Última atualização: 15/07/2018

Capítulo Único

Sábado, 20 de julho de 2008. Boston, 8h23 am.

mal pode acreditar que está acordada às oito da manhã sem reclamar. Ela tenta se conter, mas está empolgada demais para ver a mãe, mesmo que tenham se visto há pouco mais de um mês. Dessa vez é diferente, pois seus amigos estão indo junto com ela e a garota mal pode esperar pra mostrar o melhor de Nova York para eles. Está tão feliz que passa pela sala com um sorriso no rosto e até solta um “bom dia” para seu pai e a esposa–superjovem dele, mas acrescenta mentalmente que nunca estará feliz o suficiente para se sentar e tomar café. Ao invés disso, vai direto para o carro, joga sua mala no porta–malas e coloca uma música qualquer pra tocar enquanto abre um pacote de doritos e dirige até a casa de sua amiga Joy, que fica há três quadras de distância da sua. Não demora muito e logo a buzina soa em frente à casa de Joy, e se diverte assistindo uma Joy destrambelhada trazer uma mala gigante e que com certeza está mais pesada que ela.
– Que isso, Joy, ‘tá louca? Nós só vamos viajar por uma semana! – fala quando ela se abaixa na janela do carona para ver a amiga.
– Eu preciso ter várias opções de look, ! E se surgir algum evento e eu não tiver roupa pra usar? – a motorista rola os olhos. Pensando que Joy pode parecer fútil às vezes, mas de todos, é uma das que mais se parece com ela. Eu a perdoei pelos lapsos de futilidade quando fomos juntas fazer uma tatuagem das relíquias da morte. relembra. – Então tá. Põe a mala lá atrás e vamos.
– Ehrm, pode me dar uma ajudinha? Eu não vou conseguir erguer essa mala sozinha.
– Meu Deus, Joy! Não tinha mesmo que trazer tanta coisa. – Disse ela tendo que sair do carro para ajudá–la.
– Cala a boca, . Aposto que você encheu o banco de trás de bobeiras e nem por isso estou te dando broncas.
– A culpa não é minha se você não pode comer glúten!
– E você poderia não trazer isso pra não passar vontade na sua amiga, não é, ?
– Vou ter que pensar no seu caso da próxima vez que eu for comer, Joy, já que 99% das coisas que eu como têm glúten!
– Que seja, . Vamos logo. Qual a próxima parada?
– Casa da Becca! Charlie também vai estar lá. Assim só precisamos passar no Tom e cair na estrada.
– Ainda bem que você passou aqui primeiro, assim vou poder ir na frente. – Joy fala animada, logo se sentando ao lado do motorista e aumentando o volume do som, que tocava Avril Lavigne. entra no carro também, se sentando atrás do volante.
As duas passam os próximos quinze minutos cantando animadas as músicas enquanto vão rumo à casa de Becca, quando chegam em frente à casa da terceira garota, nem é preciso buzinar para que ela e Chalie apareçam de fora, tamanho é o volume do som. Os dois correm até o carro e indica o porta–malas pra que eles coloquem as mochilas e logo os dois se juntam no banco de trás gritando ”ois” abafados enquanto acelera rumo à casa do último amigo. É quando começa a tocar Here's to Never Growing Up da Avril, que eles se empolgam mais ainda, gritando animados e cantando a plenos pulmões num sábado de manhã. Mas é quando chegam à casa de Tom que uma nuvem negra começa a pairar sobre . está parado ao lado de Tom com uma mochila pendendo num ombro só. Não é preciso muito pra entender que Tom resolveu levar o primo para a viagem sem avisar antes, e constatar isso é como levar um balde de água fria que lava toda a animação da garota. Ela desliga o rádio e sai do carro, irritada.
– O que ele está fazendo aqui? – seus olhos estão focados em Tom, que lança um sorriso amarelo a amiga.
– Bom dia pra você também, esquisita. – se intromete.
– Não falei com você, garoto de ouro da Griffy School. – Lança–lhe um olhar de desdém e logo se volta para Tom. – Responda!
– Bom, os pais de Justin foram visitar a vovó e o vovô na fazenda deles e não quis ir, por isso está hospedado aqui em casa. Quando eu falei que iria viajar, mamãe sugeriu que fosse conosco e bom, ele aceitou.
– Você não foi convidado! – se direciona a .
– Ora, , não seja mal educada. Se você não me deixar ir, eu vou voltar cabisbaixo pra casa da tia Rachel – ele fala apontando pra trás – E falar pra ela o quanto foi grosseira e tratou mal o sobrinho dela. Eu sei que você e a tia Rach se dão bem, mas será que ainda vai ser assim quando ela souber que você é tão mal educada comigo? Acho que ela não deixa nem o Tom chegar perto de você depois disso. – fala com um sorriso irônico.
