafada mas logo fez uma cara séria.
- Não deve ter sido só por isso null... null deve estar com problemas, por isso está agindo assim.
- É, talvez você tenha razão... Mas como é que a gente faz para descobrir o que ela tem?
null pensou por alguns instantes e voltou seu olhar para null com um rosto tristonho e preocupada.
- Eu não sei null! Mas, eu não agüento mais ver minhas amigas brigando. A chorando ontem, eu me senti péssima! Eu não sei o que fazer... - null estava prestes a chorar e null sentia um aperto no coração vendo-a daquele jeito. Ele tinha que arrumar um jeito de ajudá-la. Ele a amava! Nunca a deixaria sofrer, e faria de tudo, tudo que estivesse em seu alcance, para fazê-la feliz.

- Estão prontos? – perguntou null para os meninos.
Eles já tinham tudo pronto para a música que null queria tocar para null. Eles tinham saído uma aula antes e tinham pedido permissão ao diretor para tocar no anfiteatro da escola. Pedido que foi aceito.
- Sim null! – gritaram os outros três. Ouviram o sinal tocar e a galera correr para o anfiteatro para saber o que estava acontecendo.
Quando Harry viu que as meninas estavam se aproximando, contou até três e eles começaram a tocar.

Imagine me and you, I do
I think about you day and night
It's only right
To think about the girl you love,
and hold her tight.
So happy together
If I should call you up
Invest a dime
And you say you belong to me
And ease my mind
Imagine how the world would be
So very fine
So happy together

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

Me and you
And you and me
No matter how they toss the dice
It has to be
The only one for me is you
And you for me
So happy together

If I should call you up
Invest a dime (call you up)
and you say you belong to me
and ease my mind (ease my mind)
imagine how the world could be
so very fine (very fine)

so happy together

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

For all my life....

Call you up
ease my mind
ease my mind
ease my mind

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

I can't see me loving nobody but you
For all my life
When you're with me
Baby the skies will be blue
For all my life

So happy together

The Beatles – Happy Together


- null, vamos ser felizes juntos? Eu quero ficar com você! – disse null ao fim da música, olhando nos olhos da garota e vendo que ela começara a chorar.
A escola inteira vibrava. “Que coisa mais linda” diziam todos. null estava estática. Ela nem mesmo conseguia respirar... Era muito bom, era extremamente bom para ser real. Mas ela não iria deixar a razão falar mais alto! Não desta vez! Porque ela queria null, e ela ia ficar com ele, mesmo que fosse a coisa mais arriscada a se fazer em todo o mundo!
Ela correu entre as pessoas e subiu as escadas do palco do anfiteatro da escola, lugar que ela nunca imaginaria subir. null já tinha subido lá algumas vezes para as apresentações que ela tanto gostava, mas null sempre fora muito tímida em público. Onde ela estava encontrando coragem para subir lá? Nem ela mesma sabia!
null sorria ao ver ela chegando perto. Ele abriu os braços para que pudessem se abraçar, mas null queria mais. Ela pulou no pescoço do menino e o beijou. A escola inteira gritava para os dois!
- LINDOSSSSS!!!!!!!!!!! – todos exclamavam.
- null, você é perfeita! – disse null, olhando profundamente nos olhos da garota e rodopiando com ela no colo.
- null, foi a coisa mais linda que você poderia ter feito por mim! Eu amo essa música! Eu tremi de medo achando que não era para mim... Foi lindo! – agora as lágrimas da garota caiam desesperadamente, e o sorriso dela era o mais intenso possível.
Os amigos estavam todos felizes pelos dois. Formavam um belo casal! Inclusive Desirreé havia adorado a cena:
- Perfeito! – dizia a garota consigo mesma – Perfeito para ser estragado! – continuou, com um sorriso de satisfação.


IXX

- null e null, se vocês vão continuar com isso, por mim tudo bem... Mas vocês vão ter que conversar com seus pais. Principalmente os seus null! – dizia Sr. Peterson já mais calmo para todos na hora do almoço.
- Tudo bem Pete! Eu prometo que vou falar com eles!
- Ah, você vai sim! Eles virão jantar conosco na sexta à noite! Espero que não tenham problemas quanto a isso!
- Mas Sr. Peterson... – ia dizendo null, mas foi interrompido por null que quis impor sua opinião.
Ela tomou um gole de seu suco, deu um pigarro limpando a garganta para falar, e se pronunciou como quem diz algo decisivo, e mesmo que muitos fossem contra ou apenas não entendessem, ela tinha esse poder. Se ela quisesse dar a última palavra, Sr. Peterson não iria impedir!
- Tudo bem Pete! Eu vou preparar uma coisa bem especial. Você chama os pais da null e então o null pode pedi-la em namoro na frente de todos! É um bom jeito de eles ficarem bem... E você ficar despreocupado! Porque afinal, estamos em sua responsabilidade e temos que fazer tudo direitinho!
Ela deu um olhar significativo para null, que – sem ver outra opção – aceitou a proposta.
Depois do almoço, Sr. Peterson foi trabalhar e os deixou na república, como sempre. Ficaram todos estudando feito loucos para as provas. Quer dizer, alguns estudavam, outros já não se podia dizer o mesmo...
Desirreé lia revistas deitada no sofá-cama com suas botas rosa choque de salto agulha, sua calça tactel branca, uma saia também rosa choque por cima e uma baby look branca. Ninguém ali podia negar que a garota se vestia bem, mas estudiosa com certeza ela não era.
null, como sempre, estava trancada no quarto, mas desta vez no quarto de null. Elas tinham trocado de quarto para não haver mais brigas.
null e null tentavam aprender alguma coisa de física com null e null. null e null estavam se curtindo... Precisavam de muitos carinhos depois de tantos tapas! Isso veio na mente de null enquanto ela observava os dois: null fazia carinho nos cabelos de null e o menino mordia a bochecha dela, fazendo com que ela fizesse cara de raiva e começasse a bater nele.
Então null, e seus brilhantes gostos brasileiros, se levantou, pegou mais um de seus CD’s do Brasil cheio de músicas doidas na opinião de todos e colocou uma música para tocar. [n/a: ok, eu sei que é muita música, mas é que é super legal ter “trilha sonora” na fic ;D]

Perguntaram pra mim
Se ainda gosto dela
Respondi, tenho ódio
E morro de amor por ela


- null, o que é isso ?? – perguntou null, abismada.
- null, pelo amor de Deus, outra das suas músicas não! – disse null, rindo.
- AHH GENTE! NEM VEM! CURTE O SOM! – disse a menina, aumentando o volume.
Sim, null tinha certos gostos estranhos, mas do que ela mais gostava era curtir com seus amigos. Mesmo que fosse Green Day ou Leandro e Leonardo!

Hoje estamos juntinhos
Amanhã nem te vejo
Separando e voltando
A gente segue andando
Entre tapas e beijos

Eu sou dela, e ela é minha
E sempre queremos mais
Se me manda ir embora
Eu saio pra fora ele chama pra trás

Entre tapas e beijos
É ódio é desejo
É sonho é ternura
O casal que se ama
Até mesmo na cama
Provoca loucuras


- É a musica da null e do null - dizia ela, rindo e cantando.
De repente, todos na sala se animaram. Ah, claro... menos Desirreé.
Eles gritavam e dançavam, dançando desajeitados. Desirreé estava se irritando... Se eles continuassem com aquilo, ela explodiria e faria picadinho de cada um com as próprias mãos! Mas que chatice! Estavam a perturbando no meio de sua leitura diária da revista mais fashion e cor-de-rosa do mundo todo!
Eles não paravam de gritar e a cabeça dela já estava explodindo.
- CALEM A BOCA AGORA! – gritou a menina.
Imediatamente, todos pararam com o susto. Desirreé foi até o rádio e desligou puxando a tomada.
- Dá pra parar? Vocês parecem crianças!
- Você parece uma patricinha fútil! E ainda por cima antipática! – disse null, com raiva.
- Como é que é null?
- É isso que você ouviu!
- Desirreé, a gente ta se divertindo! A casa não é só sua! – disse null, com mais calma
- null e null ! Eu não vou me esquecer disso! Que humilhação! Essa é a minha casa! E vocês têm que entender que eu sou a mais importante e rica daqui! Mereço e EXIJO respeito! – disse ela, com seus gestos exagerados.
- Para de se mover feito um boneco! Eu não suporto isso! – disse null irritada, sentando-se no sofá-cama onde antes Desirreé estava sentada.
Desirreé fitou todos, um por um, com o olhar mais nervoso e vingativo que ela poderia ter, e subiu para seu quarto. Precisaria se recompor... Depois pensaria no que faria com aquele bando de retardados!

Chegou a hora. Sexta-feira. Os pais de null já estavam o esperando lá embaixo junto com todos. null, null e null também estavam presentes. Sr. Peterson queria conhecê-los também. Seria bom que os pais de null os conhecessem! null estava nervoso. Tinha comprado a aliança mais linda que vira. E era realmente bonita. null tinha ido com ele comprar, e a menina disse que null iria adorar! Mas esse não era o pior problema! E se os pais de null não gostassem dele? E se eles não deixassem os dois namorarem? null tremia e suas mãos estavam geladas.
Ele se olhou uma última vez no espelho, pôs a mão no bolso e conferiu a aliança mais uma vez. Será que null já tinha decido? Seria bem melhor descer depois dela. Mas o chamariam de “mulherzinha” por demorar tanto para se arrumar.
Ele respirou fundo, [n/a: como eu costumo dizer: cheira a flor e assopra a velinha =D] arrumou a gravata e desceu, tentando se mostrar o mais confiante possível, coisa que talvez não fosse tão fácil. Suas mãos estavam geladas, ora! Os pais dela logo perceberiam isso! “Ok, null, se acalme… Vai ficar tudo bem! Oh, meu Deus! Ela ainda não desceu!” pensava ele.
Chegou ao último degrau da escada e viu que todos se encontravam na sala conversando. Estavam todos muito elegantes e comportados. Cumprimentou os amigos com um aceno de cabeça e seguiu em direção aos pais de null. Ao contrário do que ele pensava serem, eles eram bem simples e extremamente simpáticos.
- Oh, então é você o novo amor da nossa filhinha? – perguntou a mãe dela, sorrindo para ele.
- Sim, senhorita null! Quer dizer, acho que sim! Quem sou eu para saber o que se passa na cabeça de null!
- Vejo que minha filha tem bom gosto! Assim como a mãe dela! – disse o pai da menina, brincando e tirando risadas de todos.
null estava um pouco desconfortável, mas a imagem de null descendo as escadas com um vestido lilás simples, porém belo, deu forças para que ele continuasse.
- Linda! Incrivelmente maravilhosa! – disse null ao pé do ouvido da menina, ao segurar suas mãos no último degrau da escada. Ela corou, envergonhada.
“Como null está lindo” pensava ela. Seu olhar encontrou com o de seus pais que sorriam. Ela seguiu em direção à eles e os abraçou forte. Fazia muito tempo que não os via!
- Filha! Que saudades! – diziam os pais, olhando-a de cima a baixo e reparando em quanto a filha deles tinha crescido!
- Ora, veja só... Não é mais uma garotinha! – disse o pai dela, sorrindo.
- Claro que não... Olhe como esta linda! E com cara de apaixonada! – disse a mãe, apertando as bochechas da filha.
- Sim, mamãe – disse null, corando ainda mais.
null olhou para as amigas, que piscavam e sorriam, torcendo para que tudo desse certo.
Desirreé assistia a cena de longe. Aquele seria um casal difícil de destruir... Era só o que ela pensava. Sua frieza chegava a ser tanta que disse:
- Vamos comer logo? Estou morrendo de affamé!
- Perdoe-me queridinha, mas estamos em Londres... Tente falar a nossa língua. Fica mais fácil já que todos perceberam que você sabe muito bem falar inglês! – disse a mãe de null para Desirreé, que explodiu de raiva.
Depois de um tempo conversando, foram jantar.
- null, a sua comida é divina querida! Parabéns!
- Obrigada Sra. null, mas o mérito não é só meu! O null me ajudou muito! – disse null sorrindo para null.
- Parabéns para você também null! E a propósito, formam um belo casal.
A simpatia dos null era alucinante. Qualquer um adoraria ter uma sogra ou um sogro daquele jeito! Isso foi o que mais encorajou null a tomar a palavra ao fim do jantar:
- Bem, como vocês já sabem Sr. e Sra. null, eu estou realmente muito apaixonado pela sua filha null, e não acho que seja certo estarmos juntos sem seu consentimento.
Sr. Peterson estava orgulhoso! null era realmente um garoto respeitoso. “Mas por que então null disse mentiras à respeito dele e de null?” pensava Sr. Peterson.
- Eu queria pedir pra namorar com a null, na frente de vocês, e claro, com a sua permissão.
Silêncio. O clima estava tenso entre os amigos. Sr. Peterson ainda pensava em null e olhava para ela, vendo que a garota não se mostrava nem um pouco interessada em nada que acontecia ali.
Os pais de null se olharam e como se tivessem conversado mentalmente viraram-se para null e Sr. null disse:
- null null, é a null que escolhe se quer ou não namorar com você ! – fez uma pausa. – Embora eu ache uma pena se ela não aceitar!
null sorriu. O maior sorriso possível para aquele momento. Mas ainda faltava a parte principal.
null morria de vergonha, mas, por dentro pulava de alegria! Era a coisa mais perfeita do mundo!
null virou-se para ela e tirou as alianças do bolso, ouvindo todos os presentes exclamarem “OHHH”, inclusive null e Desirreé. A aliança prata brilhava de tão polida... Era linda.
- null, quer namorar comigo?
- Sabe null... – ela fez uma pausa, amedrontadora, e enfim continuou sem conseguir esconder seu sorriso – É a coisa que eu mais quero desde que te conheci!
Todos aplaudiam e gritavam, alguns até assobiavam. null beijou null carinhosamente. Daquele ponto em diante, eles já tinham ganhado o dia, ou melhor, já tinham ganhado UM SONHO!
O resto da noite? Foi perfeita. E eu não sei qual a sua definição para a perfeição, mas a desta humilde autora é simplesmente: amor! A palavra chave que reinava na República. Mesmo que o amor de null não fosse correspondido e Desirreé nem ao menos tivesse amor, eles estavam domados pela magia do momento.
Naquele noite, null ouviu null cantar a música mais alegre, tocar a melodia mais romântica e chorar de felicidade.

- Bom dia meu amor! – dizia null de manhã para null que acabara de acordar.
- Bom dia! – ela sorriu para ele, chegou perto do menino e deu um selinho nele.
null puxou null pela cintura e sentou a garota em seu colo, beijando-a profundamente.
Ela soriu e se levantou, mais uma vez seguindo o costume. Cereais de chocolate ao leite para ela e para ele.
Eles se olharam e sorriram. Estavam sozinhos pela primeira vez, namorando.
- Gente, desculpa interromper, mas eu preciso comer! – disse null entrando na cozinha com os olhos fechados.
- Pode abrir null, a gente não esta aprontando não! – disse null, rindo. null abriu os olhos lentamente para checar o que os amigos estavam fazendo. Soltou uma risadinha e abriu os olhos, seguindo em direção à geladeira e pegando seu querido suco de toda manhã. Sentou-se com os amigos na mesa e fez uma observação:
- E aí, o que a gente vai fazer hoje?
- Ah, não sei null... A gente podia ficar aqui, só falando besteira, comendo besteira e fazendo besteira!
- Ain null, isso a gente faz todo dia! – disse a menina dando um leve tapa na testa do menino.
- Hey null! Não faça isso com ele! – reclamou null, abraçando o menino.
null revirou os olhos vendo aquela cena. Será que ela também parecia tão boba quando estava com null??
- Eu tenho uma idéia! – disse Desirreé chegando à cozinha.
- Ninguém te chamou pra conversa... – disse null, coçando a cabeça e olhando para o teto.
- Mas eu tenho uma boa idéia null, então me deixa falar! – exclamou a garota, indo até null e pegando o prato de cereais do garoto. null abriu a boca em forma de exclamação e ia dizer algo, mas a garota já estava comendo.
- Vamos ao SHOPPING! – disse Desirreé animada, gritando.
Neste momento, null e null chegaram na cozinha. null riu sozinha, ainda pensando se existiria pessoa mais frescurenta e fútil. Já null riu alto, debochando da amiga.
- Desirreé, querida... Vá ao shopping sozinha, ok?! – ela se sentou ao lado de null e terminou - null, está tendo uma apresentação de “Sonho de uma noite de verão” no teatro hoje. Eu sei que você já leu esse livro mil vezes e gosta, então pensei que poderíamos ir ver a peça. null viu os olhos da amiga brilharem e um enorme sorriso aparecer em seu rosto.
- Ai, seria perfeito! – exclamou ela.
- Ótimo então! Vamos ao TEATRO! – disse null com um sorriso vitorioso para Desirreé que bufou e seguiu para o quarto.

- null, você está ficando muito malvada...
- Malvada? Eu, null ? Por quê?
- Porque você não pára de me morder.
- É que você é fofinho!
Estavam sentados em uma das primeiras fileiras do teatro. Sorriam, apaixonadamente.
- Eu estou me sentindo um CASTIÇAL! – berrou null.
- null, não grite... E aproveite a Hérmia – disse null, rindo e voltando a beijar null.
Desirreé tinha ido ao shooping, como não fora convidada pelos “amigos” para ir ao teatro. Decidiu que naquela casa ela não ficaria! E null, claro, resolveu sair com Brad.
Quando as cortinas se abriram e o espetáculo começou, todos se acalmaram e começaram a prestar atenção.
null observava cada detalhe nas personagens, nos erros, nos figurinos... Ela sonhava. Sonhava com um dia poder estar ali, fazendo cada vez melhor... A cada ator que ela via, cada peça que ela assistia, sua vontade de fazer cada vez melhor aumentava e alguns podiam pensar que isso era egoísmo, mas não para null! Para ela isso era dom! Isso era Arte! Porque a Arte busca perfeição e null queria ser perfeita. Impossível, claro! Mas ela poderia ser o mais próximo de perfeição possível!
Enquanto Helena cantava seu amor não correspondido por Demétrio, null olhou para null, que sorria olhando para ela.
- Você será até melhor! – disse ele acariciando a bochecha dela e dando um beijo de leve.
null estava pronto para dizer o que sentia, pronto para dizer que a amava. Desta vez ele não deixaria passar.
Os dois ficaram se olhando por algum tempo, sorrindo. Estavam prontos para dizer uma frase que pode parecer ingênua e comum para muitos, mas não para eles... Porque eles estavam sentindo aquilo verdadeiramente. Seria um momento importante para os dois. Por que era tão difícil dizer aquela frase? Não bastou mais de um segundo para que pensassem em dizê-la! E fizeram isso juntos. Sim, ao mesmo tempo:
- Eu te amo!

Desirréé não tinha mais o que fazer. Já vasculhara tudo quanto era coisa das meninas e de null naquela casa, mas com muito cuidado para deixar tudo como estava antes... Não poderiam descobrir, certo?
Ela foi até cozinha, assaltou o estoque de bebidas que Sr. Peterson tinha para certas ocasiões, e começou a beber... Ah não, claro que ela não bebeu a ponto de ficar bêbada. Só precisava parecer bêbada...
Estava cedo para que null, null e null fossem dormir. Claro, dez horas da noite de um sábado era cedo, certo? Então foram para a república com os outros. Porém, ao chegarem, encontraram Desirreé completamente bêbada na área que havia atrás da casa com um pequeno jardim e uma churrasqueira. Ah, e o estoque de bebidas do Sr. Peterson!
- Desirreé, o que é isso?
- Ah, cher não implica!!!! Você não vê que eu preciso de DIVERSÃO! – ela gritava jogando os braços para cima e com uma garrafa de vinho pela metade na mão.
- Isso é nojento! – exclamou null vendo a cena.
- ISSO É RIDÍCULO! – gritou null, puxando a garrafa das mãos da menina e jogando no jardim.
- Ah, qual é? Aproveitem comigo oras! – disse Desirreé apontando para copos de vinho em cima de uma mesa, ao lado da churrasqueira.
Neste momento, null, que ouvira os gritos lá de cima, abria a porta dos fundos da cozinha e via a cena. Ela pôs as mãos na cintura e pela primeira vez se pronunciou aos ouvidos de null depois do beijo entre os dois.
- Escutem aqui, vocês querem fazer baderna? Ótimo, mas me deixem dormir!
- Desculpa , a gente... – ai dizendo null, mas a menina saiu da área fechando a porta da cozinha atrás de si e deixando null falando sozinho.
- Ótimo! E o que a gente vai fazer agora? – perguntou null olhando para todos.
- Na verdade, eu conheço uma brincadeira... – começou null.


