01. Be with you

Fanfic finalizada

Capítulo único

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O timbre rouco, profundo me fez erguer a face em instantes, pela pequena abertura da porta da minha cela a máscara de era visível. Eu não poderia acreditar que ele estava ali, embora o conhecesse o suficiente que se estudasse a planta de um prédio ele conseguiria o invadir de maneira furtiva apesar de seu porte musculoso.


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O respondi após um período de silêncio, o som de um clique e a roldana da fechadura da porta metálica se abrindo soou alarmantemente alto para os meus ouvidos, os quais já estavam acostumados com o som do silêncio daquela prisão excruciante. se aproximou lentamente, como um predador, em seu peito estava um fuzil na diagonal, havia outras armas em coldres em seu corpo, no entanto meus olhos estavam sobre as luvas em suas mãos; eram as mesmas luvas que eu havia dado a ele em nosso último encontro.


— Adorei o uniforme, essa cor realça seus olhos.


zombou enquanto me olhava com gracejo, seus olhos eram a única parte visível de sua face, a risada escapou dos meus lábios enquanto me levantava da cama metálica, não reagi ao ranger do metal, havia me acostumado com o barulho da cama. Ele me entregou uma pistola e uma adaga, antes de segurar minha mão, o olhar que ele me deu possuía mais significado do que ele poderia expressar em palavras.


— Vamos sair daqui, tenente. — Comentei calmamente quebrando o silêncio outra vez.


rolou seus olhos antes de nos levar para o corredor, ele soltou minha mão para ajustar sua postura defensiva, não seria uma tarefa tão fácil escapar daquela prisão. A cada novo corredor cruzado escapamos por pouco dos guardas, parecia se mover contando os passos, como se ele estivesse cronometrando o tempo com suas passadas. O que eu não duvidava, os métodos dele poderiam não ser os usuais, mas sempre o levaram a completar as missões. Conforme descíamos os níveis da prisão, a temperatura estava ficando cada vez mais baixa, e a quantidade de guardas aumentava, isso significa que ou estávamos perto de uma saída ou estávamos perto de uma instalação importante! Ajustei minha pegada na pistola, acabei deixando um gemido baixo escapar dos meus lábios devido ao frio que estava sentindo, o que fez parar por um momento, seu olhar sobre seus ombros fortes me analisaram rapidamente checando meu estado antes de soltar seu fuzil e então segurou minha mão e então se moveu ainda mais rápido, nos levando para uma sala e então ele virou as câmeras na direção das paredes e pegou uma jaqueta de uma pilha de roupas. Ele havia nos levado para a lavanderia da prisão, com um chute ele abriu a porta oposta por onde entramos e então o ar frio invadiu de vez a sala.


— Você só pode estar de brincadeira! — Olhei para o precipício em que a prisão estava localizada, a instalação seguia toda a encosta da montanha, havia neve em todo o lugar. Parecia que a prisão havia sido escavada naquela montanha.


— Nós vamos ter que descer, anjo. — me olhou tentando me tranquilizar, ele sabia do meu medo de altura.


— E como vamos descer? Criou asas enquanto eu não estava por perto?! — O respondi um pouco mais rude do que o planejado, guardei a pistola na minha cintura enquanto o olhava de braços cruzados. — Desculpe… mas como vamos sair daqui? — Retornei a falar, olhando para ele ao invés do precipício à nossa frente.


— Você vai ter que confiar em mim, . — Eu não poderia ver muito de sua face devido a sua balaclava que cobria todo o seu rosto, mas poderia apostar que ele estava sorrindo de forma convencida.


— Eu te odeio! — O respondi assim que vi ele tirar um paraquedas de trás de um armário da lavanderia.


Antes que ele pudesse me responder com uma de suas piadinhas, o som de um alarme disparou pela prisão, vestiu o paraquedas e me fez passar rapidamente as amarras que me prenderiam nele antes de correr e saltar no vazio daquele precipício.


“Hoje seria o dia em que eu morreria!”



Pensei comigo mesma enquanto fechava os olhos me agarrando a como se minha vida dependesse disso, em meus ouvidos eu conseguia ouvir ele gargalhando enquanto sons de tiros ecoava pelas montanhas.


— Você está parecendo um coala. — voltou a zombar enquanto pousava em alguma coisa, busquei todas as forças do mundo para abrir meus olhos, eu o encarei mortalmente! — Nós precisamos nos mover anjo, ou voltaremos para aquele covil das montanhas. — piscou para mim se livrando de parte das amarras.


— Seu maldito bastardo. — Resmunguei enquanto tentava controlar meus nervos, ainda estava um pouco paralisada devido ao salto, não estávamos no alto da montanha, mas ainda estava alto o suficiente para a minha fobia de altura.


— A minha moto não está tão longe, então olhe para mim anjo, você não vai conseguir se mover se continuar a olhar para baixo. — segurou minhas mãos por um instante antes de desfazer as amarras por si mesmo.


— Moto? — Eu o encarei como se ele houvesse perdido a cabeça retirando meus pés braços que me prendiam ao corpo de .


