Última atualização: 23/11/2017
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PRÓLOGO

O sucesso para a família Benacci e Palacci chegou em 1940, quando o senhor Wilford Benacci, juntamente com o Efren Palacci juntaram suas finanças, abrindo uma das maiores empresas automobilística dos Estados Unidos. A sociedade entre ambos continuou por anos, enfrentando uma crise que quase levou a fechar suas filiais em alguns estados. Usaram a última alternativa que foi investir, fizeram do possível para melhorar a qualidade dos automóveis e quase foram à falência, mas a perseverança levou ambos ao estrelato. As vendas aumentaram drasticamente após investidores se interessarem em seus artefatos, empresários de outros países começaram convidá-los para reuniões que levaram a abrir novas filiais no exterior. O sucesso tinha seus sobrenomes, e o dinheiro que gastaram foi substituído pelo triplo, ou mais. Em poucos anos se tornaram uma sociedade endinheirada, com poder e consequentemente com a ganância. Os bens eram divididos para ambas as famílias de forma igualitária, mas nunca havia satisfação. Após a morte do senhor Benacci, sua parte foi comandada por seu filho mais novo, Dick Benacci e seis meses após seu falecimento, Efren Palacci veio a óbito, deixando seu espaço para o filho mais velho, Jerrold Palacci. Ao contrário da irmandade e amizade que seus pais tinham, os dois jovens, que na época possuíam entre trinta a trinta e cinco anos, não se davam muito bem. Ambos queriam mais, ansiavam pelo próprio poder, e separar só levaria prejuízo. Não tinham muito que fazer a não ser continuar com a sociedade, com uma certa rixa entre ambos.

