Um natal inesperado.
(Parte 2)

Escrita por: Gustavo
Script por: Bii Poynter*
Betada por: Minn


Eu não podia contar só metade da história, daquele natal. Não senhor, aquele natal trouxe maravilhas, e logo depois tristezas.
Dia 5 de janeiro, embarcamos na nossa nova turnê, estávamos lançando o novo cd que na época mal tinha saído nas lojas e já tinha arrecadado mais 1 milhão. Só sei que saindo de Londres fomos para Milão, e depois Roma. Fizemos dois shows. Durante um dia, ligou perguntando quando eu iria para o Brasil, acabei por dizer que não sabia, e ela já começava a fazer aquela voz triste.
Decidi fazer então uma surpresa, a banda decidiu fazer 10 shows no Brasil. Realmente, foi capa de muitas revistas londrinas de música, porque diziam que nós não éramos de fazer muitos shows num mesmo local. Marcamos seis shows em São Paulo, três no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul.
nem sabia, afinal, eu queria fazer surpresa.
Lembro-me bem do inverno europeu rigoroso e no dia 15 de janeiro, estávamos num lugar diferente. Totalmente ensolarado. Chegamos a São Paulo, e me pareceu que a nossa visita até o Brasil tinha atraído milhares de fãs de todo o país.
Fomos para o Hilton. Mas eu decidi chegar, colocar uma camisa sport e uma bermuda, um boné muito da horinha que tinha comprado em Londres, e fui passear pela rua. Nós podíamos alugar carros, eu não perdi tempo, aluguei um no saguão do hotel, e peguei o carro.
Não sei como vocês brasileiros conseguem dirigir o carro do lado esquerdo, mas enfim, peguei o jeito e tinha o destino traçado: Rua das Palmeiras, nº 134, Vila Zelina. Demorei até encontrar, porque São Paulo é um labirinto. Chegando lá, vejo o portão se fechando e pessoas saindo de um carro. Parei o carro em frente ao portão e um senhor me olhou como se eu fosse a pessoa mais estranha do mundo:
- Quem é você garoto? O que você quer?
- Sorry, I'm ... Please, can you call for me? (Me desculpe, eu sou o ... Por favor, você poderia chamar a pra mim?)
- O que você falou?
- O que foi... pai? AHHHHHHHHHHHH. ? É-é você?
- Claro pequena... Eu disse que viria te ver.
Nós falávamos em um inglês que o pai de nunca iria entender. Convidaram-me para entrar e tomar um delicioso café da tarde, e a foi logo me apresentando:
- Mãe, pai, este é o nos conhecemos em Londres, foi ele quem passou o natal comigo...
- Ahh... Muito prazer, somos Arthur e Claudia, pais da .
- What?
- Ele não fala português pai. Na verdade fala, mas tem vergonha...
- I falo nada. Do you entendeu? [N.a- relevem .__.]
- Ta vendo, ele fala.
- Ta, eu falo um pouco, mas nada demais.
- Mas você fala. Então querido, gostaria de jantar conosco?
- Olha eu adoraria, mas não sei...
- Ele fica sim mãe, eu sei que fica... Ele vai poder conhecer a , ela é minha irmã.

