Última atualização: 27/09/2017

Capítulo 1

Kylie respirava fundo, tentando a todo custo controlar sua respiração e seus batimentos cardíacos, a ansiedade estava lhe consumindo e ela não sabia o que fazer. O grande dia havia chegado!
Sua viagem para Nova Iorque.
A garota, estudante do curso de línguas na Academia de Artes de São Francisco, Califórnia, estava contado os dias, as horas, minutos e segundos para essa tão esperada viagem.
Claro que a ideia de passar um dia inteiro num festival de música com suas bandas preferidas era o principal foco da viagem. Mas lá no fundo, Kylie sabia que só havia comprado o ingresso para esse evento porque era em Nova Iorque. E porque ele morava lá, Harry, seu pior e ao mesmo tempo, melhor problema. Ela ainda não tinha conseguido designar qual era o seu sentimento pelo estudante de Medicina da Universidade de Yale.
Tinha dias que Kylie simplesmente queria matá-lo, pela sua personalidade forte e opiniões indiscutíveis, mas haviam outros dias. Ah! E esses eram a maior parte. Nesses dias, ela sentia saudade, vontade de estar com ele, sentia-se livre apenas por trocar poucas mensagens com ele durante um dia inteiro, seu coração era preenchido com apenas algumas palavras, pois ela sabia que vinham dele. Eram sentimentos inexplicáveis e que nem ela mesma entendia.
Harry despertava o pior e o melhor da garota, com ele, Kylie havia tido as melhores sensações de sua vida.
Queria nunca ter se apegado tanto ao garoto, principalmente depois daquele dia...
Ah! Kylie com certeza nunca esqueceria o dia que fora dormir com um: “Boa noite, meu amor.” E acordara no outro com um: “Conheci outra pessoa, não podemos mais conversar.”
Ela nunca havia chorado tanto.
Sentia seu corpo todo doer, só de imaginar que não receberia mais uma mensagem sequer daquele no qual ela tinha dedicado um ano de sua vida, entregando-se por completo.
Por ele, quebrara alguns dogmas que seguia, por amor a Harry, a garota tomara atitudes que nunca pensou que tomaria.
Confusa. É a palavra que define exatamente o que se tornou a relação desses dois. Mas podemos tentar entender, aos poucos, encaixamos os fatos.
O maior problema que enfrentaram, foi a distância. Kylie morava em São Francisco e Harry, em Nova Iorque, eram quilômetros e mais quilômetros longes um do outro. Nenhum dos dois era rico ou algo do tipo, por isso, para eles, não seria a coisa mais fácil pegar um avião todo fim de mês, para que pudessem matar a saudade.
A verdade é que ambos embarcaram em uma relação totalmente perigosa, decidiram se envolver mesmo que fossem à distância. Mas o grande problema fora que ela havia se entregado por inteiro, se dispôs a andar junto a Harry numa corda bamba, na qual ele a deixou cair, ou melhor dizendo, ele caiu e a deixou para trás.
Um ano depois que estavam juntos, não assumido para a sociedade como namorados, mas ela já o considerava seu. Numa semana tranquila, na verdade, duas semanas depois de ter decidido fazer “sexo pelo telefone” com o amor da sua vida. Ele a deixou.
E aquilo, para Kylie, foi como se fosse uma criança, que estava feliz com seu doce nas mãos e de repente alguém o roubara dela.
Para alguns pode parecer tolice, mas ela se sentiu usada, completamente usada. Sentiu-se como se ele estivesse esperado esse tempo todo para arrancar dela algo que ainda não havia tido coragem de entregar a ninguém.
Sua primeira noite de prazer, de toda a sua vida.
Kylie era uma garota criada em uma família tradicional e rigorosa.
Aos dezesseis anos, havia dado seu primeiro beijo, com seu primeiro e único namorado, o mesmo que ficara com seu último beijo, e em plenos seus vinte e um anos de idade ela tinha beijado uma única pessoa, que dirá tido uma noite de prazer.
Mas ela se deixou levar pelo encantamento que aquele homem causava nela, e pelas palavras difíceis que ele pronunciava com tanta elegância. Ele nem ao menos precisou pedir para que ela se entregasse, foi natural.
E duas semanas depois estava Kylie aos prantos desesperada sem entender o porque desse laço rompido.
Se perguntava a todo momento, se havia feito algo de errado. Se o seu corpo não o agradava. Se fora algo que ela tinha falado que o fez tomar essa decisão, mas ele negou, disse que apenas uma única coisa os impediam de ficar juntos.
A distância. Maldita distância!
E porque toda essa confusão entre os dois?! Podemos imaginar: “se eles se gostavam, porque nunca ficaram juntos?”
Harry tinha necessidades que a distância não poderia lhe ajudar a suprir, e por mais que ele a achasse encantadora, uma garota apaixonante, como ele mesmo dizia, não podia tocá-la e nem beijá-la e isso bastou para que ele decidisse desistir do sentimento que haviam juntos, construído.
Kylie entrou em transe, ficou sem rumo, sem saber o que fazer da vida. Num momento ela estava acostumada a uma rotina na qual tinha alguém que se importava com ela e que cuidava dela (nos limites possíveis) e do nada, num dia comum, numa segunda-feira, simplesmente acordou sem nada.
Tentou focar nos estudos, estava no período de avaliações da universidade, mas isso piorava a situação, pois sempre que pegava uma prova nas mãos, se lembrava da mensagem que ele costumava mandar sempre antes dela fazer alguma atividade avaliativa.

