Your Body Is A Wonderland

por Rhaay Alcantaras
betada por Cah (Kerouls)
revisada por Lelen




- Até amanhã seus tranqueiras! – dei um tchau pra todos que estavam no estúdio e ansiosamente caminhei até o estacionamento onde meu carro estava. Fechei a porta rapidamente para me proteger do frio que estava do lado de fora, ar condicionado é a oitava maravilha do mundo nessas horas. O radio foi ligado e eu procurei por uma musica relaxante, fiz o trajeto que estou acostumado a fazer, respeitando pedestres e sinais. Quando entrei na avenida que me levaria para meu bairro, minha casa, instantaneamente eu me senti melhor. Era sempre assim!
Parei em frente o portão de minha casa e esperei o portão ser aberto por completo, guardei o carro e peguei minha mochila que estava no banco de trás. Olhei para o relógio e me dei conta do horário. Ela não estaria acordada... Ela era fraca demais pra me esperar num dia como esse, em que eu chegaria de madrugada enquanto o mundo congelava lá fora. Ela não sabia resistir a uma cama e um edredom. Passei a chave pela fechadura da porta da cozinha e novamente agradeci mentalmente por ter ar condicionado ali. Sou dependente de ar condicionado.
Vi que tinha uma caixa de pizza sobre a pequena mesa que ficava na cozinha, abri a caixa e notei que ela só tinha comido um pedaço. Deixei a mochila sobre o sofá vermelho e confortável da sala e voltei para a cozinha, peguei um copo de água e bebi como uma criança. Sempre sentia sede quando chegava em casa. Subi as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível, a porta do quarto estava encostada, de leve a empurrei e vi a minha menina deitada de lado na cama toda encolhida, os edredons estavam todos no chão.

You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you


Ela e sua mania de chutar lençóis, cobertores e derivados durante a noite, perdia até as meias enquanto dormia!
Estava vestindo o meu casaco preto favorito com uma de suas calcinhas fofinhas com estampas engraçadinhas e uma meia listrada super colorida que ia até o seu joelho. Ela era assim desde sempre, desde que eu a conheci. Sempre menina.
Fechei a porta e encostei o meu corpo na mesma. Fiquei olhando pra ela até me dar conta do quão inútil eu sou, peguei os edredons que estavam no chão e com cuidado a cobri desejando mentalmente que ela estivesse fingindo dormir. Sempre fazia isso. Eu gostava quando ela me surpreendia com um beijo enquanto eu, todo preocupado tentava protege-la do frio. Mas dessa vez ela nem se mexeu na cama, então eu a envolvi com edredons com todo o cuidado, eu estava acostumado a fazer aquilo e a cada vez parecia mais apaixonante. Me agachei para ficar na altura da cama e mais próximo de seu rosto que se movia apenas para respirar calmamente. Não tinha nada nesse mundo que me deixasse tão em paz quanto vê-la dormir. Nada!
Beijei de leve sua bochecha e fui tomar um banho. Saí do banheiro com o meu pijama amado, minha boxer de bichinhos coloridinhos que combinavam pateticamente com a mesma calcinha que ela estava usando. Com uma toalha nas mãos passei pelo quarto enquanto secava meu cabelo, olhei para a cama e vi que de novo os edredons estavam no chão. Parecia de propósito! De novo, com toda a minha paciência eu fui e recolhi os edredons do chão e a cobri. Minha mão estava gelada então não quis deslizar minha mão sobre a bochecha dela com medo de acordá-la.
Ainda secando meu cabelo e cantando uma musica de algum comercial divertido, fui até a cozinha comer aquela pizza que estava me esperando. Fazer um tour pela minha geladeira durante a madrugada é um dos meus passatempos favoritos. Joguei a toalha em cima do sofá que caiu em cima da minha mochila. Sorri, no dia seguinte eu iria levar uma bronca por isso, ia rir do ataque de pelanca dela por causa de uma toalha e depois a fazer calar a boca com um beijo. Sempre funcionava.
Voltei para o quarto, agora satisfeito e sem fome e mais uma vez, os edredons estavam no chão. Ela tava zoando com a minha cara. Fechei a porta e olhei para o quarto, de propósito passei longos minutos analisando as fotos que tinha naquele cômodo. Fotos dela, fotos minhas, fotos das amigas delas, fotos dos meus amigos, fotos da família dela, fotos da minha família, fotos de nós dois juntos, sorrindo, nos beijando, fazendo careta, brincando com cachorros. Pra ela tudo era motivo pra se tirar uma foto e a parede em que apoiava nossa cama era a prova material disso. Era uma parede que só tinha fotos, passei lentamente meus olhos e era impossível ver a tinta. Ali estava a minha vida, momentos congelados e imprimidos pra que eu não me esquecesse de nada. Fui escovar os dentes e demorei o máximo que pude. Quando voltei é claro que os edredons ainda estavam no chão.