Irmã? A nunca havia me falado de uma irmã, que estranho. Poderia conhecê-la então, quanto mais perto da família eu ficasse, mais cedo eu poderia fazer o que havia planejado.
Quando a irmã chegou logo vi sua semelhança com a , eram parecidíssimas.
- Ah, então você é o , me chamo , é um prazer conhecê-lo.
- O prazer é todo meu.
- Os ingleses são conhecidos pela sua boa educação, pelo jeito você não foge a norma...
- Não quando estou na frente dos pais da pessoa mais importante da minha vida.
corou, ficou vermelha, roxa e começou a dar aquelas risadinhas de vergonha, e começou a mudar de assunto.
A mãe dela realmente cozinhava muito bem, fez umas comidas que te faziam querer comer mais e mais. A irmã da conversava muito comigo, tanto que a até estranhou, mas enfim, eu tava ali com ela, e isso era o que importava.
Quase meia noite, eu tinha que voltar pro hotel, no dia seguinte tinha ensaio, deixei o telefone com a , e 2 convites para ela e a irmã irem assistir o ensaio. Chegando no hotel, o já chegou perguntando:
- Onde esteve? Procuramos você o dia todo... Tínhamos sessão de autógrafos, esqueceu?
- Foi mal , eu tava com uma pessoa.
- Ahh... Deixa eu adivinhar, seria a ?
- Era ela sim.
- Essa história não vai dar em nada, você vai ver.
- Cala a Boca ow, tudo vai dar certo entre nós, e eu vou pedir ela em namoro ainda esses dias.
- Se a banda for afetada por seus desníveis emocionais com essa menina, a gente arranja outra pessoa pra banda. Entendeu?
- Ta , ta.Você e suas criticas destrutivas que enchem.
Aquela noite foi uma droga... Odiava brigar com o , ele era uma pessoa muito importante pra mim na banda. Mas mesmo assim, estava pensando no ensaio do dia seguinte, e sabia que ia ver a mais uma vez e nos próximos dias que se passassem.
Quando a manhã seguinte chegou, eu demorei a acordar, e logo depois que acordei, sendo esmurrado pelo fui para o chuveiro e fiquei muito tempo lá.
- Achamos que você tinha morrido no chuveiro.
- Não, não morri para o azar de vocês.
Realmente, aquele dia tinha começado mal, aquilo era o reflexo da briga, no dia anterior.
Nosso empresário chegou, já com o celular no ouvido e dizendo:
- Vocês estão atrasados, tipo, já era pra vocês estarem lá.
Fomos então para o estúdio de ensaio. Chegamos lá, e vi a e a sua irmã num canto do estúdio conversando com a nossa produtora.
- Então querida... Esse seu cabelo podia mudar, sabe?
- Ah não, eu gosto do cabelo dela desse jeito mesmo.
- .
- Oi minha pequena.
- Disseram que vocês tavam atrasados, e então fiquei esperando.
- Ahh. Mas já chegamos, isso é o que importa... Nós vamos ensaiar um pouco amor... Não saia daí viu.
- Pode deixar...
Eu fui então para junto da banda, e começamos o ensaio:
"I wish I could Bubble Wrap my heart,
In case I fall and break apart,
I'm not God I can't change the stars,
And I don't know if there's life on Mars,
But I know you're hurt,
People that you love and those who care for you,
I want nothing to do with the things you're going through "....