Ele sabe que está certo e que ama demais a tia para desapontá–la dessa maneira. Tom é o cara mais polido que ela conhece e sabe que ele é assim por conta da mãe canadense que têm. Rachel odeia grosserias.
– Certo. Mas não tem espaço pra você no meu carro. Acho que não vai dar pra você ir. – finge tristeza. – É uma pena, mas deixa pra próxima. Vamos lá, Tom.
– Não tão rápido. Eu já tinha pensado nisso e tia Rachel ofereceu de bom grado o carro dela, que têm sete lugares.
– Você ‘tá brincando? Vamos andar por Nova York num carro tamanho família ao invés do meu lindo Cadillac?
– Bom, é isso ou eu posso dizer a tia...
– ‘Tá bom! – ela interrompe o discursinho de vou–contar–para–os–meus–pais e a contragosto vai até o seu carro. Os três lá dentro a encaram curiosos. – O menino de ouro vai conosco. – Dá pra ver na cara deles o desapontamento, mas ninguém fala nada. – Vamos colocar as malas no carro da Tia Rach e vocês me seguem até em casa. Eu vou ter que deixar meu carro na garagem. De lá seguimos viagem. Ninguém fala mais nada. Nós apenas trocamos as malas de lugar e todos se acomodam dentro do carro, com Joy na direção dessa vez.
Eles vão em direção a casa de para que ela possa guardar o seu bebê na garagem.
– Sai daí, . Joy vai na frente comigo – ela fala assim que Joy sai do carro para dar lugar a na direção, percebendo que já tem alguém sentado no banco do carona.
– Eu sentei aqui primeiro. – ele responde. – Joy pode ir lá atrás ou você deixa ela dirigir e fica atrás você mesmo.
– Nem pensar! Eu sempre dirijo e Joy vai na frente dessa vez. – responde.
– Temos um rodízio. É a vez dela – os outros concordam.
– Não tô nem aí. Não vou sair daqui.
– Então não vou dirigir até você sair do meu lado.
– Por mim tudo bem, eu posso esperar.
– Tudo bem. Posso ir atrás dessa vez – Joy fala.
– Não acredito que você vai ceder às chantagens desse babaca! – ela grita para Joy, que já se acomodou na última fileira do carro.
– Não adianta, não vamos sair daqui até esse idiota sair do meu lado.
! – Um coro de vozes ralha com ela.
– Não faz isso, amiga. Vamos logo, sim? – Becca tenta convencê–la. Mas cruza os braços e se recusa a entrar no carro, dirigindo um olhar cortante ao primo de Tom. Só conseguem sair de Boston duas horas depois do planejado.
Mesmo assim, quando entram na estrada, ainda conseguia ver pelo canto dos olhos sentado no banco do carona.
– Ai! – reclama quando ela lhe dá um tapa na mão.
– Não toque no som! – ralha com ele.
– Por que não? O carro é da minha tia!
– Tom, dá pro um dos nossos cd’s.
– Oasis? – fala, olhando a capa do cd que Tom o entrega.
– Isso não é música de viagem.
– Claro que é! Coloca aí, cara – Charlie fala.
– Vamos ouvir a música nova da Katy Perry. – fala, tirando seu mp3 do bolso.
– Nem pensar, cara. Nenhum de nós gosta da Katy Perry. – Becca fala, mas a ignora, conectando o mp3 no som do carro. puxa o mp3 da mão do garoto e o joga pela janela.
– Ops! Parece que nenhum de nós tem um mp3 com a nova música da Katy Perry. Não vai dar pra ouvir.
! Aquele mp3 era novinho.
– Tenho certeza que o garoto de ouro não vai ter problemas em conseguir um novo assim que estivermos de volta a Boston. – ela o olha com um sorriso irônico. – Agora seja um bom menino e coloque o nosso cd do Oasis.
bufa irritado, não acreditando que vai dar o braço a torcer pelas vontades de , porém acaba dando o play quando Tom lhe dá um peteleco na cabeça.
– UHUUL! – se espanta com o grito de todos quando as primeiras notas de Lyla saem pelo auto falante.
– Como vocês conseguem ficar animados com uma música dessas? – olha incógnito para .
Calling on the stars to fall começa a cantar com um sorriso, ignorando a pergunta do garoto.
AND CATCH THE SILVER SUNLIGHT IN YOUR HANDS! – os outros acompanham a cantoria da menina. escorrega pelo banco, tapando os ouvidos de modo dramático. canta o próximo verso o mais alto que pode, com seu humor renovado ao ver sofrer.
Vai ser uma longa viagem! – ambos pensam. finalmente alegre de novo, e se martirizando por não ter ficado em casa.

