01. Tennis Court


Finalizada em: 17/08/2019

Capítulo Único

Já estava entediante todo aquele papo de pessoas inteligentes, cada um querendo impressionar os outros falando de marcas de roupas, sapatos, países e o quão rico são.
Bela merda, pensei.
Eu sou o tipo de pessoa que não fazia questão de coisas caras, odiava me exibir, diferente dos meus pais, que não importa o assunto, eles sempre vão falar sobre dinheiro.
Meus pais me obrigaram a vir nesse evento, e estou completamente arrependida de não ter insistido mais para ficar em casa.
- Filha, por que não dá uma voltinha e não conversa com alguns meninos, huh? - falou baixo no meu ouvido.
Ah, claro, esqueci do “objetivo” dessa festa.
Me unir com algum jovem milionário para aumentar a fortuna dos meus pais, ideia da minha querida mamãe.
Revirei os olhos e bebi um copo de água.
Um garçom veio até nossa mesa e nos serviu, olhei para o seu rosto e sorri involuntariamente. Ele é lindo, cabelos pretos com ondas nas pontas e tinha olhos verdes. Ele olhou para mim e sorriu. Ouvi minha mãe chamando minha atenção e desviei olhar.
- Hum… Perdeu alguma coisa, garçom? - perguntou com as sobrancelhas arqueadas e nariz empinado.
Odiava quando ela se achava melhor do que os outros.
- Hum... Nada não, senhora - falou educado.
- Por que olha tanto para minha filha?
- A beleza tem que ser apreciada, senhora - falou com um sorriso no canto dos lábios e sorri.
- Ah, como? Você não pode ficar paquerando minha filha, ela não é para o seu tipinho, vou demiti-lo - disse se levantando.
Ah, esqueci de falar que ela acha que tudo tem que ser do jeito dela.
- Mas, senhora, eu não fiz nada - falou inocente.
- Fez e vai sofrer as consequências. Para fora, agora!
- Senhora, me perdoe, mas eu preciso desse dinheiro.
- Eu não quero saber, FORA AGORA! - gritou minha mãe na sua cara.
Todo mundo olhava aquela cena, meus olhos estavam arregalados, não conseguia acreditar que minha mãe estava fazendo isso.
Percebo os olhos marejados do rapaz e me levanto, e ele tirava seu uniforme.
- Mãe, para de ser assim, ele não fez nada.
- , cuide de sua vida - falou grossa.
- Mas, mãe...
- , obedece sua mãe - falou meu pai.
Neguei com a cabeça indignada - Vocês são hipócritas, se acham os donos do mundo, os melhores, mas são um lixo, me desculpem a palavra, sempre falam em eventos que são humildes, que gostam de ajudar os outros, mas quando estão fora das câmeras, tratam um garçom como uma merda? Ele só está fazendo seu trabalho, ele tem uma família que provavelmente depende do serviço dele, nenhum serviço é motivo de vergonha, eu só consigo sentir nojo de vocês, nojo de ser filha de pessoas que são lixos de ser humano - falei tudo e olhei no fundo dos olhos da minha mãe.
Ela negou com a cabeça e riu.
- Fale o que quiser, eu não me importo porque no final você sempre depende do nosso dinheiro mesmo - falou e deu as costas para mim.
- Você não precisava fazer isso - disse o rapaz.
- Você não foi a primeira pessoa que passou por isso, eu só estava cheia - falei olhando no seu rosto, ele assentiu e sorriu;
- Bom, eu preciso ir embora, nem sei como vou falar para minha mãe que fui demitido.
- Sinto muito.
- Você não tem culpa. Bom, eu preciso ir.
E saiu, quando fui me sentar minha mãe virou o rosto para mim. Aqui nesse inferno eu não fico mais. Sai correndo na direção em que o rapaz tinha saído e o segui.
- Ei, moço - chamei quando estava perto o suficiente para ele me ouvir.
Ele se virou com um sorriso no rosto.
- Aconteceu algo?
- Aconteceu. Você não me disse seu nome - falei e ele gargalhou.
- Meu nome é , prazer - disse me cumprimentando.
- , prazer.
- Hum… Você voltou só para saber meu nome?
- Não, er... Para onde você vai?
- Vou andar por aí...
- Eu posso te acompanhar?
- Eu… Eu acho que sim? - perguntou confuso.
- Ok... Então vamos.
Começamos a andar sem rumo pelo lado de fora do salão.
- Hum… Quantos anos você tem? - perguntei curiosa.
- 21.
- Eu também, você faz alguma faculdade?
- Não, eu não tenho dinheiro suficiente para isso - falou baixo.
- Ei, não precisa ter vergonha - falei tocando seu rosto. - Eu te entendo, você não deve ter uma vida fácil, né?
Ele não me respondeu, só olhou nos meus olhos, senti minhas bochechas ficarem vermelhas.
- É, não é nada fácil - falou depois de alguns segundos me encarando, assenti e continuamos andando
- Hum… Você faz algum esporte?
- Mas que pergunta aleatória - falou rindo. - Mas sim, eu jogo tênis.
- Sério? Eu também - falei empolgada.
- Que legal!
Concordei e enquanto andava vi uma quadra de tênis.
Coincidência?
- Ei, bem ali tem uma quadra, por que não vamos até lá?
- É um pouco tarde, pode ser perigoso.
- Que nada! Vamos!
Peguei sua mão e fomos correndo até a quadra.
- Eu amo jogar tênis.
Ele riu e pegou sua raquete.
- Por que não brincamos assim, a cada bola errada, a outra pessoa tem o direito a uma pergunta?
- Legal.
Me preparei e cada um foi para o seu lado da quadra, eu fiquei do lado esquerdo e ele do direito.
Começamos a jogar e segundos depois errei a bola.
- Droga - falei irritada. - Me distrai.
- Bom, qual é sua comida favorita?
Fiquei pensativa e ele riu.
- Aposto que é aqueles pratos nojentos de gente rica – falou.
- Credo, eu odeio esses tipos de comida, mas sinceramente eu adoro lasanha e gosto de macarrão instantâneo também.
Ele me olhou surpreso e eu ri.
- Eu não sou que nem meus pais, .
Voltamos a jogar e ele errou a bola.
- Qual é seu país favorito?
- Você sempre faz perguntas aleatórias assim? - perguntou rindo.
Dei a língua e ele disse.
- Eu adoro o Canadá, se eu tivesse condições eu moraria lá, ou na Irlanda, nesses países pequenos da Europa.
- Eu já fui para Irlanda, é lindo.
- É mesmo – concordou.
- Você já foi para Irlanda?
- Querida, o Google tá aí para isso - disse zoando.
Ri e continuamos a jogar.
- O que você quer ser quando crescer? - perguntei depois que ele errou a bola.
- Se eu tivesse uma vida melhor, eu seria médico, mas na minha situação atual, eu não sei o que eu quero.
- Você não deveria desistir de ser médico, se é isso que você realmente quer.
- Querer não é poder, .
- Mas você não pode desistir – insisti.
- Para você é fácil falar assim, seus pais são ricos, você nunca passou fome ou precisou de algo.
Não respondi, eu concordava com aquilo, eu sempre fui uma garota privilegiada, eu não podia julgá-lo.
- Ei, desculpa, eu não quis te ofender - falou se desculpando.
- Não, está tudo bem, você tem razão.
- Desculpa - falou baixo.
Olhei admirada para o seu rosto, estava encantada com os detalhes do seu rosto, o nariz, os olhos, o cabelo ondulado, sua boca...
Não percebi quando estávamos com os rostos tão...perto.
Senti seus lábios em cima dos meus, coloquei minha mão em sua nuca, toquei seus cabelos, ele me apertou de leve contra seu corpo, pediu passagem com a língua e cedi.
Segundos depois, nos separamos e abri meus olhos, encontrei seus olhos verdes profundos me encarando e sorri.
Ele riu e acariciou minha bochecha e encostou sua testa com a minha.
- Você me acharia louco se eu dissesse que eu estou interessado por você?
Ele riu e mordeu os lábios, e me beijou novamente.

