ADHARA: Estrela gigante branco-azulada, muito luminosa e distante, que é a segunda estrela mais brilhante da constelação do Cão Maior, que tem como estrela mais brilhante Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno.
DELPHINUS: (Del), o Golfinho ou Delfim, é uma constelação do hemisfério celestial norte. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Delphini.
Capítulo Único: É apenas o começo.
18 DE DEZEMBRO 2000.
— Eu vou te amar para sempre, eu prometo , nunca vou deixar te amar. — É tudo que eu quero agora nesse momento, você é tudo que eu mais amo, .
e estavam deitados naquela noite no telhado do apartamento dele, admirando as estrelas que brilhavam intensamente sob eles. Naquelas férias de verão, os dois estavam ainda mais juntos, faziam planos para o futuro e juravam seu amor sobre as estrelas, não existia nada além deles e do amor deles. Eram dois jovens que queriam viver o amor deles, que queriam ficar juntos para sempre e que iriam lutar para isso se fosse preciso. E ali sob aquele céu estrelado de verão, eles fizeram essa promessa.
— Qual o nome daquela constelação ali, ? – apontou com seus dedos magrinhos, uma das várias constelações de estrelas que seus olhos captaram.
— Aquela é a constelação de Adhara. – juntou sua mão a dela e abriu um sorriso em seus lábios.
— Que nome lindo, quando tivermos nossa filha, o nome dela será esse. Adhara de . – sorria alegremente, olhando das estrelas para os olhos de .
— Ótima escolha meu amor, e eu não vejo a hora de termos filhos sabia? – beijou delicadamente os lábios de , fazendo um carinho em sua barriga.
— E quantos filhos nós teremos? – Ela perguntou, afagando seus cabelos castanhos.
— No mínimo cinco. – expressou o número com os dedos.
— Caramba, cinco filhos? Mas não tem problemas, com você eu tenho até um time de futebol, se for preciso.
— sorriu divertida e beijou o namorado, subindo brevemente sobre ele, com uma perna de cada lado de seu corpo.
— Toma, isso aqui é pra você nunca duvidar do meu amor por você. – endireitou sob seu corpo e do pescoço tirou uma corrente que ele usava sempre, colocando junto o anel que era do seu avô – da universidade da Flórida – e depois pendurou no pescoço de .
— Pra que isso agora meu amor? – Ela o questionou em dúvida, segurando a ponta da corrente com os dedos.
— Se algum dia acontecer alguma coisa e a gente se desencontrar, eu quero que saiba que eu sempre te amei e que sempre foi verdadeiro pra mim. – ajeitou a cabeça atrás do braço direito, e com a mão esquerda fazia um carinho na perna da namorada.
— Isso não vai acontecer , mas tudo bem, isso vai sempre ficar comigo. – esboçou um breve sorriso tristonho e colocou a corrente para dentro da blusa.
— Deus, como eu te amo. – suspirou forte antes de puxar a namorada para outro beijo, dessa vez mais intenso.
Naquela noite, muitas promessas foram feitas e um acordo silencioso foi selado por ambos. Eles tiveram as estrelas e a lua como testemunhas de que era verdadeiro e por mais clichê que tudo parecia, eles não se importavam com isso. Tudo daria certo de um jeito ou de outro, eles não deixariam que nada os separassem. Eles não deixariam, mesmo que os planos do universo e do destino fossem um pouco mais complicados do que eles podiam imaginar.
Sexta-feira, 13h da tarde.
Avenida paulista lotada e ali no meio de muita gente, um Chevrolet Ônix prata tentava passar pela multidão o mais rápido que conseguia, para chegar ao aeroporto de Guarulhos. Quando parado em dos infinitos sinaleiros, uma placa do outro lado da rua chamou a atenção do passageiro.
— Evandro, você pode parar ali naquela rua por um momento, eu preciso de um café se quero aguentar esse estresse todo antes de chegar em Brasília. — bateu a mão no encosto do banco da frente.
— Tudo bem senhor, só não se demore, por favor. Seu pai me deu ordens expressas que o quer em Brasília o quanto antes. — Evandro sorriu linear, e estacionou o carro em frente a uma padaria, olhando atento para a fachada do estabelecimento.
— Não irei demorar. — ajeitou o paletó e saltou do carro caminhando para a porta de vidro da entrada da panificadora.
O que lhe chamou a atenção mesmo que fosse inconscientemente era que a padaria se chamava “Padaria Delphinus” igual a constelação de Delphinus, que em português pode ser traduzido como golfinhos. Por alguns instantes sua mente travessa o levou direto a , que amava as estrelas assim como ele e o levou para o dia em que se conheceram no aquário, bem no corredor das tartarugas marinhas e dos golfinhos.
E poderia ser apenas uma coincidência, mas, por algum motivo maior que ele não conhecia, ele precisava entrar lá. A fila para fazer os pedidos de café e salgados, estava um pouco maior do que ele imaginou, mas, não se incomodou, parou atrás de uma senhora baixinha e dos bolsos pegou o seu Iphone, checando brevemente as mensagens, das quais a maioria era de sua mãe ou do advogado de sua ex-esposa, o lembrando da audiência de custódia de seu filho Breno. O menino tinha apenas cinco anos e a mãe o usava como moeda de troca para o que queria. Torceu os lábios, no fundo ele não queria voltar para Brasília e muito menos queria encontrar com Larissa Albuquerque em uma audiência.
Ele queria resolver tudo amigavelmente, mas, parecia que para Larissa nada era amigável, tudo tinha de ser na ameaça ou no grito, e ele odiava isso. Subiu os olhos do celular um pouco e viu a fila andar mesmo que devagar. Passou brevemente os olhos pelo lugar, tudo muito bem decorado e limpo, pessoas sentadas em pares, famílias ou sozinhas e comendo felizes.
— Boa tarde, o que o senhor vai pedir? — Uma voz doce e calma o chamou. virou o rosto para a voz feminina que o chamava e seu coração deu um rodopio de 360 graus em seu peito e o ar sumiu de seus pulmões.
— Senhor? — Novamente a voz a sua frente o chamou, mas ele mal conseguia respirar. A menina à sua frente, não parecia ter mais de 17 anos. Olhos profundos, o cabelo caindo sobre o ombro e o nariz pequeno, igualzinho ao dela, mas não era possível, não podia ser , poderia?
— Me desculpe, eu vou querer um café grande expresso e um pão doce. Pra viagem, por favor. — sorriu nervoso, enquanto observava atento a menina a sua frente digitar no computador.
— Tudo ficou $9,85. — A menina sorriu apontando o computador. — Pode ficar com o troco. — sorriu, entregando uma nota de cinquenta reais para a menina. — Que sorriu desconfiada enquanto analisava a nota.
— O senhor tem certeza? — Ela o questionou.
— Tenho sim, esse estabelecimento merece uma gorjeta pelo excelente ambiente e atendimento. — respondeu, sem saber muito bem por que estava agindo daquela maneira.
— Tudo bem, obrigada. — A menina guardou a nota no caixa. Mas foi quando a menina virou de s para pegar o pão doce em uma das estufas atrás de si, que seu peito apertou ainda mais.
Ela prendeu os cabelos e ali na sua nunca, tinha uma pequena marca de cor marrom escuro, em forma de um morango, igualzinho ao dela. Ele suspirou nervoso, passando a mão pelos cabelos já encharcados de suor. Era inverno, mas seu corpo suava e ele tentava encontrar o ar que sumiram de seus pulmões. Ele estaria enlouquecendo, ou seria apenas mais um dejá-vu? Ele não conseguiu responder e como um vulto saiu dali correndo.
