Finalizada em: 04/10/2020

Capítulo Único

Caminhando pelas ruas cercadas ao lago, era possível ver um dos lugares mais bonitos da cidade, “Passo das Flores” eram como chamavam. O lugar era atração porque em uma certa estação do ano desabrochavam todas as flores possíveis formando um túnel de floral, o mais bonito era a tradição criada para agradecer tamanha beleza.
Era comum ver músicos pelo túnel de flores, partilhando suas histórias através de suas canções.

Ao menos, assim era como se expressava.

era músico em seus momentos vagos por puro gosto. Por isso aos fins de semana partia com seu violão para tocar para pessoas que passavam por ali. Já fazia isso a cinco anos, desde que havia terminado o ensino médio. Sempre tirou um tempo para estar ali, e foi assim que ele a viu pela primeira vez.

***

Lembrar de como se sentiu no momento que a viu, era ar fresco para seus pulmões.

Sentado no piano público que havia chegado a pouco tempo no local, ele temperava algo em sua cabeça. Andava preocupado em como seria o futuro dali para frente, se deveria continuar com sua música nos fins de semana, preocupado sobre a vida. Vê-la lhe tirou o ar que prendia em seus pulmões a um tempo.

Sua expressão era de curiosidade ao adentrar, ele analisou bem cada mudança e sentimentos presentes em seu rosto.

“expressiva” ele pensou, deixando um sorriso fraco em seus lábios.

não foram muitos minutos observando-a e muito menos teve a chance de lhe perguntar seu nome assim que ela se aproximou. Sim, ela se aproximou perguntando se ele sabia a quanto tempo aquele lugar estava ali.

O “não” com o balanço de cabeça negativo ao mesmo tempo o fez se sentir estúpido por não conseguir dizer nada mais.

!” ele pode ouvir aquele nome e senti-lo martelar dentro de si sem fim. Ela estava sendo chamada por uma criança que segurava a mão de uma senhora mais velha, ambas sorriam escancaradamente para a garota, essa que soube ter uma paixão fervorosamente desde que a viu pela primeira vez.

Todos os dias, ele cantou uma canção para as flores. Desejando que elas florescem de forma esplêndida para sempre e principalmente, que a trouxessem para ele, mesmo que de pouco em pouco.

Mesmo que de flor em flor, acontecesse, ele não desistiria. Por isso ele cantou para as flores e para ela.

***

“I’m curious about everything
How’s your day
Oh tell me
What makes you happy
Oh text me

Your every picture
I wanna have it by my pillow oh bae
Come be my teacher
Teach me everything about you
Your 1, your 2…”


Depois de algum tempo, o ponto do ano em que o inverno chegava era preferido, de , apesar das flores não estarem mais ali e de que era seu lugar favorito desde que se mudou para aquela cidade, a neve chegava e seu coração parecia encher de nostalgia, sentimento bom que sempre crescia nela.

— Irmã? - ela ouviu o chamado que veio acompanhado de um puxão fraco em sua mão.
— Huh? - respondeu se agachando de frente ao garoto - você quer alguma coisa, ?
— Podemos nos sentar um pouco? - ele respondeu rápido apontando para o banco próximo.
— Você não está com frio? - ela perguntou ajeitando a roupinha do menor, notou em seguida que o céu se acinzentava cada vez mais e se preocupou por ainda estarem algumas quadras longe de casa - o que você acha de ir de cavalinho? melhor do que pararmos, certo? eu acho que está vindo uma chuva por ai e não queremos deixar a vovó sozinha, não é?

O garotinho balançou a cabeça negativamente e se espreguiçou abraçando a irmã inesperadamente.

— Obrigado por ter vindo - ele disse baixinho.

Os fatos eram que não era de fato parte de sua família, ao menos não de sangue, mas muitas ocasiões e eventos inesperados a levaram até eles a mais ou menos três anos atrás quando caiu como um milagre em suas vidas, assim como eles caíram como não só um, mas dois milagres na sua.