Estávamos andando lado a lado, com ele me abraçando pelos ombros em direção a uma lanchonete.
Entramos e sentamos em uma mesa afastada das pessoas.
- Eu nunca vim a uma lanchonete antes – comentei.
Ele me olhou incrédulo e riu.
Eu já disse que adoro vê-lo sorrir?
Um garçom nos entregou o cardápio e eu olhei confusa para ele.
- O que eu deveria pedir?
- Do que gosta de comer? - perguntou segurando o riso.
- Hum… Carne, frango.
Ele assentiu e fez o pedido.
- Dois hambúrgueres, por favor.
O garçom marcou o pedido e saiu. Começamos a conversar novamente. Com ele era diferente, eu não via interesse em seus olhos como a todos os garotos que eu conversava, ele só conversava sobre a vida e não sobre o quão milionária minha família é. O garçom voltou e deixou os lanches. Dei uma mordida no hambúrguer.
- Meu Deus – exclamei.
- O que foi? - perguntou assustado.
- Isso. É. MARAVILHOSO.
- Sabia que você ia gostar.
Continuei comendo o hambúrguer delicioso.Por que eu nunca comi isso antes?
- 100 vezes melhor do que frutos do mar - falei enquanto comia.

Acabamos de comer, e saímos da lanchonete. Fomos até um parque e olhei admirada para um lago.
- Eu gosto daqui - falou atrás de mim. - Me dá paz.
- Eu gostei também.
Senti suas mãos em volta de minha cintura e fechei meus olhos, aproveitando a sensação dos seus lábios no meu ombro. Me virei e nos beijamos. Seu beijo era lento, ele parecia explorar minha boca. Ficamos nos beijando e trocando carinhos por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia um do outro.
- Ei, eu preciso te falar uma coisa - falei com a cabeça em seu pescoço.
- Pode falar.
- Er... Amanhã eu vou viajar para Irlanda, e não sei quando vamos nos ver de novo - falei o olhando.
Ele pareceu pensar por alguns segundos e falou:
- Tudo bem.
- Eu queria poder te encontrar mais vezes,
- Eu não acho que vai dar certo, sua mãe… Ela não gosta de mim e...
- Eu não ligo para ela, eu não ligo para ninguém.
- Eu… Acho melhor ficar só desse jeito, - falou baixo.
- Como assim, ?
- Melhor não nos encontrarmos mais, eu não quero ter problemas com sua família, sua mãe é uma mulher poderosa, se ela quiser fazer da minha vida um inferno, eu sei que ela consegue.
Assenti e respirei fundo.
- Ela provavelmente me vê como uma pessoa ruim para você - disse e ficamos em silêncio.
- Sabe, as vezes eu tenho vontade de ferrar esses eventos dela, ela é muito falsa com todos e isso me irrita, argh.
Ele riu e acariciou meu rosto.
- Isso não combina com você, .
Ficamos mais algum tempo juntos, olhando a movimentação do parque.
- Vamos, eu vou te levar para casa.
- Você sabe onde eu moro?
- A pergunta seria, quem não sabe onde você mora, ? - perguntou rindo.

- Pronto, a madame está entregue - falou quando chegamos em frente ao portão.
Olhei para ele e o abracei.
- Me desculpe pela minha mãe - disse com a cabeça em seu pescoço.
Queria guardar cada detalhe dessa noite, seus olhos, seu sorriso, seu cheiro, seu beijo...
- Não precisa se desculpar, linda - falou e fez um carinho na minha bochecha.
Ri e o beijei.
- Vou sentir sua falta - sussurrei contra seus lábios.
Ele fechou os olhos, e suspirou.
- Eu também
- Eu nunca senti meu coração desse jeito antes - falei e peguei em sua mão. - Sinta.
Ele me olhou e me beijou novamente.
- Me sinto da mesma forma, mas você sabe o que é o melhor a fazer, né?
Assenti de leve e dei um selinho nele. Ele sorriu e me abraçou.
- , PARA DENTRO AGORA! - gritou minha mãe.
Ela estava me espionando? Era só o que me faltava. A olhei assustada e se afastou de mim.
- Acho melhor eu ir...
- Não, eu...
- , NÃO ME DIGA QUE VOCÊ ESTAVA ABRAÇADA COM AQUELE GARÇOM TARADO! - gritou.
- Mãe, eu já vou entrar.
Puxei para longe do portão, de baixo de uma árvore e o beijei.
- Não se esquece de mim - sussurrei com os olhos fechados.
- Promete não se esquecer de mim?
Como eu poderia me esquecer?
- NUNCA!
Ele sorriu e me deu um selinho demorado.
- Vai lá, se não sua mãe te mata - falou brincando.
Assenti e me despedi com um beijo.
- Tchau, .
- Tchau, .
Fui em direção ao portão e antes de entrar, acenei e ele mandou um beijo no ar. Ri e entrei.

- Por que todas essas malas? - perguntei para minha mãe, olhando as malas que estavam no canto do meu quarto.
- Você vai morar na Irlanda com seu tio, - disse e saiu.
Senti meus olhos arderem e chorei. Fui até a janela atordoada, e chorei com a cabeça no vidro, meus olhos captaram uma pessoa lá em baixo. Abri a janela e o vi. Ele ainda estava lá, e me olhava enquanto eu chorava. Meu coração se apertou e solucei alto. Fiquei ali chorando até minha mãe entrar no quarto e me avisar que logo cedo eu iria viajar
E nunca mais veria .