— Senhor, o seu pedido! — A menina gritou inutilmente do balcão. saiu dali como um furacão e entrou sem piscar no carro, onde Evandro o esperava já um pouco impaciente.
— , o senhor está bem? — Evandro o viu afrouxar a gravata e se jogar contra o banco do carro, ofegante.
— Não sei. — estava agitado e até um pouco ofegante.
— Parece que o senhor viu um fantasma. — Evandro respondeu sem sorrir.
— E eu vi Evandro, eu a vi. — disse nervoso, retirando por completo sua gravata e paletó.
— Ela quem? — Evandro disse pausadamente.
— Ela... — soltou todo ar de seus pulmões.
— Não, isso não seria possível senhor ... seria? ia responder quando alguém bateu devagar no vidro de seu carro.
Lá estava ela, abaixada sobre o vidro do carro, com um pacotinho nas mãos ela pediu para que ele abaixasse o vidro. Ele o fez e então a menina sorriu lhe entregando o pacote e um copo de isopor com a logomarca da padaria.
— O senhor pagou por isso, não seria justo o senhor não levar. — Ela piscou para ele e seu coração apertou. Do banco do motorista, Evandro observava aquela menina com cuidado. Era , ele tinha certeza, mas era com os olhos do patrão, como isso seria possível?
— Obrigado pela atenção, senhorita? — pegou o pedido em sua mão e sorriu de volta para a menina.
— Adhara, me chamo Adhara. Eu sei, nome estranho, mas já me acostumei. — Ela piscou e se endireitou ao lado de fora.
— Temos que ir senhor , seu voo sai em menos de duas horas. — Evandro apertou o volante.
— Tudo bem, vamos. — respondeu, colocando o copo de café nos porta copos do carro.
Observou a menina do lado de fora do carro acenar e então entrar novamente no estabelecimento no mesmo instante em que o carro deu partida e virou novamente na avenida.
— Senhor? — Evandro o despertou enquanto viravam em mais um cruzamento.
— O nome da menina... — não completou a frase.
— Um nome bem incomum mesmo. — Evandro afirmou
— Não Evandro, não é isso. Adhara era o nome que eu e... — estava visivelmente nervoso. Não seria possível tudo isso, seria?
— Era o nome do que, senhor? — Evandro perguntou olhando pelo retrovisor.
— Evandro, assim que chegarmos em Brasília eu vou precisar de um favor seu e de Suzane. — ajeitou—se no banco, colocando novamente o paletó.
— O que precisar, senhor. — Evandro diz ao patrão enquanto abre um leve sorriso contente nos lábios.
— Eu quero que encontrem a pra mim. — sorriu, observando a paisagem do lado de fora.
— Mas senhor, já fazem dezessete anos desde que o senhor a deixou. O senhor tem certeza disso? — Evandro o questionou, enquanto virava o carro na entrada do estacionamento do aeroporto.
— Tenho certeza absoluta, Evandro. Encontre-a. — sorriu enquanto pegava sua pequena mala e seguia em direção ao check—in do aeroporto.
— Ok senhor, farei isso assim que for possível. — Os dois caminhavam lado a lado.
— Eu vou reencontrá-la. — afirmou, entregando as passagens no guichê de embarque.
Evandro apenas sorriu e acompanhou o patrão. Ele trabalhava na casa e no gabinete da família já fazia vinte anos. Quando e eram namorados, ele os acompanhava e os ajudava a se encontrarem sempre que podia. Era um velho senhor romântico, casado com Suzane, secretária sênior do governador e pai de . Em segredo, Evandro traçou um plano em sua cabeça de como fazer e se reencontrarem e ele sabia muito bem por onde começar.
Sábado, 15h da tarde.
Era sábado à tarde e andava agitada de um lado para o outro com o celular pendurado nas orelhas. Falava irritada com alguém do outro lado da ligação, respirava pesado e parecia não estar muito feliz ou contente com o rumo que a conversa tomava. Depois de algum tempo protestando e falando palavras que ninguém conseguia compreender, ela desligou a ligação e parou perto da janela com o rosto em indignação e as mãos na cintura.
— O que foi mãe? — Adhara estava sentada em uma das poltronas da sala de sua casa, lendo alguma de suas revistas de ciências. então voltou toda sua atenção para a filha.
A menina estava com as pernas jogadas por cima de um dos braços da poltrona, com umas duas revistas postas em seu colo, e com os óculos de leitura bem centralizados em seus olhos. A semelhança dela com o pai eram indiscutíveis. Ela era o pai dela na versão feminina. Na aparência ela era igualzinha à mãe e sabia disso, mas no gênio e nos gostos ela era o pai. Assim como , Adhara amava ciências e o universo. Foi por isso que o coração de apertou naquele instante, ela havia se lembrado sobre o que era a conversa que havia acontecido a pouco no telefone.
— Era o advogado de seus avós, minha filha. Parece que há alguns empecilhos quanto a herança que seu avô nos deixou, eu digo quanto à posse da casa em Taguatinga. Parece que os advogados encontraram algumas divergências nos papéis do testamento. — entortou os lábios ao falar com a filha, que largou as revistas e voltou o olhar para a mãe.
— O que faremos agora mãe? A gente precisa do dinheiro da venda dessa casa. — Adhara questionou a mãe.
— Nós teremos que ir para Brasília o quanto antes. Os advogados marcaram uma reunião na segunda-feira pela manhã. — sorriu brevemente para a filha que correspondeu.
— Vou reservar as passagens agora mesmo, aproveite e arrume sua mala.
— Sim senhora capitã. — Adhara fez uma reverência com as mãos. Em seguida, abraçou as revistas e sumiu pelo corredor, enquanto a mãe pegava novamente o celular e ligava para a companhia aérea.
No meio da ligação com a moça da companhia aérea, algo estranho aconteceu. sentiu o colar em seu pescoço esquentar, a prata do colar esquentou de maneira rápida, o que fez com ela apertasse o colar em suas mãos e assim que o tocou ela sentiu um arrepio em sua espinha. Do outro lado da ligação, a moça confirmou a saída do voo de Guarulhos para Brasília às 20h30 e a hospedagem do hotel às 22h00. agradeceu a moça da companhia e desligou o telefone. Pegou novamente o colar em seus dedos e olhou atentamente para ele. Ela não entendia por que mesmo depois de tantos anos ela ainda usava aquele colar. O que sabia era que, por mais que quisesse, ela não conseguia tirá-lo do pescoço. De certa forma ela ainda queria acreditar que em algum lugar, por mais distante que fosse, ainda pensava nela. E ela precisava acreditar nisso.
nunca escondeu de Adhara sobre seu pai, ela apenas omitiu nomes e cargos sociais, para proteção da filha. Adhara sabia da história de amor entre os pais e também sabia tudo sobre o dia em que ambos foram separados pela ordem de seu avô paterno, da qual eles não poderiam lutar. confidenciou à filha que o pai dela nunca soube de sua existência, mas, não por que ela não quisesse contar a ele e sim porque ela não teve escolha e teve que esconder isso dele. Hoje, nem e nem Adhara sabiam onde estava e nem o que estaria fazendo de sua vida.