— Eu chegaria aqui de qualquer forma - ela sussurrou de volta o abraçando - é como a vovó sempre diz, estávamos destinados a encontrarmos, a sermos uma família.
— Mas ainda falta ele - ele disse já se preparando para subir nas costas da garota - a pessoa dos seus sonhos.
— Sim - ela soltou uma risadinha abafada vendo que ele já conseguia subir com tranquilidade já que havia crescido bastante - ainda falta ele, mas não creio que ele demore tanto assim.
- ele disse já encostando a cabeça nos ombros dela - eu vou dormir, mas só um pouquinho, tá bom?
— Tudo bem, não se preocupe - ela arrumou as outras coisas que trazia junto de forma para que o garotinho não caísse e deixou um beijo em sua testa - quando você acordar eu estarei aqui.

O garotinho tinha medo de ser deixado mais uma vez.
e os pais sofreram um acidente de carro um ano antes de entrar em suas vidas, ela sabe que por mais que ele não assuma, tem medo de acordar e não ter mais ninguém a seu redor. Assim que saiu do hospital foi viver com sua avó, uma senhora já com seus 70 anos que não esperava receber a notícia de que seu filho e sua nora não estavam mais vivos devido aos ferimentos de colisão de carros e muito menos de que seu neto estava internado, havia sido muito para ela, mas ela tentou ser forte, por ele.

***

não havia calculado bem ou a chuva chegou bem antes do esperado e ela não deixaria com que tomasse chuva, se preparou para sair do passo das flores com em seu colo agora para protegê-lo melhor dos pingos grossos da chuva que caia.


— Espera! - ela ouviu alguém dizer não tão alto, mas ainda sim ecoava pelo túnel. Observou o rapaz correr em sua direção com um sorriso indecifrável no rosto e um guarda-chuva amarelo na outra, se perguntou incansavelmente onde havia visto aqueles olhos antes, aqueles olhos que a olhava de forma curiosa. - aqui - ele disse entregando o guarda-chuva fazendo com que ela o olhasse curioso também.

Ela pode vê-lo sorrir e parecia realmente que aquele momento havia ficado em câmera lenta.

— Vou demorar um pouco para ir embora, não se preocupe! - ele disse colocando o objeto em suas mãos - vá antes que fique tarde.
— Obrigado! - ela disse realmente agradecida pelo ato dele.
— Sempre que precisar! - ele disse simplesmente.

se virou para sair de perto dela, mas assim que escutou seus sapatos baterem contra o concreto a olhou novamente, a vendo desaparecer apenas alguns minutos depois em meio a chuva com seu guarda-chuva amarelo e a criança aos braços.

Vendo aquela cena pensou o quão bom seria ter uma família apenas dele, sentimento novo que havia surgido em seu peito.

“Oh my my my oh my my my
You got me high so fast
I want to be with you for everything
Oh my my my oh my my my
You got me fly so fast
Now I kinda get it

Love is nothing stronger
Than a boy with luv
Love is nothing stronger
Than a boy with luv”

— Conta para a gente! - ria enquanto empurrava o ombro de para que ele contasse algo que havia comentado no caminho de volta para a casa - será nosso segredo, certo ?
— Eu já sei por quem ele é apaixonado - O garotinho disse sem mais e nem menos, assustando a que paralisou ao ouvir aquelas palavras vindas do mais novo.
— Sabe? - e perguntaram ao mesmo tempo logo depois se entre olhando.
— Sei - ele deu uma piscadinha para o mais velho que não sabia como reagir no momento - a tia do café é muito bonita.
— Quem? - outra vez e falaram juntos rindo em seguida.
— Ah, você está falando da Lia? - respondeu se lembrando da vez em que levou o garoto e a vovó no café em que a melhor amiga gerência, naquele dia tinha algo para fazer do outro lado da cidade e como vovó e já tinham acostumando-se com sua presença aproveitou para levar os dois em um passeio animado.
— A moça de cabelos azuis - ele disse admirado por se lembrar do cabelo dela.
— Lia! - respondeu rindo - ela é minha melhor amiga e me desculpe garotão, mas não foi dessa vez - ele se abaixou e bagunçou o cabelo de que riu com o ato - não é Lia quem tem meu coração a mais de quatro anos.
— Quatro anos? - perguntou de repente, o que o fez levantar o olhar em direção a ela, ainda sorrindo assentiu.

