Capítulo Único
Dizem que tudo que vem fácil, vai fácil. Mas a gente não se liga muito nisso, né? A gente gosta de quando as coisas ocorrem com facilidade, sem muita enrolação, principalmente quando nos apaixonamos; até porque, quem gosta de coisas complicadas? E é aí que a história de começa.
Quando seus olhos se cruzaram com os olhos de a primeira vez naquele bar, a princípio, ele sentiu seu coração congelar, mas apenas deixou passar, não seria como se ele fosse vê-la outra vez. Ele respirou fundo e voltou seu olhar para a festa que ali acontecia.
— Com licença, posso me sentar aqui? Os outros lugares estão lotados... e aqui só tem você. — Ele se virou para onde vinha a voz feminina. Era a mesma garota que ele havia acabado de encontrar com o olhar, ela parecia meio sem jeito, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Claro, por que não? — Ele sorriu, fazendo-a sorrir.
— O que faz uma pessoa como você vir ao Joe’s? — Ele se virou para ela. — Digo, você não se parece muito com os caras que vêm aqui. — Ele riu.
— Você frequenta esse lugar, né? — Ele perguntou e ela assentiu. — Eu já te vi aqui outras vezes, você não se lembra de mim? — Ela acenou com a cabeça em sinal de negativo. — Eu pensei que você trabalhasse aqui.
— Ah... — Ela deu de ombros. — Eu quebro uns galhos às vezes, como garçonete, a vida não está fácil para ninguém, né. — Ela sorriu, simpática e ele assentiu. — A propósito, me chamo . — Ela estendeu a mão e ele apertou, sorrindo.
— Sou o .
— É um prazer, . — Ela ajeitou a jaqueta de couro que usava e virou o olhar na outra direção do bar. — Bom, continuando, eu trabalho como garçonete em um restaurante no Centro, o Joe’s a princípio foi um lugar que me acolheu e me deu oportunidades, e continua dando. E você? O que faz aqui?
— É aniversário de um amigo. — Ele apontou para um grupo de homens que estavam na sinuca. — Mas não me sinto confortável com eles caindo de bêbados em cima da mesa de sinuca. — Eles riram.
— Isso acontece sempre por aqui. Na verdade, o ruivo ali eu conheço. — Ela apontou para um dos amigos dele.
— O Matt? — Ela assentiu. — Eu o conheci faz pouco tempo, ele que sugeriu que viéssemos aqui todas as vezes que viemos, inclusive hoje. — Ela assentiu.
— Sim, ele frequenta o Joe’s tem uns 3 anos, desde que eu comecei a trabalhar aqui. — Ela deu um sorriso amarelo, e um homem alto se aproximou da mesa, puxando-a pelo braço, o que fez com que se levantasse.
— Algum problema, amigo? — Perguntou ele.
— Com ela, não se meta. — Ela empurrou o homem.
— Me deixa em paz, Bob! — Ela se soltou.
— Ou você me paga o aluguel ou você fica sem casa! — Ele puxou a garota pelo cabelo, fazendo-a gritar. Todos, inclusive os seguranças do bar, ignoravam aquela cena.
— Quanto ela te deve? Eu pago. — Disse e ele soltou a garota.
— Deixa pra lá. — Ele resmungou algo. — Vou fazer as contas, e te mando a cobrança. — O homem disse, antes de sair, enquanto se jogou na poltrona, suspirando.
— Você está bem? — Perguntou ele.
— Sim, obrigada por isso. — Ela colocou a mão na cabeça.
— Você está com problemas financeiros? — Perguntou ele, sentando-se novamente de frente para ela.
— E quem não está? — Respondeu ela e eles riram.
— Eu não estou.
— Provavelmente porque você é rico. — Ironizou ela. — Bob é dono do lugar onde eu moro, ele sempre dá esse show aqui no Joe’s, para pagar de forte, sabe? Eu trabalho para ele, para pagar o aluguel, e trabalho para pagar minhas outras contas. — Ela suspirou. — Não se preocupe, você não terá que pagar nada, ele só faz isso para aparecer.