Sábado, 20 de julho de 2008. New York, 16h25 pm.

Quando eles finalmente param em frente ao prédio de Taylor , não pode acreditar que topou viajar de carro com aquela gente. Não achava que era possível ouvir música e, principalmente, cantar, durante quatro horas seguidas, mas aparentemente os amigos de seu primo não se cansavam nunca.
Agradeceu aos céus por terem parado por vinte minutos numa conveniência onde seus ouvidos puderam finalmente descansar. E agradecia principalmente por terem chegado. Ele acompanhou em silêncio a conversa do grupo, enquanto todos tiravam suas mochilas do porta–malas e seguiam até o hall do prédio. O porteiro, que parecia novo demais pra ocupar aquele posto, pareceu contente demais ao ver passar por ele lhe lançando um “Oi, John!” animado, notou. Subiram por quinze andares até chegar à cobertura, onde uma raciosa mulher os aguardava com um sorriso extremamente parecido com o de .
– Mãe! – pula nos braços da moça assim que a vê.
– Tia Taylor! – os outros a seguem, formando um abraço coletivo e fazendo se sentir mais intruso que nunca.
– Esse aqui eu não conheço. Qual o nome do rapaz? – Taylor fala, puxando um surpreso, para um abraço.
– Esse é o , mãe. – fala simples, sem nenhum contexto. estranha a frase não vir acompanhada de “ele é primo do Tom”, ou “ele é da escola”, mas não diz nada.
– Ah. – Taylor responde apenas, deixando ainda mais curioso. Taylor sabia quem ele era? costumava falar dele? Depois disso, nada mais é dito e um silêncio incômodo para no ar. Todos se olham constrangidos e está prestes a dar as costas pra todos e voltar pra Boston quando Taylor o resolve chamá–los pra dentro. – Meninas num quarto, meninos no outro. Podem pegar o que quiserem na geladeira, menos as minhas uvas. E, é claro, não dirijam bêbados. Já sabem aonde vão hoje?
– Nós vamos no P.J. Clarke's – fala animada.
– Bem, vão descansar um pouco. A viagem foi longa. Querem pedir algo pra comer?
– Acho que vou dormir um pouco antes de irmos. – fala, sumindo pelo corredor.
– Eu também quero descansar um pouco, vou deitar com a . – Becca fala.
– Bom, nós podemos pegar o Xbox lá no carro e jogar alguma coisa, o que acham? – Joy pergunta, olhando pra nós em expectativa. Tom e Charlie concordam, , que ainda se sente um tanto desconfortável, resolve que apenas vai ficar onde o primo estiver. Joy vai até o estacionamento enquanto os meninos se ajeitam no sofá da sala. – Tia Taylor, acho que vamos aceitar aquela pizza. – Tom fala, passando a mão na barriga.
– O telefone é todo seu, Tom – ela fala, entregando o aparelho a ele. – Tem dinheiro no pote da bancada.
– Que isso, tia. Nós vamos pagar pela pizza.
– Nada disso! Vocês são meus convidados. Dinheiro no pote. Tenho que encontrar uma cliente agora. Tchau, Meninos!
– Com o quê a Taylor trabalha, Tom? – pergunta assim que a mulher sai pela porta.
– Ela é estilista. Uma das mais famosas aqui de Nova York, se quer saber.
está prestes a fazer mais perguntas quando Joy chega. Charlie se junta a ela na missão de desembolar os fios do vídeo game e se junta a eles enquanto Tom faz o pedido da pizza. Os quatro jogam FIFA durante um bom tempo, e admite a si mesmo que os amigos esquisitos de Tom são até legais no fim das contas. Mais legais que meus amigos. Ele pensa.
Se não fosse por , aqueles podiam ser facilmente seus amigos. Assim que pensa na garota, ela surge na sala com os olhos pequenos do sono. , que está em sua quarta partida contra Joy, se distrai com a chegada da moça, dando assim o gol da vitória para a concorrente. Essa comemora gritando, mas não deixa bravo, pois ele se divertiu demais naquela tarde.
– Becca já está no banho. Vamos sair daqui a uma hora, não acham que devemos nos arrumar? – diz. Joy concorda, deixando o controle de lado e sumindo pelo corredor. , ainda parada na sala, ergue a sobrancelha ao ver os garotos ainda sentados.
– Não vamos nos arrumar agora, só precisamos de quinze minutos.
dá de ombros e se junta às outras garotas. Os meninos se olham.
– Outra partida? – Tom pergunta.
– Outra partida. – Charlie concorda. – acabou de perder para Joy, então vamos eu contra você, Tom. O perdedor passa o controle.
E aí se inicia outro confronto. Os garotos são barulhentos e a disputa demora pra chegar ao fim, mas quando ela ocorre, Tom comemora feliz sua vitória. Charlie larga o controle irritado e sai da sala dizendo que vai tomar banho.
– Você não vai falar com ele? – fala enquanto Tom arruma tudo para uma nova partida.
– Por quê?
– Ele ficou bravo com você.
– Ficou nada. Daqui a pouco ele está soltando risinhos e flores por aí.
– Cara, porque não mora aqui, com a mãe dela? Ela parece gostar muito de Nova York.
quis ficar em Boston por causa de nós, . Ela não queria perder contato e, além disso, estávamos começando com a banda quando a tia Taylor veio seguir o sonho dela.
encara o primo, pensativo. Seria ele capaz de colocar os amigos acima de tudo? Está tão entretido em seus pensamentos que nem percebe que perdeu o jogo para Tom.
– Vamos, cara? – Tom se levanta, desligando a TV. – Charlie já deve ter saído do banho. Você pode tomar banho lá enquanto eu tomo no banheiro do corredor.
assente, se levantando do sofá e seguindo o primo até um dos quartos no corredor. O garoto percebe que o quarto das meninas fica exatamente em frente ao deles, pois ao passar por ali, consegue ouvir uma música alta, mesmo com a porta fechada. O garoto rola os olhos, não acreditando que aquelas garotas tinham ouvido pra tanta música. Ele segue Tom até o interior do quarto, onde Charlie se encontra deitado na única cama com um computador no colo. Tom abre o armário à procura de toalhas. Quando as encontra, pega uma para o primo e uma pra si, dando um tchauzinho antes de sair do quarto.
vai até sua mochila, escolhe um terno de roupas e segue até o banheiro se perguntando como os três dormiriam naquele quarto se havia apenas uma cama. Ele não se demora muito no banho, mas quando sai, Chalie não está mais ali. Ele vai até a sala, onde encontra todos reunidos e tão concentrados na sua conversa que sequer notam a chegada do garoto. Ele é obrigado a tossir falsamente para que o notem e assim que o faz, se levanta.
– Finalmente o garoto de ouro está pronto. Podemos ir? – ela pergunta para o grupo. E todos concordam, seguindo-a pra fora.
– Como é esse pub que estamos indo, ? – Becca pergunta quando todos estão dentro do elevador.
– Ainda não é meu pub preferido daqui, mas é incrível! Além do mais, ele é histórico, tem tipo, uns cem anos. Com certeza deixa o The Jeane no chinelo.
– Que massa! Podemos até emendar com uma balada depois. O que acham? – Charlie pergunta.
– Com certeza! – aprova a ideia. – Conheço um lugar incrível.
– Vocês não estão cansados? – pergunta. – Quer dizer, viajamos por quatro horas e meia e vão aguentar ir a um pub e ainda uma balada?
– Ah, cara, deixa de ser velho. É claro que conseguimos. – Becca fala.
– Nós adoramos festa! – Joy grita.
– UHUUUL. – os amigos da garota comemoram.
Como vocês são fúteis. secretamente pensa. O elevador para no térreo e todos seguem para o estacionamento. Todos, menos .
– Pessoal. – ele chama, fazendo os outros se virarem para ouvir o que ele diz. – Eu não vou com vocês. Não acho que eu vá curtir o lugar que vocês vão.
Nem a companhia de , acrescenta mentalmente. o ignora, seguindo para o carro, mas os outros, sem exceção, tentam convencê-lo de que ele iria gostar do passeio. se sente grato por mais alguém além do primo se importar, mas mesmo assim recusa o convite, indo procurar sozinho um lugar para se divertir. E continua assim pelos próximos dias. evitando sair com a turma e evitando ficar com eles quando está no mesmo lugar. A garota não tenta entender o motivo da distância dele, pois está bom que o garoto que sempre a chama de estranha esteja dando um tempo a ela.