...From the moment I met you ya
My life was all you ya
You’re the star that turns ordinaries into extraordinaries
One after another, everything is special
The things you’re interested in, the way you walk or talk
And every little trivial habits of yours…


— A quatro anos atrás eu a vi entrar pelo passo das flores admirada com tudo que via pela frente - ele sorriu ao lembrar, como sempre fazia - eu lembro que a primeira coisa em que pensei quando a vi foi que suas expressões eram incríveis - ele riu pela cara confusa de - ela para mim era como as flores do túnel, esplêndida.
— E você já contou a ela? - perguntou ainda mais curiosa, voltando a caminhar assim que viu se levantar agarrando a mão de outra vez.
— Não - ele olhou para ela e aquele ato paralisou sua mente por alguns segundos - mas eu cantei para ela todos os dias e vezes que tive chance. Cantei para as flores para que elas me trouxessem ela, cantei para ela no caminho de casa e até mesmo em meus sonhos.
— Espero que ela tenha ouvido alguma dessas vezes! - ela disse de forma sincera e um pouco mais ressentida do que estava crendo que soaria.
— Eu espero que ela sempre possa me ouvir, mesmo que não entenda meus sentimentos diretamente - ele disse agora já olhando para a frente - quero que ela sinta que nunca estará sozinha.
— Isso é lindo, ! - comentou com sinceridade segurando um pouco mais firme a mão de , que acabou entendendo a situação.

Os fatos eram que após o episódio em que deixou o guarda-chuva com tudo pareceu sair do lugar. Eles ficaram próximos com alguns dias se cumprimentando, e já se conheciam, o menor sempre comentava sobre o músico que havia ido um dia em sua escola tocar para eles. era filho da diretora por isso quando a mãe lhe pediu o favor de tocar algo um dia desses no momento soneca das crianças, ele foi sem pestanejar, conhecendo então a criança que não parava de falar, .


Everyone says that
I used to be so little and now I became a hero (oh nah)
I say that
Something like destiny was never my thing (oh nah)
World peace (no way)
A great order (no way)
I’m just gonna keep you safe
(Boy with luv)


Alguns meses depois realmente era difícil não associar , e Vovó, a . Mesmo com a sua vida na faculdade, ele fazia questão de todos os dias, antes de ir para as aulas deixar um café da manhã especial para eles, era como se fossem uma família desde sempre.

A relação do rapaz com sua família era boa quando o assunto era sua mãe, já seu pai dono de uma empresa e que quase nunca estava em casa, mas mesmo assim se achava no direito de tentar controlar a vida do filho de longe (coisa que nunca funcionou muito bem) inúmeras vezes tentou fazer um casamento à moda antiga com , casamento arranjado nunca seria uma opção a ele, seja ela quem fosse.

Afinal ele já havia escolhido com quem gostaria de passar o resto de seus dias.

— Bom dia, anjo! - ele disse assim que ela se sentou no carro do passageiro recebendo um beijo amoroso em sua bochecha como resposta, o que fez com que o coração dele disparasse em plena manhã de terça-feira - dormiu bem?

sacudiu a cabeça negativamente fechando os olhos e se escorando no vidro.