— Não uma moto comum, uma para andarmos na neve, seria impossível achar algo rápido e discreto para te tirar daqui. — Ele revirou os olhos antes de atirar o paraquedas no penhasco e então me levou em direção as coníferas que eram esculpidas pela neve.



Meus dentes voltaram a bater enquanto me arrastava pela neve, o labirinto alabastro parecia o mesmo por onde quer que eu olhasse, mas parecia saber exatamente para onde ir. Quando ele encontrou a sua moto parcialmente escondida entre duas pedras, embora o motor estivesse ligado, levou alguns minutos antes que ela se movesse, o que foi tempo suficiente para escutarmos o som de motores.


— Eles foram mais rápidos do que eu imaginei! — murmurou antes de acelerar a moto se movendo entre a neve e as árvores.


Eu tentei me manter o mais próxima dele em busca de me aquecer, no entanto o vento que fazia meu cabelo ricochetear era como navalha, minhas roupas eram finas demais, mal conseguia sentir minhas mãos devido ao frio. Isso me tornava inútil para defender a retaguarda de , apesar de ele estar pegando caminhos diferentes, o som dos motores soavam cada vez mais próximos e parecia que estávamos no meio do nada, presos no labirinto alabastro. Eu senti algo suave envolver minha mão esquerda, abaixei minha face e então notei que havia me dado suas luvas.


— Eu preciso que você cuide da minha retaguarda, . — O tom de voz de soou como uma ordem, devido a sua voz grave ele poderia ser facilmente mal interpretado, embora eu o conhecesse bem o suficiente para notar o quão protetor foi seu tom, ele estava cuidando de mim.


Coloquei as luvas rapidamente checando a arma que havia colocado no bolso da jaqueta após retirar o paraquedas, destravei o gatilho e me preparei, esperando, ouvindo atentamente o som ao nosso entorno enquanto dirigia pela neve. Uma moto semelhante a que pilotava surgiu a nossa esquerda, alguns metros atrás de nós, fechei meu olho esquerdo ajustando minha mira e então atirei na mão do piloto o fazendo perder o controle da moto e cair fazendo a próxima moto cair assim que surgiu perto das árvores.


— Essa é a minha garota! — comentou em um tom baixo, orgulhoso acelerando o máximo que poderia, ele havia reduzido a velocidade para que eu pudesse atirar com mais facilidade, embora ele estivesse rápido demais.


Continuei a atirar assim que veículos surgiam, buscando danificar pneus, vidros, as mãos dos motoristas ao invés de matar os nossos perseguidores, ganhávamos mais tempo ao danificar os veículos, especialmente com o número limitado de balas da minha pistola, a qual trocou com a dele que estava no coldre em sua coxa direita.


— Vamos precisar de uma distração, qualquer coisa, ou vamos ser capturados! — Gritei devido ao som dos motores e dos tiros que impedia que eu e ele pudéssemos conversar. não me respondeu, ao invés disso começou a se aproximar da encosta da montanha, tentando mover a neve…quando eu entendi o que ele estava tentando fazer senti meus ossos gelarem!


“Ele só poderia estar louco! ”



— Você vai nos matar! — Dei um soco nas costas dele antes de me agarrar firmemente a ele, torcendo para que ele tivesse um plano, eu deveria esperar que ele tivesse explosivos espalhados por aquela floresta!


— Não seria uma morte ruim ter você agarrada ao meu corpo, mas não se preocupe minha , eu vim aqui para te buscar. — Ele piscou para mim antes de mover a moto para…eu não imaginava que poderia ficar ainda mais chocada, paralisada ou temer mais ainda a morte! tentaria saltar pelo penhasco!


— Seu bastardo insano! — Gritei enquanto fechava meus olhos, não ousava olhar para trás, eu conseguia ouvir os veículos sendo engolidos pela neve atrás de nós. — Se eu morrer eu juro que volto para te assombrar!


Era quase como se eu pudesse sentir o abraço frio da neve nas minhas costas, flocos de gelo pinicava minha nuca devido a proximidade, e então o salto chegou. Meu estômago não existia, a sensação de voar sobre o abismo me deixou ao mesmo tempo aterrorizada quanto impressionada! A adrenalina corria a quilômetros por hora em minhas veias, como carros de corrida na pista, meu coração martelava em meus ouvidos, minha respiração estava presa pelos breves segundos em que a moto atravessou o abismo e pousou com um baque tenso mas seguro do outro lado, me joguei sobre a camada de neve, sem fôlego, aterrorizada mas rindo alto.


— Eu odeio você! — Não estava falando a sério, o riso era uma mistura de diversão e medo. — Poderíamos estarmos mortos…— Olhei para me sentando com certa dificuldade devido aos meus nervos estarem em frangalhos. — Mas droga, isso foi divertido!


— Eu não te disse que te deixaria morrer, meu anjo. — Ele se inclinou em minha direção, não fora nenhum desafio para ele tocar minha face com a ponta de seus dedos frios, mas ao mesmo tempo tão calorosos.


