estava deitada em sua cama, enquanto ouvia o barulho vindo do andar de baixo. Seus pais estavam dando uma festa, da qual ela não tinha a mínima vontade de participar. Sua mãe veio até seu quarto, a forçou a colocar o vestido que tinha comprado. A menina fez o que ela pediu, mas não desceu. Não queria gastar nem um minuto do seu tempo com aquelas pessoas. Todas esnobes, fúteis e arrogantes, que acham que são melhores que os outros só porque tem dinheiro. Se tirarem isso deles, não vai sobrar nada.
Seus pais querem que ela seja um belo exemplo de menina, que eles possam exibir como um troféu, mas ela não é nada disso. Talvez seus pais nem saibam quem ou o que ela realmente é, o que gosta de fazer, com quem ela gosta de estar. Seus amigos, todos eles, são rejeitados pelos seus pais. Eles dizem que não são no mesmo nível social que ela, que não tem nada para agregar, que não podem lhe ensinar nada de bom. Mas é com eles que aprende o melhor da vida, o que melhor que o mundo tem a oferecer. Ela se sente realmente viva quando está com eles, quando ficam bêbados pelas ruas de Los Angeles, quando não sente mais as amarras que seus pais sempre tentam deixar, dia após dia, mais apertadas ao redor de seus pulsos. Só que quanto mais eles tentam prendê-la, mas livre ela fica. A menina estava prestes a fazer 21 anos, em breve ela seria totalmente responsável por si mesma e com isso em mente, tinha certeza que tudo mudaria. Seus pais não teriam mais tanto poder sobre ela, porque ela não deixaria. Daria um jeito de ser dona de seu próprio nariz, de cuidar de sua vida.
Só que tudo piorou quando conheceu , filho do motorista de um dos vizinhos. Os pais da menina surtaram ao saber do envolvimento da filha com alguém de um nível social tão baixo. Eles tentaram de tudo: a proibiram de sair, mudaram de faculdade, tiraram seu celular, mas nada adiantou, eles continuavam se encontrando. Então, simplesmente, resolveram fingir que nada estava acontecendo. Sabiam que a menina ainda se encontrava com , só decidiram pecar pela omissão. Mas também não facilitavam, tinha horário para voltar para casa, era levada e trazida pelo motorista a todos os lugares que ia, e monitorada quase que por 24 horas, diariamente. Só se sentia livre em seu quarto, como estava agora. Até que a menina ouviu um barulho vindo da sua janela, caminhou até a mesma e colocou a cortina para o lado, enxergando meio escondido entre as árvores do jardim da frente da casa. Um sorriso se formou em seu rosto e ela abriu a janela no mesmo instante.
- ! – ela disse, chamando a atenção do rapaz, que olhou em sua direção, com um sorriso largo ocupando o seu rosto. – O que você tá fazendo aqui?
- Estou aqui para resgatar a minha bela prisioneira de sua torre. – ele caminhou até onde estava mais claro. Olhou na direção da casa, observando se era possível vê-lo de onde estava, mas a movimentação das pessoas parecia ser do outro lado. – Você quer fugir comigo essa noite? – perguntou, com os olhos brilhando em expectativa.
- Essa e todas as outras. – a menina respondeu, mordendo o lábio inferior. – Acho que vou ter que descer pela janela. – comentou, olhando para baixo.
- E você consegue? – perguntou, mais preocupado do que questionando a sua capacidade.
- Não será minha primeira vez. – sorriu, travessa. Voltando para dentro do quarto, ela trancou a porta, deixando a chave na fechadura, assim ninguém conseguiria abrir por fora. Pegou sua bolsa, vestiu uma jaqueta por cima do vestido, calçou as botas que não tirava dos pés e voltou para a janela. – Segura pra mim. – falou, jogando a bolsa na direção do menino, antes de colocar as pernas para fora. caminhou pelo beiral do telhado, se segurando nas janelas, com cuidado e uma destreza que mostrava que, realmente, não era sua primeira vez fazendo aquilo, indo até o telhado acima da varanda da frente e descendo se apoiando na pilastra. E, como se fosse muito fácil, ela estava na frente do rapaz, com o sorriso quase superior nos lábios. – Vamos. – disse, segurando a mão do rapaz e correndo para longe do jardim de sua casa.