— Ela teve febre essa noite - sentado no banco de trás disse enquanto se acomodava.
— Febre? - ele disse preocupado, colocou uma mão em sua testa e a outra na da garota checando para ver se ainda trazia febre - você está ardendo em febre!
— Não seja exagerado, já tomei remédio - ela riu baixinho - eu estou bem, assim que terminar meus trabalhos de hoje prometo que venho direto para casa e descanso.
— Foi minha culpa, ela tomou chuva ontem por minha causa - disse desapontado - eu queria comer cereal ontem à noite, mas o leite tinha acabado, então ela foi buscar.
— Mas começou a chover eram mais de dez horas, você a deixou sair sozinha a essa hora, ? - perguntou um pouco indignado - vocês poderiam ter me ligado, eu teria trazido.
— A culpa não é dele - ela disse enquanto tossia um pouco - teríamos que comprar de uma forma ou outra e a loja de conveniência não é três quadras de distância - ela viu que ele estava prestes a retrucar e o interrompeu - porque eu te pediria para comprar leite tarde da noite sendo que o lugar onde eu poderia comprar não estava tão longe de casa?
— Para qualquer coisa que eu possa dizer, você já tem uma resposta pronta, não é? - ela soltou um sorrisinho voltando a se encostar na janela - eu venho buscar vocês assim que saírem.
— Não…- ela tentou contestar, odiava ter que alugá-lo como se ele não tivesse nada melhor a fazer.
— Nem tente dizer não - disse com os olhos em direção ao trânsito a frente - vou buscar assim que você me avisar, ele pode sair mais cedo da escola de vez em quando, certo?

piscou para que bateu palmas animado, fazendo com que desse risada fraca sacudindo a cabeça levemente.

— Te esperamos para comprar as coisas que certamente não fazem bem à saúde - riu agora olhando a garota enquanto o sinal estava fechado - mais são gostosas demais para se dizer não ou podemos ir antes? - perguntou.
— Seria uma honra acompanhá-los - ela disse sorrindo, direcionando sua atenção a em seguida - posso ir junto?

O menor balançou a cabeça repetidamente com uma felicidade realmente visível em si. gostava de ter uma família, gosta de ter e vovó e ainda mais, gostava de que havia se juntado a eles. Ele sabia que sempre andava estressada sobre administrar seu tempo para cuidar das coisas de casa, dele e do trabalho, infinitas vezes nesse tempo que estavam juntos havia visto a garota passar noites acordadas fazendo coisas que tinha atrasado, porque ele havia ficado doente e vovó precisava de ajuda. Com por perto, ela não tinha essa preocupação.

— E... chegamos! - ele disse estacionando em frente à escola que o garoto frequentava.
— Vejo vocês mais tarde! - ele se despediu descendo com rapidez do carro assim que avistou um amiguinho no portão da escola. Antes de entrar, se virou e abanou a mão rapidamente de longe se despedindo mais uma vez.
— Ele cresceu tanto - comentou sorrindo.

não respondeu, apenas observou a garota e a forma em que ela olhava com orgulho o mais novo. Sorriu por pensar que nunca se incomodaria de ver aquela cena, mesmo que acontecesse todos os dias, levar o café da manhã para a vovó, levar para a faculdade e o garoto a escola, aquilo realmente fazia com que ele se sentisse preenchido.


Listen my my baby
I'm flying high up in the sky
(With the two wings that you gave me back then)
Now, it's so high up here
I want you tuned in to my eyes
Yeah, you makin' me a boy with luv

— Te vejo mais tarde - ela disse saindo do carro com suas coisas em mãos, vendo-o assentir pensativo ela se virou para sair do local.
! - ele a chamou rapidamente também descendo do carro - tudo bem se eu te acompanhar até sua sala? - perguntou ajeitando o boné que trazia em sua cabeça de forma um pouco nervosa - você...sabe trouxe muitas coisas hoje, eu me senti mal vendo você levar todas elas sozinhas.
— você não vai se atrasar para sua aula? Seu departamento é um pouco longe - perguntou preocupada, não queria incomodá-lo, mas no fundo queria sua companhia.
— Minha aula começa às 10h - ele disse pegando as coisas das mãos dela - e mesmo que não fosse, eu não me importo de chegar atrasado por sua causa.

saiu caminhando e ainda demorou um pouco para alcançá-lo já que refletiu internamente alguns segundos sobre o que ele havia acabado de falar.