One mile to every inch of
Your skin like porcelain
One pair of candy lips and
Your bubblegum tongue


Devagar fui cobrindo a minha menina, quando a ponta do edredom chegou em seu pescoço ela me puxou pelo pescoço e me beijou. Anos beijando a mesma boca e eu não me cansava, sempre parecia melhor. Sentei na ponta da cama ainda a beijando e antes que ela deitasse sua cabeça de volta no travesseiro eu encostei minha mão atrás. Tirei o edredom que a cobria e o empurrei para o lado, ela me deitou na cama em seguida ficando por cima de mim e voltou a me beijar.
- Você tava brincando comigo, certo? Fingiu dormir e empurrava o edredom de propósito! – falei sério, fingindo estar bravo. Ela gargalhou e deitou sua cabeça em meu ombro.
- Eu tava com saudade... – depois de um tempo, disse isso da maneira mais doce possível. A fiz levantar o rosto e me olhar nos olhos.
- Eu amo você! – sorri e falei a frase que eu só tinha dito com a toda a minha sinceridade para duas mulheres. Minha mãe e ela.

Cause if you want love
We'll make it
Swimming a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while


Acordei pela manhã, abri os olhos com toda a preguiça do mundo e lá estava , deitada de bruço com a mão sobre minha barriga e rosto virado para o lado oposto ao meu. O cabelo dela estava espalhado pelo travesseiro, algumas mechas cobriam seu ombro e o cheiro que era só dela se misturava com o meu deixando nosso quarto num clima extremamente confortável. Morria de preguiça de levantar daquela cama e sair do lado dela. Alcancei meu relógio e vi que estava relativamente cedo. Voltei a me virar para ela e prestava atenção em sua respiração que alternava entre pesada e calma. Desde que entrou em minha vida, as coisas mudaram. As coisas não, tudo mudou! Pra melhor, tudo mudou pra melhor e eu já não me via sem ela. Sem as piadas inteligentes que me faziam rir pela manhã, sem as mensagens que ela mandava durante os shows e que ela sabia que eu só veria depois, sem o brigadeiro quase queimado que nós dois fazíamos juntos, sem a minha melhor amiga, a minha companheira em tudo, sem a minha menina que adora falar sozinha e que quando esta brava faz questão de me xingar em francês só pra me irritar, sem a menina que é a minha inspiração pra escrever minhas musicas e ajudar na hora em que a banda senta e fala: agora vamos compor! Eu devo meu sucesso a ela.
se mexeu na cama se virou pra mim e me olhou confusa. Se levantou e vestiu o meu casaco preto que eu tinha tirado algumas horas atrás e se trancou no banheiro. Ouvi o barulho do chuveiro e vendo a chuva pela fresta da cortina voltei a dormir. Acordei com o barulho irritante daquele secador e rolei pela cama.