Três semanas depois

POV'S

Estava mexendo no meu celular olhando o feed do meu Instagram. Me senti curioso… Onde será que ela estaria agora? Pesquisei seu nome, entrei no seu perfil e meu coração se apertou. Abri uma foto onde ela estava no Castelo de Bunratty, na Irlanda. Vi mais algumas fotos suas e sorri com aquilo, ela parecia contente por estar lá. Não podia negar que eu sentia falta dela, conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu na vida, sem dúvidas. Foi só um encontro, mas foi o suficiente para eu me encantar.
O jeito dela, seus olhos, sua humildade, seu sorriso, tudo nela me encantava. Talvez eu tenha me apaixonado, eu não sei... Independente de qualquer sentimento, não podíamos ter nenhum relacionamento , e eu sabia era melhor assim...
Acordei com o som irritante do meu despertador e me levantei da cama sonolento
Entrei no banheiro e fiz minha higiene, sai rapidamente para me trocar e vesti uma calça jeans escura, uma camiseta, um moletom e tênis, e saí de casa.
Entrei no café que ficava perto de casa, e me aproximei do balcão para fazer meu pedido.
- Dois muffins e um café, por favor - pedi educadamente.
A atendente assentiu, e me sentei em uma mesa.
Peguei meu pedido e voltei para minha mesa, e comecei a comer.
Avistei Tyler, meu amigo que trabalha comigo no restaurante. Ele se aproximou com um sorriso no rosto, e me cumprimentou.
- Como vai?
- Bem, e você? - perguntei e tomei um gole de café.
- Estou maravilhoso – sorriu, - Você não me parece muito bem, honey.
- Já disse, estou bem.
- Não, não precisa mentir. Edward me falou.
- O quê?
- Sobre uma garota que deixou você apaixonado. Foi embora do país e para piorar a mãe dela te odeia, mesmo sem te conhecer.
Assenti contra vontade e larguei meu copo na mesa.
- Eu não estou apaixonado por ela.
Não estou?
- Se tudo aconteceu do jeito que Edward me contou, sinto muito, querido, mas está sim, não adianta negar.
- Eu não quero falar sobre ela - respirei fundo.
- Você não tem o contato dela? Sabe onde ela está?
- Não, não tenho nada. Ela está na Irlanda.
- Irlanda? Caramba.
- Mas não importa – respondi.
- O que você quer fazer?
- Não entendi?
- Sobre ela. Não vai atrás da garota? E se ela for o amor da sua vida.
- Cara, ela está na Irlanda, eu não tenho dinheiro nem para ir em outra cidade. E se ela não for o amor da minha vida?
- Meu querido, isso você só saberá se tentar. Ela pode ser o amor da sua vida.
- Eu vou indo, hoje eu vou abrir o restaurante - falei me levantando.
- Tudo bem.
Dei um tapinha em seu ombro e me afastei.
- - me virei para olhá-lo, e ele se aproximou de mim. - Está na sua cara que essa garota mexeu com você, se for da sua vontade conhecê-la melhor, vai atrás, não desista. Se precisar de ajuda, me fala. Ela pode ser o amor da sua vida, honey.

Cheguei no restaurante um pouco atrasado, e preparei meu psicológico para escutar algum discurso sobre como eu devo ter mais responsabilidade com o meu serviço e blá, blá, blá.
- Eu preciso fazer meu discurso sobre responsabilidade? - perguntou Rick, o gerente do restaurante.
Não falei?
- Não precisa, Rick, eu sei que falhei. Desculpe.
- Que bom que reconhece seu erro, mas tome cuidado, não vou mais aturar seus atrasos. Eu te mando para rua em dois segundos se pisar na bola novamente.
- Rick, eu só atrasei 20 minutos e...
- Só 20 minutos, ? Você têm um horário a cumprir, se você não sabe.
Respirei fundo para não mandá-lo para o inferno.
- Ok, mas você percebeu que está me atrasando mais, enquanto eu poderia estar trabalhando.
Ele me olhou com raiva, e fechou a porta com força do quarto em que estávamos.
- Olhe aqui, rapaz, eu sou seu superior aqui neste lugar, então você me respeita. É meu último aviso, se você chegar atrasado, nem que seja um minuto depois do seu horário, nem precisa voltar aqui - falou com os olhos cheios de raiva e saiu.
Fechei meus olhos com força, e senti minha cabeça doer.
Ótimo, meu dia começou muito bem, peguei meu avental para começar a trabalhar.
- Ei, .
Acordei do transe em que eu estava, e me virei para trás.
- Oi?
- Você está bem? - perguntou Leo.
- Estou, por quê?
- Você 'ta meio distraído, com o olhar meio longe, está com problemas?
- Não, não, estou bem...
Assenti e me afastei para atender uma mesa.

Cheguei em casa completamente cansado e me joguei na cama, peguei no sono no mesmo instante e dormi.
Acordei com um barulho meio baixo, e abri meus olhos, peguei meu celular e atendi.
- Alô?
- Ei, . Te acordei, né?
Era Tyler
- Hum… Sim, aconteceu algo ?
- Não, não...eu só estive pensando e quero te ajudar a encontrar sua garota.
Quê?
-Eu já disse que não quero falar sobre isso.
- Querido, eu não perguntei se você quer falar ou não, eu e Edward vamos te ajudar com a garota.
Revirei meus olhos com aquilo.
-Você está falando sério?
- Seríssimo. Amanhã no mesmo horário no café, combinado?
- Caralho, você me liga de madrugada para me falar algo que você poderia ter feito amanhã, tchau, vou dormir.
- Desculpa, eu só estava ansioso. Então, combinado amanhã?
- Combinado, Tyler, combinado.
- YES! - comemorou - Até amanhã, honey.
Joguei meu celular na cama, e me levantei para tomar um banho

Entrei no café e avistei os garotos sentados, e caminhe até eles;
- E aí, ? - fizemos um high five e me sentei.
- Dormiu bem?
- Sim.
- Eu já pedi algo para você, pega aí.
- Bom, o plano é o seguinte, eu e Tyler queremos te ajudar e...
- Eu já sei dessa parte, Edward...
- Alguém acordou de mal humor - comentou Tyler.
- Continuando... Como você não sabe quando ela vem, e se ela vêm. Nós pensamos em você ir até ela, e...
- Eu não tenho dinheiro suficiente.
- Você pode parar de interromper? Continue, Ed - Tyler me repreendeu.
- Bom, nós vamos te ajudar. Amanhã mesmo você vai para Irlanda, amigo.
Parei de comer, e o encarei esperando que tudo aquilo fosse uma pegadinha.
- Espera, o quê?
- Está com problemas de audição, meu amor? - perguntou Tyler.
- Não estou, meu amor - o encarei com olhar de deboche. - Eu só não consigo acreditar.
- Pois acredite, você vai, nós já compramos a passagem.
- Ok… Mas não quero aceitar, desculpa.
- O quê? - perguntou Tyler descrente. - Você vai sim, eu não fiquei a madrugada inteira revirando a internet para nada.
- Desculpa, mas...
- , aceite. Sou seu melhor amigo, só quero te ajudar.
- Mas é muito dinheiro...Eu não posso.
- Você me devolve quando puder, não precisa se preocupar.
- Você só precisa se preocupar em como vai encontrar sua garota lá - comentou Tyler.
Respirei fundo e abaixei minha cabeça na mesa.
- Eu preciso ir agora, sua passagem está com Tyler, o hotel está pago também. Você tem quatro dias para encontrá-la. Bom dia.
Levantei minha cabeça e olhei para Tyler. Era isso que eu queria não era?
Encontrar . Mas eu não sabia o que sentia por ela, e se for algo passageiro? E se não valer a pena? E se ela não me querer? E se eu não a encontrar?E se eu não for bom o suficiente para ela?
- Você deveria parar de pensar no famoso " e se" e focar em encontrá-la e o resto deixa rolar...
Assenti.
- Eu preciso ir, tenho que comprar um remédio, não se atrase - falou enquanto se levantava e deixou um papel em cima da mesa.
Peguei o papel, e meus olhos não desgrudaram de " Estados Unidos/Irlanda."
Eu vou para Irlanda.
Desci do táxi com uma mala em minhas mãos, e entrei no aeroporto com Tyler em meu alcance. Fiz meu check in e me sentei na cadeira ao lado de Tyler.
- Ansioso?
- Para quê? Conhecer a Irlanda ou encontrar ?
Ele riu.
- Os dois.
- Eu pareço calmo, mas por dentro estou soltando fogos de artifícios - falei rindo.
- Você está apaixonado - ele falou, não era um pergunta, era uma afirmação.
Eu fiquei calado, não soube o que responder.
- Quando você chegar lá, me liga, vou instruir você para encontrar sua garota.
- Como?
- Querido, só confie em mim – falou.
- Eu confio.
- Ótimo. Agora vai lá soldado, você tem uma missão para cumprir.
Sorri e o abracei.