{...}

Finalmente a sexta havia chegado. Os operários trabalhavam a todo gás para suprir a folga que teriam no dia seguinte devido a um feriado. Homens e mulheres suavam transportando materiais, contando peças, administrando máquinas para entregar tudo a tempo. Supervisores caminhavam de um lado para o outro checando cada mínimo detalhe e passando todas as informações para a central. Através da enorme janela posicionada à direita, em um andar superior, Ashton conseguia ver tudo e a todos. Sua postura ereta dizia muito sobre sua personalidade, a seriedade o acompanhava até mesmo em seus trajes, estava sempre com o cabelo alinhado, ternos impecáveis, sapatos encerados e uma coleção de gravatas de dar inveja. Próximo a ele, se entretinha em um jogo qualquer no celular, relaxando em sua cadeira de escritório, com os pés em cima da mesa. Ao contrário de seu irmão, odiava trajes sociais e abominava aquelas gravatas tão sufocantes, era tanto que vivia com elas frouxas e só ajeitava quando ia receber alguém ou tinha alguma reunião.
— Estava pensando em solicitar outra reunião para falarmos sobre novas admissões, com isso, compraríamos novas máquinas ou faríamos uma melhoria nas que temos aqui. O que acha? — indagou Ashton, pesando um olhar no irmão, que já entediado daquele assunto, o encarou de volta, dando pause no jogo.
— Eu não acho nada, quem tem que achar é o nosso querido avô, Jerrold, que por sinal, já lhe disse diversas vezes que isso é da conta dele. Então eu ainda não sei o porquê diabos você insiste em se meter onde é chamado. — desabafou por fim, voltando a sua concentração no celular, sem antes ver Ashton revirar os olhos e se aproximar, escorando-se na mesa ao lado de .
— Você não entende que os futuros donos daqui serão a gente? E que temos que, a partir de agora, se preocupar com coisas mais importantes do que estar em uma sala somente recebendo informações de supervisores sobre os trabalhadores? — deu um suspiro pesado, porém baixo. Já estava farto de ouvir e ver o irmão querendo tomar a frente de tudo e insistir na mesma tecla. Era cansativo, exaustivo e a seu ver, desnecessário, já que seu avô ainda estava no comando e as coisas fluíam bem.
— Ash, eu gosto muito de você, cara. Mas esse assunto já está ficando batido e já estou vendo a hora de marcar um psicólogo para você para tratar essa sua insistência. Nosso avô já disse que as coisas vão acontecer aos poucos e que iremos comandar quando estivermos preparados, então para quê tanta agonia? Relaxa, curte o momento, o ar condicionado, cafezinho ali do lado… Hoje é sexta feira, cara! — balançou a cabeça, indignado. Como ele conseguia pensar em festa sempre? Como ele não pensava pelo menos no futuro de sua família?
— Inacreditável você! — Ashton se afastou, começando a andar de um lado pro outro na sala. — Será que não pensa um pouco no seu futuro e no da empresa? É tão… — e mais uma vez o “blá, blá, blá” se iniciava. Era tão repetitivo que em certos momentos, mexeu com a boca, imitando a fala de seu irmão. Não podia se estressar, então, a única solução era se divertir com aquilo. Afastou com os pés da mesa, caminhando com a cadeira para trás, tendo a esplêndida visão da fábrica abaixo. Seu olhar percorreu por toda extensão, sendo atraído pelo físico dela. Do outro lado, na mesma posição de sua sala, encontrava-se o escritório da família Benacci. Assim como o deles, a janela de vidro fazia parte da decoração para que ambos pudessem ter a mesma visão, e que visão… Graças a elas, as trocas de olhares entre e ocorriam constantemente.
A jovem que trajava seu belo e elegante vestido social rosa pastel, ajeitava o delicado colar de puro prata que brilhava intensamente em seu colo. O sapato de salto preto era seu favorito, havia ganhado de seu avô assim que entrou na empresa. Enquanto prestava atenção no que sua mãe falava, os olhos de apreciavam aquela beleza única que tanto o deixava louco. A sorte que ele tinha com aquela vista privilegiada era de dar inveja.
— Entendeu? — piscou forte, retornando a sua triste realidade. Enquanto sua mente só queria apreciar a bela obra de arte que se resumia a Benacci. Ashton o encarava com um semblante sério e irritado, odiava quando ficava no vácuo e principalmente quando o motivo era ela. Revirou os olhos, passando as mãos pelo cabelo e logo em seguida caminhou a janela, puxando a cortina que tapou toda a visão. — Chega? Será que você não esquece esse amor platônico?
— Não posso encarar a vista? — questionou com seu sarcasmo, só piorando o humor do irmão. — Ashton, descobri qual o seu problema. — se aproximou do irmão, tocando levemente em seu ombro por trás, iniciando uma massagem de mau jeito. — Você precisa de alguém. Precisa de um amor e boas noites de sexo. Há quanto tempo que você não…
— Idiota. — resmungou, soltando-se ferozmente do seu irmão, se retirando da sala com as gargalhadas de atrás de si. Adorava quando irritava o irmão, era uma das melhores maneiras que havia achado para que o mesmo cessasse aqueles falatórios. Fez um caminho rápido até a janela, abrindo as cortinas de volta e tendo os olhos tão penetrantes de em si, esbanjando o seu melhor sorriso malicioso.
Ele já sabia o que fazer.

{...}

O ar mal circulava naquele pequeno espaço quando os dois estavam ali. Arfavam de prazer, vendo o suor do sexo percorrer pelos seus corpos, enquanto sentiam os efeitos se dispersarem pelo corpo. Os olhos se encaravam a todo instante e quando se cruzavam, um sorriso satisfatório sempre era exposto por ambos. A sala dos arquivos mortos era o melhor lugar para aproveitarem a companhia um do outro sem serem interrompidos, já tentaram na sala de produtos de limpeza, no último andar e até mesmo na sala abandonada do quinto andar, mas sempre ouviam passos ou tinham que fingir que estavam à procura de algo. O subsolo pareceu perfeito e estava funcionando bem de uns meses para cá.
— Você não deveria se expor tanto para o seu irmão, em breve ele conta para sua família, e para minha. — disse ajeitando por fim, seu cabelo em um rabo de cavalo. , que terminava de ajeitar seu terno, levantou o olhar, a encarando.
— O que eu posso fazer se sua imagem me chama mais a atenção do que as conversas dele? — disse com um sorriso sacana nos lábios. — E ele é tranquilo, só não gosta muito de você.
— Ele me odeia, vamos ser sinceros.
… — ele se aproximou, tocando levemente em seu rosto. — Vamos concordar que quase todo mundo suspeita dos nossos momentos, não vejo mais motivos para esconder…
— Está maluco?! — elevou o tom de voz, arregalando os olhos. Ambas famílias sabendo daquele caso? Não, nunca, jamais! Se só tendo uma sala quase em frente uma da outra, já havia conflito, imaginava o caos que seria se assumissem um relacionamento. Seu pai seria o primeiro a enfartar, com o problema do coração que tinha, seu avô nem se fala, e sua mãe? Daria a louca, alegando que estaria ensinando maus modos a sua irmã mais nova. Só de pensar, seu coração já acelerava, mas não negava que seria bom. Gostaria de encontrar com mais vezes, de sair de mãos dadas, passear e parar com os encontros as escuras, por mais que fossem bons. — Isso não daria certo.
— Por que não?
— Porque nossas famílias se odeiam? Não se suportam? Se possível exterminariam umas às outras? — foi respondendo com tons de irônicos, surtando mais a cada palavra. O homem a sua frente gargalhou, tirando os filhos que caiam ainda no rosto dela, aplicando um beijo suave nos lábios.
— Eu tenho você e você tem a mim. Eles vão surtar? Vão! Mas qual é, temos o que? 15 anos para ter os pais ainda em nossa cola? Somos adultos, podemos fazer o que bem quisermos e não será uma guerrinha do passado que irá nos deter. — ela suspirou pesadamente, já com o medo do que poderia ocorrer.
— Tem certeza?
— Absoluta.

