02. Drive Me To The Moon

Finalizada em: 2023.

Capítulo Único

Vitórias e derrotas, condições que moviam e determinam a vida do ser humano, desafios condicionam nosso espírito de luta. Campeonatos, jogos, objetivos a serem conquistados; e mesmo após tantas batalhas, desafios travados para estar ali, diante de uma multidão de pessoas assistindo a partida contra um gigante em quadra quando o assunto era o vôlei… minha mente oscilava entre o presente e a mulher que me torturava com a sua falta de resposta! me dava um olhar para que eu focasse na partida, em Modena na Itália era meu companheiro de equipe, mas ao representar seu país era meu fiel rival. Durante o tempo pedido pelo técnico da equipe brasileira ousei olhar para as arquibancadas. havia me dito que estaria ali, seu amor pelo esporte era a única coisa que a tirava de sua indiferença… Uma mulher que se importava com sua carreira, seguia seus desejos, o que eu poderia dizer?! Sua independência me atraiu, a monotonia era como um oceano sem cor, porque corações tendiam a se render as piores opções?! Fechei os olhos, tomando um longo gole de água. O que importava era o agora, poderia invadir meus pensamentos quando o último set fosse finalizado; até lá, me dedicaria ao esporte que amava.


Algum tempo atrás…


Eu a vi antes que ela notasse minha presença, sua risada soou alegremente pelo ambiente, suas ações demonstravam que estava confortável e que era íntima dos homens que a cercava. Seu sorriso era algo que eu não sabia nomear, havia algo sobre ele que me deixou intrigado. de aproximou introduzindo alguns dos meus companheiros de equipe aos presentes, de havia algo verídico sobre os brasileiros eram sua hospitalidade, todos nos trataram como se nos conhecesse a anos…O bom humor, a alegria no ar, risadas, uma boa música, e ainda assim meus olhos procuraram aquela mulher, havia outras por ali, amigas e amigas de amigas. No entanto, a mulher que atraiu minha atenção possuía algo que eu não sabia nomear, algo que eu desconhecia, mas que eu estava tentado a me aventurar. Uma disputa nos colocou frente a frente, flertes mascarados em ironias e um senso refinado de sarcasmo que eu ainda não havia visto…quanto mais eu conversava com ela mais desejava saber.


— Sabe, , eu realmente admiro os seus bloqueios durante as partidas e a sua análise de jogo, é um prazer e uma tortura assistir os garotos jogando contra a sua equipe. — , como se apresentou, me olhava seriamente mas com um sorriso zombeteiro em seus lábios.


— Você consegue zombar ao mesmo tempo em que me elogia. — A respondi antes de levar a garrafa aos meus lábios sorvendo mais da bebida alcoólica.


— Foi um elogio sincero, embora não possa esconder que eu sempre torcerei pela minha seleção, não importa o quão bem vocês joguem. — Ela se colocou ao meu lado na mesa de sinuca, o taco em suas mãos enquanto analisava as bolas restantes sobre a mesa.


— Você não é uma mera torcedora. — Pensei alto, vendo-a piscar para mim sobre o ombro antes de se inclinar e acertar em cheio o centro da bola branca levando a caçapa duas bolas com uma só jogada.


— Semelhante atrai semelhante. — Ela me respondeu rindo seguindo para o outro lado da mesa de modo a obter um bom ângulo para sua próxima jogada.


— Você é uma jogadora? — A questionei, realmente curioso enquanto me apoiava sobre a mesa.


— Não no contexto que imaginou, não sou uma atleta, mas posso ser rotulada como jogadora. — Ela me encarou uma última vez antes de ajustar sua postura e acertar outra vez o centro da bola branca levando mais duas bolas na caçapa.


— Você não vai conseguir me intimidar. — A respondi olhando diretamente nos olhos ferozes e sinceros de .


— Eu nem tentei, mas gosto de bons desafios. — Ela se aproximou parando a minha frente, nossa diferença de altura parecia não existir diante sua postura confiante. — Façamos assim: há apenas três bolas sobre a mesa, o primeiro a levar a bola preta a caçapa terá que conceder um desejo ao outro.