Cheguei no meu hotel, e fui até a recepcionista.
- Olá, boa noite. Tenho uma reserva aqui.
- Seu nome, por favor?
- Christian .
Ela assentiu e digitou algo em seu computador, me entregou uma chave e um cartão;
- Bem-vindo ao Hotel Lahav, fique à vontade.
- Obrigado.
Me afastei e caminhei até o elevador, apertei o botão e esperei.
Fechei a porta e respirei fundo.
Que merda eu estava fazendo?
Se imaginar que eu estou na Irlanda atrás dela, vai achar que eu sou uma psicopata maníaco.
Olhei ao redor e coloquei minha mala perto da cama, e me sentei na poltrona. O quarto era confortável, não era nada luxuoso, mas era bom. Do meu lado tinha uma cama de solteiro, uma cômoda pequena com um abajur em cima. Na minha frente tinha uma TV e um guarda-roupa médio.
Abri minha mala para pegar meu celular e me sentei novamente na poltrona, olhei as horas e era madrugada. Espero que Tyler não brigue comigo, mas foi ele que me pediu para ligar.
- Achei que não fosse me ligar, honey.
- Oi, Tyler. Cheguei agora no hotel.
- Tudo bem, - riu. - E o que achou do hotel?
- O quarto é confortável.
- Ótimo. Olha, eu não vou te dar nenhuma instrução hoje, vai tomar um banho e descansar. Amanhã me liga na hora que você acordar, ok?
- Ok, boa noite.
- Aqui já é dia, meu querido.
- Fuso horário, entendi… Tenha um bom dia então.
- Obrigado, agora vai descansar, porque amanhã começa sua missão, soldado.
- Ok, tchau.

- Já tomou café da manhã, soldado? - perguntou rindo e eu gargalhei.
- Já sim, capitão.
- Beleza, agora eu vou te dar a primeira missão do dia.
- Pode falar.
- Apenas ande pelas ruas irlandeses.
- Como um turista?
- Como um turista – confirmou.
- E quais são as chances de encontrar aqui?
- Muitas, querido. Eu pesquisei sobre sua garota, ela gosta de conhecer pontos turísticos, correr, fazer compras…
- Tyler, ela não é minha garota.
- Ainda não, mas vai ser.
- Mudando de assunto...
- Eu preciso ir… Tenha um bom dia e aproveite bastante.
- Pode deixar.
Sai do hotel, e procurei ao redor por algum táxi. Na Irlanda não existia táxi? Eu acho que não... Então, decidi ir a pé.
Caminhei olhando para todos os lados, não que eu tivesse alguma esperança em encontrar no centro, mas nunca se sabe. Meu hotel não era muito longe do centro da cidade.
Parei em um parque lindo, tinha árvores grandes com flores amarelas que caíam no chão, brinquedos para crianças brincar, mais a frente tinha um lago pequeno. Me sentei em um banco e fiquei admirando aquela paisagem. Peguei meu celular e tirei uma foto para guardar como lembrança. Meus pensamentos foram a .
Eu a conhecia, não pessoalmente, mas conhecia sua família. Trabalhei como garçom em quase todas as festas da família . Eu sabia do quão má sua mãe era, aquele dia não era a primeira vez que fui humilhado por ela.
Me levantei e comecei a andar pelo parque sempre olhando a procura de um rosto conhecido.

POV'S

Eu e estávamos fazendo nossa corrida matinal pelo parque.
Eu escutava rock nos meus fones de ouvido quando me cutucou. Tirei os fones, e a olhei.
- Aquele cara não parece com o boy americano? - falou enquanto apontava atrás de mim.
Olhei para trás e congelei.
Parecia ele
- Parece ele sim, mas não é.
- Como você tem certeza?
- Não sei - dei de ombros. - O que ele estaria fazendo na Irlanda?
- Atrás do grande amor?
Revirei os olhos.
- Por que não vai perto dele?
- E se não for? - perguntei receosa.
- Você pede desculpas e volta embora
- E se for?
Eu não saberia o que fazer, definitivamente não.
- Pede um beijo ué...
Olhei assustada para ela.
- Brincadeira – gargalhou. - Convida ele para almoçar, e depois você...
- Ok, eu já entendi, eu só vou lá porque eu sou curiosa.
- Hum… Sei.
Dei a língua e caminhei até o homem que estava de costas para mim.
- Moço? - cutuquei seu ombro.
E ele se virou.
- Pois não?
Não era ele.
- Ahm… Eu pensei que fosse uma pessoa, me desculpe.
- Sem problemas.
Sai apressadamente de perto dele e me sentei do lado de .
- Não era ele – suspirei.
- Percebi.
Fiquei em silêncio e me permiti pensar em . Em como sua vida estava, onde ele estaria agora, se estava com alguém, se tinha começado a estudar. Tantas perguntas, para nenhuma resposta.
- Você tem esperanças de um dia encontrá-lo?
Olhei para , e refleti sua pergunta.
Era óbvio que eu tinha.
Eu pensava no dia em que iria ver seus olhos novamente, seu sorriso, sentir seu cheiro, seu abraço, seus lábios...
- Sim...
- Você já procurou pelas redes sociais?
- Já, mas não achei o perfil dele.
- Desse jeito fica complicado então...
- Mas se for para gente se reencontrar algum dia, vai acontecer.

Sai do meu closet arrumada. Eu vestia um vestido vermelho, não era curto, mas era adequado para uma balada, e um salto alto. Minha maquiagem não estava pesada, e meus cabelos estavam soltos. Peguei meu celular e liguei para um táxi.
- Pois não?
- Algum táxi livre agora?
- Sim, em qual lugar para buscá-la?
- No hotel Castle, perto do centro.
- Próximo ao Hotel Lahav, Senhorita?
- Isso!
- Ok, já irei mandar algum carro.
- Obrigada.
Desliguei o celular e saí do hotel.

