Capítulo Único
O odor pungente de umidade e esquecimento agarrava as roupas dos prisioneiros, o som das ondas quebrando era uma forma certeira de enlouquecer os lobos do mar, nascidos em berços desfavorecidos, entregados a chance de equilibrar a situação roubando os mais abastados... Para piratas, estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão distante do mar era aterrador. Passos ecoaram pela prisão, a firmeza e o ritmo indicaram a nobreza. porém as roupas nas quais tal indivíduo apresentara-se, era em muito diferente de seu status.
— Animais peçonhentos deveriam estar distantes dessa grade, não é mesmo? — A acidez era marcada pelo tom rouco devido o pouco uso da minha voz.
— Ainda presa a fatos corriqueiros. — A voz imponente do herdeiro da coroa ecoou num timbre entediado.
— Você pode tirar o pirata dos mares, mas não pode tirar o mar dos piratas. — O respondi com certa ferocidade.
— Seres de sua espécie não sabem reconhecer o local ao qual pertencem. — O herdeiro respondeu-me em um tomou enojado.
— Vejo que está em maus lençóis, . — O apelido dele dançou em meus lábios como um segredo que apenas nós dois detínhamos conhecimento.
— Como se você soubesse de algo. — rebateu com a irritação surgindo lentamente, como um efeito em cadeia para se entregar ao lado tenebroso de sua personalidade.
— Procurou a sua ruína em desespero, a situação está longe de ser favorável, não é mesmo?! — A diversão brilhou em meus olhos ao enxergarem o desespero contido nos orbes cinzentos de .
— Você executa as minhas ordens ou poderá servir de comida aos peixes. — O tom frio e a fúria de surgiram rapidamente sustentando-se na postura de herdeiro.
— Não seja tão sedento, docinho, você acha mesmo que irei cair nas suas palavras dúbias?! — A risada escapou de meus lábios secos enquanto via o brilho carmim das chamas conterem a fúria de .
— Não se esqueça que ainda está respirando graças a mim. — Ele agarrou as grades da cela num rompante deixando o som ecoar, visto que aquele andar da prisão era ocupado apenas por mim.
— Eu já lhe disse para não revelar a fraqueza tão facilmente, , você estraga toda a diversão! — Pisquei para ele antes de me levantar, seguindo até o limiar da cela. — Meus semelhantes andam causando muitos estragos, não é mesmo?
— Se arrependerá destas palavras, ! — se afastou com um brilho doentio no olhar.
Tão rápido como surgirá a figura de desapareceu, me estiquei sobre os estrados de madeira, encarando o teto de pedra; os sons do oceano era a parte que mais detestava, pois os dias passados sobre meu amado navio haviam ficado no passado. Suspirei deixando minha cabeça recostar-se sobre o amontoado de panos que eu chamava de travesseiro; assim como imaginava as refeições daquele dia não vieram, assim como as do dia seguinte e da próxima semana. A fraqueza era sentida em meus nervos e músculos, passava a maior parte do dia dormindo de modo a poupar as energias que possuía e evitar de sentir fome.
— Hey!
— Acorde!
— Vamos!
— Droga! Se eu te deixar para trás, o Capitão me jogara para seus adoráveis tubarões!
🛡🗡⚔⚙⚔🗡🛡
O balançar suave, o som de gaivotas e o doce aroma de maresia me fizeram questionar se havia entrado em um estado de delírio; o peso das minhas pálpebras acabou sendo demais, por isso decidi permanecer em um estado de farsa, fingindo que estava adormecida. Talvez fosse a ausência de alimentos durante dias, ou a escassez de água, fosse um delírio ou não, estava em um estado melhor comparado a cela na qual ficara enclausurada durante anos. A consciência era frágil como uma linha tênue de conexão a realidade, da qual não sabia discernir se, de fato tudo não passara de um pesadelo ou se enfim estava livre do meu inferno pessoal. Vozes indistintas, o balançar das ondas e depois de passos... O peso exorbitante em erguer minhas pálpebras me deixara incapaz de descobrir o que estava acontecendo.
🛡🗡⚔⚙⚔🗡🛡
— Os dias estão se passando lentamente sem a sua acidez matinal, querida.