{...}

Os olhares atentos não focavam no sorriso que o casal esbanjava, mas sim, nas mãos grudadas e no quanto balançavam. No dia seguinte, resolveram se assumir. Para Ashton, não foi lá uma das grandes surpresas, surpresa mesmo foi ver a coragem que tiveram para encarar os julgamentos. A família Palacci, assim como a Benacci, tiveram a mesma reação. Rejeição, surtos, indignação… Mas ao contrário do que pensaram, a vontade de estar juntos falou maior, e tudo aquilo foi apenas um “porém” que não afetaria em nada. A cada dia que passava, ambos conseguiram quebrar a barreira imposta pela família. Não misturavam trabalho com vida pessoal, mas os encontros se tornaram mais confortáveis quando se tinha uma cama e um quarto mais privado. Os jantares passaram ser ao ar livre, e seus rostos já estampavam as capas de revistas, alegando uma possível reconciliação de famílias.
Se tudo estava parecendo bem exteriormente, internamente estava um caos. e se afastavam a cada dia de suas famílias, não porque queriam, mas os parentes já não tinham mais tanta confiança, achavam que um vazaria as ideias para o outro. já havia se deparado diversas vezes com a porta do escritório de sua casa trancada, tendo murmúrios saindo dela. , por sua vez, não era tão convocado como antes para as reuniões principais, e quando chamado, mal olhavam para sua cara. Entretanto, tentavam a todo custo passar por cima dos problemas e até mesmo já tentaram engatar uma paz mundial, mas nada funcionou.
A manhã não havia começado muito bem quando soube que sua família dera uma saída com alguns executivos para uma suposta reunião de negócios. À noite, todos, exceto seu avô, estavam reunidos na sala de jantar, com os pratos em mesa e a atenção no jovem rapaz. Seu avô teria um jantar com uma empresa do exterior e chegaria às onze.
Às doze, ele não chegou.

Idoso encontrado por família é assassinado em Nova Jersey. Jerrold Palacci, 72 anos, teve um fim trágico. O idoso, que estava desaparecido há alguns dias e foi encontrado pela família, foi assassinado com tiros à queima roupa na última sexta (12), na saída de Nova Jersey.
De acordo com a polícia local, o corpo foi encontrado em um beco com muito lixo ao redor e seu corpo apresentava vários sinais de tiros que pareciam ter sido disparados de perto. A única pista que se tem do caso por enquanto é que o assassinato pode ser sido obra de uma rivalidade no ramo em que ele atuava, mas sem ligações com qualquer família.