— Eu não me importaria em pagar, eu entendo que as coisas não estão fáceis.
— Não estão mesmo. — Ela virou os olhos. — Enfim, me fale sobre você, . — Ela se apoiou na mesa e encarou os olhos do loiro, que sentiu um frio na barriga.
O restante da noite os dois beberam cerveja e conversaram sobre tudo um do outro. Apesar de ser bastante misteriosa, era bastante aberto, o que foi suficiente para que eles se conhecessem. Assim ele pensava, já que ela contou bastante sobre ela. Ele se encantou por ela, principalmente por se mostrar ser uma mulher extremamente forte.
— Eu tinha 15 anos. — Disse ela, bebendo um gole da cerveja. — Quando fui embora de casa. Não tive as mesmas oportunidades que os outros adolescentes, minha realidade foi outra. — Ela desviou o olhar para os rapazes na sinuca.
— E por que você foi embora?
— Meu pai morreu, minha mãe se casou de novo... — Ela abaixou a cabeça. — Prefiro não falar sobre isso. — Ele colocou a mão sobre a mão dela, fazendo-a sorrir fraco.
— Você é uma pessoa forte, . — Ele sorriu. — Eu acho que foi o destino que fez com que nós dois nos encontrássemos hoje. — Ela sorriu e assentiu. Ele se aproximou dela e colocou o dedo em sua bochecha, tirando o cabelo que estava caindo pelo seu rosto. Ela deu um sorriso malicioso e ele se aproximou dela até que seus rostos se colassem, podendo sentir a respiração dela, então fechou os olhos e deixou seus lábios se tocarem. Ela se envolveu no beijo, sentando mais perto, mas de olhos abertos em direção à mesa de sinuca.
sentia uma sensação estranha. Aquela mulher, naquela mesa de bar, em pouco tempo tinha feito com que ele sentisse as famosas borboletas na barriga, ele se sentia um adolescente tolo. Quando o beijo cessou, ele segurou o rosto dela ainda perto do seu, para admirá-la de perto. Ela já sabia o que estava acontecendo: ela era uma mulher sedutora, mas ele não queria levá-la para a cama. Ela podia ver em seus olhos que ele era uma pessoa pura. Aqueles olhos azuis brilhando para ela, faziam com que ela se sentisse balançada. Então ela virou seu olhar para a mesa de sinuca.
— Quer ir para outro lugar? — Perguntou ele.
— Para onde? — Ela torceu os lábios. — Eu te chamaria para a minha casa, mas o Bob... — Ela suspirou. — Bom... — Ele a interrompeu.
— Podemos ir para a minha, pedir uma pizza... — Sugeriu ele, e ela sorriu. — Tem certeza? — Ele assentiu e eles se levantaram. Ele caminhou em direção a saída e ela o seguiu, cruzando seu olhar com o de Matt por uma fração de segundos.
No carro, eles continuavam conversando e rindo. estava enfeitiçado por ela; era realmente como se fosse um feitiço, eles tinham literalmente acabado de se conhecer. Enquanto ela falava, ele olhava para ela e sorria com o quanto ela ficava empolgada contando suas histórias. E ela percebia que ele prestava atenção nela e se encolhia, nunca havia encontrado um homem que a enxergasse, prestasse atenção nela e não a quisesse apenas para ter uma noite e descartá-la. Mas agora já era tarde demais, não era hora de dar para trás. estacionou em frente à casa e desceu depressa para abrir a porta do carro para ela, que sorriu com tamanho cavalheirismo. Modéstia à parte, aquela casa era enorme e chique, só o preço da porta de entrada pagaria todas as dívidas da garota; ela jamais teria contato com ele, porque ele realmente não seria o tipo de homem que iria até o Joe’s. Margo sentiu seu celular vibrar no bolso, mas apenas ignorou. O acompanhou até o interior da casa, que era ainda mais bonita por dentro, e tentou conter sua empolgação.
