Prólogo
Parece bastante idiota que marmanjos acima dos 20 anos estejam se comportando como adolescentes de 15 anos, cheios de tesão reprimido? Sim, eu também concordo, mas é exatamente o que está acontecendo neste minuto, em meio à aula de Cultura Oriental.
- É verdade que elas podem fazer você gozar só com um toque? - Grant perguntou e mais assobios foram ouvidos na sala de aula.
- Isso é muito ridículo. - Anne sussurrou para mim. - Por que homens precisam comportar-se como embustes? - Eu a olhei, levantando uma sobrancelha. - Nem me olhe assim. Seu gênero é podre, seja você meu amigo, ou não.
- Senhor Holtz, infelizmente, eu não posso afirmar. Por se tratar de mitologia, não há nada que comprove como determinado personagem se comportava. Não podemos afirmar nada.
- Hoje à noite teremos lua cheia. Quem sabe eu terei a ilustre visita de uma súcubo? - Grant, que costumava roncar durante as aulas de Cultura Oriental, estava bastante interessado naquela aula em particular.
- Então você quer encontrar um demônio que vai sugar sua energia vital? - Hans, um intercambista alemão, questionou. - Vocês americanos são realmente estranhos.
- Sexo é sexo, meu amigo. Por mim, ela pode sugar minha energia e outras coisas mais. O trabalho completo. - Grant retrucou, fazendo com que Anne, ao meu lado, revirasse os olhos, como se não acreditasse no que estava ouvindo.
- Ela podia sugar seu cérebro também, já que você não usa ele pra nada. - Nina disse e toda a sala uivou em provocação.
Eu ainda não entendia porque aquela aula estava mexendo tanto com a turma. É só uma lenda, mas parece que quando colocam qualquer coisa relacionada a sexo no meio, todos passam a agir como animais primitivos. Se o ser humano usasse um pouco mais a racionalidade que foi dada a ele, teríamos menos problemas no mundo. O problema é que mesmo sendo inteligente, escolhemos nos deixar levar pelos instintos primitivos. Em suma, o maior mal da humanidade é um só: o desejo.
Capítulo Único
A noite já ia longe quando finalmente cheguei em casa, cambaleando um pouco como resultado de um happy hour estendido com meus colegas de classe e algumas muitas rodadas de tequila. Eu não era um grande apreciador da bebida, mas depois de horas a fio ouvindo Grant e sua recente obsessão por demônios de seios grandes, me senti cada vez mais tentado a virar todo o conteúdo do José Cuervo garganta abaixo. Arriba, abajo, al centro y adentro.
Depois de inúmeras tentativas de encaixar a chave na fechadura da porta de casa e algumas peças de roupas jogadas pelo caminho, andei em passos torpes até o meu quarto. A cama estava tão convidativa que me joguei nela no instante em que pisei dentro do cômodo, sentindo tudo rodar ao meu redor e minha cabeça doer em resposta. Naquele momento eu só podia agradecer pelo final de semana, pois tinha certeza que minha ressaca na manhã seguinte seria épica.
A janela do quarto estava curiosamente aberta, fazendo com que a cortina balançasse e o vento gelado vindo do lado de fora tomasse conta do ambiente. Todo o meu corpo, desnudo, se arrepiou, enquanto um inebriante cheiro de canela dominava o local. Com frio, levantei da cama para fechar a janela, parando no meio do caminho ao sentir uma forte presença atrás de mim. Virei com pressa, me assustando ao dar de cara de frente com uma mulher. Anne.
Ela era minha amiga desde os tempos de colégio e agora, adultos, cursávamos a mesma faculdade. Eu nunca havia assumido isso, mas eu tinha mais que uma paixonite por minha melhor amiga. Eu tinha quilômetros em queda livre por ela. Das duas uma: ou eu estava muito bêbado e tendo alucinações, ou esse era um daqueles sonhos eróticos, que eu tinha de vez em quando. Respirando fundo, passei a mão nos meus cabelos bagunçados. A mulher à minha frente era pálida, seus cabelos negros ultrapassavam seus quadris e estava vestida com nada mais que um fino vestido negro, que realçava suas voluptuosas curvas. O cheiro de canela vinha diretamente dela, fazendo-me abrir um sorriso e pensar “puta merda”.
