Finalizada em: 14/04/2021

Capítulo Único

Senti minhas unhas fincarem na pele quente e macia, rasgando a carne lentamente. O sangue, levemente viscoso, escorreu prontamente, molhando meus dedos e trazendo o odor metálico até minhas narinas. Inspirei o ar profundamente, apreciando, me deliciando com aquele aroma. Eu podia ouvir os grunhidos e engasgos de minha vítima, desesperada por ar, por uma chance de sobrevivência por menor que fosse. Meus lábios se abriram num sorriso diabólico porque eu sabia que aquele rapaz não demoraria muito tempo, ele não sobreviveria. Eu havia sido preciso em perfurar sua jugular e a sensação de poder sobre aquela vida era tão maravilhosa que me vi levando meus dedos molhados pelo seu sangue à boca, sentindo o gosto e alargando mais o meu sorriso, agora satisfeito.
— Por fa... — ele tentou emitir algum som, implorando por sua vida, mas estava mais do que óbvio que ele não conseguiria, não com a garganta parcialmente exposta do jeito que eu havia deixado.
Confesso que ao mesmo tempo em que a luta insistente dele pela vida me excitava ela me irritava também. Foi por esse motivo que minhas unhas voltaram a se fincar na carne dele, rasgando sua garganta por completo e fazendo com que um último engasgo o calasse por fim. O sangue dele respingou no meu rosto ao mesmo tempo em que se derramava, inundando as roupas dele, o cheiro metálico ficou ainda mais pronunciado. Fechei meus olhos, apreciando-o por completo. Deixei seu corpo desfalecer, voltando a abrir os olhos para assistir à queda, porém fiz uma careta ao notar o ângulo torto que ele havia formado. Não, eu não queria assim. Não queria que meu ato fosse justificado com um ataque de animal. Eles saberiam que fora feito por um humano, ou melhor, o que eles achavam que eu era.
Me agachei, ajeitando o cadáver de forma que ficasse sentado, tombando minha cabeça para o lado e observando por alguns segundos. Faltava alguma coisa ali, algo para acrescentar o drama. Balancei a cabeça negativamente, reprovando a mim mesmo por ser tão perfeccionista. Tirei um lenço de meu bolso, limpando minhas mãos ensanguentadas, numa mania incontrolável que eu tinha. Por mais suja e impregnada de sangue que minha mão estivesse, eu tinha sempre que tentar limpá-la de algum jeito, depois de provar o doce sabor dele, é claro. Aquele era meu ritual particular. Me livrei de boa parte do sangue, então desviei meu olhar e foi nesse ato que notei a lanterna caída no chão, um pouco afastada do cadáver e então lembrei que era a que ele segurava antes de dar de cara comigo. Levantei-me e andei calmamente até a lanterna, juntando-a do chão e voltando a ligá-la. Voltei a me aproximar de minha vítima e me agachar para colocar a lanterna em sua mão, como se ainda segurasse. É claro que a mão estava flácida e não seguraria por muito tempo.
Bufei, irritado ao ver a lanterna cair da mão dele pela terceira vez, então uma ideia melhor passou por minha mente. Deixei a lanterna ligada apoiada sobre o colo dele, levantando então os seus dois braços para o alto e os unindo, como se algemas os prendessem um ao outro. Aquela posição não duraria por muito tempo para ser desfeita também, mas dessa vez eu estava satisfeito.
Ouvi passos e uma respiração ofegante que se aproximava do local. Era agora que eu teria o drama que tanto queria.