O toque de uma mão calejada, marcada pelo trabalho duro e o perfume de oceano levava minha mente ao limite; algo quente deslizava, escorria por minhas bochechas como uma cascata. O alívio em meu coração era indescritível; enfim estava de volta ao meu lar!
Senti um sorriso surgir lentamente em meus lábios, enquanto minhas pálpebras levantavam-se vagarosamente adaptando-se o ambiente a figura robusta e imponente de meu Capitão tomava forma diante os meus olhos.
— Continua um coração mole, não é mesmo, ? — Por falta de uso e por conta da minha garganta seca, minha voz saiu rouca e baixa, embora houvesse buscado provocar meu companheiro.
— Pérolas sempre escapam destes lábios atrevidos. — O riso de espalhou um calor em meu coração, havia me esquecido do som de sua voz e de como adorava vê-lo rir.
— Me dê um pouco de água, seu gigante com coração mole! — Com o auxílio dele, me sentei sobre o colchão notando o ambiente em que estava, o nosso antigo quarto perto das docas com a vista do oceano infinito.
— Suave como as rochas nos corais. — Ele murmurou enquanto sorria, colocando o jarro de cristal sobre a mesinha ao lado da cama após servir um copo para mim.
Sorvi a água apressadamente, parecia que não ingeria nada há dias! voltou a encher o copo mais algumas vezes até que eu lhe indicasse que estava satisfeita; a preocupação e o alívio dividiam espaço nos orbes idênticos o oceano às suas costas. Levei minha mão a sua face observando-o suspirar enquanto fechava os olhos, diminuindo a ruga de preocupação entre suas sobrancelhas; me sentia invencível apesar da fraqueza, porém a presença de era o que despertava essa sensação, tendo ele ao meu lado não havia o que temer.
— Eu estou de volta. — Sussurrei antes de inclinar-me em direção aos lábios dele.
🛡🗡⚔⚙⚔🗡🛡
me explicou o que houve durante os anos em que estive presa, os nobres estavam cada vez mais arrogantes e a população nas cidades estavam cada vez mais famintas, os corsários sobre o comando de saqueavam as embarcações dos nobres e da realeza que navegavam por aquela área. Parte da carga era distribuída às pessoas da ilha e o restante alimentava as pessoas famintas do continente. As chamas da revolução estava se espalhando como fogo em pólvora; houve diversas tentativas de me resgatar, porém a localização exata em que eu fora presa, estivera em sigilo até que um dos piratas sob o comando de meu Capitão sequestrara a frota da guarda pessoal de ; após o interrogatório minha localização e os meios de como me resgatar foram estabelecidos.
— O que lhe afliges, ? — Os braços de meu marido circundaram minha cintura enquanto sua cabeça pousou sobre meu ombro.
— me visitou na prisão antes de vocês me resgatarem, estou preocupada com o possível vazamento de informação sobre a nossa localização. — Virei-me de forma a encará-lo. — Seria prudente provocar uma confusão enquanto os nossos seguem para as instalações abaixo da terra.
— Não se preocupe, minha Capitã. — Os lábios de exibiam um sorriso sádico de diversão. — Ratos não são bem-vindos em meus navios, e traidores viram comida dos nossos bichinhos.
A confiança no tom de voz de me provocou a risada, tal como eu, era cauteloso e executava as suas estratégias cuidadosamente de modo a permanecer à frente das tropas marítimas da Coroa. Não foram pouco os números de falsos corsários a virarem alimento para os nossos adoráveis tubarões. A vantagem que possuíamos na ilha era o grande número de tubarões nessas águas e como os domesticamos com o número frequente de inimigos.
— Mesmo sendo extremamente cauteloso, fique de olho em nossos homens! — O alertei com cautela.
— Não se preocupe, a população está do nosso lado desta vez. — sorriu e por aquele momento deixei as preocupações de lado.
🛡🗡⚔⚙⚔🗡🛡
A respiração tranquila de indicava o quão profundamente ele estava dormindo; deixei um último beijo sobre os lábios dele antes de me vestir. Com o chapéu e espadas presas, deixei o nosso quarto; a tripulação me esperava nas docas, havia deixado ordens para se esconderem enquanto partiria com um terço dos nossos homens.