You're stuck in my head, stuck in my heart
Stuck in my body, body
I wanna go, get out of here
I'm sick of the party, party
I'd run away
I'd run away with you, ooh
Eles pararam na esquina, onde o rapaz tinha deixado seu carro. Um carro vermelho antigo, que era do seu pai quando mais jovem, mas que ele adorava. Ele abriu a porta, ajudando a menina a entrar.
- Para onde vamos? – perguntou, vendo-a abrir os braços, como se estivesse se sentindo livre. Ela tinha os lábios abertos num largo sorriso, os olhos fechados e uma expressão de completa paz em seu rosto.
- Pra qualquer lugar. – respondeu, simplesmente.
entrou no carro, ligando o mesmo. passou os braços ao redor do ombro do rapaz, encostando seus lábios em seu rosto e ficando mais confortável do que deveria. sorriu de lado, ligando o carro e eles ganharam as ruas da parte nobre de Los Angeles. abaixou o vidro e respirou fundo, sentindo o vento gelado bater em seu rosto. Ela sentiu uma vontade de gritar, uma vontade de externar o que estava sentindo. Cansada de deixar tudo preso dentro de si, ela apenas deixou sair. Gritou, berrou, se libertou de tudo o que não queria mais dentro dela. E como se entendesse exatamente o que ela precisava, acelerou um pouco mais, rompendo com o silêncio que imperava na rua.
'Cause you make me feel like
I could be driving you all night
And I'll find your lips in the streetlights
I wanna be there with you, ooh
parou o carro perto do Píer Santa Barbara e eles caminharam, de mãos dadas, na direção do parque de diversões. gritou que queria ir na roda gigante assim que ela viu a mesma surgir no horizonte. Percorreram o percurso por entre as pessoas, mas não tão rápido. Queriam curtir aquele momento que tinham juntos, só eles, sem pressa. A menina comprou as entradas e eles sentaram no carrinho, subindo pouco a pouco, até que estavam bem no alto. passou o braço pelos ombros de , puxando-a para mais perto. Ela colocou a mão em seu rosto, olhando fundo em seus olhos. Não sabia nem começar a dizer o tamanho da saudade que sentia dele. Puxou-o pela gola da camisa, juntando seus lábios com vontade. O rapaz espalmou as mãos em sua perna, apertando levemente o local. Aproveitaram que não havia ninguém, além da lua e das estrelas, como testemunha. Trocaram beijos apaixonados sem sequer pensar que pudessem ver, sem se preocuparem com qualquer outra coisa a não ser os dois, a não ser a saudade que sentiam.
- Eu senti tanto, tanto, a sua falta. – murmurou, ainda com os lábios colados aos dele. passou a mão pelos cabelos da menina, colocando alguns fios atrás da orelha.
- Não mais do que eu. – ele respondeu, vendo-a estreitar os olhos, numa expressão divertida.
- Eu não quero mais ficar longe de você, . Não quero. – a menina disse. Havia urgência em sua voz, o que fez o rapaz ficar um pouco alarmado.
- Hey, calma. – a voz dele soou baixa e calma, como se quisesse tranquilizá-la. Ele passou a mão pelos seus braços, apertou levemente os seus ombros, fazendo com que ela o olhasse. – Não vamos pensar nisso agora, ok? Vamos aproveitar a noite, aproveitar esse tempo que temos juntos. Estávamos indo tão bem antes.
- Tudo bem. – balançou a cabeça, concordando com ele. – Onde estávamos mesmo? – perguntou retoricamente, sentindo os lábios de juntos ao seu assim que terminou a frase.
Up in the clouds, high as a kite
Over the city, city
We never sleep, we never try
When you are with me, with me
I wanna stay
I wanna stay here with you, ooh
Eles caminhavam por entre as estrelas da calçada da fama, correndo, brincando e rindo, chamando a atenção de quem estava em volta. Comeram um cachorro-quente de uma das barraquinhas, assistiram um artista de rua se apresentar, tiraram fotos juntos num grande mural que tinha numa parede, junto à várias estrelas de artistas que gostavam. Sentiam-se livre, como se nada pudesse alcançá-los naquele momento. puxou para mais perto, prendendo-a confortavelmente em seus braços. Passou a mão levemente pelo rosto da menina, vendo um sorriso surgir em resposta. Juntou seus lábios por breves segundos, ainda com os olhos fixos nos dela.