— Vou pegar um vinho para nós dois. Pode pegar as taças ali na estante? — Perguntou ele e ela assentiu. Caminhou até a estante, tirou de seu bolso o pequeno frasco que Matt havia lhe dado, despejou tudo em uma das taças e a colocou sobre a mesa de centro da sala, enquanto segurava a sua. veio com o vinho e alguns queijos, sentou-se ao lado dela e encheu as taças. — Vamos fazer um brinde. — Disse ele. — Um brinde? — Ela arqueou uma sobrancelha. — Sim, ao dia de hoje. — Ele sorriu. — Por termos nos conhecido. Acredito que teremos bons momentos juntos a partir de hoje. — Eles brindaram, e ele bebeu um gole. — Sim, teremos. — Ela sorriu. — Olha o que eu consigo fazer. — Ela colocou a taça na boca e virou o vinho de uma vez, como se tivesse tomando água, ele riu, e fez o mesmo. — Eu também consigo, você não é a única. — Eles riram — Me conta, você tem vontade de fazer alguma faculdade ou trabalhar em algo específico? — Eu nunca parei para pensar nisso. Na verdade, eu nunca pude me preocupar com isso. — Ele assentiu. — Eu sempre tive que procurar formas de sobreviver, então nunca tive tempo para isso. — Entendi, talvez eu possa te ajudar, te oferecer um emprego seguro e você possa fazer isso. — Ela arregalou os olhos, e sentiu seu celular vibrar de novo. Ela sorriu e se aproximou dele, colocando a mão em seu rosto de leve, trazendo-o para perto e depositando um leve beijo em seus lábios. Segundos depois, ela sentiu que ele estava caindo, sinal de que o remédio estava fazendo efeito. — Você está bem? — Perguntou. — Estou com um pouco de sono. — Ele estava pesado. — Onde fica o quarto? — Ela colocou um braço dele pelo seu ombro, e ele apontou em direção ao quarto. Ela o ajudou a chegar até a cama, onde ele apagou. Pegou o celular e ligou para Matt, que mandava milhares de mensagens. — Até que enfim! — Disse ele quando atendeu. — Vem depressa! — Respondeu ela, desligando. Enquanto Matt não chegava, ela tratava de pegar o máximo de coisas que podia, olhando para deitado na cama, talvez se ela tivesse o conhecido alguns anos atrás ela poderia sentir pena dele ou se sensibilizar com suas propostas, mas era tarde, ele era apenas parte de mais um plano bem sucedido, e ela era uma mulher ruim. Do conto de fadas do Príncipe , ela não era a princesa que ele achou, ela era na verdade a vilã que partiria o coração dele e levaria tudo que ele tem. Mas por trás de toda grande vilã existe uma história, e na maioria das vezes essa história envolve um homem que a machucou, como na história de . Se ela tinha outra opção? Ela tinha, ofereceu um mundo de oportunidades e novas chances para ela. Mas ela queria? Não! Aquele rostinho lindo... ela queria ter aproveitado um pouco mais, mas ele era cavalheiro demais, então ela só iria limpar a casa dele. Ela escutou um barulho na porta e foi olhar, era apenas Matt. — Limpei as carteiras deles. — Disse ele. — Mas você, irmãzinha... olha essa casa! — Ele girou, observando a casa. — Com esse dinheiro, vamos poder ir embora daqui! — Respondeu ela. Ele jogou uma mochila para ela e eles foram terminar o que estavam fazendo ali. Antes de partir, escreveu uma carta e deixou no criado mudo ao lado da cama de , sorrindo de leve ao partir.