Something 'bout the way your hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it


saiu do banheiro com o cabelo um pouco molhado que caiam lindamente sobre seu ombro. Vestindo de novo meu casaco preto, e era só aquilo que estava usando. Veio engatinhando até mim e eu analisava seu corpo, pra mim aquilo era como um parque de diversões.

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body Is a wonderland


Horas ali e o cabelo dela estava seco e bagunçado, o casaco tinha voltado para o chão e nós dois sorriamos, sempre assim, não precisava ficar falando nada. Enquanto eu respondia uma mensagem de Fletch, me dava leve chupões e eu sabia que ela queria ter a minha atenção só pra ela. Fechei o celular o deixei cair devido a rapidez que ela se sentou em cima de mim e começou a me beijar devagar, muuuuuuuito devagar. Eu gostava daquilo!
Do nada ela parou e me olhou séria, mordeu o lábio inferior e suspirou alto, eu a olhei confuso e ela saiu de mim se sentando na cama com as pernas cruzadas, puxou o edredom e fixou seu olhar em seus dedos que mexiam na ponta de meu casaco. Faz isso por minutos enquanto eu ainda a olhava procurando por uma resposta. Que ela era estranha isso eu já sabia, também já conhecia suas mudanças repentinas de humor. Eu a conhecia melhor do que ela mesma.
- Olha, eu preciso te falar uma coisa! – ela disse baixinho ainda mexendo seus dedos. Me sentei na cama da mesma maneira que ela, pernas cruzadas.
- Uhum... – murmurei enquanto afastava seu cabelo pra morder sua orelha. Ela gosta disso.
- Pára! – se virou pra mim com uma expressão séria e eu me assustei.
- Pode falar amor. – sorri.
Ela encolheu as pernas e afundou sua cabeça. A abracei e me aproximei de seu ouvido.
- O que tá acontecendo? Você sabe que pode falar tudo... Amor... – nenhuma resposta. – Amor... ! – falei um pouquinho mais alto e ela me olhou com os olhos apertados, ela ia chorar.
- Eu... ham... assim, é que... eu... eu tô grávida sabe? – vomitou as palavras e naquele instante eu senti meu corpo mais quente do que nunca, era como se eu estivesse dentro de uma lareira. Sorri, dei o meu melhor sorriso e ela assim que me viu sorrir me abraçou forte. Muito forte! , me abraçou extremamente forte e se não fosse pela ocasião eu diria que ela estava me apertando demais e iria ficar marcas. Passei minhas mãos pelo cabelo dela, devagar a afastei de mim e analisei seu rosto milimetricamente. A minha menina que eu soube desde sempre que não era mais uma menina, estava ali agora na minha frente contando que esta esperando um filho meu. A minha menina esta carregando com ela um pedaço de mim, que agora deve ser tão pequeno e frágil.
Nós dois sorrimos um para o outro e eu num impulso eu beijei todo o seu rosto desde boca, bochecha, queixo, testa, olho, nariz, boca de novo, nariz de novo até que a chamei pra um beijo mesmo. Um beijo em que eu deixei ela me guiar, um beijo que aconteceu do jeito que ela quis e eu simplesmente adorei. Minhas mãos faziam carinho em sua cintura e quando ela se afastou de mim me olhou com o rosto iluminado. se aproximou novamente e mordeu meu queixo. Eu gosto quando ela morde meu queixo. Mordeu por uns segundos e eu fazia cara de dor. Falso! Não doía nada, se doía te juro que pra mim aquilo era carinho. Ela abriu os olhos e ficou me encarando.
- , eu quero suco! – ela me pediu manhosa, ainda com os dentes no meu queixo. Revirei os olhos fingindo estar entediado e recebi um tapa no ombro. Beleza!
- Ok, você acaba de dizer que esta esperando um filho meu e nem dá tempo pra gente comemorar e já vem me explorando? Tá pensando o que da vida? Vou ter que sair da minha cama quentinha, ser obrigado a deixar você aqui sozinha pra ir lá buscar o que? Um suco... Pois é, tudo isso por causa de um suco! – eu falava rápido e a olhava sério. me olhou assustada.