Desci do táxi e olhei em volta a procura de
Andei até a entrada, e a vi se aproximando.
- Parece que alguém chegou atrasada.
- Desculpa, chegou faz tempo?
- Não, cheguei agora.
- Ok… Bom, hoje é a noite das garotas então vamos aproveitar essa maravilhosa boate.
- Vamos aproveitar essa maravilhosa boate.

POV'S

Sai do banheiro e vesti uma calça jeans, uma camiseta branca e um tênis. Dobrei minha camiseta até os meus cotovelos e penteei meu cabelo. Meu celular começou a tocar, e peguei-o para atender.
-Oi,Tyler.
- Olá, honey, já está pronto para o próximo passo?
- Estou.
- Maravilha, você já anotou o endereço da boate, né?
- Sim, Tyler - revirei os olhos.
- Ótimo, aproveite e boa sorte para encontrar sua garota.
- Eu acho que vou precisar.
- Não desiste, soldado, confie em mim. E vê se usa camisinha, viu?
- Eu não vou transar com ninguém, Tyler.
- Nunca se sabe se sua garota não vai estar lá te esperando com um vestido vermelho colado no corpo.
Ri alto.
-Tyler, e sua maravilhosa imaginação.
- Obrigado, agora vai logo.
- Boa noite para você também.
- Já nasceu o pôr do sol aqui, , mas boa noite.
- Obrigado, tchau.
Desliguei o celular e peguei minha carteira junto com meu celular e coloquei no bolso da minha calça. Arrumei meu cabelo novamente e passei um perfume.

Entrei na boate e me senti meio tonto. Tinha várias pessoas pulando e dançando, as luzes coloridas não me deixavam enxergar direito e me senti completamente perdido. Perguntei para uma mulher onde ficava o bar e fui na direção em que ela apontou.
- Uma cerveja, por favor - pedi para o barman.
Em segundos, o rapaz me entregou a cerveja.
- Obrigado - agradeci e abri a lata, bebendo o líquido em um gole.
Olhei ao redor em uma tentativa falha de achar , mas ela não parecia ser o tipo de pessoa que gosta de boates.
Por que diabos Tyler me mandou para cá?
Pedi mais uma bebida, e me levantei para ir a pista de dança. Ela poderia estar lá. Me entrosei na multidão e fiquei ali.

Acho que já era minha 5ª ou 6ª cerveja que eu buscava, já tinha bebido vodca, e mais algumas bebidas que eu nem lembro o nome.
Meu corpo estava meio leve e eu me sentia um pouco tonto.
Os rostos das pessoas já estavam distorcidos e eu não conseguia enxergar mais nada com tanta luz e barulho na minha cabeça. Sai da boate e tentei pegar meu celular para pedir um táxi.

Entrei dentro do banheiro e abri o chuveiro na água fria. Aos poucos fui relaxando, e encostei minha testa na parede fria. Mais uma tentativa falha, nada de .
Bufei e saí do banheiro com uma toalha na cintura, peguei apenas uma boxer e me deitei na cama cansado.
Amanhã era um outro dia...

POV'S

- Ok, então você me encontra aqui daqui a pouco.
- Tudo bem – concordei.
Me afastei e fui em direção a uma loja de roupas. Entrei e uma atendente simpática ofereceu ajuda, neguei e continuei olhando algumas peças. Sai de dentro da loja com três sacolas na mão, e vi sentada na praça de alimentação.
- Demorou.
- Desculpa, tinha tanta coisa bonita que eu não sabia o que trazer.
- Sem problemas. Acho que os lanches já estão prontos, vou lá.
Assenti e ela se levantou. Fiquei sentada encarando o nada e cutucando minha cutícula. Um homem me chamou atenção, forcei minha vista para ver melhor. Não, eu não estava doida. Era o...
- Ei, não parece o boy ameri...
Não terminei de ouvir o que ela estava dizendo e sai correndo da mesa para a fila de McDonalds onde estava o homem virado de costas.
- ? - perguntei.
O homem se virou para mim e eu murchei.
- Me desculpa, você está me chamando?
- Não, foi só um engano. Perdão.
Ele sorriu e dei de costas.
Voltei emburrada para a mesa e me olhou preocupada.
- Sinto muito, amiga.
- Sem problemas, eu acho que preciso parar um pouco de pensar nele, por que eu estou ficando meio paranoica.
Ela riu. Peguei meu lanche e comecei a comer.

Hoje era dia de filme, estava no meu quarto discutindo comigo para ir buscar algum filme na locadora.
- Eu já disse que eu não vou.
- Mas você não faz nada,
- Eu não vou - cantarolei me sentando no sofá de frente da TV e coloquei um pedaço de chocolate na boca.
- Sua chata, você é uma péssima amiga - levantou-se bufando e eu gargalhei. - Vaca, ainda ri. Tudo bem, eu vou.
Ri um pouco e liguei a TV para assistir algo até voltar.

Depois de alguns minutos, voltou, abriu a porta com uma cara assustada e eu me levantei rapidamente do sofá.
- O que aconteceu, sua doida?
- Você. Não. Acredita. - falou pausadamente me olhando espantada.
- Fala logo, , o que houve?
- Espera, deixa eu respirar - se afastou para guardar os CDs em cima da mesa de centro da sala. - Eu o vi.
- Quem?
- O boy americano.
- Você está falando sério? Tipo, mesmo?
- Eu...Eu acho que sim... Foi muito rápido.
- Calma, me fala como você o encontrou?
- Eu estava saindo da locadora, aí eu bati com alguém e meus CDs caíram no chão, ele se abaixou para pegar e me entregou, mas foi muito rápido e ele foi embora. Mas eu juro, era ele.
Fique em silêncio algum tempo assimilando tudo o que ela me disse. Não fazia sentido nenhum ele estar aqui. Ele tinha um trabalho, família, amigos nos EUA.
- Acho que você se confundiu - falei por fim.
- O quê?
- Pode ser o mesmo cara que nós vimos no parque ou no shopping.
- Não, era o , eu tenho certeza.
- Desculpa, mas eu não acredito.
- Por quê?
- Porque não faz nenhum sentido tudo isso.
- Isso é o que você acha, .
- Não, isso é a realidade. Eu não posso ficar que nem uma doida olhando para as pessoas e achar que o primeiro homem com as características iguais possa ser ele, entende.
- Eu não entendo, mas respeito.
- Eu só não quero me iludir com essa história dele estar na Irlanda. Eu não quero criar algo em minha cabeça.
- Tudo bem amiga. Bom, vamos assistir ao filme.