— Você tem produção três hoje, certo? - ele perguntou vendo o número da sala em que se aproximavam - chegamos.
— Sim! - respondeu com um suspiro, não queria ter aula naquele dia, mas era necessário, não podia perder o conteúdo final antes das provas começarem - pode ir ou você vai se atrasar.

Ele não se moveu dali mesmo com ela falando que aquela era sua sala, ele ainda estava preocupado por ela estar doente então resolveu medir sua temperatura outra vez.

— Eu estou bem, não é como se fosse uma gripe, eu apenas tive febre e dores de cabeça, pode ser cansaço, não se preocupe - ela disse rindo da atitude dele e cumprimentando alguém que que entrava na sala também rindo da cena - nos vemos mais tarde, agora vai para sua aula.
Oh my my my oh my my my
You got me high so fast
I want to be with you for everything
Oh my my my oh my my my
You got me fly so fast
Now I kinda get it
Love is nothing stronger
Than a boy with luv
Love is nothing stronger
Than a boy with luv

Não muito tempo depois enviou uma mensagem a avisando que suas aulas haviam acabado mais cedo, ele já havia saído para buscar , então combinaram de se verem na entrada da faculdade em alguns minutos.

— Isso é para minha irmã? - ele disse se referindo rosa azul enrolada em um papel rosado no banco da frente.
— O que você acha? - ele balançou a cabeça positivamente e olhou para trás assim que o sinal fechou.
— É bonita, ela vai gostar - ele respondeu sorrindo - apesar de eu ter quase certeza de que você se sairia melhor se tivesse comprado uma pizza.
— E a pizza seria para você ou para ela - perguntou rindo.
— Nos dividimos, claro! - o garotinho respondeu rindo.

pode avistar de longe com algumas pessoas a seu redor, assim que viu o carro se despediu recebendo algumas perguntas que a fizeram rir.

— Como foi a escola hoje para o meu ursinho? - ela perguntou enquanto colocava o cinto de segurança.
— Nós tivemos educação física e matemática - ele respondeu dando um beijo na bochecha da garota - Então, entrou na escola e todas as tias perguntaram se ele era meu irmão mais velho, ele fez sucesso.
— Não ouvi ninguém perguntar por mim - disse rindo.
— Porque você estava ocupado assinando minha saída - respondeu rindo - mas não se preocupa, eu disse que você tinha uma namorada e que iria casar em breve.
— Eu o que? - perguntou alto
— Ele o que? - disse ao mesmo tempo.
— Eu posso ter dito por acidente que você e estavam prestes a se casar - ele disse rindo o que fez com que se engasgasse com água e se desesperasse um pouco parando o carro no farol vermelho para ajudar a garota.
A cena fez com que todos dessem risada e aproveitassem o momento.
Mas não por muito tempo.


I’ll speak very frankly
Sometimes I was a little stuck up
Elevated sky, expanded halls
Sometimes I prayed let me run away
But your pain is my pain
When I realized that, I vowed to myself,
With the wings of Icarus you gave me
Not toward the sun but toward you
Let me fly


Nesse momento, mesmo com o carro parado no sinal vermelho uma movimentação esquisita vinda de trás chamou a atenção por um instante enquanto ele olhava para que ainda ria. O foco que ele colocou fez com que ele mesmo deixasse de rir e olhasse pelo retrovisor para ver se conseguia enxergar melhor.

Mas não teve muito tempo para que fazer algo, além de avisar.

abaixa! - ele conseguiu dizer tentando tirar o cinto para passar para o banco de trás, porém o tempo não foi suficiente.

Da ponte um pouco antes de chegar a entrada da universidade, um grande acidente aconteceu, uma estudante que minutos antes conversava com seus amigos no mesmo local em que se encontrava, atravessou a rua na faixa de pedestre enquanto o farol estava fechado, porém o homem que mexia no celular enquanto dirigia não viu que a garota atravessava e consequentemente não notou o sinal vermelho a frente.