Na manhã seguinte, quando acordou, estava confuso. Sua casa parecia estranha, sua cabeça doía e não estava lá. Na medida em que caminhava pela casa, procurando vestígios da mulher, ele percebia que suas coisas haviam sumido. Voltou para o seu quarto e percebeu que o seu cofre estava aberto, sem dinheiro ou joia alguma dentro. Notou um pedaço de papel estranho no seu criado mudo e, mesmo com dor de cabeça e enxergando as letras trêmulas, pegou para ler.
“Querido , agradeço a hospitalidade e por ter me defendido, por todas as oportunidades que me ofereceu e por ter sido tão cavalheiro! Gostaria que pudéssemos ter nos divertido. Ah, Bob e Matt são meus irmãos, acho que você deveria ligar para os seus amigos e verificar se eles têm como pagar a conta ou voltar para casa, pois Matt não os deixou sem dinheiro algum. Deixei o seu celular, porque não seria legal ter algo para me rastrear. Por mais que você tenha me oferecido tantas coisas, não era isso que eu queria. Você deve pensar bem antes de querer segurar uma granada para alguém, não é como se todas as pessoas do mundo fossem boas como você. Enfim, obrigada pela grana, com carinho, .”
Na parte de baixo tinha um desenho de coração. Ele não acreditava que aquilo tinha acontecido, ele tinha oferecido um mundo de oportunidades para ela e a única coisa que ele queria em troca era seu amor. Ela era uma mulher ruim, e isso era difícil de acreditar. Ele se sentou na cama e suspirou, desacreditado de que tudo era um plano. Em outra cidade, pensava no quão trabalhoso foi concluir esse golpe e se sentia um pouco culpada por ter feito isso com um cara legal como , mas olhava para Bob e Matt e isso passava. Agora eles teriam novos nomes, uma nova cidade e novos golpes para aplicar. Ela sobreviveu assim; não existia esperanças para ela. Ele deu tudo que tinha para ela, que jogou no lixo. Esse não seria o final feliz que ele esperava.
— Adeus, . — Sussurrou ela, olhando pela janela do carro, deixando a cidade para trás.
Quando seus olhos se cruzaram com os olhos de a primeira vez naquele bar, a princípio, ele sentiu seu coração congelar, mas apenas deixou passar, não seria como se ele fosse vê-la outra vez. Ele respirou fundo e voltou seu olhar para a festa que ali acontecia.
— Com licença, posso me sentar aqui? Os outros lugares estão lotados... e aqui só tem você. — Ele se virou para onde vinha a voz feminina. Era a mesma garota que ele havia acabado de encontrar com o olhar, ela parecia meio sem jeito, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
— Claro, por que não? — Ele sorriu, fazendo-a sorrir.
— O que faz uma pessoa como você vir ao Joe’s? — Ele se virou para ela. — Digo, você não se parece muito com os caras que vêm aqui. — Ele riu.
— Você frequenta esse lugar, né? — Ele perguntou e ela assentiu. — Eu já te vi aqui outras vezes, você não se lembra de mim? — Ela acenou com a cabeça em sinal de negativo. — Eu pensei que você trabalhasse aqui.
— Ah... — Ela deu de ombros. — Eu quebro uns galhos às vezes, como garçonete, a vida não está fácil para ninguém, né. — Ela sorriu, simpática e ele assentiu. — A propósito, me chamo . — Ela estendeu a mão e ele apertou, sorrindo.
— Sou o .
— É um prazer, . — Ela ajeitou a jaqueta de couro que usava e virou o olhar na outra direção do bar. — Bom, continuando, eu trabalho como garçonete em um restaurante no Centro, o Joe’s a princípio foi um lugar que me acolheu e me deu oportunidades, e continua dando. E você? O que faz aqui?
— É aniversário de um amigo. — Ele apontou para um grupo de homens que estavam na sinuca. — Mas não me sinto confortável com eles caindo de bêbados em cima da mesa de sinuca. — Eles riram.