A última vez que Maria Luíza teve notícias de , foi por meio de algumas publicações em comum em seu Facebook, onde ela soube então que ele estava fazendo faculdade na Flórida e depois disso nunca mais se teve notícias, era como se ele tivesse virado um fantasma. sabia que ele estaria em algum lugar pensando nela, pois, a história que tiveram era forte demais, era real demais para ser apagada por qualquer coisa e transformada em algo do passado. E ali parada em frente ao armário, tirando algumas peças de roupas aleatórias estava sua maior certeza, a única certeza de que a sua história ainda não tivera um fim.
— Tá tudo bem, mãe? — Adhara percebeu sua mãe ali parada em sua porta, olhando atenta para a filha.
— Está sim filha. Eu consegui reservar as passagens para ainda hoje, o voo parte às 20h30. — Maria Luzia sentou-se aos pés da cama da filha, dobrando uma de suas camisetas.
— Você estava pensando nele, não estava? — Adhara questionou a mãe enquanto fazia o mesmo com um suéter de lã.
— Estava. Não consigo não pensar. — fechou os olhos e suspirou. — Porque você não tenta encontrá-lo de novo, mamãe? Está na sua carinha que você ainda o ama. — Adhara sorriu para a mãe, enquanto fechava a mala.
— Filha, eu não sei, é complicado. E se ele não quiser mais saber de mim ou tiver me esquecido? — suspirou triste para a filha.
— Olha mamãe, vou ser bem sincera com você. Você nunca vai saber o que aconteceu de verdade naquele dia, se vocês dois não conversarem cara a cara. E pelo que sei, o amor de vocês foi forte demais, tanto que eu estou aqui hoje, não estou? E é óbvio que eu quero conhecer meu pai, mas, acima de tudo eu quero vocês dois se reencontrem. — Adhara sentou-se ao lado da mãe e segurou uma de suas mãos, dando o seu maior apoio.
— Obrigada por ser a melhor filha que eu poderia ter.
— Eu quem agradeço pela senhora ser essa mãe incrível. — sorriu emocionada e abraçou a filha em seguida.
— Assim que resolvermos tudo com os advogados de seu avô, eu vou imediatamente tentar achar o seu pai. — sorri para filha e com os olhos brilhando, ela faz uma promessa de tentar achar , pelo seu bem e pelo bem de sua filha.
— Assim que se fala mamãe. Por isso mesmo que eu coloquei roupas extras na mala. — Adhara sorriu satisfeita e as duas caíram na gargalhada.
— Tinha de ser minha filha. — Ela afirma à filha enquanto as duas arrumam as malas para a viagem.
16 ABRIL DE 2000. AQUÁRIO MUNICIPAL DE BRASÍLIA
Sempre que a professora de Biologia organizava esses passeios com a turma para que pudessem sorver mais do conteúdo da matéria, a turma se agitava e ficava ansiosa até a data marcada por ela chegar. Afinal de contas, nenhuma turma gosta de passar cem por cento do seu tempo sentado em uma carteira copiando da lousa as intermináveis matérias.
Patrícia achava que levando os alunos para passeios educacionais longe dos muros do colégio, ajudava com que os alunos treinassem a concentração no conteúdo aplicado e desenvolvessem ainda mais interesse pela matéria a qual estivessem estudando. A professora Patrícia, era uma excelente profissional nessa área e ainda era formada em psicologia juvenil, então além de bióloga ela era psicóloga, e isso ajudava bastante quando tinha que lidar com as turmas lotadas de adolescentes com os hormônios aflorando.
Naquele dia em especial, ela havia programado uma visita ao aquário nacional, bem no centro de Brasília. O passeio seria numa sexta-feira durante toda a manhã, então ela combinou com os outros professores para que liberassem a turma das outras matérias naquele dia. Assim que a turma chegou ao aquário a professora Patrícia os organizou em duas filas mistas e seguiu para o balcão da recepção. Ali sentada com os cabelos presos, uma moça loira fazia anotações em uma espécie de livro de registros do lugar. Quando olhou em volta, ela percebeu que havia mais um colégio ali naquele dia, mas, nada que atrapalhasse seu plano de fazer uma aula especial e produtiva.
Passaram todos pela enorme porta que dava acesso aos corredores do aquário, todos os tanques eram blindados com vidros de cima até embaixo e com um monte de plaquinhas indicando o que continha em cada um deles. A turma foi orientada pela professora e mais um guia a adentrarem num pequeno salão que havia no centro do aquário.
— Vou dividir vocês em pares e cada par de alunos vai ser orientado a estudar um desses tanques. Vocês trouxeram a apostila de vocês, portanto peguem-na e a devorem sobre esses animaizinhos que aqui estão. Vocês terão cerca de quinze minutos em cada tanque e aí seguem para o próximo, o nosso querido Guia Geraldo vai guiá-los de um tanque ao outro. — Patrícia falava com firmeza na voz e os alunos prestavam toda atenção nela.
A professora então começou a dividir os alunos em pares. Alguns gostaram do parceiro ou parceira, outros apenas torciam os narizes, mas não contestavam. As combinações possíveis estavam quase acabando e ainda estava sem um par, apenas segurava sua apostila e o caderno contra o peito, observando atenta os alunos seguirem com suas duplas pelos corredores.
— fará dupla com Andressa. — Patrícia a chamou e então seus olhos percorreram o lugar atrás de quem era sua dupla.
Avistou a menina Andressa do seu outro lado. Era uma das alunas de sua turma mais dedicada em Biologia assim como ela. As duas sorriram uma para a outra e ouviram a professora terminar de formas as duplas.
— Só mais uma coisa, anotem tudo que for preciso e julgarem necessário, tudo que aprenderem aqui será matéria de prova. — Patrícia informou, enquanto se posicionava atrás de uma das duplas.
— Para qual corredor nós vamos? — perguntou virando o rosto para a professora.
— Deixe-me ver. Vocês duas vão para o corredor das tartarugas marinhas. — Patrícia sorriu e entregou para as meninas um folheto com um pequeno informativo e o mapa do aquário.
As duas seguiram pelo estreito corredor onde havia quatro tanques e ao fundo estava o tanque das tartarugas marinhas. Havia bancos de madeira bem no meio dos corredores, sentaram-se ali pegando suas apostilas e a folha de perguntas que fora distribuída para os alunos na semana anterior e que fazia parte daquele exercício. Abriram as apostilas bem na parte que falava sobre os animais marinhos e começaram a preencher as folhas.
— Eu não consigo responder o nome das tartarugas e nem de quais espécies são. — Andressa torceu os lábios olhando para . — Aqueles garotos estão parados bem em frente à plaquinha que diz essas informações pra gente. — Ela os apontou com a lapiseira e a companheira olhou bem naquela direção.
— Era só o que me faltava, um bando de riquinhos metidos atrapalhando nosso exercício. — sacudiu os ombros e respirou fundo.
Em frente à plaquinha que descrevia sobre as tartarugas marinhas havia cinco garotos parados bem em frente a placa, tapando completamente a visão das garotas sobre aquilo. Os cinco estavam conversando alto e dando risadas secas e direcionadas para certo grupinho de alunas do mesmo colégio deles que estavam do lado contrário. pode constatar que eles eram do outro colégio que estava na recepção quando chegaram ali mais cedo.