- Eu amo você. – murmurou tão baixo, que foi quase que apenas seus lábios se movendo sem emitir nenhum som. sentiu os olhos se encherem de lágrimas e a visão ficar meio turva, devi. Suas mãos tremiam, seu corpo todo tremia. Era que a mantinha de pé. Ele nunca havia dito aquelas palavras a ela. Eles nunca haviam dito aquelas palavras. Respirava fundo, tentando encontrar palavras para responder. Não precisavam ser muitas, bastavam quatro delas. A menina levantou uma das mãos, tocando o rosto do rapaz, começando próximo aos olhos, descendo pela lateral, traçando o contorno de seu maxilar e parando perto de seus lábios. Não tirou seus olhos dos dele por nenhum milésimo de segundo desde que ele tinha dito que lhe amava. Parecia que tinha sido há horas atrás, mas ao mesmo tempo as três pequenas e simples palavras ainda ecoavam em sua mente.
- Eu também amo você. – falou, por fim. Sentindo o peito leve, assim como o restante do corpo, no momento em que colocou aquele sentimento para fora. tocou a região abaixo dos olhos da menina, secando as lágrimas que rolaram sem que ela percebesse.
- Vamos sair daqui. – falou, vendo a menina assentir. Eles entrelaçaram seus dedos e caminharam de volta para onde tinham deixado o carro.
Hold on to me
I never wanna let you go, oh
Over the weekend
We could turn the world to gold
Estavam sentados lado a lado na areia fofa da praia, estava quase tudo deserto, já era alta madrugada e tinha pouca gente na rua. passou o braço ao redor dos ombros de e ela apoiou a cabeça no peito do rapaz. Ficaram encarando a escuridão, ouvindo o som das ondas batendo contra a areia, contra as pedras e contra o píer, que ficava alguns metros à direita. Eles sabiam que a noite estava acabando, que logo teriam que voltar para a realidade, mas nenhum deles parecia muito interessado nisso. olhou para o céu, vendo as estrelas brilhando fortemente, quase que indicando um caminho pra ela. Caminho totalmente o contrário de sua casa. Pra onde ela não queria voltar, onde ela nunca queria estar.
- Talvez seja hora de voltarmos, tá bem tarde. – disse, olhando o relógio, mas continuou encarando o céu, sem demonstrar que iria a qualquer lugar naquele momento. – , temos que ir, seus pais...
- Eu não quero voltar pra casa. – falou, olhando para o rapaz, que a encarava assustado. – Eu não sou feliz lá, , não quero ficar nunca lugar onde tudo me faz mal.
- E pra onde você vai? – perguntou, mas ela também não sabia a resposta. queria ir para qualquer lugar que pudesse ser ela mesma, que pudesse viver a sua própria vida. Que não fosse proibida de tudo, mantida quase como uma prisioneira.
- Pra qualquer lugar. – respondeu, encarando o mar. Respirou fundo, sentindo a brisa gelada e úmida tocar seu rosto. observou atentamente a menina, vendo que ela tinha uma expressão diferente no rosto, ela parecia muito segura do que estava fazendo.
Oh, my baby, take me to the feeling
I’ll be your sinner in secret
When the lights go out
Run away with me
deixou na porta de casa e saiu de carro sem dizer nada, a menina refez o trajeto pelo telhado até o seu quarto, entrando pela janela. Sem nem pensar duas vezes, pegou sua mochila e começou a colocar algumas peças de roupa, depois pegou uma bolsa grande, guardando tudo o que poderia precisar do futuro. Pegou um dinheiro que tinha guardado, algumas joias que poderia vender. Não juntou muita coisa, apenas o que conseguiria carregar, até porque, não queria levar quase nada daquele lugar. Trocou o vestido por uma roupa confortável e deixou o mesmo sobre a cama, com um bilhete para os pais. Algo simples, já que não esperava que eles entendessem.