Com isso o acidente em massa aconteceu.

O carro do homem se desviou para a direita com brutalidade, de último minuto atingiu a garota de forma leve, batendo em outro carro que estava em sua direção. Isso desencadeou uma colisão leve e assim seria se o caminhão que viesse não batesse com de forma bruta nos carros de trás.

O carro de foi pego de forma certeira por um desses, o que fez com que a batida fosse forte suficiente para deixá-los inconscientes.

O Vidro de trás estourou de uma forma brutal o que fez com que colocasse a mão sobre a cabeça se protegendo, sendo cortado pelos cacos que caiam nele. Não só o impacto de trás fez com que fosse uma batida forte, o carro de foi empurrado para frente colidindo com o carro que estava em sua frente. bateu a cabeça na parte da frente do carro e no volante.

chorava não se sabia ser de dor ou medo, chamava por , mas a mesma não respondia, acordou aos poucos com o choro do garoto com sua cabeça doendo pela batida.

? ? - ele disse colocando uma das mãos em sua cabeça de olhos fechados.
chorou chamando por ele.

As mãos de foram nas de vendo que ela estava desacordada, ele tentou, mas não adiantou, fazendo com que o garoto se desesperasse mais naquele momento.

— Shhh! fica calmo, eu estou aqui - O mais velho disse tirando seu cinto com dificuldade, pensou que o mais novo era sua prioridade no momento, sempre disse que se algo acontecesse, ele era prioridade em ser cuidado. Descendo do carro em seguida abrindo a porta de trás e soltando o garotinho de seu sinto, respirou fundo por ver que ele estava bem, apesar de estar consideravelmente machucado.
- ele a balançou mais uma vez com cuidado, mas não adiantou.
— A não diz nada - o garoto chorou mais e quase que também fez o mesmo.
— Está tudo bem - ele disse tentando acalmá-lo - Ela está bem - ele disse checando a pulsação da garota - nós vamos chamar uma ambulância primeiro, ok? - ele disse buscando o celular. pelo carro.
— A ambulância já está a caminho - algum desconhecido disse a pessoa do carro de trás, que não parecia estar em condições melhores que a deles.

***

— Como o esta? - ela perguntou assim que acordou.

ficou inconsciente pela pancada que sua cabeça acabou levando durante o acidente, acordou por volta de três horas depois sentindo-se como se estivesse de ressaca.

— Tirando os quatro pontos na testa e os três do braço ele está bem - ele sorriu respondendo - ele está com a vovó, vou avisar que você acordou.

Pronto para sair do quarto, escutou seu nome ser chamado.

— Como você está? - ela perguntou preocupada enquanto se sentava na cama.

Ambos se encararam de forma cúmplice, ela sabia o quão era importante para ele aquela pergunta.

— Com certeza, melhor agora - ele respondeu sorrindo - vou trazer algo para você beber.

Não era timidez o nome do que ele sentiu naquele momento, era algo mais interno que isso.

Em partes, era amor, sempre havia sido amor, desde o momento que a viu.

Mas ainda assim, era muito mais que isso.




Oh my my my oh my my my
I’ve waited all my life
I want to be with you for everything
Oh my my my oh my my my
Looking for something right
Now I kinda get it
I want something stronger
Than a moment, than a moment, love
Love is nothing stronger
Than a boy with luv


Epílogo

Ambos andavam juntos pelo túnel das flores, naquela mesma época do ano, época do ano em que ele finalmente a teve para si.