Os alunos em questão eram de um colégio particular pelo que pode constatar, já que seus olhos clínicos e precisos conseguiram identificar o emblema estampado na camiseta que eles vestiam como sendo do colégio Diógenes Bezerra, um renomado colégio particular. O colégio tinha fama de contar com alunos que eram filhos de alguém que possuía muito dinheiro nas contas bancárias, ou que eram filhos de algum figurão do governo. Os meninos daquele grupo em específico não estavam em posse de cadernos ou apostilas, eram aqueles típicos alunos que usavam dos passeios realizados pela escola para fazer baderna ou paquerar, tudo menos estudar de verdade. E detestava aquele tipo de aluno que atrapalhava os estudos de terceiros apenas por diversão.
— Desse jeito vai ser impossível a gente terminar aqui antes de irmos para o outro tanque. — Andressa bufou irritada apertando a lapiseira no caderno.
cerrou os olhos, levantou os passos calmos e firmes e andou em direção ao tal grupinho de garotos que ainda não tinha cessado aqueles risos irritantes e sem nexo. Parou bem atrás de um deles que era significantemente um pouco mais alto do que ela. E observou que sua presença não havia sido notada por nenhum deles que ainda continuavam a rir. Apenas um deles, que estava bem no meio ao fundo do grupo e endo na placa que a percebeu ali, o menino não dava risada e apenas olhava para os amigos em absoluto silêncio. respirou e então cutucou de leve um dos garotos.
— É com licença, vocês poderiam por gentileza sair da frente da plaquinha das tartarugas? Eu e minha colega estamos tentando terminar um exercício bem importante pra nossa aula. — pediu com o seu tom de voz doce, firme e com a maior educação que tinha.
— Olha só o que temos aqui. Uma aluna do Colégio Estadual São Valentin, uma aluna que parece mesmo querer estudar nesse lugarzinho. — Um dos garotos a olhou diretamente, passando o dedo pelo emblema de sua camiseta e estampando um sorriso cínico nos lábios.
— Eu não quero pedir outra vez, por favor, eu só quero terminar meu exercício. Vocês podem se afastar uns centímetros para o lado? — sorriu ainda bem educada tirando a mão do garoto de seu ombro.
— Pois eu acho que temos um impasse aqui porque eu não vou fazer o que pediu só porque quer não, gatinha. — O garoto sorriu novamente, colocando a mão sobre os ombros de outra vez.
— Cara, para ser de tão babaca assim vai. Não nos custa nada irmos alguns centímetros para o lado e deixar que a menina e a colega terminem o exercício delas. — O garoto que até então estava quieto ali, resolver se intrometer.
— Não se mete, o meu assunto é com essa gatinha bem arisca aqui. — O menino insistiu novamente, direcionando seu sorriso para .
— Douglas, deixa a menina. Eu não vou pedir de novo. — O garoto de cabelos castanhos firmou a voz e puxou a mão do menino dos ombros de .
O garoto tinha um tom de voz firme e ao mesmo tempo rouco. Os cabelos eram um tom de castanho incrível, ninguém conseguia aquele tom ao natural e isso chamou bastante a atenção de , o cabelo chegava quase aos ombros e havia algumas mechas caindo sobre seus olhos. Os dedos da mão eram compridos e magros — do jeito que ela sempre gostou — e ele sustentava um sorriso de dentes brancos e alinhados nos lábios. Olhos também castanhos e quase verdes pintavam sua íris atrás dos óculos de grau que ele tinha a frente dos olhos.
— Obrigada. — agradeceu ao tal garoto e virou—se caminhando de novo ao banco em que estava sentada com Andressa.
— E aí, eles vão sair dali pra gente terminar o exercício? — Andressa a questionou.
— Espero que sim. — e Andressa viraram os rostos para os garotos que balançaram os ombros em sinal de derrota e então seguiram para o lado contrário as placas de identificação.
Passado algum tempo ali, as duas meninas conseguiram enfim terminar o seu exercício sobre as tartarugas marinhas. Estavam conversando um pouco, quando Andressa cutucou e apontou para onde aqueles cinco garotos da situação anterior estavam agora.
— O que foi, criatura? — a questionou assim que sentiu o cutucão em seu braço.
— Um daqueles garotos do grupinho não tira os olhos daqui, ou melhor, não tira os olhos de você. — Andressa o apontou e olhou no mesmo instante para onde a colega apontava.
Era o menino da voz rouca e cabelos castanhos que a encarava sem piscar já há alguns instantes. sorriu tímida para ele, que esboçou um sorriso de volta para ela. Ambos permaneceram em seus lugares sem esboçar movimento nenhum, até que ela percebeu que ele saiu do meio dos garotos e parou enquanto os outros quatro seguiam outro grupo de meninas. o viu ficar ali parado com a mão nos bolsos da calça preta do uniforme. Andressa que era um pouco mais esperta nesses assuntos que ela, percebeu que o garoto as seguiu assim que o guia do aquário apareceu e as guiou para o tanque dos golfinhos.
— Ele está seguindo a gente , eu acho que ele está interessado em uma de nós duas e com certeza não é na minha pessoa. — Andressa se recostou no ombro da amiga e sorriu divertida, enquanto retirava da bolsa um pacote de bolacha passatempo.
percebeu então ele parar solitário perto de uns dos totens que havia ali no tanque dos golfinhos e sustentar um sorriso linear e expressivo. Ela e Andressa sentaram—se novamente em um dos bancos, pegando suas apostilas e a folha de exercícios para continuarem, quando Andressa barrou a amiga e sorriu apontando com os olhos o garoto ali parado.
— Eu não vou até lá falar com ele se é isso que está pensando. — sussurrou enquanto se esquivava da amiga, abrindo sua apostila.
— se você não for até lá agora mesmo, eu juro por Deus que viro esse suco na sua cabeça. — Andressa fez um gesto engraçado com a caixinha de suco nas mãos.
— Pode ir, eu vou terminar meu lanchinho e começo o exercício por nós duas. — Andressa girou a amiga pelos os ombros em direção ao tal garoto.
— Tá, tá bom, eu vou, eu vou. — sorriu derrotada e levantou-se ajeitando a camiseta.
Caminhou até ele sem pressa nenhuma. era tímida demais em relação a garotos e desconfiada sempre que um garoto se aproximava dela ou demonstrava algum tipo de interesse nela. tivera poucas experiências com o sexo masculino, mas, as poucas que teve a fizeram repensar todas as suas convicções sobre garotos e do que os hormônios da adolescência faziam com eles.
— Oi. — Ele disse assim que a viu se aproximar dele de maneira tímida e com os olhos desconfiados.
— Olá, de novo. — respondeu um pouco mais à vontade. O tal garoto tinha algo no olhar que a deixava um pouco menos tímida.
— Está conseguindo estudar? — Ele perguntou demonstrando interesse.
— Quero pedir desculpas pelos Neandertais dos meus amigos, para eles, biologia só serve na parte de órgãos sexuais e quando o professor menciona sexo nas aulas. — Ele sorriu um pouco mais complacente.
— Estou conseguindo estudar sim, e não precisa me pedir desculpas, um deles sempre tem salvação por mais impossível que possa parecer. — suspirou, sorrindo.
— Então, sobre o que era o exercício que você e sua colega estavam fazendo? — Ele perguntou relaxando um pouco o corpo.
— Biologia Marinha, em específico os mamíferos. — respondeu relaxando os ombros.
— Legal. — Eu me chamo e você? — Ela ouviu o menino que agora tinha um nome perguntar a ela.
— . — Ela estendeu um pouco a mão e ele a apertou.
— Nome bonito, assim como a dona dele. — piscou para ela.
— Não acredito que está me paquerando. — sorriu desacreditada.