XX

- Ebaa!!! Adoro brincadeiras! Diz null... – disse null, concentrando-se na garota e sorrindo.
- Ok... – continuou ela, sentando-se no chão e sendo seguida automaticamente pelos amigos e Desirreé, que foi aceita desta vez. – A gente tem que falar uma frase, por exemplo: O SAPO PULOU NA LAGOA PLOFT! [n/a: valeu Diego! Ti Emo auhuahauhuah] Daí na segunda rodada a gente fala duplicando: O Sapo, o sapo, pulou, pulou, na lagoa, na lagoa, ploft, ploft! Quem errar bebe um copo inteiro! – disse ela apontando para as bebidas - Entenderam?
- Sim – disse Danny. – Ou melhor, não! Mas vamos jogar, daí eu entendo.
Todos concordaram e começaram o jogo.
- O Sapo – disse null.
- Pulou – disse null.
- Na lagoa – disse null.
- Ploft! – disse null.
- O sapo – disse null.
- Pulou!? – perguntou null.
- Não null! Você tinha que repetir... Duplicar... – disse null reclamando.
- Ah null, qual é? Eu estava tentando entender!
- Bebe null! – disse null dando um copo de vinho na mão do menino.
- Vinho null!? Tem que ser vodka! – reclamou null!
- Não fofo... Tadinho do null. Se ele errar de novo a gente dá vodka! – respondeu a garota.
null virou o copo de uma vez sentindo a garganta quente... Mas isso só ajudou o menino a se animar mais.
- O sapo.
- Pulou.
- Na lagoa
- Ploft.
- O sapo.
- O sapo.
- Pulou.
- Pulou.
- Na lagoa.
- Na lagoa.
- Ploft.
- Ploft.
- O sapo.
- O sapo.
- O sapo.
E assim a brincadeira foi continuando...
Estavam falando seis vezes a mesma coisa e as pessoas que mais erravam eram null e null. null estava prestes a beber seu 3º copo quando eles decidiram parar. null já estava tonto e null já estava passando mal.
Dessirré colocou um CD das Spice Girls para tocar e começou a dançar.

Yo I'll tell you what I want, what I really really want,
So tell me what you want, what you really really want,
I'll tell you what I want, what I really really want,
So tell me what you want, what you really really want,
I wanna, I wanna, I wanna, I wanna, I wanna really
really really wanna zigazig ha.


null e null começaram a dançar também... Juntos. null observava a cena, ainda sentado no chão e com um copo de vodka na mão. E se ele chamasse null para ficar lá também? Afinal, estava divertido... Pensou em subir até o quarto, mas se policiava para não fazê-lo.
null ria das piadas idiotas que o namorado contava:
- null, você está um completo bêbado idiota... Mas mesmo assim eu te amo!
null somente ria feito um louco.
null tentava acalmar null que estava realmente passando mal de tanto álcool que tinha bebido!
- null... Calma... – dizia a menina acariciando os cabelos dele.
De repente, null começou a suar e arder em febre. null colocou as costas de suas mãos no pescoço do menino para conferir a temperatura. Ele estava muito quente. Ela pensou em dar-lhe um banho de água fria, mas, ela? Não. Ela não faria aquilo. Então resolveu pegar um remédio.
- null, eu vou pegar um remédio pra você tudo bem? – disse ela, beijando o rosto dele. – Você tem alergia à alguma coisa?
- Não null... – respondeu o garoto, em sã consciência, já que o efeito-idiota que o álcool produzia já tinha passado.
Ela saiu às presas em busca de algo que pudesse ajudar. Sr. Peterson sempre guardava remédios em uma caixa no armário da cozinha, mas ela não saberia qual o remédio. Subiu rapidamente as escadas em busca de null, pois essa sim saberia qual o remédio certo.

Desirreé ainda dançava quando viu null sumir de vista correndo para algum lugar que Desireé não sabia e nem queria saber qual era. Ela olhou para o jardim onde null se encontrava anteriormente... null se encontrava lá, suando frio e fervendo de febre.
Não teria oportunidade melhor para Desirré... Ela precisava aproveitar.
- null... – disse ela, chegando perto do menino e se sentando ao seu lado na grama.
- null ? – perguntou o menino, que nem ao menos conseguia distinguir quem estava com ele.
- Uhum... – sussurou Desirreé no ouvido do menino.
Ela foi chegando perto, e mais perto, e mais perto...

- , por favor me ajuda?
- null, vocês fazem besteiras e querem que eu conserte??
- null, eu só te peço que me diga o nome do remédio!
null passou as mãos pelo rosto, esfregou os olhos para acordar melhor e fuçou na caixa de remédios do Sr. Peterson.
- Esse – disse ela, pegando um potinho de remédio em gotas branco e verde e entregando à null.
null agradeceu e seguiu para a varanda, mas null foi atrás, para ver o que eles tanto aprontaram para null estar naquele estado.
Quando null chegou na varanda, sentiu suas pernas tremerem, suas mãos ficarem extremamente geladas e seus lábios ficarem secos. As lágrimas inundaram seus olhos ao ver aquela cena. Desirreé estava sentada ao lado dele, acariciando os cabelos dele, beijando null. null tinha corrido contra o tempo, acordado a amiga para não errar o remédio e ele agradecia daquela forma? null null. Aquele que tinha acabado de dizer que a amava. Para ele aquilo talvez não tivesse significado nada. Para ela foi uma das atitudes mais importantes que já fizera em toda a vida. E ele agora beijava outra, que por sinal era odiada por ele nos dias anteriores. Ele a beijava na casa que null tinha como dela. Na frente dela, descaradamente... Na frente dos amigos... A pior humilhação pela qual alguém pode passar! A pior humilhação que null tinha passado em toda a sua vida.
O copo com água e remédio foi parar na árvore. A garota pensou em arremessá-lo em cima dos dois, mas tinha uma péssima mira e o amava muito para machucá-lo. Então ela arremessou o copo na árvore. Sim, a árvore na qual null, ainda beijando Desirreé, estava encostado. null imediatamente segurou os ombros de null para que a garota não caísse de tanta tristeza. Com o barulho de vidro quebrado, todos os presentes olharam para ela.
Todos permaneciam calados, prontos para escutar qualquer tipo de insulto de null para null, mas isso não aconteceu.
O menino por sua vez, abriu e fechou os olhos milhares de vezes até entender o que havia acontecido. Desirreé o tinha enganado. Não era null a garota que ele estava beijando... “Bem que eu percebi”, pensou ele sentindo o gosto amargo na boca. Não era como os beijos de null, doces e suaves... Era amargo e ruim... Literalmente ruim...
null saiu correndo, entrou dentro de casa, chorando... Suas lágrimas podiam inundar a casa, deixar rastros dela por todo o tapete. Ela abriu a porta da frente e saiu caminhando pela rua. Precisava ficar só. Precisava falar com sua mãe. Uma semana antes, ela ligara para mãe, contara que conhecera null e estava gostando muito dele. A mãe ficara orgulhosa. Mas desta vez, ela ligaria para a mãe dizendo que estava humilhada, traída... Acabada.
As lágrimas atrapalhavam sua visão. Ela podia escutar os gritos das amigas chamando seu nome e pedindo que ela voltasse para casa, mas ela precisava ficar sozinha... Precisava respirar...
As lágrimas atrapalhavam sua visão. Ela soluçava desesperadamente... Chorava como uma criança que acabara de levar uma chinelada da mãe, por algo que ela não fez. Amava null null, e não conseguia entender como ele podia dizer que a amava também e poucas horas depois traí-la na sua frente, e na frente de seus amigos.
As lágrimas atrapalhavam sua visão. Iria atravessar a rua para tentar não ouvir mais as amigas gritando. Aquilo a incomodava! Será que não podiam deixá-la sozinha por um momento?
Mas as lágrimas atrapalhavam sua visão. E ao atravessar uma rua que para ela estava deserta, sentiu dor, angústia, desespero e o capô de um carro sobre suas costas.

null deu um grito e se deixou cair sobre o chão frio, duro e sujo da calçada ao ver sua amiga desmaiada sobre o asfalto.
null gritou também e saiu correndo para ver a amiga.
null entrou na república e começou a gritar e a chorar ao mesmo tempo chamando os outros...
- null, calma... Respira... O que aconteceu? – perguntou null, preocupado.
Do lado de fora, o motorista do carro tentava ajudar null à acordar null, inutilmente...

- Sim, você vai ficar bem garoto... Melhor que a sua amiga com certeza... – disse o doutor preocupado para null, que tomara soro e uma bela injeção.
- Doutor, por favor, deixa a gente vê-la! – dizia null para o médico, chegando à sala de espera para ficar com os amigos.
- Não! Agora não! Ela ainda não esta bem, teve sérias complicações e ematomas, ela precisa descansar – disse ele se retirando.
- Gente, me desculpem... Foi um acidente, eu não pensei que ela fosse atravessar – dizia Vitor [pra vc mesmo xuxubis =D *sonhaa*], o motorista do carro.
- Tudo bem, Vitor... Fique tranqüilo, ela está bem... Ela vai ficar bem! – disse null sorrindo para o garoto e colocando sua mão sobre o ombro dele, gesto que fez null ficar com ciúmes já que o rapaz era muito bonito e simpático.
- COMO ASSIM ESTÁ TUDO BEM? ELE ATROPELOU ELA null! – gritou null, com raiva.
- null null, você não tem o direito de falar nada ! Você não viu! E ainda por cima o que está fazendo aqui? – perguntou a menina, com um tom arrogante. - Devia estar na república com a Depailler!
- Nem vem null, você sabe que eu não suporto aquela garota!
- Mas a beijou! – disse null, também irritado. – E pára de falar assim com a null!
- null... – disse null se levantando de uma das cadeiras da sala de espera, ao lado de null, null e null que também estavam sentados, e apontando o dedo na cara de null. – Sai daqui. Por favor... Você já não tem mais o que fazer por aqui. Deixa que a gente cuida da null... Eu tenho certeza que ela não vai querer te ver!
- E você null ?? Por que não o acompanha? Estava nos ignorando há pouco tempo atrás! – disse null, também se levantando.
- Ela é minha amiga null – respondeu a garota, com firmeza.
- Por que está toda amiguinha agora? – rebateu a garota, se aproximando.
- VOCÊS NÃO VÃO BRIGAR DE NOVO AQUI, NÉ? – gritou null.- É melhor você ir mesmo. Estamos em um lugar de respeito. Aqui dentro não... – continuou, falando agora somente com null.
- Ela é minha amiga... – repetiu null com a voz falha como se fosse chorar. Por que seus amigos a tratavam tão mal? E por que ela mesma os tinha tratado tão mal?
- Mesmo? Eu acho que não mais! – continuou null, com um olhar de fúria.
- CHEGA! – gritou null, com a respiração forte.
Ela abraçou null e voltou a chorar… Parecia que tudo estava se desmoronando… A horas atrás estavam no teatro tendo um dos melhores momentos de suas vidasm, e agora estavam num hospital, aquele lugar todo branco que dava tontura, uma sala de espera já vazia às cinco da manhã de um domingo, com uma amiga internada, uma traição e não conseguiam parar de brigar.
null virou-se e começou a seguir o caminho para fora do hospital. Humilhado, cansado, machucado e apaixonado. null, por sua vez, o seguiu triste, magoada... Chegaram juntos na recepção do hospital. null abriu a grande porta de vidro da saída e saiu do hospital. Esperou até que a amiga saísse e fechou a porta.
Os dois olharam a pequena escadaria e a rampa para cadeiras de rodas… Perceberam que ainda estava escuro, mas, logo o sol começaria a surgir… null não conseguiu mais controlar as lágrimas e começou a soluçar. Ela chorava desesperadamente como nunca havia chorado em toda a sua vida... Estava com problemas, sérios problemas... Apaixonada por alguém que secretamente nem ligava para ela, perdendo suas amigas, aquelas que a acolheram de braços abertos na república, se tornaram irmãs, estava perdendo uma chance de ter novos amigos e estava perdendo algo que nem ela mesma sabia qual era. Estava triste. Precisava de alguém... Precisava de um abraço.
null não sabia o que fazer, mas ele sabia que algum problema null teria. null também sabia. Mas o problema, nenhum dos dois saberia qual. Então num impulso, ele abraçou null fortemente. A garota chorava mais, sentindo o corpo quente de null a envolvendo. O que ela mais precisava naquele momento era de um amigo. Um amigo de verdade. Se não fosse tão brava e orgulhosa, ela diria tudo, contaria tudo para ele...
- O que houve ? O que está acontecendo?
A menina não dizia nada. Somente chorava e abraçava null, cada vez mais forte. Ele encostou sua boca perto do ouvido da garota e começou a cantar. Ele queria confortá-la, mas, não sabia como, só sabia tocar e cantar, então foi o que resolveu fazer:
- “She walked in and said she didn't wanna know anymore
Before I could ask why she was gone out the door
I didn't know, what I did wrong
but now I just cant move on.”

Ele deu um pequeno beijo na testa dela e voltou a falar:
- null, você precisa dizer para alguém o que esta acontecendo! Somos seus amigos, podemos te ajudar!
- null... – ela ia contar... Ela precisava contar...
Mas ao invés disso, ela simplesmente saiu correndo.


XXI

O dia já estava claro, as janelas daquele quarto vazio, frio e solitário estavam abertas. null via o vento balançar as árvores do jardim do hospital. Estava chegando o outono. Ela adorava o Brasil no outono... Já Londres ela preferia nas épocas de Inverno... A neve... Mas de qualquer jeito, faça frio ou calor, aquela cidade era linda.
Por muitas vezes, a Senhora null pediu que a filha voltasse para casa, mas, como a menina nem ao menos ouvia o que a mãe dizia sobre isso, acabou desistindo.
null lembrou da mãe, do pai, da irmã mais velha, que já era casada e tinha filhos. Pensou no casal de sobrinhos. Será que eles já sabiam o que tinha acontecido? Uma lágrima escondida nos olhos da garota enfim resolveu aparecer. Rolou por sua face e chegou a seus lábios. null sentiu o gosto salgado e amargo de suas lágrimas. Era um sabor de derrota. Sabor de traição. Lembrara, enfim, por que estava ali. Lembrou-se denull... e Desirreé.
null se sentiu sozinha pela segunda vez desde que chegara à Londres. A primeira vez foi no aeroporto, esperando por Sr. Peterson. Se lembrou dele. “Deve estar tendo uma crise de nervos!” pensou.
Quando dizem que bons pensamentos atraem coisas boas e maus pensamentos atraem coisas ruins, acredite. Pois pensar em Sr. Peterson é atrair Sr. Peterson.
Ele abriu a porta levemente com um rosto neutro. Viu que a garota estava acordada. Entrou no quarto e deu um longo suspiro de alívio.
- Pete... – disse ela sorrindo. Já não se sentia mais tão sozinha.
- null... Eu juro que...
- Pete, calma... Eu estou bem... Essas coisas acontecem... Vai ficar tudo bem! – disse ela o abraçando forte.
- Olha para você, está com os lábios cortados... Esta toda machucada... Eu nunca vou me perdoar null... Vocês são as minhas maiores heranças e eu não estou cuidando direito de vocês como prometi aos seus pais.
- Não Pete. Você cuida muito bem da gente... Eu sei que meus pais confiam em você e têm certeza que você cuida muito bem de mim! – mais lágrimas caíram de seus olhos.
Sr. Peterson as secou com seus dedos e sorriu a abraçando novamente.
- Eu vou ligar para os seus pais, está bem?! – disse ele, se despedindo, dando um beijo na testa machucada e inchada da garota.
- Esta bem... Mas não faça alardes! Não quero deixá-los preocupados... Eu estou bem!
- Sim – disse ele por fim, fechando a porta atrás de si após sair.

- Licença... – dizia null com um sorriso entrando no quarto.
- null! null! – disse a garota, os vendo entrar, como sempre, de mãos dadas.
O sorriso que os dois tinham no rosto a acalmava. Era bom ter seus amigos por perto, mas mesmo assim ela continuava se sentindo sozinha. Vazia.
- null! – disse null sorrindo.
- Está melhor? – perguntou a amiga, sentando-se na cama ao lado de null.
- Estou sim. Mas onde estão os outros?
- Calma null... Eles virão dois de cada vez. E depois tem alguém super legal que quer te conhecer, mas ele só vira amanhã, pois teve que sair hoje – disse null, segurando os ombros da namorada e acariciando o rosto de null.
- É verdade, ele é gente boa!
- Quem, ora? – perguntou a amiga, ansiosa.
- O motorista.
- Quer dizer, o que me atropelou?
- Sim – responderam null e null ao mesmo tempo.
null deu um meio sorriso. Poderia perguntar algo, se interessar, mas ela não queria ouvir nada sobre aquilo. Queria ouvir algo sobre null. E não deixaria de perguntar.
- E o null?? Ele estava muito mal ontem... Como ele está?
- Está bem null... Ele passou no médico também, tomou soro, injeção e já foi para casa – respondeu null.
- Hum... E a ?
null e null se olharam com medo e em seguida olharam para a amiga deitada em uma cama de hospital e disseram, praticamente juntos:
- Ela foi embora.
null ficou ainda mais triste. Sua amiga estava com algum sério problema ou então tinha enlouquecido... Não era possível!

- Ai, amiga... Ainda bem que esta melhor! Eu juro que não sei o que aconteceria se você mor...
- null! Olha o que você fala! – exclamou null. – Esquece isso ok null? Finge que ela não disse nada! – disse ele olhando feio para null.
- Tudo bem, anjinhos... Eu também não sei o que aconteceria se eu morresse.
- Ta vendo o que você faz null?! A menina fica pensando o que agora?
- O que null?? O que ela vai ficar pensando, hein? – disse null, empinando o nariz para o garoto e dando um pedala nele.
- Ei, não me bate não!
- Eu bato sim! E quando eu bem entender! E onde eu quiser!
null fazia caretas e null batia ainda mais nele. Tapas leves é claro...
null ria com os amigos. Sim, o relacionamento deles era entre tapas e beijos.
- Pelo menos você a fez rir! Ta vendo! – disse null, sorrindo vendo a amiga rir.
- É só pra isso que eu sirvo mesmo! Eu sou uma palhaça! – disse ela, virando-se de costas.
- null! – exclamou o menino. – Vem aqui maçã minha!
- Maçã null? E o que te leva a me chamar de maçã?
- Sei lá... Por que é gostosa?
null arregalou os olhos e abriu a boca.
- Fica quieto garoto! É melhor! – disse ela rindo. Não tinha como não rir...
- EU AMOO VOCÊS! – gritou null de repente, abrindo os braços e pedindo um abraço dos dois.

