Finalizada em: 29/01/2022

Capítulo Único

— Quem foi o idiota que aprovou isso?! – jogou a folha de sulfite com a notícia impressa que ela havia conseguido impedir de ser publicada oficialmente no site da revista por questão de minutos na mesa de Choi, o jornalista que havia redigido a matéria. Ele encarou a editora chefe com os olhos arregalados e a boca aberta, mas não conseguiu dizer nada. se debruçou sobre a mesa dele. – Você tem cinco segundos para me dar uma resposta, Choi.
— E-eu... m-me desculpe, f-foi o-
— Fui eu, . Algum problema?
se virou na direção da voz, encontrando parado atrás de si, os braços envoltos por um terno preto cruzados na altura do peito. Ela revirou os olhos e bufou, endireitando a postura.
— Eu já deveria imaginar. Me concede alguns minutos do seu precioso tempo? – Ela perguntou, irônica, e ele arqueou uma sobrancelha.
— Com todo prazer. – Gesticulou, apontando com a mão o caminho para que tomasse a dianteira, o que ela fez com uma expressão furiosa e sob os olhares atentos de toda a redação da Dixon e com os saltos altos tilintando ritmicamente.
Assim que passou pela porta de sua sala, a bateu forte e nem se deu ao trabalho de se sentar em sua cadeira, apoiando o quadril na mesa na frente de , que se jogou preguiçosamente em uma das poltronas disponíveis.
— Posso saber que merda passou pela sua cabeça para aprovar um absurdo desses sem a minha autorização, ? – Ela foi direta e deu de ombros.
— Desde quando preciso da sua autorização para aprovar alguma na Dixon, ?
Ela riu sem humor, cruzando os braços na altura do peito.
— Eu sou a editora chefe dessa redação, .
— E eu sou o CEO dessa editora, .
Ela passou a língua pelo lábio inferior e sorriu, irônica.
— Que é sustentada graças ao trabalho que eu faço com a minha revista.
— Que é administrada pelo meu grupo.
— Não tente medir o tamanho do seu pau com o meu, . O seu grupo não conseguiria bancar mais nenhuma revistinha desse lugar sem se escorar nos lucros que eu gero com a Dixon.
arqueou as sobrancelhas.
— Que você traz, ? Achei que a minha revista fosse composta por um grupo de várias pessoas, e não por uma só.
— E é, mas experimente só me deixar um dia sequer longe desse lugar para ver o que acontece com esse grupo de pessoas e com a sua revista. – Ela se curvou em direção a ele. – Como por exemplo um idiota achar que pode aprovar uma matéria completamente absurda por puro capricho.
riu e se ajeitou na cadeira, aproximando o corpo do dela, cruzando as pernas e apoiando um cotovelo no joelho e o queixo na mão.
— Te irritou tanto assim um furo como esse não ter sido descoberto por você, ? Pensei que fosse gostar de ter mais uma exclusiva em suas mãos.
— Que porra de furo, ! Acorda! Não podemos sair publicando uma notícia dessas sem termos todas as provas confirmadas. Você passou isso para o Choi, ficou maluco? Ele está na minha lista vermelha há semanas, um completo incompetente e preguiço. Nem sequer se deu ao trabalho de checar com as fontes as informações que você passou ou tentar mais alguma coisa. Além disso, você realmente achou que o escândalo do governador já não estava sendo investigado por mim? Yumi e eu estamos na cola desse safado desde o Natal, quando ele foi passar o fim de ano fora do país usando verba pública e bancando mais três mulheres. Estamos tentando concluir uma investigação sobre todos os desvios dele há meses e você quase jogou uma de nossas maiores reportagens no lixo por ser um grande idiota. – Ela deu um tapa no braço dele, que soltou um “ouch” dramático. – Porém, não sabíamos sobre o envolvimento com o tráfico de drogas.
— Viu só? Deveria me agradecer. – sorriu.
— Ficou maluco?! Nunca mais faça uma coisa dessas! Qualquer coisa que você souber sobre esse assunto ou sobre qualquer outro, venha falar diretamente comigo e somente comigo. Fui clara?
— Como água, . – Ele respondeu, irônico.
— Ótimo. Honestamente, , o que diabos passou pela sua cabeça para fazer isso?! Foi extremamente irresponsável até pra você!
Ele riu, dando de ombros.
