1. The Greatest

Finalizada em: 31/03/2024

Capítulo Único

Com as lágrimas embaçando os meus olhos, jogava peças de roupas dentro de uma mochila qualquer que achei no chão. Andei até o armário, tentando respirar fundo, no entanto não conseguia, por conta do meu nariz trancado. Peguei peças de calor, de frio, roupas intimas, uma toalha e caminhei até o banheiro da suíte pegando itens de higienes pessoais.
— Me deixa entrar! — ouvi a voz lá fora pedir em um tom de voz alto, assim que voltei para o quarto, notei que ele tentava abrir a maçaneta.
Engoli seco com isso, alcancei umas últimas coisas, carregador e meu Ipad. Ao tatear senti o celular no bolso do meu agasalho mais pesado e caminhei em direção a janela do meu quarto, dei uma última olhada.
Passei as costas das mãos pela bochecha, limpando lágrimas que insistiam em cair e respirei fundo tentando me concentrar no que faria a seguir. Me virei, sentindo meu peito doer e adiante vi o carro dele parado, um pouco mais a frente.
Sem pensar duas vezes, pulei. Não era tão alto, no entanto senti os meus joelhos doerem quando forcei os pés no chão e a queda para o lado, ajeitei a mochila nas costas, olhando por cima do meu próprio ombro e dando uma olhada na casa, a última vez. Me levantei meio cambaleante, mas dessa forma corri até o carro.
— Achei que fosse desistir. — ele me falou assim que abri a porta do carro.
Neguei com a cabeça, já sentando e colocando o cinto. Suspirei, mordendo meu lábio inferior logo que Patrick deu a partida no automóvel e saímos em disparada.
— Seu pai não vai colocar os homens dele atrás da gente?
Deixei a mochila nos meus pés e queria negar, dizer que ficaria tudo bem e que estávamos a salvo, no entanto meu pai era um policial importante e ele faria de tudo para reaver a filhinha dele. Falo como se fosse propriedade, pois era isso que eu era pra ele.
— Não sei. Só dirige, tá bom? — usei meu tom de voz sério, mas por dentro estava com medo, ansiedade um sentimento ruim como se tudo fosse dar errado.
O silêncio perdurou no carro um pouco e agradeci mentalmente por isso, apoiei a minha cabeça no vidro e via apenas a cidade sendo deixada para trás. O local onde nasci e fui criada, onde nunca sai, e agora eu me encontrava fugindo com quem mais amava nesse mundo.
— Não esquece o que te disse, tá? — a voz dele me tirou de devaneios, me levantei e o olhei. — Juntos somos melhores.
Seus cabelos lisos e compridos até os ombros caiam em seu rosto por conta do vidro do automóvel que se encontrava aberto, o encarei por longos segundos, sentindo meu coração bater forte e aquele sentimento de certeza predominou sobre a dúvida.
— Juntos somos melhores. — repeti a sua frase e dei um sorriso rápido.
Levei a minha mão até a dele que estava no câmbio e entrelacei nossos dedos, me lembrei de quando nos conhecemos no ensino fundamental, ele se sentou ao meu lado em uma aula de artes e a partir desse dia não nos desgrudamos mais.
O carinho dele em minha mão me dava forças, de certa forma, era como se estivéssemos fazendo o certo em fugir de casa aos 19 anos porque nossos pais não eram a favor do nosso relacionamento, não sabíamos como seria o futuro, mas pelo menos estaríamos juntos. Era o que importava.
Ouvi o toque do meu celular começar baixo, e logo aumentar. Desfiz o nosso entrelaço de dedos e peguei o aparelho de dentro do meu bolso, vi “Papai” na tela e aquilo me deu um frio na barriga, meu dedo caminhou pelo botão de atender, mas fechei os olhos momentaneamente, logo os abrindo e negando a ligação.
— Ele vai descobrir um jeito de nos achar. — murmurei exacerbada.
— Precisa jogar o celular fora. — Patrick me olhou.
Tirei meus olhos das minhas mãos, o olhando e logo voltei a olhar para o aparelho. Apenas abri o vidro manual do carro, com certa dificuldade já que estava emperrado em uma parte e joguei o celular pela janela. O vento fez com que meus cabelos bagunçassem e fiquei olhando para o campo que já tomava forma diante dos meus olhos.
— Que merda. — falei, baixo.
Fechei o vidro, sentindo meu corpo se arrepiar por conta do vento mais frio, puxei as mangas do meu casaco, tapando as minhas mãos e respirei fundo, tentando me controlar.
— Nós vamos pra onde combinamos, tá? Lá ninguém vai nos achar.
Concordei com a cabeça, confiava mais do que cem porcento nele, se fosse possível. Me ajeitei no banco, olhando o clima diante do para-brisa, o dia terminava com céu nublado, frio e provavelmente nevaria nos próximos dias.