A garota surgiu em meio a escuridão, uma expressão assustada dominava suas feições e ela paralisou com a cena que encontrou. Sua fala parecia ter sumido enquanto ela encarava o corpo desfalecido. O sangue dele ainda vertia e o pavor dela ao ver aquilo era tanto que ela mal me notou ali, silencioso, rondando-a como um leão ronda a sua presa. Seria tão fácil acabar com a vida dela ali, minhas veias pulsavam implorando por isso. Minha sede de matar ainda não estava saciada, mas eu não mataria aquela garota ainda. Isso aconteceria no momento certo, por mais que o medo dela me incitasse cada vez mais.
Ouvi ela murmurar algo com a voz quase nula, levando as mãos à boca, negando como se tudo aquilo fosse um pesadelo. Abri um sorriso. Eu não iria matá-la, mas assustá-la ainda mais seria divertido. Me aproximei ainda mais dela, deixando minha respiração bater em seu pescoço, denunciando por fim a minha presença e sentindo ela enrijecer ao me sentir.
— Fique tranquila. Nada te acontecerá. Pelo menos ainda não — sussurrei em seu ouvido, me afastando de volta para a escuridão, já sabendo que ela viraria assustada em minha direção. Ela só saberia minha identidade quando sua hora chegasse, obviamente.
Uma risada baixa ecoou de minha garganta quando a vi procurando em volta, ainda mais apavorada do que antes e sem hesitar ela saiu correndo, deixando para trás o rapaz que outrora chamava de amigo.
Eu queria correr atrás dela e lhe atormentar mais, perseguir o medo dela e me alimentar dele, já que sua vida seria preservada ainda, mas um grito chamou minha atenção. Esse ecoou de uma voz conhecida por mim, era ela.
Rapidamente, eu segui os sons de seus gritos, acompanhados pelo cheiro de sangue. Teria me preocupado se eu não soubesse que o sangue não era dela.
A garota cambaleava, gritando por socorro, mais atordoada do que nunca e aquilo era só o começo. O julgamento dela estava apenas no começo.
Eu vi o exato momento em que ela parou e se sentou sobre uma pedra, suas mãos estavam ensanguentadas. O sorriso perverso brotou dos meus lábios, vendo a confusão em seus olhos. Vendo o quanto aquilo lhe perturbava, o quanto ela questionava a si mesma. Eu a conhecia, eu sabia cada pequeno detalhe de sua história, de seus pensamentos e o que tinha lhe trazido até ali. Do motivo por tudo aquilo que estava acontecendo.
Senti a presença do maldito anjo que estava à espreita dela, pronto para aparecer e lhe livrar daquele tormento, mas eu não permitiria. Me irritava o quanto ele tentava salvá-la. Ela não tinha direito de redenção, ela estava condenada.
Me aproximei dela, deixando que ela notasse minha presença ali. Eu iria distraí-la e ao mesmo tempo mostrar para o anjinho que ela era minha, que ele deveria ficar bem longe dela.
— Por que tão desesperada, love? — eu disse, em alto e bom som. Ela agarrou os cabelos com força, ignorando o sangue em suas mãos pela primeira vez.
— Só posso estar enlouquecendo, meu Deus — minha risada escapou baixa, achando mais do que irônico ela clamar por Deus em uma hora como aquela, sendo quem ela era. Me aproximei ainda mais dela, sentindo o cheiro do seu pescoço tomar minhas narinas. Aquilo misturado ao sangue em minhas mãos tinham um efeito estranho sobre mim. Eu sabia que a desejava, desde o primeiro dia em que a vi cada célula do meu corpo implorava para ter o corpo dela, estar dentro dela, mas naquele momento algo a mais gritava dentro de mim. Eu sentia que a dilaceraria a qualquer instante se meu autocontrole não estivesse ali presente.