“Boa sorte, meu amor, estou torcendo por você.”

E, ao invés de conseguir focar nos estudos, ela se confundia mais.
Tentou embarcar em outra relação, na intenção de substituir o vazio que Harry havia deixado. E essa fora a pior decisão que Kylie poderia ter tomado. Fora algo que quase a levou para o fundo do posso.
Mas nosso foco aqui é a relação confusa entre Harry e Kylie...
Passaram alguns meses, e nesse meio tempo, Kylie conseguiu levar a vida aceitando que não teria mais o amor de Harry para si.
Ela focou nos estudos e até um estágio em um jornal bem conceituado da cidade, Kylie havia conseguido.
Mas um vazio ainda existia, e com a falta daquele amigo que Harry era para ela, se atreveu a mandar uma mensagem.

“Oi.”

Fora tudo que escrevera para receber logo depois mensagens ofensivas, tão maldosas que até duvidou terem saído do Harry que ela conhecia, cogitou por ter sido sua nova namorada, e então desistiu finalmente de trocar qualquer palavra com ele.
E mais uma vez, meses se passaram e ele voltou.
Pediu a amizade da garota e ela ainda o amava, então aceitou de bom grado. Seu discurso era “Prefiro tê-lo como amigo, do quê não ter mais quem eu amo em minha vida.” Bom... No discurso era fácil, o difícil era colocar em prática.
Mas, vamos pulando os meses de conversas amigáveis que eles tiveram e ir logo para parte da viagem, não é mesmo?!
Kylie estava extremamente ansiosa para poder ao menos ver o seu amigo, vulgo, amor platônico. Ela passaria um fim de semana inteiro em Nova Iorque. E no seu inconsciente, a garota já havia fantasiado aqueles dias, milhares de vezes, foram tantos sonhos, que a deixaram louca. Acabou por torcer para que, pelo menos, pudessem tomar uma grande xícara de café juntos.
Colocar os pés no aeroporto JFK fez com que as pernas da garota se amolecessem por completo. Harry sabia que ela chegaria ali naquele horário, mas não estava ali.
Ela até se deixou imaginar como seria se ele a buscasse no aeroporto, depois eles almoçariam juntos e ela iria para o festival de música, e no final do dia, se reencontrariam.
Mas Kylie o conhecia como ninguém, e sabia que ele não queria se apegar a ninguém e por isso, com ela, ele não teria essas atitudes fofas, só as teria em sua imaginação utópica.
Em menos de uma hora já estava assinando os papeis para o check-in no hotel, assim que entrou no elevador, tomou o celular em suas mãos e enviou uma mensagem para Harry, a fim de encontrá-lo para o almoço.
Ela tomou um banho e se produziu para o seu grande dia, veria Harry pela primeira vez e queria estar bonita, mas também aquele festival de música era muito importante para ela, sua banda favorita tocaria.
Cerca de uma hora depois, quando Kylie já estava desistindo de esperá-lo responder, Harry deu sinal de vida combinando de encontrá-la num restaurante próximo ao hotel.
Ele nem a buscaria ali?! As esperanças de que algo pudesse acontecer só diminuíam a cada atitude tomada pelo garoto, e por mais que ela gostasse de todas as bandas que tocariam naquele dia, começara a se arrepender de ter gastado tanto para com essa viagem.
Mesmo estando um pouco abalada, Kylie retocou o batom e deu mais um retoque com o pó compacto no rosto e rapidamente já caminhava em direção ao restaurante. Sentia seu estômago revirar e os pelos dos braços se eriçarem, estava completamente ansiosa e não conseguia evitar.
E lá estava ele, parado na porta do restaurante encostado em seu Audi que estava estacionado ali. Ela queria poder se agarrar ao pescoço dele e abraçá-lo, dizendo o quão estava feliz em vê-lo, mas pela primeira vez em sua vida Kylie conseguiu conter seus impulsos. Se aproximou parando em frente ao garoto lhe lançando apenas um sorriso alegre, ele também sorriu, e todo o corpo da garota se amoleceu com tal ato.

- Oi! – ela disse tímida passando as mãos nos cabelos ondulados com a intenção de colocá-los no lugar.

Harry não disse nada, apenas sorriu e apoiou as mãos na cintura da garota a puxando para um abraço. Afinal, ele não seria assim tão frio com ela, não é?! Pelo menos um abraço, isso não faria com que ele se apegasse a garota.
Ele era bem mais alto que ela e por isso, ela pode encostar a cabeça no peito do garoto enquanto o abraçava, ficara decepcionada ao perceber o as batidas do coração dele não estavam descompassadas como as dela. Mas em momento algum deixou transparecer sua decepção.
Almoçaram juntos e conversaram como se fossem grandes amigos de infância que se encontravam para almoçar todos os fins de semana.
As bochechas da garota rosadas pela maquiagem, ficaram mais coradas aos momentos em que ele soltava alguns elogios para ela.
Ele até pensou que se fizesse isso com tanta frequência como estava fazendo, poderia se arrepender depois. Mas ver o sorriso que se formava no rosto da garota toda vez que ele mencionava o quanto ela era linda, enchia seu coração. Harry tentava se conter, mas naquele momento tudo que passava pela cabeça dele era como seria tê-la para ele, de verdade, não no seu imaginário como já fizera várias vezes.
E com esse pensamento, por impulso, sendo levado pela vontade de poder tê-la, ele a convidou para sair, novamente.