POV'S

Já fazia dois dias que eu estava na Irlanda e todas as tentativas de encontrar aqui foram falhas.
E eu devo confessar, eu já estava desistindo. Todos os lugares que Tyler mandava eu ir, eu ia. Mas eu não a encontrava. Estava frustrado, chateado e... vazio?
Pensar que está perto de mim e não está em meus braços me faz sentir um fracassado. Entrei em uma cafeteria e me sentei em uma mesa afastada das pessoas. Eu precisava pensar, precisava ficar sozinho.
Olhei para o lado de fora através do vidro, distraído. Avistei de longe uma garota atravessando a rua e meu coração acelerou.
Parecia ela.
Era possível, era?
Me levantei correndo e quase tropecei nos meus próprios pés. Sai da cafetaria e atravessei a rua, um carro vinha em direção da garota. Meu coração se apertou com a possibilidade do carro machucá-la e corri rapidamente. Agarrei seus braços e puxei a garota contra mim.
O carro freou bruscamente e ela me abraçou forte. Ficamos abraçados em silêncio por alguns minutos, e meu coração ainda estava acelerado com a possibilidade de ser em meus braços.
Ela se afastou e ergueu seu olhar para mim e eu quase caí para trás.
Ficamos nos encarando em choque, e aos poucos um sorriso apareceu em seu rosto.
- Obrigada.
Eu não soube responder, eu não queria responder, eu só queria abraçá-la e beijá-la. A puxei pela cintura e encaixei seu corpo em um abraço apertado.
-Eu senti sua falta - falou no meu ouvido.
Meu corpo inteiro se arrepiou e eu sorri. tinha um efeito em mim que nem eu mesmo sei explicar.
- , eu te procurei por dois longos dias.
Ela se afastou de mim, mas não tão longe, só o suficiente para eu poder beijar seus lábios.
- Você está aqui há quanto tempo?
- Dois dias.
Ela me olhou com uma expressão diferente e depois colocou a mão na boca.
- O quê? Vai dizer que me viu por aí? - perguntei rindo.
- Sim, talvez… Esses últimos dias eu vi uns dois homens iguais a você.
- Mas não era eu.
- Não, mas a . Ela disse que te viu na porta da locadora.
Olhei curioso para ela.
- ?
- Minha amiga, ela é baixa, ruiva, cabelos curtos.
- Ah, sim. Eu deixei cair uns CDs de uma garota com essas características.
- Meu Deus - falou com um sorriso no rosto e me olhou.
Seus olhos...
Como eu não percebi antes?
Olhando para os olhos de , eu percebi, eu não tinha saída.
Ela tocou meu rosto e eu fechei meus olhos aproveitando da sensação, ela contornou meu rosto com seus dedos e eu sorri. Escutei sua risada baixa e senti algo em meu estômago
Sua risada.
Senti seus lábios contra os meus, e meu coração parecia pular para fora.
Seus lábios macios
Não estávamos nos beijando, era apenas um selinho, por que diabos meu coração está acelerado?
Ela retirou seus lábios dos meus e eu resmunguei. Ela riu e me abraçou.
- Por que não almoçamos juntos? - perguntou e eu abri meus olhos para olhar seu rosto.
- Claro - sorri e beijei o canto de sua boca.
Ela sorriu timidamente e arrumou sua bolsa.
- Você conhece aqui melhor do que eu então...
- Verdade - riu - Vamos.

- Qual comida você prefere daqui? - perguntei olhando no cardápio.
- Hum… Tem um prato que tem apenas legumes, é muito bom.
- Então, vou querê-lo – sorri.
- Sério?
- Sim, eu confio em você.
Ela sorriu e pediu nossos pratos,
- E então, por que está na Irlanda? - perguntou ajeitando sua postura na cadeira.
- Vou parecer um psicopata falando isso, mas eu vim procurar você.
Ela me olhou incrédula e depois riu.
- Sério?
Assenti.
- E você, o que faz na Irlanda?
- Eu te disse, minha mãe me mandou para cá, no mesmo dia em que saímos juntos.
- Você está aqui por minha culpa? - perguntei.
- Não, tudo isso é culpa da minha mãe, eu ia apenas visitar aqui, mas ela decidiu me manter longe dos Estados Unidos.
- Sua mãe não quer mantê-la longe dos Estados Unidos, você sabe disso.
- É, eu sei… - falou com a voz baixa.
- Hum… Eu estaria te incomodando se pedisse para me mostrar alguns lugares?
- Talvez.
- Ah, então...
- Talvez porque sua companhia é muito chata, você fala demais e não é tão bonito - falou rindo.
Eu gargalhei e ela riu baixo por causa dos olhares de algumas pessoas sobre nós.
Foi mal, eu exagerei na risada
- Podemos fazer isso depois de almoçar, se quiser – falou.
- Eu quero - respondi olhando em seus olhos.
Um garçom tossiu chamando a atenção e eu desviei o olhar, deixou nossos pratos e saiu.
- Vamos ver se é bom mesmo.
Peguei uma colher e coloquei na boca um pouco da comida.
Caramba, era bom mesmo.
- Isso é maravilhoso - falei com a boca cheia e ela gargalhou. - Me desculpa, eu...
- Não precisa se preocupar

- Eu gosto desse parque, eu sempre venho aqui quando preciso pensar, relaxar ou ficar sozinha.
Esse parque era o mesmo que eu tinha ido no primeiro dia.
- Você sempre vem aqui?
- Todos os dias. Eu gosto de correr por aqui.
Eu realmente estava sem sorte, ela estava ali todos os dias, perto de mim.
- Eu vim aqui quando cheguei.
- Jura? - perguntou e eu assenti. - Dois dias atrás eu e estávamos correndo aqui, eu vi uma pessoa parecida com você, mas eu cheguei perto e infelizmente não era você.
- Caramba, parece que estávamos nos mesmos lugares o tempo todo, que falta de sorte.
- Concordo. Para qual outro local público você foi?
- Fui em uma boate...
- Boate? Qual?
- Boate Quick... - ela me olhou incrédula e eu ri. - Vai me dizer que esteve lá também?
- Seria bizarro eu dizer que sim? - perguntou, mordendo os lábios.
- Porra – reclamei.
- Parece que o destino está tentando juntar nós dois - falou me olhando.
- Concordo - sorri timidamente, eu ficava envergonhado com o seu olhar sobre mim.
- Poderíamos nos encontrar aqui à noite e...
- Concordo plenamente.
- Às oito?
- Oito horas estarei aqui - pisquei e ela sorriu.