- Onde estão todos?
- Foram para casa. Precisam dormir... Amanhã eles têm escola e precisam te passar a matéria. Claro que não queriam ir de jeito nenhum, mas eu vou ficar aqui com você!
- Pete, vá para casa também... Você também precisa dormir! Ficou o domingo todo comigo! E precisa trabalhar amanhã.
- Eu não vou trabalhar null!
- Vai sim! Pete é sério! Não precisa... Eu vou dormir a noite toda.
Sr. Peterson a observava, pensando. Ele realmente precisaria trabalhar se não quisesse perder seu emprego. Saiu, deixando null passar a noite sozinha.
- Você vai ficar bem?
- Muito bem! – respondeu ela por fim.
Logo que ele saiu, null se preparou para dormir... Estava cansada, seu corpo todo doía, estava com dor de cabeça e se sentia extremamente triste.
A tristeza da garota se devia a certo fato ocorrido. Ela se lembrava de null. Seu sorriso dizendo que a amava, seus olhos brilhando… Ela lembrava de como ele perdera no jogo e tinha tomado uns 6 copos de vinho e 2 de vodka… Ela lembrava de como ele estava passando mal… Lembrava do quanto tinha lutado para acordar null e pegar o remédio certo... Lembrava de ver null e Desirreé se beijando… Ela lembrava do copo que jogara sobre a árvore... Lembrava de ter chorado muito... Lembrava da voz de sua mãe dizendo o quão feliz tinha ficado de saber sobre o novo amor da garota... Lembrava de suas amigas gritando seu nome...
- null...
A menina rapidamente abriu os olhos, virando-se para o lado. Estava aflita devido ao sonho, e ficou mais aflita ainda ao ver quem estava do outro lado da porta meio-aberta:
- null? O que você está faz...
- Shiu... Por favor! Não briga comigo!
- Não! Não nesse estado... Você não vale à pena... Não vale nem um tapa.
- Não precisa, eu mesmo já me bati. null, por favor... Eu te amo...
- Eu não acredito!
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos. Não estava sendo nem um pouco fácil para null dizer aquilo, mas não poderia perdoar o garoto assim tão facilmente!
- Por favor...
- null, o que você está fazendo aqui? Vai embora, por favor... Visitas esse horário são proibidas!
- É, eu sei... Mas eu precisava te ver!
- Por que você não estava aqui hoje de manhã? Por que não veio me ver de manhã?
- Eu passei a noite aqui, mas de manhã as meninas disseram que seria melhor eu ir embora...
- null, chega! Tá bom! Já te ouvi, agora sai!
- Não!!! – exclamou ele, respirando fundo.
Ela virou o rosto para o outro lado esperando que ele percebesse que ela queria dormir, ou pelo menos que ele achasse isso e fosse embora. Mas ele não foi.
null se sentou na cama ao lado da garota e começou a acariciar os cabelos dela.
- null...
- null...
- Pára! – disse ela, firme, o empurrando da cama. – Chega! Vai ficar com ela! É melhor não é?!
- Ela é nojenta...
- Pensei ter ouvido você dizendo que me amava...
Era demais para null. Ele precisava sair. Não, não era o momento certo para conversar com ela ainda. Ele esperaria! Esperaria até encontrar o momento certo de falar com ela.
Ele saiu do hospital, mais uma vez chorando...

Aquele não seria um dia comum e muito menos divertido para a galera. Sem null estavam tristes. Era como se uma das partes do quebra-cabeça tivesse sumido... Estavam todos desanimados, inclusive null.
null estava mal... Ela já não conseguia parar de chorar e com certeza o ambiente da sala a perturbava ainda mais. Ela não conseguia se concentrar e precisava de certa coisa que tinha experimentado há alguns dias atrás... Sentia que precisava de alguém, alguém que realmente a entendesse e pudesse dizer algo que a ajudasse, ou dar algo que a ajudasse, e o que seria melhor do que seu novo namorado? Brad!
A segunda aula do dia estava acabando. null se levantou de sua cadeira no fundo da sala, aproximou-se da professora, que corrigia alguns exercícios com a classe, e pediu para ir ao banheiro.
“Professora de História. Idiota!” pensava null ao sair da sala rumo ao corredor dos fundos, onde ela sabia que Brad e sua turma estariam.
null se aproximou do grupo e logo sentiu seu nariz arder com a fumaça.
- ... – dizia Brad com os olhos vermelhos.
- Você está fumando Brad?
O garoto ergueu os ombros e abraçou null passando um pequeno pacote para suas mãos.
- Você quer amor? Gostou?
null estava amedrontada. Sim, já havia usado drogas. O pior erro que ela pôde ter cometido, mas precisava daquilo! Ela não estava bem. Queria se sentir melhor... Precisava se sentir melhor. A fumaça estava a deixando tonta.
Brad fez uma cara de interrogação para a garota e começou a beijá-la. Ele estava horrivelmente drogado e com um cheiro horrível. null não agüentava mais. Por que estava fazendo aquilo afinal? Por ele? Por Brad?
Ela observou o garoto por algum tempo. Beijava Hanna, beijava Peter, e estava a ponto de beijá-la também, quando...

- Droga professor, eu preciso sair... Estou apertado! – dizia null para o professor de biologia que acabara de entrar na sala.
null tinha saído e ainda não voltara... Ele precisava ir atrás dela, não estava mais agüentando vê-la daquele jeito.
- Ah, null! Não me aborreça mais com isso! Vai logo! O garoto saiu da sala apressado e procurou pela menina por toda a escola.

- null!!!!!!!!!!!! – gritou null vendo que a menina estava prestes a beijá-lo, sabendo que tinha acabado de beijar outras pessoas!
Aquilo tudo era demais para que null suportasse! Ele não ia deixar que null fizesse aquilo! Não ia deixar que ela se drogasse.
- null! – disse a menina, aliviada.
Ela chorava e tossia muito. Correu até null e o abraçou fortemente.
Ela não poderia comparar o que sentia por null e o que sentia por Brad! Eram garotos extremamente diferentes. Apesar de Brad ser mais bonitão e fazer o tipo malvado que agradava muito null, ele era FRACO! Fraco por não enfrentar os problemas, e só guardá-los dentro de um pacote de drogas!
null tinha um valor incontável. Era ele que provocava arrepios nela, era ele que dizia coisas bonitas e a fazia rir. Era ele que a tinha conquistado com uma partida de batalha naval! Era null null que null queria. Ela estava fazendo uma escolha, talvez a mais importante de sua vida. As drogas que ela tinha experimentado acabariam saindo de seu sangue depois de um tempo. Ela nunca mais pretendia chegar perto delas de novo.
O quanto null sofreu ninguém sabe, ela sofrera calada... Seu gênio forte a fizera se excluir e depois a fizeram pensar que era fraca, mas ela sabia que tinha algum valor! Pelo menos para null ela tinha valor e soube disso no momento que o viu gritar por seu nome e salvá-la de fazer besteira mais uma vez. Ela poderia beijá-lo naquele instante, mas não conseguia parar de chorar...

- Você não vai ao hospital null?! – perguntava null, intrigada. Sabia que o amigo estava escondendo alguma coisa, mas não iria interrogá-lo e nem repreendê-lo por isso.
- Eu vou null! Prometo! Mas preciso fazer uma coisa antes... Tenho certeza que vão ficar felizes quando souberem o que...
- Então conta, idiota! – disse null, dando um pedala no amigo.
- Agora não!
- E o null, não vai? – perguntou null, com medo da resposta que teria.
- Ele vai se quiser... – respondeu null, com desdém, seguindo para o hospital.

- Eu odeio ser assim, sabia?
- Você não precisa ser assim null! – dizia null, passeando pela praia com null.
- Mas é que... Eu não sei... Queria experimentar algo novo entende?
- Por que você fez isso ??
- null, eu não sei. Olha, a culpa foi minha sabe – ela se sentou na areia e abraçou os próprios joelhos, observando as pequenas ondas atingirem a areia. – Eu sou uma garota problemática...
- Não! null, você é uma garota perfeita!
- Eu sou nervosa, estorada, metida, antipática...
- Desorganizada, mandona... – começou null, sentando-se ao lado dela e nomeando o que dizia com os dedos. – Aproveitadora, esnobe...
null arregalou os olhos e abriu a boca, ouvindo o que o menino dizia.
- Sim null null, você é tudo isso e mais... Você também é linda, inteligente, forte, animada, boa jogadora de batalha naval! – piscou os olhos, lembrando-se do sofá-cama da república de Sr. Peterson.
null sorriu. Tinha como não sorrir? Agora ela se sentia preparada.
- Sabe, eu acho que a gente podia jogar batalha naval mais vezes.
- Sim! É claro! – respondeu null, ingênuo!!!
- Apostando beijos – disse null, rindo.
- Pra que jogar batalha naval? Isso a gente pode fazer por livre e espontânea vontade!
Ele colocou as mãos sobre o pescoço da garota, aproximando-a de si e a beijou. Estavam em sintonia.
As ondas do mar chegaram até os dois molhando-os e quebrando o beijo.
- Ah, fala sério né ondinha! Não pode ficar quieta não? Não vê que assim você estraga o clima poxa! – disse null, se levantando e reclamando com as ondas.
null observava a cena e teve uma idéia, que claro, na opinião dos garotos românticos é PERFEITA! Mas, cá entre as mulheres, isso deixa péssimas conseqüências!
- , eu acho que elas querem que você se junte a elas!
Ele a pegou no colo e correu para o mar.

- Tem certeza Vitor? - Bom null, se ela é realmente brasileira e goste de músicas estranhas como você disse, acho que ela vai adorar isso! – dizia Vitor, rindo somente com a idéia de como seria seu primeiro encontro com a garota que ele tinha atropelado.
- Ow Vitor, só tem uma coisa! Eu não consigo cantar isso não cara! – reclamava null.
- Ah, deixa de ser frouxo null! – dizia null dando um leve tapa no menino.
- null, só quem bate no meu null sou eu! – disse null, com os braços cruzados e batendo os pés no chão freneticamente.
- Vamos, vamos, gente... – disse Vitor por fim, seguindo para o quarto de null.

[n/a: OK, OK, ESTÁ COMPROVADO: EU AMO MÚSICAS “ESTRANHAS”!]

Tá na hora
Tá na hora
Tá na hora de brincar
Pula pula, bole bole
Se embolando sem parar


null se assustou vendo null, null, null, null e um garoto desconhecido entrarem em seu quarto cantando algo que ela ainda não entendia devido ao terrível português dos amigos.

Dá um pulo vai pra frente
De peixinho vai pra trás
Quem quiser brincar com a gente
Pode vir, nunca é demais


null praticamente chorava de rir ouvindo aquilo! Não era possível! “Onde eles ouviram isso?” a garota se perguntava.

I la ri la ri la ri ê
Ôôô
I la ri la ri la ri ê
Ôôô
I la ri la ri la ri ê
Ôôô
É a turma da Xuxa
Que vai dando o seu alô!


- EU JURO QUE ESTOU ATÉ COM MEDO DE VOCÊS AGORA! – gritou a menina em meio a risadas.
- Ah null, foi idéia do Vitor. Eu nem sei que música é essa!
- Você não sabe que música é essa null null???? ESSA É CLÁSSICA! A-do-rei! – disse a garota, sorrindo ao ver os amigos.
- Prazer null, eu sou o Vitor, e sei que é bem estranho chegar aqui e dizer: Oi, eu sou o motorista que te atropelou! – disse ele, nervoso. – Mas, enfim... É isso que eu sou!
null fez uma cara de interrogação ao ouvir o garoto falando português. null já tinha dito que era brasileiro, mas ao ouvir isso, ela pensara em algum descendente ou algo parecido.
- Olá Vitor! – disse a garota, simpática.
Então ela pôde reparar em quão lindo ele era. Era um garoto de cabelos claros, com belos olhos verdes e um lindo sorriso. Seus lábios eram bem vermelhos, o que dava certo contraste com a pele muito clara. Ele era magro e alto. Ah, e não podemos esquecer o sorriso. Um belo sorriso!
- Bem, e onde estão null e null? Por acaso ela pretende não vir me visitar também?? O que eu fiz?
- Não null, calma... O null disse que vem mais tarde – respondeu null, tímida.
- E a null ???
Todos deram de ombros deixando uma null triste e nervosa. Depois se retiraram da sala, para deixar que Vitor e null pudessem conversar.
- Olha, primeira coisa null...
- null ! – disse ela, sorrindo.
- null... – ele sorriu de volta, deixando-a tímida com tal sorriso. – Desculpa! Ok? Eu estava desligado... Não poderia imaginar alguém atravessando uma rua tão deserta àquela hora da manhã!
- Tudo bem, Vitor... Está desculpado!
- Legal. E então, você é de que parte do Brasil?
- São Paulo! E você?
- Rio de Janeiro. – respondeu o garoto, observando-a.
“Vitor, você é muito cagado! Como pôde atropelar uma garota? E ainda mais, uma garota linda como essa?”
- null, você gosta de... – ele parou para pensar por algum tempo, mas não tinha o que perguntar. Só queria puxar assunto realmente!
- Roberto Carlos? Roberta Miranda? Xuxa? Leandro e Leonardo? Calypso?
Ele ria. Ela realmente tinha gostos “estranhos”
- Não Vitor... Eu juro que não gosto realmente disso! É só para divertir, sabe?!
- Entendo... – ele ria, desesperadamente. – Mas, e Legião Urbana? Titãs? Kid Abelha?
- Ah, eu sou apaixonada pelo Kid abelha!
- Educação sentimental... – ele começou a cantar.
- O-oh, eu li um anúncio no jornal...
Eles riam. Pelo resto da tarde, null não teve problemas em se lembrar de null ou até mesmo por que viera parar ali! Ela se divertiu muito... Lembrara de feijoada, cuscuz com leite, rapadura... Sim, comidas típicas brasileiras das quais ela tinha muita saudade. Lembrou do Silvio Santos, com a bela imitação de Vitor, lembrou-se das novelas da Globo, como “O cravo e a Rosa”, que ela tanto amara, lembrou-se de coisas que a fizeram feliz... Coisas que mostraram a ela que o mundo não girava em torno de null e que se ele não a queria, ela não perderia a vida por isso.

- Hey null! Cheguei! – disse null com um buquê de flores nas mãos e a mão de null na outra.
- Entra nullzinhu! Que saudade – dizia ela.
A sala estava realmente cheia. Todos estavam lá com null e ao verem null, estranharam. O que afinal a garota estava fazendo lá?
- Oi galera – disse ela, envergonhada.
- Oi , que saudades amiga! – disse null, simpática como sempre.
null foi até a cama da menina e beijou-lhe a bochecha, sorrindo.
As lágrimas pareciam cair como chuva sobre os olhos de null.
- Que foi amiga? – perguntou null, secando algumas lágrimas que escorriam sobre o rosto dela.
null olhou para todos os amigos e respirou fundo. Precisava se desculpar. Precisava voltar a ser o que sempre fora.
- Me desculpem – foi tudo o que ela conseguiu dizer antes de cair num mar de lágrimas e ficar sem equilíbrio.
null rapidamente abraçou a menina que chorava em seus ombros.
null aproximou-se dela, e sem dizer nada, simplesmente abraçou-a. Todos os presentes fizeram o mesmo. Vitor só observava a cena, e ao ver que null fazia uma cara de criança arteira ele começou:
- Se você está contente bata palmas! – em sua versão inglês da música.
null bateu três palminhas atraindo a atenção de todos que ainda estavam em um abraço coletivo com null.
- Se você está contente bata palmas!
Desta vez todos obedeceram batendo três palminhas.
- SE VOCÊ ESTA CONTENTE, QUER MOSTRAR A TODA A GENTE, SE VOCÊ ESTA CONTENDE BATA PALMAS - null e Vitor cantaram juntos.
- EU QUERO ABRAÇO TAMBÉM! – gritou null da cama, vendo todos se aproximarem e se abraçarem.
- ESSE É O SUPER DUPER, ULTRA MEGA ABRAÇO DE URSÃO! – cantou null, rindo.



XXII

- Ótimo... Com cuidado Vitor, por favor... – pedia Sr. Peterson, enquanto Vitor pegava null no colo para colocá-la na cadeira de rodas.
Ela estava voltando para casa. Um grande alívio por sinal. null conseguia andar sozinha, mas ela precisaria de algum tempo na cadeira de rodas até que seus joelhos melhorassem e os hematomas da perna desaparecessem. Vitor se ofereceu para ajudá-la nesse pouco tempo, já que ele era o causador de tudo.
Os outros estavam na república esperando por ela com um grande almoço e muito abraço.
- Obrigada Vitor, mas você sabe que não precisa... Pode ir para casa, estudar...
- Não null, o intercâmbio que espere... Eu te machuquei e não posso sair assim agora!
- Ah, mas você não vai sair assim nunca... Ou acha que eu vou te esquecer assim tão fácil? – disse ela, piscando.
Seguiram para o carro de Sr. Peterson. Passaram por uma grande porta de vidro então viram uma pequena sacada, onde por muitas vezes, pessoas passaram chorando... De um lado havia uma escadaria e do outro uma rampa para cadeiras de rodas. Desceram a rampa e seguiram de carro para a república.

- BEM VINDA!!!!!!!!!! – gritaram todos para null logo que a garota entrou na república.
Ela abraçou cada um mais uma vez. Desirreé continuava deitada no sofá com seus fones de ouvido no volume máximo e uma revista de moda nas mãos.
- Hey Depailler, chegamos! – disse Sr. Peterson, tirando os fones do ouvido da garota.
Dessirreé respirou fundo, deu seu melhor falso-sorriso e disse:
- Bonjour!
Caminhou até null, do outro lado da sala e aumentou ainda mais o sorriso. Talvez um pouco daquela falsidade fosse verdadeira, afinal, ela estava feliz de ver null derrotada.
- Comment allez-vous? – perguntou ela, dando um leve beijo na bochecha de null, que em seguida esfregou o rosto para tirar a “nojeira”.
- Na minha língua, por favor! – disse ela, com desdém.
Desirreé a olhou vingativamente, empinou o nariz e bufou.
- Como você está queridinha? – perguntou, com aqueles gestos exagerados, passando as mãos pelos cabelos soltos.
- Ótima. Melhor impossível... Vamos comer? – perguntou aos outros, que afirmaram com a cabeça e seguiram para a cozinha.
- Quem é esse gat... garoto, null? – perguntou Desirreé parando as rodas da cadeira com o pé quando null estava indo para a cozinha.
- Esse é o Vitor... Vitor, essa é a Desirreé.
- Prazer – disse ele, sorrindo, ingênuo.
- Mas ela não é flor que se cheire, e não presta para você! – disse null, também empinando o nariz para a outra.
- Hum... – resmungou Vitor, mais consigo mesmo, observando Desirreé de cima a baixo.
Seguiram para a cozinha.