Outra vez encostei minha cabeça no vidro e fechei os olhos, senti as pálpebras pesarem e nem notei que acabei dormindo. Fui acordar, não sei quanto tempo depois, com uma das mãos de Patrick em meu rosto.
— Chegamos em um local pra passarmos a noite, vamos.
Abri os olhos com dificuldade por conta do sono e cansaço e vi que era noite. Olhei para os lados, o carro estava parado em frente a uma porta de um quarto de motel, pisquei algumas vezes, tentando me situar.
— Vamos dormir? — questionei o óbvio, rouca.
Patrick apenas concordou com a cabeça e deu um sorriso, mostrou as chaves e suspirei, peguei a minha mochila antes de abrir a porta do carro. Logo que coloquei meus pés pra fora, senti as pedras e o barulho do pisar nelas. Caminhei até a entrada da cabana com ele, esperei que abrisse e bocejei baixo. Virei meu rosto vendo como parecíamos estar em um lugar afastado da cidade.
— Há quantos quilômetros estamos de Nova York? — murmurei uma pergunta assim que entramos.
Uma cama de casal. TV. Paredes de madeira. Um banheiro na parte esquerda. Cortinas brancas. Uma cômoda de cada lado. Bem bizarro.
— É só uma noite, certo?
— É só uma noite. — o ouvi me responder ao dar um riso fraco. Observei ele fechar a porta, a trancando e fui até a cama.
Deixei a mochila sobre a cama e não me sentei, me sentia levemente estranha naquele lugar, engoli seco e dei uma olhada para os lados, vi Patrick se aproximar e colocar as mãos em meus ombros.
— É só uma noite. — ele voltou a reafirmar.
Fiquei nas pontas dos pés ao me aproximar mais dele, uni nossos lábios em um selinho demorado e ri fraco disso quando me afastei.
— É você e eu até o fim. — novamente diminui a proximidade dos nossos corpos e o beijei nos lábios.
Não consegui pregar o olho por um segundo durante a noite, sentia um sono absurdo, no entanto, barulhos vindos de fora, passos e a forma como Patrick capotou me deixaram um pouco ansiosa, mas fiquei feliz por ele ter conseguido dormir e meus planos eram de fechar os meus olhos e me entregar ao sono profundo assim que entrasse no carro.
Pela manhã não quis comer nada, não confiava no que era servido naquele lugar, peguei a minha mochila sobre a cama e caminhei em direção ao carro. Ouvi os passos de Patrick por conta da madeira velha do local e depois as pedras.
— Conseguiu descansar? — ouvi a pergunta dele ao colocar o cinto.
— Claro. Podemos passar em algum posto e ver se tem algo pra comer? — o olhei.
Acariciei seus cabelos enquanto ele dava a partida, em questão de minutos seguimos viagem novamente e comecei a sentir os meus olhos pesarem de cansaço, mas os mantive abertos até que parássemos em um posto mais adiante.
Senti o carro parar próximo a uma das bombas, o olhei e peguei a minha carteira dentro da mochila.
— Já volto. Vou comprar alguma coisa pra gente.
Caminhei em direção a loja de conveniência, apertei o casaco, pois o vento mais gelado me atingiu, fazendo com que eu fizesse uma careta e meus cabelos se movessem. O cheiro de gasolina predominava no local, mas aquilo não me incomodava. Entrei na loja, gostando da sensação de quentinho que predominou em meu corpo e peguei uma cesta. Passei pelas prateleiras pegando salgadinho, latinhas de refrigerante e garrafas de água. No caixa, joguei pacotes de chicletes e balas dentro da cesta.
— Bom dia! — o rapaz atras do balcão me cumprimentou com um sorriso, correspondi com um aceno rápido e olhei para a máquina de café ao lado.
— Vou querer dois cafés do médio, por favor. — tirei as notas de dentro da minha carteira, o suficiente para pagá-lo.
O cheiro predominou no meu nariz de tal forma que sorri, sorri abertamente, pegando o pacote com as compras e o apoio com os dois cafés. Agradeci baixo, saindo da loja e novamente resmungando com o frio, me aproximei do carro e vi Patrick se aproximar e abrir a porta pra mim.
— Café é melhor que sexo.
Olhei pra ele com o cenho franzido e demos risada juntos, não por segundos, a risada durou por minutos.
—... Neste momento. — Patrick acrescentou.
— Fica atento. É capaz de você ficar sem sexo por um tempo. — bebi um gole da bebida quente.
— Hm. — Ele se virou pra mim, fazendo um bico e aquilo me fez rir novamente.
A estrada estava adiante de nós uns minutos depois, liguei o rádio, deixando que uma música qualquer fizesse parte da nossa viagem e observei Patrick colocar óculos escuros por conta do Sol que predominava no horizonte.