— Não pense que eu e minha amiga não vimos você me observando e nos seguindo do tanque das tartarugas até aqui.
— Você me pegou, garota, confesso. Eu fiquei mesmo te observando de longe, você é muito bonita e inteligente. — o viu sorrindo de uma maneira diferente e com os braços levantados na altura dos ombros.
— Vai sonhando garoto, eu tenho assuntos mais importantes do que ficar paquerando um garoto riquinho no meio da minha aula de biologia né. — baixou os braços da garoto de maneira rápida e o ouviu suspirar com o toque.
— Você tem papel e caneta, ? — Pra que você precisa de papel e caneta garoto?
— Se você tiver, vai saber. — Ele piscou para ela. caminhou até sua bolsa e de lá pegou uma pequena agenda que ela carregava em tudo quanto era canto e uma de suas canetas bic coloridas e caminhou de volta ao menino que ainda a seguia com os olhos sem ao menos piscar.
— Toma. Pra que você precisa disso, mesmo? — Ela o questionou enquanto entregava a agenda para o menino.
tomou a agenda em mão e abriu pela parte de trás, esforçando a letra ao máximo no que escrevia, tinha de ser rápido antes que o seu professor percebesse que ele não estava mais com a turma e sim ali com alguém do outro colégio e tomasse alguma advertência. Ele terminou rapidamente de escrever e entregou a agenda para já com a página aberta.
— O que é isso garoto? — Ela o questiona com os olhos vidrados em cada movimento do garoto.
— Deus, me chama de , vai. E isso é o que parece mesmo. — sorri e entrega a agenda novamente para .
— Mas aqui está escrito que... — Ela travou os lábios enquanto seus olhos liam o que ali estava escrito.
— Eu tenho que ir correndo agora , mas, por favor, tenha consideração ao que escrevi aí. Por favor. — Ela o viu sorrir apressado e então beijar sua bochecha, antes de correr de frente a ela pelo corredor.
— Espera ! — levantou as mãos e tentou o chamar de volta.
— Você topa? — Ele gritou e parou rapidamente um pouco afastado.
— Sim. — Ela respondeu sorrindo.
SÁBADO.
O avião aterrissou no Aeroporto Internacional de Brasília às 21:45h e mãe e filha teriam que fazer check in no hotel em quarentena e cinco minutos. Andaram pelo aeroporto calmamente, e do lado de fora pegaram um táxi até o hotel. Adhara queria chegar logo ao hotel, tomar um bom banho de banheira e estudar os livros de física que ela havia trazido na bagagem. estava ansiosa e nervosa com a reunião na segunda-feira pela manhã, queria muito resolver os assuntos quanto a herança de seus pais, mas, no fundo ela tinha medo do que poderia acontecer.
O Hotel Portobello, era um dos hotéis mais bem avaliados pelos aplicativos e também um dos mais famosos do estado. havia conseguido uma reserva lá por conta de que sua melhor amiga, Andressa, que trabalhava lá há anos e isso lhe garantia alguns privilégios naquele hotel sempre que precisava ir a Brasília.
— Vocês chegaram. — Andressa disse animada assim que as duas entraram na recepção do hotel.
— Oi Andressa, tudo bem, amiga? — disse sorrindo para amiga.
— Estou bem, estava esperando por vocês duas. — Andressa as acompanhou até o balcão de reservas.
— Tinha me esquecido de como esse hotel é lindo. — disse analisando tudo com os olhos.
— Já faz bastante tempo que você não vem aqui, . — Andressa respondeu enquanto digitava no computador.
— Aqui, o quarto de vocês é o 223, no décimo sexto andar. — Andressa sorriu e entregou dois cartões a e Adhara.
— Vamos subir filha. Te vejo depois, Andressa? — perguntou, enquanto assinava o livro digital de registros.
— Óbvio né , meu turno termina às onze, te mando mensagem. — Andressa sorriu e chamou o carrinho de bagagens. e Adhara subiram até o seu quarto.
Nele havia duas camas de solteiro, bem grandes até, com lençóis e edredons brancos, separadas por uma cômoda bege com vasos de margaridas e luminárias nas laterais. As janelas eram inteiras e a varanda bem espaçosa. O banheiro tinha uma pia dupla com um espelho enorme e um chuveiro a gás com box blindex. Toalhas e lençóis limpos no armário e vários quadros espalhados pela decoração do quarto.
— Caramba mamãe, esse hotel, este quarto é maravilhoso! — Adhara exclamou assim que entraram no quarto, atirando-se em uma das camas.
— É mesmo. Eu costumava vir muito aqui na minha adolescência. — respondeu a filha, enquanto retirava os tênis na beirada da cama. — A tia Andressa já trabalhava aqui na adolescência dela, também. — Os pais dela já trabalhavam aqui, o pai dela era o gerente e a mãe dela era chefe da cozinha do hotel, por isso vivíamos aqui. — sorriu para a filha.
— Conta, pode me contar. Tá fazendo aquela carinha de quando lembra de sua adolescência, e eu adoro as suas histórias mamãe. — Adhara sentou-se na cama com as pernas cruzadas, enquanto a mãe endireitou a postura e se preparava para mais lembranças.
O que não poderia adivinhar era que o destino novamente iria brincar com os desencontros de sua vida. Pois, naquele momento na recepção do hotel, alguém também estava assinando a sua reserva naquele hotel. Novamente o destino iria brincar com ela e sua ida a Brasília, era apenas o começo, ou melhor, o recomeço.
— Seja bem-vindo, senhor . — A recepcionista que substitui Andressa se pronunciou assim que entrou no hotel.
— Boa noite, Luana. — respondeu a recepcionista.
— O senhor veio para a conferência, certo? — Luana perguntou enquanto checava as reservas no computador.
— Sim, está certo. Meu pai disse que a cobertura está reservada para mim desde ontem. — disse, colocando sua mala sobre os ombros.
— E está, pela minha verificação está tudo certo, aqui está seu cartão. — Luana lhe entregou o cartão e chamou o carrinho de bagagens.
— Ótimo, e não precisa do carrinho, trouxe apenas uma mala de mãos. Obrigado e, boa noite. — sorriu agradecendo e entrou no elevador, apertando o vigésimo segundo andar, que corresponde a cobertura do hotel.
Ele entrou na cobertura do hotel, sentindo o peso do cansaço sobre seus ombros. O homem esteve em reuniões do escritório do governador o dia todo, mal tivera tempo de comer. Ficou pra lá e pra cá o dia todo e no dia seguinte ainda teria o round dois, uma conferência com os investidores do novo projeto de seu pai, um shopping center novo. Ele achava a ideia absurda, achava que os investimentos do pai poderiam ser usados em outros projetos, bem melhores e mais direcionados. O seu projeto, por exemplo, era restaurar e trazer de volta os aquários e o planetário de Brasília. Já os projetos de seu pai, eram mais ambiciosos e grandiosos, visavam apenas os lucros e não o conteúdo.
No quarto, ele prontamente retirou a gravata que apertava seu pescoço, jogou os sapatos sociais longe no ar e em seguida abriu o pequeno bar do quarto e serviu-se de uma dose considerável de uísque. Pegou o seu celular e abriu sua lista de músicas, escolhendo um dos seus álbuns preferidos de rock, o The Black álbum do Metallica, apertando o play. Estava cansado e sozinho, e pela primeira vez em muito tempo ele conseguia se sentir sozinho, sem nenhum segurança ou assessor de seu pai em seu encalço. E sentir-se sozinho era o que ele mais desejava.