- Bom, eu vou trabalhar pessoal... Você ficará bem null? – perguntou Sr. Peterson logo depois do almoço.
- Com certeza Pete! Eu tenho o meu guardião aqui! – disse ela, apontando Vitor, segurando as mãos do garoto e seguindo para a sala junto com os outros.
- Está bem! – disse Sr. Peterson, deixando a república.
Logo que ele saiu, o silêncio reinou na casa. A galera sabia o que teriam de fazer agora... A hora da vingança havia chegado!
- Ta legal... Chegou a hora! – disse null, virando-se para trás junto com todos os outros, ao mesmo tempo.
Desirreé vinha da cozinha quando viu que todos a olhavam de braços cruzados e com muita raiva.
- OHH... – ela deu um gritinho fino e escandaloso, colocando as mãos sobre o peito, abrindo a boca e olhando para o chão.
- Legal Depailler! Muito legal o que você fez, não é? – disse null, se aproximando.
- Eu nunca pensei que você pudesse ser mais chata, irritante e TERRÍVEL do que já era! – disse null.
Desirreé deu uma risada alta, começou a bater palmas e disse gritando:
- AINDA BEM QUE VOCÊ SABE QUERIDINHA! EU SOU TERRÍVEL! – ela ria ainda mais. – EU APPRÉCIER SER TERRÍVEL!
- Você é patética! – disse null, rindo.
- E você é chifruda! – rebateu Desirreé.
- Ah, cala a boca Desirreé! Eu poderia encher essa sua cara fresca e vadia de tapas agora mesmo, mas eles me proibiram disso! – reclamou null.
- Proibimos mesmo. Porque você não vale nem ao menos um tapa – disse null, pegando sua bolsa. – Vamos galera, eu não agüento ficar um segundo na frente dessa... ZINHA!
- Isso não acaba aqui não Depailler! Me aguarde! – disse null fazendo um sinal de “espera” com as mãos.
Todos seguiram null até a porta.
- Você não vem null? – perguntou null.
- Não, null. Eu estou cansada... Quero aproveitar a minha repúblicazinha!
- Mas...
- Vai ficar tudo bem null. Eu cuido dela! – disse Vitor, sorrindo.
- É null, ele cuida de mim! – respondeu a garota, rindo.
- Está bem. Estamos indo – disse null, por fim, saindo da república ao lado do namorado.
null e Vitor olharam rapidamente para Desirreé, que tinha um sorriso vitorioso no rosto. A garota fez um movimento rápido com os pés e se jogou sobre o sofá-cama da sala, voltando a assistir TV.
null e Vitor seguiram para a varanda, o mesmo lugar onde alguns dias antes a galera jogara uma brincadeira boba. Um péssimo dia na opinião de null.
Ao entrar mais uma vez naquela varanda, por aquela mesma porta, e observar a mesma árvore, a mesma churrasqueira, a coleção de vinhos do Sr. Peterson, ela se sentiu péssima. Cada momento daquele dia passava pela sua cabeça como um filme e ela sentiu uma terrível dor de cabeça e seu coração apertado de rancor. Sabia que seu sentimento por null não tinha mudado. Lembrava de null dizendo que ela seria melhor que todas aquelas atrizes no teatro… Lembrava de ter dito EU TE AMO, ao mesmo tempo que ele… Lembrava de ter seu coração disparado depois disso. As lágrimas voltaram a cair sobre seu rosto, agora pálido. Ela não conseguia enxergar direito e lembrava-se de estar pensando em sua mãe no momento em que foi atropelada.
Vitor virou-se de frente para a garota e ajoelhou-se na frente da cadeira de rodas:
- O que houve null? – perguntou ele, confuso.
null respirou fundo e preparou-se para contar a história mais frustrante e apaixonada que ela já vivera... Ela contou sobre tudo: como conhecera null, depois null, contou que fizera um trato sobre a caipirinha e o brigadeiro com ele, contou que se apaixonou... Pelo menos ela se apaixonou realmente... Enfim, contou tudo.
Antes que Vitor pudesse dizer algo à respeito, ouviram a campainha tocar. Vitor levou null até a sala para que a garota pudesse atender a porta, já que Desirreé com certeza não atenderia.
A campainha tocou mais uma vez.
- Já vai! – gritou null, indo em direção à porta e dando um olhar decepcionado para Desirreé.
Ela esperava por tudo, qualquer coisa, qualquer coisa que fosse menos pelo que ela viu.
null se encontrava parado do lado de fora com um aspecto estranho e nervoso. Desirreé levantou-se do sofá para ver quem era, e antes que Vitor, null ou até mesmo null pudessem dizer algo, ela o agarrou de vez, gritando:
- Meu amoooooooooooooorrrrrrrrrrrrr! Que saudade!
- Você é lou.. – ia dizendo null, mas antes de mais nada, Desirreé saiu da casa, fechando a porta atrás de si e beijando null.
O garoto, extremamente assustado, a empurrou com força, bufando, saindo correndo de perto dela e gritando:
- VAI PRO INFERNO DESIRREÉ!

null já nem tinha mais lágrimas para derramar. O desespero de saber que null agora estava com Desirreé era imenso.
Ela imediatamente pegou o telefone e começou a discar o número de casa, porém Vitor a interrompeu colocando a mão sobre o gancho e desligando o telefone.
- O que você está fazendo?
- Vou ligar para casa, Vih! Eu vou embora! Não agüento mais isso!
- Você vai desistir?
- Eu não estou desistindo! Eu perdi esse jogo! – disse ela, sentindo as lágrimas voltarem.
Vitor sentou-se na poltrona em frente à ela e segurou as mãos da garota:
- null, o verdadeiro motivo de você estar aqui é a sua faculdade de teatro, certo? É o seu amor por Londres, por Sheakspeare... Não pelo null! Então você não vai desistir no primeiro obstáculo que encontra!
A garota tentou falar algo, mas ele não deixou.
- Eu quero que você reflita um pouco e perceba que o seu mundo não gira em torno de um garoto!
- Ela é tão linda, tão elegante, sabe como atrair alguém... Eu não sou nada! Eu não sou ninguém Vitor...
- Você quer ser alguém?? Não precisa responder! – disse ele ao ver que ela abria a boca para dizer algo. - null null, você está aqui em Londres porque quer ser alguém... Porque quer ser a melhor atriz do mundo! Então você vai continuar aqui, vai estudar e se esforçar para ser o que você quer!
Ele estava certo. null no fundo sabia que ele estava certo... Mas ela estava desesperada! Precisava conversar com a mãe. E mesmo que não fosse para pedir pra voltar para casa, ela ligaria. Voltou a pegar o telefone e discou o número de casa.
- Alô! – disse uma voz cansada.
- Mãe?? – perguntou null, sorrindo.
- MINHA FILHA! Oh meu Deus! Como você está? Sr. Peterson me disse que você tinha sido atropelada, pelo amor de Deus o que houve??
- Calma mãe... Eu estou bem! – disse ela, apertando a mão de Vitor com força e começando a falar. – Sabe mãe, aconteceram tantas coisas desde a última vez que te liguei...
- Sobre o null?
- Sim… Eu nem sei como começar, mas uma noite dessas a gente resolveu ir ao teatro...

- Cara, essa música está horrível! Dá pra você se concentrar mais null ?? – gritava null.
- Não dá não! Eu não estou com saco pra ensaiar hoje! – dizia null.
- Você só tem saco para trair, né null!? - dizia null, irônica.
null a olhou nervoso e bufou.
- Já chega, ta legal null? Eu vou para casa... – respondeu ele, saindo da casa de null.

- Filha, volta para casa... Vai ser melhor!
Vitor a observava ansioso para saber o que Sra. null dizia. null olhou profundamente nos olhos de Vitor e percebeu que realmente não podia desistir... Ele nem a conhecia direito, não sabia sobre seus planos, suas histórias, mas ele estava certo. Vitor sabia realmente o que era ser brasileiro: NÃO DESISITIR NUNCA! E ela não desistiria! Ouviu a mãe chamar por seu nome então disse, por fim:
- Não mãe! Eu não vou desistir!
null sorriu e desligou o telefone. Vitor sorriu de volta e abraçou a garota, que sentiu as lágrimas mais uma vez. Ela segurou firme e não deixou que elas caíssem. Ela não ia mais chorar.
Ouviram a porta se abrindo e Desirreé, entrando com glamour na república.
- Ora, ora... Vejo que esqueceu o null rapidinho, não é null?! Melhor assim... – começou ela, com seus gestos e seu cabelo sedoso. – Agora ele é meu! E parece que nunca esteve tão apaixonado... Me diz uma coisa: ele cantava para você?
null sentiu um aperto no peito. Não, null nunca cantara para ela. Ele já cantara com ela e tudo mais, mas nunca para ela, só para ela... Ela nem ao menos precisou responder, Desirreé continuou:
- Pois é... Ele fez uma música para mim... Linda! Cantou hoje... Ele queria cantar aqui na sua frente, mas isso seria grosseiro! E além do mais, a música é minha e eu não quero que ninguém mais escute!
Depois ela se dirigiu ao quarto, onde ficou pelo resto do dia, para a calma de null.
- Eu nem sei mais o que dizer... – ela sentiu as lágrimas voltarem de novo. – Mas eu não vou chorar!
- Ahh, eu tenho um jeito de te animar null!
Ela deu um meio sorriso. Aquele garoto era muito meigo!
- O quê?
- Você vai ver... Mas só no fim de semana!
- Ah, Vih!!! Fala sério! Eu vou ficar curiosa!
Ele fez sinal de não com os dedinhos e começou a falar de outras coisas...
- Vem, vamos para a cozinha porque hoje essa galera vai jantar um prato especial brasileiro! – disse ele indo para a cozinha.
- Yeah! – comemorava null.

O fim de semana tinha chegado. null já estava se sentindo melhor, mas ainda tinha que ficar na cadeira de rodas... Os planos para aquele fim de semana seriam diferentes: teriam uma festa beneficente na escola, então trabalhariam o sábado todo e de noite combinaram que todos dormiriam na república, ouviriam e dançariam as músicas estranhas de null... Ah, sem esquecer-se de uma surpresa que Vitor tinha planejado!
Estavam na pequena festa beneficente. Alguns trabalhando nos jogos, caixa, comidas... Para desespero de null, tivera que trabalhar com null e null.
- Eu quero jogar, tioo!!!! – gritavam algumas criançinhas, deixando null totalmente maluco.
- null, você só tem que pegar a ficha deles e entregar uma bolinha! – dizia null, entregando uma pequena boneca para uma menina que acabara de jogar.
- Onde estão essas malditas bolinhas, null???
- Aqui – disse null entregando um pote grande com algumas bolinhas para ele. – Eu estou presa nessa merda de cadeira e consigo fazer mais do que você null!
- null... ? – ia dizendo o menino, mas ela não ouvia.

- Ah, null, fala a verdade... Eu sei que você é loucamente apaixonada por mim...
- Esqueça null... Enquanto você não disser, eu não digo! Você tem que falar primeiro!
- E por que não você?
O casal discutia entre quem diria “eu te amo” primeiro, uma cena cômica de se ver... Os dois se amavam entre tapas e beijos, como as músicas estranhas de null costumavam dizer... Mas eram fofos juntos, mesmo brigando entre quem diria “eu te amo”!
A barraca do correio elegante estava totalmente vazia, [n/a: Gente, nem sei se existe correio elegante por lá, mas, em todo caso... Se não existia acaba de ser inventado ;D] então null e null podiam ficar à vontade para discutir, se bater, se pegar, seja o que fosse... Porque afinal, para eles não tinha mais ninguém ali.
A parte ruim de tudo, era que tinha sim mais alguém ali... Bem irritante por sinal... Desirreé não fazia absolutamente nada! Se chegasse alguém para mandar um correio elegante para seu amado ela simplesmente fingia não ver! E foi o que aconteceu mais uma vez.
- Moça! – disse um rapaz baixinho e gordinho, chamando por Desirreé.
- Eu juro que se ela continuar ali sentada eu quebro a cara dela... – sussurrava null para null.
- Não amor, calma... Deixa que eu vou. Longe dele eu deixo você quebrar a cara dela!
null deu uma pequena risada e esperou que null atendesse o cliente e quando o mesmo se afastou, ela cruzou os braços, virou-se na direção de Desirreé e batendo os pés freneticamente disse:
- Escuta aqui ZINHA... FILLE DE MERDE! Acho que você entende isso não é? Dá pra você mexer esse seu traseiro gordurento e fazer alguma coisa, ou vai ser difícil? Porque se for difícil eu posso dar uma ajudinha...
null fez uma cara de malandro esperando para ver a verdadeira vingança contra Desirreé.
- Vem me ajudar vem, sua chienne! Se é que você sabe o que é isso? - respondeu Desirreé levantando as sobrancelhas.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo sua francesinha de LIXO!
- Ah! Quem você pensa que é pra falar assim comigo sua... sua... SUA MALOQUEIRA?
- null, ela me insultou de verdade! Eu tenho a permissão?
- Amorzinho, se ela não fosse mulher eu até te ajudava!
null sorriu, vitoriosa... Enfim chegara a hora da vingança!
- Uii... Você tem que pedir permissão do namorado é?
- Claro, eu respeito a opinião dele e não sou vadia como você, que adora beijar a boca de todos, e quem sabe ficar rodada como uma nota de uma libra!
Desirreé apertou os olhos e fez bico. Correndo na direção de null e puxando os cabelos da menina.
null deu uma rasteira na francesa e a derrubou no chão. Subiu em cima da garota e começou a esbofeteá-la. Desirreé se debatia no chão e chutava as costas de null que continuava a bater na cara da menina.
null ria desesperadamente da cena!
- AÊ AMOR... VOCÊ ESTÁ ARRASANDO!
null, que se encontrava em uma barraca próxima, gritou por null, numa outra barraca e os dois correram juntos para o correio elegante.



XXIV

null null seguiu para a cozinha, temendo que null simplesmente o esbofetea-se, o que não seria má idéia!
A garota estava fungando, com medo de chorar. Segurava as lágrimas fortemente enquanto mexia na caixa de remédios do Sr. Peterson procurando por algum remédio que ajudasse a melhorar seu estado.
- null... – disse null se aproximando da cadeira, que se encontrava de costas para ele.
A menina levantou a cabeça, desconfiada, perturbada por aquela voz.
- Acho que está na hora de você me bater... – começou ele, sentindo as lágrimas sobre suas bochechas rosadas.
null sentiu as pernas tremerem. Sua sorte foi estar em uma cadeira de rodas. Ela queria, ela precisava daquele garoto, não agüentava mais ficar sem null. Sua vida agora só teria sentido se fosse ao lado dele! Ela poderia levantar daquela cadeira e correr para os braços daquele que a ensinou a amar! Aliás, o que ela mais queria era abraçá-lo, beijá-lo. Mas por que afinal ela continuava lá, paralisada, olhando para ele? Ah, sim... O orgulho!
- null...
- Não null, não diz nada por favor... – pedia o garoto, correndo até a cadeira e se jogando de joelhos no chão.
Ele chorava desesperadamente, segurando a mão dela.
null soltou suas mãos das dele e passou pelo rosto, enxugando as poucas lágrimas que por lá se encontravam.
- null, eu sei que você sabe o quanto você é importante para mim! Eu sei que você sabe o quanto eu te amo! Por favor, eu to sofrendo demais! Não dá pra ficar sem você! Você me conquistou e em apenas três meses que eu te conheço eu sei que não consigo viver sem você!
- Chega null! – pedia a menina, evitando olhar nos olhos dele.
- Não! Não me deixa sozinho, por favor! Fica comigo null! Eu nem sei o que aconteceu aquela noite!
Ela respirou fundo não acreditando em muitas das palavras de null. Segurou firme na cadeira se equilibrando devagar e se levantou, observando null aos prantos de joelhos na frente dela.
- Levanta null...
O menino fez um leve gesto com a cabeça simbolizando um não. null segurou levemente as mãos do menino, puxando-o para cima. Ela mais uma vez encarava aqueles olhos… Ela costumava olhar fundo neles e descobrir tudo o que se passava na mente do menino, mas desta vez ela olhava aqueles olhos cheios de lágrimas, e sentia-se traída! Sentia como se tudo aquilo fosse falso e ele a estava enganando! Ela queria mais do que tudo se deixar levar pelas emoções e ficar com ele de uma vez, mas sabia que isso não seria certo. Sabia que null não ia consegui-la de volta com apenas algumas lágrimas. Ela precisava de mais! Precisava confiar nele mais uma vez!
null acariciou levemente as bochechas de null desejando beijá-la mais do que tudo que já desejara. Ele amava muito aquela menina, e não sabia mais o que fazer para conquistá-la de volta! Não sabia como se redimir! Pedir desculpas não era o bastante!
Então o que ele teria de fazer, além disso? Ele sabia que aquela garota merecia tudo o que há de melhor no mundo inteiro, mas ele não tinha como dar a ela tudo o que ela merecia! Ele se sentia fraco por não fazer a garota que ele amava feliz.
null retirou com cuidado as mãos do garoto sobre sua bochecha e desviou dele, seguindo de volta para a sala, à pé.
- null! – disse ele, firme, virando-se para ela.
Ela se virou, sem nenhuma palavra, encarando-o novamente. null apontou para a cadeira, como se pedisse para que a garota se sentasse.
- Eu estou bem. Já chega dessa coisa! – disse ela, virando-se novamente, enxugando as últimas lágrimas e seguindo para a sala.

Vitor observou null entrar na sala sem a cadeira, calado. Ele sabia que a garota estava mal então nem bronca daria! Afinal, ela já estava bem melhor e aquela coisa só a fazia se sentir como uma inválida.
A garota chegou perto dele vendo Desirreé assistir TV e se sentou entre eles no sofá. Vitor passou os braços pelo ombro da garota, confortando-a.
null apareceu logo em seguida na porta da sala, pronto para dizer tchau para todos e sumir daquela república.
- Tchau galera... – disse ele, acenando fraco para os casais que jogavam batalha naval.
- Você já vai null? – perguntou null.
O garoto acenou que sim com a cabeça e voltou-se para o sofá, dando tchau mais uma vez e saindo da república pouco depois de ouvir Desirreé mandando beijos.
null sentiu mais lágrimas. null a fascinava! Ele era incrível, mas ela sabia que não deveria... Ela sabia que não poderia.

- null, pelo amor de Deus, sai daí! – dizia null, olhando para a porta onde do outro lado se encontrava null chorando feito um bebê.
O menino continuava chorando, partindo o coração da namorada, que já não agüentava mais. Ela não agüentava vê-lo sofrendo! Era péssimo! Ela se levantou da cama, respirando fundo, então abriu a porta encontrando o namorado vermelho de tanto chorar, olhando para ela... Aqueles olhos que derreteriam até mesmo um coração feito de ferro. null não se conteve. Agarrou o menino em um forte abraço, como nunca o abraçara.
- null... Eu amo você! Eu amo muito... Você é a coisa mais especial pra mim! Eu faria de tudo por você! Eu odeio brigar contigo, pelo amor de Deus...
- Eu te amo null - dizia a menina aos prantos. – EU TE AMO!!!!!!
Beijaram-se. Aquele estava longe de ser um beijo comum de recuperação como aqueles que null via em filmes... Aquilo era verdadeiro, era algo que null e null nunca imaginaram sentir. Era algo que nem ao menos cabia dentro dos corações dos dois. Eles precisavam um do outro como o dia precisa do sol para surgir, eles precisavam um do outro como um peixe precisa de água, como a null precisava de Nutella, como a banda dos meninos precisavam de um nome...
Sentaram-se encostados sobre a porta do quarto de null e ficaram lá… Por quanto tempo? Não sei dizer ao certo... O tempo dos apaixonados é diferente quando se é aproveitado ao lado do seu amor.
- Hey, null, você quer casar comigo?
- Quero! – respondeu a garota, sorrindo.
- Olha, eu quero te mostrar uma coisa!
null pegou o velho violão de null e começou a dedilhar uma música bonita que null não entendia ao certo. Até que o famoso “pararara...” de casamento surgiu.
null ria desesperadamente do namorado, que tocava a música de casamento com os olhos fechados, sonhando em como seria seu casamento...
- Agora o noivo pode beijar a noiva! – disse ele, beijando null firmemente, sentindo o gosto doce do amor passar por suas bocas.