- Lindoooo, perfeitoooo. Você tava demais amor.
- Obrigado linda, e ai ? Gostou do nosso som?
- Realmente, vocês são muito bons... Agora faz sentido o fato de vocês serem muito conhecidos.
Aquela menina me olhava com olhos que me devoravam, tanto que eu acabava evitando olhar pra ela, e a nem percebia o quanto sua irmã ficava me olhando.
Depois do ensaio, a banda foi para o shopping, tentar arriscar suas vidas numas compras, e eu fui para a casa delas. Aquele era o dia, eu já tinha tudo planejado. Chegamos na casa, e elas entraram. Peguei o pequeno embrulho no carro e entrei. Seus pais já contentes em me ver, me cumprimentaram e sua mãe já me chamava para o jantar. Não podia recusar, aliás, fazia tudo parte do plano. Ficamos conversando, e a sua irmã ficava me olhando e olhando. Parecia hipnotizada, teve uma hora que até tive um pouco de medo.
Estava na hora do jantar, eu fui para a mesa e me sentei ao lado da . Seu pai na ponta, e sua mãe na outra, e a irmã dela na nossa frente.
- Antes de tudo pessoal, eu queria perguntar se eu posso pegar uma coisa que eu deixei na geladeira de vocês?
- Uma coisa? Bem querido, pode. - disse a mãe de meio confusa.
- É um segundo, prometo.
Fui para a cozinha e peguei a garrafa de champagne que a adorava.Voltei para a sala de jantar, e com uma expressão meio esquisita me perguntaram:
- Nossa, champagne? Mas para quê?
- Para comemorar...
- Comemorar o que amor?
- Isso...
Peguei no bolso o pequeno embrulho, e dei na mão da com muito cuidado.
- Esse embrulho representa muito mais que um presente ... Ele representa a nossa felicidade daqui para frente.
Ela abriu o embrulho e viu uma pequena caixinha de jóias. Seus olhos já marejavam lágrimas. Abriu devagar a caixa e então se deparou com dois anéis, nos dois escrito: TeAmo. s2 .
- Senhor, você me permite?
- É, é, é... Seria uma honra.
- Ai filha...
- , você aceita namorar comigo?
- Mas é claro seu bobo.
- Te amo pequena.
- E-e-eu também teamo.
A única que não manifestava emoção alguma era .
Estouramos a champagne, comemoramos, e finalmente tive a certeza: "Ela é pra sempre".
Depois do meu pedido, os dias se passaram. Acertei as coisas com o , pedindo desculpas, e tudo voltou ao normal.
Ficamos até o dia 18 de fevereiro no Brasil, e passei muitos dias com a . Nosso 1º mês de namoro foi uma festinha muito bonita, organizada pela mãe dela. Ela fazia questão de que comemorássemos. E eu dei a ela um presente que uma vez ela tinha falado que queria muito:
- Ahh , porque você não me dá um globo de neve? Eu quero tanto um.
- Eu não sei onde tem, nem tenho dinheiro pra comprar agora.
- Mentiroso, você que não quer me dar.
Foi a briga mais boba do mundo, mas quando ela abriu o presente, lá estava, um globo de neve, e dentro estava escrito: "TeamoPequena".
A festa foi tão perfeita sabe? Mas a irmã da continuava a me seguir com os olhos.
Voltamos para nossa turnê, e o seguinte país era os E.U.A., como aquele país se assemelha ao Brasil, tirando o frio é claro. A me ligava sempre, e sempre me perguntando quando ia para lá.
Tentava ir o máximo de vezes possíveis no mês, mas geralmente eram só 2 ou 3.

~ cinco meses depois.