— Ainda está na sua vez, minha cara. — A respondi com uma piscadela antes de terminar a bebida da minha garrafa.


— Eu sei, mas eu ainda não terminei de falar: temos apenas uma chance de acertar a bola, tudo ou nada, . — Ela se aproximou ainda mais com um sorriso felino.


— Primeiro as damas. — Me desencostei da mesa sorrindo tranquilamente, era uma resposta afirmativa ao desafio proposto.


— Eu lhe ofereci uma chance. — me olhou antes de dar uma volta na mesa até encontrar o ângulo desejado.


Contive o riso que logo se transformou em um assovio admirado ao vê-la encaçapar perfeitamente a bola desejada. Ela sorriu vitoriosa, algumas das pessoas à nossa volta a parabenizou em seu idioma, me encostei a mesa, apenas observando-a. Sua autoconfiança, sua determinação e principalmente o conhecimento do que realmente queria me deixou curioso sobre aquela mulher, o brilho prateado da lua e o avermelhado da fogueira que havia sido acesa a deixou linda. Eu a queria, saber seus anseios, descobrir mais sobre aquela enigmática, mas fascinante mulher!


— Você me deve um desejo, . — Ela sorriu ao se aproximar, em sua mão estava uma caneca com cerveja, o ferro continha gotículas de água devido a frieza da bebida.


— Basta você me contar. — A respondi mantendo meu olhar no dela.


— Não vamos ser convidados horríveis, cumpriremos o dever de celebrar o aniversário de e em sua devida terei o meu prêmio. — comentou despreocupada colocando sua mão sobre meu ombro enquanto a outra pousou a caneca sobre a mesa de bilhar. — Vamos dançar, a noite ainda está longe de acabar.


Seguindo a tempestade que era aquela mulher, a segui mas com alguns comentários sarcásticos sobre o quão mal os alemães dançavam. Entre risos, flertes e conversas amigáveis com os convidados e desvendando aos poucos o mistério que era aquela mulher, eu a tive em meus braços no tempo devido. Sendo um atleta cuidava da minha saúde, poderia desfrutar de algumas coisas porém usava com moderação essa liberdade; devido a isso que após pegar no sono o álcool em meu sistema estava baixo, a sobriedade ia me tomando aos poucos enquanto observava a dormir. Eu percebi que apenas uma noite com ela seria insuficiente, o interesse havia sido desperto, queria saber o que ela odiava, tudo o que adorava… uma mulher como ela não se podia deixar escapar entre os dedos! Era claro que eu só não esperava despertar e encontrar o espaço ao meu lado vazio, chamadas ignoradas, o incidente tratado como se nunca houvesse acontecido… recusado sem ao menos ter tentado.


— Eu voltarei a te encontrar .


Atualmente…


A partida encerrou com dois sete a um para o Brasil, minha frustração e amargura estava em níveis altíssimos naquela tarde. Meu rendimento em quadra mal poderia ser levado em consideração, me odiava por ter deixado que uma mulher me afetasse tanto! Brigava com meu coração, o quão irracional ele estava sendo se apegando a alguém que procurava deixar o mais claro possível o quão desinteressada estava.
Mulheres, seres tão complexos capazes de ditar o ritmo da vida de um homem, o quão subestimadas elas eram! Respirei fundo e então segui pela estação até o ônibus da equipe masculina de vôlei brasileira, esperava por seus amigos, seus olhos tão atentos ao aparelho que me irritou naquele momento.

Quando as coisas funcionam, quando duas pessoas de completam não importa o quão diferentes elas sejam, tudo acaba bem!




FIM



Nota da autora: Olá, espero que tenham gostado de mais um ficstape. O prelúdio está no site, se chama Oposições, não esqueçam de deixar aquele comentário especial no final da história hein!

OLÁ! DEIXE O SEU MELHOR COMENTÁRIO BEM AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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