- null, eu to indo também... Amanhã eu volto está bem? – disse Vitor, vendo os outros se despedirem para irem embora.
- Claro Vitor, mas não se esqueça de vir. Eu posso ter largado aquele troço chato, mas eu ainda preciso de você! – disse a garota, com um sorriso carismático no rosto.
Ele seguiu para fora da república junto com todos e em seguida as meninas foram dormir... null voltara a dormir em seu quarto, junto com null, porque não agüentaria dormir no mesmo quarto que Desirreé.

null estava derrotado, cansado, em pleno domingo de manhã, tentando comer alguma das coisas que a mãe lhe oferecia. Ele não tinha fome! Estava cansado de ficar sem null... Ele nem ao menos sabia como continuava ali... Ele não conseguia viver sem ela e isso chegava a assustá-lo.“E agora? O que eu vou fazer sem ela?” pensava, temendo não tê-la de volta nunca mais.
Ele se lembrou de Vitor pedindo que fosse até a praça encontrá-lo. O que ele queria com null, afinal? Era estranho pensar em Vitor dizendo à null algo que ajudasse, mas mesmo assim ele não teria nada a perder se fosse encontrá-lo…
Logo que terminou seu café, despediu-se da mãe e seguiu para a praça. “Ele devia estar tirando uma da minha cara! Daqui a pouco ele chega aqui rindo de mim… Ou não! E se ele estivesse falando realmente sério? Ah, não, mas ele deve gostar dela... Deve estar querendo me dar uma surra! Ou não…” pensava null, sentado no banco da praça, esperando por Vitor. Ele nem sabia se o menino iria ao certo, mas mesmo que Vitor não fosse encontrá-lo, ele precisava ficar lá, sozinho, sentado por um bom tempo, tentando colocar sua vida em ordem…
Para sua surpresa, Vitor estava falando sério, e lá estava ele, com suas calças jeans largas, suas camisetas de marca, um all star no pé. Vitor sempre andava com as mãos no bolso. Ele tinha certo “gingado” ao andar. Devia ser coisa típica de brasileiro, pois null também tinha esse jeitinho de andar.
null se levantou do banco, observando Vitor se aproximar... O garoto olhava de um lado para o outro, examinando a praça, até chegar perto de null e estender a mão para cumprimentá-lo.
- Olha null! Não pensei que viria!
- Nem eu pensei que viria! – respondeu o outro, apertando a mão de Vitor.
- Sim, mas você veio! E isso quer dizer que a ama e está disposto a tê-la de volta.
- Eu ainda não entendi o que você esta pensando em fazer Vitor! – disse null, voltando a se sentar no banco.
Vitor copiou o gesto do “amigo”, sentando-se ao lado dele e tirando um pedaço de pão dos bolsos. Ele começou a picar o pão, jogando as migalhas no chão. Em seguida, alguns pássaros apareceram para comer as migalhas que Vitor jogava. Era cedo e somente alguns velhos ou crianças caminhavam pela praça, fazendo o mesmo que Vitor fazia…
null observava o gesto do garoto, esperando pelo que Vitor tinha a dizer. Mas, sem paciência de esperar que ele terminasse de jogar as migalhas, limpou a garganta e perguntou:
- E então... O que você quer afinal?
Vitor jogou o último pedaço de pão e levantou do banco, encarando null.
- null... – começou ele. – Você precisa fazer alguma surpresa para tê-la de volta! Por que não escreve uma música ou...
- Ou... – disse null, impaciente.
- Vem comigo! – exclamou Vitor, seguindo a pé pela praça.
- Onde? – perguntava null, ainda estático.
- Vem! – exclamou Vitor, fazendo gestos com a mão.
null começou a segui-lo devagar, mas ao ver que ficaria para trás, aumentou o passo, ficando ao lado do garoto.
Eles seguiram até o carro de Vitor. Entraram, e Vitor começou a dirigir para um lugar que null não sabia onde.
Eles passaram pela praia… null observava tudo com cautela, lembrando-se das idas à praia com a turma, do dia em que beijou null e null ficou com muito ciúmes, dos castelinhos de areia da garota... Porém, Vitor continuava a dirigir...

- Aonde você vai pata choca? – perguntava null para Desirreé ao ver a menina toda arrumada saindo da república.
Estavam todos enrolados nos cobertores assistindo televisão na sala. null, null e null dividiam o sofá-cama, enquanto null e null se espremiam na poltrona. Era uma manhã fria de outono. Ventava um pouco lá fora, mas Desirreé continuava com suas mini-saias e blusinhas.
- Não te interessa! – respondeu a garota, obviamente.
Desirreé abriu a porta e sentiu o vento frio! Rapidamente, ela fechou a porta, lançando um olhar de fúria para todos na sala, que olhavam diretamente para ela e sua vulgaridade. Pegou um sobre-tudo marrom em seu quarto e saiu, batendo a porta com força atrás de si.
- Onde será que ela vai, hein!? – perguntou null, levantando a sobrancelha.
- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe! – respondeu null voltando sua atenção para os desenhos animados de domingo de manhã.



XXV

Vitor continuava dirigindo e null não entendia aonde o menino queria ir. Estavam muito longe da praia e mais para frente a praia acabava! E depois da praia acabava a cidade! Afinal, onde Vitor queria ir?
null não hesitou em perguntar, pois já estava ficando com medo. Tirou a cara do vidro e olhou atentamente para Vitor:
- Aonde você ta indo, cara?
Vitor pareceu sair de um transe. Olhou para null pelo canto do olho e estacionou o carro. Tinham chegado ao fim da praia. Já não tinha mais ninguém ali, e muito menos àquela hora da manhã.
Desceram do carro. null seguia Vitor enquanto esse andava com passos rápidos em direção à praia. null estava feliz. Quem sabe Vitor pudesse mesmo ajudá-lo a conseguir null de volta!
Sentaram-se na areia por algum tempo, admirando o mar. null pensou ver Vitor a ponto de dizer algo, quando ouviram uma voz fina gritar atrás deles.
- VITOOOOOOORRRRR!!!!!!!!! – gritou a garota, nervosa.
null abriu a boca: ‘‘Desir...’’ Mas antes que ele pudesse terminar, Vitor deu-lhe um soco no estômago. null null se contorceu no chão, tentando respirar, mas estava difícil. A dor era imensa e ele chegou a pensar em como Vitor conseguira tanta força... Mas esses pensamentos saíram de sua cabeça quando, antes que ele pudesse se recuperar, Vitor começou a chutá-lo.
Desirreé gritava e ria alto: “Vai Vitinho!!!” enquanto Vitor chutava null mais uma vez. null não conseguia nem ao menos entender o que estava acontecendo ali, muito menos tentar se defender. Era impossível.
- Ai gata, pega o carro que a gente vai buscar o coroa! – disse Vitor, segurando o queixo de Desirreé e em seguida dando um leve selinho na garota.
Ela saiu toda empinada, em busca do carro.
- O que é isso? – perguntou null, se levantando, esperando pelo próximo golpe de Vitor. Desta vez ele se defenderia.
- Cara, esquece – disse Vitor, rindo sem nem ao menos tentar bater em null mais uma vez.
- Não, eu não vou esquecer! O que vocês estão fazendo Vitor?
- Isso aqui se chama roubo, furto, assalto... Seja como você quiser chamar! A loira lá ta me ajudando – disse ele, apontando para Desirreé que o chamava de dentro do carro.
Vitor puxou null pelo pescoço, quase que enforcando-o. Amarrou suas mãos para trás, abriu a porta de trás do carro e o jogou lá. Esperou que Desirreé fosse para o banco do lado, e entrou. Dirigiu até a parte mais lotada da praia.
Desirreé, em um impulso, virou-se para trás, observando null e dizendo:
- Agora você vai descobrir o que o Sr. Peterson tanto faz nos fins de semana.
null continuava sem entender absolutamente nada. Estava amedrontado.
- Segura as pontas aí gata, eu vou buscar o coroa!
Desirreé passou para o banco de trás, ficando ao lado de null. Passou os dedos pela bochecha vermelha de suor do garoto e começou a falar:
- null, meu amorzinho... Você quer vir com a gente? Vamos roubar toda a grana do coroa – ela deu uma piscadela e completou
– É um ricasso. Ah, e eu vou aproveitar e dar veneno pra idiota da null! Pra ela aprender que comigo não se brinca!
- Desirreé, você não sabe o que está fazendo! Ele é criminoso de verdade, isso não é brincadeira.
- E quem disse que eu não sou null?!
- VOCÊ NÃO É! EU SEI QUE NÃO! NÃO PRECISA MENTIR! – ele encostou a boca levemente no ouvido da garota e falou baixinho – As criminosas não podem contar o que vão fazer para os reféns...
Desirreé fez cara de quem não entendia, mas logo em seguida empinou novamente o nariz, voltando para o banco da frente e esperando por Vitor.
null tinha certeza que ela não sabia o que estava fazendo. Era burrice. E Vitor também não tinha noção de quão tapada a garota era, porque se ele soubesse disso, não teria a chamado ela para ajudá-lo.
“Eu não acredito que a null confiou nesse cara” pensava ele, desapontado.

Sr. Peterson caminhava pela praia alegremente ao lado de sua nova namorada... Isso mesmo, com todo aquele clima de romance na república, ele não se conteve e arrumou uma Sra. Peterson... Era uma mulher bem simpática por sinal.
- Pete... – disse Vitor, carinhoso.
- Vitor?! Está fazendo o que aqui a essa hora?
- Procurando por você! – disse ele, segurando o braço do homem.
- Mas como você descobriu...
- Pete, a null ta passando mal... Eu não sei o que fazer... – disse Vitor, desesperado.
Sr. Peterson imediatamente o acompanhou junto com a namorada até o carro.

- Ah não null, minha perna está doendo! – dizia null para a amiga.
Estavam na república, pulando, comendo... Certas coisas que eles NUNCA faziam!!!
null parou a música e mandou a galera parar de falar:
- Calem a boca! - ele fez uma pose de gente importante e disse que tinha algo a dizer. - Mas o null vai falar primeiro.
- Por que eu tenho que falar primeiro? – disse o garoto, irritado.
- null, uma hora ou outra você vai ter que falar.
null levantou uma das sobrancelhas e seguiu perto de null.
Derrubou o garoto com um empurrão e subiu em cima do mesmo banquinho que ele estava. Parou por um momento, encarou a todos.
- Cara, eu não sei o que falar! – exclamou para null.
- Aff... Você é um BUN-DÃO null null! Sai daí! – disse null subindo no banquinho e respirando fundo.
- Seguinte... – começou ele, como se estivesse planejando algo. – O que eu tenho pra dizer é que...
Ele parou. Não conseguia falar.
- Aêêê… Você é um BUN-DÃO null null. E sai daí que eu vou falar.
- Cala a boca null. Deixa eu me concentrar.
As meninas riam assistindo à cena. null batia palmas para os amigos:
- Parabéns, vocês ganharam o Oscar dos caras mais lerdos pra pedir em na…
null calou o amigo com um tapa na boca.
- Quieto null. Senta aí que você fica mais bonitinho.
null obedeceu o amigo, sentando-se ao lado da namorada.
null pegou a mão de null e disse de uma vez:
- Quer namorar comigo?
Mas, antes que null pudesse responder qualquer coisa que fosse, null virou-se para o amigo e berrou:
- TÁ VENDO TROUXA! EU CONSEGUI!
null deu o dedo para ele e sorriu para null, que levou a mão a boca ainda não acreditando.
- Sim – disse null.
null pulou no pescoço da namorada, caindo com ela sobre o sofá-cama, onde null, solitária, estava sentada.
- Ahhhh, saí daqui! Inferno! – disse ela, rindo e socando os amigos.
null continuava imóvel, esperando forças para dizer o que tinha de dizer. Ele queria que null entendesse sem ele precisar dizer nada, mas ela não perderia o gostinho de vê-lo dizer.
- Ta legal… - exclamou, passando as mãos pelos cabelos. – Quer namorar comigo null!?
A garota sorriu, pulando no pescoço do garoto e gritando: “SIMMM!”. null, null e null começaram a bater palmas, felizes!
- Galera, eu vou pro meu quartinho, minha caminha… Quando o Vih, Pete ou até mesmo Desirreé chegaram me avisem que eu desço.
- E se o null chegar, null?! – perguntou null, desafiadora.
null pensou por um tempo e disse:
- Me chama também… Eu não vou deixar ele atrapalhar vocês - disse a amiga, sorrindo e subindo as escadas para seu quarto.
- Sei, sei… - exclamou null.

- null?! – perguntou Sr. Peterson vendo o garoto no carro.
- Sr. Peterson, não entra! – tentou alertar null, mas não deu tempo.
Vitor socara Sr. Peterson também, em seguida amarrou ele e a namorada e enfiou eles dentro do carro.
- Estão te roubando! – disse null, quase chorando para ele.
- O que? – perguntou Sr. Peterson sem entender nada que estava acontecendo.
Vitor bufou, desconfortável e tirou sua arma do bolso. Desirreé arregalou os olhos, ainda não acreditando que Vitor usaria realmente aquilo!
- Dá pra calarem a boca? – disse o garoto, apontando a arma para os dois.
null estremeceu. Finalmente caíra na real e percebera que estavam em apuros, numa verdadeira enrascada! Não era como nos filmes de ficção que ele costumava assistir, era vida real.
Sr. Peterson abraçou a namorada forte e sentiu as lágrimas da mulher cobrirem seus ombros.
Vitor colocou a arma de volta no bolso, voltando a dirigir atento à rua. Ele começou a entrar em ruas desconhecidas por todos dentro do carro. Desirreé olhou para o menino, estranhando, e reuniu coragem para dizer:
- Vitinho, onde você está indo?
- CALADA DEPAILLER! – gritou o garoto, nervoso.
Desirreé tremeu mais, virou-se para o outro lado e voltou a observar a rua.
- Você é uma inútil mesmo! Eu não acredito que te chamei para me ajudar!
Desirreé começara a chorar. Sufocada com o próprio choro, ela começou a tossir, deixando Vitor mais nervoso ainda.
- Droga Desirreé! E todo aquele seu showzinho de: “EU ODEIO TODO AQUELE PESSOAL!” E todo aquele showzinho pra atropelar a null?
Desirreé abriu a boca não acreditando no que ouvia. Ele tinha pedido para que ela beijasse null, armasse toda a confusão, para que ele pudesse atropelar null null.
- O QUE? – gritou null, percebendo a armação completa dos dois.
- O que null?! Você acha que eu iria e beijar de graça? – disse Desirreé rindo junto com Vitor.
- Ai meu Deus! O que vocês fizeram… - exclamou Sr. Peterson, com uma voz falha e os olhos cheios de lágrimas. – Por que tudo isso? – perguntou ele sentindo as lágrimas dos olhos passarem por seu rosto.
- Por causa da sua grana, coroa! – disse Vitor dando uma grande gargalhada.
null não deixou de pensar em como aquilo parecia com os filmes de aventura ou ficção que ele assistia. E também não deixou de pensar que null adorava aquele garoto e ele sabia que seria um choque para a garota.
null não deixou de pensar na galera que neste momento poderia estar na república. Eles tinham que sair de lá antes que Vitor chegasse! Em um ato de desespero fatal, null começou a chutar o banco de Vitor, o freio de mão, enfim, tudo o que ele via pela frente. Começou a chutar o próprio Vitor, que parou o carro bruscamente, nervoso.
Vitor encostou o carro em uma rua totalmente deserta e sem saída, se virou para trás, já com a arma nas mãos e apontou a mesma para null.
null estava estático. Porém, o medo de que Vitor pudesse fazer algo com null e seus amigos era maior que o medo de morrer. Então, ele voltou a chutar Vitor.
Vitor, por sua vez, muito nervoso, puxou outra arma do outro bolso e entregou a Desirreé, que ficou observando a ferramenta por alguns segundos, amedrontada com o que teria de fazer.
Ele saiu do carro, ainda apontando a arma para null. Já do outro lado, abriu a porta do passageiro e puxou Desirreé para fora, com força. Ela soltou um leve gritinho e olhou novamente para a arma. Vitor abriu a porta de trás e puxou null com mais força ainda, empurrando o garoto. null caiu no chão, fraco. Sentiu os pés de Vitor sobre seu pescoço, a arma apontada para sua cabeça. Era o fim. Fim de null null.
O que encorajava o garoto a continuar com seu olhar de fúria e ter esperanças de viver, era o fato de null, Sr. Peterson e seus amigos estarem em apuros. Ele tinha que fazer algo para ajudá-los. Ele tinha que fazer algo!
Vitor olhou para Desirreé que se encontrava estática, tremendo. Ele chamou a garota, que começou a andar em sua direção, pálida e devagar.
- ANDA GAROTA! – gritou ele nervoso, apertando o pé no pescoço de null, que começou a sentir o ar pesado.
Desirreé andou depressa, ficando ao lado de Vitor e olhando para ele, imóvel, esperando pela sua tarefa.
- Eu tenho coisas a mais para fazer… Mate-o por mim – disse ele, estendendo as mãos da menina para que ela apontasse a arma para null.
- Mas Vitor… - começou a falar a garota, mas foi interrompida quando Vitor pôs o dedo sobre seus lábios, voltando a falar:
- Pode deixar que eu cuido do seu veneno. null, não é ?! – perguntou ele, controlando a mente da menina.
- Eu… coloquei o veneno... – ela fez uma pausa, respirando fundo para não chorar. - Na garrafa de suco - terminou ela, ainda com a respiração forte.
- Ótimo… - disse Vitor, voltando para o carro.
Ele abriu a porta, e antes de entrar novamente no carro, olhou para Desirreé, e em um último aviso disse:
- Eu to confiando em você gata… Não me decepcione! – e entrou no carro, batendo a porta forte.



XXVI

null viu o carro desaparecer na esquina, no fim da rua. Desirreé continuava estática, tremendo. Ela segurava a arma com força apontada mais para o chão do que para null.
O garoto começou a se levantar lentamente, olhando nos olhos de Desirreé e sentindo o medo da garota. Ele sabia que ela não seria capaz. Ela só precisava de forças para enfrentar Vitor.
A menina apontou a arma fortemente para null ao vê-lo tentar se levantar.
- null, fica parado – ela fez uma pausa, respirando fundo para não acabar se desesperando. – Se… não eu… atiro – disse por fim, sem coragem.
null a observou curioso. As lágrimas caíam livremente pelo rosto da garota e seu corpo inteiro tremia. null tinha a impressão de que a qualquer momento ela iria cair no chão, sem forças.
- Desirreé… - ia dizendo o garoto, começando a ficar com medo.
- CALADO! – gritou a menina, soluçando e sentindo as pernas amolecerem.
Desirreé não estava se agüentando em pé. Ela não conseguiria matar null! Isso era impossível… Certo, ela odiava todos naquela maldita casa... Ela odiava aquela casa… Ela odiava aquele país! Ela queria só voltar para casa… Para Paris... Para suas amigas… Ela não agüentava mais seus pais mandando ela cada ano para um lugar do mundo! Ela só queria voltar para casa… E o que estava fazendo ali? Na frente de um garoto que não tinha nada a ver com a história, apontando uma arma para ele! Ela não iria fazer aquilo! Ela não podia! Mas sabia que Vitor a mataria se não fizesse! Ela sabia que null era o único que podia deter Vitor! E foi por isso que Vitor decidiu matá-lo. Para que ele ficasse longe da casa. O outro idiota que morava lá, Vitor derrubaria em instantes, mas null não! null era esperto! Só ele poderia salvar aquela família! E ele poderia salvar Desirreé também. Esse pensamento foi o que ajudou Desirreé a voltar à sanidade.
Ela soltou um grito fino e se deixou jogar no chão, chorava como um bebê. A dor da queda não fora maior que a dor que ela estava sentindo por tudo de mal que tinha causado em apenas alguns meses.
null correu até a garota e a abraçou. Não sabia mais o que fazer… Abraçou forte a garota e esperou que sua crise de choros se acalmasse. Ele não tinha mais nada para falar. Nem ela. Só tinham que ajudar Sr. Peterson.
- Vamos Depailler. Vamos ajudá-los.
Desirreé se levantou rapidamente e sem dizer nenhuma palavra, começou a correr ao lado de null. Eles seguiram até a república, correndo feito loucos.
Sim, null estava alucinado. Era como naqueles filmes de ação e ficção que ele adorava assistir, e isso acabou fazendo-o se lembrar de “De volta para o futuro”, seu filme favorito! Fez ele se lembrar de Marty Mcfly, mesmo que não tivesse nada a ver com a história. Foi então que como uma luz na cabeça do garoto surgiu a idéia: Mcfly!
O garoto estava tão empolgado em seu momento “salvador do mundo” que Desirreé teve que encher a cara dele de tapas para que pegassem um táxi.
- null, acorda! A gente chega bem mais rápido de táxi!
null finalmente acordou e seguiu a garota, entrando no táxi.
Desirreé e null procuraram pelo carro de Vitor com o táxi em alta velocidade, mas parecia que o carro prata de Vitor tinha sumido de vista. Porém, null não desistiria…

null chorava desesperadamente em seu quarto. Não agüentava mais ficar sem null e não agüentava mais chorar! Ela só queria que tudo se resolvesse, mas Desirreé não dava chances. A cada segundo que passava, a cada olhar que trocavam, null a odiava mais!
Ela ouvia os amigos no andar de baixo, gritando e rindo... Saiu do quarto e andou até o corredor que chegava na escada. Observou-os atentamente do andar de cima. Eles riam juntos. null socava o namorado para que ele lhe devolvesse o controle, null e null comiam os últimos pedaços de pizza requentada, null observava o namorado jogando vídeo-game contra null ou contra null, já que o casal continuava brigando pelo controle:
- null, me devolve... Ele vai ganhar!!! – dizia null, puxando o controle da mão da menina.
- Não null!!! Você já jogou contra a null, contra a null, contra o null, contra mim, e agora contra o null! Me deixa jogar uma vez!
- A próxima amorzinho, a próxima!
- null, você tá falando isso desde a primeira rodada! – reclamava a namorada, sentando-se emburrada no chão.
null entregou o controle para null, que começou a perder fatalmente para o namorado, que ria.
null sentou-se ao lado da namorada, que estava com os braços cruzados olhando para o outro lado.
O menino pôs a mão levemente sobre o queixo da namorada e não precisou dizer mais nada, no instante seguinte estavam se beijando. Quando as pessoas realmente se amam, isso é automático, não conseguem ficar brigadas por muito tempo, eles têm sempre um jeitinho de se acertar. Era o caso de null e null ; null e null…
null deixou que a última lágrima escorresse e parou de chorar. Com ela e null isso não acontecia. Já estavam brigados a um bom tempo e parecia que nunca ficariam juntos de novo. Aquilo a magoava, porque ela sabia que gostava de null como nunca tinha gostado de ninguém! Mas, infelizmente, o nome dele não estaria em seu futuro! null só precisava de mais um ano e meio para ir para sua amada faculdade: Royal Holloway. Ela iria fazer teatro, iria viajar pelo país com suas peças, e logo esqueceria null.