Segunda, 22 de Julho de 2008. New York 21h40 pm

Na segunda-feira, quando resolveram ficar em casa já que os pubs não abrem nesse dia, apenas se recolheu no quarto enquanto os outros disputavam guitar hero na sala e, exceto por Joy, comiam pizza. Até Taylor, que tinha se mostrado uma mãe super legal, tinha se juntado a eles. Arriscando jogar uma partida ou duas antes de se trancar em seu escritório para trabalhar.
– Por que seu primo fica nos evitando, Tom? – Becca pergunta.
– Acho que ele não gosta muito da gente. – Chalie comenta.
– Que estranho. Àquele dia jogamos vídeo game, ele pareceu se divertir. – Joy fala. revira os olhos.
– É de mim que ele não gosta. Esperem um pouco. – ela fala e some pelo corredor. Os outros se olham, dando de ombros e voltando a focar no jogo. invade o quarto em que os garotos estavam dormindo nos dias em que ficariam hospedados. Ela encontra com seu notebook, sentado em um dos colchões colocados ali pra eles. O garoto, que está visivelmente entediado, finge não notar a chegada da garota. – Okay. Qual é o seu problema? Eu sou contagiosa?
– Desculpe?
– Se você resolveu se intrometer na nossa viagem, vai ter que participar. Vamos jogar guitar hero na sala e nos divertir.
– Eu não jogo guitar hero.
– Bom, então está na hora de começar a jogar. – ela fala, puxando o garoto pelo braço. – E vamos fazer um trato. Se você gostar de ficar com a gente hoje, vai ter que sair conosco amanhã.
– Por que eu faria isso?
– Nós somos superdivertidos, confesse. E Joy falou que vocês se divertiram jogando vídeo game.
– Que seja. – ele se deixa ser puxado para a sala.