Íamos fazer seis meses de namoro e aparentemente tudo estava correndo muito bem.
Estávamos comentando de ela ir morar comigo em Londres durante as festas, ou eu ir passar as festas na casa dela com os meus sogros. Mas tudo planos.
A nem tinha mudado muito, continuava me seguindo com os olhos. No nosso aniversário de 6 meses, eu e a saímos. E a perguntou se podia ir junto:
- Ahh me deixa ir?
- Ta mana, pode vir sim. Sem problema, né ?
- Ahh... Sem problema pequena, sem problema.
Fomos à uma movimentada balada chamada Status, em Santo André, no Brasil. Eu prefiro as baladas britânicas, as músicas são muito mais psicodélicas. Graças a minha influência, a casa mal tinha aberto e eu já tinha colocado nós três para dentro. Era um local gostoso, um ambiente realmente para se dançar muito. Eu e a fomos para a pista e a ficou num canto do bar. Depois de mais ou menos 1 hora dançando, a disse que precisava ir ao banheiro:
- Mor, eu preciso muito ir ao banheiro.
- Pode ir, eu fico aqui com sua irmã.
- Ok cuida dele hein .
- Pode deixar mana.
O que nem sabia era que a queria cuidar muito bem de mim.
- Então ... Você se faz todo de machão, mas eu sei que você me quer.
- Do que você ta falando?
- Você me ouviu...
- Eu e a sua irmã namoramos faz 6 meses, eu nunca trai ela, e não é agora que eu vou tra...
Não tive tempo de terminar a frase e ela então me beijou, com ferocidade, e me agarrava muito. Eu consegui tirar ela de lá, e então falei:
- Você é louca?
- Ela não, você.
Olho para trás, e vejo a com os olhos cheios de lágrimas, olhando indignada para mim e a irmã.
- Nunca pensei que você poderia fazer isso . Podia ter sido com qualquer outra, mas com a minha irmã? Você é um canalha mesmo, eu nunca mais quero ver a sua cara.
- Mas , eu posso explicar.
- Eu não preciso que me expliquem nada. Eu te amava tanto.
Quando terminou de falar isso, pegou a aliança e jogou em mim.
- Não quero que venha atrás de mim. Vamos embora .
Ela deu a mão para a irmã, e ambas saíram na imensidão da noite. Meu mundo havia desabado. Naquela noite não dormi nada, fiquei pensando na .
Ela fazia o mesmo, pensando em mim, só que com ódio. Seus olhos continuavam inchados de tanto chorar. Ela via o colar de coração .De repente, jogou ele longe, como se pensasse que aquilo fosse eu.
Enquanto isso, eu havia decidido antecipar meu vôo para Londres. Mas antes mandei uma mensagem: "Quero conversar contigo. Teamo pequena".
No dia seguinte estava no vôo para Londres... Passei o vôo vendo nossas fotos, e ouvindo o cd de mp3 que ela havia gravado pra mim, com todas as nossas músicas preferidas.
Cheguei a Londres, era verão, porém meu apartamento parecia um congelador. A última vez que estive lá foi antes de viajar pro Brasil em janeiro. Andávamos muito ocupados, que levávamos tudo em turnês.
Fui para o meu banheiro, peguei a toalha, e tomei banho. Ficava pensando na , de como ela era única. Aquilo tudo não podia estar acontecendo.
Saindo do banho, fui para a minha cama me deitar um pouco. Revirei-me muitas vezes, e fui de encontro ao chão. Olho para cima e vejo meu violão lá, intacto, já fazia uns 10 meses. Afinei-o e comecei a cantar:
"When everything is going wrong
And things are just a little strange
It's been so long now you've forgotten how to smile
And overhead the skies are clear but it still seems to rain on you
And your only friends all have better things to do

When you're down and lost
And you need a helping hand
When you're down and lost along the way
Oh just tell yourself
I'll, I'll be ok…"


Fui adormecendo lentamente, enquanto pensava na .
Quando acordei na manhã seguinte acordo assustado: Seria tudo um sonho?
Eu não podia deixar tudo terminar assim. Era tão banal, o fato de ter armado tudo, só para poder ganhar um beijo. Eu não podia ter deixado tudo aquilo do jeito que estava, precisava fazer algo...
Mas o quê? O que meu Deus? Aquele natal inesperado, de quase 1 ano atrás, me fazia relembrar momentos tão bons. Quando a gente se conheceu, quando demos o nosso 1º beijo... Percebi naquele dia: a vida nunca nos dispõe armas, para lutar contra nossos medos.

Fim.

Nota do Guto: aew galerinha. 2º parte de Um natal inesperado.e vão esperando, tem a 3ª e última parte. Será que o romance do McGuy e a garota brasileira finalmente vai dar certo? Ou será que realmente tudo não passava de um sonho que se tornara pesadelo?
"Quando achamos que temos todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas".

Nota da Bii: Deus, o Guu ta virando poeta! Haushuahsuahsua. Está linda a fic amor! Cara eu tô com ele no msn agora e ele está chato, então não vou dizer que o amo na nota . Ah, detalhe... eu estou de tpm... a situação não ajuda. Mais enfim, eu estou ansiosa pela parte três poxa çç'
Ta parei, 'cadê seu orgulho bii? '... então é isso. Gustavo eu te odeio! E continua a porra da fic logo! Beijos na bunda ;**

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