- CALA ESSA BOCA NOJENTA! – gritava Vitor, amarrando a namorada de Sr. Peterson ainda mais, fazendo com que ela não pudesse nem ao menos se mover.
Ele puxava Sr. Peterson consigo, a arma sobre sua cabeça. Assustado, Sr. Peterson não dizia nada, somente acompanhava Vitor por onde o levasse. Estavam em uma rua estreita, atrás da república.
Vitor esperou por Desirreé: dez, vinte, trinta minutos, mas a garota não aparecia. A raiva de Vitor só aumentou com isso! Ele teria de fazer tudo sozinho, mas isso não seria um problema para ele, já tinha feito coisas piores.
Pegou a chave da casa com Sr. Peterson. Não fingiria por nenhum segundo. Abriu a porta com cautela, pronto para o ataque.

“E se eu quisesse terminar?
Rir de tudo na sua cara
O que você faria?”


null corria com Desirreé lutando para chegar na república antes de Vitor, mas era tarde.
- null… Ele está entrando! – disse a garota, desesperada.
- DROGA! – gritou null, enfurecido. Precisava fazer alguma coisa.
- O que a gente faz agora null?
- Liga pra polícia Desirreé! Eu vou procurar o carro – fez uma pausa. Olhou para todos os lados e continuou. – Fica aqui! Só liga pra polícia e fica aqui!
O menino estava prestes à sair, quando ela puxou seu braço com força.
- null… O veneno! A null não pode beber o suco.
null parou por um instante. Será que a garota já tinha bebido o suco? Pegou o celular das mãos de Desirreé rapidamente, e desesperadamente discou o número do celular de null.
- Alô – disse a garota, fria.
- null, me escuta pelo amor de Deus... Acredita em mim! Não desce essas escadas… O Vitor está aí dentro... Ele está assaltando!
- null… Que bobagem...
- NÃO! Não é bobagem null! E não deixa a null beber o suco favorito dela! Está envenenado!
- Tom, você... – mas a garota não conseguiu continuar, pois ouviu todos gritando no andar de baixo e barulho de vidro cair no chão.

null rapidamente desligou o telefone, chorando de desespero. Entregou à Desirreé que imediatamente ligou para a polícia e correu pelo quarteirão inteiro à procura do carro do Sr. Peterson.
Já estava cansado de correr, quando viu o carro prata escondido em uma pequena rua, atrás da república. Seguiu até ele.
Sem ver como abrir a porta, num ato de loucura, quebrou violentamente o vidro, gritando de dor nos pulsos logo em seguida. Sangrava, mas não era nada comparado ao que todos dentro da casa estariam vivendo naquele momento.
Abriu a porta por dentro do carro e tirou a moça de lá. Desamarrou-a e a viu abraçá-lo.
- null, não é? – disse ela, chorando.
null somente afirmou com a cabeça.
- A gente precisa fazer alguma coisa! – exclamou ela, se livrando das últimas cordas.
- Vem! – disse null, puxando-a para correr de volta à república.

“E se eu caísse no chão?
Não pudesse mais agüentar
O que você faria?”


Vitor entrou na república gritando:
- TODO MUNDO DE PÉ!
Rapidamente, todos olharam para ele, que se encontrava com um cara brava, Sr. Peterson nos braços e uma arma apontada para sua cabeça.
- AAAAHHHH! – as meninas soltaram gritos.
null imediatamente começou a chorar, abraçando o namorado.
- Vitor, o que você ta fazendo? – perguntou null assustada, levando as mãos à cabeça.
- Eu to roubando amiguinha! Tcha-ram! – zombou, empurrando Sr. Peterson para que o levasse ao cofre. – Espera! – exclamou quando ele começou a andar. – Cadê a null? – perguntou, trancando a porta atrás de si.
Todos ficaram imóveis. null poderia ser a única saída deles, poderia ligar para a polícia no andar de cima.
Vitor resmungou algo consigo mesmo, mirando o andar de cima e em seguida gritou:
- null!!!!!!! Desça agora! Ou os miolos do seu ‘‘papai’’ vão virar toicinho!

”Venha me destruir!
Me enterre, me enterre!
Para mim já basta com você!”


null olhava apavoradamente pela janela. Seu celular apitava, mostrando a falta de bateria. O telefone ficara mudo. Não sabia se era imaginação, mas na noite anterior vira Desirreé mexendo nos fios do telefone.
Estava prestes a descer e desistir de tentar salvar a república, quando viu null pela janela, ao lado de Desirreé e uma mulher estanha que ela não conhecia. Implorou que ele a olhasse e pudessem fazer algo, mas ele parecia entretido demais em conversar com Desirreé. “Maldito traíra!” pensava null descendo as escadas da república e encontrando com o olhar de Vitor, que a agarrava por trás e colocava a arma sobre sua testa.

“E se eu quisesse lutar?
Implorar pelo resto da minha vida
O que você faria?”


- Ligou Desirreé? – perguntou null, chegando perto da garota, junto com Alichia, a nova namorada de Sr. Peterson.
- Não... – respondeu a garota chorosa.
null abriu a boca, prestes a xingá-la, quando ela continuou:
- null, eu não sei o número! Desculpa!
null passou as mãos pela cabeça, indignado, e respirou fundo. Desirreé era realmente uma completa tapada! Mas a tapada teria que servir para algo, senão estariam perdidos.
null pegou o celular da mão da garota e chamou a polícia rapidamente. Estava prestes a ligar para a república, quando Desirreé puxou seu braço e começou a andar em direção à república.
- Desirreé! A gente não vai poder ir entrando assim! Eu vou ligar e tentar conversar com o Vitor!
- null! Você acha que eu sou idiota? – perguntou ela, apontando para si mesma. null fez uma cara estranha e estava prestes a responder, quando ela continuou. – Ta bem, não responda! Eu cortei os fios! O telefone está mudo!
null parou por um instante para processar a informação, e muito alterado gritou:
- Mas você é uma completa idiota!
- Cala essa boca! – reclamou ela, puxando-o pelo braço e puxando Alichia pela mão, seguindo para a república.

“Você diz que queria mais
O que você está esperando?
Não estou correndo de você

Venha me destruir!
Me enterre, me enterre!
Para mim já basta com você!
Olhe nos meus olhos
Você está me matando, me matando!
Tudo que eu queria era você!”


- Eu não acredito que está fazendo isso Vitor! – dizia null, enquanto Sr. Peterson abria o cofre, embaixo do sofá-cama, muito bem escondido.
- null, null… Precisa aprender uma coisa: SEJA ESPERTA! – berrou ele, no ouvido da garota, fazendo-a se contorcer de dor. – Sabe, eu pesquisei tudo sobre vocês, inclusive sobre minha parceira Desirreé! – ouviu-se uma exclamação de todos que se encontravam no lugar.
- Eu tinha certeza que a Depailler não era boa gente! – sussurrou null para null.
- Descobri sobre a fortuna, sobre a falsa-maldade da Depailler, e pronto. Já fiz isso milhões de vezes... Sei que não terei problemas com vocês! Já me livrei do null! Era o meu único problema.
- O QUE VOCÊ FEZ VITOR? – gritou null, prestes a socar Vitor e aquela ferramenta imbecil em suas mãos.
null tentou avisá-lo que null estava bem apenas com os olhos, mas foi impossível. null soltara null delicadamente e estava prestes a pular em cima de Vitor, arriscando levar um tiro, porque estava nervoso. Só de pensar que Vitor pudesse ter matado seu amigo, ele surtou.
- null PÁRA! – gritou Desirreé, entrando na sala, junto com null e Alichia, prendendo a atenção de todos.

“Eu tentei ser outra pessoa
Mas nada pareceu mudar
E eu sei agora, isto é o que eu realmente sou!
Finalmente eu me encontrei! Lutando por uma chance eu sei agora,
Isto é o que eu realmente sou!”




XXVII

null soltou um grito de alívio ao ver o amigo salvo. null caiu no chão, desesperada e aliviada pelo namorado continuar a salvo. null correu e abraçou null fortemente, sob os olhares fulminantes de Vitor, que mexia a arma na cabeça de null, com força. null sorria. Sabia que null ia ajudá-los e provavelmente já tinha feito isso. Ninguém entendia o que Desirreé fazia ali, mas desde que não fizesse loucuras…
- O QUE VOCÊ FEZ GAROTAAAAA????? – gritou Vitor, soltando null e correndo atrás de Desirreé, pronto para bater nela.
Vitor estava quase agarrando o pescoço da menina, que tremia, amedrontada. Porém, null cruzou seu caminho, ficando de frente para Vitor, que automaticamente apontou a arma para o garoto.
null estremeceu, porém não desistiu. Sabia que eram muitos e Vitor não teria como escapar.

“Venha me destruir!
Me enterre, me enterre!
Para mim já basta com você!
Olhe nos meus olhos!
Você está me matando, me matando!
Tudo que eu queria era você!
Venha me destruir!
Me destruir, me destruir!”


null rapidamente pulou por cima de Vitor, puxando a arma do garoto, em direção ao chão. Ouviram-se gritos por toda a república e todos temiam que null não conseguisse terminar o que estava tentando fazer.
Porém, antes que Vitor pudesse bater em null ou fazer qualquer outra coisa, barulho de sirene foi ouvido do lado de fora, policiais entraram na república, um deles pisou sobre a mão de Vitor, a mão que segurava a arma, estendida sobre o chão e, com a ajuda de null, desarmou o menino.

“E se eu quisesse terminar? [Você diz que queria mais]
E se eu... [O que você está esperando?]
E se eu... [Eu não estou correndo de você]
Me enterre…”
[30 seconds to mars – The Kill]


Um tempo depois e a república já estava de volta à normalidade. Quer dizer, ainda tinham muitas coisas a serem esclarecidas e estava na hora de fazerem isso. Todos se sentaram sobre a mesa de jantar na cozinha. Sr. Peterson, como sempre, na cadeira da ponta, liderando o grupo. Alichia estava ao seu lado. null se encontrava na outra ponta da mesa, à pedido de Sr. Peterson que não parava de agradecer ao garoto por tudo que ele fizera.
A mesa estava em silêncio por muito tempo, ninguém mexera na comida ainda, mas muita gente tinha muito sobre o que falar. null não deixou nada para depois, começou seu discurso:
- Pete, por que não nos contou que tinha uma namorada? Ainda mais tão simpática como a Alichia!
- null, entenda… Eu tinha medo que vocês me repreendessem! – respondeu ele, sorrindo e apertando a mão da namorada.
- Pete! É claro que a gente ia entender! Afinal, a vida é sua! Você pode fazer o que quiser! A gente não tem o direito de interferir! – disse null, levantando-se para colocar comida no seu prato enquanto null a olhava, estranhando.
- Que foi ? Eu tô com fome! – exclamou a garota, gerando risadas pela mesa, e logo todos começaram a se servir também.
null sofria tentando pegar um molho estranho na mesa, porém não conseguia. null, que observava o esforço do menino, pegou o prato da mão dele e disse:
- Sabe null, isso aqui é bem mais gostoso! – e pôs uma grande colher de farofa no prato do menino, que fez uma cara de reprovação sentindo que não ia gostar daquilo de jeito nenhum.
- null, tem certeza…
Ela não disse nada, apenas sorriu, amando-o mais do que nunca. Queria tanto abraçá-lo…
null confiou na garota e experimentou o que ele achava ser areia das praias de Maceió, mas para sua completa surpresa e indignação era bom. Era realmente bom. Assim como tudo que null tinha sido para ele. Assim como tudo que a galera da república tinha sido para ele…
- Mas null… - começou Sr. Peterson voltando ao velho assunto sobre seu namoro. – Eu não poderia fazer o que eu quiser e não deixar vocês interferirem, afinal, vocês são minha família! Tudo o que eu for fazer, será para o bem de todos e eu preciso mais do que tudo do apoio e aprovação da minha família para qualquer coisa! Vocês não têm noção do quão importante são para mim! – nesse ponto, ele estava chorando. – Eu lamento tanto pelo que aconteceu hoje! Lamento mesmo e sei o quanto vocês estão assustados e… - ele parou, sem forças, secando as lágrimas que insistiam em cair.
Antes que ele terminasse, null, null, null, null e até mesmo null, estavam abraçando Pete, com muito carinho e amor. Eram realmente uma família!
Segundos depois, todos tinham se juntado ao abraço: Alichia, Desirreé, null, null e null.
- Mas eu queria muito dizer uma coisa também! – se pronunciou Desirreé, depois que todos voltaram aos seus lugares.
Ela se levantou, segurando firme sua taça de vinho e respirando fundo, sob o olhar carismático de null, que ajudava a garota a manter o objetivo do pronunciamento:
- Eu queria pedir desculpas! – saiu de uma vez. Ela respirou fundo para recuperar as forças. – Mas... – continuou, com sua pose de metida normal. – Isso não significa que eu sou super amiga de vocês! – olhou mais uma vez para null, que piscava, sorrindo para ela. Desirreé era assim e nunca deixaria de ser… Com pose de malvada. – Mas também não sou inimiga! – terminou, vendo null correr e abraçá-la.
- Ah, vamos Depailler! Eu sei que você me ama! – dizia null, vendo a francesa sorrir e ao mesmo tempo fazer cara de nojo.
- Desinfeta null! – disse ela, por fim, voltando a se sentar.
Todos sabiam que tudo o que Desirreé queria era ser poderosa, bonita, adorada! Mas ela não era uma má pessoa. De agora em diante poderiam viver em paz com a francesa.
null soltou um pigarro alto e se levantou :
- Vou falar também! – disse, arrumando a camiseta e fazendo pose de importante.
- Ah, qual é null! Não estraga! – disse null, puxando o amigo para que ele voltasse a se sentar.
- Shiu null! – disse null, calando o menino.
- Eu queria agradecer muito à você Desirreé! Porque você arrasou mesmo! Provou que não é um monstrinho! Valeu! - null já começara a respirar mais forte quando o menino continuou. – E eu queria agradecer ao null! Cara… - ele tentava falar e controlar o choro ao mesmo tempo. Não podia chorar! Não podia! Mas inevitavelmente uma lágrima caiu sobre seu rosto revelando o quanto estava emocionado. – Eu não sei… Não sei o que faria se ele tivesse te matado! Ou se qualquer coisa tivesse acontecido contigo! Porque você sabe que é nosso camarada! Nosso irmão! É parte da banda! Você é muito importante pra gente! Não esquece… - null sentiu mais lágrimas e resolveu que era hora de parar.
Mas null se levantou também, com um pequeno sorriso de lado, pronto para falar:
- É verdade null! A gente te ama! – terminou ele, dando uma grande gargalhada e seguindo até o amigo, mas ao contrário de abraçá-lo ele simplesmente bagunçou o cabelo do amigo.
null e null também seguiram até o amigo e o abraçaram com null espremido no meio dos outros três!
Todos voltaram aos seus lugares e por alguns instantes todos ficaram quietos. null enxugou umas poucas lágrimas que escorriam por seu rosto e respirou fundo.
- Eu também quero falar! – disse ela se levantando, animada. – Seguinte… - fez suspense. – Me inscrevi em um teste para participar de um grupo de teatro!
Ela viu a expressão de todos na mesa se transformar em alegria misturada com interrogação.
- E… EU PASSEI! – gritou ela, feliz.
- Ahhh! Eu sabia!! – disse null, abraçando-a involuntariamente.
Todos correram para abraçá-la também. null estava orgulhosa de null e, por mais traíra que o garoto tivesse sido, provou realmente merecer perdão. Curtiu um pouco mais o abraço dos amigos até que todos voltassem a terminar de jantar, agora com uma enorme barulheira de conversa.
- Espera bebezinho, eu vou pegar suco. – dizia null dando um selinho no garoto, que, apaixonado, sorria feito bobo.
- Ahh, null! Bebezinho... – zombava null.
- Calado null! – respondia o outro, socando o amigo.
null seguia animadamente até a geladeira, precisava de um belo copo de suco de laranja!
Ela abriu a geladeira, feliz, e pegou o suco. Por ela, tomava da garrafa mesmo! Mas o namorado estava lá, então tinha que ter um pouco de classe. Pegou um copo de vidro bem decorado e despejou uma quantidade razoavelmente grande.
Estava a poucos segundos de beber o suco quando um idiota, como ela mesma chamou, esbarrou nela:
- null, seu IDIOTA! – gritou a garota, com a camiseta molhada de suco.
- Ah, nullzinha... Desculpa, foi sem querer!
- É, eu sei que foi sem querer! – repetiu ela, irônica.
O garoto deu um sorriso amarelo e seguiu para a sala junto com todos os outros. null pegou o suco novamente na geladeira e despejou no copo. Levou o copo até a boca e estava prestes a beber quando...
- null null!!!!!!!!!! – gritaram null e Desirreé ao mesmo tempo.
- Ah, eu mereço! Nunca vou conseguir beber esse suco!
- E nem pode! – exclamou Desirreé, tirando o copo das mãos da menina.
- Por quê? – perguntou null, nervosa.
- null, vamos fazer o seguinte... Esquece o suco de laranja – disse null, pegando o suco da geladeira e jogando na lixo. – Amanhã eu prometo que compro outro pra você! – terminou, piscando para Desirreé que jogava o suco do copo na pia.
null bufou e saiu da cozinha, exclamando algo como ‘‘malucos’’.
null, que tinha assistido toda a cena, arrumando a mesa, olhou para null e Desirreé como quem pede explicações, mas, ao invés disso, o que ela obteve foi:
- Eu preciso ir pro quarto! Já fui muito boazinha por hoje! – disse Desirreé, saindo da cozinha e dando um empurrão descaradamente proposital em null, só para voltar a ser malvada.
null e null se olharam, dando risada... Ela só podia ser louca.
Ficaram se encarando por um bom tempo. null não tinha nada a dizer, mas tinha algo que ele realmente tinha para mostrar.
- null…



XXVIII

A garota o observava, esperançosa pelo que ele diria, mas ao contrário de dizer algo que ajudasse, ele simplesmente puxou-a pelo braço e seguiu até a sala.
null pediu que todos se sentassem e correu até o andar de cima, voltando logo com o violão de null nas mãos.
null e null estavam sentados no chão, de frente para o pequeno banquinho onde se encontrava null. Eles estavam felizes. Tudo estava enfim dando certo... null abraçava a namorada, esperando pelo que null faria, enquanto a garota fechava os olhos, sentindo a magia do momento. Tinha um lindo namorado, coisa que ninguém negaria, grandes amigas, amigos, tinha seus pais, distantes porém felizes por ver a filha feliz...
null e null estavam de pé, observando todos e exclamando consigo mesmos:
- Tudo vai ficar bem agora não é null?!
- Enfim, ! – respondeu o garoto, abraçando forte a namorada e sorrindo como nunca.
- Promete pra mim que você nunca vai me deixar... – pedia a garota, olhando nos olhos do namorado, que sorriu com a proposta.
- Eu nunca deixaria, mesmo que você quisesse!
null e null estavam sentados na poltrona, brincavam com seus dedos e sorriam juntos, esperando para ver tudo se resolver.
- Ela merece algo especial... – dizia null.
- E você acha mesmo que o null não daria algo especial para ela? – respondeu o namorado.
null levantou os ombros. Sabia o quanto especial null era para null e aquilo com certeza iria terminar muito perfeito!
- null, você faria algo especial assim por mim?
- Eu faço todo dia, linda... Você que não percebe!
- Ah é? - null fez uma cara de interrogação. – O quê ? Posso saber? – perguntou sorrindo.
- Eu digo que te amo todos os dias... Isso não é muito especial?!
null apenas abraçou forte o namorado. Era incrível demais... Dizem que todos um dia têm felicidade completa, mesmo que ele dure pouco tempo... Ela não tinha duvidas de que naquele momento ela tinha felicidade completa.
null nem ao menos sabia o que null faria, mas já sentia aquele mesmo frio na barriga de sempre. O mesmo frio que sentia cada vez que o via...
Estava sentada no sofá-cama, ao lado de Sr. Peterson e Alichia. Brincava com seus dedos a fim de diminuir o nervosismo. Para ela, null não precisava fazer nada, só precisava dizer que a amava, e ela o perdoaria... Todo esse suspense a deixava com medo.
null enfim sentou-se no banquinho, observou um pouco o violão, mas parecia estar muito nervoso, respirou fundo, sentindo todos os olhares sobre si. Ele teria de falar algo... Tinha pensado no que falar durante todo o jantar, tinha pensado no que dizer a ela durante todo o tempo desde que beijara Desirreé. Chegara a hora de falar. Mas por que diabos as palavras não saíam? ‘‘Pensa null null, pensa...’’
Olhou para ela. Ela sorria, nervosa. E aquele sorriso do qual null tanto gostava o fez simplesmente parar de pensar e falar. Falar tudo o que ele sentia:
- Olha... Eu... ! – seus olhos começaram a se encher de lágrimas, mas ele não se importava! Que elas caíssem, que ele chorasse como um bebê! Ele simplesmente não se importava... Ele só queria poder tê-la de volta. – Você merecia alguem incrível e perfeito como você, mas, sabe, eu juro que vou tentar de tudo pra te fazer feliz... Eu juro que por você eu vou tentar chegar o mais perto da perfeição possível! Só porque eu amo você! – sorriu. Ela estava sorrindo também, chorando silenciosa...
null não disse mais nada, apenas começou a tocar...