Terça, 23 de Julho de 2008. New York 22h22 pm

odiava admitir, mas estava se divertindo. Dessa vez haviam escolhido um bar muito legal. A banda tocava conforme os pedidos do público, que ia desde Cyndi Lauper a sucessos mais recentes, como Michael Jackson. Todos já estavam meio bêbados, cantavam músicas que não sabiam a letra, conversavam e riam por bobeira. nunca se sentira tão espontâneo. Em seus papos com os garotos do time e a namorada, o tópico era sempre outra pessoa. E, em 99% das vezes, era pra falar mal ou ridicularizar alguém.
Em determinado momento da noite, o cantor anunciou que poderia ser substituído por quem quisesse subir ao palco e que a banda tocaria qualquer sucesso que pudesse ser cantado. assistiu curioso se erguer animada do banco e subir ao palco, cochichando algo no ouvido do vocalista. Ele assente e chama seus companheiros de banda para fora do palco, deixando-o totalmente livre para a garota.
– Becca,Tom, Charlie! Subam aqui! – fala no microfone, chamando-os também com as mãos. Os amigos da garota se olham animados, e logo se juntam a ela, se posicionando atrás dos instrumentos. Joy no teclado, Tom na bateria, Charlie no baixo e na guitarra e no vocal. Enquanto os amigos não começam a tocar, se vira para Joy.
– Você não faz parte da banda?
– Sou um desastre cantando e em qualquer instrumento. Era pra ser eu na guitarra. Eu até fiz aulas, mas não quero estragar minhas unhas.
– Isso quer dizer que você vai pra faculdade?
– Não sei ainda. Talvez eu fique em Boston e cuide da loja da minha mãe, talvez eu faça administração. Who cares?
– Mas só falta um semestre pro colegial acabar! Você não planeja nada?
– Errado, menino . AINDA faltam seis meses pro colegial acabar. – ela pisca um olho, recolhe sua cerveja na mesa e vai dançar na pequena pista de dança que tem num local.
não consegue acreditar que existem pessoas que terminam o colegial sem saber o que fazer. Todo o seu ensino médio foi feito pensando em Harvard. Seu lugar no time era pelas chances de uma bolsa esportiva. Suas notas eram porque eles só aceitam os melhores. Até as suas atividades extracurriculares e monitorias eram por conta disso!
– Boa Noite, pessoal. Nós somos o elphoria e essa é That's What You Get, do paramore.
Deu um gole em sua cerveja, que Charlie havia comprado com uma identidade falsa, resolvendo deixar o assunto pra lá e focar em cantando. Céus, ela era boa! Estava hipnotizado pela voz da garota. De fato ela nascera para aquilo, dava pra ver que ela sentia cada nota da música enquanto cantava de olhos fechados. Assistiu focado a banda tocar mais uma música do Paramore, para enfim saírem do palco.
se dispersou dos amigos, e esses se juntaram à Joy na pista de dança assim que a banda original novamente se postou no palco, e uma nova pessoa subiu cantar.
– Então é isso que você quer fazer? – pergunta assim que retorna à mesa e se senta ao lado dele. Ela o olha com o cenho franzido, pois não entende a pergunta graças ao barulho do local. – Você quer ser cantora? – ele fala perto do ouvido da garota.
tenta achar algo em sua voz ou seu olhar que denuncie que ele está sendo irônico. Oras, a garota sabia que sempre valorizou os estudos, sendo ele um dos mais inteligentes desde que era muito novo. Seu lugar em Harvard já estava certo há anos. Já ela estava mais preocupada em experimentar todas as bebidas do The Jeane e curtir sua juventude o máximo que pudesse. Não era segredo que ela odiava as aulas e que só tinha conseguido chegar ao ensino médio porque sua mãe havia lhe pedido. E, sendo sua mãe quem dava mais apoio aos seus sonhos, fez isso por ela. Passava de ano com exatamente a nota que precisava, nunca acima da média e comumente pegava recuperações. Mas era feliz assim.
Ela analisa o rosto de e percebe que ele está verdadeiramente curioso. Por isso o responde da forma mais sincera possível.
– Sim, é o meu sonho desde que eu tinha doze anos. Nós estamos planejando fazer uma roadtrip depois da formatura. Levar nossa música pra outros lugares. Vamos ser famosos um dia, você vai ver, garoto de ouro.
– Vocês são muito bons, com certeza vão fazer sucesso. – sorri – E sua voz é linda.
sorri tímida. está surpreso, pois nunca viu ficar com vergonha.
– Obrigada.
– Eu não sabia que você tocava guitarra.
– Minha mãe comprou uma pra mim assim que ela se separou do meu pai. – explica.
– Eles são separados? – pergunta, genuinamente surpreso.
ergue uma sobrancelha, em um questionamento mudo de sério?
A música aumentou. Agora, eles já não conseguem se ouvir mesmo com a proximidade. É quem toma a iniciativa de chamar pra fora.
Os dois saem do pub lado a lado, e sem avisar nenhum dos amigos seguem andando pela noite iluminada de NY, podia ouvir a música abafada que saia dos diversos bares que tinham por ali. Ela adorava isso. Estar na cidade que sempre a deixava feliz, pois não se via na calmaria que Boston proporcionava.
Os dois caminharam em silêncio, sem se importar em continuar a conversa que haviam iniciado no bar. Na verdade, eles se sentiam estranhos. Em todos os anos que se conheciam, sempre foram intensos demais um com o outro. Eles não podiam acreditar que estavam se encaminhando para uma conversa que, talvez, acabaria com o que quer que eles tivessem contra o outro. nunca admitiria em voz alta, mas em seu interior ele torcia para que e ele pudessem ser enfim amigos.
Em algum momento de sua caminhada, passaram perto de uma Starbucks e foi quem perguntou se a garota queria entrar. Sentaram-se em uma das muitas mesas vazias do local, próximos à janela, e fizeram seus pedidos. Para o garoto, mais uma surpresa no dia, pois pedira um chá. Nunca poderia acreditar que, com toda a sua pose de rockstar e sua personalidade forte, gostava de tomar chá.
– Certo, podemos continuar a nossa conversa. Por que você achou que minha mãe e meu pai ainda eram casados? Céus, ela mora em New York há dois anos! – é quem traz o tópico de volta.
– Bem, você e ela têm o mesmo sobrenome. Por isso eu achei que ela e seu pai ainda estavam casados, já que quando as pessoas se divorciam elas voltam a ter o nome de solteiro. – da de ombros.
– Meu pai tem uma nova esposa. Não dá pra acreditar que consegue tirar 10 em matemática e teve essa ideia. Bigamia é crime, sabia?
A pergunta foi retórica, sabia. E surpreendentemente não estava irritado por ela praticamente tê-lo chamado de burro. Apenas ficou em silêncio, esperando continuar a explicar.
é o sobrenome de solteira da minha mãe. Quando eles se separaram, eu quis mudar de sobrenome junto com ela.
– Por quê? – pergunta inocente.
– Eu o odeio. – a expressão de se fecha completamente ao proferir essas palavras e elas vêm recheadas de mágoa. – Ele traiu a minha mãe.