- Você está sendo sarcástico, certo? – ela fez um movimento estranho com a cabeça.
- Vamos comigo então! – saí da cama e fiquei em pé, de costas pra ela. – Pode subir! – fiz um movimento com as mãos pra que ela subisse em minhas costas. Logo senti seu corpo pulando em mim e suas pernas envolvendo minha cintura.
- Eu estava pensando... O que você acha de Nickolas? Talvez Jesse... James... Quem sabe Justin? – ela deu um tapinha no meu peito e ia enumerando os nomes que ela já tinha em mente. Eu nunca vou deixar que meu filho se chame Nickolas, quer nome mais gay do que esse? E Jesse então, nome horrível! James nem rola porque o Bourne vai ficar metido e vai pensar que eu quis homenageá-lo... E Justin? AAAAAAH, Justin não! Não!
- Amor, e se for menina? Ela podia ter o nome da minha mãe, o que você acha? – deixei ela no sofá e a olhei com a minha cara fofinha que ela não resiste. bufou e eu andei até a cozinha.
- Eu quero que seja um menino! – ela ficou em pé no sofá.
- E se forem gêmeos? – me aproximei dela e entreguei o copo com suco, bebeu um copo gigante de suco em segundos. Me assustei. Com uma mão eu brincava com a barra do moletom e a outra arranhava sua coxa. Ela sorriu satisfeita e me entregou o copo que agora estava vazio, o deixei na mesinha de centro e voltei minha atenção pra ela. - Não teime comigo , vai ser um menino e vai se chamar Nickolas! – ela disse cerrando os dentes e puxou meu cabelo. Notei que ela passou o olhar pela sala até chegar no outro sofá, ela estalou os olhos e puxou meu cabelo com mais força. – O que aquela toalha MOLHADA ta fazendo em cima da tua mochila que por sinal está imunda e que por acaso esta no meu sofá vermelho e confortável. Me explica! Você sabe que eu detesto isso, o que custa você deixar sua toa... – eu disse que ela ia brigar comigo por causa da toalha então o jeito foi beijar ela bem forte, a fazer sentar no sofá e prender seus braços no alto pra que eu não corresse risco de apanhar. Claro, como sempre no começo ela se debateu, depois como sempre ela se entregou pra mim. E mais uma vez ela foi minha menina.
Cansada, ela deitou no sofá e rapidamente dormiu! Foi o tempo de beber uma água e recuperar o fôlego, voltei para a sala e ela já tinha apagado. Passei uma mão por sua cabeça e com a outra mão peguei suas pernas e subi com em meu colo escada a cima. A cama ainda estava desarrumada, devagar deitei minha menina na cama e quando fui beijar seu rosto abriu os olhos.
- Ele vai se chamar Nickolas e ponto final! – ela disse baixo e voltou a fechar os olhos, ri comigo mesmo e passei minha mão sobre a barriga dela, fiquei longos minutos admirando aquilo e tentando imaginar como ela ficaria ainda mais linda com aquela barriguinha grande e um olhar maternal. Eu tinha que me preparar psicologicamente. Vou ser papai!

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body Is a wonderland…



FIM!



Hey! Mais uma fic minha. UAU!
Pra quem quiser saber, Your Body Is A Wonderland é uma musica do John Mayer. Ouçam!
E essa fic vai de presente pra algumas pessoas.
Mari, minha Judd que me faz surtar de madrugada no msn! Nossas conversas ruleiam o/ eu te amo muuuito! E foi pra você! Também, Sayo, Bruna e Mandi que são as aniversariantes do mês de maio na comunidade flyers. Parabéns meninas. Eu espero que gostem da fic e por favor: COMENTEM!

Pra quem quiser:
Orkut
Comunidade Flyers Fotolog

Minhas outras fics:
Because You Live
Hey, What’s Your Name?
Just So You Know (em andamento)

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