- Poderíamos nos ver mais tarde... – lançou a frase no ar se concentrando no prato que estava posto a sua frente, com medo de que ela não aceitasse.

Ele sempre deixou claro que não poderiam ter nada, mas nunca disse que não a quisesse. Ele adorava o sorriso angelical que formava no rosto daquela garota, e adorava mais ainda como suas atitudes angelicais se transformavam perversas quando o assunto eram os dois trancados em quatro paredes.

- O Rock The Lates acaba às nove da noite – ela tentou não demonstrar a ansiedade que tomou conta de seu coração no momento.
- Posso te buscar lá?! Quando acabar, claro – ele sorriu um pouco constrangido com suas próprias atitudes, ele estava sendo muito impulsivo, nunca era assim.

Mas quando o assunto era Kylie, ele nunca podia ter certeza de nada, ela sempre despertava pensamentos e atitudes loucas no garoto.
Ela sorriu radiante.

- Claro! – respondeu não se preocupou para onde ele a levaria, ou o porquê de ele estar querendo buscá-la. Simplesmente concordou.

Aquela pergunta era tudo que ela mais queria ouvir naquela hora, essa viagem, ela havia feito com a intenção de ouvir aquelas palavras saindo da boca de Harry. Tudo que Kylie mais desejava era que ele a quisesse por perto, nem que fosse apenas para conversar.
Mas cá entre nós...
Ele não queria apenas conversar...
Depois do almoço ele a levou de volta para o hotel, que não era longe de onde estavam, mas ele queria poder ficar sozinho com ela em seu carro.
Ele relembrou de todas as conversas mais bobas que tiveram, quando o assunto era: os dois, sozinhos, num carro de vidros escuros e todo fechado. E é claro, que algo não apropriado para todas as idades era dito.
Se despediram com um selinho, que ele roubou assim que ela saia do carro, a deixando sem reação até mesmo para aprofundar aquilo em um beijo. Quando Kylie percebeu que seus lábios haviam se tocado, ele já estava arrancando com o carro para fora dali.
Harry queria deixá-la com vontade, com desejo de beijá-lo, assim, não receberia um fora nem mesmo um tapa na cara mais tarde.
A garota subiu correndo para seu quarto, só colocou alguns acessórios de maquiagem dentro da bolsa, e solicitou um carro pelo aplicativo do celular, para que pudesse chegar ao local a tempo.
O festival seria em um espaço aberto, todo gramado ao ar livre. Quando Kylie chegou lá, já estava lotado de gente, não era para menos, afinal, ela chegou cinco minutos antes dos portões abrirem.
Logo ela correu para retirar seu ingresso e seus brindes na bilheteria, e assim que recebeu tudo, caminhou em direção ao palco. Apesar de ser um festival de músicas, havia ali apenas um palco, muito grande, onde ocorreriam todos os shows, cada uma das cinco bandas teriam cerca de cinquenta minutos de show. Era pouco, claro. Mas era mais barato pagar por pouco tempo e várias bandas, do que ir a um show de três horas para cada uma.
Cerca de vinte minutos passaram e a primeira banda já subia ao palco, ela não conhecia muitas músicas desse grupo em questão, mas se enturmou com a galera que estava ao seu lado curtindo o show.
Kylie se divertiu tanto nesse festival, fez amizades, bebeu, riu das palhaçadas que as pessoas bêbadas que ela se juntou, faziam. Tudo estava tão bom, que ela nem ao menos se lembrara de Harry.
Só quando a sua banda preferida entrou, e tocou uma musica que a fazia lembrar dele, é que ela pareceu se dar conta de que desde que chegara no local do show não havia pego o telefone para mandar alguma mensagem para ele ou algo do tipo. E foi só então, ao perceber que aquela era a última banda que tocaria naquele festival, que ela se lembrou de mandar uma mensagem para ele sair de casa (que não era tão perto assim dali) para encontrá-la.
Assim que ela mandou a mensagem, ele visualizou, mal sabia Kylie que Harry estava o dia inteiro entrando e saindo do aplicativos de mensagens na esperança de ter algum sinal da garota. Ele estava ansioso para encontrá-la, queria poder tê-la em seus braços assim como planejou desde que ficaram mais íntimos. Pode parecer uma atitude feia, mas até quando ele parou de conversar com Kylie para namorar uma garota de Nova Iorque, ele pensava nela. Teve alguns momentos em que passou com a namorada, que via perfeitamente Kylie ali no lugar dela, pois eles haviam planejado tantas coisas juntos, que fariam quando se vissem que não tinha como não imaginar como seria com ela ali, ao invés de outra garota.
Kylie que estava curtindo o show de sua banda, nem percebera quando seu celular vibrou com a primeira mensagem de Harry dizendo “estou a caminho, princesa.” Como nem vira o objeto vibrar na segunda mensagem quando ele disse: “estou te esperando em frente ao portão, meu bem!”.
Para ela, aquele show estava tão bom, que nem conseguiu se lembrar dele, nem mesmo ver a forma carinhosa como ele havia escrito as mensagens, já fazia tempo desde a última vez que ele a chamou de “princesa”.
O vocalista da banda se despediu antes de tocar a última música do show, e poucos minutos depois Kylie já caminhava para fora dali junto a multidão, com algumas lágrimas nos olhos pelo fim do festival, mas um sorriso imenso no rosto, pelo fato de ter sido tão bom.
Não foi difícil achar Harry entre a multidão, o carro dele estava exatamente em frente ao portão do lugar, mesmo estando rodeada por milhares de pessoas, ela consegui encontrá-lo.
Ela deu alguns passos em direção ao garoto que assim que a viu, deixou um sorriso bobo se formar em seus lábios. Ele estava tentando não demonstrar seus sentimentos, mas vê-la sorrindo, com as bochechas rosadas e cabelo bagunçado, criaram pensamentos inapropriados na mente de Harry.
Ah! Como ele a queria. Queria ali, naquele exato momento. Se não fosse crime, ele tiraria a roupa dela ali mesmo naquele momento, a jogaria sobre o capô do carro e lhe beijaria de maneira voraz.