“Sinto muito que as coisas tenham que ser dessa forma. Talvez um dia vocês possam me compreender, aceitar minha decisão. Mas eu precisava viver, eu precisava de mais do que eu tinha. Acredito que vida seja muito mais do que dinheiro, status e poder, a vida é o que podemos levar com a gente. Espero que não percebam isso tarde demais.
Entre em contato quando puder. E acreditem, eu amo vocês.
.
Baby, every single minute
I’ll be your hero and win it
When the lights go out
Run away with me
A menina jogou as coisas pela janela, fazendo o mesmo trajeto que tinha feito antes. Não olhou nenhuma vez para trás enquanto caminhava pelo gramado da casa. Seus passos eram firmes e decididos, nada mudaria sua cabeça naquele momento. Assim que chegou na calçada, ouviu uma buzina conhecida vinda do outro lado da rua. Apertou os olhos, enxergando encostado no carro, meio escondido na sombra de uma árvore. Correu até ele, o abraçando com força, como se também estivesse se despedindo.
- O que você tá fazendo aqui? – perguntou, vendo o rapaz pegar as bolsas que ela carregava e jogar no banco de trás do carro. – o que você tá fazendo?
- Eu não vou deixar você ir pra qualquer lugar, não sem mim. – sorriu de lado, puxando a menina para um beijo.
- Você tem certeza? – perguntou, vendo-o balançar a cabeça, afirmando. – E seus pais, seu trabalho...
- Eles sabem, eu disse que entro em contato. Disseram que é uma loucura, mas eles só querem que eu seja feliz e sabem que isso só é possível ao seu lado.
juntou seus lábios aos de mais uma vez, murmurando o quanto o amava diversas vezes. Eles entraram no carro e deu partida. sentiu o motor tremendo e aquela sensação acalmou o seu coração repleto de incerteza. Não sobre o que estavam fazendo, mas sobre o que viria a seguir. Mas ela não se importava, tudo daria certo.
- Para onde vamos? – o rapaz repetiu a pergunta que tinha feito mais cedo. olhou em sua direção, sorrindo de lado. Ela respirou fundo e fechou os olhos, sentindo a paz tomar o seu coração.
- Pra qualquer lugar. – respondeu novamente.
Run away with me
Seus pais querem que ela seja um belo exemplo de menina, que eles possam exibir como um troféu, mas ela não é nada disso. Talvez seus pais nem saibam quem ou o que ela realmente é, o que gosta de fazer, com quem ela gosta de estar. Seus amigos, todos eles, são rejeitados pelos seus pais. Eles dizem que não são no mesmo nível social que ela, que não tem nada para agregar, que não podem lhe ensinar nada de bom. Mas é com eles que aprende o melhor da vida, o que melhor que o mundo tem a oferecer. Ela se sente realmente viva quando está com eles, quando ficam bêbados pelas ruas de Los Angeles, quando não sente mais as amarras que seus pais sempre tentam deixar, dia após dia, mais apertadas ao redor de seus pulsos. Só que quanto mais eles tentam prendê-la, mas livre ela fica. A menina estava prestes a fazer 21 anos, em breve ela seria totalmente responsável por si mesma e com isso em mente, tinha certeza que tudo mudaria. Seus pais não teriam mais tanto poder sobre ela, porque ela não deixaria. Daria um jeito de ser dona de seu próprio nariz, de cuidar de sua vida.
Só que tudo piorou quando conheceu , filho do motorista de um dos vizinhos. Os pais da menina surtaram ao saber do envolvimento da filha com alguém de um nível social tão baixo. Eles tentaram de tudo: a proibiram de sair, mudaram de faculdade, tiraram seu celular, mas nada adiantou, eles continuavam se encontrando. Então, simplesmente, resolveram fingir que nada estava acontecendo. Sabiam que a menina ainda se encontrava com , só decidiram pecar pela omissão. Mas também não facilitavam, tinha horário para voltar para casa, era levada e trazida pelo motorista a todos os lugares que ia, e monitorada quase que por 24 horas, diariamente. Só se sentia livre em seu quarto, como estava agora. Até que a menina ouviu um barulho vindo da sua janela, caminhou até a mesma e colocou a cortina para o lado, enxergando meio escondido entre as árvores do jardim da frente da casa. Um sorriso se formou em seu rosto e ela abriu a janela no mesmo instante.