— Isso acontece sempre por aqui. Na verdade, o ruivo ali eu conheço. — Ela apontou para um dos amigos dele.
— O Matt? — Ela assentiu. — Eu o conheci faz pouco tempo, ele que sugeriu que viéssemos aqui todas as vezes que viemos, inclusive hoje. — Ela assentiu.
— Sim, ele frequenta o Joe’s tem uns 3 anos, desde que eu comecei a trabalhar aqui. — Ela deu um sorriso amarelo, e um homem alto se aproximou da mesa, puxando-a pelo braço, o que fez com que se levantasse.
— Algum problema, amigo? — Perguntou ele.
— Com ela, não se meta. — Ela empurrou o homem.
— Me deixa em paz, Bob! — Ela se soltou.
— Ou você me paga o aluguel ou você fica sem casa! — Ele puxou a garota pelo cabelo, fazendo-a gritar. Todos, inclusive os seguranças do bar, ignoravam aquela cena.
— Quanto ela te deve? Eu pago. — Disse e ele soltou a garota.
— Deixa pra lá. — Ele resmungou algo. — Vou fazer as contas, e te mando a cobrança. — O homem disse, antes de sair, enquanto se jogou na poltrona, suspirando.
— Você está bem? — Perguntou ele.
— Sim, obrigada por isso. — Ela colocou a mão na cabeça.
— Você está com problemas financeiros? — Perguntou ele, sentando-se novamente de frente para ela.
— E quem não está? — Respondeu ela e eles riram.
— Eu não estou.
— Provavelmente porque você é rico. — Ironizou ela. — Bob é dono do lugar onde eu moro, ele sempre dá esse show aqui no Joe’s, para pagar de forte, sabe? Eu trabalho para ele, para pagar o aluguel, e trabalho para pagar minhas outras contas. — Ela suspirou. — Não se preocupe, você não terá que pagar nada, ele só faz isso para aparecer.
— Eu não me importaria em pagar, eu entendo que as coisas não estão fáceis.
— Não estão mesmo. — Ela virou os olhos. — Enfim, me fale sobre você, . — Ela se apoiou na mesa e encarou os olhos do loiro, que sentiu um frio na barriga.
O restante da noite os dois beberam cerveja e conversaram sobre tudo um do outro. Apesar de ser bastante misteriosa, era bastante aberto, o que foi suficiente para que eles se conhecessem. Assim ele pensava, já que ela contou bastante sobre ela. Ele se encantou por ela, principalmente por se mostrar ser uma mulher extremamente forte.
— Eu tinha 15 anos. — Disse ela, bebendo um gole da cerveja. — Quando fui embora de casa. Não tive as mesmas oportunidades que os outros adolescentes, minha realidade foi outra. — Ela desviou o olhar para os rapazes na sinuca.
— E por que você foi embora?
— Meu pai morreu, minha mãe se casou de novo... — Ela abaixou a cabeça. — Prefiro não falar sobre isso. — Ele colocou a mão sobre a mão dela, fazendo-a sorrir fraco.
— Você é uma pessoa forte, . — Ele sorriu. — Eu acho que foi o destino que fez com que nós dois nos encontrássemos hoje. — Ela sorriu e assentiu. Ele se aproximou dela e colocou o dedo em sua bochecha, tirando o cabelo que estava caindo pelo seu rosto. Ela deu um sorriso malicioso e ele se aproximou dela até que seus rostos se colassem, podendo sentir a respiração dela, então fechou os olhos e deixou seus lábios se tocarem. Ela se envolveu no beijo, sentando mais perto, mas de olhos abertos em direção à mesa de sinuca.
sentia uma sensação estranha. Aquela mulher, naquela mesa de bar, em pouco tempo tinha feito com que ele sentisse as famosas borboletas na barriga, ele se sentia um adolescente tolo. Quando o beijo cessou, ele segurou o rosto dela ainda perto do seu, para admirá-la de perto. Ela já sabia o que estava acontecendo: ela era uma mulher sedutora, mas ele não queria levá-la para a cama. Ela podia ver em seus olhos que ele era uma pessoa pura. Aqueles olhos azuis brilhando para ela, faziam com que ela se sentisse balançada. Então ela virou seu olhar para a mesa de sinuca.