- A-a-anne? - Gaguejei. Só de sentir aquele cheiro, eu estava excitado como um garoto no auge da puberdade. Ela sempre foi muito delicada, reservada… A probabilidade dela fazer algo assim é praticamente nula. Anne não faria uma coisa dessas. Certeza que esse é mais um dos meus sonhos. Como se pudesse ler meus pensamentos, ela se aproximou, fazendo com que nossos corpos se encostassem. Suas mãos tocaram as minhas, guiando-as para seus quadris. Como esperado de um virgem, eu congelei, sem saber se avançava ou retraía.
- Vai ficar parado? - Ela perguntou. Sua voz chegando como melodia aos meus ouvidos. - Ou vai agir? - Eu conseguia sentir suas mãos, frias, tocando as minhas, enquanto meu membro pulsava por dentro da minha roupa íntima.
- Anne… - Eu praticamente sussurrei, tentando não surtar. Eu a estava sentindo. Sentindo seu toque, sua pele contra a minha. Esse é o sonho mais realístico que eu já tive na vida. Será que eu estou alucinando? A bebida pode estar mexendo com meu cérebro, certo?
- Eu esperei por você por algum tempo… Onde você estava, Adam? - Eu estava completamente paralisado. Anne se aproximou perigosamente de mim, fazendo com que nossos corpos quase se chocassem. Nossa distância, mínima, fazia com que o tecido do seu vestido roçasse de forma quase pecaminosa no meu corpo. A minha mente estava dando voltas e voltas, mas algo me dizia que eu não devia me render à sedução dela. Minha consciência, talvez? - Eu tenho esperado por esse momento… Todos os dias. - Uma de suas mãos subiu até meu peito, enquanto a outra descia por meu braço, provavelmente para segurar minha mão.
Na verdade, eu não sabia como reagir. Não confiava muito no meu bom senso naquele momento, com o motivo de muitas das minhas noites insones bem ali, na minha frente. Eu só conseguia pensar em quão bom seria se eu apenas esticasse minha mão em sua direção e tocasse sua pele.
“Não toque nela”, minha consciência continuava gritando para mim, mas como eu poderia obedecê-la? Aquela garota era meu maior desejo, era nela que eu pensava todas as vezes que precisava aliviar minha tensão sexual. Além disso, não teria nenhuma chance daquilo ser real. Ou tinha? Minha respiração estava cada vez mais difícil e eu fechei os olhos para tentar recuperar meu sentidos. “Acorde, Adam. Acorde! Essa fantasia está real demais, acorde!”
- Por que você está me evitando? - A voz dela era real demais. - Você não me quer?
- Você não é real. Você não pode ser real. - Respondi trêmulo, consciente da sua proximidade, mesmo com meus olhos fechados.
- Eu posso te provar que sou muito real. - Seus lábios tocaram meu pescoço, enquanto suas mãos caminhavam sobre o meu peito e eu pude jurar que tinha recebido algum tipo de descarga elétrica maluca. Cada pequeno pedaço da minha pele estava arrepiado, eu sequer conseguia disfarçar. - Você pode dizer que não me quer, Adam… Mas o seu corpo não consegue mentir pra mim, sabia? Ele praticamente clama por mim. - Ela sussurrou muito próximo da minha orelha, mordendo meu lóbulo e distribuindo beijos em meu pescoço. Isso era como tortura. Meus braços tremiam, divididos entre a necessidade de tocá-la e o medo de constatar que aquilo não era um simples sonho ou ilusão. - Pare de resistir, Adam. Eu preciso de você… - Os beijos começaram a descer para o meu peito, subir novamente para meu pescoço, e eu sabia que nunca tinha sentido tanto tesão assim. Eu não conseguia resistir à ela, eu nunca consegui. Eu fazia todas as vontades dela na escola, vivia a ajudando na faculdade, eu sempre ia à lugares que eu sequer gostava, apenas porque ela queria ir. Ainda assim, meu desejo por ela ficava retido, em algum canto escuro aqui dentro. Mas, eu me esqueci que fechar os olhos só me deixava ainda mais sensível ao toque dos lábios e das mãos dela, ao seu cheiro e à sua voz.
E com ela ali, entregue a mim, tudo que eu havia guardado há tanto tempo teimava em sair. Eu passei anos e anos me controlando, dosando minha ambição por ela, aguentando os caras com quem ela saía, suportando a “friendzone” como uma faca cravada em mim, que não fazia sentido me torturar ainda mais. Seus lábios pareciam ser tão doces, beijando meu peito daquele jeito, soltando pequenos gemidos de prazer… Era impossível esquecer aquilo. Simplesmente impossível de continuar resistindo.