O pesar das minhas pálpebras me atingiu novamente, acabei deixando que o sono me tomasse e dormi ao me aconchegar no banco e apoiar a minha cabeça no vidro do carro, senti o balançar, mas aquilo de certa forma me ajudou a dormir. Não lembro o que sonhei, a única coisa que percebi assim que acordei foi que havia dormido um bom tempo e numa posição ruim.
— Onde estamos? — indaguei confusa ao perceber que era um posto de gasolina.
Franzi o nariz por conta do cheiro, já que os vidros estavam abertos e Patrick pegava algo dentro da sua mochila.
— Quase lá. — foi simples e abriu a porta — Já volto.
Cocei os olhos e olhei pro lado, observei as bombas e me questionei se já não tínhamos abastecido o carro no posto o qual comprei o café da manhã, senti meu corpo doer, mais precisamente o meu pescoço por conta da má posição no banco.
Vi em uma das janelas da loja de conveniência as palavras: “Wifi conecte aqui: usuário: nossoposto / senha: fimdomundo” e ri disso, todavia uma curiosidade predominou em meu corpo. Aos meus pés estavam a minha mochila, me curvei, a abrindo e pegando meu Ipad.
Mordi o interior da bochecha enquanto ligava o aparelho, o silêncio predominava, apenas algumas conversas paralelas fora do veículo eram ouvidas, mas não via Patrick, provavelmente ele estava no banheiro ou comprando algo mais nutritivo para almoçarmos.
A internet foi conectada rapidamente assim que coloquei o nome de usuário e senha, senti certa ansiedade predominar pelo meu corpo e várias mensagens foram aparecendo na tela do aparelho por cima da minha foto com Patrick.
“Oi, filha, sei que você jogou seu celular fora, mas preciso que leia essa mensagem com atenção, estou preocupado com você. Eu e sua mãe. Queremos que você volte. Vamos conversar!” — qua, 12 de set 19:01
Engoli seco e senti meus olhos arderem de leve.
“Ava! Eu e a sua mãe estamos preocupados e queremos falar com você. Nos ligue!” — qua, 12 de set 22:09
Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha e a limpei imediatamente, um barulho fez com que me sobressaltasse e olhasse em direção a janela, vi Patrick com as mãos ocupadas e pedindo para que eu abrisse a porta.
Apertei o botão para desligar a tela do Ipad ligeiramente e o joguei de qualquer jeito em meus pés, me curvei, abrindo a porta do lado do motorista e o vendo entrar com dois copos nas mãos.
— O que é isso? — ri ao olhá-lo.
— Seu chá verde favorito.
Sorri com aquilo e bebi um gole, estava gelado e com um leve gosto de baunilha, do jeito que gostava. Bebi outro gole e suspirei, pois o silêncio pairou entre nós e o olhei.
— Onde estamos? — o olhei.
— Estamos chegando. Quer dirigir?
Neguei enquanto bebia mais da bebida, que estava deliciosa, e queria ficar atenta e ligada para onde iriamos.
— A não ser que você esteja cansado.
— Não estou. Perfeito.
Patrick colocou o cinto e voltamos para a estrada, nenhum carro na nossa frente, nem atras de nós. Parece que tudo estava colaborando para que tivéssemos a melhor viagem e chegássemos logo ao nosso destino. Puxei as minhas pernas pra cima do banco enquanto pensava nas mensagens do meu pai.
Deveria tentar contato com ele? Não?
Aquelas perguntas ficaram na minha cabeça em todo momento que bebi o líquido verde de dentro do copo, me senti até mais disposta ao sono que senti no começo da manhã por não ter conseguido pregar os olhos lá no motel.
— E os seus pais?
— O que tem eles? — Patrick me olhou rapidamente enquanto dirigia.
Não sabia ao certo se poderia cutucar essa ferida com ele, era sempre tão difícil falar sobre os pais dele.
— Eles estão sabendo?
— Deixei uma carta. — respondeu ele, por fim. Ele parecia querer encerrar aquele assunto que mal havíamos começado.
Apenas concordei meneando a cabeça e suspirei pesadamente querendo que chegássemos logo, conforme o tempo ia passando, meus olhos iam voltando a pesar. Quis dormir, mas ao mesmo tempo tentei me manter acordada para alguma eventualidade e um barulho fez com que eu arregalasse os olhos.
Imediatamente olhei pra trás, era um carro de polícia grudado na traseira do nosso carro, engoli seco, sentindo o meu coração bater forte e olhei para Patrick.
— Que merda é essa Ava? — me indagou com certa hostilidade.
— Como assim que merda é essa? Você acha que estou envolvida?
— Seu pai é policial. Não é?
O carro nos ultrapassou e pediu que parássemos, olhei do policial para Patrick e aquele barulho da sirene me deixava nervosa.
— Para o carro! — falei, firme.