— Você não me entregou flor alguma aquele dia - disse brincando - pelo menos eu não me lembro de uma.
— Porque eu decidi que daquele dia eu te entregaria uma hoje - ele disse abraçando-a por detrás - uma não, várias.
— Você decidiu que me daria flores, hoje? uh? - ela perguntou confusa.
— Um ano depois daquele dia, o dia em que nos aproximamos de vez - ele começou explicando enquanto voltava a andar ao lado dela com seus dedos já entrelaçados - eu decidi um dos momentos mais importantes da minha vida - eles pararam exatamente no local do túnel em que ele a viu pela primeira vez - aqui foi a onde eu a vi pela primeira vez a alguns anos atrás, eu lembro de que meu pulmão recebeu ar fresco aquele dia, eu nunca respirei tão fundo.

se afastou um pouco e a colocou de frente para si.

— Você realmente virou tudo que eu queria em meio de tanta incerteza - completou sorrindo - eu até mesmo cantei para as flores, para que elas te trouxessem outras vezes, okay isso foi meio brega mas eu realmente fiz isso na época - ele comentou, o que fez com que ela soltasse uma risada escandalosa concordando - você sabe, agora a lenda sobre as flores ouvirem seus pedido quando é de coração e realizarem não me parece tanta loucura agora.

passou a mão pelos cabelos um pouco nervoso e respirou fundo segurando uma das mãos de com carinho, o que a fez sorrir.

— E para ser sincero eu acho que essa escolha foi feita no dia seguinte, o dia em que você apareceu pela segunda vez aqui, em um domingo ensolarado. Você sorriu de forma tão pura para aquele girassol que eu quis colocar vários pelos caminhos que você passava - ela a esse ponto se encontrava com os olhos marejados, pela sinceridade que via nos olhos dele - então se você ver alguns pelo caminho de casa, com certeza eu os plantei - ele disse rindo - e isso foi porque o que eu mais queria era realmente ver você sorrindo constantemente. Até que você realmente entrou na minha vida, em um dia chuvoso e cansativo. Naquele dia, quem foi para a casa sorrindo fui eu, agregando uns espirros que eu dei por ter ficado gripado.
— Mas você não disse que…- ela o disse sorriu torto.
— Então, eu menti - ele disse - mas por uma boa causa, se eu tivesse dito que estava indo embora naquele momento também você não aceitaria o guarda-chuva porque é teimosa - ela deu um tapa leve no braço dele, o que fez com que ele desse risada e deixasse um beijinho terno em sua testa - eu fui embora no mesmo momento em que você virou a esquina e nunca me arrependerei de ter feito aquilo.

Seu beijo desceu a bochecha dela deixando ali outro beijo terno.

— E você sabe porquê? - nesse momento ela que estava com os olhos fechados apenas sentindo o toque dele balançou a cabeça negativamente, mesmo sabendo o porquê - Porque eu amo você - seu beijo foi para a outra bochecha - e porque eu quero viver o resto da minha vida com você a meu lado - ele segurou o rosto dela com as duas mãos e deixou um beijo leve em seus lábios - porque se eu não tivesse feito aquilo, eu não sei como aconteceria o dia de hoje.

Ele se afastou, olhou nos olhos dela com tamanha intensidade que seu corpo se arrepiou.

- ele se ajoelhou de repente a surpreendendo - Você aceita ser minha para o resto de nossas vidas? Você aceita se casar comigo?

A garota não conseguia mais conter suas lágrimas.

— Sim! - ela respondeu com rapidez - eu aceito.
— Eu esperei por você por tanto tempo - ele se levantou e a abraçou forte - Eu amo você.
— E eu por você - ela respondeu.

***
— Espera, onde estão as minhas flores? - ela perguntou já no final do túnel.
— Eu recebi umas dicas - ele piscou para ela - alguém me disse que pizzas são melhores que flores.


Fim



Nota da autora: Olha aqui uma das minhas favoritas, ela veio em um momento muito oportuno e de último momento e eu simplesmente amo ela.
Agradecimento especial para a Biba e a Kad porque com certeza precisei delas para me incentivarem…
O que vocês acharam? um comentário dizendo o que acharam dela e se gostaram seria muito bem-vindo...
Agradeço por terem lido, de coração mesmo, Obrigado <3
Xoxo, Lay.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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