- Isso já está começando a me dar dor de cabeça – Indagou , apertando o botão do controle para que desligasse a televisão.
- Se está dando dor de cabeça em você, imagina em mim. – Resmungou o homem sentado ao seu lado com o rosto tomado pelas mãos, suspirando. – Eu vou perguntar novamente: você tem certeza absoluta que sua família não tem nada a ver com isso?
suspirou de forma pesada. Queria que aquilo não fosse verdade, mas no fundo ela sabia que poderia ter a mão de alguém de sua família no meio daquilo tudo.
- … Olha… Você sabe que eu sempre fui sincera com você, certo? – A mulher passou a mão pelos cabelos do homem que estava sentado. – Eu juro que se eu soubesse de algo sobre isso antes de acontecer eu teria te contado.
- Não é querer ser chato – levantou-se e negou com a cabeça, parando em frente da garota – Você acha mesmo que eles te envolveriam numa coisa tão séria? Logo você, que está CO-MI-GO – Apontou para si mesmo e começou a andar de um lado para o outro, aparentando o nervosismo que tentava esconder. - Não é e hoje que minha família e a sua não se gostam, mas fazer isso… É um golpe muito baixo.
- Hey! Eu disse que não sei de nada, mas não vou mentir que eu ACHO - deu ênfase na última palavra - que pode ter sido. Mas não é todo mundo que gostava do seu avô, né? - Revirou os olhos e cruzou os braços.
- A última coisa que eu esperava era que você viesse aqui pra ficar falando mal do meu avô, . - Sorriu de forma debochada para a garota.
- Desculpa, . Mas o que você quer que eu faça? Eu ainda não adquiri poderes para voltar no tempo e impedir que isso acontecesse, ou de até mesmo virar uma mosca para descobrir o que anda acontecendo nas reuniões que me deixam fora da minha família.
- Talvez você só deveria admitir que eu estou certo. - O homem deu de ombros e cruzou os braços também, encarando a mulher a sua frente.
- Admitir o que? Que minha família é assassina? - Perguntou incrédula.
- Sim. Que além de tudo não soube lidar com uma rivalidade como gente grande e teve que partir para essa palhaçada. - Apontou para a televisão onde havia dado a notícia.
- ! Você tem noção do que está falando comigo? - Arregalou os olhos não acreditando no que havia ouvido - Eu não vou dizer isso porque não é verdade. E nem vou dizer isso pra que você se sinta melhor. Por favor. Você não é criança mais e sabe muito bem a relação que nós temos.
- Que nós temos ou que nossas famílias têm? - Arqueou uma sobrancelha em dúvida.
- As duas. Raciocina comigo. Primeiro - Levantou o dedo indicador para ele - Não é de hoje essa rivalidade que, cá entre nós, eu acho a coisa mais idiota do mundo. Segundo - Levantou seu dedo médio - O nosso relacionamento às vezes não chega a ser sadio por conta de ninguém gostar de mim da sua família e ninguém da minha gostar de você, tudo por causa de uma rixa de muito tempo. E terceiro - Levantou seu dedo anelar - Eu te amo mais do que tudo e não quero discutir com você e acabar te perdendo assim tão fácil - Allisson deu um passo na direção de e segurou sua mão - Eu sei que não é fácil perder um familiar assim. Mas você precisa acreditar em mim - Segurou suas mãos e as beijou de forma suave. - Eu não quero ter que abrir mão de você. - Sussurrou de forma magoada e suspirou.
- E... se isso que estiverem fazendo for para nos colocar um contra o outro? - a encarou e segurou no rosto da mulher a sua frente. - Agora que você disse isso, faz sentido. Pensa bem, eu e você temos as maiores partes de investimento em cada empresa, certo? Então… Com essa nossa aproximação, nosso romance, talvez eles estejam com medo de nos perderem, porque tecnicamente assim eles iriam falir - Estreitou os olhos para a mulher e soltou o rosto dela, estalando o dedo no ar como se tivesse tido uma ideia - TOUCHÉ! - Apontou novamente para a garota.
- Muito obrigada por ignorar minha declaração - Fingiu fazer uma reverência para o homem a sua frente - Mas enfim, Touché o que?
- Eu tive uma ideia, mas vou dizendo que você vai ter que usar suas habilidades de atriz. - Sorriu mostrando todos os dentes - Nós vamos fingir que estamos brigados. Que nosso relacionamento acabou hoje, entendeu? Porque era o que eles queriam, mas na verdade, vamos estar mais juntos do que nunca, só vamos… Brigar de mentira - Sorriu animado com a ideia. - Feito isso, vão achar que conseguiram o que queriam no final BUM - Fez um gesto de explosão com as mãos no ar - Nós mostramos que somos mais inteligentes do que eles.
- Vindo de você, até que essa ideia não é tão ruim assim - Brincou a mais velha, apertando as bochechas de . - O problema é, quando vamos brigar pra que todos achem que terminamos?
- Hoje à noite - O rapaz tirou sua carteira de seu bolso e pegou um pequeno papel - O baile de inauguração do Lincoln Hall. É perfeito já que toda minha família e a sua vai estar lá. Assim podemos fazer com que todos achem que realmente nos separamos.
- Não sei por que eu ainda duvido da sua capacidade. - Brincou Allisson, passando os braços em volta do pescoço de .
- Talvez porque você queira ser igual a mim, mas não consegue - Piscou o garoto, rindo em seguida antes de colar seus lábios nos da mulher. - Vê se você pega leve, tá?
- Ah meu amor… Pegar leve e eu na mesma frase não combinam, mas tentarei. - Sussurrou antes de tomar a boca do garoto num beijo demorado.