— Por que eu deveria? — percebi como suas mãos tremiam no volante.
— Para essa merda desse carro!
Minha garganta doeu com o tom que usei, não era de gritar, muito menos demonstrar nervosismo com alguém. Meu coração batia tão forte que chegou a doer. Senti Patrick aumentar a velocidade do carro e entrar em uma saída, arregalei os olhos pra ele e por cima do seu ombro vi o carro da polícia nos seguir.
Era um motel.
— Parem o carro agora mesmo! — ouvi a voz do policial no auto falante.
Engoli seco e senti Patrick frear bruscamente, meu corpo foi jogado para frente e fechei os olhos. A poeira invadiu o interior do automóvel e ouvi os passos do policial, vindo até nós.
— Boa tarde. — o policial abaixou e tocou o chapéu, como se nos cumprimentasse.
— Senhor policial. — Patrick o olhou e sua voz saiu tremida. — Algum problema?
— Primeiro: vocês não pararam quando foram solicitados. O que aconteceu?
Sua pergunta fez com que eu olhasse do policial para Patrick, vice-versa várias vezes. A sensação que eu tinha era que eles estavam ouvindo meu coração bater.
— Você solicitou? Não ouvi.
As sobrancelhas do policial se juntaram e mordi o interior da minha bochecha.
— Documentação do carro, por favor.
Pensei no que estava acontecendo e no que acabou de acontecer, respirei fundo e olhei fixamente para o mais velho.
— Eu quero falar com o meu pai!
Seu olhar veio até mim e novamente suas sobrancelhas se uniram.
— Agora! Eu sei que você está aqui por isso, esse negócio de documentação do carro é só um disfarce. Coloca ele no rádio! — afirmei, tirando alguns fios que se encontravam em meu rosto, pelo vento.
A forma como ele sustentou meu olhar por longos segundos me fez acreditar que nada daria certo, que o pior daquele cenário seria ambos irmos presos por desacato a autoridade. No entanto, seu menear com a cabeça fez com que eu soltasse a respiração que não sabia nem que estava prendendo.
— Me acompanhe, por favor. — Concordei e olhei para Patrick que me olhava com os olhos arregalados.
— Que merda, Ava?
— Confia em mim, tá bom? Ele vai colocar todos os homens atrás de nós, não vamos ter paz nem no lugar que estamos indo. Preciso dar um fim nisso.
O beijei no canto da sua boca e fechei os olhos, momentos em que fugimos dos nossos pais há anos brotaram em minha mente, a forma como ele entrava escondido em meu quarto, em como tínhamos que mentir que íamos estudar com outras pessoas, mas quando a verdade é que estávamos juntos.
Só pelo fato de Patrick e eu não sermos da mesma classe social. Na cabeça dos meus pais isso era tão importante que chegava a dar nojo.
Abri a porta do carro, sentindo o vento frio daquele lugar me atingir, puxei meus fios, os deixando de lado e me aproximei em passos lentos do carro do policial. Fiquei ao lado dele, na porta do motorista e ele pegou o rádio, apertou um botão e uma voz conhecida ecoou.
— Pai? Pai? Sou eu. — falei assim que o peguei em minhas mãos.
O vento bagunçava os meus cabelos, mas não ligava mais pra isso. Foquei no que gostaria de falar e fechei os olhos momentaneamente.
— Sabe o quanto amo você e a mamãe. Vocês são importantes pra mim, muito importantes. E sou grata, eternamente grata por tudo, mas preciso viver a minha vida, tá bom?
Um ruido por conta do radio ecoou no ambiente e abri os olhos, mordi meu lábio inferior de leve antes de continuar.
— Prometo manter contato, prometo. E um dia voltar, mas por enquanto...
— A sua faculdade, filha. Não é importante pra você? — meu pai questionou.
— Sim, claro. No momento, nesse momento, o mais importante é eu me conhecer e estar com ele. Você entende? Já foi jovem.
Meu pai acabou rindo fraco e senti lágrimas quererem descer pelos meus olhos, a ardência e a dor no coração que mal consegui respirar. Me despedi dele ligeiramente, dizendo o quanto amava os dois e manteria conato.
Agradeci ao policial e caminhei em direção ao carro, assim que entrei, coloquei o cinto após fechar a porta e olhei para Patrick.
— Tá tudo bem? — concordei com a cabeça e limpei uma pequena lágrima que escorria.
— Não poderia estar melhor. Vamos?
O carro da polícia deu ré e voltou ao seu caminho, Patrick me olhou por mais alguns segundos, se certificando de que tudo estava bem e balançou a cabeça. Mordi o lábio enquanto ele fazia isso, pensei em como seriam as próximas semanas ou meses, no entanto, no meio de todas essas preocupações, o importante é que estaríamos juntos, pois juntos somos os melhores.





Continua...



Nota da autora: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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