— Olhe à sua volta, love! Tenho certeza de que se fizer isso, encontrará todas as respostas que procura — murmurei, ainda com os olhos fixos em seu pescoço, mas me afastando de leve quando ela levantou a cabeça. Como a outra garota, ela também não conseguiria me ver, apenas se eu quisesse que isso acontecesse. Vi sua expressão se tornar ainda mais atormentada e então dei continuidade ao meu plano.
O olhar dela foi automaticamente para as gotas de sangue que marcavam o caminho que eu desejava que ela percorresse. Ela estava ali, naquele estado, porque assim eu queria que estivesse, o que não era novidade alguma para mim. Tudo estava acontecendo da forma que eu havia planejado. Inclusive o momento em que ela levantou para seguir o rastro que eu havia preparado. Meus passos foram seguindo os dela, acompanhando-a tranquilamente, me deliciando ao ver que aos poucos ela se entregava ao seu verdadeiro eu.
A presença do anjo se tornou mais pronunciada e a minha fúria aumentou. Como ele ousava se meter nos meus planos mais uma vez? Ele pagaria caro por aquilo. Me afastei brevemente, de modo que ela não me notasse mais ali.
— O que você está fazendo aqui? Não pode andar sozinha a essa hora! Ainda mais aqui — o anjo lhe dizia, tentando convencê-la a sair dali. Tolo, imbecil.
Meu sorriso alargou ao vê-la negar e mandá-lo embora. Lógico que eu já sabia que ela o negaria, mas presenciar e ver aquilo acontecer me deixou ainda mais triunfante. A garota saiu correndo e continuou a seguir meu rastro de sangue, num gesto claro de que não queria que ele a seguisse, mas antes de acompanhá-la, eu tinha algo a fazer.
— Se eu fosse você, eu não iria atrás dela. As consequências não serão nada boas para você — o adverti, e por fim permiti que me visse.
Os olhos do anjinho se arregalaram de surpresa, sendo tomados pelo medo que eu já estava acostumado a ver. Mas eu queria mais, eu queria que ele agonizasse de pavor. Que nunca se esquecesse que me desafiar era o pior pecado que ele poderia cometer.
Lógico que ele me reconheceu, mas isso não pareceu bastar. Ele foi insolente e insistiu em correr atrás dela. Já mencionei o quanto a teimosia dele me irritava? Era ridículo demais o quanto ele insistia numa alma que não tinha mais salvação, ainda mais sendo um anjo tão fraco, praticamente caído por causa de uma humana. Ela era minha, não importava o que ele fizesse, ela sempre seria minha.
Ri com gosto quando ele tropeçou por si mesmo, me mostrando o que eu já estava cansado de saber, mas não cansava de zombar. Ele era um fraco. Era insolente, mas era fraco e nunca conseguiria salvá-la.
Quando seu corpo fez menção de se reerguer, lá estava eu, com o pé na base de suas costas, abrindo um sorriso diabólico e me deliciando com o desespero dele. Já estava na hora daquele anjinho se colocar em seu devido lugar. Ele ia aprender a respeitar seus superiores e seria um prazer ensinar a ele esta lição.
Segurei suas duas asas sem o menor cuidado e então ouvi seu urro desesperado de dor quando as puxei, sentindo ao mesmo tempo a carne dele se rasgando e ele se debatendo, enquanto meu pé o forçava a permanecer no chão. A dor foi demais para ele, sua consciência se esvaiu. Minha gargalhada satisfeita ecoou por todo o local, demonstrando o quão satisfeito eu estava por finalmente descontar toda a minha raiva naquela criatura insuportável.
— Isso é para você aprender onde é o seu lugar, anjinho insolente — eu disse, mesmo que ele não pudesse mais me ouvir, com todo o desprezo carregado na minha voz. Eu ia deixá-lo lá, jogado no chão, sangrando até acordar, mesmo sabendo que ele não poderia morrer a tortura já me bastava, mas então planos melhores surgiram e eu o peguei sem nenhuma delicadeza.