- Oi – a voz de Kylie despertou Harry de seus pensamentos impróprios.

Se Kylie soubesse o quão louco ela o deixou com apenas um sorriso, saberia que tudo que ela estava sonhando poderia acontecer a qualquer momento.

- Você está linda – ele disse por impulso, quando percebeu, as palavras já haviam saído de sua boca.
- Você já me viu hoje, Harry – Kylie sorriu se esforçando para não deixar que ele percebesse que aquele elogio havia lhe afetado.

E naquele momento, ele não conseguiu se conter e não compartilhar com ela o que se passava em seu consciente. Se aproximou de Kylie, apoiando suas mãos na cintura da garota a puxando para perto dele, deixando que ela sentisse o efeito que um pequeno sorriso dela estava surtindo nele.
As bochechas dela coraram fortemente ao sentir o volume considerável, que se formava nas calças de Harry, batendo contra seu umbigo.
Colou os lábios ao pé do ouvido direito dela, salivando, fazendo com que o corpo todo da garota se arrepiasse.

- Mas antes você não estava com essa aparência pós-sexo que me deixa louco – Kylie engoliu em seco ao ouvir aquela frase, algo dentro dela se remexeu, lá em baixo, a deixando desconcertada por estarem em público.
- Para onde iremos?! – perguntou ainda bem próximo a ele, tentando afastar aquelas sensações de dentro dela, aquele não era um bom lugar para sentir aquelas coisas.
- Um pub! – Harry respondeu se afastando enquanto caminhava em direção à porta do motorista no carro.

Infelizmente, não podemos fantasiar achando que ele abriu a porta para ela, essa seria apenas uma atitude que ele tomaria na visão utópica que Kylie tinha de Harry. A realidade era outra. Ele até poderia estar louco por ela, mas ainda mantinha aquele discurso de não se apegar.
Kylie apenas entrou no carro logo afivelando o cinto de segurança e ao pousar a cabeça no encosto do banco, fechou os olhos, a fim de controlar a respiração que estava descompassada e ela nem havia percebido, isso se chamava efeito Harry, e a garota estava tentando lidar com essa situação na qual ele a deixava.
O pub que ele a levou não era muito longe dali, por isso, em poucos minutos os dois já estavam no local.
Harry tomou a mão da garota segurando-a firme no momento em que entraram no pub e os olhares famintos de todos os homens que estavam naquele local caíram sobre ela.
E um Harry possessivo apareceu. O garoto fechou a cara numa expressão séria e passou o braço pelos ombros da garota num abraço de lado, mostrando para todos que estavam ali que ela era dele.
Kylie manteve um sorriso bobo no rosto, não pelo fato de ele ter se tornado possessivo naquele momento, até porque ela nem havia percebido isso. A morena estava imaginando que ele a queria mais por perto e por isso estava a abraçando.
Como um todo até que isso não era mentira, Harry a queria por perto, mais do que ela imaginava. Ele a queria por inteiro, se é que vocês me entendem.

- Esses caras estão te devorando com os olhos! – Harry falou com raiva, ele já havia tomado alguns copos de cerveja e por isso seu humor já estava alterado.

Kylie gargalhou, também um pouco alterada e olhou ao redor.

- O que é bonito, foi feito para ser admirado – respondeu dando de ombros, com a intensão de provocá-lo.

Deu certo, pois Harry bufou irritado e arrastou sua cadeira para ficar mais próximo dela, e mais uma vez naquela noite, passou um dos braços em torno da garota, a fim de mostrar para os outros que ela era dele. Pelo menos naquela noite.
Colou os lábios no canto da orelha direita dela, respirou fundo, causando um pequeno arrepio em Kylie pelo contato da respiração quente dele com a pele dela.

- Realmente, você é muito bonita... – sussurrou lentamente – Essa roupa lhe caiu perfeitamente bem – a boca de Harry salivou, causando mais uma vez, arrepios na morena – Mas eu adoraria vê-la sem ela...

Kylie se engasgou com a bebida que estava tomando, fazendo com que Harry soltasse um riso convencido, percebendo que suas palavras haviam surtido efeito.
Respirando fundo, Kylie se recompôs e olhou para o homem de cabelos cacheados e olhos verdes ao seu lado.