Então, eu desisti.
Abri os olhos e me permiti olhar para ela, sentindo mais do que desejo ao analisar seu rosto. Aquele sentimento que eu tentava ignorar há tanto tempo, desde que era um adolescente inseguro e ansioso, tentava vir à tona, rivalizando com o tesão que me dominava desde que eu pusera os olhos nela. Meu tolo coração se descompassava só de ver aquele sorriso cheio de más intenções. Era uma ânsia primitiva, crua, de vê-la se desfazer em minhas mãos e boca, de tê-la em meus braços pelo menos por uma noite.
A visão de Anne era excitantemente cruel. O ar se tornou rarefeito, à medida em que a luxúria me dominava. As sardas que se espalhavam pelo seu rosto e colo, a boca carnuda que implorava para ser beijada. Ela era linda. Eu havia esperado por aquilo por tanto tempo… eu estava faminto por ela. Incapaz de me controlar, tomei a iniciativa pela primeira vez naquela noite - e em todos os meus vinte anos -, percorrendo minhas mãos por seu corpo, ainda coberto pelo inconveniente vestido preto. Havia algo em sua respiração ofegante, que se intensificava a cada centímetro que eu avançava, que me hipnotizava. Naquele cenário, ela mais parecia uma sereia, ou melhor, um demônio. Tudo nela me encantava. Tudo nela me excitava.
O cheiro de canela tomava conta de tudo ao seu redor, fazendo com que eu me questionasse se assim como seu cheiro, seu gosto também estava impregnado pela especiaria. Seus lábios estavam a poucos centímetros de distância dos meus, e eu decidi tirar a prova ali mesmo. A vi umedecê-los quando instintivamente levei minha mão ao seu queixo, fazendo com que seu rosto se elevasse para mim. Tão convidativos, eu só pude fazer a única coisa que poderia naquele momento: eu a beijei.
Se antes, eu duvidava se aquilo era real, o gosto doce dos lábios de Anne nos meus acordou-me por completo. Provar seu sabor foi o ponto decisivo para que eu me tornasse o demônio, dessa vez. Minhas mãos a trouxeram para mais perto, deslizando sobre o corpo dela, tentando sentir tudo o que conseguisse, de uma só vez. Eu não podia dizer que estava tranquilo. Por mais que meu conhecimento teórico sobre sexo fosse satisfatório e por mais que não tenha sido nenhum santo, eu ainda era virgem. Eu sabia que meu maior erro seria ir com muita sede ao pote e acabar passando vergonha, mas eu parecia estar dominado, possuído por esse desejo. Quando nossas línguas se encontraram, eu não aguentava mais. Aquele vestido tinha que sair.
Interrompi nosso beijo apenas para resolver esse empecilho, deslizando o vestido por seus ombros e suspirando ao revelar sua pele coberta apenas pela lingerie. Se eu já estava destinado a ser vencido por aquela mulher antes, agora, vendo o preto da renda contrastando com a pele clara dela, eu sabia que eu já estava vencido antes mesmo de ceder.
- Você gostou? - Ela deu alguns passos para trás, sem tirar os olhos de mim. - Achei que você gostaria apesar de não saber se você preferia preto ou vermelho… - Ela começou a brincar com as alças finas da calcinha e eu só conseguia pensar se duraria tempo o suficiente para entrar nela. Do jeito que eu estava, não seria difícil “chegar lá” só em deitar com ela na cama.
- Não importa a cor… - Eu consegui sussurrar. - Na verdade, a lingerie não me importa. Nem um pouco. - Ela soltou um sorriso quase maquiavélico, encostando na cama, como se só estivesse preparada para quando eu a atacasse.
- Então… Que tal você me ajudar a tirar? - Ela não precisou dizer mais nada. Eu tirei minha cueca e simplesmente avancei nela, levantando Anne pelas pernas, ouvindo seu grito de surpresa, e jogando-a no colchão com menos delicadeza que eu gostaria. Acho que ela não se importou com isso, visto que seu sorriso continuava tão aberto quanto antes. - Eu gosto quando você age assim… - As unhas dela caminharam por meu abdômen, mas eu as segurei.