— Eu estava em um jantar com alguns deputados ontem, dois deles ficaram bêbados e acabaram falando algumas coisas sobre o governador. Eu comecei a estranhar o papo e fui dando corda, e depois de uns cinco minutos eu já tinha praticamente informações suficientes para provar que o cara é o nosso próprio Pablo Escobar. Eu achei que era uma informação valiosa demais para segurar e pedi pro Choi dar uma olhada assim que saí de lá. Ele só se precipitou um pouquinho.
— E porque não mandou pra mim, ? – Ela perguntou, franzindo o cenho. – Espera, ontem...?
Ele respirou fundo, se recostando novamente na poltrona.
— Então, sobre isso...
, você foi pra porra de um jantar de negócios no meio de uma crise de enxaqueca?!
— E foi exatamente por isso que eu não mandei nada pra você. Amor, eu recebi o convite em cima da hora, era uma oportunidade boa demais para perder por qualquer besteira. Eu tomei mais um remédio, esperei me sentir melhor e fui, não foi nada de mais, não precisa se-
— Amor é o caralho! Nada de mais?! , você passou a tarde inteira vomitando e trancado em um quarto escuro! Eu sabia que não devia ter ido embora te deixado sozinho, você é um irresponsável! – voltou a se aproximar dele mais uma vez, pronta para acertar mais um tapa em seu braço, mas ele segurou seu pulso suavemente.
— E ter perdido a noitada de despedida de solteiro da sua melhor amiga? Não exagera, amor.
— Você ao menos estava falando a verdade quando disse que estava bem hoje de manhã, ? – Ela perguntou, o tom de voz mudando ao soltar o apelido do rapaz, que sempre saia mais macio de seus lábios. sorriu e entrelaçou sua mão à dela.
— Te juro que estou ótimo, confia em mim.
respirou fundo, balançando a cabeça.
— O que é que eu faço com você, ?
soltou uma risadinha curta e abriu um sorriso ladino, então puxou pela mão para seu colo, a fazendo se sentar em suas pernas. Ele levou uma mão até a cintura da jornalista e outra até o pescoço dela.
— Eu tenho algumas sugestões, . – Sussurrou contra seu ouvido enquanto descia o dedo indicador pela lateral do pescoço de , sentindo a derme se arrepiar e a mulher suspirar.
— Sou toda ouvidos. – Ela murmurou sorrindo, a cabeça pendendo para o lado.
— Prefiro te contar durante o nosso jantar mais tarde, estamos em um ambiente profissional, meu amor, podemos ter problemas. – Ele provocou, mordendo o lóbulo da orelha dela e descendo um dedo pelo decote da blusa de , alisando a pele exposta, e apertando agora a coxa dela por cima da calça de alfaiataria preta com a outra mão.
— Não acho que meu chefe esteja em posição de me repreender pelo que está acontecendo aqui. – replicou, levando uma mão até os cabelos de e fazendo um carinho em sua nuca.
— As vantagens de se namorar o CEO, . – subiu mais a mão em sua coxa, mas soltou uma risada nasalada e, abruptamente, a mão que estava na nuca saiu para estapear a mão dele em sua perna e a mão livre de segurou o queixo de com firmeza, mas sem fazer força, tirando os lábios dele de seu pescoço e obrigando o rapaz a levar seu olhar confuso pela interrupção até os olhos dela, que o encaravam com ironia.
— Que bom que tocou nesse assunto, meu amor. – falou, ácida, ainda segurando o rosto de . – O que me lembra de dizer: nunca mais se meta no meu trabalho. Eu não ligo se você é , se é o CEO, se é a porra que for. Na Dixon, quem manda sou eu. Se você quiser mudar uma palavra sequer do que é publicado ou não nessa revista sem passar por mim antes, vai ter que me demitir, mas você sabe que isso não vai derrubar só a Dixon, vai te derrubar também. Então, senhor CEO, sugiro que pense muito bem antes de tomar uma atitude igual a de ontem, porque da próxima vez você pode acabar sem a maior revista política do país e sem namorada.
soltou a mão dela de seu queixo e a levou até seus lábios, beijando a palma demoradamente enquanto ainda a encarava.
— Eu poderia perder qualquer coisa, menos você.
— Como você é piegas.
— Como você fica um tesão brava.
.
— Me desculpe, não vai mais acontecer. – Ele prometeu ainda com os lábios contra a mão dela e arqueou as sobrancelhas.
— É bom o jantar de hoje ser o melhor que você já preparou em toda sua vida, meu amor, vai precisar ganhar pontos comigo pelo estômago. – Ela se inclinou e deixou um selinho nos lábios macios dele, se levantando logo em seguida. – Agora, para fora. Preciso trabalhar e fazer dinheiro para deixar bem claro que quem sustenta este lugar sou eu.