- Você teve sua chance – falou de maneira calma encarando firmemente os olhos dele – Mas a jogou fora...

Tomou mais um gole de sua bebida finalizando, logo levantando a mão pedindo para que o garçom trouxesse outra.
Uma, duas, mais três doses e Kylie estava fora de seu consciente normal. Sorria de qualquer olhar torto que Harry lançava para os outros homens que a olhavam.
E pela primeira vez em muito tempo, se sentiu desejada.
Harry já havia demostrado ciúmes pela garota por mensagens a distância, nada se comparava com vê-lo totalmente emburrado e jogado em sua cadeira naquele bar.
Algumas horas se passaram e a bebida acabou por aliviar a carranca de Harry, agora, ele também mantinha um sorriso no rosto, era obvio que esse sorriso era reflexo do de Kylie, mas ele nunca admitiria isso.

- Harriezitoooo!! – Kylie sussurrou as palavras puxadas ao pé do ouvido dele.

O corpo do garoto estremeceu, se ele pudesse naquele momento, a pegaria pelo braço e a levaria pra qualquer lugar onde pudessem ficar sozinhos e fazerem loucuras.

- Fale, meu amor... – a voz grave dele saiu lentamente daqueles lábios extremamente rosados.

Os pelos da nuca de Kylie se eriçaram.

- Ai, nossa! Fala assim comigo na cama que faço o que você quiser! – Ela gargalhou.

A bebida já havia tomado conta de seu consciente, e por isso a garota já estava sem papas na língua.
E é claro que Harry não deixaria essa deixa passar, ela estava bêbada, mas não o suficiente para dizermos que não gostaria de ir para cama com Harry. Era evidente que ela queria, ele era o amor da vida dela, só não tinha contagem de dizer isso sóbria.

- E se eu sussurrar no seu ouvido que quero... – ele passou a língua entre os lábios os molhando, um formigamento fora provocado nas partes baixas de Kylie, aquele homem a deixava louca com um simples ato – Te foder... Loucamente, até o sol aparecer – ele colocou os lábios a orelha dela para falar isso.

E bom... Ela tentou, minha gente, tentou resisti-lo, mas quem disse que ela queria?!
Ao ouvir essa frase sair lentamente da boca de Harry, sua parte íntima se encharcou.
Kylie deu um pulo da cadeira onde estava sentada, se colocou em pé atrás da que ele estava e cravando as unhas fortemente nos ombros de Harry. Abaixou o corpo até que seus lábios estivessem colados ao pé do ouvido de Harry.

- E se eu te disser que o que eu mais quero nessa noite, é que você me foda, loucamente – ela sussurrou deixando uma mordidinha no lóbulo da orelha dele.

Concertou a postura do seu corpo, e sorriu quando Harry se virou para olhá-la, também sorrindo.
Rapidamente ele resolveu o valor que teria de pagar naquele pub e logo os dois já estavam dentro do carro.
Harry sentado no banco do carona, com Kylie em seu colo. A garota com os braços envoltos ao redor do pescoço dele, enquanto o mesmo segurava firme na cintura dela, pressionando o corpo da morena contra sua pelve.
Ah! Eles estavam loucos um pelo outro. Era muito desejo reprimido, muita saudade, tudo entre eles era muito intenso.
Mas Harry não queria ficar a noite toda naquele carro, eles tinham um quarto de hotel, livre para que os dois pudessem fazer o que quisessem.
Por isso ficaram ali só por alguns minutos e logo ele já dirigia em direção ao hotel onde Kylie estava hospedada.
Eles foram em silêncio até o edifício, afinal o que eles queriam fazer não precisava de palavras e sim de ações.
Em menos de trinta minutos os dois já estavam no elevador do prédio, e do térreo até o décimo quinto andar era um caminho longo para quem estava com os desejos reprimidos.
Assim que as portas se fecharam e o elevador começou a subir, Harry prensou o corpo de Kylie contra a parede daquela caixa metálica, se abaixou um pouco para pegar as pernas da garota e imediatamente ela já estava agarrada ao colo dele, com pernas e braços enlaçados a ele, enquanto seus lábios se envolviam lentamente.
Já dentro do quarto, ainda agarrada ao corpo dele, Kylie aproximou os lábios aos dele sem beijá-lo, sentindo respiração pesada e descompensada dele, batendo contra seu rosto, a garota deixou uma pequena mordida no lábio inferior dele.

- Hazz... - sussurrou provocativa, deixando com que o apelido dele saísse como um gemido rouco.

Ela não precisou fazer mais nada para que ele agarrasse a cintura dela com rapidez e agilidade. Um pequeno grito agudo escapou dos lábios dela, assim que ele a jogou sobre a cama.
Harry a beijava lentamente. Não somente os lábios de Kylie eram beijados por ele, mas todo o corpo da garota, ele a queria, mas não tinha pressa para que tudo acontecesse, ele queria que aquele momento fosse memorável, para os dois.
Por isso, ele faria cada momento lentamente, para que tudo pudesse ficar marcado em suas memórias.
Seus beijos chegaram até os pés da morena e logo ele levantou o rosto encarando os olhos dela. Era um brilho diferente, ele nunca havia visto nas mensagens de vídeo, nem nas fotos que ela o mandava.
E era isso que ele queria, a proximidade que a distância não os permitia. Poder fazê-la sorrir, e assistir de perto.
Ele voltou seu corpo para cima do dela, deixando suas faces frente a frente, próximas uma da outra. Suavemente ele passou os dedos pelo rosto de Kylie, logo descendo para o queixo da garota, o segurou e puxou o rosto dela juntando os lábios de ambos.
Enquanto ele a beijava, uma de suas mãos acariciavam os cabelos de Kylie e a outra apertava a cintura da garota enquanto seu cotovelo apoiava seu corpo sobre o dela.