- Não vamos ter tempo pra isso agora, Anne… Eu não vou aguentar. Estou duro demais, não sei nem se vou conseguir durar muito tempo. - Eu tentei me explicar, mas ela levantou seu tronco, grudando os lábios com fome, saboreando como se eu fosse sua comida favorita.
- Cala a boca e tira logo minha roupa, Adam. - Ela respondeu, movendo seu quadril em direção ao meu membro. - Eu estou muito excitada. Preciso de você, logo. - Minhas mãos praticamente caminharam sozinhas até o fecho do sutiã dela, tirando-o e deixando seus seios livres, para o meu prazer. Eu já tinha feito isso com outras garotas, mas Anne parecia tão perfeita, tão excitante, que eu sentia minha boca salivar por ela. Enquanto minhas mãos desciam por seu corpo em direção à última peça que nos separava, meus lábios foram diretamente ao seus seios, revezando de um para o outro, sugando, lambendo, mordiscando e soprando. As unhas dela estavam cravadas nos meus ombros e seus suspiros e gemidos só me deixavam com mais vontade de tomá-la.
Eu queria deixá-la louca, como ela vinha fazendo comigo desde que entrei nesse quarto. Seus gemidos me faziam vibrar de tanta excitação. Minhas mãos meio trêmulas desceram a calcinha por suas pernas, jogando-a longe, mas subindo novamente, encontrando o ponto de seu prazer. Sorri com malícia, aumentando a fricção dos meus dedos em sua carne sensível ao vê-la arquear o corpo em resposta ao meu toque. Ela estava tão pronta para mim como eu estava para ela.
- Você tá tão molhada! - Gemendo, deslizei dois dedos dentro dela, sentindo-a arfar e puxar meus cabelos com força. - Mas tão apertada. - Anne começou a movimentar seus quadris, fazendo com que meus dedos lentamente se deslocassem, para cima e para baixo, causando gemidos de sua parte.
- Você… Oh! - Ela foi interrompida por meus dedos aumentando a velocidade dentro dela. - Eu… Você disse que não teríamos tempo pra isso.
- Eu não consegui resistir… - Eu continuava mexendo meus dedos dentro dela, enquanto ela mexia seu quadril em resposta. - Você deve ser deliciosa! E eu estou louco pra te provar.
Meu corpo pulsava só de me imaginar dentro dela, finalmente matando o tesão que me dominara por tantos anos. Como se lesse meus pensamentos, Anne baixou suas mãos, mordendo os lábios enquanto me punha em combustão. Ritmado aos movimentos que meus dedos faziam em seu anterior, ela envolvia meu membro com suas mãos delicadas, subindo e descendo-as, enquanto seus lábios juntavam-se novamente os meus. Se ela não parasse, eu iria gozar na sua mão.
- A-a-anne… - Gaguejei. Suas mãos, ágeis, não cessavam a sua doce tortura. - …se vo-vo-cê não pa-parar agora, a diversão vai aca-cabar mais ce-cedo. - Ela acenou, concordando, não sem antes se abaixar e lamber toda a minha extensão em uma promessa muda de prazer. Eu gemi, sentindo pela primeira vez a boca de uma mulher lá. A visão dos seus cabelos espalhados, da sua língua rosada e do seu olhar fixo ao meu enquanto me lambia, era a porra da imagem mais erótica que eu havia visto em toda a minha vida. Eu nunca me cansaria daquilo. Um dia eu ainda faria com que ela trabalhasse mais duro ali, mas naquela noite eu tinha outro objetivo. Precisava estar dentro dela antes que eu me derramasse nos lençóis como um adolescente recém-descobrindo a puberdade.
Em meio a meus pensamentos um pouco sórdidos, encostado na cabeceira da cama, só tive tempo de ver Anne subindo em cima de mim, em seu rosto a lascívia era visível. Estremeci ao senti-la se posicionar em cima do meu membro, sua carne nua e úmida brincando com o meu juízo.
- Não faz isso comigo. - Ralhei, vendo-a se divertir com meu desespero e rebolar bem ali, no ponto do meu corpo que prometia explodir desde o início da noite. - Não me provoca.
- Calma, garotão. - O tom de sua voz indicava um sarcasmo tão incomum à doce Anne que eu conhecia. Pensando bem, nenhuma atitude dela naquela noite se assemelhava à minha paixonite. - Eu estou tão doida quanto você pra te sentir dentro de mim. - Ela se inclinou pra frente, mordendo o lóbulo da minha orelha, e sussurrou antes de se afastar. - Eu estou pingando por você.