Ser ele mesmo nesses momentos era o que ele mais desejava todos os dias. Quando estava nesses momentos, ele se encontrava, pois, quando olhava no espelho não era isso que ele via. Aquele de terno, e pasta de escritório não era o que ele sonhou um dia, ambos eram bem diferentes, e isso ele sabia muito bem. E tudo que mais queria era que ele pudesse ser ele mesmo, novamente.
— Alô, Evandro? — Ele disse assim que o toque do seu celular atrapalhou a música no seu quarto.
— Sim, boa noite senhor . — Evandro respondeu com aquele tom cordial e alegre que tinha.
— Aconteceu algo, Evandro? — o questionou enquanto se servia de mais uma dose de uísque.
— Aconteceu senhor, acontece que eu a encontrei. — Evandro o respondeu, com o tom de voz um pouco mais alegre.
— Você tá me dizendo que encontrou a , Evandro, é isso? — respondeu e imediatamente tomou o uísque de seu corpo todo de uma vez.
— Sim senhor , eu encontrei a . E onde ela está? Meu deus Evandro. Então, eu e a Suzane, investigamos e com algumas ligações, conseguimos localizar o nome dela em uma lista de passageiros de um voo que chegou em Brasília hoje às 21h45. — lhe passou as informações com toda animação que podia ter.
— Meu deus Evandro, quer dizer que ela está aqui em Brasília? Não consigo acreditar que a minha está aqui. — soprou os ar dos pulmões, sentando-se na beira da cama.
— Está sim senhor, agora é só questão de algumas horas até que eu saiba onde ela está aqui na cidade. — Evandro respondeu mudando o tom de voz de animado para determinado.
— E eu conto com isso Evandro, mas, só de saber que ela está por aqui o meu coração esquenta Evandro, você nem pode imaginar. — levantou-se e caminhou até a varanda.
— Claro que posso imaginar meu caro amigo, eu mais do que todos conheço a história de vocês dois. Eu irei encontrá-la aqui para o senhor, não se preocupe.
— Obrigada por ser você todos esses anos Evandro, obrigada por sua lealdade a mim e por ser meu amigo.
— Eu que lhe agradeço senhor , e pode deixar que pela manhã o endereço de onde está hospedada estará com o senhor. — desligou a chamada e soltou o ar de seus pulmões, respirando bem fundo, sentindo esperança pela primeira vez em dezessete anos.
Pela primeira vez nesses anos todos de procura silenciosa, ele sabia que estava bem perto de reencontrá-la. Ele tinha tanta coisa a dizer, tanta saudade e uma certa curiosidade que precisava sanar, ele precisava saber mais sobre uma certa menina de cabelos castanhos que tinha o nome daquela que seria um dia o nome de sua filha. Foi quando depois de um certo tempo ali na sua varanda, ele percebeu ao lado do telefone do quarto, um cartão de boas-vindas do hotel, e assim que leu o cartão e constatou que havia junto a programação de final de semana do hotel. Nela constava a lista de horários do café da manhã e almoço, assim como os horários da academia, da piscina, do salão de jogos e das salas de conferências. Junto havia um convite para a inauguração do novo bar lounge e restaurante do hotel, que abriria o bar às onze e meia da noite, com drinks Free e petiscos de camarão até a meia noite.
Ao ler aquilo, seus lábios formaram um sorriso linear e feliz e no segundo seguinte eles secaram, ele precisava beber algo que não fosse uísque, mas também precisava comer alguma coisa, a inauguração seria perfeita para isso e também para ser alguém normal em um bar, tudo que ele precisava.
Enquanto isso, no quarto das meninas, se arrumava para ir a um date com sua melhor amiga, Andressa, sem ter a menor noção de que bem perto dali, o grande amor de sua vida estava hospedado, apenas esperando para encontrá-la.
— Uau mamãe, você está linda! — Adhara exclamou, assim que a mãe terminou de calçar os sapatos e colocou os brincos.
— Tem certeza que não quer vir comigo e com a Andressa filha? Só vai ser um drink e você pode se divertir também. — sorriu para a filha enquanto verificava os últimos detalhes no espelho.
— Tenho sim mãe, eu tenho dois artigos para revisar do curso e um livro do vestibular para ler, além de que eu tenho o telefone da cozinha do hotel, qualquer coisa eu ligo e peço uma comida. — Adhara sorriu da cama onde estava deitada com o notebook sobre o colo e os livros espalhados pela cama.
— Tudo bem filha, você que sabe. — sorriu e pegou a bolsa de cima da poltrona.
— Divirta-se mãe, e qualquer coisa se ficar chato ou sem graça, você volta e me ajuda a estudar.
— Ok filha, boa noite e bom estudo, qualquer coisa estou no celular. — beijou a testa da filha e saiu.
Andressa encontrou a amiga na recepção do hotel assim que avisou que seu turno havia finalmente terminado. vestia uma calça de cintura alta e um top colado ao busto. Seus 33 anos estavam bem destruídos em seu corpo pequeno. Estava deslumbrante, isso ninguém podia negar. Andressa vestia uma saia de cintura alta e uma camisa social de seda. Assim que se encontram, se perguntou como que a amiga teve tempo de trocar de roupa?
— Caralho , você tá uma gata! — Andressa piscou para amiga, enganchada em seu braço.
— Você também amiga, você tá um arraso hein! — riu para amiga assim que ambas seguiram para trás do hotel em direção ao bar.
As duas chegaram ao bar do hotel de braços dados e atraindo a atenção de qualquer um que estivesse ali. era uma mulher deslumbrante e alegre, e isso era algo que não passava despercebido pelas pessoas; ela tinha em seu semblante um ar jovial e determinado, o mesmo ar que tinha na sua adolescência, ali só o corpo tivera mudanças com o tempo, mas ela ainda era a mesma de dezessete anos atrás. Já Andressa, tinha envelhecido mas continuava com o mesmo ar brincalhão e desinteressado de quando jovem. Ela tivera sofrido dois abortos na adolescência e fora engravidar bem mais tarde que e isso a deixou bem frustrada. Agora que ela era mãe de gêmeos e viúva há três anos, ela tinha de ser mais responsável e isso deixava Andressa em outro patamar da vida. As duas eram bem diferentes mas também eram muito ligadas, era uma amizade de anos e que passará muitas coisas ao longo desses anos todos.
— O que as senhoritas vão querer? — o menino que atendia o balcão se dirigiu a Andressa.
— Um licor de cereja pra mim. — Andressa sorriu de canto para o atendente.
— Eu vou querer uma cerveja mesmo, Heineken se possível. — sorriu igualmente para o menino.
— Você é bonitinho hein, qual seu nome? — Andressa cutucou o menino por cima do balcão.
— Me chamo Felipe, senhorita.
— Hum Felipe, quantos anos você tem? — Andressa perguntou se debruçando sob a bancada do bar.
— Tenho 27. — Felipe respondeu, entregando as bebidas para as duas.
— Me procure depois que terminar seu turno. — Andressa sorriu bem interessada e o garoto correspondeu. — E obrigada pelas bebidas. sorria junto com a amiga enquanto observava Andressa paquerar o atendente.