— Quer ir para outro lugar? — Perguntou ele.
— Para onde? — Ela torceu os lábios. — Eu te chamaria para a minha casa, mas o Bob... — Ela suspirou. — Bom... — Ele a interrompeu.
— Podemos ir para a minha, pedir uma pizza... — Sugeriu ele, e ela sorriu. — Tem certeza? — Ele assentiu e eles se levantaram. Ele caminhou em direção a saída e ela o seguiu, cruzando seu olhar com o de Matt por uma fração de segundos.
No carro, eles continuavam conversando e rindo. estava enfeitiçado por ela; era realmente como se fosse um feitiço, eles tinham literalmente acabado de se conhecer. Enquanto ela falava, ele olhava para ela e sorria com o quanto ela ficava empolgada contando suas histórias. E ela percebia que ele prestava atenção nela e se encolhia, nunca havia encontrado um homem que a enxergasse, prestasse atenção nela e não a quisesse apenas para ter uma noite e descartá-la. Mas agora já era tarde demais, não era hora de dar para trás. estacionou em frente à casa e desceu depressa para abrir a porta do carro para ela, que sorriu com tamanho cavalheirismo. Modéstia à parte, aquela casa era enorme e chique, só o preço da porta de entrada pagaria todas as dívidas da garota; ela jamais teria contato com ele, porque ele realmente não seria o tipo de homem que iria até o Joe’s. Margo sentiu seu celular vibrar no bolso, mas apenas ignorou. O acompanhou até o interior da casa, que era ainda mais bonita por dentro, e tentou conter sua empolgação.
— Vou pegar um vinho para nós dois. Pode pegar as taças ali na estante? — Perguntou ele e ela assentiu. Caminhou até a estante, tirou de seu bolso o pequeno frasco que Matt havia lhe dado, despejou tudo em uma das taças e a colocou sobre a mesa de centro da sala, enquanto segurava a sua. veio com o vinho e alguns queijos, sentou-se ao lado dela e encheu as taças. — Vamos fazer um brinde. — Disse ele. — Um brinde? — Ela arqueou uma sobrancelha. — Sim, ao dia de hoje. — Ele sorriu. — Por termos nos conhecido. Acredito que teremos bons momentos juntos a partir de hoje. — Eles brindaram, e ele bebeu um gole. — Sim, teremos. — Ela sorriu. — Olha o que eu consigo fazer. — Ela colocou a taça na boca e virou o vinho de uma vez, como se tivesse tomando água, ele riu, e fez o mesmo. — Eu também consigo, você não é a única. — Eles riram — Me conta, você tem vontade de fazer alguma faculdade ou trabalhar em algo específico? — Eu nunca parei para pensar nisso. Na verdade, eu nunca pude me preocupar com isso. — Ele assentiu. — Eu sempre tive que procurar formas de sobreviver, então nunca tive tempo para isso. — Entendi, talvez eu possa te ajudar, te oferecer um emprego seguro e você possa fazer isso. — Ela arregalou os olhos, e sentiu seu celular vibrar de novo. Ela sorriu e se aproximou dele, colocando a mão em seu rosto de leve, trazendo-o para perto e depositando um leve beijo em seus lábios. Segundos depois, ela sentiu que ele estava caindo, sinal de que o remédio estava fazendo efeito. — Você está bem? — Perguntou. — Estou com um pouco de sono. — Ele estava pesado. — Onde fica o quarto? — Ela colocou um braço dele pelo seu ombro, e ele apontou em direção ao quarto. Ela o ajudou a chegar até a cama, onde ele apagou. Pegou o celular e ligou para Matt, que mandava milhares de mensagens. — Até que enfim! — Disse ele quando atendeu. — Vem depressa! — Respondeu ela, desligando. Enquanto Matt não chegava, ela tratava de pegar o máximo de coisas que podia, olhando para deitado na cama, talvez se ela