- Tem ideia do que eu vou fazer com você?!- ele sussurrou com os lábios próximos aos de Kylie.
- Me surpreenda – ela sussurrou a fim de provocá-lo, colocou as mãos por dentro da camisa dele, arrastando suas unhas por seu abdómen.
Ele tomou os lábios dela de maneira voraz, a mais selvagem na qual alguém já havia lhe beijado.
Ah! Como era bom o gosto dos lábios dela. Pensara o garoto completamente vidrado em sentir mais e mais aquele gosto que ele não conseguira encontrar em nenhuma outra garota.
Em um pedido silencioso, Kylie virou o rosto deixando totalmente livre o acesso, para que Harry explorasse a pele de seu pescoço que agora já estava completamente arrepiada por seus toques.
Kylie não o parou, não pensou, nem o questionou, simplesmente se entregou com paixão ao seu amor. Pois era ali que ela queria estar, nos braços dele, onde ninguém poderia lhe impedir de ser feliz, onde ninguém lhe machucaria, pois ela sabia que ele a protegeria, afinal, ele era, e sempre seria, o amor da vida dela.
A garota soube o que viria em seguida, mas não pôde deixar de ficar sem ar quando ele a puxou pela barra do seu short jeans, logo o desabotoando.
As mãos de Harry subiram pelo corpo dela e pararam em sua cintura, lentamente apertou aquela região do corpo da garota. Kylie jogou os braços ao redor do pescoço dele, sentindo os músculos de suas costas.
Ele se separou dela, um pouco contragosto, mas fora por uma boa causa, logo ele já estava a despindo de seu cropped.
Carinhosamente os dedos de sua mão subiram pelo braço, ombro, pescoço e enfim maxilar. Por onde eles passavam deixavam seu rastro causando em Kylie um gostoso arrepio, sem tirar os olhos dos dela, ele acariciou a bochecha da garota que naquele momento começara a ficar corada.
Talvez o efeito do álcool que lhe dava tamanha coragem tivesse passado, mas ele não permitiu que ela recuasse, ele sabia que ela queria aquilo tanto quanto ele. Sutilmente encaixou novamente seus lábios aos dela.
Mais uma vez naquela noite ela enlaçou os braços ao redor do pescoço dele, um de cada vez. Seu coração batia forte, mas Kylie não se sentia nem um pouco nervosa.
Ele era o amor da vida dela, ela sentia isso, tinha certeza, e havia o escolhido para aquele momento. Mesmo que fosse ali a primeira vez em que ela fizera isso, estava decidida e se entregaria a ele. Era algo natural.

- Pensei que isso nunca passaria dos meus sonhos e devaneios – ela admitiu.

Harry mordeu o lábio e a encarou com um pequeno sorriso no rosto.

- Bom, nós estamos aqui agora – ele beijou os lábios dela – E temos muito. Desejo. Reprimido.

Cada pausa foi pontuada por um beijo.
Harry aconchegou os corpos dos dois mais ao meio daquela imensa cama, imediatamente já tirando seus sapatos e os de Kylie já haviam ficados jogados por algum canto daquele quarto.
Enquanto o beijava, Kylie soube o que estava prestes a acontecer, estava em sã consciência, não existia mais efeito alcóolico em seu sangue.
Ela já estava vestida apenas com suas roupas íntimas e era evidente no modo como Harry a beijava, em como ele segurava firmemente sua cintura, puxando seu quadril de encontro ao dele, no jeito que ela puxava o cabelo dele e arqueava as costas.
Eles não eram mais tão amigos, muito menos namorados, mas eram um do outro. Sempre foram. Sempre seriam.
Kylie escorregou as mãos sobre os braços dele, sentindo cada um de seus músculos. Harry soltou os lábios dela e a admirou por um momento. A inocência era transparente nos olhos dela e isso deixava tudo mais doce e excitante ao mesmo tempo, era o jeito dela, no qual ele sempre amou.
A garota passou as pontas dos dedos pelas veias dilatadas no pescoço dele, vendo a pele se arrepiar.
Ele se ajoelhou e tirou a camiseta.
Kylie não sabia se olhava para as tatuagens ou para o abdômen totalmente definido de Harry. E isso a encantara, pois sempre revelou a ele que amava tatuagens e que nunca poderia fazer, pois seus pais não permitiriam e falariam para ela que aquilo era um pecado e que ela queimaria no fogo do inferno, mas Kylie sempre soube que as coisas não eram bem assim, porém ela os respeitava.
Então ela subiu os dedos por seu corpo, sentindo cada ondulação antes de chegar à tatuagem gravada no meio do peito dele. Uma borboleta. Ela dedilhou o desenho e arfou. Já não bastava às perfeitas formas desenhadas pelos braços, ele tinha que ter o desenho preferido dela e do mesmo formato tatuado no meio do peito?
Para Kylie, a borboleta era um símbolo de liberdade, tudo que ela sempre almejara para sua vida. Liberdade.