🩸


O cenário me fazia gargalhar sem controle algum. A punição tinha sido melhor do que eu imaginava. Apesar de ter que ficar esperando o anjinho acordar para açoitá-lo até a inconsciência novamente, valia muito a pena. Ver o sangue dele vertendo cada vez mais, as feridas causadas pelas asas arrancadas não haviam estancado e se curado, como já deveria ter acontecido. Ele acordaria diferente. O tratamento iria lhe fazer me obedecer melhor do que um cachorrinho e eu estava adorando a perspectiva disso.
Os gritos e urros de dor dele tornavam tudo ainda melhor. Eu havia criticado a fraqueza dele, mas tinha que concordar que ele ainda conseguir gritar era algo a se admirar. Muitos já estariam apenas sussurrando ou gemendo baixinho.
Mais uma vez ele acordou, seus olhos foram se abrindo vagarosamente e ele respirava com dificuldade. Fez menção de levantar sua cabeça e então meu açoite o acertou mais uma vez. Cravando em sua pele e arrancando um pedaço dela. Ele gritou mais uma vez.
— Depois dessa brincadeira você vai lembrar direitinho a quem deve obediência — soltei uma gargalhada em seguida, vendo os olhos dele se apertarem de dor.
O açoite o acertou mais algumas prazerosas vezes, até que mais uma vez ele voltou à inconsciência e foi aí que escutei um barulho vindo do corredor.
— Já estava na hora, love — murmurei, mesmo ela não podendo me ouvir e mais uma vez o cheiro dela invadiu minhas narinas. Sem conseguir resistir eu andei até o lugar em que ela passava, vestida exatamente da forma que eu imaginava.
A única coisa que cobria seu corpo era um lençol ensanguentado. O lençol da cama dela.
Eu sabia que quando ela voltasse ao que considerava seu estado normal, provavelmente lembraria daquilo como um pesadelo, mas isso não me impedia de observá-la com o desejo aflorando cada vez mais dentro de mim. E ali, observando cada curva do corpo dela, meus pensamentos se voltaram para as lembranças de quando a vi pela primeira vez.

Eu nunca havia visto uma mulher como ela. Seus traços eram delicados e gentis. A boca rosada, os lábios cheios, as maçãs do rosto bem desenhadas e o olhar inocente. Meus olhos percorreram seu corpo, esguio e exuberante, com suas curvas bem pronunciadas. Foi impossível não morder o lábio enquanto eu a observava, era definitivamente a mulher mais bonita que já havia visto na vida e foi difícil de acreditar que ela era mesmo humana.
A garota olhava determinada para a cena que acontecia. Era nítida a expressão de triunfo em seu olhar. A fúria e o desprezo que emanavam dela eram palpáveis. Ela desejava aquela morte mais do que tudo na vida.
Eu sabia exatamente o porquê estava ali. A alma dela tinha me despertado curiosidade e a necessidade de tê-la para mim.
A intenção era encontrá-la e por um fim naquilo tudo de uma vez. Matá-la e acabar com os planos que os anjos tinham com ela, mas quando o olhar dela pousou em minha direção eu entendi que não conseguiria fazer aquilo tão cedo. Eu não poderia apenas tirar sua vida, muito mais coisas estavam em jogo.
O fogo nos seus olhos, o brilho enraivecido que emanavam deles era diferente de qualquer outro que eu já havia visto. O sentimento por trás daquilo era profundo e obscuro, o tipo de coisa que eu só havia visto em mais uma pessoa. Eu mesmo. Minha imagem estava refletida nos olhos dela, como se eu olhasse para um espelho. Ela tinha alguns vestígios de inocência por ali, inocência essa que mascarou sua expressão sádica e satisfeita quando por fim a execução foi feita.
Ela abraçou uma mulher, fingindo uma careta triste, que se desfez quando virou as costas para a mesma, formando um sorriso diabólico e mais uma vez eu me vi refletido nela.
Foi a partir daquele momento que percebi que ela realmente não era uma alma qualquer. Eu precisava tê-la para mim por completo, ela era preciosa demais.
Minha obsessão por ela apenas foi aumentando depois daquele dia. Eu me via esquecendo meu próprio propósito na terra, me dedicando a apenas segui-la, descobrir mais e mais dela. E quanto mais eu a observava, mais eu via nossas semelhanças, embora ela mesma não percebesse isso. Toda a ingenuidade que eu havia visto na primeira vez havia sumido e era bem provável que eu fosse o único a enxergar isso.
Eu a observava dia e noite, procurando desvendá-la cada vez mais, desejando-a cada vez mais. Muitas vezes quando eu percebia estava diante dela, tocando e acariciando seu corpo enquanto ela dormia. Sentindo a pele quente dela enquanto ela dormia. Ela sorria em todas as vezes, como se soubesse e sentisse minha presença ali, como se gostasse daquilo e eu me via fazendo aquilo com cada vez mais frequência.
Observava o sangue fluindo por sua jugular e era aquilo que mantinha meus pés no chão, me mostrando que eu não estava completamente fora de mim. Meu desejo por ela não era apenas carnal, afinal, eu não era humano. Não era escravo de minha espécie e havia outra coisa que me dava prazer além do sexo: ter uma alma preciosa como a dela toda para mim, ter o sangue dela derramado e provado pelos meus lábios.
Foi quando percebi a presença do anjo ali, observando-a assim como eu, que um sentimento de posse me tomou e então meu plano foi traçado. Aquela não era uma garota qualquer e se eles estavam tão preocupados com ela, era porque a alma dela era realmente valiosa e eles tinham algum propósito com ela. Eu não deixaria que a roubassem de mim, a alma dela seria minha e só minha. Se o céu estava tão preocupado em salvá-la, eu a condenaria a arrastaria para o inferno comigo. Então minha caçada começou.