{...}

- Eu sabia que esse vestido ficaria maravilhoso em você. - Disse Tiffany enquanto analisava da cabeça aos pés.
- Esqueceu de dizer que eu sou maravilhosa - Brincou , se encarando no espelho e retocando seu batom. - Acha que muitas pessoas estão lá em baixo?
- Achar? Eu tenho certeza. - A loira disse enquanto passava a mão pelos cabelos - Até a família do seu namoradinho já está lá. - Fez uma cara de nojo - Ele é lindo, mas você pode arranjar coisas melhores, .
- Não vou conversar sobre isso com você, Tiffany. - Revirou os olhos, passando pela garota e saindo do banheiro, pronta para voltar para o baile.
De longe já havia avistado a família do namorado, mas não o encontrava no meio deles. Talvez ele chegaria mais tarde ou senão, o proibiram de vir. Mas se fosse a segunda opção ele talvez poderia ter falado com ela. Bebericou a taça com champanhe que estava em sua mão pensando no que poderia ter acontecido para que não estivesse ali, mas logo foi surpreendida pelo mesmo.
- Já te disseram que você tá linda nesse vestido? - Sussurrou o garoto enquanto a abraçava por trás e dava um beijo em sua nuca. - Desculpe, eu não resisti. - Desfez o abraço e ficou de frente para ela.
- Já sim, mas se você quiser alimentar meu ego, pode continuar. - Sorriu a mulher e logo olhou para baixo, vendo que ambas as famílias rivais olhavam para os dois num tom de reprovação. - Eles estão olhando para nós - Disse de forma despistada, dando um gole em sua bebida. - Acha que já podemos?
- Eu tenho certeza. - Comentou o homem e suspirou antes de negar com a cabeça - É incrível como tudo o que você faz é só pensando em você. - Apontou para a mulher a sua frente. - Você é egoísta e quando se trata de nós dois, você nunca olha o meu lado - Elevou um pouco o seu tom de voz.
- Desculpa, mas eu não sou sua mãe pra ficar cuidando de você sempre que der. - colocou a mão sobre o peito fingindo estar ofendida. - Você já é crescido pra saber disso, . - Sorriu de forma debochada.
- Eu só queria que você continuasse do meu lado quando eu mais precisava, mas você não estava nem aí - abriu os braços e passou a mão pelos cabelos fingindo nervosismo. - Eu só queria ter a minha namorada do meu lado pra me apoiar. Pra me deixar bem, mas você não serviu nem pra isso. Não serviu para amparar uma pessoa, como ainda deixam você investir em uma empresa? - Gargalhou negando com a cabeça.
- Eu tinha coisas melhores pra fazer, que diferente de você só se prende numa dor que querendo ou não nem importava tanto assim pra você. - abriu a boca fingindo estar indignada com o que ele havia falado. - Repete o que você disse se você for homem de verdade, ! - Bateu com o pé no chão.
- É isso mesmo que você ouviu, Allisson. Você não serve pra nada. Pra ser uma namorada e até mesmo pra investir numa empresa igual deixam você fazer. Você deveria sentir vergonha de si mesma por isso. - cruzou os braços e logo foi surpreendido por , que jogou o resto da bebida de sua taça diretamente em seu rosto.
- Já que eu não sirvo para nada, espero que você encontre uma pessoa que saiba como ser uma namorada do jeito que você quer. - Tirou a aliança que estava em seu dedo e jogou diretamente em seu peitoral. - Pra mim já chega! - Gritou com a voz trêmula, deixando algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto e saiu a passos largos para o mais longe do garoto.
, se limpando do líquido em seu rosto percebeu que todos em baixo haviam visto aquilo, especialmente ambas as famílias que pareciam ter se desfrutado do que havia acontecido. Após se secar e estar com a aliança em mãos, tratou de seguir para o lado oposto que Allisson havia ido, decidindo por ir para fora do local antes que alguém o seguisse.