Na posição em que estava, eu podia apostar que sim.
Ralhei quando senti Anne, que havia assumido todo o controle da situação, descer centímetro por centímetro do meu membro, até que estivesse completamente sentada sobre mim. Tentando conter meu iminente orgasmo, desejei que ela estivesse próxima o bastante para eu pudesse encostar o meu rosto no vão dos seus seios e lamber cada gota de suor que escorria dali. Eu estava sedento por ela. Eu tinha sonhado com aquilo por tantas vezes, que eu não podia acreditar que era real. Eu podia sentir toda vibração da sua pele, enquanto ela subia e descia em movimentos ritmados, dedicados a me torturar com o mais doce prazer. Incapaz de qualquer linha de raciocínio, eu gemi quando ela acelerou sua cavalgada, apoiando suas mãos no meu peito a cada espasmo que sua intimidade dava ao meu redor. Direcionei então minhas mãos até suas nádegas, a fim de ritmar suas subidas e descidas, mas ela rapidamente as tirou dali, direcionando-as para seus seios. Passei a acariciá-los de forma áspera, vendo que seu rosto se desmanchava de prazer quando eu o fazia. Mas eu queria mais. Eu queria abocanhá-los, mordê-los, chupá-los, enquanto a ouvia gemer meu nome em um sussurro delicioso. Eu sabia que as mulheres eram bastante sensíveis naquela região e eu só conseguia pensar no quão bem eu tinha me sentido ao senti-los na minha boca. Um pouco mais ousado, puxei-a para que ficasse inclinada sobre mim e seus seios estivessem bem na direção do meu rosto, sem nada impedindo minha boca de traçar o pecaminoso caminho da sua pele.
Eu tinha certeza que apenas falava incoerências, mas era impossível raciocinar enquanto ela rebolava daquela maneira em mim. Minha boca estava ocupada demais dando mordidas em seus seios deliciosos para que eu pudesse falar qualquer coisa, mas ela soltava pequenas obscenidades em meu ouvido. Ao ouvir mais um palavrão, dei um tapinha na bunda dela, que fez Anne soltar um gritinho e cravar as unhas em meu peito, em castigo. Toda essa tensão, o sexo cru, cheio de tesão reprimido, unidos ao sabor dela, estavam me levando cada vez mais perto do ápice. Isso era tão doce e, ao mesmo tempo, tão ruim. Era como se eu estivesse, depois de anos, saboreando meu doce favorito e ele estivesse perto do final.
As paredes internas dela estavam começando a me apertar e eu realmente estava surpreso por ter aguentado tanto. Eu senti meu corpo tencionar, os arrepios passearem por mim, e eu soube que estava perto de gozar. Segurei Anne pela cintura e tomei impulso, colocando-a por baixo de mim na cama. Eu meteria nela até não aguentar mais e então, se ela não estivesse no mesmo ponto que eu, meu maior prazer seria chupá-la e lambê-la até que ela chegasse ao seu ápice. Coloquei meu membro em sua entrada novamente, sem muita delicadeza, e passei a penetrá-la em estocadas quase desesperadas. Eu metia cada vez mais rápido, enquanto ela acariciava os próprios seios e lançava-me olhares maldosos de tempos em tempos. Essa garota só podia ter me enfeitiçado e, depois dessa noite, eu tenho certeza que só pioraria. Cada estocada no interior úmido e apertado dela, me fazia desejar mais e mais. Meu corpo começou a esquentar mais e eu soube que meu gozo estava muito perto, mas não conseguia parar de meter forte nela. E como se soubesse disso, sua mão direita (que antes acariciava um de seus seios), desceu por sua barriga encontrando seu clitóris e passando a acariciá-lo. A fricção da mão dela entre nós também me estimulava mais.
- Quer gozar comigo, é? – Perguntei, rindo debochado e ela apenas fechou os olhos, gemendo. Era a visão do paraíso e eu soube que nunca mais conseguiria olhar para Anne de outra maneira que não fosse essa: completamente entregue à mim, cheia de tesão por minha causa, gemendo meu nome. Esse pensamento disparou o último pingo de autocontrole que eu tinha e eu só consegui rugir, metendo mais fundo nela, enquanto gozava. Anos de frustração sexual, de sentimentos reprimidos, de palavras não ditas, tudo sendo despejado dentro de Anne com o meu gozo. Oh droga. Dentro dela. Quando dei por mim que estava gozando sem camisinha e tentei tirar, Anne me impediu.