De ladrões éramos os novos heróis daquelas pessoas vivendo em situações precárias no continente, encontraria seu fim na lâmina de minha espada.
— Seu fim está próximo!
— Animais peçonhentos deveriam estar distantes dessa grade, não é mesmo? — A acidez era marcada pelo tom rouco devido o pouco uso da minha voz.
— Ainda presa a fatos corriqueiros. — A voz imponente do herdeiro da coroa ecoou num timbre entediado.
— Você pode tirar o pirata dos mares, mas não pode tirar o mar dos piratas. — O respondi com certa ferocidade.
— Seres de sua espécie não sabem reconhecer o local ao qual pertencem. — O herdeiro respondeu-me em um tomou enojado.
— Vejo que está em maus lençóis, . — O apelido dele dançou em meus lábios como um segredo que apenas nós dois detínhamos conhecimento.
— Como se você soubesse de algo. — rebateu com a irritação surgindo lentamente, como um efeito em cadeia para se entregar ao lado tenebroso de sua personalidade.
— Procurou a sua ruína em desespero, a situação está longe de ser favorável, não é mesmo?! — A diversão brilhou em meus olhos ao enxergarem o desespero contido nos orbes cinzentos de .
— Você executa as minhas ordens ou poderá servir de comida aos peixes. — O tom frio e a fúria de surgiram rapidamente sustentando-se na postura de herdeiro.
— Não seja tão sedento, docinho, você acha mesmo que irei cair nas suas palavras dúbias?! — A risada escapou de meus lábios secos enquanto via o brilho carmim das chamas conterem a fúria de .
— Não se esqueça que ainda está respirando graças a mim. — Ele agarrou as grades da cela num rompante deixando o som ecoar, visto que aquele andar da prisão era ocupado apenas por mim.
— Eu já lhe disse para não revelar a fraqueza tão facilmente, , você estraga toda a diversão! — Pisquei para ele antes de me levantar, seguindo até o limiar da cela. — Meus semelhantes andam causando muitos estragos, não é mesmo?
— Se arrependerá destas palavras, ! — se afastou com um brilho doentio no olhar.
Tão rápido como surgirá a figura de desapareceu, me estiquei sobre os estrados de madeira, encarando o teto de pedra; os sons do oceano era a parte que mais detestava, pois os dias passados sobre meu amado navio haviam ficado no passado. Suspirei deixando minha cabeça recostar-se sobre o amontoado de panos que eu chamava de travesseiro; assim como imaginava as refeições daquele dia não vieram, assim como as do dia seguinte e da próxima semana. A fraqueza era sentida em meus nervos e músculos, passava a maior parte do dia dormindo de modo a poupar as energias que possuía e evitar de sentir fome.
— Hey!
— Acorde!
— Vamos!
— Droga! Se eu te deixar para trás, o Capitão me jogara para seus adoráveis tubarões!
O balançar suave, o som de gaivotas e o doce aroma de maresia me fizeram questionar se havia entrado em um estado de delírio; o peso das minhas pálpebras acabou sendo demais, por isso decidi permanecer em um estado de farsa, fingindo que estava adormecida. Talvez fosse a ausência de alimentos durante dias, ou a escassez de água, fosse um delírio ou não, estava em um estado melhor comparado a cela na qual ficara enclausurada durante anos. A consciência era frágil como uma linha tênue de conexão a realidade, da qual não sabia discernir se, de fato tudo não passara de um pesadelo ou se enfim estava livre do meu inferno pessoal. Vozes indistintas, o balançar das ondas e depois de passos... O peso exorbitante em erguer minhas pálpebras me deixara incapaz de descobrir o que estava acontecendo.
— Os dias estão se passando lentamente sem a sua acidez matinal, querida.
O toque de uma mão calejada, marcada pelo trabalho duro e o perfume de oceano levava minha mente ao limite; algo quente deslizava, escorria por minhas bochechas como uma cascata. O alívio em meu coração era indescritível; enfim estava de volta ao meu lar!