tivesse o conhecido alguns anos atrás ela poderia sentir pena dele ou se sensibilizar com suas propostas, mas era tarde, ele era apenas parte de mais um plano bem sucedido, e ela era uma mulher ruim. Do conto de fadas do Príncipe , ela não era a princesa que ele achou, ela era na verdade a vilã que partiria o coração dele e levaria tudo que ele tem. Mas por trás de toda grande vilã existe uma história, e na maioria das vezes essa história envolve um homem que a machucou, como na história de . Se ela tinha outra opção? Ela tinha, ofereceu um mundo de oportunidades e novas chances para ela. Mas ela queria? Não! Aquele rostinho lindo... ela queria ter aproveitado um pouco mais, mas ele era cavalheiro demais, então ela só iria limpar a casa dele. Ela escutou um barulho na porta e foi olhar, era apenas Matt. — Limpei as carteiras deles. — Disse ele. — Mas você, irmãzinha... olha essa casa! — Ele girou, observando a casa. — Com esse dinheiro, vamos poder ir embora daqui! — Respondeu ela. Ele jogou uma mochila para ela e eles foram terminar o que estavam fazendo ali. Antes de partir, escreveu uma carta e deixou no criado mudo ao lado da cama de , sorrindo de leve ao partir.
Na manhã seguinte, quando acordou, estava confuso. Sua casa parecia estranha, sua cabeça doía e não estava lá. Na medida em que caminhava pela casa, procurando vestígios da mulher, ele percebia que suas coisas haviam sumido. Voltou para o seu quarto e percebeu que o seu cofre estava aberto, sem dinheiro ou joia alguma dentro. Notou um pedaço de papel estranho no seu criado mudo e, mesmo com dor de cabeça e enxergando as letras trêmulas, pegou para ler.
“Querido , agradeço a hospitalidade e por ter me defendido, por todas as oportunidades que me ofereceu e por ter sido tão cavalheiro! Gostaria que pudéssemos ter nos divertido. Ah, Bob e Matt são meus irmãos, acho que você deveria ligar para os seus amigos e verificar se eles têm como pagar a conta ou voltar para casa, pois Matt não os deixou sem dinheiro algum. Deixei o seu celular, porque não seria legal ter algo para me rastrear. Por mais que você tenha me oferecido tantas coisas, não era isso que eu queria. Você deve pensar bem antes de querer segurar uma granada para alguém, não é como se todas as pessoas do mundo fossem boas como você. Enfim, obrigada pela grana, com carinho, .”
Na parte de baixo tinha um desenho de coração. Ele não acreditava que aquilo tinha acontecido, ele tinha oferecido um mundo de oportunidades para ela e a única coisa que ele queria em troca era seu amor. Ela era uma mulher ruim, e isso era difícil de acreditar. Ele se sentou na cama e suspirou, desacreditado de que tudo era um plano. Em outra cidade, pensava no quão trabalhoso foi concluir esse golpe e se sentia um pouco culpada por ter feito isso com um cara legal como , mas olhava para Bob e Matt e isso passava. Agora eles teriam novos nomes, uma nova cidade e novos golpes para aplicar. Ela sobreviveu assim; não existia esperanças para ela. Ele deu tudo que tinha para ela, que jogou no lixo. Esse não seria o final feliz que ele esperava.
— Adeus, . — Sussurrou ela, olhando pela janela do carro, deixando a cidade para trás.
Fim
Nota da autora: Oi gente, espero que vocês tenham gostado, porque eu amei escrever essa fic, Vou deixar meu insta de autora abaixo, para que vocês possam conferir minhas outras histórias.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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