- Não, eu tô quase. Anda. - Ela reclamou, segurando-me com as pernas, obrigando-me a continuar com meus espasmos dentro dela.
- Anne… A gente… Oh… - Eu não sei o que ela fez, mas acabei indo mais fundo, não tendo mais domínio nenhum do meu corpo. A senti morder meu ombro com força, enquanto gozávamos juntos.
Estranhei ao ter que fazer um esforço sobrenatural ao sair de dentro de Anne, como se perdesse metade da minha força em questão de segundos. Eu não imaginava que o sexo fosse tão desgastante assim, me sentia como se tivesse percorrido uma maratona. Meus olhos ainda estavam vidrados e meus braços pareciam gelatina, a repentina fraqueza fazendo com que eu tombasse de lado na cama em busca de apoio. Anne parecia satisfeita ao me olhar, mas não de uma forma sexual. Parecia mais como eu me sentia após saciar minha fome… de comida. Essa foi a última imagem da qual me lembro antes de apagar completamente no colchão.
- Puta merda! - Meus primeiros esforços para levantar da cama haviam sido em vão. Minha cabeça latejava, meu corpo pesava… tudo em mim implorava para que eu ficasse quietinho na cama, mexendo o mínimo de músculos possíveis pelas próximas duas semanas. Mas uma hora ou outra, eu precisaria levantar dali. Meu celular não parava de apitar e, que Deus me ajude, a minha vontade naquele momento era de arremessá-lo pela parede.
Subitamente lembrando que eu não havia pago nem a primeira parcela, estiquei meus braços até a cômoda, tateando-a até encontrá-lo. O nome “Anne” piscava na tela, como um alerta. Ainda receoso, abri sua conversa, lendo vários “Oi” seguidos e, sua última mensagem, acrescentava um “Você está vivo?” ao texto, provavelmente pela minha falta de resposta. Foi preciso uma mensagem para que eu relembrasse o sonho da noite passada, sentindo meu membro pulsar dentro da cueca.
- Como eu sou idiota. Me deixei levar por um sonho, uma paixonite infantil e olha meu estado agora. - Suspirei, tentando colocar minha cabeça em ordem, mas a ressaca não ajudava. Enviei um “Nunca mais me permita beber tequila na vida”, jogando o maldito celular em algum canto do quarto. - Eu bebi demais e simplesmente me rendi à doçura de imaginar Anne comigo. Idiota.
Que se foda.
Ignorando as dores, levantei da cama em impulso, praticamente correndo em direção ao banheiro. Um banho gelado era tudo o que eu precisava. Uma ducha fria e solitária.
Saciada. Eu certamente me sentia saciada.
Aquela noite havia sido incrivelmente satisfatória. Consegui coletar a semente para que Darius prosseguisse a missão e engravidasse alguma jovenzinha desavisada por aí, além de ter aproveitado bastante o meu trabalho. Até que o jovenzinho virgem não era tão inocente assim.
- Tão pensativa, querida. Difícil vê-la assim. - Darius falou, sentando ao meu lado e bebericando um pouco do meu conhaque. - Está comemorando, Lilith?
- Sempre estou, querido. Dever cumprido. - Sorri para ele, vendo-o retribuir o sorriso de uma forma mais lasciva. - E você, já tem ideia de quem será a felizarda?
Darius segurou minha mão, me arrastando para a primeira rua deserta que encontrou, metamorfoseando-se ali. A pele pálida foi ficando mais morena, os olhos escureciam, seu rosto foi tomando forma e eu podia apostar que Darius havia crescido uns bons 20 cm. A imagem que vi, me fez sorrir. Ao menos que eu estivesse com problemas de vista, e é bom dizer que nós demônios temos a visão de uma ave de rapina, Adam estava ali, bem na minha frente. O que significa que…
- Isso mesmo. - Darius, ou Adam, respondeu à minha pergunta implícita. - Hora de visitar a outra ponta da corrente. Acha que Anne vai gostar de me ver assim? - Eu apenas consegui sorrir. Assim como eu, Darius sabia exatamente qual era o ponto fraco de sua vítima. Nos unimos exatamente por isso. - Me deseje sorte.
- Você não irá precisar.
Fim.
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