Senti um sorriso surgir lentamente em meus lábios, enquanto minhas pálpebras levantavam-se vagarosamente adaptando-se o ambiente a figura robusta e imponente de meu Capitão tomava forma diante os meus olhos.
— Continua um coração mole, não é mesmo, ? — Por falta de uso e por conta da minha garganta seca, minha voz saiu rouca e baixa, embora houvesse buscado provocar meu companheiro.
— Pérolas sempre escapam destes lábios atrevidos. — O riso de espalhou um calor em meu coração, havia me esquecido do som de sua voz e de como adorava vê-lo rir.
— Me dê um pouco de água, seu gigante com coração mole! — Com o auxílio dele, me sentei sobre o colchão notando o ambiente em que estava, o nosso antigo quarto perto das docas com a vista do oceano infinito.
— Suave como as rochas nos corais. — Ele murmurou enquanto sorria, colocando o jarro de cristal sobre a mesinha ao lado da cama após servir um copo para mim.
Sorvi a água apressadamente, parecia que não ingeria nada há dias! voltou a encher o copo mais algumas vezes até que eu lhe indicasse que estava satisfeita; a preocupação e o alívio dividiam espaço nos orbes idênticos o oceano às suas costas. Levei minha mão a sua face observando-o suspirar enquanto fechava os olhos, diminuindo a ruga de preocupação entre suas sobrancelhas; me sentia invencível apesar da fraqueza, porém a presença de era o que despertava essa sensação, tendo ele ao meu lado não havia o que temer.
— Eu estou de volta. — Sussurrei antes de inclinar-me em direção aos lábios dele.
me explicou o que houve durante os anos em que estive presa, os nobres estavam cada vez mais arrogantes e a população nas cidades estavam cada vez mais famintas, os corsários sobre o comando de saqueavam as embarcações dos nobres e da realeza que navegavam por aquela área. Parte da carga era distribuída às pessoas da ilha e o restante alimentava as pessoas famintas do continente. As chamas da revolução estava se espalhando como fogo em pólvora; houve diversas tentativas de me resgatar, porém a localização exata em que eu fora presa, estivera em sigilo até que um dos piratas sob o comando de meu Capitão sequestrara a frota da guarda pessoal de ; após o interrogatório minha localização e os meios de como me resgatar foram estabelecidos.
— O que lhe afliges, ? — Os braços de meu marido circundaram minha cintura enquanto sua cabeça pousou sobre meu ombro.
— me visitou na prisão antes de vocês me resgatarem, estou preocupada com o possível vazamento de informação sobre a nossa localização. — Virei-me de forma a encará-lo. — Seria prudente provocar uma confusão enquanto os nossos seguem para as instalações abaixo da terra.
— Não se preocupe, minha Capitã. — Os lábios de exibiam um sorriso sádico de diversão. — Ratos não são bem-vindos em meus navios, e traidores viram comida dos nossos bichinhos.
A confiança no tom de voz de me provocou a risada, tal como eu, era cauteloso e executava as suas estratégias cuidadosamente de modo a permanecer à frente das tropas marítimas da Coroa. Não foram pouco os números de falsos corsários a virarem alimento para os nossos adoráveis tubarões. A vantagem que possuíamos na ilha era o grande número de tubarões nessas águas e como os domesticamos com o número frequente de inimigos.
— Mesmo sendo extremamente cauteloso, fique de olho em nossos homens! — O alertei com cautela.
— Não se preocupe, a população está do nosso lado desta vez. — sorriu e por aquele momento deixei as preocupações de lado.
A respiração tranquila de indicava o quão profundamente ele estava dormindo; deixei um último beijo sobre os lábios dele antes de me vestir. Com o chapéu e espadas presas, deixei o nosso quarto; a tripulação me esperava nas docas, havia deixado ordens para se esconderem enquanto partiria com um terço dos nossos homens.
De ladrões éramos os novos heróis daquelas pessoas vivendo em situações precárias no continente, encontraria seu fim na lâmina de minha espada.
— Seu fim está próximo!
Fim?!
Nota da autora: O que será poderá vir a acontecer? Aguardem os próximos ficstapes 🤭🤭🤭.
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Nota da beta: Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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