- Uau! - a palavra em completo encantamento simplesmente saiu dos lábios dela que logo corou ao ver que esse som saíra de si.

Ele riu, se aproximou novamente e sussurrou perto dos lábios dela:

- Eu sabia que iria gostar... - ele sorriu malandro.

Ela o olhou, curiosa.

- Mas...
- Eu a fiz, assim que soube que viria à Nova Iorque.

Kylie ficou sem palavras, não sabia o que dizer. Harry sempre deixou tão claro que não queria se aproximar dela, e agora estava ali, admitindo que havia tatuado algo por ela.

- Eu sei... - ele soltou um pequeno riso, pela reação dela. – Eu disse que não queria me aproximar... Mas você fez isso comigo sem perceber, sem que eu me deixasse negar, me amarrei a você e só tive certeza disso agora.
- Eu... - ela ainda tentava procurar palavras para dizer frente aquela declaração dele.

Ele não havia dito que a amava ou algo do tipo, mas era quase isso, não?!
Ela olhou nos olhos dele por um momento. Depois se adiantou e tomou seus lábios com os dela.
Kylie arranhou sua nuca com carinho e mordeu o lábio dele porque sabia que se arrepiaria com isso. Se adiantou para beijar o pescoço dele porque sabia que quando eles namoraram a distância, ele comentava esse ser seu ponto fraco. Ela sempre tivera uma atração inexplicável pelo pescoço de Harry, mesmo nunca o vendo pessoalmente. Agora, finalmente poderia beijar e morder cada pedaço. A reação dele não deixou a desejar.
Primeiro, ele segurou na cintura dela com força. Kylie se arrepiava a cada suspiro que ele dava. Depois, Harry se afastou para tirar sua calça que logo já estava fazendo companhia para sua camisa, em algum canto do quarto. Ele correu os olhos pelo corpo da garota e Kylie viu o desejo estampado em seus olhos.
Ele sorriu.
Kylie encurvou o corpo, e segurando uma das mãos dele ela o conduziu a despi-la por completo. E com isso ele não se conteve em deixar gemido escapar de seus lábios.
Kylie fechou os olhos e embrenhou os dedos no cabelo de Harry, mantendo-o ali. Ela se arrepiava mais a cada toque dos lábios e da língua dele. Sua barriga se contraía a cada respiração curta. Harry desceu os beijos pelo corpo da garota passando pelo vale entre os seios dela, rumo ao seu destino e logo já estava depositando alguns beijos e sucções no abdômen dela.
O toque dos lábios de Harry em seu abdômen fez com que Kylie soltasse um gemido sôfrego, se extasiando com aquele momento. Apesar de parecer estranho mesmo eles namorando a distância, apenas por vídeos, mensagens e ligações, Harry conhecia cada pedaço de Kylie, cada mania, cada qualidade e cada defeito. Era para ser assim. Sempre fora.
Mesmo com Kylie puxando seus cabelos e se recusando a deixar que Harry se movesse um milímetro que fosse, ele conseguiu morder a pele de sua barriga e seguir beijando o vale entre seus seios, seu colo e seu pescoço e por fim voltar para a boca dela. Harry sentia os músculos dela se contraírem ao sentirem o toque de seus lábios, o que o deixava cada vez mais louco por ela.
Kylie não tinha o corpo exigido pela sociedade, ela tinha sim, algumas gordurinhas a mais, um quadril mais avantajado e pernas grossas.
E por mais que ela fosse insegura com seu corpo, estando com Harry, ela sabia que não precisaria. Em toda a sua vida, ele havia sido o único que demonstrara desejo por ela, sendo como ela é. O corpo de Kylie o enlouquecia, e isso era o que ela queria, sentir-se desejada por quem ela mais desejava ser.
Harry queria ir com calma, queria mostrar o quanto estava sentindo falta dela, o quanto gostava dela. Mas o desejo estava o consumindo.
Ter Kylie ali tão entregue para ele daquela maneira, já era por si só completamente mágico e especial. Ele queria tê-la por completo naquele momento, queria sentir como era estar dentro dela, como era a sensação de sentir seus corpos se fundindo em um fenômeno natural completamente prazeroso e cheio de desejo, na forma em como eles estavam fazendo. Kylie sentia que se ele esperasse mais um minuto, ela explodiria ali antes mesmo de senti-lo. Era tão bom ter finalmente o toque dos lábios dele nos dela, ter as mãos dele a tocando intimamente, assim como sempre planejaram.
Era perfeito. Porque ele é quem estava ali.
Em pouco tempo, ambos já estavam nus, um para o outro. Eles entraram debaixo dos lençóis e continuaram se beijando. Harry tomou as precauções necessárias e se inclinou sobre Kylie pela milésima vez naquela noite. A garota o puxou pelos cabelos embrenhando seus dedos ali e tomou seus lábios no momento em que ele investiu contra ela.
Kylie soltou seus lábios para arfar, mas foi só por um momento antes de voltar a beijá-lo novamente. O corpo dela respondia ao dele perfeitamente com movimentos lentos e fortes que aumentaram de velocidade gradativamente.
Era tão doloroso para ela, mas era triunfante e totalmente prazeroso pensar que agora ela finalmente estava ali, com ele, tão perfeito para ela era aquele momento que a mesma não se importava com a dor incômoda que aquilo estava fazendo e com isso rapidamente se desfez, deixando Kylie aproveitar com todo o seu ser, aquele momento.
Harry por sua vez, pensou que enlouqueceria de prazer só pelo fato de finalmente ter Kylie só para si, mas ela arranhava suas costas com força e tinha largado seus lábios para deixar um gemido escapar por sua garganta. Isso elevou a sensação ainda mais. Ele estava com a mulher da sua vida, sabia que estava.