O ar escapou por entre meus lábios, tocando mais uma vez seu pescoço macio e eu mordi os lábios ao ver os pelos dela se arrepiarem. Era sempre tão prazeroso observar as reações dela aos meus toques. Não consegui me conter e um puxão arrancou o lençol de seu corpo. Uma gargalhada alta ecoou de meus lábios quando ouvi sua exclamação de dor, observando o sangue dela se misturar ao sangue alheio em suas mãos, manchando também o lençol. Meus olhos vagaram por toda a extensão do corpo dela, admirando-o. Minha boca salivou de vontade de tocá-la, mas eu era paciente e aguardaria o momento certo. Eu não precisava me precipitar, pois sabia que um dia ela imploraria para que eu lhe tocasse.
Ela procurou se cobrir novamente e então seus passos se direcionaram para a sala onde o anjinho estava devidamente acorrentado. Eu não me preocupei com aquilo, sabia que ela não conseguiria tirá-lo dali e meu plano estava seguindo melhor do que o planejado. Arrancar as asas do anjo não estava no roteiro, mas havia sido um bônus perfeito e tê-lo sobre meu controle agora tornaria as coisas ainda mais divertidas.
Ouvia a voz dela em desespero, preocupada com ele, as respostas dele aos sussurros e a única coisa em que eu conseguia pensar era em como aquele anjo caído era patético. Ele mandava ela fugir dali como se aquilo realmente fosse possível se eu não quisesse que ela fugisse.
Andei a passos lentos e silenciosos até os dois, observando-os da porta, e quando meus olhos se fixaram na expressão do anjo eu me dei conta de que os dois eram tolos. Ele era por achar que ela voltaria para salvá-lo e ela por não enxergar o óbvio: o anjo estava apaixonado por ela.
Meu sentimento de posse me proporcionou uma irritação repentina ao formar minhas conclusões e então deixei que minha presença fosse notada por ele, que imediatamente se alarmou e gritou para que ela fosse embora.
Meio hesitante, ela correu e então soltei uma sonora gargalhada.
Aquele jogo seria mais interessante do que eu pensava. Eu destruiria aqueles dois.