- Você está linda - falei admirado.
vestia uma calça jeans rasgada no joelho, uma blusa com manga comprida, e seus cabelos estavam soltos.
Simples, mas linda.
- Obrigada.
Me aproximei e toquei sua bochecha, ela fechou os olhos e eu sorri. Era bom saber que eu causava o mesmo efeito que ela causava em mim.
Beijei seus lábios, em um selinho demorado e senti suas mãos em minha nuca, suas unhas me arranharam de leve e eu me arrepiei.
Ela abriu seus lábios e eu aprofundei o beijo, aproveitando de cada segundo da minha língua em sua boca, de cada canto. Nosso beijo era sincronizado, estamos conectados por algo muito além de desejo, eu não conseguia parar e parecia não querer também. Apertei seu corpo contra o meu e ela gemeu baixo em meus lábios.
Caralho.
Se ela fizer isso de novo, eu não respondo por mim. O ar já me faltava, e afastei meus lábios dela.
Nossa respiração estava ofegante e ela com os olhos fechados, beijei sua bochecha e sussurrei no seu ouvido.
- Eu senti sua falta,

POV'S

Estávamos deitados no chão do parque debaixo de uma árvore, o clima está divertido e nossa conversa fluía normalmente. Ele sempre me pegava quando eu encarava seu rosto, e eu sorria envergonhada.
- Olha, eu sei que não é da minha conta, nem nada do tipo, mas como você veio parar aqui?
- Eu tenho dois anjos em forma de amigos, eles me ajudaram.
- Entendo, e onde está dormindo?
- Em um hotel aqui perto… Eles pagaram também.
- Não me diga que você está no hotel Castle – falei.
- Não, estou no Lahav.
- Que merda! Você estava praticamente do meu lado todos esses dias – falei. Inacreditável.
- Parece que sim - ele riu. - Mas e você, mora onde?
- Não moro em lugar nenhum, estou hospedada no hotel Castle por um tempo indeterminado.
- Não quer comprar uma casa ou apartamento?
- Quero, mas ainda não estou preparada.
- Entendo.
- E como vai sua vida? Sua família?
- Melhor... Não estou com tantos problemas financeiros como antes, mas estou melhor.
- Fico feliz por isso, você sabe que se precisar de alguma coisa...
- E você sabe que eu não preciso disso, eu já disse, não precisa se preocupar.
- Tudo bem – concordei.
Abaixei minha cabeça e inalei seu cheiro.
- Já disse que você é muito cheiroso - falei enquanto passava meu nariz pelo seu pescoço e ele riu. Riu mais do que o necessário para apenas um elogio.
Então, eu percebi, ele tinha cócegas. Sorri com o meu pensamento malvado e continuei passando meu nariz pelo seu pescoço.
- Eu tenho cócegas, - tentou me parar, mas eu não deixei.
Eu estava me divertindo
Parei de cheirar seu pescoço e dei uma mordida de leve, senti ele arfar e eu sabia o que era de parar.
Seu ponto fraco.
Mordi e beijei seu pescoço devagar, como alguém que não quer nada.
- Acho que descobri seu ponto fraco, né? - sorri contra a pele de seu pescoço e mordi novamente.
- Infelizmente.
Subi os beijos pelo seu queixo e parei em sua boca, mordi seu lábio inferior sensualmente e sua mão foi parar em minha cintura, apertando fortemente. Puxei seu lábio entre meus dentes e chupei, ele me puxou contra seu corpo e neste momento eu já me encontrava em cima dele.
Ele puxou minha nuca em sua direção e me beijou com urgência, com desejo.
Sua língua encontrou a minha e começamos um jogo sensual com elas, ele puxou meu lábio inferior e em seguida, o chupou, igual eu fiz com ele.
Meu corpo se mexia involuntariamente a medida que o beijo esquentava, eu percebi que ele estava ficando excitado e quebrei o beijo.
- Uau, a cada beijo você me surpreende mais... - falou contra meus lábios.
Beijei seu pescoço e ele fechou a cara.
Parecia tenso.
- Fiz algo de errado?
Ele negou, seu olhar estava distante e me preocupei.
Seria a excitação dele? Mas ele poderia ter dito algo.
- Por que está com essa cara, ? - perguntei preocupada.
Ele me olhou e acariciou minha bochecha.
- Eu preciso te falar uma coisa.
- Fala.
- Você poderia sentar do meu lado, assim, só para facilitar as coisas... - falou rindo.
Concordei e sai de cima dele.
- Diga - me sentei e ele me olhou.
Seu olhar demonstrava tristeza, mas por quê?
Eu o magoei? Eu fiz algo de errado, não é possível.
Pare, , de tentar ser uma vidente e o escute.
- Eu… Não sei como dizer... Vou embora amanhã, e...
Ele vai embora.
Amanhã.
Agora, não era eu que iria embora, era ele.
E eu nem sabia quando iremos nos ver novamente.
- , eu não quero ir, mas eu não sei para onde eu vou… Minha hospedagem é até amanhã e...
- Por que tão cedo?
- O dinheiro dos meninos foi o suficiente apenas para quatro noites, desculpa.
- Não se desculpe, você saiu dos Estados Unidos para me ver, não tenho o direito de estar brava com você.
Ele sorriu e pegou minha mão e entrelaçou com a sua. Pareciam perfeitas juntas.
Meu coração acelerou e eu sorri, tinha um efeito em mim, não posso negar.
- São perfeitas juntas - parecia ter lido minha mente. - Eu gosto disso.
- Do quê?
- Da minha mão com a sua, da sua boca com a minha. - se aproximou de mim e me beijou. - Eu gosto de tanta coisa sobre você, sobre nós, - sussurrou contra meus lábios e o beijei.
- Eu tive uma ideia - falei me afastando. - Você poderia se hospedar no hotel onde estou.
- Não tenho mais nenhum dinheiro – falou.
- E quem disse que você precisa pagar, seu bobo? Meu tio é dono daquele hotel, eu nem preciso pedir autorização para hospedar alguém que eu quero.
- Não sei, , eu realmente não quero me aproveitar de você.
- Eu estou oferecendo para você, , eu quero você perto de mim, eu quero muito. Eu não consigo imaginar você voltando para New York e nunca mais te ver. Quero ficar um tempo com você... - dei um selinho nele e beijei sua bochecha. - Só nós dois, sem minha mãe, sem ninguém no nosso caminho, quero te conhecer melhor, quero te beijar todos os dias, te abraçar, ver seu sorriso...
- Oferta tentadora - falou rindo.
- Eu sei que você tem um certo receio quando o assunto é sobre minha família, mas faça isso por mim, por favor.
Ele me olhou, e sorriu.
- Eu vou fazer isso por você, não consigo resistir aos seus olhos.

- Você pegou tudo? - perguntei.
- Tudinho.
- Não está esquecendo nada?
- Nadinha.
Eu ri e o abracei.
Eu estava feliz, pela primeira vez eu realmente estava feliz.
Minha felicidade sempre foi baseada na opinião da minha mãe, e sempre fingia estar feliz, mas hoje eu estava indo ao meu hotel com o homem que eu gosto.
Eu não estava ligando se minha mãe iria ficar sabendo no dia seguinte, eu só queria aproveitar a companhia de e abraçá-lo toda hora.
- Bem-vindo ao meu quarto - falei e liguei as luzes.
- Espera, eu vou dormir aqui?
- Algum problema?
Ele não respondeu.
- Algum problema em dormir comigo, ?
- Não, nenhum.
- Fique à vontade.
Peguei sua mala e levei para meu closet, tirei minha roupa e coloquei um roupão.
- Vou tomar um banho, se precisar de algo me chama, ok?
- Tudo bem.
Entrei no banheiro e fechei a porta.
Tirei o roupão e fui para debaixo do chuveiro.