Making my way downtown
Walking fast
Faces passed
And I´m home bound
(Percorrendo meu caminho para o centro da cidade
Andando rápido
Rostos passaram
E eu estou perto de casa)

Staring blankly ahead
Just making my way
Making my way Through the crowd
(Sem expressão, olho para frente
Apenas percorrendo meu caminho
Percorrendo um caminho
Através da multidão)

And I need you
And I miss you
And now I wonder....
(E eu preciso de você
E eu sinto sua falta
E agora eu me pergunto)

If I could fall
Into the sky
Do you think time
Would pass me by
´Cause you know I´d walk
A thousand miles
If I could
Just see you...
Tonight
(Se eu caísse
No céu
Você acha que o tempo
Passaria para mim?
Pois você sabe que eu andaria
Mil milhas
Se eu apenas pudesse te ver... esta noite)

It´s always times like these
When I think of you
And I wonder
If you ever
Think of me
(É sempre em tempos como estes
Quando eu penso em você
E me pergunto
Se você ainda pensa em mim)

Cause everything´s so wrong
And I don´t belong
Living in your
Precious memories
(Pois tudo está tão errado
E meu lugar não é
Vivendo
Em sua preciosa lembrança)

´Cause I need you
And I miss you
And now I wonder....
(Pois eu preciso de você
E eu sinto sua falta
E agora eu me pergunto)

If I could fall
Into the sky
Do you think time
Would pass me by
´Cause you know I´d walk
A thousand miles
If I could
Just see you...
Tonight
(Se eu caísse
No céu
Você acha que o tempo
Passaria para mim?
Pois você sabe que eu andaria
Mil milhas
Se eu apenas pudesse te ver... esta noite)

And I, I
Don´t want to let you know
I, I
Drown in your memory
I, I
Don´t want to let this go
I, I
Don´t....
(E eu, eu não quero que você saiba
Eu, eu me afogo em sua lembrança
Eu, eu não quero que isto acabe
Eu, eu não...)

Making my way downtown
Walking fast
Faces passed
And I´m home bound
(Percorrendo meu caminho para o centro da cidade
Andando rápido
Rostos passaram
E eu estou perto de casa)

Staring blankly ahead
Just making my way
Making my way
Through the crowd
(Sem expressão,olhando para frente
Apenas percorrendo meu caminho
Percorrendo um caminho
Através da multidão)

And I still need you
And I still miss you
And now I wonder....
(E eu ainda preciso de você
E eu ainda sinto sua falta
E agora eu me pergunto)

If I could fall
Into the sky
Do you think time
Would pass us by
´Cause you know I´d walk
A thousand miles
If I could
Just see you...
(Se eu caísse
No céu
Você acha que o tempo
Passaria para nós?
Pois você sabe que eu andaria
Mil milhas
Se eu apenas pudesse te ver...)

If I could fall
Into the sky
Do you think time
Would pass me by
´Cause you know I´d walk
A thousand miles
(Se eu caísse
No céu
Você acha que o tempo
Passaria para mim?
pois você sabe que eu andaria
Mil milhas)

If I could
Just see you...
If I could
Just hold you
Tonight
(Se eu apenas pudesse te ver...
Se eu apenas pudesse te abraçar... esta noite)

Vanessa Carlton – Thousand miles.


null ria e chorava ao mesmo tempo. null tocando aquela música era cômico, mas a idéia de null tocando uma música para ela era incrível... Ela simplesmente não sabia o que fazer. Os amigos batiam palmas, sorrindo.
null piscou para null, fazendo sinal para que a garota fosse falar com null.
Não bastou muito, ela correu e sentou no colo do garoto, sem dizer nada. O abraçou forte e o beijou. Tinha gosto de lágrimas misturado com amor. Era maravilhoso. Não se importavam com nada mais, apenas um com o outro, um para o outro, sentiam-se o centro do mundo. Já não eram mais um casal qualquer, sentiam-se em sintonia com tudo. Tudo os favorecia. A noite estrelada, os amigos felizes, Sr. Peterson enxugando disfarçadamente as lágrimas...
null segurou forte a cintura da garota, que puxava os cabelos dele, ainda beijando-o fortemente. Abriram os olhos e se encontraram a sós na sala. Talvez estivessem se beijando por um longo tempo e nem perceberam... Só o que queriam naquele momento era continuar ali, juntos...
- Eu te amo! – exclamaram, mais uma vez ao mesmo tempo.

- Bom dia meu dorminhoco! Vamos acordando null! É sério! Você tem escola hoje... Não esqueça que é a última semana! – dizia Sra. null acordando o filho, carinhosamente.
Ele chegara tarde no dia anterior em casa, mas contara os acontecimentos do dia anterios a mãe, com um brilho maravilhoso nos olhos, o que fez a mãe se derreter... Seu filho estava apaixonado!
Pouco tempo depois o garoto acordou, ainda sorrindo e seguiu sua famosa rotina até o momento de ir para o colégio. Podia parecer loucura, mas ele queria chegar lá o quanto antes...

- Isso é tudo muito lindo minha filha, mas isso é perigoso! Pelo amor de Deus! Que loucura! Você é atropelada, a república é assaltada... Não sei se você devia continuar aí!
- Mãe, pelo amor de Deus digo eu! Tô te ligando pra dizer o quão feliz eu estou e você me dá bronca! – reclamava null com a mãe no telefone em plena segunda feira de manhã.
- Escuta aqui, eu vou te visitar essas férias, e não quero nem saber se seu pai deixa. Eu vou! Quero só ver esse null! Só me falta ser outro delinquente como o Vitor!
null revirava os olhos. Realmente teria de aturar sua mãe nas férias...

Ela o observava de costas, provavelmente esperava pelos amigos. Sorriu. Aproximou-se, e ainda o vendo de costas para ela, ficou sobre as pontas do pé e tapou levemente os olhos do garoto, que por sinal, era mais alto.
- Esperando por alguém? – perguntou, no ouvido dele.
O menino se virou, sorrindo e olhou para a garota. Não, não fora um sonho como ele chegara a pensar. Era real. Tinha null de volta.
- Agora não estou mais... - null respondeu, selando os lábios da garota ao seu.
Segurou forte a cintura dela e sentiu as mãos da garota alisarem seus cabelos. Ele tinha demorado horas arrumando o cabelo para ela, então só ela poderia desarrumá-lo.
Viram os amigos se aproximando e se desgrudaram.
- Hey povo, é o seguinte, eu preciso contar uma coisa pra vocês! – disse null, abraçado à namorada.
- NÃO! NÃO ESCUTEM... TAPEM OS OUVIDOS! – gritou null quase chorando de nervoso.
- O que houve? – perguntou null, segurando as mãos da amiga.
- Eu vou passar duas semanas na Itália! – disse null, triste.
- Você não vai, ouviu null! Você vai me largar aqui!
- null, por favor, me entende amor! Eu preciso ir com meus pais... São só duas semanas. Logo eu volto pra ficar contigo!
null chorava, desesperada. Brigara muito com o namorado pelo telefone naquela mesma manhã. Não queria de jeito nenhum que null viajasse.
- Ah, cara... É super legal você viajar e tal... – disse null, segurando o ombro do amigo. - null, fica calma linda! Logo ele está de volta... Você nem vai sentir falta desse ogro aí!
- Ah, amiga que é isso... Você vai ter a gente aqui pra passar as férias. O null volta... Ele não é nem louco de te deixar aqui! – completou null sorrindo.
- É verdade... E eu tenho certeza que você é mais linda do que as Italianas lá... – disse null.
- Pensa assim amiga, antes Italiana do que Francesa... – disse null olhando feio para null que observava o céu. – Eu to brincando... Mas é sério amiga, fica calma... Você ainda vai ter tempo de sobra pra aproveitar com o null depois da viagem! – terminou a garota, ouvindo o sinal de entrada tocar.
null deu um pequeno sorriso e olhou para o namorado, que a observava com uma expressão de perdão.
- Escuta aqui, vê se não me arruma nenhuma Italiana que faz lasanha por lá não ouviu?! Saiba que só a null pode cozinhar pra você! E só eu posso dar comida na sua boca! – disse ela, seguindo com os amigos para a sala de aula.
A galera explodiu em risos, mas null falava realmente sério. Deu um leve tapa no namorado para castigá-lo por qualquer coisa antecipadamente e em seguida o abraçou forte. Precisava aproveitar muito bem o tempo que ainda tinha com ele.
A aula estava tão interessante que a metade das folhas de fichário de null já tinham sido usadas... Para fazer desenhos, é claro!
O garoto tentava fazer uma caricatura de null quando um pequeno pedaço de papel surgiu sobre sua mesa. Ele olhou em volta para descobrir o autor da arte e viu null e null olhando para ele e apontando para o papel. Os dois estavam do outro lado da sala, no fundão, e por sinal, tiveram uma ótima mira.
null abriu o bilhete com calma e leu:

“Hoje a tarde vamos pro shopping. As meninas querem fazer compras e a gente vai ter que dar uma de carregador ¬¬. - null.
Ah, mentira null, vocês não vão ser carregadores não... É só pra zuar mesmo. - null’’

null sorriu e instantaneamente teve uma idéia. Pegou uma folha de papel e estava prestes a escrever quando o sinal de fim da aula tocou. Guardou o papel e resolveu falar com null pessoalmente.

- Hey null, me faz um favor? – pediu null, enquanto pegam os lanches.
- Hum... Tipo o quê? – perguntou null, num tom de voz um pouco mais alto que o de null.
- Fala baixo... – pediu o garoto, colocando o dedo indicador sobre os lábios. – Vamos mais cedo pro shopping hoje... Eu quero comprar a aliança da null.
- Ah, que fofinho... – ria null, levando um pequeno tapa de null logo em seguida.
Juntaram-se a todos em uma mesa e por lá ficaram, como sempre faziam desde que se conheceram...
null e null observavam Desirreé e mais duas garotas, de mini saia, rodeadas de meninos. Bonitos, é claro... Desirreé sorria maliciosamente e null chegou a pensar que a garota poderia abrir todos os zípers presentes em suas roupas. Não teria problemas com isso, desde que Desirreé não decidisse fazer isso com null...
O menino, por sua vez, observava atentamente null, que ria das idiotices feitas pelos amigos ou até mesmo pelos jogadores de futebol...
O menino acariciava a bochecha dela, desejando que aqueles momentos não terminassem nunca... Ela sorria brincando com as mãos do garoto, que começou a beijá-la, sentindo as mãos da garota mais uma vez bagunçar seus cabelos.
null ria de null, que apostava o melhor tipo de cantada com null, e na opinião da garota, ele ganhava de lavada...
null estava muito concentrada em comer seu lanche e detonar uma coca cola em lata, mas não deixava de ouvir as besteiras que seu namorado e null diziam.
E, na opinião dessa, null com certeza estava ganhando:
- O segredo é o jeito que você segura a garota! Não pode puxar o braço dela e dizer: Machucou docinho? Digo, quando você caiu do céu? – disse null fazendo uma tremenda encenação com null, que ria sem parar. – Você até pode segurar com jeitinho a cintura dela e dizer: Machucou linda? No ouvido dela, é claro! Elas não resistem...
-null, a pegada só vem depois, antes você precisa de algo realmente bom pra falar! – dizia null, fazendo gestos exagerados. – Você tem que dizer coisas como: Oi gata, você vem sempre aqui? Essa funciona cara, eu tenho certeza...
- Ah meninos, pelo amor de Deus, é melhor vocês não dizerem nada a ninguém... – disse null, zombando.
- Até porque vocês não precisam mais conquistar a gente... Já conquistaram, lembra? – disse null mostrando a aliança na cara do namorado, que sorriu amarelo para ela e voltou a suja atenção para o lanche.
- Mas que ‘‘não sabia que boneca andava’’ funciona, isso funciona sim!- finalizou null, antes de ver a cara de raiva de null.
null e null tentavam compor uma música. Estavam sentados ao lado de null e null, na arquibancada do campo de futebol. null estava com o violão no colo, tentando ajudar null a colocar uma boa melodia em “Obviously”. Não estava sendo fácil...
- nullzinho, meu amor, eu to cansada… Depois a gente continua com isso tá?
- E o que você quer fazer agora linda? – perguntou o garoto para a namorada, pensando em ótimas coisas para se fazer.
Ao ver a cara de malicioso e cínico do menino, null começou a dar leves tapas no braço dele, exclamando:
- null null! Sem perverção! Por favor...
- Como você quiser senhorita... – disse ele, sentando mais perto da menina. – Mas beijinho pode? – perguntou ele, sorrindo.
Sim, aquele sorriso do tipo irresistível. null revirou os olhos e agarrou o menino, beijando-o.



XXIX

null procurara por horas uma aliança que realmente merecesse estar no dedo de null. Uma missão bem dificil na opinião do garoto, já que null era perfeita e ele estava há horas procurando pelo shopping uma aliança perfeita... e até o devido momento não tinha conseguido nada!
null já estava irritado esperando pela compra do amigo. Logo as meninas chegariam e a surpresa seria estragada, além do mais, ele sentia que algo em seu corpo estava vazio... Provavelmente o estômago já que tinha passado a tarde toda procurando alianças com null.
Foi então que ele a viu. Brilhava, cintilante em uma vitrine. Ele chegou perto e analisou cada detalhe, cada milímetro da jóia prateada. Era bonita. Sim, muito bonita. Pequenas pedrinhas de brilhante se encontravam ao redor de toda a aliança. Provavelmente cara. Mas para ele não teria escolha melhor. Seria aquela. Independente de qualquer coisa.
null obervou a aliança por mais alguns instantes e em seguida puxou null, que babava no sorvete de uma menininha que passava por eles naquele momento. A menina fez uma careta e mostrou a língua para null, que entrou na loja com null, reclamando de como a juventude estava ficando cada vez mais agressiva.

Ela mais uma vez tampava os olhos do garoto com as mãos... Por mais que ele soubesse que era ela, nunca se cansava de sentir os dedos macios da garota sobre seus olhos, era uma sensação boa de saber que ela ainda o amava...
null selou os lábios da garota num longo beijo. Escondeu a aliança que acabara de comprar rapidamente e em seguida a olhou nos olhos: v- Tudo bem, amor ? – perguntou, segurando a mão da garota.
- Ótimo agora... Já te disse que minha mãe vem me visitar essas férias?
- Verdade? – perguntou null, rindo.
- Sim... Ela quer te conhecer, null!
null riu e foi cumprimentar os outros amigos.

- Eu tô com fome! – reclamava null, que ainda não tinha comido nada.
- Cara, tu é fraco hein! Não comeu nada não? – perguntou null, dando um leve empurrão no amigo, que andava fraco pelo shopping.
- Não null! Desde que eu cheguei aqui não comi absolutamente nada! - null continuava reclamando.
- Mas não faz nem vinte minutos que você chegou, null! – concluiu null, com uma expressão interrogativa no rosto.
null ficou vermelho de repente e olhou null com fúria. O garoto, por sua vez, não disse mais nada.
- Acho melhor irmos comer alguma coisa – exclamou null, pouco tempo depois, preocupada com a alimentação do namorado, que parecia bem fraco.
- SORVETE! – exclamaram null e null juntos, correndo para a praça de alimentação.
Todos seguiram o casal, que já se encontravam sentados em uma mesa, esperando. Os meninos seguiram para a sorveteria, prontos para pegar os sorvetes das namoradas e depois o deles mesmos.

- LIVREEEEEEESSSSS!!! – gritavam null e null, abraçados logo que o sinal da última aula tocara.
As meninas riam vendo null e null se juntarem ao abraço dos amigos. Aquela semana tinha sido bem divertida a ponto de passar rápido, e agora, enfim, estavam de férias.
Mas para null, nada estava bem. Ela ainda não se corformara com a viagem do namorado, mas ela teria de conformar, afinal, não poderia impedí-lo e muito menos brigar.
- Hey, vai comigo no aeroporto amanhã? – perguntava null à null, depois de toda euforia.
- Ah, eu vou ter que sair, sabe... – respondia o menino, dando de ombros.
null deu um leve tapa no braço do garoto, indginada.
- Mas você tinha me prometido, null!
- Eu sei amor... Me desculpa. É sério – respondia o garoto, com um certo peso na consciência.
- Sim, senhor – dizia null, tristonha.
- Me desculpa mesmo!
- Ta bem, null.
Ela queria muito que ele estivesse lá com ela, mas se não poderia, fazer o quê? Pelo menos tinha certeza que ele iria jantar com todos na república. Imaginava como seria null e sua mãe se conhecendo.
- null, vamos? – perguntou null, separando o casal.
- Eu não posso ficar, papai? – brincou null, fazendo cara de pidona para o amigo.
- Não, null! Já chega de amassos. Onde já se viu? Quem te ensinou isso? – brincava null, fazendo pose de pai.
- Sabe, papai... – começou null, rindo. – Quem me ensinou isso foi você e a mamãe – terminou ela, apontando para null e null, que riam desesperadamente.
- Ta bem... Já chega da ceninha do papai e da mamãe... Façam isso só entre quatro paredes... Vamos pra casa que eu to com fome! – reclamava null, puxando o braço dos amigos.
Depois de despedidas melosas, resolveram voltar para casa, afinal, naquele fim de semana teriam um grande almoço para preparar...