🩸


Minha boca percorria pelo seio dela, rodeando o mamilo com a língua e sugando com vontade enquanto ela se contorcia por baixo de mim. Suas pernas estavam enroscadas em minha cintura e suas mãos agarravam meus cabelos com força. Eu apertava sua bunda com uma das mãos, enquanto a outra se ocupava com o outro seio e eu sorri contra o corpo dela quando ouvi seus gemidos ecoarem baixinho. A pele dela era tão quente, tão macia, e tê-la inteiramente entregue para mim daquele jeito estava me deixando cada vez mais enlouquecido.

Eu gargalhava, apreciando os gritos de minha próxima vítima, enquanto essa corria desesperada pelas árvores, completamente atordoada, sem saber para qual lado estava indo. Não negava que a caçada ficava muito mais excitante quando minhas vítimas faziam tamanha demonstração de pavor. Deixei que apenas os gritos dela ecoassem e meus passos calmos agora eram silenciosos.
Meu sorriso se alargou mais quando ela fez exatamente o que eu previa com minha atitude. Parou de correr, se apoiando em uma árvore, com a respiração ofegante e olhando ao redor, procurando algum sinal meu.
— Me procurando, love? — minha voz soou tranquila, porém ameaçadora e ela soltou um gritinho quando seus olhos encontraram os meus. Sua voz não conseguiu ecoar da maneira desejada, porque logo em seguida minha mão se chocou com força contra a lateral do seu rosto, fincando minhas unhas e arrancando parte da sua bochecha. E ali estava o delicioso sangue dela, respingado em meu rosto.
Fechei os olhos, apreciando o cheiro e os urros de agonia que ela soltava.

Num movimento rápido, ela inverteu nossas posições, ficando por cima de mim e me encarando com um sorriso travesso nos lábios. Suas unhas traçaram um caminho perigoso de meu peitoral descoberto até a barra de minha calça, descendo pelo jeans e apertando meu membro por cima do tecido. Uma exclamação rouca ecoou de minha garganta quando ela abriu o botão e o zíper, puxando a peça para baixo junto com a cueca. O sorriso malicioso dela se alargou quando segurou meu pau com uma das mãos e meus olhos permaneceram fixados nos dela quando sua boca macia o tocou, lambendo-o vagarosamente da base até a glande algumas vezes para então colocá-lo por inteiro na boca, chupando-o com maestria. Segurei em seus cabelos, orientando seus movimentos e deixando minha respiração escapar, ofegante.

Eu não estava satisfeito em apenas dilacerar parte do seu rosto, eu queria mais. Nicole ia aprender a não mexer com a minha garota. Empurrei seu corpo contra a árvore e num baque surdo sua cabeça se chocou contra esta, fazendo com que a garota caísse quase inconsciente.
Desorientada, ela se virou de bruços, com a intenção de se arrastar para longe de mim. Observei por alguns segundos a luta da garota, achando graça do rastro de sangue que ela deixava. Dei dois passos calmos, parando ao lado de seu corpo e meu pé pisou forte em uma de suas mãos, esmagando-a por completo. Soluços foram ouvidos enquanto seu corpo se sacudia em agonia. Abri mais um sorriso divertido, tirando meu pé de cima do que antes era a mão dela e observando meu estrago com orgulho.

Eu apreciava cada parte do corpo dela, percorrendo com a boca, beijando e lambendo com vontade. Sentindo-a se contorcer e gemer excitada. Sem conseguir me segurar por mais tempo, me posicionei entre suas pernas, penetrando-a com força, ouvindo o som de nossos corpos se chocando. Um gemido alto ecoou da garganta dela e então comecei a me movimentar dentro dela, abrindo brecha para que mais gemidos seguissem o primeiro. Eu segurava sua cintura com força enquanto entrava e saía com cada vez mais força e velocidade nela. Suas unhas se cravaram em minhas costas, deixando arranhões deliciosos arderem. Minha boca procurou seu pescoço e eu o suguei com força, subindo pelo seu queixo, dando uma mordida leve em seus lábios e iniciando um beijo feroz em seguida. Por mais que seus gemidos estivessem abafados, ainda ecoavam em alto e bom som pelo cômodo e eu não estava diferente. A cada vez que meu membro a preenchia por completo eu soltava exclamações e urros de excitação.