- ! – ela disse, chamando a atenção do rapaz, que olhou em sua direção, com um sorriso largo ocupando o seu rosto. – O que você tá fazendo aqui?
- Estou aqui para resgatar a minha bela prisioneira de sua torre. – ele caminhou até onde estava mais claro. Olhou na direção da casa, observando se era possível vê-lo de onde estava, mas a movimentação das pessoas parecia ser do outro lado. – Você quer fugir comigo essa noite? – perguntou, com os olhos brilhando em expectativa.
- Essa e todas as outras. – a menina respondeu, mordendo o lábio inferior. – Acho que vou ter que descer pela janela. – comentou, olhando para baixo.
- E você consegue? – perguntou, mais preocupado do que questionando a sua capacidade.
- Não será minha primeira vez. – sorriu, travessa. Voltando para dentro do quarto, ela trancou a porta, deixando a chave na fechadura, assim ninguém conseguiria abrir por fora. Pegou sua bolsa, vestiu uma jaqueta por cima do vestido, calçou as botas que não tirava dos pés e voltou para a janela. – Segura pra mim. – falou, jogando a bolsa na direção do menino, antes de colocar as pernas para fora. caminhou pelo beiral do telhado, se segurando nas janelas, com cuidado e uma destreza que mostrava que, realmente, não era sua primeira vez fazendo aquilo, indo até o telhado acima da varanda da frente e descendo se apoiando na pilastra. E, como se fosse muito fácil, ela estava na frente do rapaz, com o sorriso quase superior nos lábios. – Vamos. – disse, segurando a mão do rapaz e correndo para longe do jardim de sua casa.
Eles pararam na esquina, onde o rapaz tinha deixado seu carro. Um carro vermelho antigo, que era do seu pai quando mais jovem, mas que ele adorava. Ele abriu a porta, ajudando a menina a entrar.
- Para onde vamos? – perguntou, vendo-a abrir os braços, como se estivesse se sentindo livre. Ela tinha os lábios abertos num largo sorriso, os olhos fechados e uma expressão de completa paz em seu rosto.
- Pra qualquer lugar. – respondeu, simplesmente.
entrou no carro, ligando o mesmo. passou os braços ao redor do ombro do rapaz, encostando seus lábios em seu rosto e ficando mais confortável do que deveria. sorriu de lado, ligando o carro e eles ganharam as ruas da parte nobre de Los Angeles. abaixou o vidro e respirou fundo, sentindo o vento gelado bater em seu rosto. Ela sentiu uma vontade de gritar, uma vontade de externar o que estava sentindo. Cansada de deixar tudo preso dentro de si, ela apenas deixou sair. Gritou, berrou, se libertou de tudo o que não queria mais dentro dela. E como se entendesse exatamente o que ela precisava, acelerou um pouco mais, rompendo com o silêncio que imperava na rua.
parou o carro perto do Píer Santa Barbara e eles caminharam, de mãos dadas, na direção do parque de diversões. gritou que queria ir na roda gigante assim que ela viu a mesma surgir no horizonte. Percorreram o percurso por entre as pessoas, mas não tão rápido. Queriam curtir aquele momento que tinham juntos, só eles, sem pressa. A menina comprou as entradas e eles sentaram no carrinho, subindo pouco a pouco, até que estavam bem no alto. passou o braço pelos ombros de , puxando-a para mais perto. Ela colocou a mão em seu rosto, olhando fundo em seus olhos. Não sabia nem começar a dizer o tamanho da saudade que sentia dele. Puxou-o pela gola da camisa, juntando seus lábios com vontade. O rapaz espalmou as mãos em sua perna, apertando levemente o local. Aproveitaram que não havia ninguém, além da lua e das estrelas, como testemunha. Trocaram beijos apaixonados sem sequer pensar que pudessem ver, sem se preocuparem com qualquer outra coisa a não ser os dois, a não ser a saudade que sentiam.