{...}

Kylie respirou fundo desejando parar o tempo e nunca mais precisar sair dali. O dia com certeza já havia amanhecido, mas as cortinas do quarto estavam fechadas, o que favorecia para um ambiente silencioso e acolhedor.
Deitada agarrada ao corpo de Harry, o calor de ambos os aquecendo, ainda estavam nus. Não tiveram forças para vestir roupas depois da noite que tiveram, porém, nem se preocuparam com isso.
Ele ainda dormia, e ela já se lamentava por estar tão próxima a hora de partir. Ela o amava e não queria deixá-lo, principalmente sabendo que eles nunca mais seriam como antes.
Talvez agora, depois disso, nem mais amigos.
Kylie não sabe ao certo quando tempo ficou assim deitada agarrada ao corpo de Harry, mas em um momento ele acordou e a olhou.
No mesmo momento a noite anterior veio em sua mente, e ele sorriu triunfante.
Ela retribuiu.
Não houve troca de palavras, somente de olhares, intensos. Sem possibilidade alguma em descrevê-los.
Kylie nem quis descer para o restaurante do hotel, para tomar café, quis aproveitar ao máximo aquele momento com Harry.
Mas uma hora teriam que levantar, descer para o hall e fazer o check-out.
E essa hora havia chegado. Kylie já havia se levantado tomado um banho junto a Harry, onde se amaram pela última vez naquele dia. As malas já estavam prontas no porta malas do carro dele e ambos estavam na recepção fazendo o check-out.
O voo dela seria somente daqui a quatro horas, e talvez eles pudessem viver mais uma aventura até lá.
Mas ele preferiu voltar a soar frio com a garota, trocaram poucas palavras desde que entraram no carro. Harry a levou ao Starbucks e lá, juntos tomaram um café com croissant e por fim dividiram uma fatia de red velvet.
No carro, em uma rua deserta próximo ao aeroporto, eles trocaram alguns beijos quentes e caricias.
Por mais que Harry estivesse tentando não se apegar, ele queria aproveitar ao máximo que pudesse do tempo em que ela estaria ali.
Kylie respirava rápido com o corpo em cima do de Harry, estavam sentados no banco traseiro do carro.
Vale destacar que o automóvel tinha todos os vidros escuros, e ninguém que estava do lado de fora poderia ver o que acontecia dentro dele.
Ela encostou sua testa na dele, encarando seus olhos verdes.
Uma pequena vontade de chorar lhe acometeu, ter que dar adeus a tudo que havia vivido naquele fim de semana, não seria fácil, mas ela não demonstraria para ele.

- Ky... – ele sussurrou, não carinhosamente, nem sedutor. Simplesmente sussurrou. A frieza já estava voltando a fazer parte daquele ser. – Você sabe que nós não voltaremos a ser como éramos antes, não é?!

Ela respirou fundo, saindo de cima do corpo dele se sentando ao seu lado. Ela sabia, sempre soube.

- Claro, Harry, não sou tão tola – ela encostou a cabeça no banco do carro e tombou o rosto para olhá-lo.

A frieza nos olhos daquele garoto, acabou conseguindo esfriar o coração dela também, mandando embora qualquer esperança que ela tivesse de voltarem.
Ela sorriu para ele e beijou os lábios do garoto, estava na hora de partir. E aquele seria o último beijo. E por isso, mesmo sendo tratada com tamanha frieza pelo garoto de olhos verdes, ela aprofundou ao máximo que podia aquele beijo, queria deixar marcado em sua mente o gosto daqueles lábios.
Já no avião, no ar, Kylie conectou seus fones de ouvido ao rádio da aeronave que tocava alguma música pop, e que só depois de algum tempo ela reconheceu. Prestou atenção naquela letra e sorriu, se identificando por completo com aquela canção.
Kylie tocou levemente em seus lábios, sentindo aquele gostinho que ficou do ultimo beijo, e Aftertaste para ela nunca havia feito tanto sentido, como fizera naquele momento.
Afinal, mesmo que não fossem ficar juntos, e talvez nunca mais se falassem ou vivessem um momento como aquele novamente. Ela sabia que ele nunca aceitaria voltar a namorarem a distância, sabia que poderia nunca mais o ter, mas para ela isso não importava mais, e aquela canção lhe dizia isso. O que importava era o que aquele último beijo, aquele ultimo toque lhes permitiu sentir.

“But one thing I know that will always remain and that's the aftertaste...”



Fim




Nota da autora: Sem nota.





Qualquer erro nessa fanfic e reclamações somente no e-mail.




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