Do outro lado do salão, em uma mesa com alguns executivos, um deles desviou o seu olhar dos copos de uísque para uma figura que estava sentada perto do bar. não pôde ver quem era a mulher sentada ao lado de uma das recepcionistas do hotel, pois algumas pessoas passaram e bloquearam sua visão. Ali, sentado naquela mesa, ele sentia-se sufocado. De supetão ele se levantou e saiu, dando uma desculpa qualquer aos homens que ficaram, ele precisava respirar. O ar faltava em seus pulmões. A mente de viajava para lugares distantes naquela noite, a imagem de invadia seus pensamentos a todo instante, ele estava até confundindo as pessoas achando que era ela.
Seu coração estava agitado e ansioso, o telefonema de Evandro só serviu para o deixar ainda mais nervoso. Haviam tantas coisas que ele precisava conversar e resolver com , que ele nem sabia por onde começar se encontrasse com ela. Saiu daquele lugar aglomerado de pessoas e seguiu novamente para o seu quarto, pediria uma comida pelo telefone mesmo e trataria de tomar um banho e dormir. Ele precisava descansar, teria um dia cheio no outro dia. Chamou o elevador e enquanto esperava, sentiu o seu celular vibrar, mas nem se deu ao trabalho de desbloquear a tela, quando viu que era uma mensagem de sua ex esposa.
A porta do elevador abriu, e ele deu um supetão para trás. Ele estaria tendo uma visão, ou era em sua frente?
— Oi. Moço, tudo bem? — a menina lhe chamou distante.
— Oi, sim, desculpe, eu me distraí. — sorriu e tentou disfarçar. observou a menina sair do elevador que parou lendo as placas de orientação que haviam ao lado do elevador.
— Você precisa de ajuda? — desistiu do elevador e saiu de lá quando a viu olhar a placa.
— Preciso sim, eu não achei aqui onde é aquele novo bar que abriu. — a viu soltar o ar bufando e um riso nervoso aparecer em seus lábios.
— Você tem idade pra beber? — a questionou, vendo a menina olhar para ele irritada.
— Isso não é da sua conta. Estou procurando a minha mãe, ela está lá com uma amiga. — Ele a viu cruzar os braços e o encarar.
— Uh, dei uma bola fora. Me desculpa. Venha, eu te levo lá. — descontraiu e então orientou que a menina o seguisse.
— Obrigada. — Foi tudo que a menina disse antes de o seguir.
não pode deixar de reparar naquela menina, algo nela o chamava a atenção. Ele poderia jurar que a conhecia de algum lugar, sua feição não lhe era estranha, com toda certeza ele já a conhecia. A menina caminhava ao seu lado com as mãos nos bolsos e sem pronunciar nenhuma palavra, era como se estivesse vagando longe com seus pensamentos. Os dois atravessaram o saguão do hotel e então seguiram para uma porta que dava acesso aos fundos do hotel, onde estava acontecendo a inauguração do bar.
— Você não me disse seu nome? — Ele questionou a menina, assim que chegaram no bar.
— Adhara . E o seu? — A menina virou para ele e sorriu.
— . — Ele respondeu com a voz trêmula e o coração pulando em seu peito. Analisando de novo a menina, ele teve certeza de quem ela era.
Aquilo não poderia ser possível. A menina era a cara de , mas tinha seus olhos e ainda por cima o mesmo nome que um dia eles dariam a sua filha. Ela não parecia ter mais que dezessete anos, o que correspondia a exatamente o tempo que ele e tinham se desencontrado. Filha, a palavra fez sua cabeça rodar e o coração girar de novo. Isso seria possível?
— Você ta bem? — A menina esforçou a voz ao fundo da música alta que tocava.
— Estou. Você já achou sua mãe? — Ele a questionou, percorrendo com os olhos o lugar.
— Achei, ela tá ali no balcão. viu a menina apontar com o dedo o lugar onde sua suposta mãe estaria, no mesmo instante que a menina conseguiu chamar a mãe e ela se levantou, indo até eles.
Seus olhos não acreditavam no que viam, era ela. Meu deus, era , sua . Ela caminhava entre as pessoas, sorrindo para a menina. Os olhos dele a acompanhavam sem nem piscar. Ele mal podia acreditar que aquilo estava de fato acontecendo, depois de tantos anos em silêncio, ela estava ali tão perto dele. O ar faltou ao seu pulmão quando a viu se aproximar deles. Ele precisava fazer alguma coisa.
— Menina, você pode entregar esse bilhete a sua mãe? — disse de supetão a menina, que o olhou desconfiada.
— Para minha mãe? você a conhece? — Ela o questionou, no mesmo tom que falava com ele no passado.
— Não posso te explicar agora, mas é muito importante. — tirou um cartão do bolso e atrás escreveu algo.
— Adultos. — Ela rolou os olhos e abriu a mão. — Tá, tranquilo, eu entrego.
— Obrigado, Adhara. — Ele dobrou o papel e entregou na mão dela, sorrindo.
— Onde você vai, ? — Adhara gritou o nome dele, mas nem teve tempo dele ouvir, logo ele já tinha sumido entre as pessoas.
correu o saguão do hotel e foi direto para o seu quarto, contando que o seu destino estava nas mãos de uma jovem menina de dezessete anos, uma menina tão linda quanto a mãe dela naquela idade. Ele esperava também que fosse ainda a mesma garota por quem ele se apaixonou a dezoito anos, e ele precisava disso. era a parte mais importante da sua vida, a parte mais feliz e a única parte verdadeira. Ele precisava de , ela a amava como nunca amou mulher nenhuma na vida inteira. Ele estava suando e ansioso para que ela pudesse corresponder o seu bilhete e eles pudessem finalmente viver sua história.
— Filha, meu amor. Está tudo bem? — se aproximou da menina, assim que passou por todas as pessoas do bar.
— Está sim mãe, eu vim te chamar porque deu um problema com meu cartão do quarto. Eu saí pra buscar uns salgadinhos na máquina e quando voltei meu cartão travou. — Adhara torceu os lábios ao falar. — Não quero te atrapalhar.
— Pega o meu cartão filha, tá tudo certo. — Maria Luiz aponta o cartão de quarto para a filha que sorri.
— Obrigada. — A menina agradece ainda constrangida por ter atrapalhado a noite de sua mãe com a melhor amiga.
— E quem era aquele homem que estava aqui com você, agorinha? — a questionou, quando não o viu mais ao lado da filha.
— Eu não sei, ele me acompanhou até aqui. Mas, teve algo engraçado, acho que ele te conhece. — Adhara disse, desconfiada.
— Como assim? — perguntou à filha, tentando entender.
— Ele me pediu para te entregar isso. — Adhara apontou o bilhete para a mãe, que pegou em seguida.
Assim que abriu o bilhete que a filha lhe entregou, sentiu seu coração apertar e a cabeça girar. Não podia ser, não podia.
sorriu abobalhada, aquilo não podia ser verdade. Será que finalmente o destino estava lhes dando uma nova chance? No mesmo instante em que lê aquele bilhete, ela inventa uma desculpa para a filha e corre dali em direção a cobertura do hotel. não tem muita certeza do que estava fazendo, mas sabia, no fundo do seu coração, que essa era a coisa mais certa a se fazer, em toda sua vida. Ela esperou tanto tempo por esse momento, que agora que ele estava assim tão perto dela, ela jamais o deixaria escapar por seus dedos, mais uma vez. Dessa vez, iria lutar contra tudo e contra todos para ficar ao lado do homem que tanto amava e que aparentemente, também a amava, como sempre disse que amava.