- Eu senti tanto, tanto, a sua falta. – murmurou, ainda com os lábios colados aos dele. passou a mão pelos cabelos da menina, colocando alguns fios atrás da orelha.
- Não mais do que eu. – ele respondeu, vendo-a estreitar os olhos, numa expressão divertida.
- Eu não quero mais ficar longe de você, . Não quero. – a menina disse. Havia urgência em sua voz, o que fez o rapaz ficar um pouco alarmado.
- Hey, calma. – a voz dele soou baixa e calma, como se quisesse tranquilizá-la. Ele passou a mão pelos seus braços, apertou levemente os seus ombros, fazendo com que ela o olhasse. – Não vamos pensar nisso agora, ok? Vamos aproveitar a noite, aproveitar esse tempo que temos juntos. Estávamos indo tão bem antes.
- Tudo bem. – balançou a cabeça, concordando com ele. – Onde estávamos mesmo? – perguntou retoricamente, sentindo os lábios de juntos ao seu assim que terminou a frase.
Eles caminhavam por entre as estrelas da calçada da fama, correndo, brincando e rindo, chamando a atenção de quem estava em volta. Comeram um cachorro-quente de uma das barraquinhas, assistiram um artista de rua se apresentar, tiraram fotos juntos num grande mural que tinha numa parede, junto à várias estrelas de artistas que gostavam. Sentiam-se livre, como se nada pudesse alcançá-los naquele momento. puxou para mais perto, prendendo-a confortavelmente em seus braços. Passou a mão levemente pelo rosto da menina, vendo um sorriso surgir em resposta. Juntou seus lábios por breves segundos, ainda com os olhos fixos nos dela.
- Eu amo você. – murmurou tão baixo, que foi quase que apenas seus lábios se movendo sem emitir nenhum som. sentiu os olhos se encherem de lágrimas e a visão ficar meio turva, devi. Suas mãos tremiam, seu corpo todo tremia. Era que a mantinha de pé. Ele nunca havia dito aquelas palavras a ela. Eles nunca haviam dito aquelas palavras. Respirava fundo, tentando encontrar palavras para responder. Não precisavam ser muitas, bastavam quatro delas. A menina levantou uma das mãos, tocando o rosto do rapaz, começando próximo aos olhos, descendo pela lateral, traçando o contorno de seu maxilar e parando perto de seus lábios. Não tirou seus olhos dos dele por nenhum milésimo de segundo desde que ele tinha dito que lhe amava. Parecia que tinha sido há horas atrás, mas ao mesmo tempo as três pequenas e simples palavras ainda ecoavam em sua mente.
- Eu também amo você. – falou, por fim. Sentindo o peito leve, assim como o restante do corpo, no momento em que colocou aquele sentimento para fora. tocou a região abaixo dos olhos da menina, secando as lágrimas que rolaram sem que ela percebesse.
- Vamos sair daqui. – falou, vendo a menina assentir. Eles entrelaçaram seus dedos e caminharam de volta para onde tinham deixado o carro.
I never wanna let you go, oh
Over the weekend
We could turn the world to gold
Estavam sentados lado a lado na areia fofa da praia, estava quase tudo deserto, já era alta madrugada e tinha pouca gente na rua. passou o braço ao redor dos ombros de e ela apoiou a cabeça no peito do rapaz. Ficaram encarando a escuridão, ouvindo o som das ondas batendo contra a areia, contra as pedras e contra o píer, que ficava alguns metros à direita. Eles sabiam que a noite estava acabando, que logo teriam que voltar para a realidade, mas nenhum deles parecia muito interessado nisso. olhou para o céu, vendo as estrelas brilhando fortemente, quase que indicando um caminho pra ela. Caminho totalmente o contrário de sua casa. Pra onde ela não queria voltar, onde ela nunca queria estar.
- Talvez seja hora de voltarmos, tá bem tarde. – disse, olhando o relógio, mas continuou encarando o céu, sem demonstrar que iria a qualquer lugar naquele momento. – , temos que ir, seus pais...
- Eu não quero voltar pra casa. – falou, olhando para o rapaz, que a encarava assustado. – Eu não sou feliz lá, , não quero ficar nunca lugar onde tudo me faz mal.