– Então porque ainda mora com ele?
– Pra ficar perto dos meus amigos, .
– Mas e a sua mãe? Prefere ficar longe dela?
– Nós nos vemos sempre. Além disso, ela é muito ocupada, não fica muito em casa. E eu tenho que focar na banda, não é mesmo? Isso não significa que eu a ame menos.
– E a mim? Você me odeia também? – sem filtros, externiza seus pensamentos, se arrependendo de como a frase soou carente. Como se a possibilidade se sentir daquele jeito por ele lhe deixasse extremamente triste.
– Eu não te odeio, . Só não gosto de você. – solta, dando uma risadinha quando vê a expressão de ultraje do menino.
– Obrigado, me sinto bem melhor agora. Eles ficam em silêncio por um instante, enquanto toma um gole de seu chá. Em seguida, é a vez de ela perguntar.
– Por que você me odeia? – a pergunta é simples, vem sem mágoa, sem tristeza. Ela está apenas curiosa. solta uma risada descrente. Sabia que mais cedo ou mais tarde o tópico viria à tona.
– Você não se lembra, não é?
balança a cabeça em discordância. Sempre acreditou que fazia aquilo por maldade. Apenas se lembrava de que, quando tinham 13 anos, ele resolvera começar a chamá-la de esquisita. não quis deixar barato e apelidou-o de garoto de ouro. Desde então, a implicância e os apelidos perpetuam-se.
– Foi no fim do sétimo ano. – começa sua narrativa. – Nós estávamos no intervalo, brincando no pátio. Eu estava empolgado porque iríamos tirar a foto do anuário logo depois. Mas aí você, script>document.write(Olivia) , apareceu do nada e me empurrou dentro de uma poça de lama! Eu estava todo sujo e chorando muito, mas mesmo assim tive que tirar a foto. Foi a maior vergonha da minha vida.
Assim que termina, explode em risadas. Chamando a atenção da atendente e dos poucos clientes pra si. Quando enfim consegue se segurar e focar no garoto a sua frente, sua vontade de voltar a rir triplica. Ele está com uma cara emburrada que acha extremamente fofa.
– Eu não acredito que você implicou comigo por cinco anos por causa disso, ! – não aguenta e volta a rir, deixando ainda mais chateado.
– Se você tivesse me pedido desculpas, eu teria perdoado! Mas você voltou no ano seguinte e fingiu que nada tinha acontecido. Além disso, você era a garota que eu gostava. Eu fiquei magoado de verdade. – responde, sentindo que agora que havia colocado em palavras, seu motivo era bastante idiota.
– Se é assim, me desculpe, Sr. . – começa a falar. Agora a expressão de riso em seu rosto havia desaparecido, ela queria realmente se acertar com o garoto. – Eu me lembro desse dia, mas pensei que tivesse empurrado Tom, não você! Eu e ele vivíamos fazendo essa brincadeira um com o outro, e naquele dia a nossa turma já tinha tirado a foto do anuário, foi antes do intervalo. Eu nunca faria isso pra te prejudicar. E bom, naquele dia meus pais foram me buscar mais cedo porque estávamos indo pra Califórnia. Quando as aulas voltaram, eu sequer me lembrava que tinha empurrado o Tom na lama.
– Tudo bem, . Me desculpe também. Por ter implicado com você e os seus amigos por todos esses anos. Nós devíamos ter sentado pra conversar ao invés de ficarmos trocando farpas.
– Tudo bem, garoto de ouro, éramos crianças imaturas. Está perdoado. – ela diz e ergue a mão, esperando que seu companheiro a aperte.
– Amigos?
sorri enquanto algo estranho lhe aquece o peito. Ele ergue a mão e aperta a de , lhe oferecendo um grande sorriso.
– Amigos.
Sem pensar, se ergue de seu assento e se aproxima de , sentando ao seu lado e a puxando para um abraço. Se arrepende no exato segundo em que sente os cabelos da garota tocarem o seu queixo. Que droga! Vivia fazendo coisas por impulso. paralisa diante do carinho repentino vindo do garoto e não consegue erguer os braços para envolvê-lo também. se afasta da garota, com o constrangimento estampado em seu rosto, enquanto se dava conta de que talvez estivesse acabado de estragar a amizade recém estabelecida. Estava surpresa, mas isso não queria dizer que queria que o rapaz se afastasse. Segurou pelo pulso e antes que ele se afastasse, o puxou de volta para o seu lado. Achava bonito desde que tinham quinze anos, estava levemente bêbada e agora não eram mais inimigos. Por isso, pensou que seria uma boa ideia se inclinar em direção ao garoto para beijá-lo.
Nunca achou que seria rejeitada. Não até erguer a mão direita e a colocar entre os dois.
– Me desculpe, . Acho que você entendeu tudo errado. Eu tenho uma namorada.
– Contra outra, . Vai dizer que em todos esses dias que você saiu sozinho não ficou com nenhuma garota?
– Bom, não.
– Mas você nem gosta da Jenna, ela é simplesmente uma vaca!
– E você está sendo hipócrita de chamá-la assim, . Sempre devolveu na mesma moeda todos os insultos.
– Ao menos eu não fico atormentando as outras pessoas por me sentir superior a ninguém!
ergue a sobrancelha.
– Mas também não faz nada pra impedir. Você só pensa em si mesma, !
– Agora é você quem está sendo hipócrita. Quem está sempre ao lado da Jenna quando ela vai importunar as pessoas é você! E eu sei o porquê disso, . As coisas deram certo pra você, não é? Jenna Sparks se interessou por porque você me odiava. Ela era popular e você era um nerd. Seria impossível chegar ao topo não estando ao lado da princesa, não é? Mesmo que pra isso seja preciso pisar em algumas pessoas no caminho. Você gosta de estar no topo.
não tinha respostas diante daquilo. estava certa, afinal. Nunca gostou de estar próximo à Jenna e dos amigos que vieram junto com a popularidade. Mas sentia a necessidade de estar entre os que eram admirados, não conseguia se imaginar em meio ao grupo dos perdedores.
– Você é fútil, . – ergueu os olhos para , que o assistia com um sorriso irônico no rosto.
– Está fazendo tudo isso só porque ganhou um fora do garoto fútil aqui, ?
está surpresa. Não era por isso que ela e estavam discutindo, mas devia mesmo parecer, já que a discussão se ergueu junto com a mão do garoto que se postou entre os dois. Um segundo depois percebeu a verdade. tinha adotado uma postura defensiva diante das verdades jogadas em sua cara. Não havia como argumentar contra, então deu um jeito de voltar o foco para .
– Pense o que quiser. – ela fala, tirando uma nota da bolsa e a colocando ao lado de sua xícara. Se erguendo da mesa sem falar mais nada.
Quando finalmente decide ir embora, o que encontra na porta do prédio não lhe agrada muito. e o porteiro que sequer lembrava o nome estavam encostados num carro de julgou ser do cara. Estavam tão entretidos num beijo que sequer notaram passar. Ele se jogou em sua cama com um desconforto que pedia aos céus pra não ser ciúmes. Não de .