Me agachei ao lado da garota e virei seu corpo para que ela ficasse de barriga para cima. Rasguei sua blusa sem cerimônia, deixando seu tronco completamente nu, já que ela não vestia sutiã por baixo. Pude ver uma lágrima escorrer de seus olhos na lateral do rosto que não estava desfigurada e soltei uma gargalhada no mesmo momento em que minhas unhas se fincaram no meio do seu peito, sentindo a carne rasgando e abrindo toda a sua extensão. Passei a língua pelos lábios, sorrindo satisfeito quando minhas mãos se sujaram no sangue dela e seu coração estava por fim exposto.

As pernas dela se enroscaram ao meu redor, procurando aumentar ainda mais a fricção. Suas unhas se enterravam cada vez mais em minhas costas enquanto eu a penetrava cada vez mais fundo. Ela estremeceu, soltando um gemido alto e desfalecendo em meus braços poucos minutos antes de meu próprio corpo atingir o ápice, liberando todo o meu prazer para dentro dela. Um urro escapou de minha garganta e eu continuei entrando e saindo dela, dessa vez diminuindo a velocidade até parar por completo. Meu rosto descansou na lateral do seu pescoço e deixei meu corpo relaxar sobre o dela, satisfeito.
— Minha — murmurei, tocando seu ombro com meus lábios e ouvindo uma risada baixa e ofegante ecoar da garganta dela.


Meus olhos captaram o exato momento em que o coração dela parou de bater, enquanto que os olhos dela permaneceram arregalados e tomados pelas lágrimas de pavor. Levei uma de minhas mãos ensanguentadas até os lábios, sentindo o gosto do sangue dela.
Pelo escândalo que a garota havia feito quando fugia de mim, eu não duvidava que logo alguém apareceria por ali e isso na verdade não era nenhum problema para mim. Matar mais alguém que se intrometesse não estava fora da minha lista de tarefas favoritas, mas eu tinha uma mensagem que queria entregar, então precisava ser mais rápido. Encarei a árvore em que ela havia se segurado e que agora carregava respingos do sangue dela.
Voltei a molhar os dedos e como se fosse minha mais nova obra de arte eu escrevi a mensagem que eu sabia que atormentaria ainda mais a minha adorada .

“Não confie em si mesma, amor”.
🩸


Eu estava ao lado dela naquela maca de hospital. Não fazia questão alguma de disfarçar o sorriso malicioso que mantinha nos lábios. Quando ela acordasse seria a primeira coisa que veria, porque eu não deixaria passar o que havia descoberto. Pelo modo como ela se remexia e murmurava meu nome com o tom de voz ofegante ela só podia estar fantasiando comigo.
Aquilo me excitava e ao mesmo tempo me causava algum tipo de emoção que eu não sabia descrever, porque mostrava que não era só comigo que aquilo acontecia. Não era somente eu que delirava com o momento em que iria tocá-la de verdade.
Minha vontade era de saciar meu desejo dela ali mesmo, naquele momento, mas a situação exigia certa cautela. Aquele era o momento em que eu a encantava e seduzia, em que dava a esperança de que tudo aquilo iria se resolver e ela me tinha ao seu lado.
abriu os olhos vagarosamente e então eu despertei dos meus pensamentos.
— O que... o que estou fazendo aqui? Que lugar é esse? — ela murmurou, olhando em volta atordoada.
— Aparentemente, amor, você surtou e suas amigas te mandaram para cá — respondi, calmamente e ela me olhou surpresa, como se tivesse acabado de me notar ali.
— Mas... por quê? — ela perguntou, ainda confusa.
— Não se deve espalhar por aí que andava com sangue nas mãos, sabe? As pessoas acabam interpretando mal. Ainda mais em momentos como esse — continuei calmo, sem desviar o olhar do dela.
— O quê? Estão achando que eu fiquei maluca?
— Basicamente, sim... Ah! Também acham que você matou seus colegas, — ela se debateu ao ouvir minhas palavras, então seu corpo começou a chacoalhar com mais desespero quando ela também percebeu que estava amarrada na maca de hospital.
— Eu não estou louca! Eu não estou louca! — ela repetiu, com os olhos marejados. — Não posso estar. Acredite em mim! Me ajude a sair daqui, eu não sou uma assassina! — ela suplicou para mim.
— Não sei, love. Será que não é mesmo? — abri um sorriso sarcástico ao perceber que tinha causado o efeito desejado sobre ela.
parou de se debater naquele mesmo instante, como se de repente ela tivesse parado para refletir na pergunta que eu havia feito.