- E pra onde você vai? – perguntou, mas ela também não sabia a resposta. queria ir para qualquer lugar que pudesse ser ela mesma, que pudesse viver a sua própria vida. Que não fosse proibida de tudo, mantida quase como uma prisioneira.
- Pra qualquer lugar. – respondeu, encarando o mar. Respirou fundo, sentindo a brisa gelada e úmida tocar seu rosto. observou atentamente a menina, vendo que ela tinha uma expressão diferente no rosto, ela parecia muito segura do que estava fazendo.
I’ll be your sinner in secret
When the lights go out
Run away with me
deixou na porta de casa e saiu de carro sem dizer nada, a menina refez o trajeto pelo telhado até o seu quarto, entrando pela janela. Sem nem pensar duas vezes, pegou sua mochila e começou a colocar algumas peças de roupa, depois pegou uma bolsa grande, guardando tudo o que poderia precisar do futuro. Pegou um dinheiro que tinha guardado, algumas joias que poderia vender. Não juntou muita coisa, apenas o que conseguiria carregar, até porque, não queria levar quase nada daquele lugar. Trocou o vestido por uma roupa confortável e deixou o mesmo sobre a cama, com um bilhete para os pais. Algo simples, já que não esperava que eles entendessem.
“Sinto muito que as coisas tenham que ser dessa forma. Talvez um dia vocês possam me compreender, aceitar minha decisão. Mas eu precisava viver, eu precisava de mais do que eu tinha. Acredito que vida seja muito mais do que dinheiro, status e poder, a vida é o que podemos levar com a gente. Espero que não percebam isso tarde demais.
Entre em contato quando puder. E acreditem, eu amo vocês.
.
I’ll be your hero and win it
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A menina jogou as coisas pela janela, fazendo o mesmo trajeto que tinha feito antes. Não olhou nenhuma vez para trás enquanto caminhava pelo gramado da casa. Seus passos eram firmes e decididos, nada mudaria sua cabeça naquele momento. Assim que chegou na calçada, ouviu uma buzina conhecida vinda do outro lado da rua. Apertou os olhos, enxergando encostado no carro, meio escondido na sombra de uma árvore. Correu até ele, o abraçando com força, como se também estivesse se despedindo.
- O que você tá fazendo aqui? – perguntou, vendo o rapaz pegar as bolsas que ela carregava e jogar no banco de trás do carro. – o que você tá fazendo?
- Eu não vou deixar você ir pra qualquer lugar, não sem mim. – sorriu de lado, puxando a menina para um beijo.
- Você tem certeza? – perguntou, vendo-o balançar a cabeça, afirmando. – E seus pais, seu trabalho...
- Eles sabem, eu disse que entro em contato. Disseram que é uma loucura, mas eles só querem que eu seja feliz e sabem que isso só é possível ao seu lado.
juntou seus lábios aos de mais uma vez, murmurando o quanto o amava diversas vezes. Eles entraram no carro e deu partida. sentiu o motor tremendo e aquela sensação acalmou o seu coração repleto de incerteza. Não sobre o que estavam fazendo, mas sobre o que viria a seguir. Mas ela não se importava, tudo daria certo.
- Para onde vamos? – o rapaz repetiu a pergunta que tinha feito mais cedo. olhou em sua direção, sorrindo de lado. Ela respirou fundo e fechou os olhos, sentindo a paz tomar o seu coração.
- Pra qualquer lugar. – respondeu novamente.
Fim.
Nota da autora:
Espero que tenham gostado.
Beijo da That.
Até a próxima.
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Nothing Left To Lose - Especial do Dia dos Namorados
Raining in Paris - Especial da Saudade
Untangle Me - Especial da Equipe
We Could've Fallen in Love - Especial de Agosto
What Goes Around... Comes Around - Restritas/Finalizadas
What Goes Around... Comes Around II - Restritas/Finalizadas
»Andamento«
Dylan - Outros/Em Andamento
Pretty Hurts - Restritas/Em Andamento
»Finalizadas«
Enchanted - McFLY/Finalizadas
When I'm Hurt - McFLY/Finalizadas