Quarta, 24 de Julho de 2008. New York 12h14 pm

acordou de mal humor e o mesmo só piora quando ouve os risos vindos da cozinha. Ele junta suas coisas na mala em silêncio e a carrega até a cozinha, onde espera ser notado.
! – é Joy quem o vê primeiro – Vem tomar café conosco. Estamos indo pra uma poolparty daqui a pouco.
Ele sorri frouxo.
– Obrigada, mas estou indo embora hoje.
Não esperava ver a cara de desapontamento no rosto de todos, inclusive no de . Na verdade, achava que a garota já havia contado o ocorrido da noite anterior para todos e que agora eles estavam o odiando.
– Ouça, . – se ergue de seu banco e anda até ficar na frente do garoto. – Está tudo bem, vamos esquecer o que houve ontem. Amigos? – ela ergue a mão mais uma vez, esperando um comprimento que nunca vem.
– Não. – suas palavras são duras. – Eu nunca gostaria de ter amigos tão esquisitos como vocês. Foi uma péssima ideia ter vindo.
Ele vai embora, ainda ouvindo um “não liga pra isso, ! é rancoroso.” Vindo se seu primo. Porém, antes que pudesse entrar no elevador. Ouviu Taylor escancarar a porta e ralhar seu nome.
– Eu já sabia quem era você quando me disse seu nome. Sabe por quê? Ouço histórias de como você e Jenna tratam a minha filha desde que ela tinha 14 anos. Mesmo assim te recebi bem em minha casa e é assim que você retribui? Sua mãe é minha amiga, e eu sei que não foi assim que ela te criou. Por isso eu espero que você peça desculpas a todos e pare de tratá-los rudemente.
Sem dizer mais uma palavra, entra no elevador e desaparece.