MENSAGEM : Eles caíram igual patinhos.
MENSAGEM : Ótimo! Desculpa pela bebida, mas você sabe… Clichês de briga. Ou eu batia no seu rosto ou eu jogava bebida… E eu prefiro bater em você em outras ocasiões.
MENSAGEM : Espero saber em breve que ocasião é essa. ;D
MENSAGEM : Suas carinhas nos finais das frases sempre me broxam, !
MENSAGEM : Duvido você broxar comigo quando eu estiver perto de você, linda.
MENSAGEM : hahaha Vamos ver então. Depois nos encontramos, lindo. Foi um prazer brigar com você.
MENSAGEM : Prazer só na cama. ;)


{...}

- Eu juro que se você tentar puxar de novo o edredom pro seu lado igual da última vez, eu te jogo pra fora da cama, entendido? - resmungou assim que deitou a cabeça no travesseiro e se ajeitou na cama ao lado de .
- Você sabe que eu não faço isso por querer. Eu sinto mais frio do que você. - O garoto mostrou a língua de forma travessa e a abraçou por trás, beijando sua nuca.
- Não quero saber de explicações. No meio da noite você sempre fica quentinho e eu fico morrendo de frio. - Murmurou a mulher num tom infantil, o que fez com que os dois gargalhassem juntos.
- ? - murmurou depois de um tempo em silêncio. - Eu quero conversar com você sobre uma coisa.
- Ai. Meu. Deus. Você está grávido? Eu juro que sempre usei camisinha com você. - Olhou para ele fingindo estar desesperada.
- Sim, e eu furei a camisinha só pra nós dois termos um filho. Parabéns, papai. - Passou a mão na barriga a estufando fingindo estar grávido, de fato. – Mas, além disso, quero te fazer uma proposta. - Sentou-se a cama e passou a mão pelos cabelos bagunçados.
- Tudo bem. Pode falar, estou ouvindo. - tomou a mesma posição do garoto, o encarando.
- Eu cheguei a conclusão de que nossas famílias nunca vão parar de pegar no nosso pé. Mas eu não quero ter que viver o resto da minha vida em função daquela empresa que eu acho que, cá entre nós, só vai trazer dor de cabeça para todos. - Fez uma careta e suspirou. - Eu quero te fazer uma proposta.
- Nisso eu tenho que concordar com você. - passou as mãos pelos cabelos e suspirou - Eu já estou cansada de tudo aquilo mais do que você possa imaginar.
- Então… Eu estive pensando… Nós dois poderíamos investir em algo que seja voltado para o público mais da nossa idade. - Apontou para ele e depois para ela - Um PUB, algo desse tipo. Eu tenho um projeto que tinha começado há um tempo, mas acabei deixando de lado. - levantou-se e caminhou até a calça que estava jogada no chão do quarto, pegando um papel dentro do bolso e entregando para a mulher.
Depois de analisar com calma o papel e ler algumas anotações que havia guardadas no celular de , deu um sorriso, contente com o que havia lido. Não só por ser um projeto bom, mas por ter conseguido imaginar tudo o que poderiam conquistar com aquilo.
- Por que nunca me disse que tinha isso guardado? - Indagou a mulher num entusiasmo grande - Isso é muito bom. Você tem noção de como isso daria certo?
- Por isso eu estou te contando agora. Eu queria investir nesse projeto com uma pessoa que eu confiasse bastante. E bom… Eu confio mais em você do que em qualquer pessoa. - Sorriu segurando a mão da mulher e beijou ali suavemente.
- Eu amo como você consegue ser fofo até nas horas mais sérias - resmungou e beijou os lábios do garoto de forma suave e rápida. - Mas com tudo isso você quer dizer que nós temos que romper com nossa família primeiro, certo?
- Isso. Eu sei que isso vai ser complicado, mas nós não precisamos fazer isso de uma maneira direta, sabe?
- Você quer dizer… Pegar nosso dinheiro e sairmos daqui sem ninguém saber de nada? - A mulher arqueou uma sobrancelha e deu uma risada - Você realmente foi feito pra mim, como eu nunca te conheci nessa vida? - jogou os papéis na cama e pulou no colo de . - Eu nunca saberia como lidar com a minha família enchendo o meu saco. Quando começamos isso?
- Eu sabia que você iria adorar essa ideia. - O garoto disse completamente animado, a abraçando com força. - Amanhã de manhã nós abrimos uma conta nova, marcamos de encontrar com o empresário de ambas empresas a sós e fazemos esse rompimento de uma vez por todas e fugimos daqui. Eu compro as passagens e o resto depois damos um jeito.
- Desde que eu te conheci me aventurei de todas as formas e nada deu errado, espero que dessa vez você não esteja errado. - percorreu seu dedo polegar pelo lábio inferior de . - Independente do que aconteça, não sairei do seu lado.
- Meu amor, nada vai dar errado. Pode confiar em mim. - Sussurrou o garoto, antes de jogar o papel no chão e cobrir os dois, começando a encher a mulher de beijos.