Em seu quarto, na cobertura do hotel, esperava ansioso pela sua . Foram anos e anos, desejando a encontrar novamente e agora, mais do que nunca, o destino estava lhe dando essa chance mais uma vez e se dependesse dele, ela jamais iria embora de sua vida outra vez. Dessa vez, tinha mais um motivo para manter perto de si, e esse motivo era uma tal menina de apenas dezesseis anos de idade, a sua filha com . Há essa altura, para ele já não importava mais quem deixou quem e quais foram os motivos pelos quais os dois foram separados no passado. Agora, tudo o que realmente importava para ele, era ter em seus braços mais uma vez e para sempre.
Aqueles minutos de espera, estava matando , sem ele saber se ela iria aceitar seu pedido ou não. Ele sabia que tinha uma certa chance dela apenas recusar o seu bilhete e nunca mais querer saber dele, até porque, eles ficaram separados por muitos anos, sem notícias um do outro. Mas o amor de por sempre esteve em seu coração, sempre esperando pelo momento em que os dois seriam um só, outra vez.
A porta do elevador apitou e então se abriu, dando para à vista completa daquele quarto, que ocupava um andar inteiro. Parado ao lado da enorme janela de vidro que ia do chão ao teto, estava , observando atentamente o lado de fora. Assim que deixou o elevador e entrou naquele quarto, o olhar de recaiu sobre ela, a fazendo tremer por completo. Ele ainda era o mesmo menino que ela conheceu no tanque das tartarugas, o mesmo garoto por quem ela se apaixonou no primeiro beijo.
— Nem consigo acreditar que você veio mesmo. — corre em sua direção, parando perto de seu rosto, fazendo tremer por completo.
— E eu não consigo acreditar que nós estamos aqui agora, depois de tantos anos separados. Meu deus, , como eu senti a sua falta. — levou as mãos ao rosto de e tocou delicadamente as suas bochechas, enquanto uma lágrima insistente resolvia cair de seus olhos.
— Será que eu posso te beijar? — perguntou com os lábios bem próximos ao dela e com os olhos cheios de lágrimas.
— Pode sim. Me beija logo, por favor. — As palavras de são encerradas com os lábios de nos seus, em um beijo cheio de saudades e principalmente cheio de amor.
— A gente precisa conversar. Agora sim, agora a gente precisa conversar. — separou os beijos dos dois e podia sentir o seu coração pular dentro de seu coração.
— Eu sei, eu sei. Nós dois temos muito que conversar. Mas agora, eu só quero que você me beije, por favor. — estava ofegante e com a testa grudada a de , ela sabia que naquele momento, os beijos dele era tudo que ela precisava.
— Antes de qualquer coisa, eu só preciso saber. Ela é minha filha, não é? — perguntou assim que os dois separaram o beijo mais uma vez.
— Eu acho que não preciso responder essa pergunta, . Você já sabe a resposta, mas sim, a Adhara é sua filha. É a nossa filha. — Os olhos de se enchem de lágrimas, mais uma vez.
— Ela é tão linda, meu deus. Como eu pude deixar isso acontecer, como eu pude ficar tantos anos sem saber dela? — O corpo de se agitou imediatamente ao saber daquela notícia.
— Ei, calma. A culpa nunca foi sua, muito menos minha. Você sabe muito bem quem separou nós dois naquela época. Ele é o único culpado disso tudo. — tentou acalmar que estava visivelmente agitado e irritado. — O nosso amor sempre mais forte que tudo e ele sabia muito bem disso, por isso que ele deu um jeito de nos separar.
— Maldito seja meu pai! Eu não posso aceitar que ele tenha me separado de você que tenha me negado a felicidade de ver minha filha crescer. — Os olhos de escureceram e então, rapidamente, os braços de o envolveram em um abraço quente e carinhoso.
— Isso já não importa mais. O que importa é que aqui e agora, nós temos a chance de consertar as coisas e de dar a Adhara a família que ela sempre sonhou, meu amor. — As mãos delicadas de tentavam acalmar .
— Tem como você pedir pra ela vir aqui? Eu quero muito conhecer a minha filha, por favor. — pediu com o tom de voz mais calmo.
— Claro que sim. Um minutinho que eu ligo pra ela. — responde sorrindo enquanto disca no celular os números da filha. Em segundos a chamada foi atendida e um sorriso se formou nos lábios dela ao receber a resposta da filha ao seu pedido.
— E aí, ela vem? — ouviu perguntar com a ansiedade batendo em seu peito.
— Já está subindo. Fica calmo, homem, por favor. — Ela respondeu, sentindo o coração dele bater rápido. — Ela é maravilhosa, não tem porque você ficar nervoso.
Segundos depois, a porta do elevador se abre mais uma vez naquela noite e dessa vez, a ansiedade de é ainda maior. Ali na sua frente, com os olhos desconfiados, sua filha o encarava um tanto curiosa e ao mesmo tempo, nervosa por não saber exatamente o que estaria acontecendo. Adhara não conseguia entender toda aquela cena que acontecia bem na sua frente, mas foi quando, a troca de olhares entre o homem e sua mãe, além da semelhança escandalosa entre o nariz dele e o seu, que ela entendeu tudo o que estava acontecendo.
— Oi filha. — se direcionou a ela, que abriu um sorriso emocionado em seus lábios.
— Oi, pai. — Adhara respondeu com o mesmo tom emocionado que o homem tinha em sua voz.
Os dois se abraçaram em um gesto carinhoso e cheio de saudades e novas descobertas. Então, o momento que esperou a vida toda, estava acontecendo bem debaixo de seus olhos e ela mal podia acreditar que depois de tantos anos separados e depois de tanta gente tentando a separar de , agora, dezesseis anos depois, ela, e a filha estavam juntos. Olhando Adhara ser abraçada por , de uma maneira tão carinhosa, fez seu coração se acalmar e pela primeira vez em anos, ela conseguia sorrir de verdade.
Para , poder abraçar sua filha depois de tantos anos sendo privado de poder estar ao seu lado, era com certeza, a coisa mais certa que ele podia ter tido nesses anos todos. Agora, para ele, já não importa mais quem errou e quem foi o culpado por o separar de e de o ter privado de conhecer sua filha. Naquele momento, tudo que importa para ele é reconquistar o amor de e provar a Adhara que ele será o melhor pai do mundo para ela.
Ele precisava reconquistar , ela foi a única que ele amou a vida inteira, a única que sempre teve seu coração e corpo por completo. O amor de sempre o acompanhou, desde os momentos mais felizes até os mais sombrios e tristes, portanto, ele precisava, mais do que nunca, reconquistar aquela mulher, a sua mulher.
E pelo olhar de Adhara, ele pode ter apenas uma certeza: ele teria toda ajuda do mundo para ter o seu grande amor de volta. Com Adhara de seu lado, ele sabia que podia ter de volta e isso era tudo que importava para ele naquele momento, o resto do mundo podia esperar mais um pouco.
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Fim
Nota da autora: Oi pessoal, mais um ficstape então né? Espero que tenham gostado do que eu escrevi nessa música que é tão linda e que merecia uma fanfic há altura, não é mesmo? Já peço desculpas caso alguém não tenha gostado, enfim, entre outras coisas. Eu sempre tento dar o meu melhor em todos os meus trabalhos. Por fim, só quero explicar uma coisa: Tu Amor foi escita basicamente como um prólogo, ou seja, uma introdução para um projeto ainda maior que está por vir. Então, só quero agradecer mesmo se você já chegou até aqui e é claro, deixe seu comentário aí em baixo e me segue nas redes sociais (venha ser doida comigo e as outras meninas) Beijinhos.
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