— Sim, você disse. — Sorri ainda abalada pelo salto. — Eu não pensei que te veria outra vez. — Admiti em um tom baixo e sincero, todos que estavam nos perseguindo haviam sido engolidos pela neve, então ainda nos restava algum tempo para o nosso momento. — Pensei que ficaria presa ali para sempre, eles exploraram minha fraqueza.


— Desconfiei que algo havia saído errado quando você parou de usar a nossa frequência. — estava se referindo a frequência de rádio que apenas nós dois usávamos para nos comunicar. — Nem Price ou König sabiam que missão você havia sido designada, foram meses para te encontrar, mas tudo piorou quando descobri que você estava lá, no pior lugar em que poderiam te colocar, alguém entre os nossos revelou sua fraqueza. — O olhar de estava distante, como estivesse analisando as opções de quem poderia ter me traído. — Quando eu o encontrar…— A ameaça não dita estava expressa no tom de voz dele.


— Você não será o único a ter a sua vingança, meu caro, eu me dedicarei exclusivamente a isso, mas por agora, vamos embora, eu vou congelar. — Olhei para ele com seriedade embora sorrisse, fiquei de pé com algum esforço e então voltei a sentar atrás de na moto.


— Minha dama, farei disso meu objetivo, ninguém toma você da minha vida e sai impune. — O tom grave da voz dele se intensificou, ele estava furioso com o responsável por me colocar naquela prisão.


Fechei meus olhos apertando meus braços envolta dele, o som do motor da moto e o calor do corpo dele quase me faziam esquecer do que havia passado presa naquele lugar. ainda estava atento, se mantendo entre as coníferas e pinheiros, e então ele estacionou perto de um imenso rio, era impressionante como a água daquele rio não havia congelado, e flutuando como uma bandeira esperançosa estava um barco, eu ouvi gritos de animação na proa do navio estavam Price e König. O sorriso não deixou meus lábios desde que os vi, passei horas conversando enquanto havia seguido para uma cabine preparar o que eu descobriria mais tarde, um banho e roupas limpas e quentes para mim. Quando enfim ficamos sozinhos, e eu estava devidamente aquecida e alimentada, me manteve em seus braços, seus olhos falavam mais do que seus lábios poderiam expressar em palavras.


— A sua natureza silenciosa é um dos pontos que mais gosto em você. — Sussurrei com a cabeça apoiada em minha mão, estava deitada de frente para ele.


— Minha , eu tenho muitos planos para nós dois, e ser silencioso não é um deles, mas por ora, enquanto estivermos nesse barco teremos de adiá-los. — Ele riu suavemente enquanto tocava minha face em uma carícia.


…— As palavras desapareceram quando os lábios dele sobrepõem os meus, parecia faminto, saudoso, era como se ele tentasse gravar em nossos lábios o contorno um do outro. — Shh minha inebriante . — Ele murmurou contra os meus lábios enquanto beijava meu pescoço após um som escapar dos meus lábios. — As paredes desse barco são finas demais.


…eu vou…vou te…— Perdia a voz conforme ele aumentava a intensidade das carícias dele, os lábios dele eram como feras famintas enquanto deslizava pela minha pele exposta.


— Você vai o quê, minha inestimável ? — Havia um toque de diversão na voz rouca e grave dele.


Eu não pude o responder, um grito quase escapou dos meus lábios ao sentir a mão fria dele tocar a minha pele abaixo das camadas grossas de roupa.


— Shhh, não quero dividir o momento com mais ninguém. — voltou a falar, passando a ponta do seu nariz pelas regiões sensíveis do meu pescoço enquanto sua mão adentrava ainda mais minhas roupas.


Entre suspiros e sons abafados, a união entre dois corpos foi realizada, palavras não ditas, expressas em gestos, toques, murmúrios, lânguidos, preferidos por lábios inchados, rosados, avermelhados enquanto o mundo externo perdia sua relevância. Nada para eles era mais importante do que um ao outro, a saudade era deixada para trás porque não haveria nada que os separaria outra vez. faria o que ele precisasse para localizar aqueles que tiraram a pessoa mais importante de sua vida, seu anjo, com medo de voar, numa montanha, ela era dele assim como e era dela, e todos experimentariam a fúria por terem a ferido e mantido longe dele por anos, meses foram necessários para encontrá-la , outros ainda mais longos foram necessários para criar estratégias para resgatá-la. Agora que ela finalmente estava em seus braços, ele não a deixaria escapar, e o anel foi posto quando o pedido foi realizado, sobre as águas agitadas do atlântico, a meia luz. Insígnias seriam feitas nas alianças, uma festa mais reservada seria planejada, mas enquanto isso não acontecia o mundo parava de existir para os dois. Ela o amava, mais que a própria vida, ela salvaria o mundo, mas ele deixaria o mundo queimar se tivesse que escolher entre salvar ela ou o mundo. Duas oposições que em sua diferença se complementam.




Fim?



Nota da autora: Obrigada a paciência da beta e dos leitores, a história finalmente chegou ao final e se você gostou, deixe um comentário. Até a próxima! 😎😉✨.

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