{...}

Você pode estar se perguntando: ou e são inteligentes demais ou são completamente bobos por achar que todo aquele plano daria certo. Mas no final, realmente deu certo. A família Palacci acabou culpando a família Benacci por terem feito a cabeça de , e a família Palacci acabou culpando os Benacci por terem feito a cabeça de .
e , já em outro lugar longe de ambas as famílias, finalmente conseguiram colocar seu projeto que estava apenas no papel para o físico. Ambos lutaram com a pressão dos familiares para que voltassem a investir na empresa, mas nenhum dos dois aceitou, resultando na desaceleração de ganho de custos das famílias.
- Eu disse que com letreiro neon ficaria mais bonito do que aquela porcaria que você queria colocar. - , que trajava um vestido verde brilhante e um salto alto preto, bebia sua batida no canudinho enquanto observava várias pessoas entrando no local.
- Tá, você lida muito bem com decoração do que eu pelo simples fato de você ser mulher. Pra mim, qualquer coisa com preto tá lindo. - Revirou os olhos, recebendo um tapa da mulher diretamente na cabeça. - Outch, essa doeu.
- Você tem sorte de ainda me ter aqui pra te ajudar nesse projeto, senão você estaria ferrado. - Negou com a cabeça e piscou para ele. - Eu te amo.
- VOCÊ ACABA DE ME BATER E DIZ QUE ME AMA? - Arregalou os olhos e suspirou fazendo um bico para a mulher - Eu te amo mais. - deu um selinho demorado nos lábios da namorada.
Várias luzes coloridas tomavam conta do lugar junto do conjunto de músicas que transformavam o ambiente num lugar ótimo para a ocasião. Várias pessoas faziam com que e só ficassem ainda mais orgulhosos de tudo o que construíram juntos.
- Desculpa ter duvidado de você nem que fosse um pouquinho sobre isso acontecer - apontou para o emaranhado de pessoas que havia ali.
- Eu disse que nada daria errado. - Piscou para ela e a abraçou por trás, envolvendo sua cintura com os braços. - Vem comigo. - segurou na mão a garota e a puxou para fora do estabelecimento.
- Onde você quer me levar? - Em meio as gargalhadas, a garota o seguia, chegando até a rua que dava para o outro lado da rua onde acontecia a inauguração.
- Quero que você olhe bem para lá - Apontou para o estabelecimento recém-aberto - E lembre-se do dia em que a nossa vida mudou para melhor.
Com um sorriso no rosto, e sentiam-se satisfeitos pela conquista que tiveram juntos. sacou o celular de seu bolso e abriu na câmera, tirando a foto do letreiro em neon que mostrava o nome escolhido pelos dois: Hopeless Fountain Kingdom.


Fim!



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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