Minutos depois sai do banheiro com meu roupão, e cabelo penteado.
- Acho que vou tomar um banho também - falou levantando-se.
- Já disse que pode ficar à vontade – brinquei.
Ele entrou no closet e saiu com roupas na mão.
- Com licença - falou e fechou a porta.
Entrei no closet e fui em direção das melhores camisolas que eu tinha no meu closet. Peguei uma vermelha, uma lingerie da mesma cor, e vesti. Sai do closet e estava jogado na cama com os olhos fechados. Peguei um pote de creme que estava na cômoda, coloquei minhas pernas em cima da cama e passei pelas minhas pernas e coxas.
Senti o olhar de sobre mim e sorri internamente.
Talvez meu plano estivesse funcionando.
Olhou de canto de olho para ele, e o vi mordendo os lábios.
Sem dúvidas, estava funcionando.
Guardei o creme e me deitei ao seu lado.
Me virei para olhá-lo e perguntei.
- O que foi?
Ele me encarava e eu tinha certeza que ele me xingava internamente por tê-lo provocado ou não queria que eu parasse.
Sorri e passei minha mão pelo seu rosto, ele tinha feito a barba e seu cheiro estava maravilhoso. Desse jeito fica difícil ,.
Me coloquei por cima dele e beijei seus lábios devagar, sentindo cada sensação. E merda, eu não deveria ter feito aquilo, agora eu estava sentada em cima da excitação dele e com vários pensamentos impuros na minha cabeça.
Sua mão apertou minha bunda, e eu gemi contra sua boca, ele apertou mais forte e eu rebolei contra seu membro.
- Eu sou louco por você, - falou.
Ele beijou meu pescoço e puxou-me contra seu corpo.
Desci minhas mãos pelos botões da sua camisa, e sua mão me parou.
- , isso parece tão errado.
- Como?
- Não sei – bufou. - Eu... Nós nos conhecemos há pouco tempo, não estamos indo rápido demais?
- Você não quer, ?
- Sua família é tão tradicional, e sua mãe...
- , pare de pensar em minha família por um momento, por favor, eu quero fazer isso com você.
- Eu também – sussurrou.
- Então, qual é o problema se nós dois queremos? Eu não vou me arrepender, , eu gosto de você… Eu...
- Eu também gosto de você, muito - murmurou contra a pele do meu pescoço.
- Então, vamos fazer isso, tudo bem? - perguntei acariciando seus cabelos.
- Ok... - murmurou e me beijou.
Sorri contra seus lábios e continuei desabotoando os botões.
Ele tirou sua camisa e voltou seus lábios para o meu pescoço, sua mãos tocaram meus seios, e eu quase gemi.
Suas mãos firmes e fortes apertavam meus seios e sua boca chupava minha pele, puxei seu cabelo e gemi em seu ouvido.
O escutei arfar e suas mãos invadiram minha camisola, apertou forte minha bunda e aproximou nossos corpos.
Ele deitou-se sobre mim e desceu seu beijo pelo meu pescoço, parou e retirou lentamente minha camisola. Jogou a peça longe, e olhou admirado para o meu corpo.
- Não é só para ver, pode comer também.
Juro que essa frase ficou melhor na minha cabeça. Ele gargalhou e eu achei que tinha cortado todo o clima.
Que merda eu tinha na cabeça?
Alguém me dá um tiro, que vergonha.
Mas ele se deitou sobre mim novamente, e apertou meus seios que estavam sem sutiã e colocou em sua boca, sugando-os. Revirei meus olhos de prazer, e gemi alto.
Ele beijava meu corpo todo e aquilo me causava arrepios.
Parou os beijos na minha virilha e eu senti pressão dentro de mim, eu estava excitada, completamente molhada para receber dentro de mim.
Oral é maravilhoso, mas eu tinha urgência de dentro de mim.
Seus dedos tocaram minha intimidade por cima da calcinha e eu estremeci.
- ... - gemi.
Não era para ser um gemido, caramba.
- , tira sua roupa – pedi.
Ele retirou seus dedos da minha intimidade, e eu pensei em reclamar, mas fique calada, assistindo ele se despir.
Ele se deitou em mim completamente nu, passei a mão pelo seu tórax e seus dedos ágeis removeu minha lingerie, peguei uma camisinha na cômoda e ele colocou em seu membro. Deitou-se sobre mim beijando meus ombros, e meu colo.
Senti a ponta do seu membro na minha intimidade, e joguei minha cabeça para trás, ansiosa para ele aprofundar o ato.
me penetrou fundo, e parou, agarrei suas costas e sussurrei para ele ir rápido, logo ele entrava e saia de dentro de mim, forte e rápido. Colocou meus seios em sua boca e chupou forte. Arqueei minhas costas, e gemi em seu ouvido.
- , mais... - falei baixo.
Ele soltou um gemido baixo no meu ouvido, e estremeci.
Suas mãos foram para minha intimidade, e logo ele tocava meu clitóris fazendo movimentos circulares, e revirei meus olhos de tanto prazer. Meu corpo começou a tremer levemente.
Céus, ele era incrível
Meus quadris erguiam de encontro com o membro dele, ele estocou mais fundo e eu gozei. Senti ele ir mais rápido enquanto arfava, e em seguida ele também entrou no seu ápice.
parou de se movimentar aos poucos, e nossos corpos estavam completamente quentes, suados e exaustos.
Ele se deitou ao meu lado, e passou seu braço pela minha cintura, me puxando para perto.
O abracei e beijei seus lábios, ele tinha um sorriso e eu sorri com aquilo.
Seu rosto estava suando, passei meus dedos pelo seu cabelo, e deixei um beijo em sua bochecha.
Me deitei em seu peito, e ele acariciou minhas costas.
- Ei, diz alguma coisa, está pensando em quê?
- Estou pensando em alguém.
- Posso saber quem é?
- Sim - levantei minha cabeça para olhar em seus olhos. - Em você
- Você me deixa louco, sabia? - perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. - Você é incrível.
- Para de me elogiar, eu fico com vergonha - falei rindo.
- Tudo bem.
Ficamos em silêncio conectados pelo olhar, eu gostava de olhar seus olhos, sempre tinha um brilho diferente quando ele me olhava.
- Você quer tentar? - perguntei receosa, eu não sabia se ele queria algo sério comigo. - Não será fácil, você sabe, minha mãe… Mas eu realmente quero estar com você, , não tenho dúvidas.
Ele ficou em silêncio com uma expressão que eu não consegui decifrar, e me beijou
- Você me encanta, sabia? Tudo em você faz meu coração bater mais rápido, tudo. E não pensaria duas vezes em dizer que estou disposto a estar com você, mas por que não podemos sair mais, e nos conhecer melhor?
- Eu acho incrível, eu faço qualquer coisa para estar com você, .
- Posso te falar uma coisa, eu seria um bobo em dizer que estou encantado por você?
- Então, seríamos dois bobos.





FIM!



Nota da autora: Sem nota.





Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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