🩸


Fiz uma careta incomodada com a expressão no rosto da cabeça que havia acabado de arrancar. O rapaz não havia mantido a expressão de pavor que eu queria, em vez disso fechou os olhos e os apertou com força e era para aquilo que eu estava olhando naquele momento. Bufei irritado e joguei a cabeça no chão.
— Inútil — murmurei, voltando a caminhar pelo acampamento e encontrando mais um corajoso que resolvia apontar uma arma em minha direção.
Revirei os olhos com a idiotice dele e poucos segundos depois eu já ouvia o som de sua carne se rasgando quando separei o braço que segurava a arma do resto de seu corpo. Rapidamente, fiz o mesmo com o outro braço, vendo o tronco se desequilibrar e cair no chão, enquanto o homem urrava de dor.
Às vezes eu me irritava com esse negócio de o corpo cair no chão, só ressaltava a fraqueza que era a raça humana, mas por outro lado eu poderia rasgar minhas vítimas ainda mais à vontade quando elas estavam caídas.
Em questão de segundos, lá estava eu, fincando as unhas em mais uma garganta e a rasgando até chegar na altura do peito. Puxando as camadas de pele e músculo para o lado, a fim de aumentar o buraco que havia feito e vendo o sangue verter cada vez mais.
Assim que ele parou de se debater, eu levantei, limpando as mãos rapidamente e voltando a andar pelo acampamento.
Eu podia ouvir os gritos ecoando por toda parte. Naquela noite, eu já havia perdido as contas de quantos havia matado e não me importava quantos mais teria que matar para chegar até ela.

Eu estava debruçado sobre mais um corpo, o rasgando na região do abdômen, quando ouvi os soluços dela vindos de algum lugar próximo.
Me aproximei dela cautelosamente, satisfeito porque finalmente ela havia se entregado.
Ela não demorou a notar a minha presença, se virando em minha direção com a expressão tomada pelo desespero.
— V... Você — ela sussurrou, com a voz fraca. Abri um sorriso de lado.
— Olá, love. Está pronta para o juízo final? — eu disse, num tom sarcástico e soltei uma sonora gargalhada.
A garota abriu os braços em sinal de rendição e minha gargalhada tomou continuidade. Ela achava mesmo que tinha acabado? O tormento dela havia apenas começado.
Eu tiraria tudo que lhe era mais precioso.
Eu faria com que ela enxergasse cada pedaço podre que existia dentro dela.
A alma dela era minha. era definitivamente minha.
E quando ela dissesse o meu nome, num fio de esperança, implorando para que eu colocasse um fim naquilo tudo, finalmente eu a carregaria comigo para o lugar onde ambos pertencíamos, o inferno.


FIM



Nota da autora: Olá, meu bem. Quando peguei essa música só consegui pensar em escrever algo com um serial killer que fosse ou se sentisse como um ser superior. Espero que gostem!
Não deixem de comentar o que acharam, ok?
Caso queiram saber novidades sobre o que eu escrevo, me sigam no instagram e entrem em meus grupos do whatsapp e facebook!
Beijos e até a próxima!
Ste.



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