Segunda, 01 de setembro de 2008. Boston 9h32 am

acompanha com o olhar. A garota está distraída, com os fones de ouvido conectados e o olhar preso no celular. O intervalo havia acabado e ele sabia que sempre matava as aulas de matemática na quinta. Por isso a seguiu até as salas vazias do terceiro andar, que costumavam ficar trancadas. Sabia que teve a sorte de encontrar uma delas sem o cadeado um dia e colocou um próprio. Agora, era a única que possuía a chave e ninguém havia descoberto. só sabia pois o primo havia lhe contado. Entrou na sala em silêncio e seus olhos logo pousaram em deitada em um colchonete que ela com certeza havia furtado da sala de Educação Física. A garota mantinha os olhos fechados e agora que tudo estava silencioso, dava pra ouvir até a música que saia de seus fones. se aproximou de , dando um leve chute em seu pé para ser notado. A garota se assustou. Tirou os fones rapidamente e arregalou os olhos, pensando que tinha sido descoberta. Mas acabou fechando a cara quando percebeu que o cara que atrapalhava seu descanso era .
– O que você quer?
– Podemos conversar?
– Não estou interessada em falar com você.
– Me desculpe, ! Eu me sinto um idiota por ter falado com você daquele jeito.
– É exatamente isso que você é. Um idiota.
– Céus! Eu sei disso. Fui um babaca por todos esses anos. Gostaria de poder voltar no tempo e fazer tudo diferente. Eu seria muito mais feliz se os amigos de Tom fossem meus amigos. Se eu pudesse estar ao lado da garota que eu realmente sou apaixonado.
engole em seco.
– De quem realmente é apaixonado?
– Sim, . Eu pensei que o que eu sentia por você era só uma paixonite de criança. Mas por todos esses anos em que nós brigamos, eu ainda estava atraído por você. Aquela semana em Nova Iorque foi incrível, me fez abrir os olhos para o que eu estava fazendo. E eu estraguei tudo. Faltam poucos meses para a formatura e eu gostaria que pudéssemos aproveitar isso, juntos, o que você acha? Eu quero muito me lembrar do ensino médio como algo bom.
– Você foi realmente muito rude àquele dia.
suspira.
– Tom não fala comigo desde então. Fui idiota, perdi meu único amigo.
– E você está disposto a ser um membro honorário dos excluídos?
– Eu ficaria muito feliz.
– E a sua namoradinha Jenna? Acho que ela não vai aceitar muito bem.
– Eu e ela terminamos há duas semanas. Por Deus, ela era um saco e eu só percebi isso depois de conhecer você, .
– Tudo bem, garoto de ouro, me convenceu. Acho que podemos fazer isso. – sorri. – Mas antes, vai ter que conquistar a minha mãe. E ela não está nada feliz.
– Vou dar um jeito com o meu supersorriso combinado ao meu poder de persuasão e, quem sabe, uma caixa de chocolates.
– Céus, o seu ego é tão grande que não cabe dentro de você.
– Eu sei que sou irresistível, .
? Eu mal te perdoei e já está querendo mudar meu nome. Temos que rever essa relação, .
– Certo, eu me rendo. Posso ser desde que isso te faça feliz.
– Não precisa disso tudo, é só me passar cola em todas as provas finais e ficaremos quites.
Eles caem na gargalhada.
No momento seguinte, ambos estão deitados no colchonete. Eles engatam um beijo quente, esquecendo-se do mundo lá fora. está feliz como nunca esteve. Sequer pensa que está perdendo uma aula de matemática ou que ele e podem ser pegos a qualquer momento enquanto sente a garota tirar-lhe a camiseta.

Sábado, 01 de maio de 2009. Boston 18h44 pm

Joy me contou que vocês vão ao baile. Que incrível! – Taylor fala empolgada.
acabou nos convencendo de que não devíamos terminar o colegial sem nunca ter ido a um baile. Você sabe como ele é. Se dependesse dele nós estaríamos indo para o The Jeane para nos despedir em grande estilo.
Quando vocês partem?
– Vamos amanhã logo cedo, conseguimos um trailer muito legal. Aliás, obrigada por nos financiar, mãe. Todos nós somos muito gratos a você.
– Tenho certeza que vão me pagar de volta quando vocês estiverem famosos. E com juros!
– É claro que sim, Dona Taylor.
– Como está o clima por aí? Deve ser chato ter que se despedir do namorado.
– A Joy não te contou? vai conosco viajar conosco até as aulas dele começarem. Ainda não queremos nos despedir.
– Você gosta mesmo dele, não é, querida?
– Sim, mamãe. Nunca estive tão feliz. Seria capaz até de aguentar mais um ano de colegial se isso nos desse mais tempo juntos.
Taylor solta uma gargalhada.
Não acredito que está dizendo isso. Esse garoto te conquistou mesmo!
suspira.
– Acho que sim.
– Joy também me contou que decidiu fazer faculdade!
– Ela é louca, decidiu fazer gastronomia. Logo ela, a garota que tem alergia a glúten!
Ora, dê apoio a sua amiga. Ela pode abrir o primeiro restaurante 100% no-glúten em alguns anos.
– Você está certa, mamãe. Tenho que ir agora. chegou aqui. – ela se despede da mãe assim que vê a cabeça de surgir em sua porta.
– Oi! – ele fala, se aproximando dela e lhe dando um selinho. Logo sentando em sua cama. – O que faz aqui tão cedo? Pensei que ia passar pra me pegar na hora do baile.
– Tenho uma surpresa e fiquei ansioso pra ver o que vai achar.
revira os olhos. É típico de são saber controlar seus impulsos.
– Sei que você não liga pra isso, mas acho que vai gostar.
lhe estende uma caixinha. a abre, encontrando lá dentro um colar com um pingente em forma de guitarra que ela acha absurdamente fofo.
– Abre. – olha para o namorado, confusa. Já havia aberto, oras!
– Aqui. – ele lhe mostra como se faz e a guitarra se abre ao meio, como um livro. Não sabia que era capaz, mas se derrete ainda mais. Lá dentro há uma única aliança. – Sei que já somos oficiais há muitos meses, mas eu quis tornar isso físico. A minha está aqui. – ele puxa o pingente e prende no seu colar e some por dentro da blusa. Não precisa mostrar pra ninguém. É algo só nosso.
pula no colo do namorado lhe dando um beijo demorado, e logo estão deitados na cama, com sentada por cima do garoto.
– Você é um fofo, . Eu te amo.
– Você é uma tarada, . E eu te amo também.




Fim



Nota da autora: Olá leitora! O que achou de embarcar comigo nessa nostalgia aka 2008? Eu quis homenagear esse álbum maravilhoso que é o Breakout e fiz minha personagem baseada no estilo pop rock da Miley dessa época. Foi incrível relembrar todos os sucessos daquela época. Espero que você tenha gostado. xx



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e–mail.


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