- Onde está o null, meninas? – perguntava Sr. Peterson, logo que chegara em casa, naquele mesmo dia de tarde.
- Pete, eu não sei não viu... Ele disse que ia ensaiar com os meninos na casa do null – respondeu null, enquanto lavava a louça.
Sr. Peterson deu um resmungo em sinal de que entendera e em seguida foi cumprimentar o resto dos moradores da república, que por sinal, também faziam os trabalhos domésticos.
- Olha só, que beleza, hein?! Gostei de ver meninas... Estão arrumando tudo direitinho... – disse Sr. Peterson, quando entrou no quarto de null e viu null e null arrumando tudo.
null arrumava o quarto de null, que por sinal era muito bagunçado. -
Pete, a minha mãe chega amanhã! A casa tem que estar apresentável – dizia null, olhando de baixo da cama de null e fazendo uma horripilante careta ao ver o que tinha ali.
- null!!! – chamou a garota. – Vem arrumar o quarto do seu namorado, vem... Eu que não entro aqui nunca mais.
null subiu as escadas, rindo. Entregou a buxa e o pano à null, dizendo que a louça agora era dela.
Porém, null se arrependeu ardentemente de ter trocado o serviço com a amiga.
- null null, a gente vai ter que ter uma conversinha sobre esse seu quarto – reclamava ela consigo mesma.
Sr. Peterson olhou cada cômodo da casa, e impressionado, resolveu ajudar as meninas, que já pareciam cansadas de tanto trabalho.
- Não se acostumem com isso, ouviram?! – disse ele, depois de ver a euforia das meninas quando ele anunciou que as ajudaria.

- null, eu não ia vir não, mas as meninas resolveram fazer faxina na casa, então eu corri – dizia null, sentando-se no sofá da casa do amigo.
Pela terceira vez a campainha tocou na casa dos null. null correu para atender, imaginando que fosse o último integrante da banda. Na mosca.
null sorria, com um pacote de salgadinho nas mãos.
- Hey, caras! – disse ele, cumprimentando os outros.
- Hey... – responderam os outros três, em coro.
- Seguinte null, o que foi man? – perguntou null.
null tossiu de leve e soltou um pigarro.
- Eu chamei vocês aqui porque eu tive um plano. E, como sempre, eu preciso de vocês.
- Você sempre precisa da gente, cara! – disse null, se gabando.
- É verdade, você não faz nada sem nós – concluiu null abraçando null.
- Tá, chega de viadagem vocês aí – exclamou null, vendo null e null com expressões maliciosas e se abraçando. – Fala null – pediu ele, descendo com os amigos para a pequena garagem da casa de null, aquilo que eles chamavam de ‘‘estúdio’’.



XXX

Ela nem ao menos conseguira dormir direito aquela noite. Não conseguia parar de pensar em rever sua mãe. Sentia tantas saudades das tardes em que cozinhava e assistia novelas com a mãe...
null tinha ido visitar os pais no ano anterior, em julho. Já se passara um ano desde que vira pela última vez sua mãe. Queria muito ver seu pai também, mas Sr. null tinha muito trabalho, então não pôde acompanhar a mãe de null.
A garota arrumava o café da manhã dos outros, junto com null e null que, como de costume, já estavam acordados.
- Que horas você vai buscá-la, null ? – perguntava null à amiga, que cantarolava, contente.
- O avião dela chega às sete, null.
- null, eu sinto te informar, mas nesse caso você acordou muito cedo. São seis da manhã. O aeroporto é perto – informava null.
- null, você sabe que eu nunca acordo depois das sete e eu nem consegui dormir... Quero muito ver ela!
- Ahh, deve dar muita saudade... Ainda mais no seu caso que sua mãe mora em outro país – dizia null, vendo Sr. Peterson entrar na cozinha e roubar uma de suas torradas.
- Hey! – exclamou a garota, tentando recuperar a torrada.
- Vamos, null?
- Claro Pete... Já demorou demais, até! – respondeu a garota, pegando a bolsa, se despedindo dos amigos e acompanhando Sr. Peterson até o carro.

- Mas o que vocês pensam que estão fazendo? – reclamava null, com as mãos na cintura, indignada com a bagunça dos amigos na varanda da república.
Logo depois que null e Sr. Peterson saíram de casa, Danny, Tom, Harry e Dougie se reuniram na república e começaram a arrumar as coisas na varanda. Limparam o armário de vinhos do Sr. Peterson, limparam a churrasqueira e arrumaram os instrumentos.
- Amorzinho, não reclama! Sai! – respondeu null, dando um leve selinho na namorada e vendo que o rosto da garota ficara vermelho de repente.
- Olha meninas - começou null. -, a gente precisa que vocês fiquem lá na sala enquanto a gente arruma isso. É uma surpresa pra mãe da null!
- Olha null... Como VOCÊ foi um garoto muito educado e simpático, nós vamos dar uma saidinha até a padaria e quando voltarmos vamos ficar aqui na COZINHA, está bem? – disse null, olhando feio para o namorado.
- Está ótimo, nullzinha! – respondeu null, abraçando a amiga.
As meninas puxaram Desirreé pelo braço e saíram para fazer pequenas compras...

- MÃÃÃÃÃEEEEEEEEEEEE !!! – gritava null, correndo pelo corredor do aeroporto, em busca da mãe.
Sra. null sorria, de braços abertos para a filha. Ela pensava em como a garota tinha crescido em apenas um ano. Pensava em como ela estava bonita. Pensava em como sua filha estava feliz. Viu a garota derramar algumas lágrimas de emoção e agarrar em seu pescoço. Abraçou forte a filha e em seguida a olhou nos olhos.
- Ai, que saudade, meu amorzinho! – exclamou, analisando cada fio de cabelo da filha.
- Mamãe! – disse a garota, contente.
- Está tudo bem, minha filha? Olha, seu cabelo cresceu! Está bonito.
- Obrigada, mãe. Está tudo incrível... – respondia a menina, rindo.
Sra. null cumprimentou Sr. Peterson, que apresentou sua nova namorada: Alichia.
Seguiram com as malas em direção à república. null não parava de falar em momento algum. Contava sobre todos os amigos e sobre null para sua mãe. E, claro, sem esquecer de Vitor e Desirreé.

- Hey, eles estão chegando – anunciou null, que foi destinada a observar a porta enquanto todos se preparavam para a surpresa.
Já estava tudo pronto. Só faltavam os convidados principais. null tremia dos pés a cabeça. O que ele decidira fazer foi maluquice. Ele sabia que faria tudo errado, mas não custava tentar...
- AGORA! – disse null, firme, correndo para perto das amigas.
Sr. Peterson abriu a porta de casa e se deparou com a república vazia. Sra. null não se incomodou nada com aquilo. Melhor vazia do que com um monte de pestes malucas arrombando portas e ouvindo música alta.
null estava desconfiada. Onde estavam os amigos afinal? Subiu para os quartos com a mãe e deixou as malas por lá. Depois, desceu devagar as escadas, encontrando Sr. Peterson na cozinha, procurando por alguém.
- Mas onde é que ta esse povo? – perguntava ele.
- Nem a Desirreé ta aqui? – perguntou null, estranhando.
Sr. Peterson fez que não com a cabeça e entrou na varanda, seguido de null, Sra. null e Alichia.

Sentimentos são
Fáceis de mudar
Mesmo entre quem
Não vê que alguém
Pode ser seu par


null mantinha o olhar fixo na banda. Seus olhos brilhavam como nunca. Era uma cena incrível. A banda de seus melhores amigos tocando mais uma vez.

Basta um olhar
Que o outro não espera
Para assustar e até perturbar
Mesmo a Bela e a Fera


Porém, dessa vez, Tom e Danny cantavam em português. A música dela. A musica favorita de null null.
A mãe da garota sorria em ver o português embromado dos amigos da filha. Começou a se perguntar qual deles era o grande amor da garota.

Sentimento assim
Sempre é uma surpresa
Quando ele vem
Nada o detém
É uma chama acesa


null, null, null e inclusive Desirreé sorriam abobalhadas. Pensaram em tudo como surpresa, mas uma música em português, com certeza não.

Sentimentos vêm
Para nos trazer
Novas sensações
Doces emoções
E um novo prazer

E numa estação
Como a primavera
Sentimentos são
Como uma canção
Para a Bela e a Fera
Sentimentos são
Como uma canção
Para a Bela e a Fera


null sorria para null. Ele sabia o quanto a menina amava a Bela e a Fera. Sabia que o maior desejo da garota era protagonizar a história no teatro. Decidira cantar em português para aumentar ainda mais a felicidade da garota, que corria em direção à ele.
null abraçou null fortemente. Em seguida, chamou os amigos para juntar-se ao abraço. Era especial. Era lindo.

As quatro desciam as escadas, deslumbrantes. null liderava o grupo. Em seguida, vinham null, null e por fim, null. Todas incrivelmente bem vestidas com sandálias, vestidos, e uma bela maquiagem. Sentiam que aquele era o final feliz de suas vidas... Pelo menos por enquanto.
- Vocês... – disse null.
- Estão… - continuou null.
- Maravilhosas... – disse null.
- E poderosas! – disse null, sorrindo e segurando a mão da namorada.
Seguiram felizes até a mesa de jantar. Sr. Peterson tinha feito um ótimo trabalho junto com Alichia e null para o jantar daquela noite.
null suava frio, ouvindo os conselhos de null.
- Cara, tu não pode esquecer de dizer que sabe que não é bom o bastante, mas vai fazer de tudo para ser perfeito. Entendeu?! – repetia o menino, pela décima vez. Ou seria vigésima vez?
Desirreé passava batom nos lábios enquanto todos jantavam e tinham uma conversa animada sobre como Alichia era perfeita para Sr. Peterson e de como todos queriam juntar todas as famílias no Natal.
- É uma ótima idéia. Não acha, amor? Você poderia conhecer meus pais – disse null, animada.
- E-eu? – perguntou o menino, assustado.
A garota somente ria, lembrando-se do quanto seu pai seria grande perto de null. [n/a: gentee, desculpa, mas eu precisava zoar com a minha amiga Poynter ;D]
Quando todos já tinham acabado de jantar, null viu que estava na hora. Levantou-se devagar e soltou um pigarro, exatamente como null passara o dia ensinando.
Ele sentia as mãos geladas suarem. Tremia, assim como null disse que ele ficaria.
- Sabe, eu não tenho muito o que falar, mas eu vou falar o pouco que eu tenho pra... falar – disse, envergonhado e atrapalhado.
Procurou pela aliança em todos os bolsos possíveis. Estava se desesperando, quando vira que ela não se encontrava em bolso algum.
Suas mãos tremiam, suando, enquanto ele olhava cada pessoa da mesa, olhando para ele, esperando alguma reação. Sra. null fazia uma careta amedrontadora.
Estava a ponto de desmaiar de nervoso quando ouviu null tossir forçado e olhar significativamente para null, apontando levemente para as mãos do garoto, onde se encontrava o pequeno porta-alianças, que ele segurava desde que chegara na república.
null respirou aliviado e vermelho de vergonha. Ele olhou para null, que quase gargalhava de tanto sorrir, os olhos da garota brilhavam.
Ela pensava em como ele era fofo, mesmo esquecendo-se de guardar as alianças no bolso e pelo menos fingir que não ia pedí-la em namoro... Ela pensava em como seria feliz se vivesse com ele para sempre... Porque null era perfeito. Seus olhos se enchiam de água e ela poderia abraçá-lo sem nem ao menos ouví-lo dizer qualquer palavra. Bastava um sorriso... Ela queria gritar para o mundo ouvir que ela sempre estaria lá, para ele. Com ele.
- Você já pode falar, null? – perguntou Desirreé, que ria baixinho da cara do garoto, que estava mais para um pimentão.
- Ah claro... – o garoto acordou. – Então, as poucas coisas que eu tenho pra falar...
- Nós já sabemos que são poucas coisas null! Pula esse tipo de enrolação e diga logo – disse Sra. null assustando o garoto e a filha ao mesmo tempo.
null começou a pensar que aquilo não seria tão fácil para ele como foi para null, já que ele percebera que a mãe de null não fora muito com sua cara desde que descobrira que o ‘‘mais idiota’’ da banda era ele. Sra. null perguntara à filha qual dos quatro que tocavam era seu namoradinho, e quando ouviu a resposta da garota exclamou baixinho: o mais idiota!
Mas null não desistiria...
- Está bem... – exclamou o garoto, segurando a mão de null e olhando para a garota. – Você quer namorar comigo, null? – perguntou ele, esquecendo-se do aviso de null sobre perguntar para a mãe da garota antes de perguntar para ela.
Mas null parecia não se importar com as técnicas de etiqueta de null. Abraçou null fortemente e disse:
- Claro, null! Eu te amo!
O garoto sorria, aliviado. Colocou com cuidado a aliança no dedo da menina, beijando-a. Ela fez o mesmo com a aliança do namorado e sorriu, abraçando-o.
Os amigos sorriam, felizes. Bateram palmas e se levantaram, cumprimentando null e null.

- Você sabe mesmo o que está fazendo?
A garota deu uma leve risada e olhou para o namorado:
- Claro, null!
- Mas, você sabe... Sua mãe não gostou muito de mim... Eu não sou tão perfeito quanto parecia...
Ela deu um leve beijo no namorado e acariciando o rosto dele disse:
- null... eu te amo! Nada, nem ninguém, vai mudar isso! Eu já tentei ficar longe de você, mas nós dois vimos que foi impossível.
- Eu te amo, null! Muito! E pra sempre! – ele sorria, beijando-a.
Estavam na varanda da república. Sr. Peterson, Alichia, Desirreé e Sra. null tomavam vinho na sala e conversavam sobre a grande formação acadêmica de Desirreé...
Foi nesse instante que null, null, null, null, null e null atacaram o casal com mangueiras de água e um enorme montinho.
- GUERRA! – declarou null, sentindo um enorme peso de null null em cima dela.
null gritava, correndo atrás de null com uma mangueira e jorrando água por tudo quanto era lugar.
- null null!!!!!!!!!! Me larga! – gritava null, de ponta cabeça, nos ombros de null, que corria sobre o gramado. - null!!!!!! VEM ME SALVAR!! – gritava a garota, ouvindo as gargalhadas de null.
- É null! Sai de cima de mim e vai ajudar a ! – ria null, puxando o pé de null e fazendo o garoto cair, ralhando com ela.
Logo que null saiu de cima de null, foi a vez de null pular em cima da garota.
E logo que null tirou null dos braços de null, o garoto pegou null e colocou nos braços, beijando-a.
- Ah, null! Cuidado pra não me derrubar… - exclamava a menina, com medo.
- Calma amorzinho! Você acha mesmo que eu ia fazer isso contigo? – dizia null, piscando.
- ELE FAZ SIM, null! NÃO ACREDITE NOS HOMENS! – gritava null, agora ajudando null a tirar null de cima de null, sem sucesso, já que null e null chegaram com a mangueira, molhando os outros quatro.
null começou a correr atrás de null, chutando-o.
- HEY, null, CALMA AÊ! TU VAI ACABAR ACERTANDO MINHAS PARTES ÍNTIMAS! – gritava null, escondendo-se atrás da namorada.
- Oww, nas partes íntimas do meu namorado ninguém mexe, não! – dizia null, fazendo cara de mal para null, que ria da cena.
null aproveitou e saiu debaixo de null, que começou a correr atrás de null e null para perturbar.
- Caras, eu estive pensando! – disse null, olhando de amigo para amigo.
- Você viu isso null? O null pensou! – disse null, zombando.
null e null fizeram um coro de ‘‘Ó’’ para null, que abanou o ar, não se importando com as piadinhas dos amigos.
- O nome da banda! – disse null, vendo toda a confusão parar e olhar para ele, atenciosos. – Pode ser Mcfly, sabe... Por causa do Marty Mcfly... Eu me senti em um dos meus filmes de ficção quando o Vitor assaltou a república.
- Sabe, cara... Não é um nome que se diga: Ó, que nome lindo... Como o null tem criatividade, mas é um nome legal! – concluiu null.
- Legal null? O nome é incrivel... Foda, null! – disse null, correndo e pulando em cima do amigo.
As meninas sorriam. Enfim teriam um nome para sua banda favorita.
- GALERA!!!!!!! OLHA ISSO! – gritou null, apontando para o céu, impressionada.
Todos olharam para a mesma direção que a garota e, com a mesma expressão que ela, aproximaram-se. Uma linda e brilhante estrela cadente passava pelo céu.
- Faz um pedido, amor! – exclamou null.
null sorria, beijando a bochecha de null. null ria ouvindo null perguntar o que era a coisa brilhante passando no céu. null abraçava null, sorrindo e esperando pelo pedido da amiga.
- Eu vou fazer um pedido coletivo. EU DESEJO QUE ISSO DURE PARA SEMPRE! Porque estar com vocês, aqui, fazendo essa bagunça, é a coisa que eu mais adoro fazer... Porque eu amo vocês! – finalizou a garota, abraçando os outros.

‘‘ FIM ~~

Agradecimentos: [avisando que eu falo demais... =x] E SURIGO QUE LEIAAM ;D UAHSuhsauhsaUhsauhsa.

Bom, fim de fic, começo dos agradecimentos! =D
Pra começar, eu quero dizer algumas coisas à respeito da fic, não se desesperem... Vai ter parte 2 sim! =DDDDDDD Porque a minha mente ta funcionando bem ultimamente então eu não consigo parar de escrever =DD \o/
Agora, primeiramente eu vou agradecer a todos que leram essa fic, porque não adiantaria de nada escrever sem que ninguém lesse... Mto obrigda por todos os comentários, eu adoro entrar aqui e ler! São as coisas que mais me dão inspiração e vontade de escrever... vlw! ^^

Agora... VALEU BETAA... Lê, sem você eu não seria nada! Pode ter certeza disso... E foi incrivel te conhecer! Tu sabe que além de minha super beta eficiente tu é minha Poyntá doidaa que eu amoo! Valeu por aguentar todas as minhas frescuras ta?! =DD

Eu queria mtooo dizer obrigada às minhas grandes amigas Fãs de Mcfly que me deram todo o apoio possível: Jully [minha Juddá *_*], Thays [gêmeaa!!!], Gabi, Ana B, e Lêe [nhaa, o trio EU LEIO PRIMEIRO ;D], Gabs Martins *_*, Juu [ainda to te devendo a fic do Harry Potter, née ;D], Narii [SIM NARI EU SEI QUE VC É O HAROLD hsuuasUASUSAhUSahUSah]... NHAAIN DESCULPA SE EU ESKECI ALGUEM TA! Amo todas vocês!

Eu queria agora dedicar essa fic pra algumas pessoas SUPER ESPECIAIS. Aliás, as mais especiais para mim *_*
- Gabu [Filhaa... cara, eu ñ preciso fla nada né? Melhor amiga!]
- Sabrina [ Jooooooooooooooooooooones, UHASuhsaUhusahasusah Nhaa te amoo Melhor amiga!]
- Luiza [Yeahh Luh... olha só onde vc fiko ;D UHSAUhsauusahusaHsaUH E só lembrando: o Tom prefere eu taa ;D]
- Luci [mesmo que ela tenha eskecido de mim eu amoo ela!]
- GABRIEL [maan, aconteça o que acontecer... EU TE AMO taa! E tenha força... eu sei o quanto vc ta lutando, e pod ter certeza que eu sempre vou estar aki pra lutar junto com vc! =D Te amo on/off]
- Vitor... =DDDDDD [Nhaa amigo desculpaa, mas, eu tive que te deixar malvadão =x e nem faça essa cara pke eu sei que tu adorou ;D UHSAuaSHuhsAuhSuhsAUhSA]
- MCFLY [claro que eles não podiam sair daqui.]
- Tom Fletcher [especial pra vc, pke vc foi fofo demais nessa fic ;D te amo!]

Galeraa, eu não sei se falto alguém. Axo que não, mas, em todo caso... VLW por tudo.
OBRIGADA TODOO MUNDO. =DDDDDDD
bjOO^^
‘‘LaLá~~

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