rebolou em , as unhas arranhando o peitoral nu do rapaz que estava deitado em cima da mesa de jantar, grande o suficiente para que estivessem distantes do que havia sobrado do jantar francês recém consumido pelo casal.
— Porra, ... – gemeu, sentindo subir e descer em seu pau, ondulando o corpo mais algumas vezes antes que ela perdesse as forças e, com um gemido sôfrego, chegasse ao orgasmo e desabasse em cima dele.
elevou o quadril e estocou mais algumas vezes antes de se desmanchar dentro dela, a segurando pelos cabelos e a ouvindo murmurar pela hipersensibilidade, um sorriso bobo tomando conta de seu rosto cansado e suado.
— Você é a porra de uma deusa, , puta que pariu... – saiu de dentro dela e suspirou contra seu ombro, onde ele deixou um beijo, as mãos subindo e descendo em um carinho nas costas da mulher.
balançou a cabeça minimamente, ainda sentindo os sinais de torpor em seu corpo. Com sua visão periférica, viu algo vermelho no meio da decoração escura e minimalista da sala de jantar de e soltou uma risada ao identificar o objeto. acompanhou seu olhar e sorriu.
— Sua calcinha ficou muito bem pendurada no meu vaso, amor.
— Talvez sua casa precise mesmo de um toque feminino.
— Talvez essa casa seja grande demais para precisar de apenas um toque feminino, . – Ele respondeu, sugestivo.
virou a cabeça para , seu olhar encontrando o dele e vendo ali toda a intensidade e adoração que sempre via toda vez que olhava para e ela mordeu o lábio, pensativa. Se lembrou daquilo que nunca esquecia, do quanto aquele homem era especial para ela, sem dúvida nenhuma a melhor parte de sua vida desde que se conheceram quatro anos atrás, quando assumiu o cargo de redatora chefe da Dixon e foi convidada para um jantar na casa do pai de , que na época ainda era o CEO da editora. soube, quando ele apareceu no dia seguinte na redação no final de seu expediente para chamá-la para jantar e ela não pensou duas vezes antes de aceitar, e os dois acabaram trancados no banheiro do restaurante antes mesmo que a sobremesa pudesse chegar, que ela estava completamente ferrada. E ela não poderia estar mais feliz por isso. Porque, acima de tudo, no olhar de ela via cuidado, confiança e amor. E sempre uma boa dose de luxúria que a deixava faminta. era perfeito. E era dela. E ela era dele.
apoiou os cotovelos na mesa, equilibrando o peso de seu corpo e sentindo todo seu interior arder e o coração descompassar, encostou sua testa à de , fechou os olhos e disse:
— Me pergunte de novo.
— O que? – questionou, sentindo os dois narizes roçarem.
— Me faça novamente aquela pergunta, . A que você fez quando estávamos em Roma, mas que eu não pude responder na época porque tive medo. Me pergunte de novo, meu amor.
... – franziu as sobrancelhas, sentindo seu corpo começar a formigar ao entender o que estava querendo dizer. Ele passou uma mão ao redor da cintura dela e a puxou para cima, a impulsionando junto com seu corpo, os fazendo ficarem sentados sobre a mesa, ela em seu colo. Ele levou as mãos até o rosto dela, acariciando sua face suavemente. – Você está falando sério?
sorriu e repetiu o ato que ele havia feito mais cedo, pegando uma de suas mãos e a levando até seus lábios, beijando sua palma.
— Me deixe ser sua mulher, .
arregalou os olhos, assumindo uma expressão quase infantil e totalmente diferente da sempre intensa e provocante que fazia as pernas de bambearem, mas que fez rir e se apaixonar ainda mais por ele, se fosse possível. Então ele sorriu, o sorriso mais bonito que já o havia visto dar, e ele segurou as duas mãos dela entre as suas.
— Eu sei que em Roma eu tinha alianças e um buquê de rosas e que agora nós estamos nus em cima de uma mesa de jantar, mas levando em consideração que você fugiu de mim da primeira vez, eu diria que prefiro muito mais a situação atual. – Ele disse e sorriu, sentindo o aperto quente dele em sua mão. – ... Você quer se casar comigo? Quer ser minha mulher?
inclinou o corpo alguns centímetros para frente, sua boca encostando na de .
— Sim, eu quero. – Ela sussurrou de forma clara contra os lábios dele, sentindo-o formar um sorriso em resposta. – Quero me casar com você, ser sua mulher, quero que você seja meu homem e quero estar aqui todos os dias para cuidar, amar e brigar com você por cada coisa estúpida que você faz.
riu, meio anestesiado pelo momento, e soltou as mãos de apenas para levar uma até a cintura da mulher e emaranhar a outra nos fios de sua nuca.
— Eu te amo tanto. – Ele declarou, a mão passeando pelas curvas do corpo que ele adorava adorar.
— Eu te amo, . Hoje e sempre, de todas as formas.
Ele a puxou para um beijo que começou apaixonado e tranquilo, mas que se tornou quente e necessitado assim que as duas línguas se encontraram, como sempre acontecia. Então, virou na mesa com um pouco de brutalidade, ouvindo seu arfar quando suas costas se chocaram contra a superfície, mas tendo a confirmação de que isso era tudo o que ela queria ao senti-la morder seu lábio com gosto.
Ele desceu seus beijos pelo queixo e pescoço dela, chupando e lambendo a área sensível, e entrelaçou as pernas na cintura de em resposta, sentindo o choque delicioso dos dois quadris nus.
— De todas as formas, minha mulher.





Fim.



Nota da autora: Oi, meu anjo! Muito obrigada por ter dedicado um tempinho do seu dia lendo essa fic. Espero que tenha gostado e vou ficar muito feliz se você deixar um comentário aqui, pode ser para meter o pau, tá tudo bem, eu só quero muito muito saber o que você achou dessa história, haha :)
Se quiser me achar, trocar uma ideia e ver mais algumas outras fanfics minhas, dá uma olhada lá no meu Twitter.
Um beijão e até a próxima 💜





Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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